Clipping Agribusiness | 03 de maio
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Governo extingue comitê em programa rural apoiado por fundo da ONU
O Ministério da Agricultura extinguiu um comitê com participação da sociedade civil que integrava a estrutura do Projeto Dom Hélder Câmara, programa com ações de combate à pobreza e apoio ao desenvolvimento rural sustentável no semiárido do Nordeste, apoiado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), da ONU.
Em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, o ministério revogou uma portaria de 2017 e não prevê mais como parte da estrutura do projeto o comitê gestor, que contava com representantes dos beneficiários dos programas e de instituições da sociedade civil.
O comitê gestor do projeto também era formado por representantes do próprio governo federal e dos governos dos Estados atendidos pelo programa. O grupo podia se manifestar sobre os planos e a execução do projeto.
A nova portaria também extinguiu as Unidades de Coordenação Local (UCL) e reestruturou a unidade gestora, responsável pela coordenação e execução das ações do programa, que antes era gerida por um representante de Pernambuco. Agora, a unidade gestora será dirigida pelo diretor do Departamento de Estrutura Produtiva da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do ministério — cargo atualmente ocupado por Avay Miranda Junior.
O ministério também extinguiu o comitê executivo do programa, que contava com representantes das extintas Subsecretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), da Subsecretaria de Agricultura Familiar (SAF) e da Subsecretaria de Reordenamento Agrário (SRA).
As funções do comitê executivo previam a articulação do projeto com outros programas sociais correlatos e elaboração de uma agenda com novas metodologias. Essas funções não estão mais previstas na nova estrutura do projeto.
A nova portaria prevê que o Projeto Dom Hélder Câmara será implementado em 913 municípios do semiárido localizados em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
O projeto integra o programa Semear, apoiado pelo fundo da ONU, e já desembolsou US$ 95,4 milhões para mais de 70 mil famílias na região em 1.221 projetos, de acordo com dados do Fida.
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Fonte: Valor Econômico
2. Índice de preço de commodities sobe 1,53% em abril, aponta BC
As matérias-primas que têm influência sobre a inflação apresentaram alta de 1,53% em abril, após variação positiva de 2,57% em março. No ano, o Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central (BC), sobe 0,72% e, em 12 meses, avança 10,97%.
O indicador é construído com base nos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertidos para reais.
Seu equivalente internacional, o “Commodity Research Bureau” (CRB), mostrou variação positiva de 2,70% em abril, com alta de 2,91% no ano e de 10,04% em 12 meses.
Entre os três subgrupos que compõem o IC-Br, o de commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, arroz, café, suco de laranja e cacau) mostrou alta de 1,23% no mês de abril. No ano, os preços ainda acumulam queda de 1,22%, mas, em 12 meses, há alta de 14,34%.
O preço das commodities metálicas (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata) subiu 0,18% no mês passado. No ano, o segmento acumula alta de 5,05%, e, em 12 meses, de 4,64%.
As commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão) subiram 3,56% em abril. No ano, a variação é positiva em 3,24%. Em 12 meses, a alta é de 8,17%.
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Fonte: Valor Econômico
3. Ricardo Salles: sem o Brasil o custo de vida seria alto na Europa
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse em Ribeirão Preto, durante evento do Lide (grupo de líderes empresariais) realizado nesta terça-feira (30/4), na Agrishow, que “esse discurso de que o agronegócio brasileiro está prejudicando o meio ambiente não passa de uma agenda comercial disfarçada de temas ambientais daqueles que temem a concorrência da produção agropecuária do Brasil”.
Salles afirma que, sem os alimentos brasileiros, o custo de vida seria tão alto na Europa que os próprios consumidores iriam exigir que seus governos voltassem a comprar alimentos do Brasil. Na opinião do ministro, o problema ambiental do Brasil não está no campo. "A vergonha está nas cidades, com a destruição dos rios, o problema do lixo e a falta de saneamento."
A crítica de Salles se refere à cobrança que o Brasil vem sofrendo de ONGs, da mídia e de organizações internacionais sobre a política ambiental brasileira do novo governo, que inclui liberação mais rápida de agroquímicos, demissão de superintendentes do Ibama, alegações de abuso na atuação de fiscais e questionamento dos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris para mitigar as mudanças climáticas.
Ele também citou o manifesto assinado por 600 pesquisadores de instituições europeias publicado na revista Science cobrando do governo brasileiro redução do desmatamento, proteção dos direitos indígenas e participação das comunidades nos acordos comerciais do agronegócio.
"Não podemos mais ir lá fora pedir desculpas por emitir 3% das emissões de gases de efeito estufa do mundo. Os Estados Unidos junto com a China emitem mais de 40%. Se juntar a Europa, sobe para 70%. Não somos os responsáveis pela mudança climática, Precisamos sim conter o desmatamento da Amazônia que vem crescendo há mais de dois anos, mas não vamos deixar que isso seja pretexto para que estrangeiros venham nos dizer onde e como devemos produzir alimentos."
Arcabouço demagógico
Outra reclamação do ministro em relação aos estrangeiros é sobre pagamento por serviços ambientais (PSA), que ficou definido no Acordo de Paris. "Governos brasileiros anteriores aceitaram metas ousadas, que nós estamos cumprindo, mas a compensação financeira que deveria vir dos países desenvolvidos não chegou."
Segundo ele, o país, apesar de ser um dos que mais entrega, recebeu apenas US$ 96 milhões de um total de US$ 100 bilhões que deveriam ser repassados aos países que fazem o esforço de reduzir as emissões. "O PSA é uma mera promessa. Precisamos monetizar isso e repassar esse dinheiro a quem realmente conserva o meio ambiente e não usar o dinheiro que vem do exterior para pagar palestras, jantares ou viagens."
Para o ministro, diante da falta de recursos do governo, a questão do crédito rural tem que passar por novas linhas de financiamento que substituam os juros subsidiados e para isso é necessário ter mais concorrentes internacionais oferecendo crédito. Outra medida para diminuir os juros do crédito agrícola seria acabar com o "arcabouço legislativo demagógico que protege os caloteiros no país".
Ativismo e botinas
Antes de Salles, o secretário estadual da Agricultura de São Paulo, Gustavo Junqueira, introduziu o assunto, afirmando que os governos de Bolsonaro e João Doria trocaram o ambientalismo ativista pelo ambientalista de botinas.
No final do evento, a organização divulgou uma pesquisa feita online no auditório lotado de empresários, produtores rurais e políticos ligados ao agronegócio. Entre os cerca de 300 convidados pelo Lide, apenas 14,6% consideraram a eficiência do governo Bolsonaro ótima, 39,3% escolheram a opção boa, 34,5% opinaram regular, 7,8% responderam ruim e 3,9%, péssima.
Já a pergunta sobre qual setor vai crescer mais neste ano teve uma goleada do agronegócio, com 63,7% das escolhas.
Sem debate
O evento deveria ser um debate entre Salles e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, com mediação do jornalista William Waack, mas se tornou uma espécie de palestra do titular do Meio Ambiente porque a ministra, que na abertura da feira agropecuária já havia anunciado um aporte extra de R$ 500 milhões ao Plano Safra que vence em 30 de junho para financiamento do Moderfrota (o setor havia pedido R$ 3 bilhões), voltou a Brasília mais cedo, na caravana do presidente Jair Bolsonaro.
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Fonte: Revista Globo Rural
Insumos
4. Defensivos biológicos avançam rapidamente
Embora o controle biológico de pragas esteja apenas começando no Brasil, chama a atenção sua velocidade de crescimento. Em 2018, o mercado movimentou R$ 464,5 milhões, um volume modesto, mas um salto de 77% sobre 2017. "Essa é apenas uma média, pois os fungicidas cresceram 148%, e os bionematicidas saltaram 133% de um ano para outro", diz Amalia Piagentim Borsari, diretora executiva da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio). "No Brasil, o uso é ainda inexpressivo diante do potencial que temos."
Em todo o país, os defensivos biológicos são aplicados em cerca de 10 milhões de hectares de um total de 77,4 milhões de hectares cultivados. E significam apenas 2% dos negócios no mercado de defensivos agrícolas. "Há muito espaço para crescer", diz. A ABCBio trabalha com uma estimativa de crescimento de 20% a 25% ao ano, para os próximos cinco anos, contra 17% esperados no mercado global.
Pesquisa feita pela entidade, com 1.762 agricultores, tomando como referência a safra de 2017/18, confirmou o enorme potencial que os biológicos têm para explorar. Segundo o levantamento, 43% dos produtores disseram desconhecer os biodefensivos. Já entre os que utilizaram, 98% afirmaram que pretendem usá-los também na próxima safra. Entre os motivos citados está a eficiência do controle, mencionado por 76% dos produtores ouvidos. Em diversos casos, o biodefensivo tem mostrado eficiência semelhante à do agrotóxicos.
Embora as cifras confirmem o crescimento do setor, os dados gerais mostram recordes no avanço dos agrotóxicos convencionais. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2018 foram registrados 450 novos produtos para combate às pragas na lavoura. Em 2015, foram 139. Entre esses 450, 52 foram enquadrados como de baixa toxicidade, enquanto em 2017 eram 40.
"A variedade de produtos beneficia muitas culturas, pois a maior parte deles são registrados para um ou mais alvos biológicos, independentemente do cultivo onde estas pragas são encontradas", explica o chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados da Secretaria de Defesa Agropecuária, Bruno Cavalheiro Breitenbach. Segundo ele, "o recorde de registro de produtos menos tóxicos é resultado da política adotada pelo governo federal de priorizar a análise dos processos de registro destes produtos". Existem 1.345 pedidos de registro de defensivos em análise no Mapa.
Segundo a ABCBio, outro fator que impulsionou as vendas foi um aumento dos lançamentos de produtos inovadores pela indústria. Novos ativos que estão chegando ao mercado permitem controlar diferentes pragas e doenças, alguns possuem mais de um ativo biológico num mesmo composto. E existem ainda os chamados agentes híbridos, que combinam ativos biológicos com ingredientes de origem química.
Governo e indústria classificam como ultrapassada a tese segundo a qual o crescimento dos biológicos leva a uma queda no uso dos produtos químicos. Para a ABCBio, a integração com o controle biológico pode inclusive aumentar a eficiência das moléculas químicas. Tanto nos Estados Unidos como aqui, diz Amália, há pesquisas no sentido de utilizar um produto biológico juntamente com um ingrediente ativo químico, dentro do mesmo produto.
Enquanto as pragas se defrontam com seus inimigos naturais, muitas vezes em ambiente microscópico, o mercado global está de olho nesse filão. No final de 2018, a Aqua Capital, gestora brasileira de fundos de participações voltada ao agronegócio, anunciou a criação de uma plataforma de produção e distribuição de defensivos biológicos.
De acordo com a empresa, a plataforma nasce a partir da aquisição do controle da Total Biotecnologia e pretende crescer acima da média do mercado de defensivos biológicos.
No início do ano, a Corteva Agriscience e a Stoller, empresa de nutrição foliar de plantas, fisiologia vegetal e em soluções biológicas, selaram acordo para a distribuição exclusiva do nematicida Rizotec. Trata-se de solução biológica que auxilia no manejo de nematóides e elimina uma grande quantidade de ovos e de fêmeas na cultura da cana-de-açúcar. Segundo a Corteva Agriscience, a partir de agora a companhia, terá um papel mais forte no mercado de biológicos para o controle de nematóides.
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Fonte: Valor Econômico
5. Agricultores antecipam aquisição de sementes
O mercado de sementes tem crescido de forma consistente nos últimos anos, seguindo o ritmo do avanço da área plantada das principais lavouras, da incorporação de novas tecnologias, o que inclui a adoção crescente de variedades transgênicas, e do desenvolvimento de cultivares de qualidade mais elevada. Na média, segundo Gerhard Bohne, líder da divisão de crop science da Bayer no Brasil, o crescimento médio é de 5% ao ano.
Além do maior uso de tecnologias, Bohne observa alguma ampliação no número de consumidores, com atração de produtores de menor porte para o mercado de sementes certificadas.
"O pequeno agricultor também tem percebido maior valor no uso de novas tecnologias", diz o executivo, que espera o terceiro ano de aumento nas vendas em 2019.
Frederico Barreto, líder de marketing da plataforma de sementes da Corteva Agriscience para Brasil e Paraguai, igualmente relaciona o incremento recente do setor ao "aumento da tecnologia que a semente carrega", com uso de biotecnologia para assegurar tolerância a herbicidas e insetos, e ainda com o desenvolvimento de técnicas mais eficazes e "com maior espectro de controle de pragas" para tratamento de sementes.
Liderando esse processo, acrescenta Barreto, as culturas de soja, milho e algodão, que concentram praticamente 87% da área plantada, "carregam em si o principal investimento da indústria, em termos de biotecnologia e tratamento de sementes". Com dados da Agroconsult, num indicador da demanda por sementes, o executivo mostra que os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás, pela ordem, foram os que mais ampliaram a área destinada à soja na safra 2018/19. No mesmo ciclo, a área de milho registrou maior incremento em Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Na avaliação de José Américo Pierre Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), o desembarque de novos pacotes tecnológicos no campo, com o consequente desenvolvimento de novos modelos de negócios, baseados em agricultura digital, "têm se constituído em um desafio para o segmento", sacudido ainda por fusões e aquisições recentes envolvendo gigantes do setor, a exemplo da compra da Monsanto pela Bayer, da junção entre os grupos Dow e Dupont e da aquisição da Nidera pela Syngenta, entre outras operações. "O que se pode notar é que a busca por sinergia e eficiência está gerando avanços relevantes para a melhoria dos portfólios de defensivos e sementes", sustenta Rodrigues.
Embora a safra 2019/20 comece oficialmente apenas em julho, o mercado de sementes de soja "já está bastante aquecido", especialmente em Mato Grosso, constata André Franco, líder do negócio de sementes da Syngenta Brasil e Paraguai. Até o momento, a empresa já contratou vendas equivalentes a 30% do volume esperado para todo o ciclo, diante de 20% em igual período do ano passado.
Ao contrário do cenário observado nas duas últimas safras, a produção de sementes no ciclo atual, que vai alimentar o plantio na safra 2019/20, foi afetada pelo excesso de chuvas na fase de colheita da soja em algumas regiões. "O produtor está antecipando a decisão de compra para assegurar as cultivares que deseja", diz.
Há dois anos, a Syngenta decidiu investir mais fortemente no mercado de sementes e, como consequência, vieram a aquisição da Nidera no final de 2017, e mais recentemente o desenvolvimento de uma estratégia exclusiva para o setor. Entre 2018 e 2021, a empresa deverá investir US$ 100 milhões nos segmentos de milho e soja para desenvolver híbridos inovadores e sementes com índices mais altos de germinação, detalha.
O fechamento da safra 2018/19 foi "muito positivo" em termos de vendas, segundo ele, e a Syngenta espera se manter como a terceira principal marca no mercado de soja, com participação em torno de 18%. A empresa lidera o chamado "mercado vertical" de sementes da oleaginosa, com vendas duas vezes maiores do que o segundo colocado, e tem experimentado crescimento na área de licenciamento, onde as cultivares são vendidas para multiplicadores que utilizam marcas próprias.
No "mercado vertical", a empresa produz e desenvolve o cultivar, beneficia e vende a semente sob as marcas Nidera e Syngenta. Com uma fatia de 12% no segmento de sementes para a safra de verão de milho e 16% na segunda safra do grão, a Syngenta espera acrescentar um ponto de porcentagem de participação em cada um daqueles segmentos até o final desta safra.
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Fonte: Valor Econômico
6. Bolsonaro anuncia reforço de crédito do BB para compra de máquinas
O presidente Jair Bolsonaro anunciou há pouco na abertura da Agrishow, maior feira agropecuária do país, que acontece em Ribeirão Preto (SP), que o Banco do Brasil ofertará R$ 1 bilhão em crédito rural ainda nesta safra (2018/9), que terminará em junho. Os financiamentos serão destinados a investimentos, sobretudo para a compra de maquinário.
Diante da forte demanda por crédito nesta Safra, as principais linhas do Plano Safra (com recursos controlados) se esgotaram. No caso do Moderfrota, principal linha voltada para a aquisição de máquinas agrícolas como tratores e colheitadeiras, chegou a ter operações encerradas pelo BNDES.
A indústria de máquinas vem pedindo R$ 2 bilhões a mais até junho, mas o governo dava sinais de que não havia espaço orçamentário.
“Vocês que são do campo, precisam de ajuda. O BB terá mais R$ 1 bilhão agora para investir na área e faço um pedido aqui para o Rubem Novaes [presidente do banco] para que o juro caia um pouco mais”, afirmou Bolsonaro à plateia formada sobretudo por produtores rurais.
Desse montante de R$ 1 bilhão, R$ 500 milhões já haviam sido ofertados e vêm sendo disponibilizados com taxas de juros do Moderfrota, de 7,5% ao ano. A outra metade ainda será liberadas, mas a taxas livres, diz uma fonte do BB. A tendência é que essa segunda metade tenha taxa de 10% ao ano, um pouco menor do que a média dos financiamentos a juros livres do BB atualmente, de 10,5%.
Além desse total de R$ 1 bilhão, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também havia anunciado antes outros R$ 500 milhões para o Moderfrota. Segundo ela, o orçamento está “apertadíssimo, mas conseguimos raspar o tacho do Plano Safra”. "Vamos ter R$ 1,5 bilhão a mais. Os agricultores estão esperançosos e gastaram o dinheiro antes do tempo, e o nosso Plano Safra acabou em dezembro", disse a ministra.
Por fim, o próprio Bolsonaro também informou que vai garantir R$ 1 bilhão para o programa federal de subvenção aos prêmios do seguro rural, pedido frequente de Tereza e do setor de agronegócios mas que vem encontrando resistências na equipe econômica por conta de dificuldades orçamentárias. Para 2019, foram reservados R$ 440,5 milhões para o seguro.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. Frigoríficos de carne bovina em guerra para exportar à China
Às vésperas do périplo que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fará pela Ásia, os frigoríficos estão em pé de guerra pelas habilitações para exportar à China, a principal pauta comercial da viagem.
O conflito, até então restrito aos bastidores, veio a público durante a tarde de ontem. Em nota enviada à imprensa, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) criticou a lista de unidades que será entregue durante a visita da ministra à China. É a partir dessa lista, que contém 24 plantas, que Pequim autorizará novos abatedouros a exportarem.
Para a Abrafrigo, o critério do Ministério da Agricultura privilegia "grandes frigoríficos como Minerva e JBS ". Na lista dos 24 frigoríficos, sete pertencem à JBS e quatro à Minerva. Procuradas, a JBS não comentou e a Minerva lembrou que a habilitação é uma decisão dos chineses.
No setor privado, a nota da Abrafrigo causou perplexidade. Ao escancarar uma divergência, alegam fontes, uma grande conquista do Brasil pode ser afetada. O entendimento é que a habilitação de novos frigoríficos é iminente devido à necessidade de suprimento da China, que sofreu grande abalo na disponibilidade de carnes por conta do surto do vírus da peste suína africana.
Também chamou atenção o fato de a Abrafrigo ter voltado suas baterias apenas contra JBS e Minerva. A Marfrig, segunda maior indústria de carne bovina do país, tem pelo menos tantos abatedouros na lista que será entregue aos chineses quanto a Minerva e não foi mencionada na nota da associação. Para uma fonte próxima à Abrafrigo, a ausência da menção à empresa é um reflexo da postura da Marfrig em defesa da igualdade de condições entre os frigoríficos.
A diferença entre elas, ironizaram duas fontes da indústrias, é que somente a Marfrig é associada da Abrafrigo. JBS e Minerva fazem parte da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) - a Marfrig também faz parte da entidade. Procuradas, Marfrig e Abiec não comentaram.
Ao Valor, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro, reconheceu o mal-estar, mas criticou duramente as insinuações da Abrafrigo.
"Não trabalho para empresa, trabalho pelo interesse nacional. Quando foi feita a estratégia de negociação com os chineses, não se levou em consideração estabelecimentos específicos, apenas a possibilidade de habilitar um número maior de estabelecimentos", acrescentou Ribeiro.
De acordo com o Ministério da Agricultura, os critérios para o envio da lista atenderam a um pedido feito pelos próprios chineses. Para acelerar a habilitação, a Administração Geral de Alfândegas da China sugeriu a indicação dos abatedouros já habilitados a exportar para a União Europeia, um mercado considerado exigente em questões sanitárias.
A ideia é que esses abatedouros sejam habilitadas em um primeiro momento, o que abarca sobretudo os grandes frigoríficos. No entanto, a ministra também entregará outras listas, como parte de um processo de novas habilitações.
O caminho adotado pelo ministério desagradou a executivos de médio porte consultados pelo Valor. "A competição é desleal", disse um deles, argumentando que um frigorífico habilitado a exportar para a China pode pagar mais caro para adquirir o gado a ser abatido.
Em meio à disputa, fontes próximas a grandes frigoríficos criticaram a postura dos menores. Mas ressaltam que o acesso a um mercado tão cobiçado não é trivial. "A China é um baile que exige gravata", disse.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Lucro líquido da Pilgrim’s Pride caiu 30% no 1º trimestre
A americana Pilgrim’s Pride, indústria de carne de frango controlada pela brasileira JBS, informou ontem que registrou lucro líquido de US$ 84,1 milhões no primeiro trimestre, queda de 29,5% ante o resultado de igual intervalo do ano passado.
Na mesma comparação, a receita líquida da companhia caiu 0,8%, para US$ 2,724 bilhões. Com ações listadas na Nasdaq, a Pilgrim’s costuma representar cerca de 20% do faturamento da JBS. Da receita total da Pilgrim’s no primeiro trimestre, 65% (US$ 1,8 bilhão) foram gerados pelas operações nos EUA. No México, a receita atingiu US$ 326,1 milhoes; na Europa, US$ 514,9 milhões.
Em nota, a Pilgrim’s informou a rentabilidade das operações nos Estados Unidos, que foi bastante afetada em 2018 pelo sobreoferta de carne de frango no país, está se recuperando. No México e na Europa, as condições permaneceram difíceis no primeiro trimestre, com custos de produção ainda altos no continente europeu.
Nesse cenário, a margem operacional nos EUA alcançou 6,1%; no México, de 2,9%; e na Europa, de 2,5%. No primeiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou US$ 201,9 milhões, queda de 25%% ante os US$ 272,3 milhões do mesmo período de 2018. Assim, a margem Ebitda ajustada da Pilgrim’s diminuiu 2,4 pontos percentuais, para 7,5%.
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Fonte: Valor Econômico
9. FDA notifica unidade da JBS na Pensilvânia por "severas violações"
Uma planta de abate e processamento de animais da JBS na Pensilvânia recebeu uma carta da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), com a notificação de “severas violações” às suas normas.
Após uma bateria de inspeções no ano passado, o órgão encontrou em produtos animais da JBS, incluindo sebo, uma droga chamada pentobarbital. A substância, usada para anestesiar animais, é considerada não-segura pelo FDA.
O FDA também disse que a empresa violou seus padrões de fabricação porque não encontrou e eliminou matérias-primas e ingredientes que continham a droga, que pode vir de animais sacrificados.
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Fonte: Valor Econômico
Agroenergia
10. Sinal verde para Clealco vender usina
A assembleia de credores da Clealco aprovou ontem o plano de recuperação judicial da companhia, que prevê a venda da usina localizada em Queiroz (SP) como unidade produtiva isolada (UPI) - sem passivos - para abater parte da dívida. A empresa, que tem três usinas no interior paulista, entrou em recuperação no ano passado com um passivo que hoje está em R$ 1,4 bilhão, incluindo créditos extraconcursais (que não se submetem à recuperação). O plano foi aprovado em todas as classes de credores.
A venda de uma usina já era cogitada pela empresa antes mesmo do pedido de recuperação judicial. Não foi estabelecido um valor mínimo para o leilão da unidade, que tem capacidade para processar até 4,5 milhões de toneladas de cana por safra. A efetivação da venda, porém, agora precisará passar pelo crivo dos credores que escolherem a opção de receber seus créditos com os recursos levantados pelo leilão da usina.
Em caso de aprovação da venda, o valor será distribuído aos credores extraconcursais, aos com garantia real e aos quirografários (sem garantia real), cada um com pesos diferentes. Para os credores quirografários com até R$ 15 mil a receber, foi aprovado um escalonamento dos pagamentos dos valores devidos de até 360 dias depois da homologação do plano.
Os credores que não aceitarem receber seus créditos com a venda da usina de Queiroz receberão os valores que lhes são devidos em prazos de 18 anos, no caso dos que possuem garantia real, e de 22 anos, para os quirografários. Para ambos haverá carência de dois anos no pagamento de juros e do principal, sendo que a taxa de juros será composta pela Taxa de Referência (TR) mais 0,5% ao ano.
Aos credores trabalhistas, o plano prevê um escalonamento dos pagamentos de créditos também de origem trabalhista conforme o valor devido, até 31 de dezembro. Sobre os créditos incidirá uma taxa composta pela TR mais 1% ao ano. Para os créditos que não têm origem trabalhista, mas que são devidos a credores dessa classe, o pagamento será feito em até um ano, corrigido pela TR mais 0,5% ao ano.
Os credores que se encaixam na categoria 4 (micro e pequenos empresários) que têm até R$ 3 mil de crédito receberão todo o valor ao qual têm direito em até 30 dias após a homologação do plano. Créditos acima desse valor serão pagos de forma escalonada em até 360 dias após a homologação.
Um dia antes da assembleia, o Rabobank e a consultoria Pantálica pediram direito a voto conforme créditos que não haviam sido reconhecidos no processo de habilitação. Porém, o juiz Fabio Renato Mazzo Reis, da 1ª Vara Cível da Comarca de Birigui, negou os pedidos, afirmando que eles "deveriam ter efetuado pedido de voto" antes da instalação da assembleia, que ocorreu em 2 de abril.
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Fonte: Valor Econômico
11. Brasil bate recorde de produção, consumo e venda de etanol na safra 2018/19, diz Unica
O Brasil bateu recordes de produção, consumo e venda de etanol na safra 2018/2019, encerrada em março, mostram dados consolidados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgados ontem (2). A oferta do biocombustível foi de 33,10 bilhões de litros – 9,91 bilhões de litros de anidro e 23,18 bilhões de litros de hidratado – pouco mais de 10% a mais que o recorde anterior, de 30 bilhões de litros, da safra 2015/2016, e alta de 19% sobre os 27,8 bilhões de litros de 2017/2018.
Com os preços pouco remuneradores do açúcar, o setor deixou de produzir quase 10 milhões de toneladas e de exportar 8 milhões de toneladas do adoçante em relação ao ciclo 2017/2018. Com isso, 64,3% da cana processada foi destinada ao etanol e o volume comercializado pelas usinas e destilarias brasileiras somou 30,61 bilhões de litros, alta de 20,44% sobre o apurado em 2017/2018, de 25,42 bilhões de litros.
As vendas de etanol hidratado das unidades produtoras atingiram 21,43 bilhões de litros, alta de 39,7% quando comparadas às do ciclo agrícola anterior. A comercialização de etanol anidro, utilizado na mistura à gasolina, diminuiu 8,88%, para 9,18 bilhões de litros em 2018/2019. As vendas de etanol para o mercado industrial permaneceram estáveis entre as safras, em 920 milhões de litros.
Na safra 2018/2019, dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela Unica indicam que o consumo de etanol hidratado foi de 20,73 bilhões de litros, 39,40% a mais sobre 2017/2018, ou 5,86 bilhões de litros adicionais consumidos no Brasil. Foram consumidos 10,1 bilhões de litros de etanol anidro, o aditivo da gasolina, totalizando 30,83 bilhões de litros de etanol. A participação do biocombustível na matriz de combustíveis leves (ciclo Otto) foi de 47,41%, o maior já observado desde a safra 2008/2009, de 46,13%.
“O uso do etanol na safra 2018/19, garantiu uma economia de US$ 5,2 bilhões ao País evitando a importação de 10,5 bilhões de litros de gasolina que seriam necessários para garantia do abastecimento interno”, informou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
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Fonte: Agência Estado/NovaCana
12. Prejuízo da Pacific Ethanol aumenta 61,9% no 1º trimestre, para US$ 13,2 milhões
A fabricante norte-americana de biocombustíveis Pacific Ethanol registrou prejuízo líquido de US$ 13,202 milhões, ou US$ 0,29 por ação, no primeiro trimestre de 2019, encerrado em 31 de março. O prejuízo é 61,93% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de US$ 8,153 milhões, ou US$ 0,19 por ação. A receita líquida caiu 11,06%, para US$ 355,803 milhões.
O CEO e presidente da empresa, Neil Koehler, falou sobre o resultado, em comunicado divulgado pela companhia. “Durante o trimestre, implementamos reduções de custos que melhoraram nossa margem operacional. Enquanto a perda para acionistas ordinários foi de US$ 13,2 milhões, o Ebitda ajustado foi positivo em US$ 1,6 milhão no primeiro trimestre, representando uma melhora significativa em relação ao quarto trimestre de 2018”, declara.
Ele ainda acrescentou: “Estamos progredindo em nossas iniciativas estratégicas para melhorar a liquidez, reduzir nossa dívida e proporcionar maior flexibilidade financeira para buscar oportunidades futuras de crescimento e aumentar o valor para os acionistas”.
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Fonte: Dow Jones Newswires/NovaCana
Grãos e Grandes Culturas
13. Embarques de soja alcançaram 8,6 milhões de t em abril, diz Anec
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) informou que os embarques de soja do país somaram 2,4 milhões de toneladas na semana encerrada em 27 de abril. O volume é 15,8% maior que o da semana anterior. Os dados da Anec são baseados nos volumes que efetivamente partiram dos portos brasileiros.
Com o resultado da semana, foram enviadas ao exterior 8,6 milhões de toneladas de soja em abril.
Os embarques de milho, por sua vez, ficaram em 179,1 mil toneladas na semana encerrada no dia 27, avanço de 79,1% em relação ao volume embarcado no semana anterior (100 mil toneladas). No mês, os embarques do cereal brasileiro acumulam 389,6 mil toneladas.
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Fonte: Valor Econômico
14. Soja continua sob pressão em Chicago e fecha em queda
Pelo terceiro pregão consecutivo, as cotações da soja recuaram na bolsa de Chicago. Ontem, a pressão veio da continuidade da indefinição quanto a um acordo entre EUA e China e da perspectiva de que o atraso no plantio da oleaginosa nos EUA pode ser rapidamente recuperado.
Os contratos futuros com vencimento em julho recuaram 0,78% (6,75 centavos de dólar), a US$ 8,54 o bushel.
Segundo disse o analista Dan Hueber, da consultoria Hueber Report, à Dow Jones Newswires, a falta de notícias para a recuperação da soja colaboraram para a queda nas cotações ontem. “Antes de maio começar, os traders decidiram preparar seus ‘livros de bordo’, e sem notícias para influenciá-los, provavelmente continuarão olhando para as tendências mais recentes dos mercados”, afirmou.
O relatório de acompanhamento de safra dos Estados Unidos, publicado na segunda-feira pelo Departamento de Agricultura do país (USDA), também não trouxe novidades, segundo Hueber. Até o último domingo, o plantio havia alcançado 3% de 36,3 milhões de hectares (considerando a área semeada em 2018), atrás da média das últimas cinco safras, de 6%, e da expectativa dos traders, de 5%. Apesar disso, acredita-se que o atraso possa ser facilmente recuperado.
A falta de um acordo entre Estados Unidos e China também pressionou as cotações. Ontem, o representante do comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, se reuniram em Pequim, para dar sequência às negociações com as autoridades do país asiático.
Durante a visita, segundo informação da consultoria Allendale, o advogado Tim Stratford, que trabalha diretamente com Robert Lighthizer, afirmou: “o acordo não precisa acelerar a economia da China, mas precisa, sim, trazer um método para lidarmos [os EUA e a China] com as nossas diferenças”.
A pressão sobre os preços também vem da perspectiva de que a demanda por soja este ano deve cair, com o surto de peste suína africana na China.
A demanda enfraquecida pelo trigo americano também colaborou para os preços do cereal recuarem ontem na bolsa de Chicago. Os contratos futuros para julho caíram 1,49% (6,5 centavos de dólar), fechando a US$ 4,2875 o bushel.
Já o milho subiu ante o clima desfavorável ao avanço do plantio nos EUA. Os papéis para julho tiveram leve alta de 0,21% (0,75 centavo de dólar), fechando a US$ 3,625 o bushel.
Em Nova York, cacau, suco de laranja e algodão caíram
Na bolsa de Nova York, a maioria das “soft-commodities” teve queda, sendo a do suco de laranja a mais expressiva.
Ontem, os contratos do suco concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) com vencimento em julho recuaram 5,04% (515 pontos), fechando a US$ 0,9710 a libra-peso.
O movimento se deu frente à recuperação da oferta da fruta e da bebida na Flórida, que abriga o segundo maior parque citrícola do mundo, menor apenas que o de São Paulo e Minas Gerais.
Com o ritmo acelerado das entregas de cacau nos portos da Costa do Marfim e a perspectiva de superávit na safra 2019/20, as cotações da amêndoa também recuaram em Nova York. Os lotes para julho caíram 1,01% (US$ 24) e fecharam a US$ 2.359 por tonelada.
Em nota, a consultoria Barchart, sediada em Chicago, disse o governo da Costa do Marfim divulgou novos dados de entregas nos portos do país. De 1° de outubro a 28 de abril, foram entregues 1,84 milhão de toneladas, 15,7% mais que no mesmo período do ano passado.
Num movimento técnico, os preços do algodão tiveram queda na bolsa de Nova York. Os lotes para julho fecharam no campo negativo, com baixa de 0,22% (17 pontos), a 76,95 centavos de dólar por libra-peso.
Em nota, o analista Keith Brown, da consultoria DTN, disse que os preços do algodão recuaram com a falta de novidades nos fundamentos e porque tinham espaço para cair nos gráficos.
“O relatório do USDA mostrou somente um ligeiro atraso no plantio nos EUA, que deve ser compensado nas próximas semanas”, afirmou. Em relatório, o órgão informou que até o dia 28 de abril, 11% de 5,5 milhões de hectares (ainda considerando a área cultivada em 2018) haviam sido semeados. Nesta época do ano passado, o percentual era de 12% e nas últimas cinco safras de 13%.
Ainda segundo Brown, se o plantio de algodão continuar avançando neste ritmo, a área plantada em junho deve ultrapassar os 5,6 milhões de hectares — que o USDA divulgou como intenção de plantio para a safra 2019/20 nos EUA em março.
Já os preços do açúcar demerara fecharam estáveis ontem na bolsa de Nova York e no campo positivo. Os papéis para julho tiveram ligeira alta de 0,08% (1 ponto) a 12,34 centavos de dólar a libra-peso.
Em nota, a analista Sandra Boga, da consultoria Informa Economics, sediada em Nova York, disse que os fundos estão rolando posições com a expiração dos contratos para maio, que venceram ontem.
Em meio ao vai e vem do dólar ante as emergentes, as cotações do café arábica também subiram. Os lotes de arábica com vencimento em julho tiveram alta de 0,54% (50 pontos), fechando a 93,15 centavos de dólar a libra-peso.
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Fonte: Valor Econômico
15. Louis Dreyfus expande suas operações de café em Minas
Cercada por encostas cobertas por cafezais, a pequena Matipó, em Minas Gerais, com pouco mais de 20 mil habitantes, foi escolhida pela Louis Dreyfus Company (LDC) para receber seu terceiro armazém dedicado à cultura no país. Com capacidade para 500 mil sacas de 60 quilos, investimento de US$ 15 milhões e 23 mil metros de área construída, a unidade começou a receber a produção da região da mata mineira e montanhas de Espírito Santo, segunda maior produtora de café arábica do país, no fim de junho do ano passado e a beneficiar os grãos destinados à exportação em dezembro.
A inauguração oficial das instalações, contudo, foi na manhã de terça-feira e serviu para marcar o começo da safra 2019/20, ainda que os cafeicultores não tenham muito o que comemorar diante do atual patamar de preços, o mais baixo dos últimos anos. "As entregas não têm ocorrido no mesmo volume habitual, mas isso depende do fluxo de caixa de cada produtor", diz Marcelo Pedro, diretor executivo da área de café da companhia no país. Ainda assim, ele assegura que os negócios estão acontecendo normalmente.
Pedro concorda que os produtores têm sido muito afetados pelos preços e não vê prazo para que o cenário desfavorável se altere, uma vez que a oferta é grande mesmo neste ano de bienalidade negativa da safra de arábica no Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a colheita brasileira alcançará 53,9 milhões de sacas, 10% menos que na temporada 2018/19, quando a produção foi recorde.
Com o investimento no novo armazém em Matipó, a LDC passa a estar presente em três importantes regiões produtoras do grão. "Com isso, passamos a ter custos menores do que quando usamos unidades de terceiros e uma operação mais estratégica. É importante ter uma base grande onde conseguimos receber maior volume de café", afirma Pedro. "Além disso, a região vem crescendo muito em volume e também em qualidade. Temos uma penetração comercial muito boa aqui", justifica.
A companhia espera trabalhar com 100% da capacidade na nova unidade. Na região, em torno de 700 mil sacas de café arábica são negociadas com a LDC. O novo armazém tem capacidade para receber 15 mil sacas por turno e é 100% automatizada. Os outros dois armazéns da múlti francesa dedicados à cultura no país estão em Varginha, também em Minas, com capacidade para 500 mil sacas de café arábica, e em Nova Venécia, no Espírito Santo, voltado para o café conilon e com capacidade para cerca de 1 milhão de sacas.
Conforme Pedro, o café representa uma parte importante do portfólio da companhia, quinta maior exportadora do produto brasileiro - os embarques nacionais renderam US$ 5,1 bilhões em 2018 - e terceira maior do mundo, com atuação em outros produtores como Vietnã e Colômbia. A LDC registrou receita líquida global de US$ 36,5 bilhões no ano passado, quando seu lucro líquido foi de US$ 335 milhões.
Entre os fornecedores da companhia na região da mata mineira e montanhas do Espírito Santo estão pequenos cafeicultores que entregam sua produção diretamente para a trading, que tem foco no café commodity, e também para cooperativas locais. Em média, 90% da produção é entregue por produtores com propriedades de 4 a 5 hectares.
Segundo Pedro Antônio Silva Araújo, diretor de produção e comercialização da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha (Coocafé), a colheita deverá recuar 20% nesta safra nas matas de Minas, para 6,5 milhões de sacas. A cooperativa atua em 62 municípios nas montanhas do Espírito Santo e na mata mineira e conta com 9,5 mil cafeicultores cooperados.
Em 2019/20, espera receber 650 mil sacas de arábica, ante 890 mil em 2018/19. "No momento, os preços estão somente cobrindo os custos. O produtor está sem gordura para investir. É um período de vacas magras", afirma. Mas Araújo se diz otimista. "Estamos investindo em um projeto para que o agricultor conheça melhor os custos de produção e aprimore a gestão da propriedade. Dessa forma, ele conseguirá superar a crise. Não há outra maneira". No momento 300 produtores estão sendo atendidos, mas a meta é alcançar 1,2 mil.
Na área de atuação da cooperativa, de 72 mil hectares, 15% dos produtores já começaram os trabalhos de colheita neste ciclo 2019/20, em razão da antecipação da florada, em agosto. Mas os trabalhos deverão engrenar nas próximas semanas, estima Araújo.
O diretor da Coocafé acredita que alternativas como o barter - pagamento de insumos com sacas de café - deverão crescer muito nesta safra. No ano passado, a cooperativa recebeu 70 mil sacas por meio da modalidade. Mas, para Pedro, da LDC, as operações de barter não estão acontecendo na velocidade normal diante da frustração do produtor com os preços. O barter representa 10% dos negócios de café da companhia.
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Fonte: Valor Econômico