Cedoc News Indústria de Papel e Celulose | 04 a 10 de janeiro
- Por: Juliane
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10 de Janeiro de 2019
Publicação: Celulose OnLine - Notícias
Itaú BBA tem nova preferência no setor de papel e celulose
A equipe de análise de papel e celulose do Itaú BBA escolheu as units da Klabin (KLBN11) como a nova preferência do setor, mostra um relatório enviado a clientes. O analista Marcos Assumpção tem recomendação outperform (acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 21 para o fim de 2019.
Agora, Klabin é a preferência do analista no setor em razão da expectativa de bons resultados em 2019, do impacto positivo da venda de celulose diretamente aos clientes, o que poderia adicionar R$ 1 por ação e do potencial anúncio de projetos de crescimento, que podem agregar valor aos acionistas e reativar o interesse dos investidores pela ação.
Já em relação à Suzano (SUZB3), Assumpção mantém a recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 53 para o fim de 2019, mas reconhece que o ativo enfrentará um período difícil no primeiro trimestre desse ano devido à queda nos preços de celulose na China e na Europa, recente apreciação do real e redução do volume de entradas no quarto trimestre de 2018 e primeiro trimestre de 2019.
Por esses motivos, ele espera um melhor ponto de entrada para a ação, conclui a avaliação.
Fonte: Money Times
10 de Janeiro de 2019
Publicação: Agência Estado Conjuntura e Finanças
Suzano: parcela em dinheiro ajustada em acordo com Fibria será de R$ 50,20/ação
São Paulo, 10/01/2019 - A Suzano Papel e Celulose anunciou nesta quinta-feira que o montante final da parcela em dinheiro ajustada, incluindo a estimativa do valor bruto do ajuste da Taxa DI até a data da consumação da operação para combinação de ativos com a Fibria, é de R$ 50,20 por ação preferencial resgatável da Holding. No comunicado, a Holding ressalta que realizará o pagamento no Brasil em 14 de janeiro.
Em 3 de janeiro, o valor inicialmente estimado pela companhia era equivalente a R$ 50,12. O valor original, de R$ 52,50, incluía a dedução do valor dos dividendos declarados pela Fibria em Assembleia Geral Extraordinária, realizada em 3 de dezembro de 2018, no montante de R$ 5,03. O preço é acrescido do valor da correção pela Taxa DI entre 15 de março de 2018 e 10 de janeiro de 2019, no montante de R$ 2,73. Entre 10 de janeiro e 14 de janeiro (inclusive), a Taxa DI foi estimada em 6,40% ao ano.
Em comunicado ao mercado, a empresa informa ainda que os titulares de ações da Fibria no encerramento do pregão de 3 de janeiro foram creditados no último dia 8 com 0,4613 ação ordinária de emissão da Suzano por ação ordinária da Fibria de sua titularidade. Como resultado da incorporação, a Suzano emitiu 255.437.439 novas ações ordinárias.(Fabiana Holtz - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)
09 de Janeiro de 2019
Publicação: Celulose OnLine - Notícias
Biotecnologia pode reduzir custos da produção de papel
Com apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE-Subvenção), a Verdartis, empresa especializada em biotecnologia, desenvolveu um processo de produção de enzimas (proteínas que desempenham a função de catalisadores) capazes de tornar o processo de refino de celulose mais sustentável, reduzindo o impacto ambiental da produção de papel.
Marcos Lourenzoni e Álvaro de Baptista Neto, pesquisadores e sócios da empresa, instalada no Centro de Negócios do Parque de Inovação e Tecnologia Supera, em Ribeirão Preto, explicam que, no processo de produção de papel, a pasta de celulose, obtida no processo físico-químico Kraft a partir de cavacos de madeira, passa por refinadores que provocam mudanças estruturais nas fibras, tornando-as mais flexíveis. Esse processo é mecânico e, por isso, consome uma considerável quantidade de energia elétrica. A ação das enzimas ajuda a degradar as fibras de celulose, acelera o processo e diminui, assim, a energia elétrica gasta na produção.
Segundo uma avaliação realizada no Laboratório de Celulose e Papel da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, a mistura das enzimas produzidas pela Verdartis leva à redução de cerca de 30% no consumo de energia gasto na etapa de refino.
A startup concluiu o projeto PIPE em abril de 2017, chegando ao desenvolvimento do processo produtivo de variantes melhoradas de enzimas celulases e xilanases que, misturadas em diferentes proporções, podem atuar tanto no refino da fibra virgem de celulose quanto no refino de celulose proveniente do papel reciclado.
Segundo Lourenzoni, o plano é buscar o apoio da FAPESP também para o desenvolvimento do escalonamento da produção. O objetivo dos sócios é colocar no mercado uma alternativa nacional às enzimas produzidas no exterior. “Existe uma alta demanda por esse produto e não há produção nacional: as enzimas utilizadas atualmente são importadas", diz Baptista.
Lourenzoni explica que o processo de refino depende do tipo de papel que se deseja obter e do tipo de madeira utilizada em sua produção. Nesse último aspecto, o uso de enzimas produzidas fora do país apresenta um problema: são desenvolvidas para um processo de fabricação que utiliza madeira de coníferas, enquanto no Brasil a árvore mais utilizada pela indústria de papel e celulose é o eucalipto - para o qual a enzima importada não se mostra tão eficiente. A Verdartis, segundo ele, aposta exatamente na customização para atrair os clientes.
Evolução dirigida
A empresa já tinha contado com o apoio do PIPE da FAPESP para desenvolver tecnologia batizada com o nome de Persozyme, baseada no processo denominado “evolução dirigida", que mimetiza in vitro a evolução da biodiversidade natural e permite a seleção de enzimas com características predefinidas.
Nesse projeto, as enzimas personalizadas foram desenvolvidas para o processo de branqueamento da polpa de celulose. Lourenzoni explica que a polpa entra nesse processo com coloração marrom, devido à lignina residual. Para obter a celulose branca, os fabricantes precisam usar grandes quantidades de dióxido de cloro, um alvejante tóxico que reage com a lignina, quebrando-a em moléculas menores, a fim de extraí-la.
A enzima tem a função de facilitar o acesso desses compostos à lignina e, assim, reduzir a quantidade de dióxido de cloro utilizado na produção, o que resulta em ganhos ambientais e financeiros. “A utilização da enzima permite a redução de cerca de 25% na utilização de dióxido de cloro", afirma o pesquisador.
Na pesquisa e desenvolvimento da Persozyme, além de outros cinco projetos financiados pelo programa PIPE (clique aqui para ver a lista de projetos apoiados), a empresa também contou com o apoio do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. Essa parceria, aliás, foi o que estimulou a constituição da empresa, em 2007.
“O professor Richard Ward trabalhava, na época, com enzimas para atuar em altas temperaturas e queria avançar nas pesquisas que eram feitas na universidade. Optamos por abrir uma empresa de biotecnologia: eu tinha conhecimento de bioinformática; o Álvaro Baptista, de produção e o Richard Ward, de biologia molecular. Nesse momento também tivemos apoio da empresa Suzano Papel e Celulose, com amostras para testes e orientações sobre o processo", diz Lourenzoni. Hoje, o professor Ward atua como consultor da Verdartis.
Em 2010, os resultados com a produção de enzimas personalizadas para branqueamento de celulose renderam à Verdartis o primeiro lugar no Prêmio Abiquim de Tecnologia, conferido pela Associação Brasileira da Indústria Química na categoria “Empresa Nascente". Mas esse reconhecimento não tornou a empresa imune às crises enfrentadas pelo setor. “Por volta de 2011, o custo da água ficou muito alto e as empresas de celulose começaram a usar menos água na lavagem, o que limitou a utilização da enzima para o branqueamento, pois o processo requer uma lavagem eficiente", lembra Baptista.
A saída para a Verdartis foi “pivotar", e redirecionar o modelo de negócio. Decidiu então iniciar novas pesquisas direcionadas à etapa do refino. Agora, com o produto destinado ao refino já desenvolvido e prestes a ingressar no mercado em escala industrial, a Verdartis tem planos de retomar a produção de enzimas voltadas ao processo de branqueamento de papel. “Vamos investir agora nas duas frentes", diz Lourenzoni.
08 de Janeiro de 2019
Publicação: Celulose OnLine - Notícias
Valmet vê novo ciclo de projetos em celulose e papel
Principal fornecedora de máquinas de cartão e de papel para fins sanitários (tissue) no mundo, a Valmet antevê um novo ciclo de projetos da indústria de celulose e papel. Escolhida em outubro como uma das grandes provedoras de equipamentos e serviços do Mapa, o maior programa de investimentos na história da chilena Arauco, a companhia finlandesa também viu os negócios crescerem no mercado brasileiro em 2018, embalados principalmente por novos contratos na área de serviços e projetos de médio porte.
“O pipeline é bastante promissor", disse ao Valor o presidente da Valmet para a América do Sul, Celso Tacla. Para a Arauco, que investirá US$ 2,35 bilhões para modernizar e ampliar a produção de celulose na fábrica que leva o nome da empresa, a Valmet fornecerá importante conjunto de tecnologias, que inclui secagem e enfardamento da celulose e caldeiras de recuperação e de biomassa.
O valor do contrato não foi revelado, mas projetos com esse escopo são avaliados pelo mercado entre EUR 250 milhões e EUR 300 milhões. Esse é o maior projeto na carteira da Valmet neste momento e abre o novo ciclo de investimentos relevantes do setor, na avaliação de Tacla.
O pedido seria incluído nas ordens de compra do quarto trimestre. Para 2018, a Valmet já havia sinalizado a expectativa de vendas líquidas globais acima dos EUR 3,06 bilhões registrados em 2017. A companhia não informa em quais concorrências está ou estará presente, mas há alguns projetos de grande porte já anunciados para os próximos anos no Brasil, entre os quais o de expansão da Klabin e da WestRock e a joint venture entre Duratex e Lenzing em celulose solúvel.
Nos últimos três anos, comentou Tacla, não houve um número relevante de projetos de grandes fábricas e o que manteve a operação rentável na região foram os contratos na área de serviços, além de projetos de modernização e performance.
Neste momento, a companhia está fornecendo três máquinas de tissue, uma delas para a fábrica da CMPC em Zarate, na Argentina. Há uma entrega prevista para o Brasil, mas o nome do cliente é preservado por acordo de confidencialidade.
A máquina de Zarate, disse Tacla, foi desenhada para permitir o menor consumo possível de energia e será a primeira na América do Sul equipada com a tecnologia desenvolvida pela companhia finlandesa que possibilita a recuperação de cerca de metade da energia consumida.
A Valmet tem avançado na área da indústria 4.0, que, na prática, já vinha sendo incorporada às tecnologias da companhia antes de ganhar o destaque atual. Mas a visão interna é a de que a internet das coisas tem mais aplicação para conectar pessoas do que permitir que máquinas e equipamentos façam autogestão.
Assim, uma das grandes apostas nesse terreno são os centros de alta tecnologia que estabelecem conexões remotas com fábricas de celulose e papel e especialistas da empresa. Um desses centros será inaugurado em Araucária (PR), onde fica a sede da Valmet na América do Sul. Por meio desses centros, é possível acompanhar as operações de clientes em tempo integral.
Fonte: Valor Econômico
04 de Janeiro de 2019
Publicação: Valor Econômico
Ações da Fibria já são negociadas com código da Suzano.
Como parte das etapas finais da fusão entre Suzano Papel e Celulose e Fibria, que juntas se chamarão Suzano S.A., as ações da Fibria começam a ser negociadas na B3 sob o código da Suzano, SUZB3, a partir de hoje. Ontem foi o último dia de negociação da Fibria (FIBR3) na B3. Já a liquidação da parcela em dinheiro a ser paga pela Suzano ocorrerá no dia 14 deste mês, data de conclusão do negócio.
O processo de substituição das ações da Fibria por papéis da Suzano - que passa pela incorporação da primeira companhia pela Eucalipto Holding, agora incorporada pela Suzano - começa hoje e será encerrado no fim de terça-feira, quando a Suzano fará o crédito da parcela em ações de sua emissão aos acionistas da Fibria.
Essas datas foram divulgadas pelas companhias em aviso aos acionistas em 29 de novembro, imediatamente após a aprovação da Comissão Europeia à transação. Esse era o último aval de órgão regulador pendente.
Na quarta-feira, em novo aviso aos acionistas, Suzano e Fibria informaram ajustes no valor a ser pago aos acionistas da Fibria por cada ação preferencial resgatável da Eucalipto Holding, estabelecido originalmente em R$ 52,50 com correção pelo CDI. Diante do pagamento de cerca de R$ 2,78 bilhões em dividendos intermediários pela Fibria em 12 de dezembro, esse valor está hoje em R$ 50,12.
O valor final da parcela em dinheiro, incluindo estimativa de ajuste pelo CDI, será divulgado na quinta-feira. Já a relação de troca das ações ordinárias da Eucalipto Holding, detidas pelos acionistas da Fibria, por ações da Suzano passou de 0,4611 originalmente para 0,4613. Diante disso, a Suzano vai emitir 255.437.439 novas ações para incorporação da holding.
07 de Janeiro de 2019
Publicação: Valor Econômico - Notícias
Suzano emite R$ 4 bilhões em debêntures
A Suzano Papel e Celulose concluiu a emissão de R$ 4 bilhões em debêntures para 2020. Os papéis saíram com uma taxa de 103% do CDI.
Com essa captação, a Suzano concluiu o refinanciamento de US$ 6,9 bilhões tomado por meio de um empréstimo-ponte com um sindicato de bancos para financiar a operação de fusão com a Fibria.
04 de Janeiro de 2019
Publicação: Celulose OnLine - Notícias
Distribuição de papel espera menos pressão de matéria-prima em 2019
O setor de distribuição de papel espera um mercado mais estável e menos pressionado por câmbio e matéria-prima em 2019. No ano passado, as vendas domésticas foram puxadas pelos segmentos de embalagens e papéis para fins sanitários (tissues).
“Esperamos mais estabilidade tanto do câmbio quanto da celulose. Tivemos uma subida do dólar do final de 2017 até o meio do ano seguinte. A matéria-prima avançou no 1º trimestre, mas agora já está mais estável, sem perspectiva de alta", afirma o presidente do conselho diretor da Associação Nacional dos Distribuidores de Papel (Andipa), Vitor Paulo de Andrade.
A celulose passou por esse ciclo de aumentos de preços em razão do crescimento da demanda global, especialmente da China. O dirigente ressalta que um cenário menos turbulento será condicionado ao comportamento do dólar ao longo do ano. “Vai ter influência nessa estabilidade e isso passa pelo sucesso das medidas do novo governo federal."
Andrade não acredita que o setor de papel enfrentará problemas de aumento de preços da celulose em 2019. “Um ou outro segmento pode estar com o valor defasado e terá que fazer um repasse, mas pelo atual nível de variação, não creio que deverá ser grande."
Durante o ano, o mercado gráfico foi pressionado pelos custos crescentes do papel e pelo consumo desaquecido e não conseguiu repassar o aumento de preço. Na avaliação da entidade, caso o ano seja tão turbulento quanto 2018, ao menos o setor estará menos vulnerável por estar mais ajustado. “Para o distribuidor de papel, deverá ser um ano melhor, com menos players, mas menos predatório. Estamos otimistas."
Em 2018, o setor sofreu com a oscilação de preços, impactados pela variação do dólar e da celulose, somada ao fraco ritmo da economia brasileira.
De acordo com relatório da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o volume de vendas domésticas de papel totalizou 5 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro, incremento de 0,9% em relação ao mesmo período de 2017. Os segmentos de imprimir e escrever (-0,5%) e imprensa (-10,6%) recuaram, enquanto embalagens (0,1%), papel cartão (5,7%) e tissue (2,9%) tiveram crescimento.
Para Andrade, dentro do contexto do ano, o desempenho foi razoável. “Esperávamos uma queda maior no segmento de imprimir e escrever. Embalagens cresceu e neste ano esperamos melhora para os dois mercados."
Em entrevista recente ao DCI, o gerente de estudos econômicos da Pöyry, Manoel Neves, destacou que o papel para embalagem é diretamente beneficiado pela melhora do ambiente econômico. “É esperado um ciclo positivo e todo tipo de produto utiliza embalagens: alimentos, remédios, bens de consumo, entre outros."
Neves também apontou que o segmento de papel tissue deverá se beneficiar da melhora do ambiente econômico. “É um setor diretamente ligado a renda, saúde e higiene, que já vêm crescendo."
A Andipa destaca que em 2018, houve movimentos de consolidação e rearranjos na cadeia do papel, afetando empresas importantes.
“Na ponta do consumo, a crise atingiu companhias dos setores de revistas e livrarias. Mas ainda não se tem a dimensão do impacto na demanda para o papel", aponta Andrade, que acredita que a venda e a produção de livros não devem diminuir, mas migrar para outros players e canais.
Produção
De acordo com o levantamento do Ibá, a produção de papel totalizou 9,5 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro do ano passado, o que representa estagnação em relação ao mesmo período de 2017. O desempenho foi negativo no segmento de embalagem (-1,8) e cresceu nos demais mercados, com destaque para o papel de imprensa (22,7%).
De acordo com a Andipa, esse desempenho, a despeito do encolhimento dos jornais impressos, reflete a demanda internacional.
“Na China, o papel jornal passou ser alternativa para a produção de outros tipos de papéis, como o cartão, depois que as regras ambientais mais rígidas proibiram a importação e uso de reciclados", assinala a entidade em seu boletim de dezembro.
Outro segmento de destaque foi o de papel cartão (3,7% de crescimento), utilizado em embalagens cartonadas e capas de livro. Na visão da Andipa, isso decorre da recuperação da economia.