15 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Volvo Cars unifica operações na América Latina

Luis Rezende, atual presidente no Brasil, assume o novo cargo para a região

REDAÇÃO AB

A Volvo Cars unificou suas operações na América Latina com a criação de uma nova estrutura de administração para gerir a região e que terá como líder o atual presidente da marca no Brasil, Luis Rezende. O executivo passa então a integrar a equipe executiva de gerenciamento da região Américas, que inclui Estados Unidos e Canadá.

O executivo continuará baseado em São Paulo, de onde amplia suas responsabilidades como chefe da nova estrutura, que inclui as operações tanto do Brasil, quanto México e demais importadores da América Latina.

Em suas novas atribuições, Rezende, que mantém a presidência da Volvo Cars no Brasil, terá a missão de construir um mercado forte na América Latina, a partir de sinergias para garantir o crescimento sustentável na região.

15 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

BMW planeja investimento para mais um modelo no Brasil

Fábrica de Araquari (SC) evolui para produzir novas gerações de veículos

PEDRO KUTNEY, AB

Depois de iniciar a produção da nova geração do Série 3 em julho – o carro começa este mês a ser vendido no Brasil ainda importado –, a fábrica brasileira da BMW em Araquari (SC) deverá receber novo investimento para fazer um quinto modelo no País, ainda não revelado. A planta produz atualmente o X1, X3 e o novo X4 entrou na linha de montagem em dezembro passado. Com o aporte de R$ 125 milhões, várias áreas foram modernizadas, mas a maior parte dos recursos foi usada para fazer a ainda inédita por aqui plataforma do novo Série 3.

Aksel Krieger, novo presidente do BMW Group Brasil que assumiu o posto em janeiro, não revela o tamanho do investimento nem o novo modelo a ser produzido em Araquari, onde em 2018 foram produzidos 75% dos 11,3 mil BMW vendidos no mercado brasileiro – foi a segunda marca premium mais vendida do País no ano passado, cerca de mil unidades atrás da Mercedes-Benz.

“Os custos para produzir aqui são parecidos com os da importação, mas é importante ter a fábrica para atender a demanda do mercado, que está voltando a crescer. Por isso trabalhamos muito para tornar a planta viável. Nosso papel é fazer o Brasil voltar a ter mais importância”, diz Aksel Krieger.

A BMW trabalha com projeção de crescimento de 10% do mercado de carros premium no Brasil em 2019. “Vemos o mercado brasileiro voltando a crescer e estamos otimistas, estamos em boa posição com os 20 lançamentos que faremos este ano”, revela Krieger, sem no entanto abrir a projeção da BMW. “Devemos avançar acima [da média de 10%], diz.

MODERNIZAÇÃO CONSTANTE DA FÁBRICA

Em outubro a fábrica de Araquari completa cinco anos sem nunca ter utilizado nem metade de sua capacidade de 32 mil unidades/ano. A decisão de montar carros no País foi anunciada em 2012, motivada principalmente pelas restrições às importações impostas pelo Inovar-Auto, que vigorou de 2013 a 2017.

Desde 2014, quando foi inaugurada, a planta recebeu investimentos que rondam R$ 1 bilhão e já produziu mais de 50 mil veículos; 17,8 mil unidades foram do sedã Série 3 – o primeiro BMW a ser montado no Brasil. As áreas foram evoluindo gradualmente, conforme as novas gerações de veículos da marca alemã foram sendo introduzidas no País. “Com tudo que já foi feito nos últimos anos, hoje temos uma fábrica muito melhor”, afirma Gleide Souza, diretora de relações governamentais do BMW Group Brasil.

No mais recente ciclo de investimento a área de armação de carrocerias (solda) recebeu quatro novos robôs, para operar em partes mais difíceis. Mas a Magna, que opera uma linha com investimento feito pela BMW a 30 km de distância na vizinha Joinville, já faz a soldagem de partes menores com 90% da linha automatizada.

Outra modernização foi a linha de transporte de portas, hoje operada por AGVs, transportadores automatizados que rodam sem operadores, seguindo trilha magnética no chão.

A planta de Araquari é completa, com áreas de armação de carroceria (solda), pintura e montagem final, que hoje operam em apenas um turno de produção. As chapas estampadas são importadas da Alemanha. Entre fábrica e escritórios em São Paulo, o grupo emprega hoje cerca de mil pessoas no País, incluindo uma equipe de engenharia que vem exportando projetos para outras unidades da BMW, especialmente sistemas de conectividade e motorização bicombustível etanol-gasolina.

15 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Produção de Manaus supera as 100 mil motos em fevereiro

No bimestre foram 185,2 mil unidades, 12,3% a mais que no mesmo período de 2018

MÁRIO CURCIO, AB

A produção de motos em fevereiro somou 101,2 mil unidades, registrando alta de 20,5% na comparação com janeiro. Em todo o ano passado, as empresas instaladas em Manaus (AM) só superaram a marca mensal de 100 mil motocicletas no segundo semestre e por duas vezes, uma em agosto (105,3 mil) e outra em outubro (101,1 mil).

A produção total do primeiro bimestre de 2019 foi de 185,2 mil unidades, resultando em alta de 12,3% sobre o mesmo período do ano anterior. As vendas no atacado (das fábricas para a rede) alcançaram as 177,1 mil motos no período, anotando alta de 20,7% na comparação interanual. Os números foram divulgados pela Abraciclo, entidade que reúne fabricantes do setor de motos e bicicletas.

“Os números comprovam a retomada do crescimento do mercado. O consumidor se sente mais seguro em investir em um bem de maior valor agregado. Essa confiança está baseada num cenário econômico mais favorável”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

MERCADO EXTERNO EM QUEDA

As fábricas brasileiras exportaram neste primeiro bimestre 7,8 mil motocicletas, anotando forte queda de 49,5% em relação ao primeiro bimestre de 2018. A retração no mercado argentino, principal parceiro comercial, explica o tombo.

Com isso os Estados Unidos se tornaram este ano o principal destino das motos brasileiras, com 31,4% de participação (1,6 mil unidades), seguidos da Argentina, com 22,8% (1,2 mil), e da Austrália, com 10% (512 motocicletas).

Os emplacamentos no bimestre totalizaram 174,9 mil unidades, resultando em alta de 24,9% sobre o mesmo período do ano passado. Outro dado relevante foi o aumento da média diária de janeiro para fevereiro, que passou de 4,1 mil para 4,2 mil motos emplacadas.

15 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Vendas globais da VW têm queda de 2,9% no bimestre

Queda é puxada por Europa, América do Norte e China; na América do Sul, marca tem crescimento de 15,9%

REDAÇÃO AB

As vendas globais da VW recuaram 2,9% no primeiro bimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, ao atingir as 913,7 mil unidades, com quedas nos principais mercados, como Europa, China e América do Norte (veja tabela abaixo). Um dos poucos destaques positivos é o desempenho da marca na América do Sul, que graças ao mercado brasileiro aumentou as vendas em 15,9% no período, para 69,3 mil.

O Brasil foi responsável por 73% das vendas da VW na região, com mais de 50,6 mil unidades, alta de quase 50% na mesma base de comparação anual.

Na Europa, as vendas recuaram 0,6%, enquanto na América do Norte a queda foi de 6,4%. Na Ásia, incluindo a China, os emplacamentos da VW ficaram 5,2% abaixo do volume registrado no primeiro bimestre de 2018.

Apesar da queda dos volumes em quase todos os principais mercados, a VW diz ter aumentado sua participação no mercado mundial. Mesmo com o início negativo, a empresa acredita que este será um ano positivo como um todo: “A marca está se desenvolvendo melhor que o mercado global e nós continuamos a ganhar market share. É gratificante perceber que esse é também o caso na China. A situação lá continua sendo a maior incerteza para os nossos negócios neste ano. No entanto, diante dos nossos registros de encomendas e dos novos modelos a serem lançados, estou confiante de que 2019 será, de novo, um ano de sucesso para a nossa marca”, afirmou em nota o membro do board da Volkswagen responsável por vendas.

15 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Roberto Cortes e Philipp Schiemer são os novos presidentes da AHK no Rio e São Paulo

CEOs da Volkswagen Caminhões e Ônibus e da Mercedes-Benz assumem nos respectivos estados

REDAÇÃO AB

A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, nomearam seus novos presidentes para o biênio 2019-2020 em São Paulo (AHK-São Paulo) e no Rio de Janeiro (AHK-RJ). Para São Paulo, assumiu Phillipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO para América Latina, e no Rio de Janeiro, Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus. A instituição, sem fins lucrativos, tem como objetivo apoiar acordos entre empresários do Brasil e da Alemanha.

Schiemer sucederá Wolfram Anders, vice-presidente executivo da Bosch no Brasil, e que estava no cargo desde o fim de 2014, quando assumiu o posto interinamente após a saída de seu antecessor, Thomas Schmall, quando voltou para a Volkswagen da Alemanha. Em março do ano seguinte, Wolfram assumiu como presidente eleito, sendo reeleito para a gestão 2017-2018.

Em São Paulo, Schiemer contará com a nova diretoria formada por André Clark (presidente e CEO da Siemens no Brasil), Maite Leite (CCO do Deutsche Bank Brasil), Manfredo Rübens (presidente da Basf para a América do Sul), Martin Duisberg (chief representantive do DZ Bank) e Tom Maes (diretor sênior de vendas para a América do Sul do Lufthansa Group).

“Assumir essa responsabilidade tem um significado muito importante para mim. Gostaria que juntos, como indústria alemã, construíssemos um Brasil mais competitivo e pronto para o futuro. Tenho certeza que com a contribuição de todos e com a equipe profissional da Câmara Brasil-Alemanha, isso será possível”, declarou Schiemer em seu primeiro discurso na cerimônia de posse na noite de quinta-feira, 14.

O novo presidente da AHK-RJ, Roberto Cortes, já assume com compromissos a fim de promover uma maior integração entre os países. O executivo estará à frente da negociação para implementar no Brasil o sistema de ensino dual, método criado na Alemanha em que o aprendizado de nível superior é dividido entre aulas na faculdade e vivência prática empresarial desde o início de seu curso.

Como fruto do incentivo da AHK-RJ, a primeira faculdade a adotar o sistema será a Associação Educacional Dom Bosco, em Resende (RJ), que contará com a parceria da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO).

18 de Março de 2019 (13:10)

Publicação: Zero Hora - Economia

Abalado pela Argentina, setor de autopeças sofrer baque dos Estados Unidos | GaúchaZH

Abalado pela Argentina, setor de autopeças sofrer baque dos Estados Unidos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O setor automotivo, já abalado pela crise argentina, está prestes a sofrer mais um golpe.

O governo americano anunciará em breve resulta- do de investigação do Depar- tamento de Comércio que pode resultar em barreiras sobre a importação de autopeças e carros de vários países, inclusive do Brasil.

Segundo levantamento da consultoria Barral M. Jorge, o país perderia US$ 115 milhões em exportações entre 2019 e 2023 (o equivalente a R$ 88 milhões p0r ano) com essas barreiras .

As exportações de autopeças concentram as maiores perdas, de US$ 100 milhões. As de carros teriam US$ 15 milhões de impacto, embora o Brasil, hoje, não tenha nenhum modelo vendido para os EUA.

Mas isso no melhor cenário, caso o Brasil consiga negociar acordo semelhante ao de 2018. No ano passado, o presidente Donald Trump impôs tarifas sobre aço e alumínio importados de vários países , incluindo o Brasil, com base na Seção 232 da Lei de Expansão de Comércio de 1962.

Essa seção estabelece que os EUA podem criar barreiras se o Departamento de Comércio concluir que um produto está sendo importado em quantidades ou circunstâncias "que ameaçam a segurança nacional".

O conceito amplo permite diversas interpretações --seriam indústrias estratégicas para a segurança nacional do país, que não podem ficar enfraquecidas ou ser ameaçadas por causa de aumento nas importações.

No caso do aço, a tarifa imposta inicialmente era de 25%. Mas o Brasil negociou e trocou por cotas equivalen- tes à média das exportações de 2015 a 2017, no caso dos aços semiacabados(80% das vendas) e limitados a cota de 70% da média dos três anos no caso dos aços acabados. O alumínio ficou com a sobretaxa de 10%.

O relatório sobre o setor automotivo foi concluído pelo Departamento de Comércio em fevereiro, usando a mesma seção 232, e deve ser anunciado em breve.

O Brasil exportou US$ 1,108 bilhão em autopeças e cerca de 200 veículos BMW para o mercado americano no ano passado.

O impacto calculado pela consultoria parte do pressuposto de que o Brasil conseguiria negociar cotas semelhantes às acordadas para o aço em 2018. Mas a investigação corre em sigilo, portanto ainda não se sabe que tarifas seriam propostas, nem quais produtos seriam atingidos.

Segundo a última versão do relatório do Departamento de Comércio, uma ideia é impor tarifas apenas sobre itens de alta tecnologia dos veículos, mas outra opção é baixar sobretaxas de 20% a 25% para automóveis e autopeças, indiscriminadamente.

Segundo Barral, apesar de o impacto sobre as exportações não ser tão acentuado, as perdas serão maiores porque as cotas criam um clima de incerteza, reduzem a rentabilidade das montadoras e afetam os planos de produção.

Se uma indústria trabalha com estoque baixo, por exemplo, a possibilidade de precisar conseguir licenças de importação ou ter atrasos na importação de peças representa um grande custo.

18 de Março de 2019 (03:00)

Publicação: Jornal O Tempo - Economia

Venda de veículos usados e seminovos cresce e estimula empresários

Foi percebendo o crescente mercado de vendas de carros usados nos últimos anos que os sócios José Carlos da Silva e Marcos Cardoso resolveram investir no setor e montar uma revendedora na avenida Barão Homem de Melo, na região Oeste de Belo Horizonte. Segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o segmento de usados comercializou, só no mês passado, mais de 1 milhão de unidades no país 1,6% a mais que em janeiro de 2018.

A Auto América Seminovos, de Silva e Cardoso, faz parte das cerca de 600 revendedoras que existem atualmente na capital e na região metropolitana. Apesar do investimento de R$ 3,5 milhões para montar a loja, os empresários garantem que o ritmo acelerado de vendas tem compensado. Já trabalho neste mercado há anos, mas, nesse dois meses, percebi que muita coisa mudou. O valor está muito baixo e faz com que a procura só aumente, afirma Silva. Os sócios têm expectativa de incluir no espaço outros serviços voltados à mercado automotivo, como venda de peças e produtos e lava a jato.

Para o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos de Minas Gerais (Assovemg), Glênio Júnior, o motivo do aumento das revendedoras é o otimismo de grande de parte do empresários lojistas quanto ao novo governo. Existe uma demanda para a troca de um carro usado para um mais novo, e as taxas de juros vem se mantendo em um patamar mais baixo, avalia

Aquecimento. Segundo a Fenauto, Minas fechou janeiro com 126.081 veículos seminovos e usados vendidos. Esse número é 2,9% maior que no mesmo mês do ano passado, quando as vendas alcançaram a marca de 122.552.

Em comparação com janeiro de 2018, o número de revendedoras ligadas à Assovemg passou, no mesmo mês deste ano, de 47 para 65, alta de 38%. Mesmo já presente no mercado de usados há sete anos, foi pensando em atrair mais clientes e aumentar o potencial de vendas que o proprietário da Personalité Automóveis, Pedro Henrique Alves, mudou-se para uma loja maior. A vitrine é maior, e a decoração, mais sofisticada. Quero que meus clientes sintam a qualidade do serviço logo na entrada, conta. O empresário só vende seminovos com até três anos de uso e que não tenham sido reparados.

Estável. Segundo a Fenauto, foram comercializados, em 2018, 14,2 milhões de usados e seminovos, 0,4% a mais que em 2017, quando 62,7 mil unidades a menos foram vendidas.

Sobe procura por carros com mais de 4 anos

Desde 2017, os veículos com mais de quatro anos de uso estão liderando o ranking de vendas. Segundo a Fenauto, em 2018, os usados maduros, com idades entre nove e 12 anos, registraram crescimento de 46,5% na comparação com o ano anterior. Os veículos com 13 ou mais anos de uso tiveram alta de 21,8% no ano passado, na comparação com 2017. Ainda de acordo com a entidade, os usados jovens, de quatro a oito anos, cresceram 27% no período.

A jornalista Ana Carolina Almeida, 29, ganhou seu primeiro veículo, um Ford Ka 2010, presenteado pelo pai. Apesar da economia na compra, Ana Carolina conta que alguns ajustes precisaram ser feitos no veículo. Precisei trocar filtros e pneus, diz. Por outro lado, de acordo com o levantamento da Fenauto, os carro com até três anos de uso, considerados seminovos, registraram queda de 52,1% no mesmo período.

Plataforma online une oferta e demanda

Desde o ano passado, está no ar o Seminovos Super o novo portal para a compra e venda de carros, motos e caminhões usados e seminovos. O site é um novo serviço do Portal O Tempo, que oferece um catálogo com veículos previamente cadastrados por agências parceiras em Belo Horizonte e na região metropolitana de Belo Horizonte.

Para pessoas físicas, o serviço é gratuito. A plataforma online oferece três planos de anúncio em seminovosuper.com.br. No ambiente, assim que o CPF for digitado no cadastro será informado que não precisa pagar.

A ferramenta é a mais prática opção para quem busca vender ou comprar usados ou seminovos no Estado, com negociações facilitadas por meio de mensagem direta ou via WhatsApp, por exemplo.

O site oferece uma busca simples e clara pelo veículo que o comprador procura. É possível aplicar filtros, como faixa de preço, modelo, marca, tipo de veículo e localidade.

17 de Março de 2019

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Presidente da Volkswagen vê empresa em 'situação diferente da concorrência'

Enquanto a Ford está com operações paradas em protesto de trabalhadores contra o anúncio de fechamento da fábrica no ABC paulista, a vizinha Volkswagen suspenderá parte da produção por 12 dias, a partir do dia 25, por razões diferentes. O grupo dará férias coletivas a 4,5 mil funcionários para preparar a fábrica para produzir um novo carro, um modelo inédito desenvolvido no País.

O presidente da empresa na América Latina, Pablo Di Si, não dá detalhes sobre o novo carro, que está na lista dos 20 lançamentos prometidos até 2020. Ainda faltam oito.

Segundo sindicalistas, trata-se de um carro compacto, com características de utilitário-esportivo. "O que posso dizer é que, daqui para frente, vamos focar nos SUVs, que é a tendência do mercado global e também do brasileiro, e modelos de segmento superior", afirma Di Si. "Os populares não vão desaparecer, mas o segmento vai encolher."

Como está a Volkswagen nesse contexto de anúncio de fechamento da fábrica da Ford e de ameaçadas por parte da GM?

Estamos numa situação diferente, de investimento, de crescimento, de uso de novas tecnologias. Seguimos com o plano anunciado em 2016 de investir R$ 7 bilhões até 2020 e lançar 20 produtos. Já lançamos 12. Faltam quatro para este ano e quatro para 2020. E espero nos próximos meses anunciar novo ciclo para 2021 a 2025.

Do que depende esse anúncio?

Estamos desenhando os carros, com base em um mapeamento de mercado futuro. Precisamos negociar com sindicatos, revendas, governos. Estou feliz com os avanços até agora. Com os sindicatos está bem encaminhado, com acordos de flexibilização de jornada e produtividade. Com os concessionários discutimos margens de lucro e novos formatos de vendas, como as lojas digitais. Com fornecedores há um trabalho para melhorar qualidade e reduzir custos.

E com os governos?

Estamos conversando com o governo de São Paulo há um ano e meio, principalmente, sobre créditos do ICMS. O governador (João Doria) publicou um decreto que é ótimo. Envolve investimentos, empregos e redução de até 25% do ICMS. Mas, para a Volkswagen, e acho que para a maioria das indústrias, não resolve o problema principal, que são os créditos das exportações. Ninguém está falando de subsídio. Quero o dinheiro que pertence à Volkswagen. Somos a maior exportadora da indústria automobilística. Exportamos entre 130 mil e 160 mil carros ao ano. Quando compramos as peças pagamos em média 14% de ICMS, mas exportamos o carro com ICMS zero. Isso gera um dinheiro que o governo nos deve e que tenho de colocar no balanço financeiro. Alguns Estados, como o Paraná, resolveram isso e não geram créditos.

O crédito retido influencia na escolha do local para investir?

Queremos exportar mais e temos fábricas em São Paulo, no Paraná e na Argentina e podemos escolher qual delas é melhor. O T-Cross, nosso primeiro SUV nacional feito no Paraná, será exportado para 50 países, inclusive de fora da América Latina, como Egito e Tunísia. Nosso portfólio futuro vai ganhar mais SUVs, que são veículos de maior valor agregado. Quanto maior o valor do carro mais ICMS acumula. Estamos acumulando de R$ 3 mil a R$ 4 mil por carro exportado, dependendo do modelo. Quando a indústria investe no Brasil não é só para o mercado interno. Precisamos concorrer com o mundo e essa questão é uma das várias ineficiências que temos.

Segundo analistas, a Volks teve prejuízo de R$ 4 bilhões no Brasil desde 2013. Está correto?

Não reportamos resultados por país. Temos um objetivo arrojado, mas possível, de encerrar o ano no break-even (equilíbrio) em nossas finanças. Temos prejuízos, mas mais importante do que olhar o passado é olhar o futuro e virar essa chave. Os acionistas não vão continuar investindo aqui pelo resto da vida. Acreditamos no Brasil no curto e médio prazos, mas há um plano que precisa ser executado. Se peço dinheiro para investir e prometo um retorno, preciso cumprir.

Como estão as vendas?

A América do Sul é a região que mais cresce em vendas da marca, resultado que se deve, principalmente, ao Brasil. Em 2018 crescemos 13,1%, enquanto nossas vendas globais aumentaram 0,2%, com a Europa crescendo 3,6%, a América do Norte caindo 3% e a China, 2,1%.

Que novo modelo será produzido no ABC?

Dentro dos 20 lançamentos vamos ter mais um em São Bernardo, mas ainda não posso revelar qual. Estamos em plena preparação. O lançamento será em 2020. O que posso falar é que nossos novos carros vão para o segmento superior, seja um SUV ou um CUV (intermediário entre sedã e SUV).

Não vai ter mais carro popular?

O popular não vai desaparecer, mas o segmento vai encolher. É o mesmo que está acontecendo com os sedãs - é um ótimo carro, mas está sendo comido pelos CUVs e SUVs. Esses segmentos são os que mais crescem no Brasil e no mundo e a Volkswagen também vai entrar nessa ofensiva.

Carros de entrada representam 15% das vendas. Esse segmento vai para segundo plano?

Em 2020 a 2025, com o programa Rota 2030, haverá mudanças para atender a níveis de emissão e de segurança, o que é positivo para o consumidor. Em 2002, 2003, os carros não tinham a segurança que têm hoje e que será maior em 2025. Alguns modelos morreram porque não conseguiram passar no crivo da segurança atual. Um exemplo é a Kombi. Muitos dos populares de hoje não vão passar nos novos testes. Não significa que não vai ter mais carro pequeno. Vai continuar existindo, mas ao colocar maior segurança, mais conectividade, o preço vai mais para cima. Não tem como fazer diferente. É um processo e estamos vivenciando isso na Europa, nos EUA. Se tivéssemos volume maior de produção para vendas internas e exportação conseguiríamos reduzir o custo. Para isso, reformas são fundamentais. Já foi um ótimo passo a reforma trabalhista. Mas são necessárias outras, como a da Previdência e a tributária.

Como o sr. vai conseguir exportar T-Cross para 50 países?

Não vamos ter a melhor rentabilidade nos negócios. Não vamos perder dinheiro, mas o retorno sobre o investimento será pequeno. Mas se ficarmos só na América Latina vamos perder no longo prazo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

18 de março de 2019

Publicação: FSP, p. A-26

Ultrapassagem atípica.

O seguro de automóveis para mulheres ficou mais caro que o para homens em março, segundo a corretora Bidu, que fez simulações para o mesmo perfil de cliente.

A cotação para as motoristas costuma ser mais barata, diz Michele Alves, diretora da ThinkSeg, grupo dono da Bidu.

Não há ainda uma explicação nem é possível saber se é algo pontual, segundo ela.

A diferença de valores entre os sexos tem diminuído devido a um perfil de risco cada vez mais similar, diz Manes Erlichman, da Minuto Seguros.

Na corretora, porém, os preços cobrados de mulheres não ultrapassaram o de homens.

18 de março de 2019

Publicação: O Globo, p. 25

Volks é alvo de ação nos EUA por ‘Dieselgate’

A Volkswagen (VW) foi processada pela Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, por não divulgar aos investidores que seus veículos movidos a diesel violaram os padrões de emissões de gás — a última reviravolta no escândalo de fraude de software conhecido como Dieselgate, que já custou à empresa mais de US$ 30 bilhões em acordos judiciais e realização de recalls de seus veículos. A montadora alemã vendeu bilhões de dólares de títulos corporativos e títulos lastreados em ativos nos EUA de 2010 a 2015, enquanto escondia seu esquema de fraude de emissões de poluentes, de acordo coma queixa apresentada pelo órgão regulador no Tribunal Federal de São Francisco. O caso poderia dar novo impulso a esforços semelhantes de reparação por parte de investidores europeus. Segundo alegou aS EC, os investidoresnão sabiam que a VW mentia aos consumidores. Amontadora disseque "contestará vigorosamente" a argumentação do órgão regulador do mercado americano e o acusou de "tentar extrair mais da empresa" mais de dois anos depois dos acordos fechados com o Departamento de Justiça americano. "A SEC apresentou reclamação sem precedentes sobre títulos vendidos apenas a investidores qualificados, que não foram prejudicados e receberam os pagamentos de dividendos e do principal na íntegra e no prazo", disse o portavoz da VW, Christopher Hauss, em comunicado.

11 MILHÕES DE VEÍCULOS

Alegações de que a Volks escondeu informações sobre o software de emissão de gases em carros a diesel pairaram sobre a empresa desde 2015. A crise envolveu 11 milhões de veículos a diesel no mundo todo e custou à companhia € 28 bilhões (US$ 32 bilhões).

16 de março de 2019

Publicação: FSP, p. A30

Governo deve contrariar montadoras e respeitar livre-comércio com México

Acordo começa na terça; empresas queriam cotas por mais três anos

A tendência do governo Jair Bolsonaro (PSL) é contrariar as montadoras e respeitar o acordo com o México, que prevê o livre-comércio de automóveis e autopeças entre os dois países a partir da próxima terça-feira (19).

As montadoras haviam solicitado a extensão do regime de cotas para exportação e importação de carros e peças por mais três anos. Ônibus e caminhões não estão incluídos.

Conforme apurou a reportagem, o ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, não vê motivos para quebrar contratos e rediscutir o acordo como já foi feito em 2015, por Dilma Rousseff.

A discussão com as demais áreas do governo —como Itamaraty e Casa Civil— ainda está em curso. A ala política teme o impacto negativo por causa da crise vivida pelo setor automotivo, com ameaça de fechamento de fábricas.

No mês passado, a Ford anunciou que vai fechar sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Em janeiro, a GM também ameaçara encerrar atividades. Em resposta, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou uma política de incentivo tributário às montadoras. Já o governo federal resiste a conceder subsídios.

O entendimento da equipe de Guedes é que o efeito no curto prazo será pequeno, pois o México não vem conseguindo exportar a totalidade da cota de veículos para o Brasil e vice-versa. Além disso, o tratado estabelece que, com a entrada em vigor do livre-comércio, o percentual de conteúdo local sobe de 35% para 40% em veículos e de 15% para 40% em autopeças.

Isso significa que 40% das peças dos carros exportados ou importados terão de ser feitas no Brasil ou no México, caso contrário o veículo pagará normalmente a tarifa de importação ao cruzar a fronteira.

A percepção dos técnicos é que os mexicanos terão dificuldade para cumprir essa nova exigência de conteúdo local, pois importam muitas autopeças chinesas. Há até uma expectativa de que comecem a comprar mais peças do Brasil para atingir o percentual.

O México, por sua vez, já pediu para reduzir o conteúdo local, mas, para isso, o Brasil quer incluir caminhões e ônibus no livre-comércio. Vem sendo discutida ainda a ampliação de um acordo mais geral entre os dois países, contemplando bens agrícolas. Essas conversas vão levar mais tempo.

Para fechar a posição do governo no setor automotivo, o Ministério da Economia ouviu as empresas em separado nas últimas semanas, porque tinha dúvidas se a posição exposta pela Anfavea representava todo o setor. E efetivamente havia opiniões contraditórias.

Há montadoras que defendem que o contrato com o México não pode ser quebrado e que as exigências de conteúdo local serviriam para defender o mercado brasileiro, enquanto outras insistem na manutenção das cotas alegando falta de competitividade.

O último grupo se baseia em estudo da consultoria PwC, entregue ao governo em meados de fevereiro e que aponta que é mais barato produzir carros no México do que no Brasil por causa dos diferenciais tributários e de escala.

A realidade é que estão em jogo interesses globais das multinacionais. Montadoras americanas e japonesas em geral têm forte produção no México, enquanto as europeias estão menos presentes.

Questionado pela Folha sobre o assunto em fevereiro, quando pleiteou a manutenção das cotas, Antonio Megale, presidente da Anfavea, havia dito que, "se abrir o mercado para o México neste momento, pode ocorrer um desvio de investimentos"

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