Conjuntura do Agronegócio

1. Colheitas e exportações do país deverão crescer acima da média até 2028

Se não tropeçar em negociações comerciais para a manutenção e abertura de novos mercados, não se descuidar em questões sanitárias e ficar atento às mudanças de comportamento dos consumidores de alimentos em países desenvolvidos e emergentes, o Brasil tem tudo para ampliar suas participação nas exportações mundiais de grãos e carnes nos próximos anos.

"A tendência é de crescimento, mas estamos sujeitos a choques que antes não estavam no radar, entre eles disputas comerciais como a travada entre Estados Unidos e China", disse recentemente ao Valor Antonio Carlos Costa, gerente do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). De qualquer forma, o "Outlook Fiesp - Projeções para o Agronegócio Brasileiro 2028", concluído no início do ano, traça um cenário favorável para o avanço do país como fornecedor global de produtos agropecuários.

Para a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, a expectativa da Fiesp e da MB Agro, parceira da federação no "Outlook", é que a produção do país aumente 3,2% ao ano até 2028, enquanto para a média mundial a projeção é de estabilidade. As exportações, por sua vez, poderão crescer um pouco menos - 1,9% ao ano, ante uma média mundial estimada em 2,9% -, mas por causa do aumento da demanda doméstica por rações destinadas sobretudo para frangos e suínos Se confirmadas essas expectativas, o Brasil deverá roubar dos EUA a liderança na produção de soja e se manter na ponta nas exportações.

No caso do milho, as perspectivas apontam para incrementos acima da média até 2028 tanto para a produção (4,3% ao ano, contra 1,8%) quanto para os embarques (6,2%, contra 3%). Nesse quadro, o país está longe dos principais países produtores, mas poderá se firmar como o segundo maior exportador. Também nesse mercado, a tendência é de maior demanda interna para a fabricação de rações animais.

Para as carnes, o horizonte, que já era positivo, deverá melhorar ainda mais diante do surto de peste suína africana que se alastra na China, maior produtor e consumidor de carne suína do planeta. Como o rebanho chinês está sendo reduzido em mais de 30% com as mortes e sacrifícios realizados para a contenção da doença, a expectativa é de impacto profundo no mercado de proteínas animais como um todo, o que, conforme especialistas, terá impacto positivo sobre as exportações brasileiras de carnes.

Na divulgação do "Outlook", Alexandre Mendonça de Barros, sócio da MB Agro, destacou que a crise no país asiático, que para ele é o "evento" mais importante do agronegócio mundial atualmente, é uma "chance de ouro" para o Brasil se consolidar também como exportador importante de carne suína, como já indica seu papel de liderança nas carnes bovina e de frango. "Temos a oportunidade de nos apresentar à China não só como fornecedor de soja em grão, mas também de carnes", afirmou.

Para as três carnes, as projeções de Fiesp e MB sinalizam que os avanços médios anuais da produção e das exportações do país deverão superar as médias globais até 2028. E, diante do aprofundamento dos problemas na China, os números poderão ser melhores que os previstos atualmente (ver infográfico nesta página). Especialistas destacam que, em alguns casos, investimentos de companhias brasileiras como JBS, BRF, Marfrig e Minerva em unidades de produção em países importadores cada vez mais preocupados com sua segurança alimentar - é o caso da Arábia Saudita e outros países árabes - podem conter o ímpeto exportador. Mas será por um boa causa.

Em geral, as previsões também apontam para uma tendência de crescimento do país no tabuleiro do algodão e sinalizam que nos primeiros mercados agrícolas "dominados" pelo Brasil - açúcar, café e suco de laranja - são pequenas as chances de retrocessos. "A verdade é que o Brasil é essencial para o mundo. Só não podemos nos esquecer as tendências do consumo e não podemos tratar a sustentabilidade como um modismo", reforça o ex-ministro Roberto Rodrigues.

Nesse sentido, a postura comercial deste e dos próximos governos também será vital, uma vez que a concorrência internacional com fornecedores como os EUA é acirrada. Como costuma repetir Tereza Cristina, atual ministra da Agricultura, o Brasil tem que manter boas relações com todos os países que importam seus produtos. "O país não tem conseguido negociar bons acordos comerciais, e eles são fundamentais para dar segurança e previsibilidade para quem investe em produção. O agronegócio vem investindo muito, com destaque para as novas tecnologias que estão sendo adotadas pelas principais cadeias produtivas do setor, mas os riscos ainda são elevados", disse recentemente Maurício Cardoso de Moraes, sócio da PwC Brasil.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

2. O futuro pertence à produção sustentável

Se nos últimos 20 anos o Brasil construiu as bases para aproveitar vantagens naturais e se consolidar como um dos maiores produtores e exportadores de grãos e carnes do mundo - posição que já ocupava em mercados como café, açúcar e suco de laranja -, nas próximas duas décadas terá o desafio de ampliar o que conquistou em meio a importantes transformações geopolíticas e mudanças de comportamento do consumo.

Mas, se para tornar viável um aumento do valor bruto da produção (VBP) das principais cadeias de sua agropecuária, de cerca de R$ 185 bilhões, em 1999, para quase R$ 600 bilhões, e ver as exportações do setor acompanharem o ritmo e superarem US$ 100 bilhões por ano, o país fez valer vantagens naturais como clima e área e contou com uma lógica empresarial mais moderna, tecnologias e crédito rural subsidiado, agora terá que avançar em outras frentes. E rapidamente.

Como alertam especialistas como o ex-ministro Roberto Rodrigues, o economista Alexandre Mendonça de Barros, Maurício Cardoso de Moraes, sócio da PwC Brasil, e o presidente da Cargill no país, Luiz Pretti, entre muitos outros, o agronegócio brasileiro terá que avançar na profissionalização de produtores e agroindústrias, manter os olhos abertos à inovação, contar com a habilidade dos governos em negociações comerciais para a manutenção de abertura de mercados e se acostumar com um ambiente em que o custo de capital dependerá cada vez mais da competência.

E, tão ou mais importante do que tudo isso, o agronegócio nacional terá que ser irredutível em relação à sustentabilidade ambiental, social e trabalhista da produção dos alimentos que oferta nos mercados doméstico e internacional, sob o risco de ver sua reputação ir por água abaixo e perder espaço nas gôndolas e pratos de uma população muito mais exigente com a qualidade do que consume e bem menos paciente com falhas nessa frente.

"O sucesso do agronegócio brasileiro nos últimos 20 anos não será suficiente para garantir o sucesso nos próximos 20. Os clientes e consumidores dos produtos do setor serão diferentes, a rastreabilidade será fundamental, tecnologias disruptivas como a carne de laboratório vão se acelerar e fundos 'verdes' ganharão espaço no financiamento. Ou nos conscientizamos ou não conseguiremos atender à maior parte do crescimento da demanda mundial por alimentos prevista para as próximas década, como se espera", diz Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Brito não assumiu a entidade que representa agroindústrias que atuam no país à toa. Foi escolhido por ser uma das vozes mais ativas sobre a necessidade de o país entrar logo em trilhos sustentáveis. E uma voz ativa forjada no segmento de óleo de palma - trabalha desde 1997 na Agropalma, instalada no Pará, na qual é diretor-executivo desde 2016 -, que sofre pressão de ambientalistas em países do Sudeste Asiático que lideram a oferta mundial do produto e desidrata a cada desmatamento ou situação degradante de trabalho identificada por organizações não-governamentais atentas e atuantes.

Brito dialoga permanentemente com essas ONGs e participa de eventos com clientes e consumidores do agronegócio global no mundo todo. Aos 55 anos, conhece cadeias produtivas de mais de 40 países e, nos diversos fóruns de discussão que se envolve nas mais diferentes regiões agropecuárias do país, não se incomoda ou muda de tom quando a plateia formada por produtores ou executivos "das antigas" torce o nariz para seus alertas.

"Não é verdade, por exemplo, que a China não liga para os modelos de produção dos alimentos que importa. A chinesa Cofco e a trading Wilmar, que dominam o mercado de soja em grão e óleos vegetais do país asiático, por exemplo, assumiram compromissos internacionais de sustentabilidade ambiental, social e econômica que serão seguidos com rigidez. A China já é um dos países que mais reflorestam, enquanto o Brasil ainda é um dos que mais desmatam, em larga medida graças à grilagem e ao mercado ilegal de madeira", diz.

A China foi vital para o crescimento do agronegócio brasileiro a partir do início dos anos 2000. Grande importador de soja em grão e carnes, o país absorveu pouco mais de 30% das exportações do setor do Brasil no primeiro trimestre deste ano. As compras somaram US$ 6,8 bilhões, US$ 1 bilhão a mais que no mesmo período de 2018, e tendem crescer em valor agregado com a ampliação das importações de carnes em virtude do surto de peste suína africana que hoje abala sua segurança alimentar.

"Outra questão importante é que a Europa, por mais que não tenha mais uma demanda em expansão como no passado, é e continuará a ser uma formada de opinião das mais influentes no mundo. Então temos que prestar atenção, por exemplo, ao fato de que 60% dos franceses querem saber a origem dos alimentos que compram. E isso também vale para alemães e ingleses. Ou para consumidores dos EUA, país que vêm investindo muito na rastreabilidade de seus produtos", diz o executivo.

Nesse contexto, Brito encara com preocupação o movimento em curso no Brasil por mudanças no Código Florestal que poderão gerar uma permissividade maior em relação a reservas legais. Ou algumas discussões sobre a Amazônia que, sabe, não são bem entendidas no exterior. "Há milhões de hectares degradados na região amazônica que podem ser ocupados por atividades produtivas - afinal, dentro da floresta mais rica está o povo mais pobre. Mas temos que proteger o restante sob pena de perder mercados."

Esse risco, observa o presidente da Abag, aumenta entre os millennials, também conhecidos como geração Y. Para essas pessoas nascidas entre a década de 1980 e os anos 2000, consumir carne de origem vegetal é algo perfeitamente normal e aceitável, em parte, por não prejudicar o ambiente. "Grandes players que atuam no mercado brasileiro de alimentos são multinacionais. Temos que acompanhar esse movimento e entender como será o consumidor em 20 anos. Ou construímos uma estratégia para o setor ou nos restará gritar e espernear sem sucesso nenhum", afirma o executivo.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

3. InvestSP mapeia planos de aportes de R$ 3,4 bi no Estado

A Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP) informou que mapeo 28 projetos ligados ao setor de agronegócios que poderão resultar em aportes totais da ordem de R$ 3,4 bilhões e gerar mais de 6 mil empregos nos próximos anos no Estado. Entre os principais planos identificados estão um frigorífico de aves, uma fábrica de ingredientes de alimentos, um projeto na área de biotecnologia e outro ligado à cadeia de suco de laranja.

No ano passado, a agência informou que assessorou empresas ligadas ao setor que anunciaram investimentos de R$ 430,7 milhões, com destaque para projetos nas áreas de fertilizantes, nutrição animal, processamento de arroz e produção de ingredientes para a indústria de alimentos. Em 2017, a agência informou que contribuiu para projetos que somaram quase R$ 400 milhões.

“São Paulo tem na cadeia do agronegócio um pilar fundamental de sua economia. é um setor que representa 15% do PIB do Estado mais rico do Brasil e, por isso, as oportunidades existentes aqui são enormes”, afirma Wilson Mello Neto, presidente da InvestSP, em comunicado.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. BNDES reabre Moderfrota e disponibiliza R$ 536 milhões adicionais

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reabriu o Moderfrota para novas operações e disponibilizou R$ 536 milhões adicionais para financiamento à aquisição de máquinas e equipamentos. A dotação do programa passou de R$ 7,6 bilhões para R$ 8,1 bilhões para o ano-safra 2018-2019.

Os novos recursos estão destinados, no montante de R$ 477 milhões, para financiar micro, pequenas e médias empresas com taxas de juros de 7,5% ao ano. As grandes empresas disporão de R$ 59 milhões ao custo de 9,5% a.a.

Os protocolos de operações do Moderfrota estavam suspensos desde o último dia 11, e serão reabertos a partir desta segunda-feira (29). Os recursos podem ser acessados por meio de mais de 30 instituições financeiras parceiras do BNDES, dentre agências de fomento, bancos de montadoras, cooperativas de crédito, bancos cooperativos, bancos privados e bancos públicos. Segundo o banco de fomento, desde 2016, mais de 71% dos municípios brasileiros foram contemplados com recursos do BNDES para investimento no setor agropecuário.

Na última quinta-feira (25), o BNDES informou aos bancos repassadores de recursos que retomou o recebimento de pedidos de financiamento relativos ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Investimento). O crédito do Pronaf possui taxa de juros prefixada de até 4,6% a.a., para o ano agrícola 2018/2019.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

5. Produtor aguarda volume de crédito mais "realista"

Incertezas e tensa expectativa cercam a divulgação pelo governo no final de maio do Plano Safra 2019/2020. As negociações nos bastidores são intensas, pois os produtores temem que o novo governo, contrariando a praxe dos últimos anos, não irá nem aumentar o volume de crédito rural, nem reduzir as taxas de juros.

No Plano anterior, cuja vigência vai até julho, o montante de crédito foi de R$ 191,1 bilhões, sendo R$ 151,1 bilhões para o custeio e R$ 40,01 bilhões para os investimentos. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pleiteia uma elevação que pelo menos cubra a alta dos custos de produção de um ano para o outro. E quer um corte linear de 0,5 ponto percentual em todas as taxas cobradas.

No caso do juro de custeio, como está hoje em 7%, uma baixa de 0,5 ponto traria a taxa para o mesmo patamar atual da Selic, de 6,5%. Nessa hipótese, os juros cobrados nas linhas de investimento recuariam do nível vigente de 5,25% a 7,5% para a faixa entre 4,75% e 7%. Estas taxas referem-se ao montante de R$ 153,7 bilhões enquadrado na categoria de "juros controlados", ou seja, é um volume que embute subsídios cujas diferenças de taxas são equalizadas pelo Tesouro Nacional. Nesta safra, a equalização arcada pelo Tesouro consumiu algo entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. As lideranças agrícolas defendem uma ampliação para pelo menos R$ 13 bilhões.

A assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Fernanda Schwantes, diz que seria fundamental que o governo anunciasse um volume de crédito rural que fosse exequível e realista. "Mais até do que uma baixa nos juros, queremos garantir que o produtor encontre dinheiro nos bancos", diz. Nas últimas safras vem ocorrendo um descasamento entre o montante de recursos supostamente em oferta nos bancos e o que está efetivamente disponível. "Isso vem acontecendo há três ou quatro anos. Causa no produtor uma perda de credibilidade no Plano Safra", diz a assessora.

O descompasso acontece porque o crédito rural é definido com base nas projeções que os bancos fazem para a evolução dos seus depósitos à vista. E, frequentemente, as estimativas estão acima do que, meses depois, existirá de fato no caixa das instituições. Pela lei, os bancos precisam destinar 30% dos depósitos à vista para o crédito rural. Para que esse descasamento, que causa frustração nos produtores, deixe de existir, a CNA defende a ampliação para 34% da fatia dos depósitos destinada à agricultura.

De acordo com dados oficiais do Ministério da Agricultura, o desembolso do atual Plano Safra foi de R$ 129 bilhões entre julho de 2018 e março de 2019, com avanço de 8% comparativamente a igual período da safra anterior. Desse total, R$ 110 bilhões foram destinados aos produtores empresariais e R$ 18,8 bilhões à agricultura familiar. No primeiro caso, a alta foi de 6% e, no segundo, de 16%.

A tensão pré-anúncio do novo Plano Safra decorre da pouca disposição do atual governo em subsidiar operações tidas como danosas às políticas de ajuste fiscal. Nesse sentido, o sinal emitido pelo Banco do Brasil, principal agente do crédito rural, com quase 60% do mercado, foi eloquente. Nas linhas pré-custeio que anunciou como antecipação ao Plano Safra, a instituição rompeu com tradições do passado. Em 2018, o BB colocou R$ 10 bilhões a juros controlados no seu pré-custeio e definiu um limite máximo de financiamento por produtor de R$ 3 milhões. Neste ano, só está praticando juros de mercado, sem imposição de teto. "Como já consumiu toda a sua disponibilidade para a atual safra, o banco está tendo de financiar o pré-custeio com recursos próprios", explica a assessora da CNA. A parcela referente aos juros controlados tem como funding a caderneta de poupança rural e fundos constitucionais.

Na visão do diretor de agronegócios do Santander, Carlos Aguiar, o país não passa por uma simples alteração de política agrícola, mas por uma verdadeira "mudança de paradigma" resultante do declínio da taxa de juro para piso histórico e da necessidade de revisão de subsídios públicos em face da delicada situação fiscal. "Quando o juro básico estava acima de 14%, era natural e necessária a equalização de taxas. Agora, não mais", diz. As taxas do mercado livre oscilam de 9% a 15%, dependendo do porte, da organização contábil e do risco do tomador.

O Santander tem em sua carteira agrícola R$ 17 bilhões, dos quais apenas R$ 5 bilhões no âmbito do Plano Safra. Atualmente, os produtores capitalizados preferem usar recursos próprios para custeio e investimento. "Não faltará dinheiro para a agricultura, mesmo que o governo reduza o Plano Safra", diz.

O diretor da área de agronegócio do Departamento de Empréstimos e Financiamentos do Bradesco, Roberto França, calcula em R$ 550 bilhões a demanda de recursos pela cadeia total da agricultura, ou seja, o volume do Plano Safra cobre apenas 35% do dispêndio. E como a carteira agrícola dos bancos atinge cerca de R$ 315 bilhões, o restante é complementado por capital próprio, fornecedores, cooperativas e tradings. "O governo é apenas um dos elos dessa intrincada engrenagem", diz o executivo do Bradesco, instituição que por meio de 14 plataformas de negócios agrícolas detém 9% do mercado. O seu principal "funding" para o crédito livre vem das LCA, papéis isentos de IR que pagam entre 95% e 96% do CDI. Essa carteira, no montante de R$ 12 bilhões, permite ao banco cobrar juros de um dígito.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

6. Déficit na infraestrutura complica escoamento da safra

A corrida deflagrada nos últimos anos pelas grandes tradings do setor de grãos e operadores logísticos para instalação de terminais portuários e estações de transbordo permitiu acumular uma capacidade para recepcionar e movimentar em torno de 70,0 milhões de toneladas de grãos no chamado Arco Norte, que compreende toda a região do território brasileiro acima do Paralelo 16º, incluindo portos de Itacoatiara (AM), São Luís, Itaqui e Ponta da Madeira (MA), Santarém e Barcarena (PA) e Aratu (BA). No ano passado, no entanto, por causa dos problemas de logística e infraestrutura, o sistema recebeu 27,5 milhões de toneladas, operando com ociosidade de 60,8%, segundo a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Lopes.

Espera-se a instalação de mais 20,0 milhões de toneladas de capacidade em novos armazéns e terminais entre o fim deste ano e o começo de 2020, como mostra o estudo "Entre portos e porteiras", no qual a CNA mapeia os principais gargalos logísticos do agronegócio e aponta soluções para corredores mais estruturais no escoamento das safras. "A principal causa dessa ociosidade está na falta de infraestrutura adequada de acesso, com malha rodoviária deficitária em extensão e qualidade, hidrovias sem cartas náuticas atualizadas, com ausência de dragagem, sinalização e balizamento e ainda uma malha ferroviária pequena e restrita", diagnostica Elisângela.

Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística, afirma que o custo de frete entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), que não deveria superar R$ 160 por tonelada, varia de fato entre R$ 210 e R$ 230 por conta da demora na conclusão do asfaltamento num trecho final de 51 quilômetros da BR-163 até os terminais do rio Tapajós. "Como 12 milhões de toneladas de milho e soja saem por ali, o custo mais alto gera prejuízos anuais de R$ 600 milhões a R$ 840 milhões", estima.

Numa complicação adicional, aponta Olivier Roger Sylvain Girard, sócio diretor da Macrologística, os trechos já asfaltados da via, que recebe tráfego intenso de carretas bitrens numa área de alta pluviosidade, sofrem degradação acelerada por falta de manutenção. "Mato Grosso de fato é onde está o cerne do problema atualmente e ali se avançou muito pouco", afirma.

Saída estratégica para o mercado internacional, especialmente para a produção de grãos do Centro-Oeste, a participação do Arco Norte nas exportações brasileiras de milho e soja em grão foi ampliada de 16% em 2009, quando havia atingido 7,0 milhões de toneladas, para 26,2% no ano passado, somando 32,5 milhões de toneladas, num crescimento anual composto de 21,2%. Na média brasileira, mostra Elisângela, as exportações daqueles grãos cresceram 14,1% ao ano.

Na leitura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a desconcentração relativa das rotas de exportação mostra que, "sem dúvida", têm ocorrido avanços na infraestrutura, a despeito de restrições orçamentárias e do fato de o investimento no setor historicamente manter-se abaixo de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Freitas lembra a alocação recente de R$ 2,0 bilhões pelo governo federal para a malha rodoviária, que permitirão "entregas importantes para o agronegócio, incluindo trechos nas BR-116 (no Rio Grande do Sul), BR-163 (no Paraná), BR-163/364 (ambas em Mato Grosso), BR-242 (em Tocantins)". Da mesma forma, o ministro reitera a meta de concluir neste ano a pavimentação dos 51 km da BR-163 até Miritituba no Pará.

O ministério trabalha ainda no projeto de concessão do trecho paraense da rodovia, informa o ministro, como forma de assegurar recursos para sua manutenção nos próximos anos.

Também este ano estão previstas as concessões da Ferrogrão, interligando Sinop a Miritituba, os leilões das rodovias BR- 364 e 365, que cortam Goiás e Minas Gerais, e da BR-101, em Santa Catarina. "Devemos realizar as novas concessões da BR-040/495 (MG/RJ) da Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio de Janeiro (Concer); da BR-116/465/101 (SP/RJ) da Dutra; da BR-116/493 (RJ/MG); e das Rodovias Integradas do Paraná", acrescenta o ministro.

Os planos do ministério incluem ainda dobrar a participação das ferrovias na matriz de transportes até 2030, atualmente limitada a 18%. Para Elisângela, será preciso avançar mais em regulação, já que o setor ferroviário tem se transformado num quase monopólio, situação que tende a ser reforçada com a recente vitória da Rumo no leilão de concessão do trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Porto Nacional (TO) e Estrela D'Oeste (SP), cortando todo o Estado de Goiás. "Na média, as ferrovias praticam hoje preços de frete apenas 3% menores do que as rodovias. No exterior, a diferença chega a 30%", argumenta.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Indústria prevê recorde de exportações em 2019

As projeções da Associação Brasileira de Exportadores de Carnes Bovinas (Abiec) indicam um crescimento de 10,7% nas vendas internacionais do país, com o embarque de 1,8 milhão de toneladas, e expansão de 11% na receita, totalizando US$ 7,24 bilhões. "Será ano de recordes históricos", diz Antônio Jorge Camardelli, presidente da associação.

Vários fatores contribuem para a perspectiva positiva no desempenho. O principal é o aumento de demanda da China. O país asiático, grande produtor e consumidor de carne de porco, enfrenta um surto de febre suína africana em seu rebanho.

Estimativas internacionais indicam que a China terá falta de quatro a seis milhões de toneladas em seu abastecimento de proteína animal. Déficit que deverá ser preenchido com importações de diferentes carnes em 2019. No primeiro trimestre, as exportações brasileiras de carnes bovinas para o país cresceram em 6,2%.

Outro impulso deve vir dos EUA. Os americanos impuseram barreiras sanitárias aos produtores brasileiros em 2017 e podem reabrir seu mercado em breve. Está programada para junho uma missão de inspetores americanos aos frigoríficos nacionais. A Rússia, que também havia estabelecido barreiras ao produto brasileiro, voltou às compras no final de 2018.

Nos próximos meses também é esperada a abertura dos mercados da Tailândia e Indonésia. "São mercados importantes, que já vistoriaram frigoríficos brasileiros e estão próximos de fazer as primeiras encomendas", diz Camardelli.

Os principais frigoríficos nacionais, Minerva, JBS Friboi e Marfrig, ajustam suas expectativas e estratégias para aproveitar as oportunidades do novo cenário internacional. João de Almeida Sampaio Filho, diretor de relações institucionais da Minerva, avalia que a crise de abastecimento de proteínas na China pode ser um marco no mercado global. "Estamos diante da oportunidade de criar o hábito do consumo de carne bovina no maior mercado global, que hoje consome principalmente carne suína", diz. A Minerva espera ampliar em pelo menos 5% suas vendas para a China neste ano.

A JBS Friboi investiu R$ 45 milhões na ampliação de duas unidades mineiras em Iturama e Ituiutaba com o objetivo de adequar sua produção voltada ao mercado chinês. Ao todo, seis frigoríficos da companhia no Brasil estão aptos a exportar para a China.

Em outra iniciativa, a companhia brasileira fechou um acordo com o Alibaba Group, maior empresa chinesa de ecommerce, para a venda de proteína animal, principalmente carne bovina. A expectativa é que o total de negócios chegue a US$ 1,5 bilhão em três anos. "Somos pioneiros no Brasil a trabalhar a marca dos produtos no exterior, o que facilita a inserção internacional", diz Renato Costa, presidente da Friboi.

Tradicionalmente, o Brasil é visto no mercado internacional como um fornecedor de produtos comoditizados, sem marca, que abastecem a indústria de transformação local.

Com um rebanho de 214,7 milhões de cabeças, o Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, com 10,96 milhões de toneladas equivalentes de carcaça (TEC), e maior exportador mundial. No entanto, o país não tem acesso a 40% do mercado, uma vez que compradores importantes como Japão, Coreia do Sul, Canadá e México só adquirem carne de países certificados como livres de febre aftosa sem vacinação.

O status brasileiro é de produtor livre de febre aftosa com vacinação. O Ministério da Agricultura estabeleceu 2023 como meta para obter a certificação de país livre de aftosa sem vacinação, mas já admite que não será possível.

"Temos uma vizinhança problemática, principalmente a Venezuela. Vamos ter que vacinar enquanto eles não cuidarem de seu rebanho", diz Cardenalli, que acredita numa flexibilização da exigência por parte dos compradores. "O Japão já sinaliza que poderá aceitar carnes provenientes de países que fazem o controle com vacinação", afirma.

No mercado interno a expectativa dos frigoríficos é de um ano com crescimento moderado. Miguel Gularte, CEO da Marfrig América do Sul, diz que os negócios no segmento de food service crescem em 7,5% no ano, após uma expansão de 14% no ano passado. A aquisição no final de 2018 de um frigorífico da BRF em Várzea Grande (MRT) deverá agregar R$ 1 bilhão ao faturamento da empresa com a venda de hambúrgueres.

A Marfrig também eleva sua participação no mercado interno com carnes nobres, com as marcas Bassi e Montana Premium. "Têm boa rentabilidade."

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Minerva Foods dá largada ao IPO da Athena

A brasileira Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, informou ontem que sua controlada Athena Foods lançou o prospecto para a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de Santiago, no Chile. Em fato relevante, a Minerva informou que o objetivo é concluir o IPO até o fim de maio.

Conforme o Valor apurou, a Athena já garantiu junto a investidores cerca de 20% da demanda para a operação com a qual pretende captar cerca de US$ 400 milhões. De acordo com uma fonte, a gestora saudita Salic, que é a maior acionista da Minerva, será a âncora do IPO da Athena. A Salic se comprometeu a investir cerca de US$ 40 milhões.

Investidores chilenos, como o fundo de private equity Moneda, também se comprometeram a investir na Athena, acrescentou a fonte. Ao todo, a Athena já garantiu US$ 80 milhões para o IPO.

Do total de US$ 400 milhões que busca captar, a Athena deve ficar com US$ 140 milhões para reforçar o caixa e expandir as operações com a reabertura de um abatedouro de bovinos na Argentina. A maior parte do montante (US$ 260 milhões) deve ficar com a controladora Minerva.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

9. BRF propõe emissão de R$ 750 milhões em debêntures, diz Fitch

A agência de classificação de risco Fitch Ratings informou hoje que a BRF propôs a captação de cerca de R$ 750 milhões por meio da emissão de debêntures com vencimento em sete anos. A agência atribuiu o rating “AA+” para a proposta de emissão da companhia.

Em comunicado, a Fitch informou que o rating das debêntures reflete a expectativa de que a BRF vai reduzir os índices de endividamento, dada a melhora da rentabilidade e a venda de ativos. A BRF obteve cerca de R$ 1,9 bilhão com a venda de ativos no exterior.

Pelas projeções da Fitch, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da BRF deve cair de 6,3 vezes no fim de 2018 para 4,5 vezes.

A expectativa da agência de classificação de risco é que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deve ficar entre R$ 3,3 bilhões e R$ 3,4 bilhões. No ano passado, o Ebitda da BRF foi de R$ 2,2 bilhões.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Etanol dispara nos postos de São Paulo e perde competitividade

Os preços do etanol hidratado (usado diretamente nos tanques dos veículos) dispararam nos postos paulistas na semana passada a o biocombustível perdeu competitividade em relação à gasolina no Estado.

De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), São Paulo foi um dos 20 Estados onde houve aumento do etanol na semana encerrada no dia 27. O produto também ficou mais caro no Distrito Federal e só caiu em cinco Estados. No Amapá, onde o levantamento foi feito em apenas dois postos, o preço médio não se alterou.

O etanol foi vendido nos postos paulistas por um valor médio de R$ 2,986 o litro, alta de 5,9% em apenas uma semana. Com isso, o valor passou a representar 70,3% do preço da gasolina — acima, portanto, do patamar de 70% em que os dois combustíveis se equivalem em rendimento para a média da frota flex brasileira. A diferença nominal, porém, ficou em R$ 1,262 por litro, para muitos analistas diferenças acima de R$ 1 já estimulam o motorista a preferir abastecer com etanol do que com o combustível fóssil.

Altas significativas na semana ocorreram também nos postos de Minas Gerais, onde o preço médio avançou 6,6%, para R$ 3,314 o litro. Porém, mesmo assim o etanol ficou abaixo da paridade, em 69,1%, e portanto ainda economicamente mais vantajoso do que a gasolina.

O etanol também continuou mais vantajoso do que a gasolina em Mato Grosso e em Goiás. Nos postos mato-grossenses, o preço subiu 1,6% na semana, para R$ 2,609 o litro. Ainda assim, ficou em 57,8% do preço da gasolina e continua sendo o litro de etanol mais barato do país. Nos postos goianos, o preço do etanol subiu 6,63%, para R$ 3,19 o litro. No entanto, o preço ficou em 69,3% o valor da gasolina.

Em outros Estados, embora o etanol esteja acima da paridade, já há diferença de mais de R$ 1 em relação ao litro da gasolina. É o caso do Paraná, onde o etanol subiu 4,29% na última semana, para R$ 3,157 o litro, mas ficou R$ 1,151 acima do combustível fóssil.

Dos cinco Estados onde o etanol ficou mais barato na semana passada, três são do Nordeste e dois do Norte, apesar da safra já ter encerrado nas duas regiões.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

11. Vendas de etanol bateram recorde no país na safra 2018/19, diz ANP

As vendas de etanol hidratado aos motoristas de carro flex bateram um novo recorde no país na safra 2018/19, que terminou em março, sustentadas pela forte competitividade do biocombustível em relação à gasolina ao longo da temporada. Foram vendidos 20,7 bilhões de litros de etanol aos postos de combustível durante o ciclo, um crescimento de 39,4% em relação à safra anterior, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Apenas em março, as vendas alcançaram 1,7 bilhão de litros. Foi o maior volume da história para o mês, maior que as vendas do mês anterior em 1,1% apesar do avanço da entressafra no Centro-Sul. Porém, mesmo com o crescimento na comparação com fevereiro, a participação do etanol nas vendas do ciclo Otto caíram para 43,39% em março, ante 44,05% em fevereiro, de acordo com relatório da agência.

No acumulado da safra passada, houve aumento das vendas em todos os Estados, mas em alguns o ritmo de crescimento foi maior. Foi o caso de Minas Gerais, que representou 13% das vendas de etanol no país durante a safra, ante 11% na temporada anterior.

Já as vendas de São Paulo, embora tenham crescido, perderam uma pequena parcela da fatia do consumo nacional, que caiu para 51% das vendas, ante 55% na safra anterior. Foram vendidos 10,6 bilhões de litros de etanol hidratado aos postos paulistas, 29,5% a mais do que na safra anterior.

Em Mato Grosso, onde o etanol foi negociado com preços muito mais competitivos do que a gasolina no ciclo todo por causa da oferta crescente entregue pelas usinas à base de milho, as vendas cresceram 18,5%, para 868,9 milhões de litros. A fatia do mercado mato-grossense no Brasil caiu 1 ponto percentual, para 4%.

Pelo ritmo de comercialização das usinas do Centro-Sul no início da safra 2019/20, as vendas de etanol podem continuar rumo a novos recordes neste ciclo. Na primeira metade de abril, as unidades da região venderam às distribuidoras 863,2 milhões de litros de etanol hidratado para venda no mercado interno, 44% a mais do que no mesmo período da safra passada, de acordo com o último relatório da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica).

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

12. Cofco é compradora única em entrega de açúcar bruto na ICE, dizem operadores

A Cofco International, braço de trading da estatal chinesa Cofco, foi citada como a compradora única da entrega de açúcar bruto ante o contrato maio, apontaram operadores e dados comerciais nesta terça-feira.

A entrega de açúcar bruto ante o contrato maio na ICE, que venceu nesta terça-feira, totalizou 1.324 lotes, ou cerca de 67.262 toneladas, segundo cinco operadores.

Essa deve ser a menor entrega de açúcar desde julho de 2014, de acordo com dados compilados pela Reuters.

Dois operadores afirmaram que a Cofco foi a compradora e que as origens do produto incluem México e Argentina.

ED&F Man e Sucden foram apontados como os vendedores, disseram todos os cinco operadores.

Porta-vozes das empresas não foram encontrados de imediato para comentários.

O contrato maio fechou em alta de 0,36 centavo de dólar, ou cerca de 2,8 por cento, a 11,99 centavos de dólar por libra-peso na terça-feira.

Com base nesses preços, a entrega teve valor de cerca de 18 milhões de dólares.

Notícia na íntegra

Fonte: Reuters/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Embrapa está preparada para iniciar novo ciclo, diz presidente

No fim de maio, começa no Cerrado de Minas Gerais, Goiás e do Distrito Federal a ceifa do trigo. O plantio ocorre entre o fim de fevereiro e começo de março, e o período de cultivo é chamado pelos agricultores de safrinha, realizado após a colheita de outras culturas, especialmente soja.

Este ano, serão colhidas 290 mil toneladas de trigo nas três unidades da Federação, 4 mil toneladas a mais do que em 2018, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume equivale a 5% da safra de trigo a ser colhida no Brasil em 2019.

O dado, no entanto, subestima um feito: o país passou a produzir trigo em uma área inimaginável no passado recente, com solo e clima diferentes dos de regiões de cultivo tradicional, como o Paraná (principal produtor nacional) ou a Argentina (principal fornecedora estrangeira).

“A Embrapa está preparada para iniciar um novo círculo virtuoso para continuar garantindo ciência, tecnologia e inovação para um futuro ainda mais promissor do agronegócio brasileiro”, disse o presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, durante discurso na cerimônia de aniversário da estatal.

O trigo ceifado no Cerrado tem vantagens comparativas. “A colheita é feita quando não chove. Não cai o glúten do grão. Aí você tem um trigo melhorado, o trigo pão, que resulta em uma farinha de qualidade superior”, diz Luiz Fiorese, produtor rural em Formosa (GO) e um dos fornecedores da semente de trigo (do tipo sequeiro), registrada como cultivar BRS 404.

A semente que o produtor Fiorese comercializa foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que completou 46 anos de criação na sexta-feira. A produção do trigo no Cerrado ilustra associação recorrente na agricultura brasileira entre iniciativa privada e empresa estatal.

“É uma parceria de transferência da tecnologia. Nós preparamos o solo, mas conhecimento temos que adquirir”, afirma o produtor.

Os arranjos produtivos desencadeados a partir da inovação tecnológica contribuíram para que o país se tornasse um dos maiores produtores de alimentos do mundo. “Somos a maior nação agrícola do planeta, e a Embrapa está inserida nesse processo”, disse o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, durante a comemoração do aniversário da empresa.

Em 2019, o país deverá produzir 235,3 milhões de toneladas de grãos. Desde que a estatal surgiu, em 1973, a produção cresceu cinco vezes. A produção de trigo se elevou em 240%.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

14. Mondelez vai expandir programa de sustentabilidade do cacau

A Mondelez International informou que até 2025 seu programa de sustentabilidade Cocoa Life vai garantir a entrega de todo o cacau necessário para a produção de suas marcas de chocolate. O compromisso foi feito após a companhia reportar a evolução do programa em seus primeiros seis anos.

O Cocoa Life, existente desde 2012, fornece apoio aos produtores já existentes na rede de suprimentos da companhia e busca o aumento de sua produtividade e a prevenção do desmatamento. A expansão do programa deve avançar sobre os seis países em que a Mondelez atua em originação de cacau: Gana, Costa do Marfim, Indonésia, República Dominicana, Índia e Brasil.

Atualmente, 43% das marcas de chocolate da Mondelez adquirem cacau através do Cocoa Life. Até 2025, marcas como Toblerone e Lacta também adquirirão cacau apenas pelo programa, como hoje já ocorre nas marcas Milka, Côte d'Or e Cadbury Dairy Milk.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

15. Média do café em NY em abril é a menor desde o fim de 2004

A ampla oferta resultante de boas safras em países produtores como o Brasil no ano passado continua a pressionar as cotações do café na bolsa de Nova York.

Segundo cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega, o resultado do mês (o balanço foi fechado ontem, dia 29), cerca de 3,5% inferior ao de março, é o mais baixo desde novembro de 2004.

Em relação à média de abril de 2018, a queda chega a 21%. Entre as commodities agrícolas exportadas pelo Brasil e referenciadas ou em Nova York ou na bolsa de Chicago, essa variação negativa na comparação anual só é menor que a do suco de laranja.

Também negociado em Nova York, o suco continua a ser pressionado pela recuperação da oferta da fruta e da bebida na Flórida, que abriga o segundo maior parque citrícola do mundo, menor apenas que o de São Paulo e Minas Gerais.

De acordo com o Valor Data, o valor médio dos contratos de segunda posição de entrega do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) caiu 9% em abril na comparação com março, e a retração em relação a abril de 2018 é de aproximadamente 22%.

Ainda no mercado nova-iorquino, o açúcar -, cujas exportações globais também são lideradas pelo Brasil, como no café e no suco - e o algodão, segmento no qual o país tem aumentado sua participação, registram altas na comparação com março.

A maior, próxima de 2,6%, é a do algodão, sustentada sobretudo pelo aumento das importações chinesas. Mesmo assim, em relação a abril do ano passado, a baixa ainda se aproxima de 6%.

Já o açúcar começa a confirmar as expectativas alimentadas pelas previsões de déficit global na safra internacional 2019/20 e sobe pouco menos de 1% sobre março, mas cerca de 6,5% na comparação com abril de 2018.

Em Chicago, as cotações da soja ainda acusam a menor demanda da China pelo grão americano em meio às incertezas que cercam o futuro das disputas comerciais entre Washington e Pequim, e o milho varia de acordo com as previsões climáticas para a próxima safra americana.

Segundo o Valor Data, os contratos futuros de segunda posição de entrega da soja fecharam abril com retrações de pouco mais de 1% na comparação com o resultado de março e superiores a 15% em relação a abril de 2018.

Analistas consultados pelo Valor nas últimas semanas têm reforçado que o quadro global de oferta e demanda de soja é confortável e poderá ficar ainda mais "folgado" caso se concretizem as perspectivas de diminuição das importações da China, cujo crescimento econômico desacelerou e onde a demanda para suínos tende a recuar por causa do surto de peste suína africana.

O milho, finalmente, encerra abril com cotação média cerca de 2,5% inferior à de março e quase 7% mais baixa que a de abril do ano passado. Mas adversidades climáticas em regiões produtoras dos Estados Unidos ofereceram suporte aos preços nos últimos dias.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

Siga nossas Redes Sociais

Receba nossas Notícias

SiteLock