Conjuntura do Agronegócio

1. Agência da ONU alerta para globalização da obesidade

A “globalização da obesidade” é uma nova ameaça em vista, alertou o diretor-geral da FAO, a agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva, em encontro com ministros de agricultura dos países-membros do G-20 que se realiza em Niigata, no Japão.

Graziano destacou o vínculo entre os problemas de fome, obesidade e mudança climática. E conclamou a comunidade internacional a introduzir regulações e padrões que transformem os sistemas alimentares afim de garantir melhor nutrição e saúde para as pessoas globalmente.

Segundo o diretor da FAO, atualmente, mais de 2 bilhões de pessoas têm excesso de peso. Um terço delas, ou mais de 670 milhões, são obesas, diretamente ameaçados de doenças crônicas como diabete, hipertensão, doenças do coração e alguns tipos de câncer.

Projeções da FAO sugerem que o número de pessoas obesas no mundo vai superar “em breve” o número de pessoas que sofrem de fome, que eram 821 milhões em 2017.

Segundo a agência, o número de obesos já é maior do que as pessoas que passam fome na América Latina e Caribe.

Oito dos 20 países com a mais rápidas taxas de crescimento de adultos obesos estão na África. De 38 milhões de crianças com menos de 5 anos já com excesso de peso, a metade está na Ásia.

Em comunicado, a FAO estima que esse problema traz custos exorbitantes de US$ 2 trilhões por ano em cuidados com a saúde e perda de produtividade. A soma é equivalente ao impacto provocado pelo fumo ou conflitos armados.

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Fonte: Valor Econômico

2. Cuba vai racionar a venda de produtos alimentícios básicos

Cuba vai racionar as vendas de produtos básicos, disseram as autoridades do país, como reflexo de sanções mais severas dos Estados Unidos e a implosão econômica do principal aliado da Venezuela pressionam ainda mais o regime comunista a importar alimentos básicos.

O ministro do Comércio, Betsy Díaz, disse na sexta-feira que o governo vai racionar itens como ovos, óleo de cozinha, frango, linguiça e sabão em meio a escassez generalizada que causou ansiedade e pânico nos pontos de vendas.

Autoridades cubanas culpam a escassez pelo endurecimento do embargo comercial do governo de Donald Trump, mas economistas dizem que a economia da ilha também foi duramente atingida pela redução dos embarques de petróleo subsidiado da Venezuela. O setor agrícola da ilha tem sido ineficiente, dizem alguns analistas.

Os planos de racionamento surgem quando o regime autoritário de Cuba do país ataca grupos organizados da sociedade civil. No fim de semana, agentes de segurança bloquearam um desfile não autorizado em Havana por ativistas dos direitos dos gays. Vários foram detidos, disseram cubanos nas redes sociais.

Autoridades cubanas reconheceram que o governo não cumpriu as metas de produção de alimentos básicos, incluindo ovos e carne de porco, e disseram que serão impostos limites quanto à quantidade de frango e outros produtos. Eles pediram aos cubanos que evitem entrar em desespero na hora das compras. "Estamos pedindo calma", disse Díaz na televisão estatal.

Os cubanos têm listas de racionamento emitidas pelo governo para itens básicos de alimentação, incluindo açúcar, arroz e feijão, a um custo baixo. Fora do sistema de racionamento, os cubanos têm que pagar preços altos produtos adicionais em lojas administradas pelo governo.

"As pessoas vão às lojas, compram o quanto podem e revendem produtos que estão em falta", disse Lorenzo Almaguer, um motorista de caminhão na capital. "Um dia não há frango, então no dia seguinte há uma escassez de carne moída. Enquanto isso, o preço da carne de porco triplicou."

Cuba gasta cerca de US $ 2 bilhões por ano em importações de alimentos que representam cerca de dois terços de seus bens comestíveis. Díaz disse que o embargo dos Estados Unidos força a ilha a comprar comida de mercados distantes, o que eleva os preços. As novas restrições podem prejudicar o crescente número de empresários de Cuba que abriram restaurantes privados para turistas.

"Os cubanos foram duramente atingidos pela escassez generalizada de produtos como petróleo, farinha e frango", disse Carmelo Mesa Lago, professor emérito de economia e estudos latino-americanos da Universidade de Pittsburgh, sobre a economia da ilha. "Os preços passaram pelo teto, há enormes filas e até lutas na rua."

O governo dos Estados Unidos agora está entrando com ações judiciais contra empresas americanas e estrangeiras que lucraram com propriedades que Cuba confiscou de cidadãos dos Estados Unidos desde 1959, quando o falecido líder Fidel Castro assumiu o poder. A medida é projetada para privar a ilha do investimento estrangeiro necessário e da moeda forte.

Os EUA também reduziram a quantidade de remessas que os cubano-americanos podem enviar para suas famílias na ilha. Restrições destinadas a limitar ainda mais a viagem para a ilha pelos americanos deverão ser anunciadas em breve.

A economia de Cuba cresceu 1,2% em 2018, e o governo espera um crescimento de 1,5% este ano.

"Será impossível para eles atingir essa meta", disse Mesa Lago.

Uma razão é uma queda acentuada nos embarques de petróleo que a Venezuela envia a Cuba, que caíram para cerca de 47 mil barris por dia em março, em comparação com os 105 barris diários em 2012, disse Mesa Lago.

O número de médicos cubanos que trabalham no exterior - incluindo o Brasil - também caiu drasticamente, contribuindo para os problemas econômicos da ilha, já que o governo tributa a maior parte de seus salários.

Mesa Lago disse que a contribuição da Venezuela para a economia de Cuba caiu de 22% em 2013 para 8,5% em 2017.

O governo pediu aos cubanos que se preparem para os tempos difíceis, embora alguns economistas não esperem uma repetição do colapso após a queda da União Soviética, que durou uma década, até que o falecido presidente socialista venezuelano Hugo Chávez passou a socorrer a ilha com petróleo fortemente subsidiado.

Durante o chamado período especial após o fim dos subsídios soviéticos, a economia de Cuba sofreu uma contração de 35%, e a ilha passou por condições de quase fome.

"Agora, se todos os laços venezuelanos com Cuba forem rompidos, a economia poderá contrair de 8% a 10% durante um período de dois a três anos", disse Pavel Vidal, economista cubano residente na Colômbia.

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Fonte: Valor Econômico

3. Cena externa divide atenções com noticiário corporativo

Depois da quinta semana consecutiva de alta do dólar e a segunda seguida de queda do Ibovespa, os investidores devem seguir olhando para o andamento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos para encontrar uma direção. Nesse ambiente, porém, o mercado vai operar sem descuidar da cena doméstica, onde os trabalhos pela reforma da Previdência devem continuar na Câmara dos Deputados, enquanto a safra de balanços trimestrais deve pautar novamente a demanda pelas ações.

Na semana passada, os papéis de maior alta e de maior queda dentro do Ibovespa foram todos amparados pelos dados divulgados nos balanços trimestrais. Alguns casos, como as ações da Suzano e das varejistas, forçaram o investidor a reduzir exposição, dado os riscos associados às operações dessas empresas no curto prazo. Outras empresas, como a Vale, entregaram dados que saltaram aos olhos dos investidores — e mostraram que, em alguns casos, um balanço ruim pode servir para elevar o interesse na ação, se o nível de desconto aplicado pelo mercado tiver sido elevado e se os prognósticos forem melhores.

O Ibovespa terminou a semana acumulando perda de 1,82% no período, com baixa de 0,58% na última sexta-feira, aos 94.258 pontos. Para esta semana, fica a expectativa em relação a companhias grandes, como Cosan, JBS, Eletrobras, Embraer e Kroton.

Já o dólar foi alçado a sua quinta semana seguida de alta contra o real — período em que avançou 1,91%. Na semana passada, foi o nervosismo com as negociações comerciais entre Estados Unidos e China que agitou o mercado desde o primeiro minuto de negociação. Os investidores reagiram a cada comentário do presidente americano, levando o dólar até R$ 4 no pior momento de tensão. Mas, em meio à confiança cautelosa num desfecho pacífico para a disputa comercial, a moeda americana registrou alta semanal de 0,16%. Na última sexta-feira, houve inclusive leve queda de 0,17%, aos R$ 3,9452.

Esta semana também promete eventos econômicos importantes, principalmente, para a discussão sobre um possível corte de juros em 2019. O Banco Central já reconheceu que a atividade econômica está mais fraca que o esperado, mas ainda espera uma recuperação gradual da economia. A avaliação veio na última quarta-feira com o comunicado que acompanhou a sua decisão de manter a Selic em 6,5% ao ano.

A ata da reunião será divulgada amanhã, sob olhares atentos dos investidores em busca de sinais sobre os próximos passos na política monetária. “A ata deverá corroborar a visão de que há espaço para algum corte de juros à frente, apesar do tom de cautela que tem sido repetido nos últimos meses”, aponta a equipe de pesquisa econômica do Bradesco, que revisou recentemente o cenário para Selic. Agora, o banco projeta queda para 5,75% até o fim do ano, ante expectativa anterior de estabilidade, em 6,5%.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de março deve deixar ainda mais evidente a fraqueza da atividade econômica neste começo de ano, podendo servir de justificada para novas apostas na queda da Selic. Com divulgação esperada para quarta-feira, o indicador é um “gatilho potencial de revisões adicionais para as estimativas do PIB em 2019”, afirmam os analistas do Rabobank em relatório.

Além disso, dados de atividade da China (varejo e investimento direto) e dos Estados Unidos (varejo e indústria) vão ficar no radar dos investidores nesta semana. Se por um lado, os números chineses podem mostrar o efeito das medidas de estímulo adotadas desde o ano passado, por outro, os resultados americanos são aguardados para calibrar apostas sobre a trajetória da política monetária do Federal Reserve.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Inferno astral da Bayer está longe de chegar ao fim

O inferno astral da multinacional alemã Bayer parece que não terminará tão cedo. Após mais da metade dos acionistas (55%) terem se recusado a ratificar as decisões da diretoria no ano passado, que levaram à efetivação da compra da americana Monsanto, um casal de idosos da Califórnia pediu indenização de US$ 1 bilhão à empresa.

Em mais um caso envolvendo o glifosato - herbicida criado pela Monsanto -, Alva e Alberta Pilliod pediram a indenização como punição à companhia por encobrir os riscos à saúde associados ao uso do produto, segundo informações da agência Bloomberg. Eles, a exemplo de muitos outros casos, alegam ter desenvolvido linfoma não-Hodgkin após décadas de uso do Roundup -marca do glifosato que era comercializado pela americana.

O caso impressiona pelo elevado montante pedido, mas é mais um dentre os mais de 13 mil processos do gênero que já são registrados nos Estados Unidos.

Os processos começaram a aumentar expressivamente após o veredicto da juíza Suzanne Bolanos do tribunal Superior de San Francisco, na Califórnia, em agosto. Na ocasião, ela considerou que o Roundup causou câncer ao ex-jardineiro Dewayne Johnson. No caso, a múlti foi condenada a pagar US$ 289,2 milhões, mas o valor foi reduzido para US$ 78,5 milhões após um primeiro recurso. Atualmente, a Bayer refuta à decisão de que o herbicida seria o responsável pela doença e recorre, mais uma vez, da decisão.

Depois do caso de Johnson, o número de processos envolvendo o herbicida, que era de 5,2 mil, saltou para 13,4 mil ao fim do primeiro trimestre. Em março deste ano, a Bayer perdeu em mais um processo em San Francisco, no qual foi condenada a pagar indenização de US$ 80 milhões. Há outros quatro julgamentos esperados em Missouri e Montana ainda em 2019.

Durante teleconferência realizada em abril, Werner Baumann, CEO da Bayer, reafirmou que a múlti continua "convencida da segurança do portfólio glifosato".

Mas os acionistas da empresa não estão muito convencidos. Há duas semanas, em reunião anual realizada na Alemanha, 55% dos acionistas da multinacional alemã se recusaram a apoiar decisões da gestão tomadas em 2018 - como a aquisição da Monsanto -, indicando uma falta de confiança na forma pela qual a companhia tem sido administrada.

Os acionistas alertaram que a aquisição colocou o futuro da Bayer em risco. Na prática, a votação não tem nenhum efeito sobre a administração da Bayer ou sobre a compra da Monsanto. Contudo, a reprovação é um feito raro e pode abalar a relação da diretoria com os investidores. Na reunião anual realizada em 2018, 97% dos acionistas haviam aprovado as ações da diretoria.

"Apesar de levarmos muito a sério o resultado da votação na assembleia anual de acionistas, o conselho de supervisão da Bayer apoia unanimemente o conselho de administração", disse, em nota, Werner Wenning, presidente do conselho de supervisão, que teve as ações aprovadas por 66,4% dos acionistas presentes na assembleia. Segundo ele, a administração da Bayer cumpriu todas as obrigações legais em todos os aspectos, tanto quando o contrato de aquisição foi assinado como quando a transação foi fechada.

Ainda de acordo com nota divulgada após a assembleia, Wenning afirmou que é prioridade do conselho de supervisão defender a empresa nos próximos processos de recursos e nos testes relacionados ao glifosato.

No primeiro trimestre deste ano, as vendas da divisão agrícola da Bayer renderam € 6,4 bilhões, mais que o dobro das vendas do mesmo período do ano passado (€ 2,9 bilhões). Os ativos que faziam parte da Monsanto geraram uma receita de € 4,3 bilhões para a Bayer no período, quase 70% do total.

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Fonte: Valor Econômico

5. Ministério tenta blindar defesa e seguro rural de cortes no Orçamento

Diante da crise fiscal que ainda paira sobre o país, o Ministério da Agricultura iniciou um movimento para tentar preservar ao menos os gastos com defesa agropecuária e com o programa de subsídios ao seguro rural dos cortes no Orçamento feitos pelo governo.

Até abril, já foram dois contingenciamentos, que bloquearam 36% do orçamento previsto inicialmente para a Pasta em 2019. Foram congelados R$ 817,2 milhões.

Esse orçamento se refere apenas às despesas discricionárias (não-obrigatórias) - ou seja, que podem ser contingenciadas e incluem gastos com investimentos, contratos e convênios e programas. Não entram nessa conta a folha de pagamento e outras despesas obrigatórias.

Do total de R$ 2,9 bilhões do orçamento de despesas não-obrigatórias do ministério, tanto a administração direta quanto todos os órgãos vinculados `Pasta sofreram com reduções orçamentários.

Quem mais sofreu foi a Embrapa, cujo orçamento de despesas não-obrigatórias, incluindo pesquiesas, foi reduzido em 32,1%, para R$ 243,4 milhões. O Serviço Florestal Brasileiro, por sua vez, teve seu orçamento reduzido em 31,5%, o Incra em 31,1% e a Conab em 27,7%. SFB e Incra foram incorporados este ano à estrutura da Agricultura na reforma administrativa do governo Bolsonaro.

Esses cortes, no entanto, não significam que os recursos não poderão ser recompostos em alguma medida. O governo pode, e geralmente faz, alguns desbloqueios ao longo do ano diante de demandas mais urgentes dos ministérios. Ontem mesmo houve um desbloqueio, ainda que pequeno, de R$ 381 mil no orçamento da Agricultura.

“Estamos criando alternativas para que áreas importantes do ministério não sejam afetadas. É um jogo duro”, disse ao Valor o secretário-executivo da Pasta, Marcos Montes, que desde segunda-feira é ministro interino devido à ausência da ministra Tereza Cristina, que está na Ásia.

Montes afirmou que algumas despesas importantes podem ser comprometidas, como a nomeação de 150 médicos veterinários que passaram recentemente em concurso para fiscal agropecuário. Para evitar que os cortes não afetem muito o orçamento da Pasta, ele explica que haverá um esforço para cortar gastos com custeio de viagens, por exemplo.

Ele garante, porém, que o montante de R$ 1 bilhão, prometido na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro para o programa de seguro rural, está fora dessa discussão e que a ministra vem negociando “exaustivamente” para garantir a verba.

“Daí a importância de aprovarmos a reforma da Previdência, para abrir espaço no orçamento. Todos os ministérios foram atingidos até agora pelos cortes”, afirma Montes.

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Fonte: Valor Econômico

6. Preços da terra brasileira refletem uso agrícola

Em 2018, houve um aumento no interesse em alugar ou comprar terras no Brasil devido aos fortes preços da soja, motivado pelo aumento da demanda chinesa por soja e uma melhora na economia brasileira. As perspectivas para o setor de soja brasileiro em 2019 não são tão boas quanto em 2018, mas ainda há interesse em alugar e comprar terras.

“Os agricultores no Brasil são como agricultores em todos os lugares do mundo, eles estão sempre procurando maneiras de expandir sua produção. Eles podem aumentar sua produção aumentando sua produtividade ou alugando ou comprando mais terras. No Brasil, os agricultores têm continuado a aumentar sua produtividade por hectare até um ponto em que seus rendimentos de soja são basicamente equivalentes aos dos EUA. Portanto, a melhor maneira de aumentar significativamente sua produção no futuro é expandir sua área plantada”, afirmou Michael Cordonnier, da Soybean & Corn Advisor, Inc.

O custo médio do aluguel de terras no Brasil para a produção de grãos está na faixa de 12 sacas de soja por hectare. Se o solo for altamente produtivo ou estiver próximo à infraestrutura existente, a renda pode estar na faixa de 15 a 17 sacas de soja por hectare. Para pastagens na região central do Brasil, o aluguel está na faixa de R$ 25,00 a R$ 30,00 por ano para cada vaca.

“O custo de compra de terras agrícolas em 2019 deverá aumentar 0,5% para 3,0% em 2019 em relação a 2018. O maior aumento percentual é esperado no estado do Mato Grosso. Para as pastagens, o custo deverá aumentar de 0,5% para 1,5% em 2019, em comparação com 2018, com os maiores aumentos em Mato Grosso e no Paraná”, conclui.

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Fonte: Agrolink

Proteína Animal

7. Missão a Pequim terá dificuldade para habilitar frigoríficos

A China examina o pedido do Brasil para habilitar mais 75 unidades exportadoras de carnes a exportarem a seu mercado, mas os sinais é que persistem obstáculos para uma resposta positiva.

O Valor apurou que a tarefa da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que chega na quarta-feira (15) a Pequim, será muito difícil se ela não chegar com todas as explicações e garantias fitossanitárias exigidas pelas autoridades chinesas para liberar gradualmente a entrada das carnes brasileiras.

A avaliação é que há uma expectativa irreal do Ministério da Agricultura e de frigoríficos brasileiros sobre o que pode ser obtido nessa viagem. Nada é impossível na China, mas parece remota a possibilidade de anúncio de habilitação de novos estabelecimentos brasileiros na semana que vem.

O mais realista, na visão de quem conhece o tema, é que a ministra da Agricultura e seu colega chinês se entendam sobre quais informações estão faltando, para Pequim tomar sua decisão final, e esperar algum anúncio por volta de julho ou agosto.

A missão da ministra Teresa Cristina é ainda mais importante porque a China lidera as importações de carnes brasileiras. Em 2018, o país exportou US$ 2,593 bilhões em carnes para o mercado chinês, representando 17,6% do total das exportações do produto, conforme dados do Ministério da Agricultura.

Com o número de pedidos de habilitação aumentando, Pequim enviou em novembro do ano passado uma missão ao Brasil. Ocorre que o resultado foi ruim para os brasileiros. Os chineses dizem ter detectado problemas fitossanitários em 8 dos 11 estabelecimentos para exportação investigados.

Além disso, as críticas não se limitaram aos frigoríficos. Pequim questionou aspectos do sistema de controle sanitário brasileiro como um todo.

A partir daí, a China enviou questionários para o Ministéiro da Agricultura responder. Algumas respostas tinham informações anteriores à visita da missão chinesa. Outros comentários não tinham relação com o que Pequim indagava.

O sentimento na China é que o Brasil considera que a habilitação dos frigoríficos para exportar é uma questão meramente política entre Pequim e Brasília, quando na verdade pressupõe o atendimento de exigências técnicas.

Aparentemente, muitos no Brasil acreditam que Pequim poderia ser flexível porque precisa importar carnes, ainda mais com o surto de peste suína africana que atinge o país. Ocorre que, como todo grande país, a China não quer ficar dependente de poucos exportadores. Enquanto sustenta que o Ministério da Agricultura brasileiro responde só parcialmente seus questionamentos, Pequim sabe que acabará concluindo um acordo com os EUA e abrirá o mercado de novo para as carnes americanas.

Também a Rússia vem conseguindo habilitar um bom número de estabelecimentos exportadores de carne de frango para vender ao país asiático, e a França conseguiu reabrir o mercado chinês para seu produto.

O Brasil é competitivo. Mas, no caso específico do frango, durante cinco anos o Brasil não vai poder baixar o preço da carne, por um acordo firmado com Pequim para evitar uma sobretarifa elevada. Significa que a capacidade brasileira de concorrer em preço está excluída por um bom tempo.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. BRF teve prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no 1º trimestre

Em processo de reestruturação, a BRF reportou hoje um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre. Trata-se de uma perda em muito superior à registrada no mesmo intervalo do ano passado, quando a empresa teve prejuízo líquido de R$ 62 milhões.

O prejuízo bilionário reportado pela dona das marcas Sadia e Perdigão no primeiro trimestre reflete, sobretudo, a baixa contábil de R$ 863 milhões feita em razão da venda dos ativos na Argentina. Conforme o Valor já mostrou, a BRF se desfez dos ativos que detinha no país sul-americano por valores muito aquém daqueles que desembolsou para adquirir as operações. De toda forma, baixa contábil não tem efeito no caixa.

Apesar do resultado final negativo, a BRF argumentou que as operações vem melhorando. Além disso, ao considerar apenas as operações continuadas (retirando, portanto, as empresas que foram vendidas, mas que ainda não foram transferidas), o prejuízo da BRF teria sido de R$ 113 milhões nos primeiros três meses, diminuição de 14,7% ante a perda de R$ 133 milhões dessas mesmas operações no primeiro trimestre do ano passado.

“Acreditamos que estamos no caminho certo para atingimento do potencial máximo de rentabilidade da BRF”, disseram, no relatório que acompanha o balanço trimestre, o CEO, Pedro Parente, e o vice-presidente executivo do grupo brasileiro, Lorival Luz.

No primeiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajusta doa BRF atingiu R$ 748 milhões, incremento de 9,3% na comparação o mesmo trimestre do ano passado. Assim, a margem Ebitda ajustada da BRF aumentou 0,4 ponto percentual na mesma base de comparação, saindo de 9,7% para 10,2%.

Em vendas, o faturamento da BRF cresceu. Entre janeiro e março, a receita líquida totalizou R$ 7,3 bilhões, incremento de 4,7% na comparação anual. De acordo com a BRF, o aumento de preços promovido pela companhia impulsionou a receita líquida.

O volume vendido, no entanto, diminuiu de forma considerável. Ao todo, a BRF comercializou 1 milhão de toneladas no primeiro trimestre deste ano, redução de 4,7% ante o total de 1,085 milhão de toneladas. De acordo com a empresa, essa queda se deve a um conjunto de fatores, entre os quais as restrições da Arábia Saudita — o país vetou diversos abatedouros brasileiros —, a redução dos investimentos em trade marketing e problemas para a obtenção do certificado sanitário internacional no porto de Itajaí.

Desempenho regional

No Brasil, região responsável por cerca de 50% das vendas da BRF, a receita líquida aumentou 5,1% na comparação anual, para R$ 3,9 bilhões. O Ebitda ajustado da operação brasileira aumentou 6,4%, para R$ 374 milhões. Com isso, a margem Ebitda aumentou 0,1 ponto percentual, passando de 9,4% nos primeiros três meses de 2018 para 9,5%.

Em comunicado, a BRF enfatizou que, mesmo com os aumentos de preços feitos no mercado brasileiro, a companhia conseguiu manter a participação de mercado no Brasil em 45%, conforme dados da consultoria Nielsen.

Dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, a BRF é líder do mercado de alimentos processados à base de carne de frango e carne suína. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o preço médio dos produtos vendidos pela BRF no Brasil aumentou 1,7%.

No mercado halal (especialmente Oriente Médio), a receita líquida da BRF aumentou 11,8%, para R$ 2 bilhões. A Ebitda ajustado praticamente dobrou, saindo de R$ 149 milhões para R$ 285 milhões, e a margem Ebitda ajustado passou de 8,1% para 13,8%.

Endividamento

No primeiro trimestre, o índice de alavancagem (a relação entre dívida líquida e o Ebitda ajustado nos últimos doze meses) piorou, passando de 5,12 vezes em dezembro para 5,64 vezes no fim de março.

De acordo com a empresa, esse aumento é resultado da retira do Ebitda das operações que foram vendidas. No entanto, a meta de chegar ao fim de 2019 com um índice de alavancagem de 3,65 vezes foi mantida pela companhia.

No fim de março, a dívida líquida da BRF totalizava R$ 15,5 bilhões. Em caixa, a empresa mantinha R$ 6,3 bilhões.

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Fonte: Valor Econômico

9. BRF mantém pés no chão para evitar frustrações

Na sexta-feira, em sua última teleconferência com analistas na função de presidente-executivo da BRF, Pedro Parente pregou cautela. Segundo ele, a peste suína africana na China é uma grande oportunidade, mas não se deve ir com muita sede ao pote sob o risco de que expectativas sejam frustradas.

A orientação na BRF é manter os pés no chão para evitar um voo de galinha. Realismo para não perder de vista que a empresa é sustentada por uma cadeia produtiva das mais longas. "A natureza desse negócio é cíclica. Isso é uma lição que deveria ser aprendida de maneira definitiva", afirmou Parente aos analistas.

No curto prazo, é impossível aumentar de forma significativa a produção de frango. Medidas dessa magnitude levam ao menos um ano, enfatizou Lorival Luz, vice-presidente que assumirá o cargo de CEO global em junho. Na carne suína, o prazo é ainda mais esticado - três anos.

Até lá, os chineses podem ter chegado a uma solução e aplacado o surto de peste suína, o que frustraria aqueles que fizerem investimentos agressivos. "Lá na frente é possível um efeito contrário [na China]: excesso de oferta", preveniu Luz.

Diante dessas preocupações, a única concessão feita pela BRF para aumentar a oferta foi a possibilidade de ampliar o tempo de vida útil das galinhas matrizes que produzem os frangos que são abatidos. Mas essa medida tem efeito pontual e eleva a produção em algo entre 2% e 3%.

É inegável, porém, que o desastre sanitário na China será positivo para as exportações brasileiras de carnes e beneficiará a BRF. Tanto é assim que Parente indicou aos investidores que a meta de recuperar o nível de rentabilidade histórico pode ser alcançada antes do prazo, que é 2020.

Pelos cálculos do BTG Pactual, a margem Ebitda histórica é de 12% (ou 14%, se considerado os efeitos positivos da mudança na forma de contabilizar o arrendamento mercantil). No primeiro trimestre, a margem Ebitda ajustada da BRF foi de 10,2%, incorporada a mudança.

Se foi conservador quando o assunto é aumentar a produção para capturar o aumento da demanda da China, Parente ressaltou que a doença deve ter um impacto muito positivo sobre os preços dos produtos exportados pela BRF.

Neste momento, o ciclo é favorável para a BRF se recuperar. Do lado dos custos de produção, os preços do milho (principal ingrediente da ração de aves e suínos) estão em queda no Brasil, o que deverá se refletir nos resultados da companhia no segundo semestre.

A avaliação de Parente é que a BRF precisa aproveitar esse ciclo favorável para cumprir o objetivo de reduzir o endividamento. "Vamos utilizar esse momento positivo para estar preparado para os momentos [que não sejam]", afirmou. A meta de curto prazo é fechar 2019 com um índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 3,65 vezes. No horizonte de longo prazo, a ideia é que essa relação fique mais próxima das 2,5 vezes.

Na bolsa, os investidores ainda se assustaram com o resultado do primeiro trimestre, que veio com prejuízo de R$ 1 bilhão. As ações caíram 2,77% na sexta, fechando a R$ 29,88.

Expurgando o impacto da baixa contábil registrada na venda das operações argentinas, porém, o prejuízo da BRF teria caído quase 15% na comparação anual, de R$ 133 milhões para R$ 113 milhões. Para uma empresa que vinha acumulando resultados cada vez piores ano após ano, foi um alento. Mesmo o sempre cauteloso Parente acredita que os resultados da reestruturação começaram a aparecer.

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Fonte: Valor Econômica

Agroenergia

10. Usinas do Centro-Sul venderam 2,5 bilhões de litros de etanol em abril

As vendas de etanol das usinas do Centro-Sul do país alcançaram 1,32 bilhão de litros na segunda quinzena de abril, segundo dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) na manhã de hoje. Do total, 1,27 bilhão de litros foram destinados ao mercado doméstico e 47,95 milhões à exportação.

Conforme a entidade, o volume de etanol hidratado (usado diretamente nos tanques dos veículos) chegou a 958,6 milhões de litros no período, ante 749,06 milhões na segunda quinzena de abril de 2018. Em relação à primeira quinzena de abril, houve aumento de 9,6%, “advindo da recomposição de estoque dos distribuidores decorrente da maior oferta de etanol e consequente competitividade” do produto em relação á gasolina.

Já as vendas de etanol anidro (misturado à gasolina) atingiram 312,76 milhões de litros na segunda metade do mês passado, ante 322,05 milhões em igual período de 2018.

Em todo o mês de abril, o primeiro desta temporada 2019/20, as vendas de etanol por parte das usinas do Centro-Sul somaram 2,5 bilhões de litros (1,83 bilhão de hidratado e 666,61 milhões de anidro), 2,45 bilhões destinados ao mercado interno.

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Fonte: Valor Econômico

11. Moagem de cana recua na região Centro-Sul

A moagem de cana-de-açúcar por parte das usinas da região Centro-Sul do país somou 31,56 milhões de toneladas na segunda quinzena de abril, queda de 16,5% ante as 37,81 milhões de toneladas verificadas no mesmo período na safra passada (2018/19). As informações foram divulgadas hoje pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Na comparação, a qualidade da matéria-prima processada, calculada com base na concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), caiu 7,02%, para 111,63 quilos por tonelada. Em todo o mês de abril, o primeiro da temporada 2019/20, o indicador de qualidade ficou em 110,90 quilos de ATR por tonelada, 3,63% menos que no mesmo mês de 2018.

Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam uma redução de 0,42% na produtividade agrícola da área colhida em abril quando comparado com igual mês do ano passado, de 83,48 toneladas por hectare contra 83,84. Os dados efetivos para o mês de abril serão confirmados na divulgação da primeira quinzena de maio, informou a Unica.

A safra segue mais alcooleira do que o último ciclo. Da quantidade total de cana processada na quinzena, 30,83% foi destinada à fabricação de açúcar, ante 35,57% registrados na segunda metade de abril de 2018. No período, a produção de açúcar caiu 32,68%, para 1,03 milhão de toneladas.

Em nota, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que se a produção de açúcar por tonelada de cana neste ano tivesse sido mantida, o total produzido atingiria quase 1,7 milhão de toneladas. Ainda segundo ele, cerca 325 mil toneladas de açúcar deixaram de ser fabricadas em função da reversão do mix de produção para etanol.

A produção de etanol totalizou 1,49 bilhão de litros na quinzena encerrada em 30 de abril, baixa de 15,2% ante o volume fabricado em igual período do ciclo 2018/19. Do total produzido, 1,17 bilhão de litros foram de etanol hidratado e 318,46 milhões de litros de etanol anidro - retrações de 10,69% e 28,56%, respectivamente.

Em todo o mês passado, a moagem alcançou 45,42 milhões de toneladas, queda de 24,50% em relação ao mesmo período do ciclo 2018/19, com a fabricação de 1,37 milhões de toneladas de açúcar (-38,90%), 392,70 milhões de litros de etanol anidro (-32,60%) e 1,83 bilhão de litros de etanol hidratado (-15,57%).

Do total de etanol produzido, 50,30 milhões de litros foram fabricados a partir de milho. Desde o início da safra atual, foram 99,37 milhões de litros, alta de 68,81% ante o volume registrado no mesmo período da safra 2018/19.

Neste início de safra 216 empresas registraram moagem até dia 30 de abril, ante 233 no mesmo mês de 2018. Para a primeira quinzena de maio, a expectativa é que 27 outras unidades iniciem o processamento

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Fonte: Valor Econômico

12. Bolsonaro defende liberação da venda direta de etanol das usinas para postos de combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro defendeu, neste domingo, a venda direta de etanol das usinas para postos de combustíveis. Ao comentar desafios do seu governo em entrevista à rádio Bandeirantes, ele disse que, às vezes, o caminhoneiro roda 400 quilômetros para entregar o combustível para a distribuidora, sendo que há postos a dois quilômetros das usinas.

“O que queremos aqui: que o usineiro possa vender seu produto, o etanol, diretamente ao posto de gasolina. Nós achamos que isso vai diminuir em média R$ 0,20 o litro do álcool. Você começa a trazer (o etanol) para concorrer com a gasolina”, disse.

A proposta vem do governo Temer e foi sugerida à equipe econômica de Bolsonaro. O grupo de trabalhado formado pela gestão de seu antecessor após a greve dos caminhoneiros parar o país no ano passado concluiu que tirar o intermediário do negócio estimulará a concorrência.

Eles recomendaram que Bolsonaro edite uma medida provisória (MP) ou encaminhe um projeto de Lei ao Congresso Nacional sobre o tema. Na entrevista, ele não entrou em detalhes sobre o andamento da proposta.

Prejuízo para a arrecadação

No entanto, para o presidente da Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural), Leonardo Gadotti, o fim da intermediação feita pelas distribuidoras pode produzir impactos no mercado que vão além dos valores repassados ao consumidor final. Segundo ele, a proposta, do jeito que vem sendo debatida, prejudica a arrecadação de impostos pelo país.

“Não é que eu seja contra a venda direta, mas há uma questão tributária que antecede essa discussão. Como está hoje, a proposta não funciona e é inadmissível. O Brasil perde com isso”, diz Gadotti.

Atualmente, o ICMS e o PIS-Cofins sobre o etanol são pagos parte pelas usinas e parte pelas distribuidoras. Os postos de combustíveis não entram na conta. De acordo com Gadotti, se as distribuidoras não participam do processo, a parte dos tributos arrecadada por elas desaparece, já que a legislação não contempla essa situação.

“O ponto que defendemos é que se resolva esse problema formalmente, apontando quem vai recolher o que e quais serão os valores. Assim que resolvido, o debate muda de patamar”, afirma e completa: “O receio não é a concorrência. A questão é que, hoje, o Brasil sofre com a sonegação de impostos de mais de R$ 4,8 bilhões por ano no setor de combustíveis líquidos, e em torno de 80% dessa quantia vem do etanol hidratado. O mercado já é muito castigado”.

ANP e Cade apoiam proposta

Não é a primeira vez que essa medida entra em discussão. Em dezembro de 2018, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmou, em nota técnica, que não existem bases regulatórias legais que impeçam a comercialização direta do álcool das usinas para os postos de combustíveis.

Antes, em maio de 2018, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia divulgado o estudo "Repensando o setor de combustíveis: medidas pró-concorrência”, no qual a permissão para que os produtores de álcool negociem diretamente com os postos aparece como uma das propostas para aumentar a eficiência econômica.

Para o presidente da Plural, o tema dos tributos não tem aparecido nas discussões sobre a venda direta do etanol das usinas para os postos porque o assunto é complexo e implica mudanças na legislação.

“Falam como se a venda direta fosse resolver todos os problemas relacionados ao preço do combustível. É preciso olhar com muita tranquilidade e parcimônia para esse assunto antes de tomar qualquer decisão”, afirma.

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Fonte: O Globo/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Volume das exportações de café cresceu 24,6% em abril

As exportações brasileiras de café alcançaram 3 milhões de sacas de 60 quilos em abril, 24,6% mais que no mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secretaria de comércio Exterior (Secex) compilados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Na comparação, a receita dos embarques registrou leve alta de 0,8%, para US$ 370,4 milhões. O preço médio da saca exportada caiu 19,1%, para R$ 124,47.

“A performance das exportações do café brasileiro continua firme, mantendo os bons resultados para abril. O destaque do mês fica para o aumento das exportações para os cinco maiores países importadores, ampliando o market share do Brasil. Conforme temos acompanhado desde o início do ano, tudo indica que esse ano-safra seja histórico”, afirmou, em nota, Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.

O café arábica representou 85% do total exportado, ou 2,5 milhões de sacas - 24,3% acima de abril de 2018. O volume de café conilon vendido cresceu 238,6%, para 197,1 mil sacas, e respondeu por 6,6% do total.

Já o café solúvel representou 8,7% do volume total exportado no primeiro mês desta safra 2019/20. Foram embarcadas 237 mil sacas, queda de 15%, em relação a abril de 2018.

De janeiro a abril deste ano, o Brasil exportou 13,1 milhões de sacas de café, avanço de 26,8% na relação ao mesmo período do ano passado. A receita cresceu 3,5%, para US$ 1,7 bilhão, já que o preço médio por saca recuou 18,3%, para US$ 129,62.

Entre os dez principais destinos de café brasileiro no acumulado do ano estão os Estados Unidos, que importaram 2,4 milhões de sacas (18,4% do total). Em seguida vêm Alemanha, com 2,2 milhões de sacas (16,8%) e Itália, com 1,3 milhão de sacas (10%).

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Fonte: Valor Econômico

14. Lucro líquido da Camil cresceu 44,6% no exercício 2018

A Camil Alimentos registrou lucro líquido de R$ 100,3 milhões no quarto trimestre de seu exerício 2018, encerrado em fevereiro, 29,8% mais que no mesmo período do ano-fiscal 2017. Em 2018 como um todo, o lucro líquido atingiu R$ 362,4 milhões, crescimento de 44,6%.

A receita líquida do quarto trimestre somou R$ 1,3 bilhão, com crescimento de 19,3%. No ano, ficou em R$ 4,7 bilhões, alta de 1,8%.

Segundo a companhia, 2018 começou com patamares baixos de preços de grãos, alta competitividade em açúcar, mercado de pescados em queda, redução de vendas no Uruguai e greve dos caminhoneiros no Brasil.

“Os efeitos da greve dos caminheiros trouxeram impacto relevante para as vendas em todas as categorias no primeiro trimestre de 2018 e elevou o patamar de custo de fretes da companhia durante o restante do ano”, diz texto divulgado pela companhia.

O lucro antes de juros, tributos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu R$ 115,2 milhões no quarto trimestre, redução de 3,5% comparado ao mesmo período do ano anterior, com margem de 8,6%. No ano, foram R$ 483,4 milhões, redução de 1,3% frente a 2017, com margem de 10,2%.

Excluindo os efeitos não recorrentes, o Ebitda atingiu R$ 87,3 milhões (queda de 26,8%) no quarto trimestre, com margem de 6,6%, e R$ 404,3 milhões no ano (baixa de 17,5%), com margem de 8,5%.

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Fonte: Valor Econômico

15. Produção de laranja em SP e MG deve aumentar 36% em 2019/20

A produção de laranja no cinturão que se espalha por São Paulo, Triângulo Mineiro e sudoeste de Minas Gerais deverá alcançar 388,9 milhões de caixas de 40,8 quilos na safra 2019/20, que para efeitos estatísticos terá início em julho. Se confirmado, o volume será 36% maior que o de 2018/19 (285,98 milhões), conforme as estimativas divulgadas hoje pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), mantido com contribuições de citricultores e indústrias exportadoras de suco.

Segundo Roberto Jank Jr, vice-presidente do conselho administrativo do Fundecitrus, a projeção confirma as expectativas, em boa medida por causa da bienalidade positiva da safra 2019/20. No ciclo passado, disse ele em entrevista coletiva realizada em Araraquara (SP) e transmitida pela internet, as lavouras tiveram menor produtividade como consequência da bienalidade negativa — a laranja, como o café, alterna safras de maior e menor produtividade — e também sofreram com problemas climáticos, o que fez com que o resultado da safra tenha sido 11,6% menor que o resultado médio das dez temporadas anteriores.

A projeção do Fundecitrus aponta para uma produtividade de 1.050 caixas por hectare em 2019/20, a maior da história, informou Juliano Ayres, gerente geral do fundo.

“Mesmo na presença do greening, estamos estimando essa produtividade”, afirmou. O incidência de “greening”, doença que atinge plantações de laranja, é a “faca no pescoço” do citricultor brasileiro, afirmou Ayres. “É o grande risco que a gente tem. De 2015 para 2018, quase 1.800 propriedades deixaram de existir por causa da doença”, disse, acrescentando que o segmento vive um bom momento, mas está com o “sinal de alerta” ligado.

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Fonte: Valor Econômico

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