Cedoc News Indústria Automotiva | 07 e 08 de junho
- Por: Juliane
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07 de junho de 2019
Publicação: Automotivebusiness
Marcopolo vende 30 ônibus à Costa do Marfim
Veículos do modelo Viaggio 1050 foram montados sobre chassis Volvo B270F
REDAÇÃO AB
Dois operadores da Costa do Marfim, UTB e AVS, adquiriram 30 novos ônibus Marcopolo Viaggio 1050. Os veículos serão utilizados no transporte de passageiros da cidade de Abidjan.
Os novos Viaggio encomendados pelo país africano foram encarroçados sobre chassis Volvo B270F e têm lugar para 62 passageiros. Receberam ar-condicionado e sistema de áudio e vídeo que inclui cinco monitores de teto.
"Nos últimos dois anos elevamos nossa competitividade e voltamos a fornecer veículos para a Costa do Marfim. Esses 30 ônibus reforçam nossa presença naquele mercado e consolidam a participação da Marcopolo no continente africano", afirma o gerente-executivo de negócios internacionais Ricardo Portolan.
07 de junho de 2019
Publicação: Automotivebusiness
Fiat Mobi chega a 150 mil unidades vendidas
Compacto fabricado em Betim utiliza motores 1.0 de 3 ou 4 cilindros e câmbio manual ou automatizado
REDAÇÃO AB
O Fiat Mobi alcançou a marca de 150 mil unidades vendidas desde seu lançamento, em abril de 2016. O carro é fabricado em Betim (MG) e vendido em seis opções, equipadas com motores 1.0 de três ou quatro cilindros e transmissão manual ou automatizada.
Em 2018 ele foi o 12º automóvel mais vendido do País, com 49,5 mil unidades. No acumulado até maio de 2019 é o 11º, com 21,7 mil emplacamentos, uma posição abaixo do Jeep Compass (SUV médio mais vendido do País) e uma acima do Toyota Corolla (sedã médio mais vendido).
Segundo a Fiat, o compacto está entre os modelos brasileiros mais exportados pela marca Fiat atualmente. Até maio foram quase 10,5 mil unidades enviadas para Argentina, México, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Peru. Em 2018 os embarques do Mobi somaram 15,3 mil unidades.
06 de junho de 2019
Publicação: Automotivebusiness
Máquinas empacam por falta de crédito
Vendas totais cresceram menos de 4% no acumulado até maio
MÁRIO CURCIO, AB
A venda de máquinas agrícolas e rodoviárias em maio somou 3,1 mil unidades, resultando em pequena queda de 0,7% na comparação com abril. No acumulado do ano foram repassadas à rede 15,5 mil máquinas, apenas 3,7% a mais que em iguais meses de 2018. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O baixo crescimento do setor resulta da escassez de crédito pelas linhas tradicionais. A venda de tratores recuou 3,4% no acumulado do ano, puxada pelos modelos intermediários, de 81 a 130 cavalos.
“Os agricultores estão aguardando o anúncio do Plano Safra”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto.
As vendas de colheitadeiras de grãos até maio somaram 2 mil unidades e anotaram crescimento de 23,3%. E as retroescavadeiras tiveram importante alta de 97,6%, com 1,1 mil unidades entregues aos concessionários.
Miguel Neto admite a possibilidade de revisão nos números do setor de máquinas, assim como para as exportações de veículos, mas isso dependerá do Plano Safra, cujo anúncio não mais ocorrerá em 12 de junho como previsto.
PRODUÇÃO NO ACUMULADO MANTÉM QUEDA
Nestes primeiros cinco meses de 2019 as fabricantes instaladas no Brasil produziram 20,7 mil unidades. Com isso persiste o cenário de queda, de 4,2% na comparação com iguais meses do ano passado.
A retração decorre dos tratores de rodas. As montadoras fabricaram 13,3 mil unidades até maio, 15,7% a menos pela comparação interanual. A menor demanda interna e também nas exportações explicam o recuo.
EXPORTAÇÕES: QUEDA DE 15% EM VALORES
A análise das vendas ao mercado externo mostra que o Brasil embarcou 5,1 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, registrando alta de quase 1% na comparação interanual. Em valores, o envio de US$ 1,26 bilhão em máquinas e equipamentos resultou em queda de 15,2%.
“Isso ocorreu porque deixamos de exportar para a Argentina máquinas e componentes com maior valor agregado”, explica Miguel Neto.
A exportação de colheitadeiras caiu 53,2% de janeiro a maio sobre iguais meses de 2018. Caíram também os embarques de colhedoras de cana: -69,1%. “Neste caso é porque o preço do açúcar baixou bastante”, diz o vice-presidente da Anfavea.
Os tratores de esteiras exportados somaram 1,7 mil unidades até maio, 35,9% a mais que em iguais meses do ano passado. Foram responsáveis pelo balanço positivo nas exportações. “Eles seguem para os Estados Unidos. Essa é uma forma de compensar a retração no mercado interno”, diz Miguel Neto.
06 de junho de 2019
Publicação: Automotivebusiness
Anfavea insiste em desburocratização para alcançar competitividade
Entidade participa de conversas com o governo sobre a reforma tributária
SUELI REIS, AB
A Anfavea defendeu a desburocratização e a necessidade de mudanças urgentes no âmbito tributário brasileiro como ferramentas que poderão ajudar efetivamente a indústria nacional a ser competitiva no cenário global. A associação das fabricantes de veículos criticou duramente o modelo atual do sistema tributário e admitiu participar de conversas com o governo a fim de propor soluções visando a reforma tributária.
O assunto foi pauta na sede da entidade, em São Paulo, na última semana, quando recebeu a visita de Bernard Appy, economista e diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), considerado o pai da reforma tributária, que já tramita no Congresso. Ele se reuniu com representantes das áreas jurídicas das montadoras associadas para apresentar as principais características da proposta, que em suma, prevê entre outras resoluções, a simplificação de cinco impostos - PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS – por um único imposto do tipo IVA, que incide sobre o valor agregado de bens e de serviços. O nome desse imposto seria IBS - Imposto sobre Bens e Serviços. Em sua concepção, o imposto não altera a carga tributária.
Sobre as conversas com representantes do governo, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, informou que a entidade está empenhada em discutir, propor e sugerir soluções. “Temos que ter simplificação, facilitação e redução da carga tributária e este não é um assunto da indústria automotiva, mas da indústria brasileira em geral”, defendeu. “O Brasil tem a maior carga tributária do mundo, com um modelo distorcido que destrói dinheiro e destrói empregos”, completou ao citar dados de um estudo feito pela Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, com foco nas barreiras para a competividade elencadas por 827 empresas paulistas.
Segundo os números citados pelo executivo, o custo da burocracia tributária pode representar até 1,2% do faturamento de uma empresa, cuja composição é de 0,8% de custos com mão de obra dedicada à área tributária, 0,3% em softwares e serviços dedicados e de 0,1% com custos legais. Em valores, esse custo significa R$ 37 bilhões gastos pela indústria com burocracia tributária. Os dados se referem a 2017. Esse total representou 0,6% do PIB brasileiro e 5,5% do PIB industrial.
Moraes, que chamou os processos burocráticos referentes à tributação de manicômio tributário e burocrático, disse que esse custo para a indústria automotiva representou R$ 2,3 bilhões também em 2017, embora não tenha ficado claro como se chegou a este número. O valor, demonstrou o executivo, é nove vezes maior do que o mesmo gerado em qualquer um dos quinze principais parceiros comerciais do Brasil e que juntos respondem por 70% do PIB mundial.
“Gastar 1,2% do faturamento com burocracia é absurdo. A indústria queria investir esse valor em P&D ou em coisas mais apropriadas”, disse Moraes. “Ou acabamos com o sistema tributário ou ele acaba com o Brasil”, reforçou.
Moraes criticou ainda as incertezas nos trâmites legais que esses impostos demandam e citou que os estados devem atualmente R$ 13 bilhões para a indústria automotiva nacional. “Se considerarmos outros setores, este valor sobe para R$ 60 bilhões.”
06 de junho de 2019
Publicação: Automotivebusiness
Produção de veículos atinge melhor nível desde 2014
Em cinco meses fábricas no Brasil produziram 1,24 milhão de unidades, em alta de 5,3%
PEDRO KUTNEY, AB
A alta de 12,5% nas vendas domésticas de veículos nos primeiros cinco meses do ano mais que compensou a queda de 42% nas exportações, sustentando o crescimento de 5,3% na produção de automóveis, utilitários, caminhões e ônibus no País entre janeiro e maio, na comparação com o mesmo período de 2018. Foram fabricadas 1,24 milhão de unidades, o melhor resultado acumulado deste 2014, segundo balanço divulgado na quinta-feira, 6, pela associação que reúne os fabricantes, a Anfavea.
Foi também o maior nível mensal de produção registrado desde agosto do ano passado e o melhor maio desde 2014, com 275,7 mil veículos produzidos, em alta de 3,1% sobre abril e de quase 30% ante o mesmo mês de 2018. O crescimento porcentual expressivo é devido à greve dos caminhoneiros ocorrida há um ano, que provocou falta de peças e paralisou por cerca de oito dias as linhas de montagem em todo o País.
Apesar do resultado positivo até aqui, as exportações em queda estão puxando para baixo as estimativas da Anfavea de produção total de veículos este ano. A entidade projetou no início de 2019 a fabricação anual de 3,14 milhões de unidades, que corresponderia à alta de 9% sobre 2018.
“A baixa nas exportações deve afetar a produção e é possível que o crescimento de 9% que projetamos para este ano seja menor, em torno de 5%”, admite Luiz Carlos de Moraes, presidente da Anfavea.
Moraes também alertou que a ociosidade geral da indústria permanece alta, em torno de 40%. “Aumentar as exportações são o melhor caminho para ocupar as linhas de produção”, avalia, levando em conta que a fragilidade da recuperação econômica no Brasil pode não ser suficiente para sustentar por muito mais tempo o crescimento do mercado interno.
NÍVEL DE EMPREGO CAI
Com 130 mil empregados registrados em maio, o nível de emprego em todos os fabricantes de veículos recuou 1,8% na comparação com o número de um ano atrás. A pequena contração é debitada quase que integralmente ao anunciado fim das operações da Ford em São Bernardo do Campo (SP). A montadora já iniciou o processo de demissões na unidade, que até o encerramento das atividades previsto para novembro podem chegar a mais de 2 mil pessoas, e também leva adiante plano de demissões voluntárias na fábrica de motores de Taubaté (SP), que resultou em 160 desligamentos na planta.
Com as exportações apontando para baixo e mais da metade das vendas internas apoiadas em negócios corporativos (faturamento direto a frotistas, locadoras e pessoas com deficiência), em algum momento a produção pode começar a recuar, provocando novas reduções de mão de obra na indústria. É o caso, por exemplo, da Toyota, que após abrir o terceiro turno em novembro na unidade de Sorocaba (SP), este mês lançou programa de demissões voluntárias com meta de cortar 340 funcionários do quadro. A planta está sendo afetada pela queda de embarques à Argentina e a empresa trabalha com possível arrefecimento do mercado doméstico.
06 de junho de 2019
Publicação: Automotivebusiness
Produção de caminhões cresce 10,9% no acumulado do ano
Vendas aquecidas no mercado interno compensam queda acentuada nas exportações
MÁRIO CURCIO, AB
A produção de caminhões em maio somou 11,2 mil unidades e registrou alta de 51,3% sobre o mesmo mês do ano passado, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. No acumulado do ano foram montadas 45,4 mil unidades, resultando em crescimento de 10,9%. A produção interna de caminhões ainda cresce, a despeito de uma forte queda nas exportações, porque o mercado interno continua aquecido, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Até pouco tempo a retomada nas vendas se concentrava nos caminhões pesados, mas agora pode ser vista em semipesados e outros segmentos”, ressalta o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
Os pesados ainda são maioria e suas vendas internas somaram de janeiro a maio quase 20 mil unidades, 70,9% a mais que em iguais meses do ano passado. Os semipesados somaram 8,3 mil licenciamentos no acumulado do ano, com alta de 38,7%. Os caminhões médios registraram crescimento de 63,6% (acima da média de mercado), com 3,9 mil licenciamentos em cinco meses. Os semileves também superaram a média de crescimento, com 2,3 mil unidades vendidas e 54,3% de alta. O único segmento com queda foi o de leves, com 4,6 mil unidades licenciadas, 3,2% a menos pela comparação interanual.
“A alta que agora abrange mais segmentos é um processo de continuidade do comportamento do setor em decorrência do crescimento do PIB”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini. Sendo assim, os semileves podem virar o jogo no segundo semestre, em regra melhor que o primeiro.
Quando se olha isoladamente a produção de caminhões por segmento, o período registra quedas importantes para os caminhões médios (2 mil unidades montadas, -18,2%) e para semipesados (10,2 mil unidades, -8,8%).
EXPORTAÇÃO DE CAMINHÕES CAI QUASE 60%
Nestes cinco meses o Brasil enviou ao exterior 4,9 mil caminhões, que resultaram numa forte queda de 58,3%. O motivo é a retração no mercado argentino. O maior impacto ocorreu nos semipesados, com 1,4 mil unidades embarcadas e queda de 67,9% ante iguais meses de 2018. Em volume, o mais representativo é o segmento de pesados, em que os 2,1 mil caminhões exportados anotaram recuo de mais de 50% ante iguais meses do ano passado.
PRODUÇÃO DE CHASSIS PARA ÔNIBUS CAI 2,7%
De janeiro a maio as fabricantes instaladas no País produziram 11,7 mil chassis para ônibus, registrando pequena queda de 2,7%. A redução nas exportações acabou anulando a alta no mercado interno.
De janeiro a maio o Brasil exportou 3,2 mil ônibus, anotando queda de 16,4% ante iguais meses do ano passado. A maior retração ocorreu nos modelos urbanos, com 2,2 mil unidades enviadas ao exterior, 17,2% a menos pela comparação interanual.
O mercado interno continua com crescimento acentuado, até por causa de uma base de comparação muito baixa. Nestes primeiros cinco meses foram licenciados 8,1 mil ônibus no País, 73,8% a mais que em iguais meses do ano passado.
“Esse segmento costuma apresentar oscilações durante o ano e as renovações de frota vêm ocorrendo em todo o País, por isso mantemos nossa expectativa de alta para o ano”, afirma Bonini.
07 de Junho de 2019 (13:11)
Publicação: Agência IN - Caderno Setorial
IND. AUTOMOTIVA: ZF amplia sua divisão E-Mobility
SAO PAULO, 7 de junho de 2019 - Com o objetivo de ampliar o foco em eletromobilidade, a ZF Friedrichshafen AG amplia sua divisão E-Mobility com novos prédios e unidades. A empresa inaugurou nesta semana um novo edifício para administração, P&D e vendas na sede divisional em Schweinfurt, Alemanha. Em Pan&'269;evo, perto da capital sérvia, Belgrado, uma nova fábrica de motores de tração elétrica entrará em operação na próxima semana.
'A demanda por soluções em transmissões elétricas cresceu fortemente', disse Michael Hankel, membro do Board of Management da ZF, com responsabilidade sobre áreas como eletromobilidade e produção corporativa. 'Este é o motivo pelo qual investimos pesado nesta divisão, criando atraentes oportunidades de emprego e aumento na capacidade de produção. Com a eletromobilidade, a ZF está abrindo caminho para soluções de mobilidade da próxima geração, e contribuindo para a redução de emissões veiculares em todo o mundo'. Eletromobilidade, controle de movimento de veículos, direção totalmente automatizada e segurança integrada são os quatro pilares tecnológicos que suportam a estratégia 'Next Generation Mobility' da ZF.
Com o novo prédio em Schweinfurt, a ZF criou um espaço para cerca de 520 novos colaboradores. Os locais de trabalho são baseados no conceito de escritório 3.0 da ZF, que permite o trabalho flexível, baseado em projetos e que facilita a comunicação dos funcionários uns com os outros. 'Este moderno conceito de escritório cria o perfeito ambiente versátil de trabalho, que reflete a transformação neste universo, agora caracterizado pela agilidade e digitalização. Queremos oferecer a nossos colaboradores um ambiente de trabalho excepcional', comentou Jörg Grotendorst, Head da divisão E-Mobility. O prédio de 30 milhões de euros também abriga 16 bancadas de teste e instalações de checagem que podem ser utilizadas para testar motores de tração elétrica e híbridos bem como seus componentes.
Com mais de 9.400 funcionários, Schweinfurt é um dos maiores locais da ZF no mundo e também a maior empregadora na região da Baixa Francônia. Além da divisão E-Mobility, fundada em 2016, a divisão Aftermarket da ZF também é administrada na cidade.
A ZF está ampliando também sua divisão E-Mobility e aumentando sua capacidade de produção em dois outros locais. Na semana que vem, após um ano rápido de trabalhos de construção, a nova fábrica de Pan&'269;evo entrará em operação. Na unidade, localizada 14 quilômetros da capital sérvia de Belgrado, a ZF irá primeiramente produzir motores elétricos, geradores para motores elétricos e híbridos, seletores de transmissão e microinterruptores. O local já está sendo ampliado para atender a enorme demanda por estes produtos. Em torno de mil colaboradores estão prontos para trabalhar no local, brevemente. Outro local de produção para motores de tração elétrica está atualmente em construção em Hangzhou, sul de Xangai, na China. Esta fábrica está pronta para entrar em operação já em 2020.
'Queremos oferecer soluções excepcionais em tecnologia a nossos clientes. Ter sucesso no longo prazo requer liderança em custos bem como liderança em tecnologia. Podemos alcançar essas metas através do alto nível de comprometimento demonstrado por nossos funcionários e com nossa rede mundial de produção. Isto nos traz uma presença equilibrada em diferentes regiões, o que por sua vez permite que estejamos próximos de nossos clientes com estruturas de custos competitivas', disse Michael Hankel.
07 de Junho de 2019 (12:34)
Publicação: IDGNow! from IDG
Startup de patinetes elétricos Grow anuncia fusão com fintech Flinto
Movimento visa oferecer alternativas de pagamento para os usuários das patinetes. Nova fusão faz parte dos planos de expansão da companhia
A holding Grow Mobility, dona das startups Yellow e Grin, anunciou nesta sexta-feira (7/6), fusão com outra startup, a plataforma de pagamentos mexicana Flinto.
O movimento, segundo comunicado da companhia, visa oferecer alternativas de pagamento para os usuários do serviço onde a empresa opera.
Nosso crescente número de usuários apresenta necessidades cada vez mais diversificadas. Em função disso unimos a Flinto à Grow para oferecer a nossos clientes mais alternativas de pagamento, declarou o co-fundador da Grin e CEO Global da Grow, Sergio Romo.
Fundada em 2017, a Flinto é uma fintech que permite a milhares de mexicanos realizarem pagamentos, transferir dinheiro e ter sua conta disponível no telefone celular, mesmo sem ter conta bancária.
De acordo com a Grow, a nova fusão faz parte dos planos de expansão da companhia. Atualmente, a startup de mobilidade se encontra em 19 cidades latino-americanas e possui uma base de 5 milhões de usuários.
Patinetes apreendidos em São Paulo
Como parte da ação da Prefeitura de São Paulo, que definiu novas regras para a operação das empresas de patinetes elétricos na cidade, a Grow teve seus veículos apreendidos na cidade na última semana. Na quarta-feira (5), a startup anunciou que concluiu seu credenciamento na Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo e voltou a operar na cidade.
Em nota à imprensa, a Grow informou que segue em diálogo constante com a prefeitura e demais agentes interessados em organizar o uso desta alternativa de micromobilidade em São Paulo, e que está participando de discussões para a elaboração de uma regulamentação definitiva que seja melhor para todos.
07 de Junho de 2019 (01:10)
Publicação: Agência IN - Caderno Setorial
IND AUTOMOTIVA: Setor automotivo cresce
SÃO PAULO, 6 de junho de 2019 - O crescimento que o setor automotivo vem registrando neste ano ainda não é suficiente para recuperar as perdas da indústria nos últimos anos, disse hoje (6) o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.
'É um crescimento muito pequeno ainda para recuperar todas as perdas que tivemos no período de 2014 a 2016', afirmou Moraes durante a apresentação dos resultados do setor. De acordo com o presidente da Anfavea, nesse período, as montadoras enfrentaram retração de cerda de 40%.
Ele disse que a retomada da produção e das vendas está sendo possível devido à melhora no cenário econômico do país. 'No caso do mercado interno, o crédito disponível vem aumentando e o índice de inadimplência está melhor. A gente está vendo também locadoras que têm renovado suas frotas', acrescentou.
Moraes enfatizou, entretanto, que 'ainda é muito pouco' para que a indústria volte ao patamar anterior àa crise. Para ele, é preciso que o país btenha um crescimento econômico mais robusto. 'A gente precisa de mais PIB [Produto Interno Bruto]', afirmou.
Na terça-feira (4), o Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira. Segundo o Relatório de Perspectivas Econômicas Global, a previsão para a expansão do PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, neste ano, foi reduzida em 0,7 ponto percentual e ficou em 1,5%.
Crescimento da indústria O balanço da Anfavea mostra que a produção de veículos teve alta de 29,9% em maio, em comparação com o mesmo mês de 2018. Foram montados ao longo de maio 275,7 mil unidades, contra 212,3 no mesmo período do ano passado. Em relação a abril, o crescimento na fabricação foi de 3,1%.
No acumulado de janeiro a maio, o setor registrou uma expansão de 5,3% em comparação com os primeiros cinco meses de 2018. Foram fabricados neste ano 1,24 milhão de veículos, enquanto no mesmo período do ano passado foram 1,17 milhão de unidades.
As vendas de veículos tiveram alta de 21,6% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram comercializadas no período 245,4 mil unidades. Em relação a abril, o crescimento nos emplacamentos foi de 5,8%. No resultado acumulado dos primeiros cinco meses de 2019, foram licenciados 1,08 milhão de veículos, uma expansão de 12,5%.
A fabricação de caminhões cresceu 51,3% em maio, com a montagem de 11,2 mil unidades. No acumulado de janeiro a maio, o setor cresceu 10,9% em relação ao mesmo período de 2018, com a produção de 45,4 mil caminhões.
De acordo com Luiz Carlos Moraes, a expansão do setor de caminhões está sendo puxada pelo segmento extrapesado. 'Mas nós já começarmos a ver outros setores, semipesado e leve, começando a crescer. Isso significa que outros segmentos de distribuição urbana estão começando a renovar a sua frota.'
Exportações
Segundo o levantamento da Anfavea, as exportações continuam em queda, devido à retração do mercado argentino, que compra 70% do que o Brasil vende ao exterior. As vendas para outros países caíram 30,7% no mês passado em comparação com maio de 2018.
Foram vendidas para o exterior 60,8 mil unidades. De janeiro a maio, foram vendidos para outros países 181,6 mil veículos, uma queda de 42,2% em relação aos 314,1 mil exportados nos primeiros cinco meses do ano passado.
Emprego
Apesar do crescimento da produção e comercialização, o nível de emprego no setor automotivo não aumentou na mesma proporção. Segundo o presidente da Anfavea, isso ocorreu porque as fábricas têm capacidade ociosa e não foram abertos mais turnos nas linhas de montagem.
O número de pessoas trabalhando na indústria automotiva registra retração de 1,8% em maio na comparação com o nível de emprego do mesmo mês de 2018. O último balanço aponta para 130 mil pessoas empregadas no setor, uma ligeira queda (0,2%) em relação a abril. As informações são da Agência Brasil.
07 de Junho de 2019 (01:01)
Publicação: Super Noticia - Geral
Presidente da Nissan do Brasil está otimista com a economia do país
Ao longo de cinco anos de operação do complexo industrial em Resende, no Rio de Janeiro, e perto de completar três anos de seu projeto de exportação de carros produzidos no Brasil, sobretudo para o mercado latino-americano, a Nissan mantém o otimismo em relação aos rumos da economia do país. Durante todo esse período, a montadora japonesa já exportou 50 mil carros para países da América do Sul, Caribe e América Central.
O Brasil, desde que a Nissan organizou sua gestão na América Latina, englobando 58 países e mais de 3.000 empregados, é uma peça-chave nas estratégias globais da marca. O complexo carioca registrou um crescimento exponencial, com uma produção recorde em 2018 (106 mil unidades fabricadas).
O país também está inserido no conceito internacional de integração com a sociedade e mobilidade inteligente, o que será mais percebido a partir de julho, com a chegada do Leaf ao mercado local. É o que diz na entrevista abaixo o presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva.
O novo Versa, que já está sendo produzindo na China e também marca essa nova fase da Nissan como montadora moderna, jovial e tecnológica, tem alguma chance de ser produzido no Brasil?
Por enquanto, não. Estrategicamente, faremos como todos os outros carros que trouxemos de fora para o mercado nacional. Vamos colocá-lo à venda, através de importação, testar o mercado e avaliar se ele tem viabilidade para a produção local. Mas isso ainda demora, pois o Versa atual está bem posicionado, e o seu cliente está satisfeito, gosta de sua economia, do espaço interno, enfim, entendemos que o carro sedã não morreu e está mais forte do nunca.
A experiência do Kicks Champions League (primeiro carro assinado oficialmente pela Uefa) foi satisfatória? Há condições de reeditar essa estratégia em outras situações?
Assinamos por mais cinco anos com a Champions League, então há, sim, a possibilidade de fazermos novas séries especiais. Foi uma experiência fantástica, pois misturaram-se dois mundos apaixonantes, o do futebol, especialmente para o brasileiro, e o do carro, além de associar duas marcas potentes, a Nissan e a Uefa.
O X-Trail (SUV produzido na Ásia, Europa e Estados Unidos) ainda poderá ser vendido no Brasil?
O teste que fizemos garante que o mercado existe, mas nosso questionamento, e por isso estamos demorando na tomada decisão, é quanto à motorização. Deve fazer parte do ano fiscal de 2020 ou 2021.
Como está a Nissan Brasil quanto aos carros elétricos?
Estamos com o planejamento muito forte neste sentido e com a estratégia afiada para essa nova realidade. Agora, em julho, iniciamos a venda do Leaf. Vamos testar o mercado. Ainda não sabemos qual o tamanho dele, mas já estamos produzindo o carro elétrico, que será vendido no Brasil a partir da Inglaterra, desde abril deste ano.
Como está o planejamento da Nissan para a América Latina?
O projeto da Nissan para a América Latina, seja nas fábricas do Brasil ou da Argentina, corre em 80%. Para o mercado brasileiro, estamos expandindo a rede de concessionárias de forma consistente, pensando em focos regionais, que hoje não conseguimos atender. É preciso desenvolver a rede e dar uma assistência ainda melhor.
O Leaf será vendido em todos os mercados brasileiros?
O primeiro lote chegou agora, com 50 carros, dentro do processo de produção da própria Nissan. Vamos fazer as pré-vendas e avaliar a demanda de cada Estado. Mas, como disse, estamos testando o mercado, e tudo dependerá de sua reação.
Existem conversas com outras montadoras para aumentar a rede de abastecimento elétrico para atender a necessidade do carro a bateria e o desenvolvimento dessa realidade no Brasil?
Sim, a gente teve contatos com essas empresas. Mas a nossa grande vantagem competitiva são as parcerias que já temos aqui, na Europa, com empresas de energia. Temos parcerias com instituições brasileiras também. Tivemos conversas com BR Distribuidora, por exemplo. Temos um acordo com a Itaipu, o que é uma aliança estratégia, primeiro porque é líder mundial na produção de energia hidráulica; e, segundo, por possuir um centro de capacitação e pesquisa fantástico.
Sobre a realidade econômica do país. O que a Nissan está pensando?
A Nissan está otimista com a possibilidade de o governo fazer os ajustes que a economia precisa. Tive a oportunidade de conversar com a equipe econômica do governo Bolsonaro e saí bem impressionado com a qualidade técnica com que ela se apresentou. Do ponto de vista da exportação, também estamos esperançosos. Nossa expectativa é que haja uma simplificação dos processos. A indústria automotiva precisa disso, e acredito que, no Brasil, o nosso entrave maior é na capacidade de competir.
07 de Junho de 2019
Publicação: Diario ABC - Economia
Setor automotivo gasta R$ 2,3 bi com burocracia tributária por ano
A indústria automotiva nacional desembolsa por ano, em média, R$ 2,3 bilhões com questões burocráticas relacionadas à tributação. O montante supera em 53,3%, ou R$ 800 milhões, a cifra prevista para incentivo mediante investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) pelas montadoras dentro do programa do governo federal Rota 2030, de R$ 1,5 bilhão. Além disso, representa, ainda, 8,08% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial da região (de R$ 25,9 bilhões, de acordo com dados de 2015).
A pesquisa tem como base dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) com recorte do setor automobilístico feito pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). As informações foram apresentadas ontem em coletiva de imprensa para divulgação dos índices de produção (leia mais abaixo).
De acordo com levantamento, o segmento gasta média de 1,2% do total do faturamento com a parte fiscal, totalizando R$ 37 bilhões desembolsados pela indústria nacional sendo só as montadoras R$ 2,3 bilhões, ou seja, 6,21% do total. Tudo isto é gasto com sistemas e mão de obra alocada, sendo que muitas vezes é necessária a contratação de terceiros porque você tem que contratar serviços especializados. Isso porque muitas normas precisam da interpretação de terceiros, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
O estudo aponta que, nos últimos 30 anos, foram editadas 391 mil normas tributárias no período, ou seja, média de 50 por dia útil (96% das normas sofrem alterações). Esse montante representa 112 milhões de páginas. Com essa quantidade de normas editadas por dia não há pessoas suficientes para acompanhar tudo isso, destacou Moraes.
Ele também classificou que os gastos são absurdos, e que o ideal era que este montante fosse destinado a investimentos em P&D, novos produtos e novas tecnologias. Com o Rota 2030 temos desafio enorme (programa deve conceder R$ 1,5 bilhão em incentivos mediante investimento de R$ 5 bilhões, porém, segurança e eficiência energética dos veículos também precisam ser contempladas) e este tipo de gasto é o mais apropriado e inteligente.
Outro dado que mostra o tamanho do problema é a média de horas gastas pelas empresas com a questão burocrática tributária por ano. Enquanto na Inglaterra são 110 horas, no Brasil são necessárias 2.507 horas, ou seja, 23 vezes mais. Até mesmo em países da América Latina, como a Argentina (405 horas/ano) e o Chile (291 horas/ano), os números são menores.
A burocracia é listada pela associação como um dos principais entraves para elevar a competitividade do setor o custo brasileiro é nove vezes maior do que os 15 principais parceiros comerciais do País. Por causa disso, a Anfavea se posicionou a favor da aprovação das reformas tributária e previdenciária, porém, Moraes destacou que, mesmo com a simplificação dos impostos, ainda não é possível dizer o impacto devido às mudanças.
Temos de entender que isso é um manicômio tributário criado nos últimos 30 anos. Por isso estamos colaborando com a reforma tributária, disse Moraes. Se eu fosse resumir, eu falaria que ou nós acabamos com o sistema tributário ou ele acaba com o Brasil. Nós precisamos de simplificação e facilitação do nosso dia a dia, além de redução da carga tributária em curto espaço de tempo, acrescentou.
Exemplo listado para ilustrar a burocracia no País é o caso da importação de airbags. Todo o trâmite leva de 42 a 50 dias sem atraso e demanda média de 15 passos, entre registros e pagamento de guias. Isso se tudo der certo. Se faltar algum carimbo ou se o pessoal do porto estiver em greve, já é prorrogado, afirmou Moraes.
Anfavea vai rever projeção do ano por tombo nas exportações
A queda nas exportações, que chegaram a 42,2% neste ano, de janeiro a maio, levou a Anfavea a anunciar a revisão das projeções de crescimento na produção de veículos, estimada em 9% no início do ano, e de vendas ao Exterior, de recuo de 6,2%. De janeiro a maio de 2019, foram exportadas 181,6 mil unidades, sendo que no mesmo período de 2018 o montante chegava a 314,1 mil.
Conforme o presidente da associação, Luiz Carlos de Moraes, a revisão deve acontecer em momento oportuno, e o percentual ainda não foi definido. Nós vamos rever as exportações e, consequentemente, isso deve impactar a produção.
A expectativa era a de que o cenário na Argentina melhorasse no segundo semestre, o que agora é visto como pouco provável. O país, principal parceiro comercial do setor, ainda deve passar por eleições presidenciais neste ano. Nos cinco primeiros meses de 2018, os hermanos representavam 76% das exportações, montante que caiu para 59% no mesmo período de 2019.
Em compensação, a produção cresceu em 3,1% em maio (275,7 mil unidades) na comparação com abril e em 29,9% ante maio do ano passado. Parte do crescimento se deve à greve dos caminhoneiros no ano passado. Tivemos um impacto de oito dias, o que deixa a base de comparação bastante baixa, disse Moraes, ao explicar a alta expressiva. A produção de caminhões puxou o resultado, com elevação de 51,3% frente a maio de 2018, 19,3% em relação a abril e 10,9% no ano.
07 de Junho de 2019
Publicação: D. Comércio BH - Notícias
Produção de veículos cresce 29,9% em maio no País
São Paulo - O crescimento que o setor automotivo vem registrando neste ano ainda não é suficiente para recuperar as perdas da indústria nos últimos anos, disse ontem o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. A produção do setor avançou 29,9% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.
“É um crescimento muito pequeno ainda para recuperar todas as perdas que tivemos no período de 2014 a 2016", afirmou Moraes durante a apresentação dos resultados do setor. De acordo com o presidente da Anfavea, nesse período, as montadoras enfrentaram retração de cerca de 40%.
Ele disse que a retomada da produção e das vendas está sendo possível devido à melhora no cenário econômico do país. “No caso do mercado interno, o crédito disponível vem aumentando e o índice de inadimplência está melhor. A gente está vendo também locadoras que têm renovado suas frotas", acrescentou.
Moraes enfatizou, entretanto, que “ainda é muito pouco" para que a indústria volte ao patamar anterior à crise. Para ele, é preciso que o país obtenha um crescimento econômico mais robusto. “A gente precisa de mais PIB [Produto Interno Bruto]", afirmou.
Na terça-feira (4), o Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira. Segundo o Relatório de Perspectivas Econômicas Global, a previsão para a expansão do PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, neste ano, foi reduzida em 0,7 ponto percentual e ficou em 1,5%.
O balanço da Anfavea mostra que a produção de veículos teve alta de 29,9% em maio, em comparação com o mesmo mês de 2018. Foram montados ao longo de maio 275,7 mil unidades, contra 212,3 no mesmo período do ano passado. Em relação a abril, o crescimento na fabricação foi de 3,1%.
No acumulado de janeiro a maio, o setor registrou uma expansão de 5,3% em comparação com os primeiros cinco meses de 2018. Foram fabricados neste ano 1,24 milhão de veículos, enquanto no mesmo período do ano passado foram 1,17 milhão de unidades.
A fabricação de caminhões cresceu 51,3% em maio, com a montagem de 11,2 mil unidades. No acumulado de janeiro a maio, o setor cresceu 10,9% em relação ao mesmo período de 2018, com a produção de 45,4 mil caminhões. Exportações - Segundo o levantamento da Anfavea, as exportações continuam em queda, devido à retração do mercado argentino, que compra 70% do que o Brasil vende ao exterior. As vendas para outros países caíram 30,7% no mês passado em comparação com maio de 2018.
Foram vendidas para o exterior 60,8 mil unidades. De janeiro a maio, foram vendidos para outros países 181,6 mil veículos, uma queda de 42,2% em relação aos 314,1 mil exportados nos primeiros cinco meses do ano passado. (ABr)
07 de Junho de 2019
Publicação: DCI - Notícias
Demanda por caminhões cresce após greve e sustenta setor automotivo
Os juros baixos e a demanda forte por veículos pesados elevaram em 12,5% as vendas da indústria automotiva entre janeiro e maio de 2019 ante igual período do ano passado. Isso puxou a produção para 1,2 milhão de unidades, alta de 5,3% segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O que temos observado é que existe uma tendência por parte das empresas, sobretudo do segmento de transporte, para a composição de frota própria de veículos pesados e semi-pesados, para não dependerem tanto de companhias terceirizadas, diz o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes. Além disso, a taxa de juros para o financiamento dos automóveis tem auxiliado as vendas, segundo o executivo.
Conforme dados da Anfavea, no acumulado do ano até maio ante 2018, o crescimento na venda de caminhões foi de 48,5%, puxando o bom desempenho do setor. Só em maio, a produção subiu 51,2% ante o mesmo mês de 2018. O bom resultado foi influenciado também pela greve dos caminhoneiros no ano passado, além da fraca base de comparação no período anterior, diz. O dirigente, porém, ressalta que a previsão de crescimento de 11% deve ser revisada devido à queda das exportações.
Segundo Moraes, um dos maiores desafios desse ano está na grave recessão na Argentina. O recrudescimento da crise argentina foi crucial para a retração de 30% nas exportações de veículos ao vizinho, em maio de 2019 em relação a igual período do ano anterior. Diante da economia deteriorada, tendência ao congelamento de preços, juros altos e o compromisso assumido pelo governo argentino com o Fundo Monetário Internacional (FMI), devemos buscar a exportação também para outros mercados com potencial como por exemplo México e Colômbia, diz Moraes.
Além disso, ele lembra que o mercado argentino era responsável por 76% das vendas externas de veículos brasileiros. Atualmente, esse percentual caiu para cerca de 59%. De acordo com Moraes, ao passo que a participação argentina nas exportações brasileiras diminui, outros mercados ampliam as compras do Brasil do ano passado para 2019. A participação do México nas exportações passaram de 7% para 13% no período; e a Colômbia foi de 3% para 9%, complementou o dirigente, ressaltando que categorias como caminhões e ônibus devem impulsionar o movimento para os próximos anos.
Conforme o relatório divulgado pela Anfavea, a exportação de caminhões caiu 58,3% entre janeiro e maio de 2019 sobre o mesmo período do ano anterior o equivalente a 7 mil unidades a menos.
Para a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), Luana Miranda, as vendas externas de veículos brasileiros vem sofrendo quedas nos últimos 13 meses e não deve ter resultados positivos no curto prazo, mesmo com o esforço de diversificação de mercados. No ano passado, houve greve de caminhoneiros junto com o início da crise na Argentina. Isso faz com que toda a cadeia produtiva se desorganize e tenha impactos negativos no longo prazo, argumenta a pesquisadora. Questionada sobre resultados do mercado interno, ela diz que a base fraca de comparação dos últimos períodos auxiliou nesse saldo e que esse panorama pode ser considerado positivo. Para a especialista, esse é o primeiro passo para o setor recuperar as perdas acumuladas em vendas nos últimos períodos anuais.
07 de Junho de 2019
Publicação: D. Comércio BH - Notícias
Volkswagen apresenta versão esportiva do sedan-médio Jetta
O sedan de um GTI. É assim, segundo a Volkswagen, que o Jetta GLI é reconhecido mundialmente. Isso porque o modelo traz o mesmo conjunto mecânico (motor e câmbio), as inovações tecnológicas e os recursos de segurança e de assistência à condução do hatch esportivo Golf GTI.
Produzido sobre a plataforma MQB, a mesma do Polo e do Virtus, o Jetta GLI reforça a lista de sedans VW no Brasil e faz parte dos 20 lançamentos previstos pela montadora até 2020.
A novidade complementa a linha Jetta no País, sendo posicionada acima das configurações R-Line, Comfortline e 250 TSI. A configuração GLI é a única equipada com motor 350 TSI, com 230 cv. São 80 cv a mais do que o motor 250 TSI, 1.4 turbo de 150 cv, que equipa as demais versões.
Por que não GTI ou GTS? Simples, a sigla GTI é utilizada exclusivamente para carroceria hatch ao redor do mundo e, a gama GTS, é designada para versões esportivas intermediárias.
A nomenclatura GLI nasceu na década de 1980, nos Estados Unidos, como parte da estratégia de esportivos da Volkswagen no mundo, e se refere aos modelos de topo de gama, trazendo todo o apelo dos modelos GTI para os sedans. Daí a origem do nome Gran Luxury Injection (GLI).
É a primeira vez que a Volkswagen oferece no Brasil o Jetta GLI, que começa a ser distribuído à rede de concessionárias ainda este mês e será importada do México.
Design - No caso do GLI, uma versão esportiva, a proposta de design foi deixar o modelo com a aparência mais baixa. A parte inferior do veículo é toda contornada por elementos escuros e as rodas de 18 polegadas (pneus 225/45 R18) têm estilo dinâmico (direcional), ou seja, não são simétricas, o que resulta em um visual exclusivo e em harmonia com a proposta.
Destaque para o para-choque dianteiro - exclusivo para essa versão - com design mais esportivo, para a grade superior com elementos em formato de colmeia e para o friso horizontal vermelho conectando os faróis.
A barra que conecta a parte superior dos faróis, cromada nas demais configurações, é preta no Jetta GLI. Já a parte inferior dos faróis é unida por um filete vermelho.
Falando em faróis, o conjunto Full LED do Jetta GLI tem desenho diferenciado em relação às demais versões.
Na traseira, chama a atenção o difusor na parte inferior e o aerofólio na tampa do porta-malas, ressaltando a proposta do modelo. A saída dupla de escape cromada e toda a logotipia em vermelho complementam o conjunto. As pinças de freio dianteiras também são pintadas em vermelho.
Crédito: Divulgação
Assim como as demais versões, o Jetta GLI tem as seguintes medidas: 4,71 metros de comprimento, 1,80 metro de largura, 1,48 metro de altura e 2,68 metros de entre-eixos. O porta-malas tem capacidade para 510 litros e, o tanque de combustível, para 50 litros.
Interior - O interior escuro destaca os detalhes esportivos, como: forração do teto, colunas, laterais das portas, painel e bancos.
Crédito: Divulgação
Esse tom escuro, além de ser aconchegante e destacar a esportividade, deixa em evidência os elementos cromados do volante (o mesmo do GTI, com base reta), capas dos pedais e soleiras de porta. A ambientação escura também favorece os detalhes em vermelho, presentes nas costuras do banco, no volante e nos tapetes.
Motor e câmbio - O motor 350 TSI do Jetta GLI (2.0 turbo) é o mesmo que equipa, no mercado nacional, os modelos Golf GTI, Tiguan R-Line e Passat.
São 230 cv a 4.700 rpm, mantendo-se até 6.200 rpm. O torque máximo é de 35,7 kgfm (350 Nm), na faixa de 1.500 rpm a 4.600 rpm. A transmissão é a DSG, de dupla embreagem, com 6 marchas.
A combinação de baixo peso da carroceria, escalonamento de marchas, alta potência e torque elevado já em baixas rotações garantem um sedan esportivo de verdade. O modelo acelera de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos e, a velocidade máxima, é de 250 km/h, informou a Volkswagen.
O Jetta GLI é equipado, de série, com direção progressiva. Com respostas mais diretas, a direção progressiva diminui o trabalho do volante perceptivelmente em manobras e ao estacionar, em comparação aos sistemas de direção convencionais, que trabalham com uma relação de redução constante.
Outro componente que colabora para uma condução mais refinada é o sistema de suspensão independente nas quatro rodas.
Novo modelo conta com quadro de instrumento digital e som da marca Beats
A versão GLI chega ao Brasil como a configuração de topo do sedan-médio. Assim como a R-Line, ela conta com o Active Info Display (quadro de instrumento digital), controlador automático de velocidade (ACC), Front Assist com função City Emergency Brake, sistema de frenagem pós-colisão e regulagem automática do farol alto (FLA) como itens de série.
O volante multifuncional, revestido em couro, traz shift paddles (“borboletas"). Os bancos também são revestidos em couro (os dianteiros contam com regulagem elétrica e sistema de aquecimento e, o do motorista, oferece três posições de memória). A iluminação ambiente é ajustável em 10 tonalidades.
O recurso de seleção do modo de direção inclui quatro opções: Eco, que privilegia a economia de combustível; Normal, que mantém os ajustes de fábrica; Sport, para uma condução mais esportiva e individual, no qual é possível ajustar os parâmetros de direção, transmissão e outros assistentes de condução da forma que o condutor preferir.
Sistema de som - Na parte sonora, o sedan conta, de série, com o sistema de som da marca Beats, com 300 Watts e amplificador digital de 8 canais. O som de alta fidelidade é fornecido por 4 alto-falantes, 2 tweeters e 1 subwoofer com ajustes especiais.
O único opcional é o teto solar panorâmico (R$ 4,99 mil), que abrange mais da metade da área do teto do veículo. O Jetta GLI está disponível em seis cores: três sólidas (branco, cinza e vermelho), duas metálicas (cinza e prata) e uma perolizada (preto).
O Jetta atingiu a nota máxima de segurança em testes realizados pelo National Highway Traffic Safety Administration - NHTSA (órgão de segurança nos Estados Unidos).
O modelo conquistou 5 estrelas (de cinco possíveis) nos testes de colisão frontal, lateral e de sobreposição. Foram avaliados também todos os dispositivos eletrônicos de segurança e assistência à condução oferecidos de série.
Nesse quesito, estão presentes seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois do tipo cortina), bloqueio eletrônico do diferencial, sistema Start/Stop e função de frenagem de manobra (RBF).
Falando em freios, a GLI tem discos de freios cerca de 10% maiores, em comparação às demais versões do modelo. Os freios dianteiros têm discos ventilados de 312 milímetros. Na traseira os discos têm 300 milímetros. O sistema possui recurso BSW, de secagem dos discos de freio dianteiros, para ajudar a remover a água e dar mais segurança na frenagem em dias chuvosos.
O sistema de freios também traz as tecnologias de distribuição eletrônica da pressão de frenagem (EBD) e de assistência hidráulica à frenagem (HBA).
O sistema multimídia é o Discover Media, com tela de 8 polegadas que permite conectividade avançada com os smartphones por meio do App-Connect (Android Auto, Apple CarPlay e Mirrorlink) e oferece navegação integrada.
O Jetta GLI chega ao Brasil com garantia de três anos, sem limite de quilometragem. As três primeiras revisões são gratuitas (10.000 km, 20.000 km e 30.000 km).
06 de Junho de 2019 (16:46)
Publicação: Abril - Veja.COM
Exportação brasileira de veículos tem queda de 31% em maio
A exportação de veículos, em unidades, caiu 30,7% em maio em comparação ao mesmo mês do ano passado, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 6, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram 42,1 mil unidades vendidas ao exterior no mês passado, em soma que considera os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O volume, se comparado a abril, representa alta de 20,7%.
No acumulado do ano, as montadoras instaladas no Brasil venderam para outros países 181,6 mil veículos, o que representa uma retração de 42,2% em comparação a igual período do ano passado. O principal motivo para o tombo é a crise da Argentina, historicamente o principal destino das exportações brasileiras de veículos.
Em valores, as montadoras faturaram com as exportações 651,3 milhões de dólares em maio, queda de 38,3% sobre a receita de maio do ano passado, mas alta de 17,9% ante o faturamento de abril. No acumulado, as vendas ao mercado externo somaram 2,9 bilhões de dólares, recuo de 46,4% em relação a igual intervalo do ano passado.
Já a produção de veículos cresceu 29,9% em maio ante igual mês do ano passado. Foram 275,7 mil unidades produzidas no mês. É o maior volume para o mês desde 2014, quando a produção chegou a 281,3 mil unidades. Boa parte do crescimento é explicada pela greve dos caminhoneiros do ano passado, que ocorreu na segunda quinzena de maio. À época, o bloqueio das estradas obrigou todas as montadoras a interromper suas produções por alguns dias.
Em relação a abril, a produção do mês passado também teve alta, porém menos expressiva, de 3,1%. No acumulado de janeiro a maio, as montadoras somam 1,241 milhão de veículos produzidos, expansão de 5,3% em relação a igual período de 2018.
Emprego
Apesar do aumento na produção, as fabricantes eliminaram 146 vagas de emprego em maio. Em 12 meses, o saldo também é negativo, com o fechamento de 2.357 postos de trabalho. O setor terminou o mês passado com 130.008 funcionários, queda de 1,8% na comparação com o resultado de igual período do ano passado.
Nas vendas ao mercado interno, o balanço da Anfavea confirma números divulgados na segunda-feira pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os emplacamentos cresceram 21,6% em maio ante igual mês passado, para 245,4 mil unidades. Em relação a abril, houve alta de 5,8%. No acumulado, foram 1,085 milhão de unidades vendidas, aumento de 12,5% sobre o resultado de igual período do ano passado.
07 de Junho de 2019 (16:46)
Publicação: Valor Econômico
Fusão frustrada aprofunda distanciamento da Renault com a Nissan
Por Nikkei Asian Review
TÓQUIO, FRANKFURT E PARIS - O plano ambicioso da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) de criar uma das maiores alianças de automóveis do mundo com a Renault, e potencialmente com a Nissan e a Mitsubishi, ruiu em apenas dez dias.
AP Photo
A decisão da FCA de retirar a proposta de fusão foi desencadeada por insistentes esforços do governo francês, o maior acionista da Renault, de ampliar seu pode de decisão. Suas reivindicações incluíam que a Renault assegurasse altos cargos na entidade resultante da fusão, incluindo o de CEO, e que o governo francês recebesse um ou mais assentos no conselho.
Os eventos revelaram a interferência descomunal que Paris tem na Renault, bem como a dificuldade que outras montadoras têm em formar uma aliança com a empresa francesa.
O fato de a Renault manter a Nissan à margem durante os estágios iniciais de suas negociações com a FCA aprofundou a divisão na já complicada aliança franco-japonesa e provavelmente levará a mais resistência da Nissan para uma integração completa.
"Precisávamos de mais tempo para avaliar os prós e contras da Nissan. Dissemos isso a eles", disse o presidente e CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, a jornalistas na quinta-feira, quando perguntaram por que os dois representantes da Nissan se abstiveram de votar a proposta de fusão.
"Estou aberto a expandir a aliança, mas qualquer um seria cauteloso se um parceiro de repente se transformasse em uma empresa diferente", disse Saikawa. Perguntado se o fracasso da fusão foi bom para a Nissan, Saikawa respondeu: "Eu não sei".
Outros dentro da Nissan são mais sinceros sobre o seu desgosto pela fusão. "O colapso nas negociações é uma vantagem para nós", disse um executivo da Nissan.
Em uma aliança com uma FCA-Renault combinada, a Nissan correria o risco de ser rebaixada a um parceiro menor. "Estou sinceramente aliviado", disse o executivo da Nissan.
Mas o caminho à frente parece rochoso para os dois lados.
Agora que a FCA se afastou, aprofundar seu relacionamento com a Nissan parece ser a única opção da Renault. Em abril, a Renault lançou um plano de fusão com a Nissan. Dizem que ela preparou uma proposta escrita oficial.
A Nissan há muito tempo tem resistido a aberturas para ser engolida por seu parceiro francês. O papel dominante do governo francês nas negociações da FCA aprofundou essa desconfiança ainda mais.
Durante as discussões com a FCA, Paris, que detém dois assentos no conselho da Renault, continuou pressionando por concessões que favorecessem o Estado francês, informou a mídia local. "O governo continuou se envolvendo repetidas vezes", disse uma fonte próxima às discussões. "Não havia como encontrar um equilíbrio."
O fato de as autoridades do governo francês ultrapassarem a chefia da equipe executiva da Renault e liderarem as negociações apenas corrói as chances de a Nissan entrar em discussões de fusão com a Renault.
"Essencialmente, o presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, não recebeu total autonomia", disse um executivo da Nissan. "A fusão com uma empresa liderada pelo governo francês é inaceitável."
Outras montadoras globais compartilham a mesma preocupação, que ameaça deixar a Renault isolada. Na quinta-feira, as ações da montadora francesa caíram 8%, em contraste com as ações da FCA, que estavam relativamente estáveis nas negociações europeias.
Saikawa permanece diplomática quanto à possibilidade de integração com a Renault. "Estou aberto a continuar as discussões, e isso não mudou", disse ele. "No entanto, a Nissan deve se concentrar em restaurar os ganhos", acrescentou ele, sugerindo que tais negociações não ocorrerão em um futuro próximo.
07 de Junho de 2019
Publicação: Valor Econômico
Anfavea analisa rever previsão de produção neste ano
Por Marli Olmos | De São Paulo
O impacto provocado pela crise argentina nas exportações de veículos tem sido maior do que esperavam os fabricantes. Isso tende a, consequentemente, levar a uma perda de produção acima do calculado pelo setor.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, nos próximos dias a entidade vai analisar a possibilidade de rever a previsão de produção para este ano.
Em janeiro, a Anfavea anunciou que calculava, para 2019, um crescimento de 9% no volume de veículos produzidos na comparação com o ano anterior, quando foram fabricadas 2,87 milhões de unidades. Segundo Moraes, a estimativa inicial já foi calculada prevendo a crise no país vizinho. "Mas esperávamos que o impacto fosse menor", disse.
De janeiro a maio foram exportados 181,5 mil veículos, uma queda de 42,2% na comparação com os primeiros cinco meses de 2018. Desse total, 107 mil unidades seguiram para o mercado argentino. No mesmo período de 2018, foram enviados ao país vizinho 233 mil veículos produzidos no Brasil. Há um ano, as montadoras embarcavam para a Argentina, em média, 45 mil veículos por mês. O volume caiu à menos da metade.
A Argentina continua a ser o principal mercado externo para as montadoras. Mas sua participação está em declínio. Era de 76% no acumulado até maio de 2018 e passou para 59% no mesmo período deste ano. Na mesma base de comparação, a fatia do México, o segundo maior mercado, subiu de 7% para 13%. Também aumentaram a participação a Colômbia (de 3% para 9%) e o Chile (de 5% para 7%).
No mês passado, o mercado de veículos novos manteve ritmo de expansão, o que ajudou a compensar as perdas com exportação. Em maio foram licenciados no país 245,4 mil veículos, o que representou crescimento de 21,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
A Anfavea aponta a oferta de crédito, que aumentou 21% em um ano, como justificativa da expansão das vendas no mês passado. Soma-se a isso a venda direta de veículos para grandes frotistas, como locadoras. Além disso, em maio de 2018, o movimento em toda a atividade econômica do país encolheu por conta da greve dos caminhoneiros.
No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, no entanto, a expansão das vendas foi menor. O licenciamento de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no período somou 1,08 milhão de unidades, uma alta de 12%.
Foram produzidos no mês passado 275,7 mil veículos, o que representou um avanço de 29,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já no acumulado do ano, o crescimento foi menor. Com total de 1,24 milhão de unidades, a alta foi de 5,3%.
Para o presidente da Anfavea,, os resultados positivos do setor automotivo se devem também a um longo processo de recuperação, que começou há dois anos, depois de uma retração de mais de 40% entre 2015 e 2016.
Ao divulgar o desempenho do setor, ontem, Moraes reclamou da necessidade de o país fazer uma simplificação tributária e burocrática. A Anfavea calcula gasto anual, no setor, de R$ 2,3 bilhões só com o que chama de custo burocrático-tributário. Trata-se de valor maior que o total de R$ 1,5 bilhão previsto com pesquisa e desenvolvimento no programa Rota 2030. "Ou acabamos com esse sistema tributário ou ele acaba com o Brasil", disse Moraes, que chamou o quadro de "manicômio tributário".
O dirigente citou o exemplo do processo de importação de airbag, item obrigatório nos veículos. As etapas para a entrada do equipamento no país somam 15 passos burocráticos de requerimentos. Segundo o dirigente, concluir o processo todo pode levar até 50 dias.
07 de Junho de 2019 (16:46)
Publicação: Valor Economico
Estado é peça chave no quebra-cabeça das fusões de montadoras
Por Marli Olmos | De São Paulo
Não será tão fácil para os fabricantes de veículos fechar fusões globais sem o aval dos governos. Isso independe de o Poder Público ter ou não ações numa montadora, como é o caso do governo da França, que detém participação na Renault e cujas exigências levaram ao fracasso no acordo da empresa francesa com Fiat Chrysler na quarta-feira. Segundo Jaime Ardila, consultor internacional, fusões nessa indústria não saem sem aprovação governamental sempre que o Estado considere o setor estratégico. E isso ocorre na maior parte dos países.
A cautela se deve, sobretudo, porque as tecnologias desenvolvidas pelas empresas do setor automotivo costumam ser usadas na área de defesa - militar e até espacial, diz o consultor. Para ele, ao encerrar as negociações com a Renault, começam a se esgotar as opções para a Fiat Chrysler na busca de nova aliança. A empresa já bateu à porta de outras grandes, como General Motors - diversas vezes -- e Volkswagen. Nenhuma delas se interessou.
Há tempos, a Fiat Chrysler busca um sócio com vistas a conseguir fôlego para colocar em prática projetos necessários, como veículos elétricos. Caso não encontre um parceiro entre as montadoras tradicionais uma das soluções seria aproximar-se de alguma empresa chinesa. Ardila prevê, no entanto, uma imediata resistência do governo dos Estados Unidos, que está em plena guerra comercial com a China.
"Não acredito que as autoridades americanas aceitem um acordo da Chrysler, carregada de novas tecnologias, com chineses", afirma o colombiano Ardila, ex-presidente da General Motors na América do Sul e sócio-fundador da Hawksbill, uma empresa de consultoria, criada há três anos e com sede nos Estados Unidos.
Ardila lembra que há tempos veículos militares e projetos espaciais dos EUA, incluindo os primeiros foguetes enviados à Lua, carregam algum tipo de tecnologia desenvolvida pelas montadoras. Isso ganhou força nos anos 70. Ele não tem dúvidas de que as novas tecnologias, voltadas à eletrificação dos veículos e, principalmente, conectividade são projetos que interessam ao Pentágono e aos departamentos de defesa de outros países.
O consultor não duvida que Fiat Chrysler e Renault retomem as conversas. Para ele, essa união faz muito sentido em termos de complementariedade de produtos. Ontem, a Renault distribuiu aos funcionários uma carta dizendo que as negociações foram interrompidas para que o governo francês tenha mais tempo de avaliar a proposta. Mas dentro das empresas há dúvidas.
Para Ardila, a Renault, a partir de agora, fica numa posição confortável se conseguir manter a aliança que mantém com a Nissan há 20 anos. Já a Fiat precisa continuar sua peregrinação em busca de novo parceiro. Uma vez descartada a aproximação com os chineses dar certo, segundo o raciocínio do consultor, o grupo poderia voltar-se para outros asiáticos.
Uma alternativa mais radical para montadoras seria juntar-se a uma empresa de tecnologia do porte de Google ou Apple
"No Japão, a Nissan já demonstrou que não tem interesse. A Toyota está mais interessada em acordos de cooperação; por razões culturais prefere manter estratégia própria, enquanto que Fiat Chrysler precisa de uma fusão. A Honda está mais próxima da General Motors, embora seu desejo seja manter-se independente, como rainha da tecnologia em motores e motocicletas. E as marcas coreanas são mais complicadas; têm muitos problemas internos", destaca.
Se tivesse que apostar em outro parceiro ideal para o grupo ítalo-americano Ardila apontaria uma marca de luxo como a BMW. Embora tenha boa saúde financeira e esteja no topo da agenda de desenvolvimento tecnológico dos carros, a BMW, diz Ardila, "está ficando um pouco pequena para o mundo de hoje".
Uma alternativa mais radical seria juntar-se a uma empresa de tecnologia do porte de Google ou Apple. "Essas empresas podem comprar uma montadora, mas não têm demonstrado interesse", afirma o consultor. Segundo ele, incomoda aos grupos tecnológicos ter que lidar com os pesados ativos das montadoras, o que inclui problemas logísticos e relações turbulentas com sindicatos.
Durante um tempo, surgiram no mercado rumores de que o grupo PSA Peugeot Citröen estaria interessado na Fiat Chrysler. Nesse caso, a negociação teria que, mais uma vez, enfrentar os interesses do governo francês, dono de 13,7% das ações da companhia.
Há dois anos, a PSA comprou a Opel, uma empresa europeia que pertencia à GM. A Opel dava prejuízo nas mãos dos americanos, mas ajudou os franceses a engordar os lucros logo no ano seguinte. O grupo vai bem financeiramente, mas tem participações de vendas pequenas fora da Europa e sequer aparece em alguns dos maiores mercados do mundo, como os Estados Unidos. A PSA continua a ser uma companhia "muito europeia" na opinião de Ardila. Poderia ganhar novos ares e a chance de expansão caso se juntasse a outra empresa.
No início do ano, Ford e Volkswagen fizeram uma aliança que pode ser, segundo Ardila, o primeiro passo para uma futura compra da empresa americana pela alemã. Por enquanto, a família Ford ainda luta para preservá-la independente, diz.
Outra venda ou parceria à vista, nas projeções do consultor, pode envolver a Tesla, produtora de carros elétricos fundada por Elon Musk. Para Ardila, a Tesla vai acabar por se juntar a outra empresa, que poderá ser até da área de tecnologia.
As fusões no setor estão longe de terminar, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. "A necessidade de investir pesado em tecnologias como eletrificação, carro autônomo e conectividade estão mudando nosso modelo de negócios."
No meio automotivo, há quem aposte que a Fiat pode voltar a tentar nova aproximação com a Volks, o maior produtor de veículos do mundo. A vantagem, para a montadora alemã, seria ganhar acesso ao mercado americano.
Outros concordam com Ardila na opinião de que a conversa com Renault pode ser retomada. É possível até, dizem alguns, que a retirada da proposta tenha sido uma espécie de blefe. Uma forma de colocar pressão. Para uma fonte do setor, poderia ter sido jogada "a la Marchionne".
Sergio Marchionne, que comandou a Fiat até a sua morte, em julho do ano passado, era conhecido pela ousadia e esperteza nas negociações. "Agia como num jogo de pôquer", diz pessoa próxima a ele. Foi ele, aliás, que negociou a bem-sucedida fusão com a Chrysler, que acabou por evitar que a Fiat saísse de cena.