Conjuntura do Agronegócio

1. Comissão aprova relatório de MP com mudanças no Código Florestal

Por 15 votos favoráveis e três contra, o Congresso aprovou, nesta quarta-feira (8), o relatório da Medida Provisória 867 do deputado Sérgio Souza (PP-PR), que trouxe várias alterações no Código Florestal em vigor desde 2012 no país.

Entre as alterações estão a prorrogação do prazo máximo para que os produtores rurais façam adesão tanto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) quanto ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). O texto precisa passar ainda pelos plenários da Câmara e do Senado, pela sanção presidencial, antes de expirar em junho.

O parecer de Souza, que é vice-presidente da bancada ruralista, incluiu diversos pontos na MP originalmente encaminhada no ano passado, ainda no governo Michel Temer, e causou grande reação negativa do Ministério Público, de oito ex ministros do Meio Ambiente que apontaram “ataques ao Código Florestal” e ONGs.

A Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) chegou a divulgar um comunicado no qual argumenta que as modificações feitas nos artigos 29, 59 e 68 do Código Florestal são inconstitucionais e promete processos na Justiça contra o relatório de Souza, caso ele se torne lei.

O texto original da MP editada pelo Executivo propunha apenas um artigo, estendia para 31 de dezembro deste ano o prazo final para a adesão ao PRA, podendo ser prorrogada apenas por mais um ano e ainda reforçava a obrigatoriedade de inscrição no CAR –– de acordo com o Serviço Florestal Brasileiro, 99,9% dos imóveis rurais já fizeram o CAR, no entanto, principalmente a região Nordeste ainda possui produtores sem constarem do Cadastro.

Pelo relatório de Souza, no entanto, quem não inseriu os dados de sua propriedade no CAR terá até 31 de dezembro de 2020 para fazê-lo e, depois que for notificado pelo órgão ambiental no caso de ter passivo ambiental, terá mais um ano podendo ser prorrogado por mais um para aderir ao PRA, o que poderá extrapolar o prazo inicialmente proposto pelo Executivo.

Desde a última versão do Código Florestal, que vigora desde 2012 no país, o CAR já foi prorrogado diversas vezes. O produtor que não tiver CAR ficará sem poder tomar crédito rural com juros controlados pelo governo (Plano Safra).

“Não tem mais prazo para o CAR, mas se ele não fizer até fim de 2020, ele perde benefícios, como poder acessar as taxas de juros equalizadas pelo Tesouro”, disse Souza, que nega que seu relatório seja inconstitucional. “Entrar no STF é um direito, mas o Supremo não pode interferir no Legislativo, só se houver ilegalidade, o que não é o caso aqui”, acrescentou.

Uma das alterações que mais causou reação contrária foram as feitas no artigo 68 do Código, que passaram a prever marcos temporais para cada tipo de bioma (Cerrado, Amazônia, Pantanal) para definir qual lei deve ser usada à época em que foram feitos desmatamentos legais para dispensar o produtor de recompor vegetação. Segundo o relator, atualmente há grande insegurança jurídica em relação a esse ponto, que dá margem para diversas interpretações de juízes.

A oposição chegou a apresentar votos em separado propondo a aprovação apenas da MP originalmente enviada ao Legislativo. “A gente acredita que essa matéria será judicializada e o agronegócio brasileiro vai, de novo, perder credibilidade lá fora. Obviamente que reconhecemos toda a importância do agronegócio no Brasil, mas o que as pessoas querem ver lá fora é outro “Agro”, é um “Agro” que preza pela sustentabilidade e pela conservação florestal”, disse Rodrigo Agostinho (PSB-SP), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

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Fonte: Valor Econômico

2. Chinês e francesa dominam a corrida pelo comando da FAO

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro permanece oficialmente indefinido sobre quem apoiar na eleição que definirá o próximo diretor-geral da FAO, a agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, o sentimento majoritário, em Roma, aponta que a disputa deverá se afunilar entre dois candidatos.

Lideram a corrida o chinês Qu Dongyu e a postulante europeia, a francesa Catherine Geslain-Lanéelle. Apenas em seguida aparecem Davit Kirvalidze (Geórgia) e Ramesh Chand (Índia). Recente exposição dos quatro mostrou que são todos tecnicamente bem preparados, mas a decisão também dependerá, em boa medida, da qualidade de relações bilaterais.

No caso do Brasil, existe uma evidente expectativa sobre quem apoiar, por seu pesos na agricultura mundial e pelo fato de o país ser a terra natal do atual diretor-geral, José Graziano da Silva.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, estará na semana que vem em Pequim e um dos temas do debate será o candidato chinês. Se os chineses estiverem convictos de que vão vencer, um voto a mais é bom, mas não determinante. Mas, se considerarem que a disputa está apertada, politicamente um apoio brasileiro certamente será mais valorizado.

A decisão do Brasil vai ser tomada em conjunto entre a Agricultura e o Itamaraty. Na nova linha da política externa pró americana, surgiram rumores de um eventual apoio ao candidato da Geórgia, que pessoalmente diz ter o suporte do governo Trump - algo que os americanos não disseram explicitamente até agora.

Para fontes graduadas que acompanham a disputa, o que pode determinar o vitorioso será o apoio dos 53 países da Africa. De um lado, existe a influência francesa no continente, mas de outro está a China, que atualmente financia grandes projetos e argumenta que representará o mundo em desenvolvimento.

eleição na FAO ocorrerá no próximo dia 22 de junho. Resta mais de um mês para manobras. Além disso, é preciso ver o que aconteceu na Unesco, a agência da ONU para educação, ciência e cultura, em Paris. Pelo sistema de rotação, a vaga era destinada ao Oriente Médio. Mas quem acabou ganhando foi a candidata francesa Audrey Azoulay.

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Fonte: Valor Econômico

3. Trump oficializa aumento de tarifa para 25% sobre produtos da China

O Escritório do Representante do Comércio dos Estados Unidos (EUA) divulgou comunicado a respeito da decisão de Washington de elevar tarifas sobre o equivalente a US$ 200 bilhões em importações da China. No documento, publicado no Diário Oficial americano, o órgão diz que as tarifas serão elevadas de 10% para 25% na sexta-feira, dia 10. O anúncio da medida havia sido feito no domingo, dia 5, através de uma publicação na conta oficial do presidente Donald Trump no Twitter.

“Há 10 meses, a China tem pagado tarifas para os Estados Unidos de 25% sobre US$ 50 bilhões de alta tecnologia, e de 10% sobre US$ 200 bilhões em outras mercadorias. Esses pagamentos são parcialmente responsáveis por nossos excelentes resultados econômicos. Os 10% vão até 25% na sexta-feira”, disse o presidente norte-americano na rede social.

A decisão de Trump acontece na semana em que o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, visita o país norte-americano. Mesmo com a ameaça de Trump de elevar as tarifas, a viagem representante da China aos EUA foi confirmada. O encontro com a delegação americana deve acontecer entre quinta-feira e sexta-feira e o objetivo é continuar as negociações comerciais.

China volta atrás em pontos do acordo

Na quarta-feira, 8, o mercado repercutiu a notícia de que a China havia voltado atrás em importantes pontos do acordo comercial com os Estados Unidos após a ameaça de aumento da taxação.

De acordo com a consultoria Agrifatto, a informação poderia afastar novamente a expectativa de uma resolução da disputa no curto prazo. No entanto, a medida também foi entendida como uma pressão de Pequim para que os Estados Unidos não elevassem as taxações sobre as importações chinesas, o que de fato não aconteceu.

Entenda o caso

Após cúpula no fim do ano passado entre norte-americanos e chineses, em fevereiro, os Estados Unidos haviam adiado o aumento de taxas sobre US$ 200 bilhões. Agora, o representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, acusa a China de negligenciar compromissos anteriores.

Já o Ministério do Comércio da China reagiu ao anúncio dos Estados Unidos e disse que a escalada das tensões comerciais não será benéfica para as pessoas dos dois países, nem para as que se encontram em outras partes do mundo. O ministério ameaça ainda adotar o que chama de contramedidas, caso o lado americano eleve de fato as tarifas.

Vale lembrar que em sua publicação no Twitter, Trump afirmou que US$ 325 bilhões em bens adicionais comprados pelos americanos dos chineses permanecem sem cobrança, mas vão ser tarifados em breve, também em 25%.

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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural

Insumos

4. Grupo de nanotecnologia na Unesp busca insumos mais eficientes

O Grupo de Nanotecnologia Ambiental do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Sorocaba vem avançando em pesquisas para ampliar a eficácia de insumos agrícolas e reduzir o volume de agrotóxicos usados na agricultura.

Nesse sentido, está desenvolvendo novas formulações de defensivos químicos e bioinseticidas por meio da nanotecnologia, a tecnologia que opera em nível atômico (1 nanômetro equivale à bilionésima parte do metro), manipulando moléculas para obter novos produtos.

Essas pesquisas já conseguiram, por exemplo, duplicar a eficiência do herbicida atrazina, usado em lavouras de milho, sorgo e cana, por exemplo, para o controle de ervas daninhas.

"Não dá para imaginar que a agricultura atual vai suprir a demanda por alimentos da humanidade para as próximas décadas. Assim, se faz urgente o desenvolvimento de novas tecnologias”, afirma, em comunicado, o químico Leonardo Fernandes Fraceto, líder do grupo da Unesp.

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Fonte: Valor Econômico

5. Produtores rurais começam a questionar fim de benefícios de ICMS

Produtores rurais começaram a questionar normas estaduais editadas este ano para elevar a carga tributária de ICMS do setor agropecuário. No Tocantins, a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) obteve liminar para impedir o Estado de tributar o transporte interestadual de produtos que se destinem a empresas comerciais exportadoras. Na maioria dos contratos, o transporte é de responsabilidade dos produtores.

Além do Tocantins, foram editadas normas pelos Estados do Pará e São Paulo. O governo paulista publicou o Decreto nº 64.213, que revoga o direito a crédito em operações com insumos agropecuários isentos de ICMS. Advogados dizem que a norma é ilegal e inconstitucional.

A lista de insumos isentos, que consta do artigo 41 do Anexo I do Regulamento do ICMS de São Paulo, inclui herbicidas, vacinas, rações animais e medicamentos, entre outros produtos usados pelo setor agropecuário. Com a revogação do direito a crédito, a Secretaria da Fazenda estima para o ano um impacto positivo de R$ 211,5 milhões na arrecadação.

As isenções e reduções de base de cálculo do ICMS na venda desses insumos continuam vigentes. Porém, há aumento da carga tributária do setor porque antes os créditos dessas operações eram usados para quitar débitos do imposto estadual.

O governo paulista justifica que o Convênio ICMS do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) nº 74, de 2007, autoriza o Estado a revogar o direito ao crédito. Mas advogados especialistas em tributos argumentam que, por ter entrado em vigor logo após sua publicação, no feriado do dia 1º de maio, o decreto fere o princípio da anterioridade.

“Segundo o Código Tributário Nacional, a criação ou aumento de tributo só pode ser instituído respeitado o prazo nonagesimal [após 90 dias] e para valer a partir do exercício [ano] seguinte”, afirma o advogado André Menon, do escritório Machado Meyer Advogados. “Agora, o ICMS da aquisição desses insumos virou custo e não mais um tributo recuperável.”

Para Bruno Henrique Coutinho de Aguiar, sócio na área tributária do Rayes & Fagundes Advogados, o Estado errou ao fazer a mudança do dia para noite. “De acordo com o princípio constitucional da anterioridade, o governo só poderia fazer isso para entrar em vigor no ano seguinte”, diz. “Empresas já assinaram um série de compromissos e foram pegas de surpresa. Agora, terão que manter os preços antes negociados no mercado, sem mais direito a crédito”, acrescenta.

No Pará, o Decreto nº 28, de 2019, revogou a isenção de ICMS sobre transporte intermunicipal de soja e milho no Estado. Para Gabriel Hercos da Cunha, do Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimarães, Pinheiro & Scaff – Advogados, o decreto paraense também viola a anterioridade anual e nonagesimal porque o fim da isenção equivale à majoração de carga. “Clientes já consultaram e provavelmente vamos ao Judiciário. O agronegócio está sobreonerado nesses tempos de crise”, diz.

Por nota, a Secretaria da Fazenda paraense afirma que a revogação do benefício fiscal foi tomada "porque o transporte de grãos em operações internas não faz parte das isenções previstas na Lei Kandir". O impacto estimado na arrecadação é de R$ 30 milhões ao ano em ICMS.

No Tocantins, a Instrução de Serviço da Secretaria da Fazenda do Estado nº 1/2019 revogou a isenção do ICMS sobre o frete de produtos destinados a empresas comerciais exportadoras. Para Frederico Favacho, sócio do Mattos Engelberg Advogados e assessor jurídico da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a isenção é legítima. “A exportação não começa no porto, mas na venda com vistas à exportação. E tanto a Constituição como a Lei Kandir garantem a imunidade das exportações”, diz. “Ou seriam acumulados créditos que causariam grandes distorções nos balanços das empresas.”

Procurada pelo Valor, a Secretaria da Fazenda de Tocantins não deu retorno até a publicação da reportagem. A Procuradoria-Geral do Estado disse que ainda não foi chamada a se manifestar no processo.

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Fonte: Valor Econômico

6. Vendas de máquinas agrícolas caíram 25% em abril, diz Anfavea

A incerteza em relação à liberação de recursos para o financiamento de máquinas agrícolas por meio do crédito oficial prejudicou as vendas domésticas no mês de abril.

Segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas somaram 3,1 mil unidades no mês passado, queda de 24,8% ante abril de 2018 e de 17,5% sobre março deste ano.

Por outro lado, houve crescimento nas exportações, que ficaram em 1,3, mil unidades em abril, resultado 12,5% maior que ao apresentado há um ano e 13,8% superior ao divulgado em março.

A produção nacional atingiu 4,5 mil unidades, volume 10% menor que em abril de 2018 e 1% superior a março deste ano.

No acumulado do ano, as vendas de máquinas subiram 6,4% no mercado doméstico em relação ao mesmo período de 2018, chegando a 12,4 mil unidades vendidas. No período, as exportações recuaram 2,7%, para 3,9 mil unidades, enquanto a produção nacional diminuiu 9,9%, para 15,3 mil unidades.

O número de empregos no segmento de máquinas agrícolas aumentou 4,4% ante abril de 2018, para 19,7 mil postos de trabalho e foi 1,1% maior que março deste ano.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Dez anos após fusão, BRF ainda tenta ser 'campeã'

Dez anos após a compra da Sadia pela rival Perdigão, a BRF, empresa que resultou da operação, não conseguiu criar identidade própria nem tornar-se uma "campeã nacional", uma multinacional brasileira dominante no segmento de carne de frango. Juntas desde 2009, as duas não conseguiram ser maiores nem mais eficientes do que eram separadas. Os números mostram que a BRF, mesmo tendo feito aquisições no exterior nesse período, não expandiu a receita nem a rentabilidade.

No ano passado, as vendas no Brasil renderam R$ 16,2 bilhões. Cálculos do Valor Data mostram, porém, que em 2010 a receita líquida, corrigida pela inflação do período, foi de R$ 17,7 bilhões. Quando as ações da Sadia foram incorporadas pela Perdigão, em setembro de 2009, o grupo valia R$ 20,6 bilhões. No fim de 2018, o valor caiu para R$ 17,8 bilhões. Hoje, está em R$ 24,7 bilhões, graças ao surto de peste suína africana na China. Há três anos a BRF opera no vermelho. Em 2018, o prejuízo superou R$ 4 bilhões, o maior de sua história.

Os acionistas de Sadia e Perdigão nunca imaginaram que a fusão das empresas, marcas líderes do varejo nacional há décadas, as enfraqueceria. Em 2006, a Sadia fez oferta hostil (tentativa de compra do controle acionário na bolsa, sem acordo prévio) pela Perdigão. Três anos depois, a Perdigão comprou, com apoio do BNDES, uma Sadia em grave dificuldade financeira. O então governo Lula viu na fusão a chance de criar uma "campeã nacional". A nova empresa nasceu com o capital pulverizado, sem controlador.

Em abril de 2013, insatisfeitos com a rentabilidade da empresa, um de seus maiores acionistas, a gestora Tarpon, com apoio da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, convenceu o empresário Abilio Diniz a comprar ações na bolsa e a assumir a presidência do conselho de administração. Uma sucessão de erros desviou a companhia da rota esperada. A reestruturação do modelo de produção não deu certo e, em meio à recessão da economia brasileira, a BRF viu seu sonho de ser a "Ambev das carnes" tornar-se um pesadelo.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Brasil eleva previsão de exportação de carnes em 2019 com demanda chinesa, diz ABPA

O Brasil exportará em 2019 mais carnes de frango e de suínos do que o projetado inicialmente, com a indústria passando a contabilizar os efeitos de uma maior demanda da China pelos produtos brasileiros, avaliou nesta quarta-feira a associação ABPA. Isso ocorre enquanto o país asiático lida com problema de oferta ao ver suas criações atingidas pela peste suína africana, que tem atingido diversas regiões produtoras da China, maior consumidor mundial do produto.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o Brasil deverá aumentar as exportações de carne suína em mais de 20 por cento em 2019 ante 2018, principalmente com a maior demanda da China. A expectativa inicial, divulgada no ano passado, era de um aumento de até 3 por cento nos embarques de carne suína —o produto não está entre aqueles dos quais o Brasil é o exportador número 1, mas o país está entre os maiores fornecedores globais.

À medida que nenhum país conseguirá atender a demanda da China, que tem abatido suas criações para controlar a doença, mortal para suínos mas inofensiva para humanos, a busca por outras carnes no gigante asiático também está crescendo, o que explica a melhora nas perspectivas de embarques de carne de frango.

Turra disse que a expectativa é de que os embarques de carne de frango do Brasil, maior exportador global da proteína, atinjam novos recordes em 2019, assim como acontecerá em suínos, com as exportações avícolas podendo crescer mais de 10 por cento. “Vamos crescer nas exportações de aves, em números conservadores, 10 por cento. Suínos, vamos crescer mais de 20 por cento”, declarou ele à Reuters. Turra estimou exportações de carne suína superiores a 800 mil toneladas em 2019 e de frango em torno de 4,5 milhões de toneladas.

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Fonte: Reuters/Agrolink

9. Ovos: aumenta pressão por melhores condições de comercialização

Na terça-feira (7), o mercado teve ambiente mais especulado nas negociações, sem contudo, alterar as bases de referência. Por isso, os preços permaneceram os mesmos dos últimos oito dias: a caixa de ovos brancos variando de R$63,00 ao máximo de R$65,00 e a de ovos vermelhos de R$69,00 até o máximo de R$73,00.

Segundo a Jox Assessoria Agropecuária, os vendedores almejaram melhores condições de comercialização mas a disponibilidade existente foi mais do que suficiente para atender a baixa demanda. Com isso, não houve ambiente para alteração nos preços praticados.

De toda forma, embora ainda se perceba disponibilidades em todos os elos da cadeia de negociação, já existem relatos de mudança neste cenário. Agora, com a chegada dos salários no mercado e a proximidade das festividades relacionadas ao dia das mães, a expectativa é de um aumento na demanda que favoreça uma disputa por melhores condições de negociação.

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Fonte: Avisite/Agrolink

Agroenergia

10. Witzel vai reduzir ICMS do etanol no Rio na próxima semana

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, assinará um decreto no início da próxima semana para reduzir de 31% para 24% o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o etanol no estado.

Com a alíquota mais alta do país, quase ninguém mais usa o combustível no Rio. Há também muita sonegação.

O ICMS do etanol no estado subiu em janeiro após o decreto de 2004 de Rosinha Garotinho que baixava a alíquota vencer.

Em dezembro, o governador interino Francisco Dornelles não fez nada a respeito do vencimento do decreto. Ele assumiu o governo após o então governador Luiz Fernando Pezão ser preso, em novembro de 2018.

Imposto caro

Apesar da redução de 24% sobre o etanol, o imposto do Rio de Janeiro ainda será o dobro dos 12% de São Paulo. O ex-secretário de Fazenda paulista Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho é o atual titular da pasta no governo fluminense.

O ICMS do etanol em São Paulo foi reduzido de 25% para os atuais 12% em 2013, pelo então governador Geraldo Alckmin. A arrecadação com o produto aumentou depois da redução.

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Fonte: Poder 360/NovaCana

11. Mercado global de açúcar deve ter déficit de 1,7 mi t em 2019/20, diz F.O. Licht

O balanço global de oferta de açúcar deverá registrar um déficit de 1,7 milhão de toneladas na temporada 2019/20, que vai de outubro a setembro, ante um superávit de 400 mil toneladas em 2018/19, informou nesta quarta-feira a consultoria F.O. Licht.

A consultoria afirmou que os preços do açúcar, que rondam mínimas de 10 anos, levarão agricultores de locais como a Tailândia a migrar para outras culturas na nova temporada. Ela também estimou que a produção brasileira do adoçante deve seguir baixa, com usinas favorecendo a produção de etanol, cujo retorno financeiro tem sido melhor.

A empresa europeia de análises estima que a produção mundial de açúcar em 2019/20 cairá em 1,2 milhão de toneladas, para 185,1 milhões de toneladas.

"Preços baixos e secas provavelmente reduzirão a produção na Índia e Tailândia", disse Stefan Uhlenbrock, analista sênior de commodities da Licht, durante apresentação em uma conferência do setor em São Paulo.

"A produção de açúcar no centro-sul do Brasil crescerá apenas modestamente, depois de ter colapsado em 2018/19", afirmou Uhlenbrock, em referência à temporada passada, quando as usinas cortaram a produção em quase 10 milhões de toneladas.

A Licht espera que a produção açucareira da Tailândia caia para 12,7 milhões de toneladas, ante 14,6 milhões de toneladas anteriormente. A consultoria também vê a produção da Índia em 29,4 milhões de toneladas em 2019/20, contra um recorde prévio de 33 milhões de toneladas.

Uhlenbrock não vê uma recuperação nos preços do açúcar em curto prazo, dizendo que os grandes estoques na Índia tendem a limitar qualquer movimento de alta.

A consultoria afirmou que o centro-sul do Brasil deve alocar, na nova temporada, apenas 37 por cento da cana para a produção de açúcar, ante uma mínima recorde de 35 por cento na última safra, conforme o etanol segue mais lucrativo.

"Os preços terão de ultrapassar 13 centavos de dólar por libra-peso em Nova York para que as usinas do Brasil produzam mais açúcar", disse Uhlenbrock.

Nesta quarta-feira, os contratos futuros do açúcar bruto em Nova York recuaram 2,5 por cento, para 11,65 centavos de dólar por libra-peso.

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Fonte: Reuters/NovaCana

12. Sem recuperação nos preços do açúcar, usinas do Brasil voltam a focar em etanol

As usinas de cana do Brasil parecem ter desistido dos planos de impulsionar a produção de açúcar neste ano, voltando amplamente seu foco para o etanol, em uma mudança em relação ao início do ano, de acordo com usineiros e analistas.

À medida que as expectativas de um déficit global de açúcar não conseguiram alavancar os preços, deixando os valores de referência do produto próximos a mínimas de vários anos, as usinas brasileiras retornaram à sua preferência do ano passado, o etanol, que segue os preços da gasolina e também aumenta de valor nas bombas.

A facilidade com que as usinas brasileiras mudam de produção, do adoçante para o combustível, faz delas um fator importante nos mercados do açúcar. O superávit global do produto recuou no ano passado, conforme o Brasil, tradicionalmente o maior produtor mundial, registrou um corte de quase 10 milhões de toneladas na produção do Centro-Sul.

Franciele Rivero, analista da trading açucareira Sopex, espera que o Brasil repita neste ano a alocação de 35 por cento da cana para o açúcar, em linha com a mínima recorde da última temporada.

"No início do ano, alguns analistas esperavam que o mix fosse maior para o açúcar, de 39 ou 40 por cento, mas isso mudou", disse ela.

Algumas usinas brasileiras, como a Alcoeste, em Fernandópolis (SP), já desfizeram negócios na exportação de açúcar deste ano.

"Eu tinha alguns contratos com uma cláusula de cancelamento, e decidi cancelá-los. As margens são negativas para exercer esses contratos, então eu preferiria não produzir esse açúcar", disse o usineiro Luís Arakaki. A Alcoeste quase não produziu açúcar no ano passado, com sua unidade de processamento do adoçante permanecendo ociosa.

O Grupo Usina Santa Adélia demitiu 50 trabalhadores em uma fábrica de açúcar ociosa em Sud Menucci (SP).

O grupo, que faz parte da Coopersucar, disse que cumprirá suas obrigações contratuais produzindo açúcarapenas em sua unidade principal, Santa Adélia, em Jaboticabal

Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, diretor comercial da usina Alta Mogiana, afirmou que uma vantagem de maior preço para o etanol fará com que as usinas favoreçam o biocombustível na maior parte da safra.

A Alta Mogiana foi uma das várias usinas que investiu em equipamentos de destilação para a nova temporada, aumentando a capacidade de 1,2 milhão de litros por dia para 1,4 milhão de litros diários.

Plínio Nastari, analista chefe da consultoria Datagro, disse que os limites na capacidade do etanol ainda podem sustentar a parcela de açúcar em uma grande colheita de cana.

Se esta temporada tiver produção de mais de 580 milhões de toneladas de cana, como Nastari prevê, talvez as usinas possam converter menos de 65 por cento disso em etanol, transformando o restante em açúcar. A safra da última temporada foi de 573 milhões de toneladas.

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Fonte: Reuters/Udop

Grãos e Grandes Culturas

13. Bunge tem lucro líquido de US$ 45 milhões no 1º trimestre

A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, registrou lucro líquido de US$ 45 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de US$ 21 milhões no mesmo período de 2018.

A receita líquida do período foi de US$ 9,94 bilhões, 6,6% menos que os US$ 10,64 bilhões de um ano antes.“Nossos resultados no trimestre ficaram em linha com as expectativas. Estou satisfeito com a capacidade da nossa equipe de trabalhar com energia e engajamento. Continuamos a focar no desenvolvimento operacional, na otimização do portfólio e na disciplina financeira”, disse em nota o CEO da empresa, Greg Heckman.

“Com esse fim, anunciamos hoje um novo modelo operacional global para melhorar a velocidade e a qualidade na tomada de decisões”, completou. O lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) da Bunge ficou em US$ 151 milhões no trimestre, ante US$ 61 milhões um ano antes.

As vendas líquidas do segmento de agronegócio (onde está o negócio de trading) da companhia somaram US$ 6,9 bilhões de janeiro a março, queda de 7,3% ante o mesmo período de 2018. O Ebit dessa divisão somou US$ 109 milhões ante US$ 42 milhões um ano antes.

“Em grãos, margens e volumes menores devido à combinação de retenção de soja e redução da demanda de exportação da China impactaram negativamente os resultados de originação, comercialização e distribuição. Embora a gestão de risco tenha contribuído positivamente para o trimestre, os resultados foram mais fracos do que no ano passado”, diz a Bunge no texto de divulgação.

As vendas do setor de oleaginosas cresceram 4,18% e somaram US$ 150 milhões no trimestre. O Ebit subiu 71,4%, para US$ 48 milhões.

Na nota, a Bunge informou que as margens do esmagamento de oleaginosas foram melhores nos EUA, Brasil e Europa devido à decisão de elevar a capacidade de moagem no primeiro semestre. Os resultados, porém, foram menores na Argentina e China.

As vendas de fertilizantes ficaram estáveis em US$ 5 milhões, com o Ebit do setor passando de um prejuízo de US$ 2 milhões no primeiro trimestre de 2018 para um resultado positivo de US$ 1 milhão agora.

Por sua vez, a área de açúcar e bioenergia (basicamente, os negócios sucroalcooleiros no Brasil) reportou vendas líquidas de US$ 285 milhões no primeiro trimestre, o que significa uma queda de 49,4% na comparação com o resultado de um ano antes. O Ebit desse setor ficou manteve-se negativo em US$ 24 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

14. Bunge anuncia reestruturação e líder da América do Sul ganha espaço

Duas semanas após confirmar o interino Gregory Heckman como CEO, a americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, anunciou uma reorganização. Em comunicado, a múlti informou que o argentino Raul Padilla, presidente para a América do Sul e líder global da área de açúcar e bioenergia, foi nomeado presidente de operações globais. Padilla passou os últimos anos radicado no Brasil, maior operação da companhia.

Ficará sob responsabilidade do executivo argentino, que continuará à frente do segmento sucroalcooleiro, gerenciar os negócios de processamento de grãos. Christos Dimopoulos, presidente da divisão de agribusiness, foi escolhido para comandar as cadeias globais de suprimentos do grupo. Nessa função, liderará as cadeias de fornecimento de commodities físicas que suportam os ativos de processamento e será responsável pelos fluxos de comércio, frete e distribuição.

Pierre Mauger, presidente da Bunge para Europa e Ásia, será diretor de transformação, responsável pela melhoria e estratégia do portfólio. Todd Bastean, presidente para América do Norte, e Gordon Hardie, presidente da área de alimentos e ingredientes, se aposentarão. A Bunge comunicou, ainda, que o diretor financeiro Thomas Boehlert deixará a cadeira, assumida por John Neppl.

Apesar das mudanças, a Bunge manteve ativo um comitê de revisão estratégica - do qual o CEO Heckman faz parte - para explorar opções como a venda de ativos. Há anos a companhia tenta se desfazer da divisão de açúcar e bionergia, por exemplo. A ascensão de Heckman já aconteceu em meio à revisão estratégica, resultado das pressões de acionistas ativistas da Continental Grain e do fundo de hedge D.E. Shaw.

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Fonte: Valor Econômico

15. Datagro eleva previsão de produção de soja para 115,1 milhões de t

A consultoria Datagro elevou nesta quarta-feira, dia 8, a sua estimativa de produção de soja no Brasil em 2018/2019 para 115,134 milhões de toneladas. O volume fica acima das 112,984 milhões de toneladas da estimativa anterior, mas 6% abaixo do total de 122,3 milhões de toneladas da safra recorde colhida em 2018.

A área semeada com o grão no país na temporada 2018/2019 foi estimada em 35,997 milhões de hectares (+2% ante 2017/2018).

A Datagro prevê produtividade de 3.205 quilos por hectare, 8% abaixo dos 3.470 kg/ha da safra passada.

Segundo a consultoria, as lavouras foram afetadas pelo clima irregular ao longo do desenvolvimento nas regiões produtoras do país.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

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