Conjuntura do Agronegócio

1. 'Acordos comerciais são fundamentais para dar segurança aos investimentos'

Para abocanhar maiores fatias do comércio internacional de carnes e outros produtos do agronegócio, o Brasil precisa urgentemente melhorar sua estratégia de negociação de acordos comerciais, sobretudo bilaterais.

Maurício Cardoso de Moraes, sócio da PwC Brasil, está entre os muitos especialistas que encaram a postura da gestão Bolsonaro nessa frente com ressalvas, especialmente depois das cotoveladas na China e o imbróglio com países árabes envolvendo a embaixada do Brasil em Israel.

Mas a inépcia do país nesse tipo de negociação não é uma marca apenas do atual governo. Preso ao Mercosul e lento para identificar avanços de exportadores concorrentes em mercados com demandas expressivas, o Brasil vem perdendo oportunidades há anos.

"O país não tem conseguido negociar bons acordos comerciais, e eles são fundamentais para dar segurança e previsibilidade para quem investe em produção. O agronegócio vem investindo muito, com destaque para as novas tecnologias que estão sendo adotadas pelas principais cadeias produtivas do setor, mas os riscos ainda são elevados", diz Moraes.

"Potências como os Estados Unidos vêm avançando e países de menor expressão também estão conseguindo fechar bons acordos. O Brasil precisa melhorar nesse campo, e a ministra [da Agricultura] Tereza Cristina sabe disso", afirma o sócio da PwC.

De acordo com Moraes, o país não pode viver de "solavancos" como o gerado pelas disputas comerciais entre EUA e China, por mais que, neste caso, tenha sido beneficiado com o aumento da demanda chinesa de produtos como soja e algodão, por exemplo.

Com uma estrutura de 17 escritórios espalhados por diversos Estados, a PwC conta também com um Centro de Excelência em Agro que gera informações diárias para abastecer serviços como assessoria financeira, renegociação de dívidas, auditoria, planejamento tributário, governança e implantação de sistemas, entre outros.

"O agronegócio vai continuar preponderante no país. Esperamos que 2019 seja de mudanças, com a aprovação da reforma da Previdência e a melhora da situação financeira dos Estados. E essas mudanças vão ajudar o setor", diz Maurício Cardoso de Moraes.

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Fonte: Valor Econômico

2. Bolsonaro questiona risco de queda de exportação para países árabes

O presidente Jair Bolsonaro divulgou na manhã desta segunda-feira mensagens e um vídeo em suas redes questionando a avaliação segundo a qual o aumento das relações do Brasil com Israel impulsionado em seu mandato colocaria em risco as exportações para países árabes.

“O alinhamento do Governo Bolsonaro com Israel teve algum impacto sobre as exportações com os árabes? O faturamento dos exportadores para o período foi o maior da história: R$ 2,3 bilhões”, escreveu o presidente.

“A necessidade de países - mesmo que não ligados ideologicamente - de importar produtos baratos para controlar seus níveis de inflação desfaz a narrativa de caos criada propositalmente por grande parte da mídia para tentar desestabilizar o governo que não lhe ‘agrada’”, completou.

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Fonte: Valor Econômico

3. Agricultores gaúchos planejam safra de inverno

Enquanto as lavouras da safra de grãos de verão são colhidas, os agricultores gaúchos começam a planejar a safra de inverno. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (04/04), os agricultores procuram crédito para financiamento de custeio das lavouras de trigo, em especial na parte Norte do Estado, e encaminham amostras de solo para análise e correção de nutrientes. Nas regiões Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, os altos custos dos insumos interferem na definição da área a ser cultivada. Já nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, foram liberados os primeiros recursos de custeio de insumos para lavouras de trigo.

Para implantação de lavouras de canola, os produtores buscam crédito para custeio junto aos agentes financeiros, mas a expectativa é de diminuição da área nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, ao contrário das regiões Fronteira Noroeste e Missões, onde empresas agrícolas estão fazendo pré-contratos de compra com fornecimento de insumos, o que tem motivado a ampliação da área de canola, até mesmo como alternativa ao cultivo do trigo.

CULTURAS DE VERÃO

No Estado, colheita da soja avançou muito, chegando aos 52% das lavouras implantadas, sendo que outras 33% estão maduras e 15%, em enchimento de grãos. A produtividade em geral é boa e dentro da expectativa, chegando, por exemplo, à média de 3.800 kg/ha na região da Produção. Na região Sul, a produtividade das lavouras de soja é distinta: nas coxilhas, tem sido de 75 sacas por hectare; na fronteira, a produtividade não deve ultrapassar 40 sacas por hectare; e na região da Encosta da Serra do Sudeste, a expectativa é de produtividade acima de 60 sacas por hectare. Se o tempo favorecer, a colheita da soja finaliza até meados de abril.

No milho, o clima seco dos últimos dias favoreceu o avanço da maturação e a colheita das lavouras, atingindo 70% da área, estando com 19% maduro e 10% em enchimento de grãos, com apenas 1% em floração. Na região Central, 43% da área foi colhida, com média de produtividade de 90 sacas de milho por hectare. Em específico no município de Tupanciretã, onde a maior parte da lavoura é irrigada com pivô central, a área está 95% colhida, com produtividade de 210 sacas por hectare.

Resta apenas 5% das lavouras de feijão para serem colhidas, todas nos Campos de Cima da Serra. As produtividades estão próximas do esperado inicialmente, que é de 2,5 toneladas por hectare. Já a safrinha gaúcha está quase toda implantada. Como a segunda safra de feijão é basicamente cultivada pela agricultura familiar e para autoconsumo ou reserva de sementes, ela se estende por um período maior. Atualmente, 9% da 2ª safra de feijão foram colhidas, 11% estão maduras e por colher, 35% estão em enchimento de grãos, 30% em floração e 15% das áreas estão em germinação e desenvolvimento vegetativo.

A safra de arroz teve sua colheita acelerada na última semana, atingindo 60% da área. As lavouras da Campanha e Fronteira Oeste, regiões de grande importância da cultura no Estado, estão com bom ritmo de colheita, avançando em todos os municípios. Na Zona Sul, outra região de grande expressão da cultura no RS, também prossegue a colheita, atingindo 51% da área. Até o momento, a produtividade de referência é de 8,2 toneladas por hectare.

OLERÍCOLAS E FRUTÍCOLAS

Pepino - Apesar de ter crescido o consumo, o pepino Japonês ainda é bem menos comercializado do que o pepino salada convencional. No RS, há um movimento crescente de olericultores que estão substituindo o plantio do pepino salada pelo Japonês. Contudo, como o mercado olerícola responde forte e rapidamente às oscilações entre oferta e demanda, a partir do momento que o mercado estiver sobrecarregado de pepino Japonês, o preço tende a cair.

Quivi - O produto está em plena colheita das variedades glabras (peladas) e de polpa amarela, da espécie Actinidia chinensis, com frutos de bom calibre e altos teores de açúcar. Em breve terá início a colheita das variedades mais cultivadas na Serra gaúcha, da espécie Actinidia deliciosa. De maneira geral, as plantas apresentam bom vigor e sanidade.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

Na pecuária de corte, o campo nativo, as espécies de pastagens perenes de verão (tíftons, panicuns e braquiárias) e as gramíneas anuais de verão (sorgo forrageiro, capim sudão e milheto) em geral apresentam-se fibrosas, com menor taxa de crescimento e baixa qualidade, devido aos baixos índices de umidade no solo.

Os pecuaristas dos Campos de Cima da Serra iniciaram a implantação das pastagens cultivadas de inverno, procurando antecipar o pastoreio e evitar que o gado reduza em demasia a condição corporal, que ocorre quando os animais são mantidos em pastagens naturais durante o inverno.

Em propriedades com integração lavoura-pecuária, após a colheita de soja e arroz são implantadas as pastagens de inverno (aveia e azevém). Assim, é necessária chuva nos próximos dias, para não prejudicar a germinação. Alguns produtores estão acessando crédito de custeio para implantação de pastagens de inverno.

Na pecuária de leite, as pastagens anuais de verão começam a ficar mais fibrosas, diminuindo assim a qualidade da forragem e o potencial produtivo, caracterizando o início do vazio forrageiro de outono. Para implantação das pastagens de inverno, são recomendados especialmente centeio, trigo forrageiro, aveia melhorada e azevém tetraploide. Na região de Caxias do Sul, alguns produtores fizeram a semeadura de milheto em fevereiro, visando enfrentar o vazio forrageiro outonal.

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Fonte: Emater (RS)/Notícias Agrícolas

Insumos

4. Receita Federal atualiza critérios para cálculo do ITR

A Receita Federal publicou norma que exige dos municípios, a partir deste ano, o uso de critérios mais realistas para a avaliação de terras rurais. Os valores são utilizados para o cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) — tributo federal dividido com as prefeituras. Com as mudanças, o órgão pretende melhorar a fiscalização e elevar a arrecadação, que cresce desde 2014 e, em 2018, chegou a R$ 1,35 bilhão.

Os municípios têm até junho para se adaptar às novas exigências, previstas na Instrução Normativa nº 1.877. De acordo com a norma, os critérios de avaliação das terras ficaram mais objetivos e a análise só poderá ser feita por técnico legalmente habilitado e vinculado ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea). Antes, a avaliação poderia ser feita com base em transações realizadas, ofertas ou opiniões.

A instrução normativa também determina que o envio desses dados passa a ser eletrônico e o prazo muda para abril. Este ano, excepcionalmente, junho. Antes vencia em julho.

O ITR sempre foi um tributo pouco fiscalizado pela Receita e em grande parte decorre da esparsa regulamentação aplicável, segundo a advogada Márcia Freitas, do DC Associados. Para ela, a instrução normativa sinaliza uma intenção de intensificar a fiscalização e arrecadação do tributo. “A Receita busca melhorar a qualidade das informações a serem prestadas pelos municípios e Distrito Federal, ao restringir a subjetividade dos critérios a serem usados na avaliação do preço de mercado da terra nua”, diz.

A tributarista alerta ainda que os novos critérios podem impactar o cálculo do Imposto de Renda (IR), que incide na venda das terras. Segundo Márcia, a regulamentação do IR permite que empresa tributada pelo lucro presumido ou pessoa física possam calcular o tributo comparando o valor da terra nua no ano anterior e no ano da venda do imóvel rural. “Com a nova IN, esse valor será mais realista para a fiscalização do IR também.”

Para a especialista em tributos Bianca Xavier, do Siqueira Castro Advogados, o ITR sempre gerou muita insegurança jurídica. “O correto seria o proprietário de imóvel rural, todo ano, obter um laudo para respaldar sua declaração de ITR, mas fica muito caro. Por isso, normalmente pegam o valor que usaram para fazer o negócio e estimam uma atualização”, afirma.

Com a nova metodologia e a publicidade dos dados enviados pelos municípios, acrescenta a advogada, deverão ser evitadas autuações dos proprietários de terras. Contudo, Bianca lembra que, em setembro, quando vence o prazo para a declaração do ITR, os donos de imóveis rurais devem considerar que a Receita usará critérios mais realistas na fiscalização do tributo também.

Por meio de nota, a Receita Federal afirma que o objetivo da instrução normativa é padronizar uma adequada valoração da terra, estimular o cumprimento das obrigações tributárias de forma espontânea e aprimorar a fiscalização do ITR. “Até hoje, nenhum município conveniado foi objeto de denúncia por falta de fornecimento de dados de valor da terra nua à Receita. No entanto, a IN 1.877 marca o início de um maior controle por parte da Receita”, diz a nota.

Apesar da norma da Receita ser mais rigorosa, Glademir Aroldi, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), afirma que ela é vista como positiva. “O próprio engenheiro agrônomo da prefeitura poderá fazer esse serviço. Além do mais, com base no valor real da terra nua, a medida poderá aumentar a receita dos municípios”, afirma.

A CNM ainda espera, por meio de outra medida, que essa arrecadação aumente ainda mais. A entidade busca apoio do Ministério da Economia para apresentar ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que torne o ITR um tributo municipal.

“Hoje a Receita impõe aos municípios uma série de exigências para só depois destinar a eles 50% da arrecadação do ITR”, diz o presidente da CNM. “Com a PEC, os municípios passariam a cobrar o ITR como fazem com o IPTU e ficariam com 100% do arrecadado.”

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Fonte: Valor Econômico

5. Confaz prorroga incentivo de ICMS para insumos por mais um ano

Apesar de divergências entre os Estados, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) decidiu nesta sexta-feira renovar por mais um ano – até 30 de abril de 2020 – o Convênio 100, que concede isenção ou redução de ICMS a agrotóxicos, fertilizantes e rações desde 1997.

O incentivo fiscal venceria no fim deste mês, mas os secretários estaduais de Fazenda acataram o apelo do agronegócio e prorrogaram o benefício. O setor temia um aumento de custos de produção e via risco inflacionário.

Entidades como a Aprosoja Brasil defendiam que o convênio fosse prorrogado por três anos. Estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), divulgado na semana passada apontou que a não renovação poderia gerar impacto de R$ 40 bilhões sobre o setor agropecuário.

“O Convênio 100 foi prorrogado após muito debate. Compreendeu-se que não prorrogar neste momento traria forte impacto sobre a competitividade do setor agropecuário nacional, pelo aumento que haveria nos custos de produção”, disse ao Valor o secretário de Fazenda do Mato Grosso, Rogério Gallo.

O secretário afirmou que, “como houve grande polêmica”, o Confaz decidiu criar um grupo de trabalho para discutir o tema com a participação de todos os setores interessados.

O benefício já havia sido prorrogado por diversas vezes, mas desta feira os produtores rurais, principalmente de grãos, temiam pelo seu fim, tendo em vista que sete Estados já decretaram calamidade financeira, incluindo Mato Grosso – líder na produção nacional de grãos –, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Dois Estados lideraram a resistência à extensão do incentivo. São Paulo, que concentra grande parte das indústrias de insumos e alegava perda de arrecadação por conta da isenção de ICMS dada à importação de defensivos. E Santa Catarina, que argumentou ter adotado recentemente uma política de controle de agrotóxicos.

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Fonte: Valor Econômico

6. Desembolsos de crédito rural da safra 2018/19 têm desaceleração

Depois do forte ritmo observado entre julho do ano passado e fevereiro último, os desembolsos de crédito rural desta safra 2018/19 registraram desaceleração em março. Mesmo assim, nos primeiros nove meses da temporada o montante liberado pelos bancos somou R$ 128,7 bilhões, 7,5% mais que no mesmo período do ciclo anterior (2017/18), segundo dados do Banco Central.

O valor desembolsado chegou a apresentar crescimento de 25% na primeira metade da safra, mas a grande procura, aliada a mudanças regulatórias feitas pelo governo — que retiraram dezenas de bilhões de reais do Plano Safra — provocaram escassez de recursos com taxas de juros controlados subsidiadas e forçaram o arrefecimento.

Somente a agricultura empresarial tomou R$ 110 bilhões entre julho e março, 6,2% a mais que na temporada passada. No caso da agricultura familiar, houve crescimento de 15,4% na comparação, para R$ 18,7 bilhões.

Enquanto as operações de custeio agropecuárias, as mais demandas pelo setor, cresceram 4,4%, para R$ 70,7 bilhões, as de investimento aumentaram 25,1%, para R$ 33,3 bilhões.

Dentro do segmento bancário, o destaque são as cooperativas de crédito, cujos desembolsos avançaram 17,8%, para R$ 37 bilhões. Enquanto o volume desembolsado junto aos bancos públicos somou R$ 68,1 bilhões, 3% mais que no ciclo anterior, nos privados cresceu 8,8%, para R$ 37 bilhões, puxadas por uma maior procura por recursos livres (sem subsídios do Tesouro).

Uma das linhas com maior demanda nesta safra, o Moderfrota, que financia a aquisição de máquinas agrícolas, já liberou R$ 7 bilhões, 34,6% a mais que no mesmo período da temporada passada.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Sudeste Asiático, a nova fronteira para a carne brasileira

As empresas querem chegar onde os consumidores estão, e no mercado de carnes um desses "Eldorados" é o Sudeste Asiático. Segundo estudo da consultoria alemã Roland Berger, o consumo de carnes nos 12 países da região, que atualmente respondem por 8% da demanda mundial - que somou 356,8 milhões de toneladas em 2018 -, deverá crescer 2,6% ao ano até 2023, acima do ritmo global, previsto em 1,13%.

Não é de hoje que o Brasil vem flertando com esse mercado, tão promissor como pouco conhecido. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o volume de exportações brasileiras de carne bovina para o Sudeste Asiático alcançou cerca de 42 mil toneladas em 2017, que geraram receita de US$ 141 milhões. No ano passado foram 55,8 mil toneladas, ou US$ 187,8 milhões.

"Embora o mercado já tenha sido descoberto, ainda é pouco explorado", afirmou Gerson Charchat, sócio da Roland Berger para indústrias de agribusiness, consumo e varejo para América Latina.

De acordo com a consultoria, o volume e a receita das exportações brasileiras para os 12 países do Sudeste Asiático, onde vivem 630 milhões de pessoas, têm potencial para crescer 300% até 2021 em relação aos resultados de 2017. Segundo Charchat, o desafio pode ser menor que o enfrentado pelo Brasil para avançar na China, onde vivem 1,4 bilhão de habitantes. Em 2017, o volume das exportações brasileiras de carne bovina ao Sudeste Asiático correspondeu a 19% do que foi vendido ao mercado chinês. Em receita, foram 15%.

No hall das proteínas de origem animal, a carne bovina é hoje a mais importada pelos países do Sudeste Asiático, que não têm tradição de produzir gado de corte. A fatia é de 49% do total das compras. Em seguida vêm a carne de frango (28%) e a carne suína (21%). Em relação ao consumo total de carne na região, que foi de 27,2 milhões de toneladas em 2018, as importações representaram 17%.

Para Leonardo Alencar, diretor de Escritórios Internacionais da Minerva Foods, as oportunidades no Sudeste Asiático são amplas, e o segmento de fast-food é um dos mais atraentes. "Redes locais de comida rápida têm uma penetração grande no mercado da região e demanda recorrente, o que torna o negócio mais interessante, porque escapa da sazonalidade", disse. Ele lembra que o consumo de carne bovina na Ásia aumenta, tradicionalmente, em datas comemorativas, como o Ano Novo Chinês.

Conforme Gerson Charchat, da Roland Berger, o consumo de carne bovina no Sudeste Asiático deverá crescer 11,4% em cinco anos, para quase 5 milhões de toneladas - mais do que na América do Norte, onde o avanço esperado é de 3%, ou na América Latina (5%). "Isso sem falar na Europa, onde a previsão é de achatamento do mercado em 2%", afirmou. O mercado só cresce tanto quanto no restante da Ásia e na África - onde o risco político, porém, afasta investidores.

Para aproveitar o potencial de crescimento da região, as empresas brasileiras terão, contudo, que aprender a reconhecer nuances de religiões e os hábitos alimentares que variam conforme a crença. Atualmente, a maioria das indústrias envia para a região contêineres de carne congelada, que passam por traders antes de chegar aos consumidores finais.

Na visão da Roland Berger, a estratégia da indústria brasileira deve ser de "internacionalização", e não apenas de exportação. Wilhelm Huffermann, sócio global da consultoria para a indústria de agribusiness, reforça que essa "internacionalização" depende de um conhecimento mais aprofundado dos mercados-alvo.

O conceito, disse Huffermann, inclui uma compreensão mínima das religiões para a definição do método de abate; do humor do cliente frente à flutuação de preços do produto, para conhecer a dinâmica do mercado; dos hábitos alimentares e pratos típicos da culinária local, a fim de adequar o portfólio; e da atuação da cadeia de distribuição, para fechar parcerias e oferecer itens de maior valor agregado, como marinados prontos para consumir ou cozinhar.

No que tange à carne bovina, os países com maior potencial importador são Vietnã, Coreia do Sul e Indonésia, que responderam, juntos, por quase 80% das importações do produto pelos países do Sudeste Asiático em 2017. Para Huffermann, o Brasil precisa dar logo atenção especial ao Sudeste Asiático se quiser garantir um lugar ao sol, já que outros países exportadores também estão de olho nessa fronteira.

"A Índia, com sua carne básica, de búfalo, e a Austrália, com 'steaks top', saíram na frente e são hoje os maiores exportadores de carne bovina para a região, além dos Estados Unidos. Mas há um grande espaço aberto, que o Brasil pode preencher", afirmou. Segundo ele, o produto do país tem "bom custo-benefício", que seria apreciado pelo mercado emergente, cuja população e renda crescem, e onde o consumo per capita de carne, de 31 quilos por ano, tem chance real de deslanchar.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Brasil exportou menos carne suína em março, informa ABPA

O Brasil exportou 54,8 mil toneladas de carne suína in natura e processada em março, volume 5,6% menor que o registrado no mesmo mê no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa o setor. O faturamento com as vendas externas caiu 7,8% na mesma comparação, somando US$ 106,6 milhões.

“Apesar da retração no número mensal, o saldo das vendas acumuladas em 2019 segue positivo, com elevações sequenciais em janeiro, fevereiro e março, que deve ganhar impulso, também, com o bom fluxo das exportações para a China, Vietnam, Coreia do Sul, Filipinas, Japão e a Rússia”, analisa, em nota, Francisco Turra, presidente da ABPA.

No primeiro trimestre, a indústria de carne suína brasileira embarcou 157,5 mil toneladas, 1,46% a mais que no intervalo de janeiro a março de 2018. Mas a receita foi 5,4% menor na mesma comparação, tonalizando US$ 298,3 milhões.

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Fonte: Revista Globo Rural

9. Brasil trabalha para transformar o nelore em uma carne premium

A carne brasileira passa por uma transformação para se tornar um produto premium, ou seja, competindo com as famosas proteínas uruguaias, argentinas e europeias. Em entrevista exclusiva ao programa Direto ao Ponto, a nova executiva da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Daniela Bueno, explica os planos para que o Brasil comece a oferecer ao mundo o seu Nelore marmoreio.

Daniela começa explicando que Mato Grosso já é o maior estado produtor de carne do país, mas ainda atende o mercado com commodities, não acessando aqueles mercados que prezam pela qualidade, inicialmente.

“Em 2018, o Brasil acessou apenas dois países da Europa: a Itália e a Espanha. Isso porque lá, e nos Estados Unidos, a preferência é por uma carne mais marmorizada. Até hoje, o Brasil só vendeu a parte dianteira para os EUA, porque lá ela serve para o hambúrguer”, conta.

Até pela adaptabilidade da raça, no Brasil a predominância é de rebanhos Nelore, que apresentam características diferentes dos bovinos europeus. O marmoreio no meio da carne é um exemplo, citado por Daniela, relembrando que aqui no Brasil, a picanha tem a capa de gordura na parte externa do bife e, na carne premium, ela apresenta um marmoreio interno.

“Estamos trabalhando e já conseguimos chegar a um melhoramento genético do Nelore, para conseguir esse marmoreio. Em Mato Grosso, por exemplo, já existem grandes propriedades se especializando nisso. São animais selecionados geneticamente, que contam com uma adaptação alimentar”, explica.

Para ela, a tendência é essa, já que o país tem um dos maiores rebanhos Nelore do mundo e o brasileiro, com uma renda melhor, já não quer mais aquela carne de vaca que sobra. “Ele está preferindo uma carne mais premium. O interessante disso é que o Nelore é adaptado ao clima brasileiro, portanto renderá mais que outras raças. O Nelore tem uma excelente carne para corte premium”, diz.

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Fonte: Canal Rural

Agroenergia

10. Fornecedores de cana amargam prejuízo

Os fornecedores de cana para as usinas do Centro-Sul do país mais uma vez amargaram prejuízo na safra 2018/19, que terminou em 31 de março. Além de terem sido espremidos pela escalada dos custos de produção, a remuneração foi afetada pela desvalorização do açúcar, que reduziu o preço pago pela matéria-prima.

Segundo levantamento do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresa (Pecege/Esalq/USP) feito em parceria com a Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) e com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 38 polos do Centro-Sul o custo médio para produzir cana na safra passada foi de R$ 103,83 por tonelada, acima do preço médio recebido pela tonelada produzida (R$ 78).

Mesmo considerando que nem todos os produtores têm o mesmo custo - e mesmo incluindo aqueles com a produção mais eficiente -, o resultado foi prejuízo. Pelo levantamento, o custo do produtor mais eficiente foi de R$ 83 por tonelada de cana, ainda acima do preço pago. O produtor menos eficiente, por sua vez, teve custo de R$ 125 por tonelada.

A variação entre os custos de cada produtor é determinada por diversos fatores, sendo o principal a produtividade agrícola, que na média voltou a cair. De acordo com os dados do Pecege, os produtores colheram na safra passada 77 toneladas por hectare, 3 a menos do que no ciclo anterior, fruto tanto de adversidades climáticas como da deterioração da qualidade dos canaviais.

Essa situação dá sequência à tendência da última década. Segundo nota da Orplana, em 11 anos os custos de produção da cana cresceram 177,4%. Já produtividade recuou 12,5% no mesmo período, em decorrência da intensificação da mecanização e da expansão para áreas não "domesticadas" para a cana, segundo a entidade.

De acordo com o estudo, dois terços dos produtores do Centro-Sul tiveram na safra passada custo acima de R$ 100 por tonelada.

As contas, porém, não incluem eventuais remunerações adicionais que algumas usinas oferecem aos produtores, para além do valor do Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol de São Paulo (Consecana). Até a safra passada, não havia regras para as bonificações, mas o conselho aprovou no fim de março um novo modelo, vigente a partir do ciclo atual (2019/20), que prevê a obrigatoriedade do pagamento de "prêmios" conforme a qualidade da matéria-prima.

A qualidade será auferida de acordo com a pureza do caldo da cana, que aumenta o rendimento da matéria-prima na indústria.

O novo modelo também prevê bonificações adicionais que reflitam "eventuais particularidades de uma determinada região produtiva ou que visem ao ganho de eficiência e produtividade", explicou a Orplana, em nota. Esses ganhos podem estar atrelados, por exemplo, à distância entre fornecedores e indústrias ou ao nível de demanda por cana.

A câmara técnica do Consecana avaliará ainda como incluir preceitos do programa RenovaBio - em fase de regulamentação e que deve entrar em vigência em 2020 - no sistema de precificação da cana.

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Fonte: Valor Econômico

11. Com superávit, preços mundiais de açúcar tiveram pressão renovada em março, diz OIA

Os valores do mercado mundial de açúcar sofreram pressão renovada em março dos superávits globais fundamentais para a safra 2018/19, segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA). Em relatório mensal divulgado há pouco, a instituição salientou que houve perdas tanto nos preços da commodity bruta quanto nos do açúcar refinado no mês passado na comparação com fevereiro.

A entidade, que tem sede em Londres, identificou que os preços à vista do açúcar bruto (medidos pelo índice de preço diário ISA) começaram março em 12,92 centavos de dólar por libra-peso, caíram para 12,42 centavos de dólar por libra-peso antes de melhorarem para a mais alta cotação do mês, em 13,06 centavos de dólar por libra-peso, em 18 de março. Os preços caíram abaixo de 12,75 centavos de dólar por libra peso até o final do mês, resultando em uma média mensal de 12,71 centavos de dólar por libra peso, uma queda de 2,0%, ou de 12,96 centavos de dólar por libra peso na comparação com fevereiro.

A OIA constatou que, durante a maior parte de março, o Índice de Preços do Açúcar Branco (ISO) seguiu um caminho semelhante, mas a correção de queda no final do mês foi mais acentuada. A cotação do refinado começou o mês em US$ 348,05 por tonelada, mas caiu para US$ 329,95 por tonelada no dia 29 de março. A média mensal foi de US$ 341,27 por tonelada, uma queda de 2,5% em relação aos US$ 349,93 por tonelada do mês anterior.

Assim, a média mensal do Prêmio Nominal do Açúcar Branco (diferencial entre o Índice de Preços do Açúcar refinado ISO e o Preço Diário do ISA) caiu para US$ 61,04 por tonelada em março contra US$ 64,10 por tonelada registrado em fevereiro. A média permaneceu consideravelmente mais fraca do que a média de longo prazo (que leva em conta a cotação dos últimos três anos) de US$ 79 por tonelada.

"Como já discutido na edição anterior do relatório mensal, a OIA espera que os segmentos de açúcar branco e bruto estejam igualmente equilibrados em 2018/19 (outubro a setembro), o que provavelmente não garante mudanças significativas no prêmio no mercado de curto e médio prazos", considerou a instituição no documento.

No documento sobre os números de fevereiro, a OIA já havia identificado o descasamento entre os preços de bruto e refinado e projetado que as duas variações de commodity deveriam convergir para um mesmo referencial ao longo do caminho durante esta safra.

Desempenho quase recorde na Índia

O ponto mais importante para o mercado de açúcar em março foi o desempenho quase recorde da indústria na Índia. De acordo com a OIA, o maior produtor de açúcar do mundo pela segunda temporada consecutiva – que foi inesperada em alguns trimestres – conseguiu se desviar de alguns obstáculos previstos inicialmente em relação ao clima mais seco e de infestação de pragas e doenças na produção.

A OIA registrou que a produção do país foi de 27,400 milhões de toneladas até 15 de março. Existiam 373 usinas ainda em operação, 93 a menos do que duas semanas antes e também 26 menos de um ano atrás. "Como relatado pela Indian Sugar Mills Association (Isma), até a mesma data em 2018 as usinas tinham produzido 25,820 milhões de toneladas", comparou.

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Fonte: Agência Estado/NovaCana

12. Etanol hidratado e anidro avançam 0,89% nas usinas paulistas

Após três semanas em queda, o etanol hidratado reagiu e subiu 0,89% nas usinas paulistas entre segunda (1) e sexta-feira (5).

O litro do combustível variou de R$ 1,6332 para R$ 1,6478 o litro, em média, de acordo com o indicador divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).

Já o valor anidro avançou o mesmo percentual do hidratado, e o litro variou de R$ 1,8391 para R$ 1,8554, em média.

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Fonte: Agência Estado/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Primeiro leilão de estoques de milho do ano registra demanda de apenas 5,4%

O leilão de estoques públicos de milho realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (5/4) teve demanda para apenas 5,4% do volume ofertado. Do total de 50 mil toneladas, mais de 36 mil eram de Sorriso. Apenas 2,4 mil toneladas foram adquiridas, de diversos municípios. O lote 14, de Campo Verde, foi o único que registrou demanda para 100% do volume, de 1.000 toneladas. O produto foi vendido por R$ 28,89 a saca de 60 quilos (sem inclusão de ICMS), mesmo preço da abertura.

Também foram comercializadas 800 toneladas do lote 4 de Sorriso (9,5% do total colocado à venda no lote) pelo preço de abertura, R$ 22,50/saca de 60 quilos (sem inclusão de ICMS). Do município, havia oferta de mais cinco lotes, para os quais não surgiu interesse de compra.

Outras 300 toneladas do município de Diamantino rodaram também sem ágio, por R$ 24,57/saca, e 300 toneladas de Ipiranga do Norte foram negociadas por R$ 22,038/saca (valor de abertura). A Conab limitou o volume a ser adquirido por comprador (pessoa física ou jurídica) a 500 toneladas.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

14. Colheita de soja do Brasil atinge 83% da área; MS e MT concluem trabalhos, diz Safras

A colheita de soja do Brasil atingiu 83,1 por cento da área estimada na semana finalizada em 5 de abril, avanço de 7,6 pontos percentuais em relação à semana anterior, informou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado.

Segundo a Safras, a colheita se mantém adiantada ante igual período de 2018, quando haviam sido concluídos 78,7 por cento dos trabalhos, bem como em relação à média histórica de cinco anos para o momento, de 77,4 por cento.

Os dados da consultoria apontam que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já concluíram suas colheitas, após avançarem um ponto percentual nesta semana.

Entre os Estados com colheita próxima à conclusão, destacam-se Goiás, com 97 por cento da área colhida, e São Paulo, com 95 por cento. Na semana, o maior avanço se deu em Santa Catarina, que adicionou 24 pontos percentuais, para 50 por cento da área.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

15. Soja: Encerramento da colheita aumenta ritmo de negócios na BR

A proximidade do encerramento da colheita de soja no Brasil e as expectativas quanto ao possível acordo comercial entre Estados Unidos e China – o que levaria o país asiático a voltar a comprar a oleaginosa norte-americana – têm levado sojicultores brasileiros a disponibilizar maiores lotes do grão no mercado. Quanto à demanda doméstica, indústrias adquirem apenas volumes pequenos – parte das fábricas indica ter estoques até meados de maio, alegando que as vendas internas de farelo e de óleo estão reduzidas. Além disso, com a finalização da colheita no Brasil, consumidores do complexo soja esperam adquirir volumes a preços menores. Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou ligeiro 0,3% entre 29 de março e 5 de abril, a R$ 77,45/saca de 60 kg na sexta-feira, 5. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná permaneceu estável (+0,01), a R$ 72,52/sc de 60 kg no dia 5. A queda no mercado doméstico foi limitada pela valorização dos contratos futuros na CME Group (Bolsa de Chicago). A alta internacional, por sua vez, esteve atrelada às estimativas de menor área a ser semeada com soja nos Estados Unidos.

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Fonte: Cepea/Notícias Agrícolas

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