Clipping Agribusiness | 23 de agosto
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. . Amazonas: É possível desenvolver e preservar recursos naturais
O Amazonas tem uma grande oportunidade de provar ao mundo que é possível desenvolver e preservar recursos naturais, disse nesta quinta-feira (22) o governador Wilson Lima (PSC). Segundo ele, o Estado não pode abrir mão da Zona Franca de Manaus, mas estuda alternativas para reduzir sua dependência.
Lima lembrou que o regime de excepcionalidade da Zona Franca é válido até 2073 e que o Estado não pode abrir mão dele, pois no curto e médio prazos não há modelo para substituí-lo. “Cerca de 80% das atividades econômicas do Estado estão ligadas a esse modelo”, disse, durante sua fala no Congresso Brasil Competitivo.
Entre as alternativas de diversificação em estudo pelo governo, Lima citou a utilização de mecanização em áreas já devastadas; o manejo florestal com a exploração sustentável de madeira; e a exploração de pirarucu e manejo do jacaré.
“Tudo isso tem que ser feito com a comunidade, é ela quem protege e administra. É nosso povo que vai proteger a floresta, mas ele só vai fazer isso, quando fizer sentido para ele. E isso só faz sentido quando tem retorno financeiro”, afirmou.
Bolsa de valores de ativos ambientais
Lima citou ainda, como alternativas em estudo, o turismo, a observação de pássaros, a pesca esportiva e uma mineração sustentável. O governador mencionou também a exploração de gás, com um projeto já em operação em Coari e outro cuja pedra fundamental deverá ser lançada em outubro, no campo de Azulão.
“Estamos estudando uma bolsa de valores de ativos ambientais, inclusive para ver a questão dos créditos de carbono”, afirmou, citando, ainda, um plano para concessão de reservas florestais para empresas, com foco em manejo sustentável.
“Há oportunidades enormes, nos faltam tecnologia e investimentos para que os produtos possam ser explorados em escala maior”, afirmou, citando os óleos, essências e sementes do Amazonas.
Clima de permissividade
O país vive um clima de permissividade e sentimento de impunidade com relação ao desmatamento, disse Lima. Segundo ele, o corte de recursos de Alemanha e Noruega para o Fundo Amazônia causa preocupação e o Estado poderá buscar diretamente os países europeus para obter recursos para preservação.
“Hoje o país vive um clima de permissividade, isso é muito complicado, porque acaba fazendo que algumas pessoas pensem que tudo é permitido”, afirmou.
“Observamos no Amazonas e em outros Estados um aumento significativo [do desmatamento] em relação ao ano passado”, afirmou, acrescentando que no Estado isso se concentra no chamado “arco sul”, onde há desflorestamento com aumento da atividade produtiva como pecuária e exploração e madeira.
Quanto às declarações do presidente Jair Bolsonaro de que os governadores do Norte estariam sendo “coniventes” com o desmatamento, Lima disse que essa afirmação não cabe ao Estado do Amazonas, que está aumentando seu esforço de fiscalização, buscando identificar e punir os responsáveis por ações de desmatamento.
“Estamos buscando um fortalecimento institucional para coibir esse tipo de ação”, afirmou. “É possível desmatar, mas de forma racional. O que não se permitir é esse desmatamento descontrolado, esse é um problema gravíssimo.”
Fundo Amazônia
Questionado se a redução de recursos do Fundo Amazônia é uma fonte de preocupação nas ações de combate ao desmatamento, o governador disse que isso não afeta projetos que estão sendo tocados agora, mas é uma preocupação, pois o fundo tem sido significativo para iniciativas desenvolvidas no Estado.
“Nos preocupa que em algum momento possamos não ter esses recursos”, afirmou, após sua participação em evento em São Paulo. “Mas estamos trabalhando com alguns países, como Alemanha, França e Noruega. Se em algum momento houver o distrato por parte do governo federal com relação a esses recursos, queremos que eles possam ser canalizados para os Estados”, afirmou.
Quanto à acusação sem provas de Bolsonaro de que as queimadas na Amazônia poderiam ter sido feitas por ONGs, Lima disse que não fala sobre suposições. “Na condição de governador, eu não trabalho com achismo”, afirmou. “O que eu posso falar com relação às ONGs, é que, no Estado do Amazonas, algumas delas desenvolveram trabalhos muito interessantes e sérios. Outras desenvolveram trabalhos que deixam a desejar, mas isso cabe aos órgãos de controle e a quem fez o aporte financeiro avaliar”, completou.
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Fonte: Valor Econômico
2. A 'bombeira' em meio ao fogo cruzado
Já passava das 19h00 do dia 28 de junho, em Bruxelas, e as negociações entre Mercosul e União Europeia transcorriam em clima bem mais frio do que sugeriam os 25ºC que marcavam, na capital da Bélgica, o início do verão europeu. Naquela quinta-feira, como nos últimos 20 anos, as conversas pareciam caminhar, mais uma vez, para o fracasso.
Os tradutores já haviam sido dispensados, e no 11º andar do Edifício Berlaymont, a sede da Comissão Europeia, o cansaço dominava ministros e vice-ministros dos dois blocos, já sem esperanças de chegar a um consenso. Nessa hora a ministra brasileira da Agricultura, Tereza Cristina, do alto de seu um metro e sessenta, abordou o Comissário da Agricultura da UE, Phil Hogan, um gigante de quase dois metros, e o chamou para um canto da sala.
Quem viu a cena conta que a conversa foi dura. O corpo a corpo durou cerca de 15 minutos, durante os quais Tereza cedeu em alguns pontos para convencer Hogan de que produtos do Brasil, como carne bovina e açúcar, não inundariam a Europa se houvesse acordo, e que o país seguiria à risca as imposições ambientais da UE, historicamente protecionista na área agrícola.
Hogan gostou do que ouviu, testemunharam o chanceler Ernesto Araújo e o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, segundo pessoas que estavam na sala. E o irlandês deixou isso claro no café da manhã do dia seguinte com negociadores dos dois lados, quando foram delineadas as bases para que o acordo de livre comércio fosse finalmente sacramentado, apesar dos riscos que ainda o cercam.
E esses riscos têm aumentado, afirmam observadores, em larga medida por causa da retórica ambiental inconsequente do chefe da ministra brasileira. Com aparente desprezo pela sustentabilidade da produção agropecuária e ofensas à alemã Angela Merkel e ao francês Emmanoel Macron, o presidente Jair Bolsonaro poderá colocar muita coisa a perder, a despeito das recorrentes intervenções públicas de Tereza Cristina na direção oposta.
O episódio retrata os agitados primeiros oito meses de Tereza Cristina no governo que ela foi fundamental para eleger, pelo apoio que ajudou a angariar no setor de agronegócios, e do qual se tornou peça das mais importantes. Continua a ter o apoio de produtores, executivos e empresários do setor e, até certo ponto, é respeitada pelos "inimigos", pelo jeito educado e afável como rebate críticas e acusações. Mas isso não significa que sua gestão à frente da Agricultura não esteja sendo encarada com ressalvas, até pelo tempo que ela é obrigada a gastar apagando incêndios muitas vezes provocados por "fogo amigo", como apontaram quase duas dezenas de fontes consultadas pelo Valor nas últimas semanas.
Em meio à barafunda ambiental, alimentada por muitos ataques pertinentes e outros nem tanto, perpetrados por quem prefere ver o Brasil atolado em suas confusões, a ministra não consegue, por exemplo, convencer a opinião pública sobre a aceleração da liberação de agrotóxicos no país. É mais clara na defesa da Amazônia do que do Cerrado, e tem sobre temas fundiários e indígenas posições que, na maior parte das vezes, passam quase despercebidas.
Nas negociações do Plano Safra atual (2019/20), reclamam produtores, a Agricultura perdeu para a Economia e houve elevação de juros e queda do montante de crédito rural a taxas controladas. Ao mesmo tempo, Tereza Cristina destacou como grande conquista a ampliação dos recursos do programa federal de seguro rural para R$ 1 bilhão em 2020, mas essa pode ter sido uma vitória de Pirro, uma vez que esses recursos são normalmente contingenciados.
Retórica ambiental do presidente pode colocar em risco as exportações de produtos brasileiros do setor agrícola
"A ministra é muito dedicada e tem agradado ao setor, mas tem que enfrentar um incêndio atrás do outro e sua agenda, com certeza, ficou comprometida", afirma Geraldo Borges, presidente da Abraleite, entidade que representa produtores de leite. No front interno, uma das prioridades que estão engavetadas são as medidas que permitirão a ampliação do autocontrole em empresas de alimentos, sobretudo frigoríficos. No front externo, apesar da "vitória" nas negociações entre Mercosul e UE, encara dificuldades para reabrir mercados fechados a produtos brasileiros por questões sanitárias e tem pouco a mostrar no que diz respeito à abertura de novas fronteiras para o comércio.
Para a ala do agronegócio que mais se modernizou nos últimos 30 anos, exportar é questão de sobrevivência. Tereza Cristina sabe disso, e em setembro, vai embarcar para mais um périplo internacional, com escalas no Oriente Médio (Arábia Saudita, Egito, Kuwait e Emirados Árabes) e na Europa (Alemanha e Suíça). No Oriente Médio, seu extintor tentará manter baixas as chamas da ameaça - não cumprida - de Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém; na Europa, terá de lidar com o incêndio causado pelas posições ambientais do chefe.
"Para nós, é importante que o governo mostre lá fora que existem leis ambientais rígidas no Brasil. Se isso não acontecer, poderemos criar uma desconfiança infundada por parte dos importadores", diz André Nassar, presidente da Abiove, entidade que representa no Brasil grandes tradings mundiais como as americanas ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus Company.
Serão novos testes para o poder de mediação de Tereza Cristina, que tem sido desafiada desde os primeiros dias do governo Bolsonaro. Logo de cara, sobrou para ela contornar, junto aos pecuaristas brasileiros, a decisão do governo de pôr fim às barreiras antidumping sobre as importações de leite em pó de UE e Nova Zelândia; foi ela que teve que articular a derrubada do decreto editado ainda no governo Temer que reduzia os descontos da conta de luz do setor agropecuário; e coube a ela conter a reação negativa da China às declarações hostis do chanceler Ernesto Araújo a Pequim.
A ministra conversou com o Valor na manhã de ontem sobre todos esses temas. Argumentou que seu ministério ficou maior do que já era e disse que a modernização em curso de sua estrutura, que permitirá agilizar as respostas às tantas questões que o desafiam, é lenta. E, como não poderia deixar de ser, defendeu o presidente Jair Bolsonaro, ainda que tenha demonstrado preocupação com o rumo de alguns debates. "No setor, alguns entendem que o tom do discurso do presidente precisa estar mais afinado e vou levar a ele essa posição", afirmou ela.
A capacidade política de Tereza Cristina, que já foi secretária de governo em Mato Grosso do Sul, líder partidária na Câmara, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e relatora de projetos de lei considerados difíceis, como o do Refis do Funrural e o que agiliza o registro de agrotóxicos, também vem sendo posta à prova em Brasília, muitas vezes às custas de parte de seu imenso prestígio junto à bancada ruralista.
Nesse sentido, um interlocutor lembra que, nos bastidores e de forma "bem mineira" - Tereza Cristina se formou em agronomia na Universidade de Viçosa (MG) -, a ministra atuou para garantir votos de deputados indecisos para a aprovação da Reforma da Previdência e distensionar a insatisfação dos ruralistas com a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes. O próprio Guedes e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com quem a ministra mantém canal direto, já foram à sede da Agricultura pelo menos duas vezes para reuniões com ela, o que é considerado um gesto político incomum na Esplanada.
Ex-ministro da Agricultura no governo Lula, Roberto Rodrigues, um dos "papas" do agronegócio brasileiro, avalia que nunca a bancada ruralista e o ministro da Pasta estiveram em tamanha sintonia com o governo como agora - o que, em tese, facilita as discussões das demandas do setor. "Na minha época, a bancada não apoiava o governo, mas apoiava o ministro. A bancada hoje é, sem sombra de dúvidas, muito alinhada com o governo", afirma Rodrigues. Para ele, o maior desafio de Tereza Cristina continuará sendo na esfera internacional, onde há grande potencial para o crescimento do setor.
Apesar de não ser considerada da ala radical do governo e procurar se descolar de temas delicados como arrendamento de terra indígena para plantio de soja, Tereza Cristina é a ministra da Agricultura e, por isso, não tem como escapar dos reflexos das polêmicas geradas pelo governo, observa Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB. A ministra já foi do partido, mas se desligou em 2018 - para evitar uma expulsão após ter votado a favor da reforma da Previdência no governo Temer - e foi para o DEM. "A política ambiental deste governo é desastrosa e vai criar muitos problemas, inclusive para a ministra, que não é radical", afirma Siqueira. "Não foi o governo Bolsonaro que devastou a Amazônia", rebate a ministra.
"A ministra é ruralista e houve uma decisão política clara, ao nosso ver, de indicá-la ao cargo para acelerar o ritmo da liberação de agrotóxicos. Então não tinha espaço para a gente achar que ia melhorar", diz Marina Lacôrte, coordenadora da campanha de Agricultura e Alimentação do Greenpeace. Outras tantas declarações nesse sentido estarão no caminho de Tereza Cristina enquanto ela ocupar seu cargo em Brasília. Ela tem demonstrado ser resiliente, mas, segundo as fontes ouvidas pelo Valor, essa resiliência depende do poder do seu extintor.
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Fonte: Valor Econômico
3. Para Onyx, Europa usa questão ambiental para criar barreiras ao Brasil
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, atribuiu a atual situação econômica da Venezuela à proliferação de “teses de proteção ambiental”. Onyx deu a declaração após participar de evento promovido pelo Grupo Voto, em São Paulo. Na opinião do ministro, há um componente ideológico de esquerda no discurso de proteção ambiental.
“As mesmas teses de proteção ambiental aplicadas no Brasil nos últimos 16 anos [durante os governos do PT] foram aplicadas na Venezuela. Deu no que deu. Então, o que se está fazendo no Brasil é dentro da lei para proteger o país”, afirmou.
Para o chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, “não podemos ser ingênuos” enquanto os europeus usam a questão ambiental para confrontar o capitalismo e estabelecer barreiras ao crescimento do Brasil.
“Desde que caiu o muro de Berlim [em 1989] e a União Soviética fracassou, uma das vertentes pela qual a esquerda europeia migrou foi a questão ambiental”, disse. “E a outra coisa é para estabelecer barreiras ao crescimento e ao comércio do Brasil em bens e serviços”, acrescentou.
Onyx disse que o tema ambiental se acirrou em razão de grande parte das Organizações Não Governamentais (Ongs) instaladas no Brasil serem “de matriz europeia”.
“Alguém se lembra da célebre frase que durante muitos anos foi usada nos Estados Unidos? Fazendas aqui, florestas lá. Isso foi amplamente divulgado. O que o nosso país tem hoje no caminho como sustentáculo para a prosperidade não é a tecnologia. O que nós geramos neste momento são as commodities”.
O ministro afirmou ainda que nos anos de 1980,1990 e 2000, a febre aftosa foi utilizada como um instrumento de proteção mundial para evitar exportações de carne e de grãos brasileiros.
“Só no vinho, os europeus gastam 1,4 bilhão de euros por ano para dar sustentação à produção europeia. Por que eles têm tanto interesse em criar dificuldades ao Brasil? O Brasil é o grande competidor em commodities, em bens minerais e é o último grande depósito da humanidade em biodiversidade", disse.
"O Brasil é um país que cuida muito bem do seu meio ambiente. Nós não precisamos de lição de ninguém”, afirmou Onyx. Já sobre a medida provisória da liberdade econômica, Onyx minimizou a retirada de artigos sobre folgas aos domingos.
“O Estado brasileiro sempre foi imperial. Nós quebramos algo que historicamente prejudicava as liberdades das pessoas, e isso é muito maior que o problema dos domingos."
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Fonte: Valor Econômico
Insumos
4. Comissão aprova política voltada para estimular agricultura de precisão
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou, nesta quarta-feira (21), projeto de lei que institui a Política Nacional de Incentivo à Agricultura e Pecuária de Precisão.
Trata-se do PL 149/19, do deputado Heitor Schuch (PSB-RS), que recebeu parecer favorável do relator, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Ele apresentou um substitutivo, que reúne a proposta de Schuch a outras duas apensadas (PLs 355 e 361, ambos deste ano), com aprimoramentos.
Entre outros pontos, Goergen incluiu a sustentabilidade social, econômica e ambiental como diretriz da política nacional. Além disso, na formulação e execução da política, deverão ser consideradas as reivindicações e sugestões de representantes do setor e dos produtores rurais.
Gerenciamento superior
A agricultura de precisão utiliza tecnologia, como GPS, sensoriamento remoto e softwares, para reunir informações sobre a área cultivada. Os dados do sistema permitem ao agricultor tomar melhores decisões em relação ao uso de insumos, como água e fertilizantes, e à colheita.
Segundo o texto aprovado, a Política Nacional de Incentivo à Agricultura e Pecuária de Precisão terá como diretrizes o apoio à inovação, a sustentabilidade, o desenvolvimento tecnológico e a ampliação de rede de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) do setor agropecuário, entre outras. A proposta traz ainda regras para formulação da política.
Jerônimo Goergen disse que a institucionalização da agricultura de precisão traz ganhos para o produtor, os consumidores e o meio ambiente. “Do ponto de vista do produtor, proporciona maior eficiência na aplicação dos insumos, utilizando-os apenas no local, na hora e nas quantidades adequadas”, disse. “Os consumidores também são beneficiados ao consumirem produtos de maior qualidade.”
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Fonte: Agência Câmara/Agrolink
5. Brasil pode ser modelo de boas práticas para o continente
O Brasil está na frente na implantação de ações que reduzir a emissão de gases de efeito estufa, afirmou o coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho, que participa da Semana Regional do Clima em Salvador.
O assunto foi tema do painel Soluções Baseadas na Natureza (agricultura e gestão de terras), que abordou as boas práticas agrícolas desenvolvidas por alguns países que podem servir de modelo para os demais, como a política de baixa emissão de carbono no Brasil.
“O uso do solo e suas mudanças são importantes componentes das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). O Brasil já possui grandes ambições neste esforço, cumprindo suas metas voluntárias, investindo em tecnologias, recursos humanos e financeiros e criando um sistema regional de agricultura ABC", afirmou Filho.
O coordenador ressaltou que a mitigação surge como modalidade a ser adotada nas NDCs referentes ao uso do solo, associada à recuperação de florestas, o que já acontece no Brasil com o cumprimento do Código Florestal.
"Essas ações constam claramente em nossas NDCs. No entanto, defendemos a adaptação como forma de conciliar as contribuições com desenvolvimento sustentável e segurança alimentar."
Na quarta (21), a CNA também acompanhou o Fórum dos Governadores, em que foram destacadas as ações subnacionais desenvolvidas nos estados.
Outro debate foi sobre o Redd+, incentivo desenvolvido pela Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal.
O Brasil capta Redd+ em projetos como o Floresta+. O Green Climate Fund pagará US$ 96,5 milhões ao Brasil pelos resultados alcançados no Bioma Amazônia entre 2014 e 2015.
A Semana Regional do Clima América Latina e Caribe termina na sexta (23) com as conclusões e recomendações que serão encaminhadas para a Convenção de Mudanças Climáticas que acontece de 2 a 13 de dezembro, no Chile.
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Fonte: CNA/Agrolink
6. “Haverá grande expansão de inoculantes no Brasil”
José Roberto, presidente da ANPII (Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes) afirma que o Brasil verá uma "grande expansão no uso de inoculantes". Nessa entrevista ele fala sobre o cenário do uso de inoculantes no Brasil e sua importância para a agricultura do País. Revela ainda como as empresas do setor cooperam entre si e com a pesquisa pública, que trará avanços e novos produtos ao mercado.
Como está o cenário do uso de inoculantes na agricultura do Brasil?
Considerando a cultura da soja, que é a que merece destaque quanto ao uso de inoculante de forma expressiva no Brasil, na safra 18/19, o nível médio de adoção desta importante prática no Brasil foi de 82%, o equivalente a mais de 28 milhões ha do total de 36 milhões ha cultivados com a cultura. Essa taxa varia de acordo com a região e conforme o nível de investimento em tecnologias. Na Região Sul, a adoção média é de 73%, enquanto no Cerrado é de 88%. Mesmo com estes índices elevados, entendemos que ainda há espaço para crescimento na taxa de adoção.
Quais as culturas que mais empregam essa tecnologia?
Dentre as leguminosas, além da soja, o feijão, prato cheio dos brasileiros, também permite uma boa relação com as bactérias fixadoras de nitrogênio (N). Embora a eficiência da fixação biológica de N em feijão não esteja no mesmo nível daquele alcançado com a soja, os resultados de pesquisa são bem promissores, principalmente, com a coinoculação (associação de dois ou mais microrganismos, sendo os gêneros Bradyrizobium/Rhizobium + Azospirillum, a associação mais utilizada na agricultura brasileira).
A coinoculação é uma prática que vem tendo sua adoção aumentada em função de proporcionar maior eficiência da fixação de N com consequente melhoria na produtividade. Na última pesquisa feita pela SPARK, a mesma constatou que a coinoculação em soja atingiu 15% da área total cultivada. A bactéria Azospirillum brasilense é capaz de se associar a diversas espécies de plantas, não só na coinoculação em leguminosas, mas também é consideravelmente utilizada na inoculação de gramíneas, como milho, trigo, arroz, e mais recentemente pastagem e cana-de-açúcar. Em todas as culturas citadas, já existem diversos trabalhos que evidenciam o ótimo desempenho dessa bactéria na maior produtividade das plantas. Em menor escala, há o emprego de inoculantes em diversos outros cultivos.
Qual é a importância dos inoculantes para a agricultura brasileira?
A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), permite que a transformação do N2 (presente em 80% do ar atmosférico) em N assimilável pelas plantas ocorra em temperatura e pressão ambiente, graças a ação da enzima presente no corpo das bactérias dentro do nódulo. Assim, em soja, cultura em que esse processo é o mais eficiente, quase que a totalidade do N requerido pela planta é fornecido a um baixíssimo custo e de forma ambientalmente correta, o que culmina em uma agricultura brasileira mais sustentável economicamente e ambientalmente. E o Brasil é hoje o país que mais utiliza esse exímio processo biológico, isso nos permite a evoluir sempre com pesquisas inovadoras no setor da FBN.
Como empresas do setor estão cooperando para a expansão do segmento?
Apesar de ser uma técnica tradicional, já utilizada comercialmente desde a década de 60 no Brasil, pesquisas têm sido realizadas pelas empresas em parceria com os principais especialistas da FBN no país, de modo que possamos continuar a inovar e levar aos produtores tecnologias que possam proporcionar ainda maior eficiência do sistema de produção. A ANPII, que congrega as principais empresas do setor que atuam no Brasil, tem estabelecido convênios com importantes universidades brasileiras com o objetivo de unir esforços no sentido de disponibilizar para os produtores agrícolas soluções ainda mais efetivas nos próximos anos. Além disso, a comunidade científica junto às empresas produtoras de inoculantes e às revendas e cooperativas, estão desenvolvendo um trabalho de conscientização do agricultor que já vem demonstrando resultados, como fica claro quando observamos a evolução da adoção da inoculação.
Que pesquisa está sendo feita em parceria com a Universidade Federal do Paraná para desenvolver o novo inoculante utilizando três cepas de Azospirillum brasiliense?
Essa é uma pesquisa extremamente inovadora, pois se trata de um trabalho conjunto entre as empresas associadas da ANPII, com o objetivo de desenvolver um inoculante com novas estirpes de Azospirillum brasilense mais eficientes na fixação de Nitrogênio e até mais tolerantes aos estresses ambientais. Essas estirpes foram selecionadas pelos pesquisadores da UFPR, quem identificou os potenciais das mesmas e que agora conta com a parceria da ANPII para o desenvolvimento de um inoculante comercial e promissor.
Como projeta o futuro do setor de inoculantes no Brasil?
Diante de todo o cenário exposto, confiamos que haverá uma grande expansão do uso de inoculantes no país na próxima década, tornando a agricultura brasileira ainda mais competitiva e sustentável.
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Fonte: Agropages/Agrolink
Proteína Animal
7. EUA devem enviar relatório sobre inspeção em frigoríficos este mês
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quinta-feira esperar que os EUA enviem até o fim deste mês o relatório sobre uma missão sanitária americana que visitou frigoríficos brasileiros em junho com vistas a levantar o embargo às exportações brasileiras de carne bovina in natura, que já dura dois anos.
Técnicos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estiveram no Brasil por 18 dias para inspeções em plantas de seis Estados: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Em sua passagem pelo país, também auditaram laboratórios da rede pública federal e visitaram regionais do serviço de inspeção animal nacional.
“Estamos esperando o relatório e a nossa esperança é que até fim de agosto eles mandem. Esse mercado foi fechado por culpa do setor e essa foi uma lição doída”, disse a ministra em entrevista ao Valor.
O resultado da missão é muito aguardado pelos frigoríficos brasileiros, que estão desde junho de 2017 sem exportar carne fresca aos EUA. O país suspendeu os embarques após detectar abscessos (inflamações) em carregamentos de carne bovina provenientes do Brasil. Neste ano, com a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Washington e a aproximação entre os países, há a expectativa de que o mercado americano seja reaberto.
Tereza também informou que técnicos do serviço veterinário do Vietnã estão fazendo inspeções no Brasil dede a última segunda-feira e devem ficar por 12 dias com a intenção, num primeiro momento, de autorizar exportações brasileiras de gado em pé. Há a possibilidade de futuramente, porém, eles habilitarem também frigoríficos brasileiros de carne bovina in natura. Por outro lado, os vietnamitas querem vender seu camarão ao Brasil.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Conselho da JBS aprova emissão de CRA até R$ 600 milhões
O conselho de administração da JBS aprovou hoje a emissão de até R$ 600 milhões em debêntures não conversíveis em ações que servirão de lastro para para a emissão de certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs).
A securitizadora RP Capital Companhia de Securitização será a titular das debêntures e fará a emissão dos CRAs ao mercado.
Os recebíveis serão emitidos em duas séries, uma atrelada à taxa DI e outra ao IPCA. As debêntures DI terão vencimento em 48 meses após a data de emissão, e as debêntures IPCA terão vencimento de 60 meses.
Se a subscrição de CRA for inferior à oferta, o valor total da emissão de debêntures também será reduzido na mesma proporção dos recebíveis, com cancelamento das debêntures não integralizadas.
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Fonte: Valor Econômico
9. Aurora inaugura na semana que vem centro de distribuição em Arujá
A Cooperativa Central Aurora Alimentos inaugura na terça-feira (27/8) um centro de distribuição e logística em Arujá (SP). O investimento foi de R$ 130 milhões e deve gerar, segundo a empresa, 300 empregos diretos e 600 terceirizados. Ainda conforme a Aurora, a estrutura terá câmaras de armazenagem e distribuição refrigerada equipadas com 42 docas de carga e descarga.
"A capacidade instalada de armazenagem de congelados (7.036 posições), de resfriados (2.648 posições) e de armazenagem a seco (2.878 posições) permite o suprimento de 230 municípios, incluindo a região metropolitana de São Paulo e o litoral", disse em nota.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
Agroenergia
10. Créditos do RenovaBio serão negociados como ativos ambientais
Representantes do governo e do mercado financeiro concordaram que os Créditos de Descarbonização (CBios) — que serão vendidos pelos produtores de biocombustíveis cadastrados no RenovaBio às distribuidoras de combustíveis — serão negociados na B3 como ativos ambientais, nos moldes das negociações de valores mobiliários, conforme apurou o Valor.
A decisão foi tomada em reunião realizada hoje entre membros dos ministérios da Economia, de Minas e Energia e da Agricultura, além de representantes do Banco Central e da B3. Havia uma discussão sobre a possibilidade de o CBio ser negociado como ativo financeiro.
Conforme apurou o Valor, o Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do Banco Central (BC) considerou não ser necessário que a autoridade monetária regulamente o papel. Porém, o BC continuará em conversas com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima) e com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para tratar sobre como ocorrerá o processo de emissão e negociação dos CBios.
A regulamentação das negociações dos CBios será feita pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que é o responsável pela regulação do RenovaBio.
Os créditos serão emitidos por escrituradores, bancos ou instituições financeiras contratados pelos produtores de biocombustíveis, conforme a nota de eficiência energética que lhes for atribuída por firmas que calculam a “pegada de carbono” de sua produção. A aquisição dos Cbios é obrigatória por parte das distribuidoras de combustíveis para que elas possam atender às metas de descarbonização definidas pelo CNPE.
Os membros da reunião concordaram que as regras de negociação dos CBios devem prever, ao menos no início, limitações à atividade especulativa, em que os operadores do mercado façam compras limitadas ao saldo financeiro que possuem disponível na corretora. No médio prazo, a ideia é incluir ferramentas de mercado.
O CNPE terá que aprovar uma resolução até antes do início da validade do programa RenovaBio, em 26 de dezembro, para que os bancos interessados possam escriturar e emitir os CBios a serem negociados no primeiro ano de validade do programa. A resolução deverá tratar das regras de emissão, vencimento, distribuição, intermediação, custódia, e negociação dos créditos.
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Fonte: Valor Econômico
11. Conab reduz previsões para produção de etanol e açúcar do Centro-Sul
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu nesta quinta-feira a estimativa de produção de açúcar do centro-sul do Brasil em 2019/20, para 28,97 milhões de toneladas, ante 31,43 milhões na previsão de maio, segundo relatório. Considerando também a região Norte-nordeste, a Conab acredita que a produção de açúcar deverá atingir 31,8 milhões de toneladas este ano, um crescimento de 9,5% em relação a 2018/19.
Já a produção de etanol de cana do Centro-Sul foi projetada em 28,1 bilhões de litros, ante 29,6 bilhões na projeção anterior. A estimativa de safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul em 2019/20, contudo, aumentou para 571,65 milhões de toneladas, ante 566 milhões em maio.
No total, o Brasil deverá produzir 30,3 bilhões de litros de etanol da cana-de-açúcar – 10,5 bilhões de litros de anidro (aumento de 12,6% na comparação anual) e 19,8 bilhões de litros de hidratado (redução de 14,1% no mesmo comparativo) – e mais 1,35 bilhão de litros a partir do milho, somando 31,6 bilhões de litros.
Além disso, a projeção de Açúcar Total Recuperável (ATR) da safra do país foi reduzida para 137,2 kg por tonelada de cana, ante 138,7 kg/t na projeção de maio.
Regiões
No Sudeste, a produção estimada de cana-de-açúcar processada deverá atingir 394,3 milhões de toneladas, 1,5% inferior à safra 2018/19.
Moagem: 394,25 milhões de toneladas
Produção de açúcar: 23,52 milhões de toneladas
Produção de etanol: 17,24 bilhões de litros
Já no Centro-Oeste, os estados que compõem a região apresentaram um crescimento de 2,7% na área a ser colhida, atingindo 1,84 milhão de hectares, com leve aumento de 1% na produtividade e incremento de 3,7% na produção, atingindo 142 milhões de toneladas.
Moagem: 141,98 milhões de toneladas
Produção de açúcar: 3,24 milhões de toneladas
Produção de etanol: 9,39 bilhões de litros
Por sua vez, a região Nordeste apresentou uma redução de 0,2% na área colhida, atingindo 832,1 mil hectares. Estima-se recuperação na produtividade em torno de 6,1%, em razão da melhoria das condições do clima, e produção prevista em 47 milhões de toneladas, com aumento de 5,9% em relação ao exercício passado.
Moagem: 44,42 milhões de toneladas
Produção de açúcar: 2,74 milhões de toneladas
Produção de etanol: 1,95 bilhão de litros
A região Sul apresenta queda de 6,1% na área a ser colhida, na safra 2019/20, principalmente nas áreas de fornecedores, que foram reconvertidas para produção de grãos. Estimativa de 35,4 milhões de toneladas.
Moagem: 35,53 milhões de toneladas
Produção de açúcar: 2,22 milhões de toneladas
Produção de etanol: 1,48 bilhão de litros
No Norte, responsável por menos de 1% da produção nacional, a área cultivada na região apresentou redução de 5% e a produção está prevista em 3,6 milhões de toneladas.
Moagem: 3,59 milhões de toneladas
Produção de açúcar: 65,2 mil toneladas
Produção de etanol: 219,08 milhões de litros
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Fonte: Reuters/NovaCana
12. Etanol de milho: produção no Centro-Oeste deve crescer 62%, diz Conab
O Brasil deverá produzir nesta safra 31,6 bilhões de litros de etanol, queda de 4,6% em relação ao ciclo passado. Deste total 30,3 bilhões de litros devem ser produzidos a partir da cana-de-açúcar e 1,35 bilhão de litros a partir do milho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 22, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A entidade informou ainda que o milho vem assumindo um papel de destaque na produção do combustível no país. Segundo a companhia, o Centro-Oeste é a região que mais usa o cereal para fazer etanol, com expectativa de produção de 1,27 bilhão de litros, representando crescimento de 62,4% em relação à safra passada.
Segundo a Conab, a produção de etanol anidro, usado na mistura com a gasolina, deve chegar a 10,5 bilhões de litros, ou seja, 12,6% a mais que em 2018/2019. No caso do hidratado, vendido nos postos de combustíveis, a tendência é redução de 14,1%, em relação à safra passada, chegando a 19,8 bilhões de litros.
Açúcar
Os dados do levantamento indicam ainda que a produção de açúcar deverá alcançar 31,8 milhões de toneladas este ano, um aumento de 9,5%. No plantio da cana, o levantamento aponta um acréscimo de 0,3% na produção em relação à safra passada, chegando a 622,3 milhões de toneladas. Em compensação, a área colhida está estimada em 8,38 milhões de hectares, uma diminuição de de 2,4%.
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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural
Grãos e Grandes Culturas
13. Clima adverso afeta as vendas da Coamo
O faturamento da paranaense Coamo, maior cooperativa agropecuária da América Latina, deverá recuar pouco mais de 5% em 2019, para R$ 14 bilhões, em consequência da queda da colheita de soja na safra 2018/19 e dos prejuízos que as geadas devem gerar na produção de trigo. Em 2018, a receita do grupo alcançou o recorde histórico de R$ 14,8 bilhões.
"Na safra passada, tivemos uma perda de 20% na soja. A área de trigo deste ano foi atingida pela geada, então, uma parte do cereal vai ficar prejudicada" afirmou José Aroldo Gallassini, presidente da cooperativa, ao Valor. "Nossa meta era produzir 8 milhões de sacas de trigo neste ano, mas, mas o volume ficará entre 5 milhões e 6 milhões", estimou.
Do ciclo 2018/19, a cooperativa de Campo Mourão, que tem 28,7 mil produtores associados, já recebeu 7 milhões de toneladas de grãos. Desse total, foram 4,2 milhões de toneladas de soja 14,2% a menos que na safra anterior, e 2,8 milhões de toneladas de milho, aumento de 64,7% na comparação. Foram cultivados 2,7 milhões de hectares de soja e 1,8 milhão de hectares de milho safrinha. No caso do trigo, o plantio ocupou este ano 330 mil hectares.
Segundo ele, no caso da soja também houve queda dos preços, o que deverá contribuir para reduzir a receita da cooperativa. Na safra 2017/18, a saca chegou a custar R$ 82,50, mas caiu a R$ 63, ganhou novo fôlego com a alta do dólar e hoje está em R$ 73.
A safrinha farta de milho - 2,6 milhões de toneladas - minimizou os problemas com a oleaginosa, avalia Gallassini. "Talvez não compense tudo, mas nos ajuda a chegar perto do faturamento do ano passado", afirmou.
Para o presidente da Coamo, a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que beneficiou os produtores de soja brasileiros, deve continuar sendo positiva para a cultura no país, ainda que ele espere um desfecho próximo para o embate. "Não acredito que essa briga vai continuar por muito tempo. Eles vão negociar, e quando isso acontecer haverá um equilíbrio [na demanda chinesa pela soja americana e brasileira] e o benefício que nós temos hoje poderá diminuir", previu.
No entanto, na avaliação de Gallassini, a oleaginosa brasileira deverá se manter atrativa para os chineses. "Enquanto o acordo não acontecer, e mesmo por um período mais longo depois de essa guerra comercial terminar, haverá uma preferência pelo produto brasileiro por uma questão de garantia", afirmou o presidente da Coamo, que recentemente esteve na China para negociar exportações diretas do grão ao país asiático.
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Fonte: Valor Econômico
14. TRT condena Biopalma (Vale) por descumprimento de regras trabalhistas
O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região condenou pela segunda ve, neste ano, a empresa da Vale de produção de óleo de palma, a Biopalma, a cumprir normas trabalhistas e ao pagamento de indenização por dano moral coletivo. As duas condenações deste ano implicam em multas que somam R$ 250 mil, que devem ser destinadas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Em sentença do mês passado, o TRT condenou a Biopalma a regularizar seu programa de controle médico ocupacional. Na sentença anterior, de maio, a companhia foi obrigada a regularizar suas práticas trabalhistas, como cumprir com limite máximo de duas horas extras por dia e a concessão de descanso semanal remunerado de 24 horas, de preferência aos domingos.
As ações foram abertas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A Biopalma atua na produção de óleo de palma na região do vale do Acará e baixo Tocantins, no Pará.
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Fonte: Valor Econômico
15. Indústria de soja é firme no compromisso com sustentabilidade, diz Abiove
A Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), que representa as processadoras de soja do Brasil, informou, nesta quinta-feira (22/8) que está acompanhando com cautela as discussões sobre a situação da Amazônia brasileira. E afirmou que “continua firme” em seus compromissos relacionados à sustentabilidade da cadeia produtiva do grão no país.
Em nota, a entidade lembra que a legislação ambiental brasileira é muito rigorosa e que o compromisso da indústria de soja é com uma agenda que valorize a produção sustentável e promova o reconhecimento internacional do agronegócio brasileiro. “O combate ao desmatamento associado à produção da soja é, e sempre será, tratado como prioridade pela entidade”, diz a Abiove, na nota.
A entidade menciona entre as principais iniciativas em prol da sustentabilidade a Moratória da Soja, compromisso assinado pela própria indústria e representantes da sociedade civil para inibir a compra do grão oriundo de áreas de desmatamento na região amazônica. E lembra que há procedimentos de controle de origem de produtos e auditorias independentes que garantem o cumprimento do acordo.
“O setor monitora o plantio de soja em áreas desmatadas e com estas informações em mãos, as empresas associadas à ABIOVE garantem uma política de desmatamento zero há mais de uma década. Por meio de procedimentos de controle de origem e auditorias independentes validadas pela sociedade civil, as empresas não adquirem nem financiam soja de fazendas em que tenha sido detectado desmatamento”, afirma a Abiove, no comunicado.
A Associação reforça ainda sua participação no Protocolo de Grãos, assinado junto ao Ministério Público Federal, programas de certificação de boas práticas agrícolas e controle diário de rastreabilidades em áreas embargadas por desmatamento ilegal.
“Cabe ressaltar a coordenação pelo setor privado no Grupo de Trabalho do Cerrado – GTC que atua no monitoramento do Bioma Cerrado com o objetivo de eliminar o desmatamento ilegal associado diretamente à soja e está desenvolvendo um mecanismo de pagamentos por serviços ambientais para os produtores que preservam”, diz o comunicado da entidade que representa a indústria de soja.
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Fonte: Revista Globo Rural