07 de Fevereiro de 2019 (11:56)

Publicação: Baguete Diário - Notícias

Valmet busca transformação de TI com Capgemini

A Valmet tem sede na Finlândia e está presente no Brasil com três unidades. Foto: Divulgação.

A Capgemini fechou um contrato plurianual com a Valmet, desenvolvedora e fornecedora global de tecnologias de processo, automação e serviços para as indústrias de celulose, papel e energia.

Com faturamento de € 3,2 bilhões em 2017, a Valmet tem sede na Finlândia e está presente no Brasil com três unidades.

A partir do contrato, a Capgemini vai oferecer recursos de gerenciamento e desenvolvimento de aplicações com o objetivo de reduzir os custos de TI da Valmet.

Parte da equipe interna de serviços de TI da Valmet será transferida para a Capgemini, com o objetivo de integrar a equipe nas iniciativas de transformação de TI.

A Capgemini gerenciará e desenvolverá o amplo cenário de TI da Valmet, incluindo sistema de ERP, delivery, engenharia e aplicações de gestão do ciclo de vida do produto (PLM). A empresa ainda se envolverá na implementação do cronograma da transformação de TI da companhia.

Os novos projetos darão suporte aos recursos industriais, ao cenário de PLM e aos serviços de campo da Valmet.

“As soluções inovadoras e comprovadas da Capgemini estão bem alinhadas às ambições de transformação digital da Valmet. Trabalhando em conjunto, a Capgemini nos ajudará a avançar para atividades mais estratégicas e de valor agregado, contribuindo para o sucesso futuro da Valmet", diz Janne Puustinen, vice-presidente de tecnologia da informação da Valmet.

A Valmet conta com 12 mil funcionários globalmente. A empresa tem mais de 220 anos de história e a atual constituição surgiu da divisão dos negócios de celulose, papel e energia do Metso Group em dezembro de 2013.

No Brasil, a Valmet está presente com 3 unidades. A gestão da Valmet na América do Sul está centrada em sua unidade de Araucária, no Paraná, com o suporte de unidades em Sorocaba e Belo Horizonte, além dos escritórios chilenos em Santiago e Concepción

07 de Fevereiro de 2019 (11:16)

Publicação: Maxpress - Releases

Tecniplas projeta crescimento de 10% em 2019

Referência na fabricação de tanques e equipamentos especiais em compósitos de PRFV (Plástico Reforçado com Fibras de Vidro), a Tecniplas prevê um crescimento de 10% nas suas vendas em 2019. O resultado deve ser garantido principalmente pela demanda do setor de papel e celulose, acredita Luís Gustavo Rossi, diretor da Tecniplas.

“O mercado de papeleiras está no seu ciclo de novos investimentos, com grandes grupos injetando recursos no Brasil. Em paralelo, algumas empresas já estabelecidas sinalizaram que pretendem atualizar ou ampliar os seus parques industriais, o que impacta diretamente no nosso negócio", comenta.

Em função da elevada resistência química típica dos compósitos, os reservatórios e demais equipamentos fabricados pela Tecniplas são largamente utilizados pelas empresas cujos processos envolvem a manipulação e armazenagem de produtos corrosivos, caso das fabricantes de papel. O mesmo acontece no setor de mineração, principal responsável pela estabilidade do faturamento da Tecniplas em 2018 - ao longo do ano, a empresa participou de diversos projetos de exportação.

“Nosso faturamento manteve-se estável no ano passado, e isso é uma excelente notícia, porque o período foi marcado pela instabilidade econômica e postergação generalizada dos investimentos, devido às eleições", lembra Rossi

Sob o ponto de vista técnico, ele ressalta que a principal novidade de 2018 para a Tecniplas foi a preocupação com a energia estática presente em determinados fornecimentos. “Para atender a esse novo requisito, desenvolvemos laminados especiais, ajustados às normas internacionais de fabricação e de acordo com os exigentes índices de controle de qualidade e rastreabilidade apresentados".

Sobre a Tecniplas

Fundada em 1976, a Tecniplas é a maior fabricante brasileira de tanques e equipamentos especiais de compósitos em PRFV (plástico reforçado com fibras de vidro). Situada em Cabreúva (SP), onde mantém uma fábrica de 32 mil m², a Tecniplas atua nos setores de álcool e açúcar, papel e celulose, cloro-soda, química e petroquímica, fertilizantes, alimentos e bebidas e saneamento básico. Para mais informações, acesse www.tecniplas.com.br.

07 de Fevereiro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Vendam as ações da Suzano, alerta Itaú BBA com momentum “difícil"

A equipe de análise do Itaú BBA divulgou relatório de atualização de análise da Suzano (SUZB3), recomendando venda aos papeis da fabricante de papel e celulose, tendo em vista “o momentum difícil no curto prazo para os preços da celulose e para os resultados e a posição técnica do preço das ações".

De acordo com os analistas, a companhia enfrentará momentum complicado devido aos seguintes fatores: (i) queda dos preços da celulose na China e na Europa; (ii) volumes de vendas reduzidos no quarto trimestre de 2018 e no primeiro trimestre de 2019; (iii) recente valorização do real frente ao dólar.

“As ações da Suzano poderiam, portanto, permanecer sob pressão até que haja uma clara inversão da tendência de declínio nos preços de celulose em real", complementam os analistas.

A espera do suporte

Por último, a posição técnica do preço das ações iniciou nos últimos dias movimento de realização de lucros, após forte alta no mês de janeiro. “Com isso, o ativo encontrará suportes em 44,10 e 42,00 - forte patamar que mantém o ativo em tendência de alta", concluem os analistas.

06 de Fevereiro de 2019 (12:34)

Publicação: Money Times - Notícias

Suzano é nossa favorita no setor de papel e celulose, diz Bradesco BBI

A equipe de análise do Bradesco BBI divulgou relatório a seus clientes nesta quarta-feira (6) com a atualização das estimativas para a Suzano (SUZB3), após reunião com o CEO e o CFO da empresa.

Acompanhe as carteiras recomendadas de fevereiro

De acordo com os analistas Thiago Lofiego e José Cataldo, o foco principal da companhia é na extração de sinergias e na desalavancagem. Em relação ao primeiro ponto, o Bradesco BBI destaca a surpresa positiva “em algumas frentes". Por sua vez, no tocante ao menor nível de endividamento, os analistas acreditam que um patamar de dívida líquida na casa dos R$ 35 bilhões “seria ótimo" - R$ 10 bilhões a menos do que os atuais R$ 45 bilhões.

Para a instituição, a economia de escala predomina. “A empresa está ciente de seu papel de liderança no mercado global de celulose e a administração reiterou que a sua visão em relação à estratégia de volume continua sendo um dos principais pilares para a criação de valor, já que pode potencialmente levar a uma menor volatilidade de preços", afirmam os analistas.

Por fim, os analistas reafirmam a melhora na dinâmica do mercado de celulose, projetando retomada das exportações após o Ano Novo Lunar na China, na casa de US$ 720,00 a US$ 730,00 por tonelada, e reiteram a preferência pelas ações no setor de papel e celulose.

06 de Fevereiro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Suzano demite quase 60 trabalhadores de frente florestal em Lorena

A Suzano, fabricante de papel e celulose, informou nesta segunda-feira (4) que demitiu 57 trabalhadores de uma frente florestal em Lorena (SP). A medida é resultado da fusão com a Fibria, que provocou uma reestruturação organizacional da empresa.

De acordo com a Suzano, os trabalhadores desligados trabalhavam na colheita florestal. “A companhia está em processo de reorganização de sua estrutura organizacional e integração de equipes, ocasionando alguns ajustes em processos", justificou a companhoa em trecho da nota.

A empresa informou que concedeu um pacote compensatório aos trabalhadores demitidos, com extensão do plano de saúde, apoio na recolocação no mercado de trabalho, entre outros itens.

A unidade industrial da Suzano, em Jacareí, emprega diretamente mais de 3,3 mil profissionais.

07 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Economico

Klabin reverte prejuízo e tem lucro de R$ 913 milhões no 4º trimestre

Por Marcelle Gutierrez e Stella Fontes | Valor

SÃO PAULO - (Atualizada às 10h28) - A Klabin registrou lucro líquido de R$ 913 milhões no quarto trimestre de 2018, revertendo assim o prejuízo de R$ 83 milhões reportado no mesmo período de 2017.

Nessa mesma base de comparação, a receita líquida cresceu 21%, para R$ 2,78 bilhões. Desse total, 53% correspondem à receita originada no mercado interno (veja mais abaixo).

Segundo a empresa, a recuperação do lucro e o crescimento da receita ocorreram com o bom momento dos preços nos mercados internacionais e desvalorização do real frente ao dólar.

De outubro a dezembro de 2018, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 1,13 bilhão, uma alta de 33% ante igual intervalo do ano anterior. A margem Ebitda ajustada passou de 37% para 41%.

No quarto trimestre de 2018, a Klabin somou despesa financeira líquida de R$ 22 milhões, uma queda de 97% ante o mesmo período de 2017. Este resultado foi beneficiado por uma variação cambial líquida positiva de R$ 405 milhões e receita financeira de R$ 104 milhões, contra uma despesa financeira de R$ 531 milhões.

A melhora na linha financeira, combinada ao forte desempenho operacional no trimestre, contribuiu para a reversão do prejuízo líquido apurado um ano antes.

No trimestre, o resultado operacional da Klabin, antes das despesas financeiras, mais que dobrou na comparação anual, passando de R$ 526,9 milhões para R$ 1,094 bilhão. Mix de vendas, preços mais altos e maior volume de vendas de celulose explicam esse resultado.

Ao fim de dezembro, a dívida líquida da Klabin estava em R$ 12,4 bilhões, queda de 3% frente ao apurado três meses antes. A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda em reais, ficou em 3,1 vezes, comparável a 3,4 vezes em setembro. Em dólares, a alavancagem estava em 2,9 vezes, frente a 3 vezes no fim do terceiro trimestre.

Durante todo o ano de 2018, a Klabin registrou lucro líquido de R$ 137,4 milhões, um recuo de 74% na comparação com 2017. Também na comparação anual, a receita subiu 19,6%, para R$ 10,016 bilhões.

Nessa mesma base de comparação, o resultado líquido da Klabin no ano passado foi afetado por um aumento de 4,3 vezes da despesa financeira líquida, para R$ 3,052 bilhões em 2018 contra R$ 713,4 milhões em 2017, conforme demonstração financeira anual.

A Klabin encerrou 2018 com investimentos de R$ 956 milhões, praticamente em linha com os R$ 925 milhões desembolsados no ano anterior. A companhia se prepara para um novo ciclo de expansão, ainda pendente de aval do conselho de administração, que está estimado em US$ 2 bilhões.

A maior parte dos recursos aplicados no ano, R$ 462 milhões, foi direcionada a continuidade operacional. Projetos especiais e expansões somaram R$ 222 milhões, enquanto a operação florestal recebeu R$ 272 milhões em investimentos.

No quarto trimestre, a Klabin investiu R$ 280 milhões, dos quais R$ 76 milhões direcionados às operações florestais, R$ 164 milhões para continuidade operacional das fábricas e R$ 40 milhões a projetos especiais e expansões.

O conselho de administração da Klabin aprovou o pagamento de dividendos intermediários no montante de R$ 20 milhões. O valor por ação ordinária e preferencial corresponde a R$ 0,00379 e R$ 0,01899 por unit.

Os papéis passam a ser negociados como “ex-dividendos” a partir de 13 de fevereiro e o pagamento será realizado em 25 de fevereiro de 2019. O provento será imputado ao mínimo obrigatório do exercício social de 2019.

Vendas sofreram com incerteza política

As vendas em volume da Klabin ao mercado interno corresponderam a 47% do total comercializado pela companhia no período (861 mil toneladas, sem madeira), uma redução de três pontos percentuais na comparação com a fatia de 50% apurada um ano antes. Frente ao terceiro trimestre, a baixa foi de dois pontos percentuais.

Na receita líquida de R$ 2,79 bilhões, porém, a participação das vendas domésticas ficou em 53%, queda de seis pontos percentuais na comparação anual e estável frente ao terceiro trimestre.

Conforme a companhia, após meses de tensão no país e um período marcado por incertezas políticas e econômicas, a conclusão do processo eleitoral “trouxe mais confiança ao mercado pela agenda de reformas propostas pelo novo governo”, enquanto o câmbio se mostrou menos volátil e as taxas de juros ficaram estáveis, “apontando uma possível retomada da economia brasileira”.

Já no mercado internacional, o sentimento de cautela foi motivado pelas incertezas quanto à guerra comercial entre Estados Unidos e China. Contudo, a “estabilidade de oferta dos produtos, a demanda crescente e a restrição de uso de materiais não recicláveis por questões ambientais ainda trazem boas perspectivas para os preços de papéis para embalagem e celulose globalmente”.

O volume total de vendas da Klabin, sem incluir madeira, no quarto trimestre, cresceu 2% na comparação anual, para 861 mil toneladas, impulsionado sobretudo pelas vendas superiores de celulose.

No intervalo, as vendas da matéria-prima produzida na unidade Puma, em Ortigueira (PR), que bateu recorde de produção, atingiram 399 mil toneladas, com expansão de 10%. Desse total, 299 mil toneladas corresponderam a fibra curta e 100 mil toneladas, a fibra longa e fluff.

A receita total com celulose subiu 52% no quarto trimestre, a R$ 1,107 bilhão, diante da melhora nos volumes e do aumento dos preços internacionais.

As vendas de kraftliner, por sua vez, subiram 8% na comparação anual, a 93 mil toneladas, com destaque para a expansão de 25% nos volumes comercializados no mercado doméstico.

A receita com kraftliner saltou 39% na mesma base de comparação, a R$ 264 milhões, na esteira dos preços internacionais em patamar historicamente elevado — a cotação de referência na Europa, divulgada pela Foex, fechou o período com média de US$ 843 por tonelada, alta de 3%.

Já as vendas de cartões revestidos recuaram 13% ante o quarto trimestre de 2017, para 165 mil toneladas, enquanto a receita manteve-se praticamente estável, com alta de 1%, a R$ 583 milhões, diante do redirecionamento de vendas para mercados com maior rentabilidade.

Em embalagens, as vendas em volume da Klabin subiram 1% no trimestre, na comparação anual, para 192 mil toneladas, e a receita avançou 8%, a R$ 721 milhões.

O custo caixa de produção de celulose da unidade Puma da Klabin ficou em R$ 700 por tonelada no quarto trimestre, com alta de 2,8% na comparação anual, inferior à inflação, diante da maior diluição do custo fixo e maior geração de energia.

Esses fatores ajudaram a reduzir os efeitos da alta nos preços o aumento dos preços de óleo combustível e da maior compra de madeira de terceiros no custo.

No intervalo, a linha de celulose de Ortigueira operou acima da capacidade nominal, com a produção de 416 mil toneladas, alta de 6% frente ao quarto trimestre de 2017, marcando um novo recorde.

Já o custo caixa unitário total da Klabin no trimestre, que contempla a venda de todos os produtos, foi de R$ 1.920 por tonelada, 11% acima do registrado um ano antes, diante dos preços mais altos de produtos químicos, óleo combustível e frete.

07 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico

Emissão de bônus opõe sócias da Eldorado

Por Stella Fontes | De São Paulo

A emissão de US$ 500 milhões em bônus da Eldorado Brasil foi aprovada ontem em assembleia e, mais uma vez, colocou em lados opostos J&F Investimentos, holding da família Batista, e Paper Excellence, do empresário indonésio Jackson Wijaya. As sócias brigam na Justiça pelo controle da produtora de celulose e a disputa será decidida na arbitragem.

Enquanto a CA Investment, empresa da PE no Brasil que tem 49,41% das ações da Eldorado, votou contra a operação, a J&F deu voto favorável. Como a holding dos Batista é dona de 50,59% do capital da produtora de celulose, a operação foi aprovada. A assembleia aprovou ainda a prestação de garantias pela Cellulose Eldorado Austria GmbH.

Segundo uma fonte, a emissão do bônus para 2026 deve ser anunciada nesta quinta-feira ou amanhã. No encontro de ontem, a direção da Eldorado informou que os recursos serão usados para pagar linhas contratadas junto a agências de crédito à exportação (ECAs), que compuseram o financiamento da fábrica de Três Lagoas (MS). As linhas têm prazo até 2022 e custo de 2,8% a 5,69% ao ano mais variação cambial.

Venda da Eldorado à PE foi firmada em setembro de 2017. Foi avaliada em R$ 15 bilhões no total, somando equity e dívidas

Conforme a J&F, a emissão permitirá à Eldorado melhorar o perfil de endividamento, diante da substituição de compromissos mais antigos, e com vencimento no curto prazo, por uma dívida vincenda em sete anos. Para a PE, há irregularidades no processo, entre as quais incorreções no prospecto da emissão que podem gerar contestações futuras. Em seu voto, a empresa diz que vai buscar "os remédios legais disponíveis contra a J&F e a Eldorado".

Os eventos que antecederam a assembleia já indicavam que as sócias não estavam de acordo quanto à operação. Em reunião do conselho de administração no dia 21 de janeiro, que aprovou a emissão, o conselheiro independente que é indicado pela PE, José Luís de Salles Freire, se absteve sob a justificativa de que a convocação ocorreu sem a antecedência e as informações necessárias à análise. Uma semana depois, em nova reunião do colegiado, Freire acabou anexando seu voto como favorável à oferta.

No dia seguinte, porém, advogados da PE pediram, em correspondência enviada aos escritórios de advocacia White & Case LLP e Davis Polk & Wardell LLP, que representam fora do país os bancos envolvidos na operação e a Eldorado, a suspensão de todas as atividades relacionadas à emissão, sob a justificativa de que o memorando preliminar traz informações imprecisas ou incorretas.

Anteontem, em nova correspondência, a firma Mehigan LLP, em nome da PE, reiterou "preocupações significativas" em relação ao prospecto e informou que sua cliente levantou inconsistências no cálculo do resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Eldorado. No mesmo dia, os advogados da PE também enviaram carta à Securities and Exchange Commission (SEC), à qual foi anexada a mensagem enviada às firmas que representam os bancos e a Eldorado.

Segundo fontes próximas à operação, com essa comunicação, a PE estaria buscando se proteger de eventuais contestações de investidores no futuro. A emissão, que tem dispensa de registro, não está sujeita a um órgão regulador específico. Procurada, a Eldorado, informou que a operação está em estrita consonância com a regulamentação em vigor e divulga informações consistentes e corretas. "Neste contexto, lamenta que um de seus acionistas se sinta desconfortável, mas tem segurança de que a operação é de grande importância", acrescentou.

O contrato de venda da Eldorado à PE foi assinado em setembro de 2017, em operação que avalia a companhia em R$ 15 bilhões. Pelos 49,41% de ações que detém, a PE já desembolsou cerca de R$ 3,8 bilhões. Pelo acordo, as ações remanescentes da empresa, detidas pela J&F, poderiam ser compradas no prazo de 12 meses, desde que garantias prestadas pela holding dos Batista a dívidas da produtora de celulose fossem liberadas.

Sob a alegação de que essa condição não foi cumprida, a J&F declarou o contrato extinto em setembro passado. A PE acusa a holding de ter dificultado deliberadamente as liberações das garantias. No entendimento da empresa, ao manter direitos previstos no contrato, a Justiça reconheceu sua validade até o fim da arbitragem. (Colaborou Silvia Rosa)

06 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico

Fim de royalties trará avanços à Klabin

Por Stella Fontes | De São Paulo

Com o provável fim do pagamento de royalties por uso da marca, a Klabin vai aprimorar sua governança corporativa e encerrar um assunto que não é abordado recorrentemente, mas tampouco é bem visto pelos investidores. Na segunda-feira à noite, em fato relevante, a companhia confirmou que o conselho de administração aprovou as condições de uma proposta da diretoria para finalizar o contrato de licenciamento em vigor, conforme informou o Valor na semana passada, num movimento que também abre caminho para um novo ciclo de expansão.

O encerramento efetivo do pagamento dos royalties, que é feito a membros da família Klabin, uma das fundadoras da centenária fabricante de papéis, embalagens e celulose, ainda depende da análise da integralidade da operação, que envolve a incorporação da Sociedade Geral de Marcas Ltda (Sogemar), e do aval dos acionistas minoritários. Mas a Klabin não deve encontrar dificuldades nessas etapas finais do processo, já que as condições são consideradas bastante razoáveis por analistas.

Com a incorporação da Sogemar, os Klabin receberão o equivalente a cerca de R$ 344 milhões em novas ações ordinárias da companhia, com diluição pouco significativa da base acionária. Uma cláusula de lock-up estabelece que esses papéis não podem ser vendidos por um prazo de cinco anos.

Diretoria propôs incorporar a Sogemar, dona das marcas, que foi avaliada em cerca de R$ 344 milhões

Além disso, o montante acertado embute desconto de aproximadamente 50% sobre o valor presente dos royalties, conforme laudo de avaliação da Deloitte Touche Tohmatsu, e é inferior aos R$ 450 milhões a R$ 500 milhões inicialmente pretendidos pela família. Quanto maior o desconto, diziam analistas, maior o avanço em termos de governança.

O conselho de administração da companhia decide nesta quarta-feira sobre a convocação de uma assembleia geral extraordinária, na qual acionistas minoritários analisarão o assunto. Os controladores decidiram não participar da votação, de forma a evitar conflito de interesse.

A Klabin tem hoje, por contrato, o direito de explorar sete marcas de titularidade da Sogemar, entre as quais a que dá nome à companhia. Os royalties são calculados com base em um determinado percentual das vendas líquidas de produtos que são identificados com essas marcas, no caso caixas de papelão ondulado e cartões. Anualmente, esses pagamentos vinham em torno de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões.

Para analistas, o aval do conselho de administração é positivo do ponto de vista da governança corporativa e indica que o novo ciclo de expansão da companhia pode estar perto de ser anunciado. Em relatório, os analistas Marcos Assumpção, Daniel Sasson e Carlos Eduardo Schmidt, do Itaú BBA, destacaram que esse pode ser o primeiro passo em direção a projetos de crescimento no curto prazo.

"Depois de encerrar o pagamento de royalties sem desembolso de caixa e considerando a forte desalavancagem financeira recente, acreditamos que a Klabin poderia anunciar os novos projetos de crescimento no primeiro semestre, o que deve atrair novamente os investidores", afirmaram os analistas.

Para o BTG Pactual, o pagamento dos royalties pesou no sentimento dos investidores em relação à companhia e a notícia deveria ser bem recebida pelo mercado, uma vez que indica melhoria de governança corporativa e o valor acertado está bem abaixo do que se esperava inicialmente. As units da companhia terminaram o dia com alta de 3%, para R$ 19,90.

Em relatório de ontem, os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure, escreveram que, se concretizado, o acerto de R$ 344 milhões em ações ordinárias a serem emitidas pela companhia resultaria em diluição de 1,5% dos acionistas e, uma vez que não haverá pagamento em dinheiro, não há mudança na alavancagem financeira no curto prazo.

Na avaliação do UBS, o potencial encerramento do pagamento de royalties por uso da marca é positivo e pode ser visto como o primeiro passo rumo à aprovação do novo ciclo de crescimento da companhia. Em relatório, os analistas Marcio Farid e Andreas Bokkenheuser lembraram que alguns dos produtos cuja produção será ampliada com expansão estão sujeitos a esse pagamento, o que poderia reduzir a rentabilidade do projeto e gerar algum atrito com minoritários.

O provável fim pela licença de uso de marca é ainda visto como avanço na governança corporativa da Klabin - outra melhoria seria a simplificação das classes de ações.

"Com o primeiro assunto potencialmente encaminhado após o anúncio de ontem, acreditamos que a simplificação das classes de ações, que poderia ser seguida de migração para um nível mais elevado de governança corporativa (Novo Mercado) poderia ser um catalisador positivo", escreveram os analistas, lembrando que o estatuto social da empresa impede o pagamento de prêmio de controle no caso de unificação das classes de ações.

04 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico

Empresas trocam escala por inovação em aquisição

Por Maria Luíza Filgueiras | Valor

SÃO PAULO - A transformação de negócios por modelos digitais e a pressão de novos concorrentes estão alterando o perfil das transações de fusões e aquisições (M&A, no jargão em inglês) no mundo todo. Um levantamento global exclusivo da consultoria Bain&Company mostra que, dos US$ 3,4 trilhões em transações de M&A em 2018, as operações em busca por uma inovação ou uma habilidade específica ou por digitalização de modelo de negócio e desenvolvimento de tecnologias superaram, pela primeira vez, as operações por ganho de escala em um segmento em que as empresas já atuavam.

As chamadas operações por escopo responderam por 51% das aquisições, ante 49% das transações por escala. No universo de escopo, 15% das operações buscavam especificamente uma nova capacidade que a companhia não detinha — há três anos, essa participação era de 2%. Esse crescimento de operações por escopo em resposta à indústria de disrupção e desafios de crescimento pode ser “a maior mudança no mercado de M&A na última década”, aponta o estudo.

Conforme a pesquisa, a busca por segmentos complementares acontece em um cenário de crescimento mais lento nos mercados desenvolvidos e também emergentes, que impede um maior crescimento orgânico e demanda novas aquisições. Isso é combinado com o nível de consolidação já existente em certos segmentos, que só permite que as companhias cresçam em outras direções com aquisições, por limitações regulatórias.

Já a escolha por escopo se dá por produtos ou serviços inovadores, normalmente digitais, e transações entre setores, que possam transformam e redefinir o modelo de negócio combinado, resultante da operação. “Algumas operações unem escopo e escala. A transação entre a Embraer e a Boeing é um bom exemplo disso”, diz André Castellini, sócio da Bain. “A Boeing fez uma operação por escopo, para um segmento de aeronave que ela não tem e por conhecimento de engenharia, enquanto a Embraer fez uma escolha por escala.”

A operação de aquisição pelo Itaú de parte da plataforma de investimentos XP também se enquadra nessa nova fase de busca por escopo, aponta Castellini. Além de a XP trabalhar com plataforma on-line, a companhia atua em um segmento que não é central para o banco — que, normalmente, procuraria aquisições de outras instituições financeiras. “É um exemplo clássico da busca por um modelo de negócio diferente e pelo universo digital”, diz.

Nessa mesma linha, algumas das maiores transações globais de M&A do ano passado não foram para tornar a empresa maior ou gerar custos de sinergia, mas para complementar tecnologias e serviços e ampliar áreas de atuação ou especialidades. A Amazon comprou a PillPack, uma farmácia on-line, a Roche comprou a Flatiron, uma provedora de software especializada em registros médicos oncológicos, e a Medtronic comprou a Mazor Robotics, que fabrica um sistema que guia cirurgias de coluna. Nas aquisições por tecnologia, a Alibaba comprou a provedora on-line de entrega de comida Ele.me, a IBM comprou a empresa de software de fonte aberta Red Hat, e a Salesforce comprou a MuleSoft, provedora de software que conecta aplicativos, dados e aparelhos eletrônicos.

Nos bancos de investimento, a tendência de buscar operações de nicho e mais inovadoras já ficou clara. “Essas tendências são cíclicas. Há 10 anos, as grandes multinacionais de consumo estavam privilegiando ganho de escala com marcas globais, como ter uma única marca de maionese ou de sabão em pó”, diz Rodrigo Mello, diretor do banco de investimento Greenhill no Brasil. “Isso mudou em alguns casos. Há dois anos, a Unilever comprou a Mãe Terra, uma empresa com faturamento relativamente pequeno para uma multinacional e que atua em um segmento que a Unilever não tinha em outro país, pela especialização e conhecimento.”

Essas transações acabam tendo múltiplos mais elevados que a média das transações por escala. Enquanto as operações por busca de sinergia são medidas majoritariamente em múltiplos de geração de caixa, que ficam entre 6 e 12 vezes, a medida das transações de escopo tem sido por receita — já que muitas vezes elas ainda não têm rentabilidade, quando são empresas de novas tecnologias, principalmente. O levantamento da Bain aponta que as transações tiveram múltiplo de até 25 vezes a receita no ano passado.

“Essa mudança de perfil de transação traz um desafio para as companhias. Aquisições por escopo são mais difíceis de implementar”, ressalta Castellini. Além do desafio tradicional de integração, as empresas precisam incorporar equipes muito distintas e modelos de negócio com estratégias diferentes e que demandam outro tipo de habilidade e agilidade de gestão. No passado, o que muitos grandes grupos faziam era uma aquisição para engolir um concorrente e tirá-lo do mercado — uma vez absorvido, o negócio acabava se tornando irrelevante perto da atuação geral da compradora. Um exemplo citado por especialistas foi a compra da corretora Ágora pelo banco Bradesco, há 10 anos. Era uma corretora grande, considerada inovadora, mas com importância periférica no volume de negócios do Bradesco — no ano passado, o banco voltou a investir nesse segmento.

Uma das formas que as companhias têm encontrado para buscar novas tecnologias e serviços e pagar menos tem sido investir por meio de fundos de venture capital ou de compras diretas de participações em start-ups. O investimento corporativo em venture capital aumentou em quatro vezes nos últimos cinco anos. “É como o Cubo, do Itaú, que ajuda a desenvolver start-ups e o banco eventualmente compra algumas delas”, diz Castellini. Para as empresas de modelo tradicional, é uma forma de estar mais próxima às novas capacidades e não ser surpreendido pelo uso de inovações na concorrência e também uma forma mais barata, por vezes, do que desenvolvê-la internamente.

Segundo Mello, da Greenhill, para muitas companhias não justifica pagar um múltiplo de potencial crescimento se, quando a empresa for adquirida, ela pode perder parte do fôlego dentro de uma estrutura de negócios maior. “A operação pode ser muito pequena dentro de uma estrutura gigantesca. Não é todo comprador que vai conseguir extrair valor de inovações”, diz o executivo.

Apesar de escopo ter superado a escala, essa ainda é uma razão muito importante para as operações, especialmente no Brasil. “A transação entre Fibria e Suzano, a maior do Brasil, é por escala e ganhos de sinergia”, ressalta Castellini. A consultoria ainda não notou um aumento no ritmo de operações em janeiro, mês com volume similar ao do ano passado. “Mas o ritmo de operações deve aumentar, considerando o plano de governo para venda de ativos estatais e cisão de companhias e o efeito que isso tem na atração de investidores estrangeiros para outras transações também”, avalia o sócio da Bain. “Ainda é cedo para falar em volume, mas a expectativa é de aceleração.”

01 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico

Lucro da Stora Enso sobe 74% no 4º trimestre

Por Ivan Ryngelblum | Valor

SÃO PAULO - A Stora Enso, fabricante sueco-finlandesa de celulose e papel, informou nesta sexta-feira (1) que obteve no quarto trimestre de 2018 um lucro líquido de 304 milhões de euros, um aumento de 74,7% em relação aos 174 milhões de euros apurados no mesmo período de 2017.

A receita da companhia, na mesma base de comparação, cresceu 6%, indo de 2,5 bilhões de euros para 2,6 bilhões de euros. Este é o quarto trimestre consecutivo de crescimento da receita e o maior resultado para o período desde 2012, segundo a companhia.

A companhia se beneficiou no período de maiores preços de produtos vendidos em moedas locais e a diversificação de produtos vendidos. O resultado foi parcialmente compensado por menor volume de vendas, efeitos negativos do câmbio e a cisão da Puumerkki, fabricante de produtos de madeira para construção.

No acumulado de 2018, a Stora Enso registrou um lucro líquido de 988 milhões de euros, alta de 61%, e uma receita de 10,5 bilhões de euros, avanço de 4,4%.

A companhia possui um custo anual não protegido via hedge de 120 milhões de euros com o real em suas operações no Brasil. Segundo ela, uma desvalorização de 10% do real representa um efeito negativo de 12 milhões de euros no lucro operacional.

A Stora Enso informou ainda que a Veracel, parceria que possui com a Fibira na Bahia, possui um total de 468 hectares de terras ocupadas por movimentos sociais. No quarto trimestre, a empresa fechou um acordo com os movimentos para vender 3,3 mil hectares. Os 468 hectares estão ocupados por movimentos que não estão no acordo.

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