Conjuntura do Agronegócio

1. Índice da FAO para alimentos permaneceu em patamar elevado em março

O índice de preços dos alimentos da FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para agricultura e alimentação, ficou praticamente estável em março. Alcançou 167 pontos em março, 0,2 ponto mais que em fevereiro e em queda de 3,6% em relação a março de 2018.

A leve variação mensal foi resultado de um aumento acentuado nos preços dos lácteos e das cotações mais firmes das carnes, compensados pelas quedas de cereais, oleaginosas e açúcares.

O indicador específico dos lácteos registrou a terceira alta consecutiva e alcançou 204,3 pontos, 6,2% mais que em fevereiro. Houve aumento dos preços da manteiga, do leite em pó integral e do queijo, principalmente em virtude da menor oferta na Oceania. Em contrapartida, disse a FAO em relatório, os valores do leite em pó desnatado recuaram.

O sub-índice de carnes subiu marginalmente, 0,4%, em relação ao resultado revisado de fevereiro e ficou em 162,5 pontos. "As cotações das carnes suína, bovina e de frango receberam impulso de um aumento na demanda de importação, especialmente da China. Por outro lado, as cotações da carne de ovinos recuaram pelo terceiro mês consecutivo devido à grande disponibilidade de exportação da Oceania."

O indicador dos cereais caiu 2,2% em março ante fevereiro, para 164,8 pontos. Os preços do trigo foram os que mais recuaram no mês, mas os do milho também caíram, ambos devido a maior oferta mundial.

A cotação média dos óleos vegetais também caiu em março, influenciada importações moderadas de óleo de soja, canola e palma, ao mesmo tempo em que se percebeu um acúmulo de estoques nos países produtores. O indicador ficou em 127,6 pontos em março, 4,4% menos que em fevereiro.

Conforme a FAO, o preço médio do açúcar também caiu, refletindo a maior oferta em países produtores como Brasil e Índia. A agência também citou que a fraqueza do real ante o dólar faz pressão adicional sobre as cotações. O sub-índice de açúcar ficou em 180,4 pontos em março, com queda de 2,1%.

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Fonte: Valor Econômico

2. Índice Ceagesp subiu 3,49% em março

O Índice Ceagesp, que mede o comportamento dos preços de uma cesta de 150 produtos hortifrutigranjeiros e serve de referência para as oscilações no atacado de São Paulo, maior centro consumidor do país, voltou a subir em março, 3,49%, por causa dos problemas causados pelas chuvas e pelas temperaturas elevadas em regiões produtoras do país, notadamente no Sul e no Sudeste. No primeiro trimestre, a alta acumulada chegou a 10,14%, e no período de 12 meses encerrado em março, a 20,46%.

No mês passado, todos os grupos de produtos comercializados no entreposto da estatal federal na capital paulista — o maior da América Latina — registraram valorizações em seus preços médios. “Diversos”, que incluem batata, cebola e ovos, entre outros, subiram 16,25%, seguidos por legumes (5,19%), frutas (2,67%), verduras (2,53%) e pescados (1,34%).

Segundo Flávio Godas, economista-chefe da Ceagesp, a tendência para os meses é de baixa generalizada de frutas, legumes e verduras, em razão da queda das temperaturas e da redução do volume de chuvas nas regiões produtoras que abastecem a capital de São Paulo. Ele lembrou que, ainda que o primeiro trimestre seja normalmente marcados por altas desses produtos, os patamares observados neste ano não são usuais.

“Ainda em março, a região metropolitana e parte do cinturão verde paulista registraram aumento de 27% no volume de chuvas em relação à média histórica do mês”, disse, o que prejudicou a produção e a colheita em algumas áreas. Diante das intempéries paulistas e de outros Estados fornecedores de alimentos para a capital, frutas bastante demandas nesta época do ano tornaram-se indigestas para o bolso. O caju, por exemplo, subiu 82%, um percentual nada amigo, ao passo que os populares mamão formosa e banana nanica — 59,5% e 39%, respectivamente.

Godas explicou que o caju ofertado na Ceagesp chega de Pernambuco, Minas Gerais e do interior paulista. “O caju que vem do Nordeste já é mais caro por causa do frete, e em São Paulo e Minas Gerais houve problemas climáticos, o que encareceu o produto, em uma época em que, tradicionalmente, o volume de produção já é menor”.

em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), foi o excesso de chuvas no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia, no fim de 2018, e as altas temperaturas no início deste ano que prejudicaram a produção. “O clima afetou o ‘pegamento’ da florada, ou seja, dificultou que as flores se transformassem em frutos e reduziu a oferta”, disse.

Na propriedade de Renê Crema, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, a seca bateu pesado nas lavouras de mamão formosa e papaya. “O sol foi tanto no mês passado que chegou a secar a raiz de algumas plantas, que depois não deram fruta”, lamentou. No município de Pinheiros, no Espírito Santo, onde Crema também planta mamão, o problema foi o excesso de chuvas. “O clima do ano passado dificultou que eu entrasse nas áreas aplicando adubo e pesticidas na hora certa, e a produção também caiu”, afirmou.

A disparada da banana, por sua vez, refletiu o forte calor no Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo, e em Minas Gerais, que contribuiu para acelerar a maturação dos frutos no início do ano e, com isso, a reduzir a oferta em março. De acordo com Marcela Bavieri, a situação deverá se normalizar no fim de abril ou, no mais tardar, em maio.

Mas nem todas as frutas ficaram mais caras no entreposto da Ceagesp na capital paulista em março. As de época ficaram mais em conta. A melancia, por exemplo, caiu 25%, a maçã gala ficou 15,3% mais barata, e o abacaxi pérola recuou 14%.

No grupo formados pelos legumes, as principais altas foram as do cogumelo shimeji (51%), do pimentão amarelo (43%) e do tomate (35%)., mas houve queda de preços de chuchu (49%), berinjela comum (18%) e quiabo (16%). Entre as verduras, puxaram a alta geral a cebolinha (56%) e a couve (17%), mas recuaram os preços de produtos como coentro (25%), brócolis (12%) e rúcula (11%).

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Fonte: Valor Econômico

3. Centro-Oeste aumenta em 11% número de empregos no agronegócio

O número de pessoas empregadas no agronegócio na região Centro-Oeste, sem considerar o Distrito Federal, aumentou 11,2% entre 2012 e 2018, totalizando 1,7 milhão de trabalhadores no ano passado. Essa é uma das conclusões da edição especial do estudo sobre mercado de trabalho do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

Conforme o estudo, na análise da dinâmica do crescimento entre os segmentos do agronegócio na região, "nota-se a expressiva contribuição que a pecuária e toda a cadeia processadora de proteína animal e subprodutos (abate, laticínios e couro) desempenharam para a evolução positiva dos empregos no setor no período analisado".

Segundo pesquisadores do Cepea, 27,51% dos postos de trabalhos formais e informais existentes no Centro-Oeste em 2018 estavam relacionados ao agronegócio. Ao se analisar a participação por Estados, este porcentual é ainda maior, atingindo 33,68% em Mato Grosso; 30,55% em Mato Grosso do Sul; e 23,6% em Goiás. "Justamente por responder por quase um terço do total de ocupados no Centro-Oeste, o agronegócio gerou R$ 3,65 bilhões do total de R$ 13,19 bilhões recebidos em salários na região", informa o Cepea, em comunicado. Assim, o agronegócio representou 27,66% de toda a massa de rendimentos gerada pelo trabalho em 2018.

Pesquisadores do Cepea destacam que, desse total de rendimentos, apenas uma parcela é gasta com bens e serviços produzidos por atividades relacionadas ao agronegócio, como alimentos, fibras e energia. O restante é gasto em outros fatores essenciais, como habitação, serviços de saúde e educação, transporte e aquisição de bens duráveis. Veja aqui o estudo completo.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural

Insumos

4. ANTT publica estudo com nova metodologia para cálculo de frete

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou em seu site o trabalho feito pela EsalqLog/USP que estabelece as bases para uma nova metodologia de cálculo para tabelamento de preços mínimos de fretes rodoviários no país.

Contribuições públicas poderão ser feitas a partir de 9 e encontros presenciais serão realizados em cinco capitais brasileiras (Belém- PA, Recife-PE, São Paulo-SP, Porto Alegre-RS e Brasília-DF) durante todo este mês.

O trabalho leva em consideração os preços médios praticados antes e após a Lei nº 13.703, de 8 de agosto de 2018, que estabeleceu a tabela, além de reajustes de combustível, inflação e custos para os transportadores em diferentes rotas e tipos de carga.

Foram publicados parâmetros para carga geral, perigosa, sólida a granel, líquida a granel, líquida e perigosa a granel, sólida e perigosa a granel, frigorificada, frigorificada perigosa, neogranel, conteinerizada e conteinerizada perigosa.

O estudo sugere inicialmente pisos mínimos regionalizados, inclusão de novos tipos de carga, utilização do conceito frete/peso - em vez de frete/volume -, inclusão de custos fixos relacionados ao transporte de cargas perigosas e conceito de função liner em vez de faixas de distância.

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Fonte: Valor Econômico

5. Crédito para máquinas agrícolas na reta final

A escassez de crédito com juros subsidiados continua a preocupar as indústrias de máquinas agrícolas que atuam no país. Depois que um novo aumento (7%) das vendas em março ampliou a escalada iniciada no início do segundo semestre do ano passado e os recursos praticamente desapareceram, o temor é que a demanda aquecida perca o gás até o fim do atual Plano Safra, em 30 de junho. Para evitar a debandada de clientes até lá, as empresas pedem que o governo divulgue rapidamente as condições de financiamento que vão vigorar na próxima temporada, de modo que os produtores possam fechar suas encomendas agora para assinar os contratos de compra a partir de 1º de julho, já no âmbito do Plano Safra 2019/20.

Sem uma definição nesse sentido, esse "hiato" que cerca o Moderfrota, a principal linha de crédito para a compra de tratores e colheitadeiras do país - cujas taxas de juros variam de 7,5% a 9,5% ao ano -, além de outras linhas voltadas a pequenos produtores rurais, poderá prejudicar os negócios na Agrishow, a principal feira agropecuária do país - e, por isso, maior vitrine para a venda de maquinário - que acontecerá entre 29 de abril e 3 de maio em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Dos R$ 3 bilhões adicionais pedidos pelas indústrias ao Moderfrota- a linha teve R$ 8,9 bilhões no atual Plano Safra -, o governo liberou apenas R$ 475 milhões, redirecionados de outras linhas de crédito com demanda menor. Diante do apetite dos agricultores, não chegou a ser nem uma sobremesa, foi apenas um cafezinho. "É nossa principal preocupação. O dinheiro já esgotou. No BNDES tem muito pouco recurso para pequeno e médios produtores e o Pronaf [agricultura familiar] já está zerado", disse Alfredo Miguel Neto, vicepresidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Ele informou que o Banco do Brasil deverá oferecer R$ 500 milhões para o financiamento de máquinas agrícolas nesse intervalo entre os planos. "Será como se fosse um espelho do Moderfrota, mas [o dinheiro] acabará em pouco tempo. Vamos chegar na Agrishow sem recursos", disse Miguel Neto. "Na próxima semana deve ocorrer uma reunião da ministra Tereza Cristina [Agricultura] com o Paulo Guedes [Economia] para tratar de uma liberação de recursos adicionais antes da nova safra", informou João Carlos Marchesan, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). De acordo com ele, o dinheiro que resta no Moderfrota deverá acabar até o dia 10.

Como a possibilidade de uma suplementação parece ser pequena, a melhor solução seria mesmo a antecipação da divulgação das condições de financiamento que vão vigorar no próximo ciclo. "Se tivermos as condições para o próximo Plano Safra, pelo menos poderemos receber pedidos para serem liberados a partir de julho", afirmou Paulo Schuch, superintendente comercial do AGCO Finance, banco de fábrica da multinacional americana AGCO.

Segundo ele, embora linhas com taxas livres tenham recursos, os juros futuros instáveis deixam os produtores receosos em assumir dívidas de longo prazo.

Para Miguel Neto, da Anfavea, é importante que o novo plano mantenha taxas de juros fixas, carência de 14 meses, e que esteja operacional já em 1º de julho. Marchezan, da Abimaq, diz que, se a demanda atual ficar muito reprimida, poderá haver no início do segundo semestre uma onda de pedidos que as fábricas terão dificuldade em atender.

Mas nem todo o segmento de máquinas agrícolas prevê o caos. De acordo com Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) a escassez de crédito subsidiado não impediu negócios na Expodireto, feira realizada em Não-Me-Toque (RS) em março. "Não sei como estão os produtores de outros Estados, mas os gaúchos estão capitalizados e muitos optaram por usar recursos próprios para investir". A Expodireto movimentou R$ 2,4 bilhões, 9,6% mais que no ano passado. Segundo Bier, 98% desse valor foi obtido com a comercialização de máquinas agrícolas, e as vendas com recursos próprios aumentaram 38%, para R$ 235 mil.

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Fonte: Valor Econômico

6. Expectativa de mais subsídio acirra disputa no seguro rural

A intenção da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de destinar R$ 1 bilhão em subsídios para o seguro rural, mais que o dobro do volume atual, trouxe otimismo às seguradoras. Num movimento para ganhar mercado, há desde empresas que lançaram a modalidade até aquelas que decidiram ampliar o número de culturas atendidas, assim como passar a cobrir o risco financeiro do produtor, além de eventos climáticos.

O governo quer reduzir o crédito subsidiado ao produtor dos bancos públicos, uma vez que a taxa de juro básica está em patamares mínimos históricos e há mais apetite do setor privado para financiar a atividade. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse esta semana em evento em São Paulo que, nesse contexto, o mercado precisa estar preparado para oferecer o seguro rural. Assim, os bancos privados ficam mais confortáveis em liberar os empréstimos.

O seguro rural indeniza o produtor em caso de perdas causadas por adversidades climáticas. “O produto depende de um programa de subsídio mais robusto e de previsibilidade para deslanchar”, diz Paulo Hora, superintendente-executivo de seguros rurais da BrasilSeg, empresa da holding de seguros do Banco do Brasil, que tem parceria com a espanhola Mapfre no produto.

Líder na modalidade, a empresa atua em 12 culturas diferentes, entre elas as maiores, como soja e milho, mas também outras menos óbvias, como batata inglesa ou cevada. Para este ano, a BrasilSeg espera um crescimento de 11% dos prêmios emitidos na carteira de seguro rural.

O governo federal começou a conceder o subsídio para o seguro rural em 2006, no valor de R$ 31 milhões, correspondente a 35% do preço pago pelo produtor, principalmente pequenos e médios — a agricultura familiar é atendida em outro programa federal, o ProAgro. Depois de o volume do subsídio ter alcançado quase R$ 690 milhões em 2014, ele começou a cair devido às restrições fiscais, devendo terminar a safra deste ano em R$ 440 milhões.

Apesar da queda, muitos produtores continuaram a contratar a apólice, mesmo mais cara. Com isso, o mercado como um todo, com e sem subsídio, chegou perto de R$ 2 bilhões em prêmios emitidos no ano passado, enquanto em 2014 estava em R$ 1,4 bilhão. Porém, não houve aumento da área protegida, que ficou em torno de 14% — em países como Estados Unidos e China, a fatia supera 80%. Nos Estados Unidos, a subvenção ao seguro rural chega a US$ 8 bilhões (mais de R$ 30 bilhões).

De acordo com Gabriel Lemos, diretor de seguro rural da Swiss Re, embora o mercado tenha crescido de quatro para 12 concorrentes desde 2006, hoje as apólices ainda estão muito concentradas nos estados da região Sul. “Com mais subsídios, teríamos maior presença no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, regiões carentes de seguros.”

A Swiss Re tem uma parceria com o Bradesco para venda de suas apólices pela rede de agências do banco, muito atrelada aos financiamentos feitos aos produtores. No total, são mais de 30 culturas atendidas. A japonesa Sompo, que atuava apenas com seguro para máquinas e equipamentos no campo, contratou no ano passado uma equipe de quatro agrônomos para iniciar um projeto-piloto e ingressar na modalidade do seguro agrícola. Neste ano, lançou oficialmente o produto. “O seguro agrícola é uma modalidade que tem muito potencial de crescimento”, diz Márcio Martinati, superintendente de agronegócios da Sompo.

Em caso de adversidade climática que leve à perda da lavoura, a empresa cobre o custo do plantio ou a perda de produtividade — a diferença entre a quantidade de sacas colhidas e a que foi indicada na apólice. É possível, ainda, adicionar a cobertura de não germinação de sementes por problema de clima. A estimativa da Sompo é alcançar R$ 6 milhões em prêmios emitidos neste ano, e R$ 100 milhões em 2023.

Já a Tokio Marine, que estava atuando em apenas três estados e três culturas, ampliou neste ano a cobertura do seguro agrícola para mais de 70 culturas e para todo o país. Por ora, há um limite máximo de indenização de R$ 3,5 milhões por propriedade. “Com isso, conseguimos distribuir o risco de eventos climáticos”, diz Joaquim Neto, gerente de produtos. A Tokio testou o produto por dois anos e meio e, em 2019, pretende crescer 150%, para R$ 20 milhões em prêmios emitidos. A meta é estar entre as quatro maiores seguradoras do segmento em três anos.

A empresa permite que o agricultor escolha os eventos que quer assegurar. “Os agricultores têm se interessado cada vez mais em adquirir o seguro porque ano a ano eles têm investido em insumos de maior tecnologia e valor agregado”, diz Joaquim Neto.

Segunda maior seguradora nesse mercado, a Essor cresceu vendendo apólices para os produtores de frutas da região Sul, mas tem avançado em grãos e cevada, atendendo hoje mais de 50 culturas. Até agora exposta a eventos climáticos, a empresa planeja incluir a proteção para riscos financeiros no rol de produtos, algo que poucas concorrentes têm. “Esse seguro combinaria prejuízo decorrente de evento climático com o prejuízo financeiro, como por exemplo a desvalorização do preço internacional da soja”, diz Leandro Poli, diretor técnico da Essor.

Em 2018, o comitê gestor interministerial do seguro rural aprovou a distribuição de R$ 20 milhões em subvenção para o seguro agrícola “faturamento”, que cobre as perdas de receita causadas por condições de mercado. As seguradoras acreditam que a oferta desse subsídio pode ser mantida nas safras que estão por vir, uma vez que ele traz uma cobertura mais ampla frente aos riscos que afetam a rentabilidade do produtor.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Reestruturação impulsiona Quickfood na Argentina

As caixas de papelão carregadas com recortes de carne bovina são abertas, uma a uma. O produto é moído e, em pouco tempo, transformado no hambúrguer da Paty, a marca mais consumida na Argentina. Embora essa seja uma cena bastante comum na fábrica da Quickfood em San Jorge, na Província de Santa Fé, os personagens mudaram - e agora ganham mais dinheiro.

Controlada pela Marfrig desde o início do ano, quando foi comprada da BRF, a Quickfood passa por um processo de reestruturação liderado pelo engenheiro industrial Gustavo Kahl, executivo com passagens por Cargill, JBS e Minerva. À frente das operações da Marfrig na Argentina desde janeiro, o argentino descendente de austríacos trouxe a Quickfood, que fatura US$ 300 milhões, de volta ao azul.

Entre as mudanças mais importantes está justamente a matéria-prima utilizada para a produção de hambúrguer. Kahl constatou que a Quickfood estava subaproveitando os cortes de carne do gado abatido em San Jorge - eram 620 por dia. Na prática, a BRF vendia a tradicional e valiosa carne argentina como produto processado. Sob a gestão da Marfrig, a decisão é exportar 100% da carne dos bovinos abatidos no frigorífico, para China e Europa.

Para fabricar o hambúrguer Paty, que tem participação superior a 50% no grande varejo argentino, a Marfrig deixará de usar a carne bovina produzida pela Quickfood. Desde fevereiro, a empresa está comprando o produto de terceiros na Argentina e de algumas unidades da Marfrig no Brasil. Nesta semana parte da carne que vai virar hambúrguer veio do abatedouro de Bataguassu (MS).

Conforme Kahl, 60% da matéria-prima do hambúrguer já vem de terceiros - metade desse volume oriundo das fábricas da controladora no Brasil. A intenção do executivo é que, até o fim do ano, esse processo de conversão já esteja concluído.

Para a Marfrig, a vantagem é dupla. "Agregamos valor lá e aqui", diz o executivo-chefe da empresa na América do Sul, Miguel Gularte. Os cortes do dianteiro bovino vendidos para a Quickfood rendem mais à companhia do que se fossem comercializados no mercado doméstico brasileiro ou no Egito, um destino comum para esses tipos de cortes.

Além disso, a Quickfood ganha ao exportar, beneficiando-se das mudanças que vêm alterando a pecuária argentina desde 2015, quando Mauricio Macri foi eleito presidente, retirou as impostos à exportação de carne bovina e liberou o câmbio.

A atividade, que passara por anos de depressão durante o governo de Cristina Kirchner, vem se recuperando, com o aumento do rebanho bovino e das exportações. O estoque de animais, que caíra de 57,8 milhões, em 2008, para 47,9 milhões em 2011, atingiu quase 54 milhões de cabeças no ano passado. Nesse embalo, as exportações de carne bovina devem representar 20% da produção do país neste ano, ante apenas 5% em 2014.

Para a Marfrig, o bom momento das exportações não deve se limitar à Quickfood. No frigorífico de Villa Mercedes (Província de San Luís), que já possuia antes de comprar a Quickfood, a companhia brasileira está ampliando a capacidade de armazenamento para ampliar abates de 750 bovinos por dia para 850.

Além do foco na exportação, a Marfrig reduziu a equipe administrativa em Buenos Aires e, na área industrial, o objetivo é elevar o rendimento de carne por carcaça.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Frigoríficos reclamam de excesso de rigor de fiscais agropecuários

Diversos frigoríficos do país começaram a se queixar do "excesso de rigor" de fiscais agropecuários e resolveram centrar fogo em auditores mais jovens, a mais nova geração de fiscais contratada após a Operação Carne Fraca, que identificou um esquema de corrupção entre fiscais e funcionários de empresas de carnes.

Frigoríficos consultados pelo Valor dizem que, para não extrapolar as 48 horas semanais de trabalho permitidas por lei - e evitar os "mensalinhos" descritos em delação premiada de executivos da JBS contra mais de 200 fiscais - ou não serem alvo de futuros questionamentos de favorecimento, os auditores estão endurecendo as diligências, multando mais, interditando unidades e até cancelando o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) de abatedouros no Paraná e em São Paulo.

Em 2017, quando foi deflagrada a Carne Fraca, o então ministro Blairo Maggi determinou a contratação de 300 médicos veterinários por concurso público e outros 300 de forma temporária. O objetivo era minimizar o crônico déficit de fiscais nos abatedouros, crítica ampliada nos últimos anos com a reação de importadores como os europeus.

De lá para cá, contudo, as reclamações dos frigoríficos só aumentaram. E a suspensão, nesta semana, dos abates do frigorífico Big Boi em Maringá (PR) foi um estopim para tornar pública as crescentes divergências entre frigoríficos e fiscais federais, que chegaram aos ouvidos da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em fevereiro, durante evento sobre autocontrole das indústrias de alimentos no país.

Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo, associação que reúne pequenos e médios frigoríficos, assinou na terça-feira uma carta em que critica o que chama de "atual linha de conduta" dos fiscais agropecuários que atuam na inspeção de estabelecimentos de carnes bovina, suína e de frango e de leite. Ele sustenta que os auditores estão "exorbitando de suas funções e preocupados única e exclusivamente em punir as empresas a ponto de inviabilizar economicamente as atividades de muitas delas (...) Nas atuais circunstâncias os fiscais nas plantas estão travando a atividade empresarial com abuso de autoridade", disse o dirigente.

Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa gigantes do mercado de carne de frango como a BRF, admitiu ao Valor que há "excessos pontuais" praticados por fiscais, principalmente por falta de padrão nos critérios de fiscalização, muitas vezes aplicada de forma diferenciada mesmo em plantas de uma mesma empresa. "Os excessos não podem atrapalhar um setor que já está em dificuldades, com margens apertadas, mas que é muito importante para a produção de alimentos. Por isso, pedimos ao ministério maistreinamento aos fiscais", frisou.

O Sindicato Nacional dos Auditores Federais Agropecuários (Anffa Sindical) se defende. Sustenta que os fiscais agem dentro do permitido pela legislação e realça que muitos frigoríficos passaram a ser mais fiscalizados após a contratação dos 600 veterinários e que, por isso, houve um aumento do número de irregularidades identificadas. "Em vista do veiculado depois da Carne Fraca, é natural que os fiscais novos entrem com reservas e ressalvas para não serem considerado corruptos. Mas o maior problema ainda é a falta de fiscais", afirmou Marcos Lessa, vice-presidente do Anffa, ao Valor.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, disse que estão sendo feitas novas rodadas de treinamento e admitiu que o novos fiscais receberam apenas cursos online. Mas ele informou que o treinamento é constante. "Temos que relativizar o que é um possível excesso dos fiscais e quem não tinha fiscalização e passou a ter".

No caso apurado no Paraná, o Big Boi alegou que precisava ampliar sua capacidade de abate, mas que o único fiscal encarregado não concordou em trabalhar mais do que as 48 horas semanais permitidas. Logo, parte do abate ficou suspensa e a atitude do fiscal foi encarada como dura. Procurada, a empresa não se pronunciou. O Ministério da Agricultura respondeu, em nota, que o Big Boi tem autorização para operar em apenas um turno, mas que "diariamente vem extrapolando as horas sem prévia comunicação ao serviço de inspeção local". E que vinha tendo "dificuldades técnicas".

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Fonte: Valor Econômico

9. Uruguai, trunfo da Marfrig na exportação

Os parques eólicos que pipocam pela Ruta 5 ajudam a quebrar a monotonia da rodovia que liga o sul ao norte do Uruguai. De jipe ou caminhão, o trajeto de Montevidéu a Tacuarembó é quase todo marcado pelas pastagens do pampa, em um ritmo pacato que pouco lembra a incessante busca por produtividade do moderno agronegócio. Mas que ninguém se engane. Na terra de Pepe Mujica, a pecuária é parte de um estilo de vida. E a carne bovina, um assunto de Estado.

Em um país pequenino - "chiquito", como dizem os nativos -, que não dispõe da abundância de grãos que caracteriza os vizinhos Brasil e Argentina, a produção extensiva de gado deixou de ser uma necessidade para evitar a deterioração das pastagens naturais e se transformou em um ativo explorado para a propaganda da carne uruguaia no mundo. "Temos dois campos de futebol para cada cabeça de gado", brinca Marcelo Secco, executivo que comanda as operações da Marfrig Global Foods no Uruguai, em alusão à liberdade de movimentação do rebanho e à comida verde.

Nesta semana, a reportagem do Valor atravessou a Ruta 5 para conhecer o principal frigorífico da brasileira Marfrig no Uruguai, em Tacuarembó, a pouco mais de 100 quilômetros da fronteira com Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Responsável por 22% dos abates e por mais de 30% das exportações uruguaias de carne, a companhia é o maior grupo privado do país, empregando mais de 3 mil pessoas e faturando ao menos US$ 500 milhões por ano - estimativa a partir das exportações uruguaias, que renderam US$ 1,6 bilhão em 2018.

Com um rebanho de 12 milhões de bovinos, quase o quádruplo da população local, o Uruguai se notabilizou na pecuária global como um país de rara estabilidade para os padrões da América do Sul e acesso privilegiado a cobiçados mercados, como EUA, União Europeia e China - a conquista mais recente veio em janeiro, com a abertura do Japão. O mercado externo é o coração da indústria frigorífica uruguaia. Embora o país seja o mais carnívoro do mundo - o consumo anual é de cerca de 60 quilos por habitante - 70% da produção nacional é exportada. Nessas condições, o acesso internacional é questão de sobrevivência.

As condições especiais da agroindústria do Uruguai estão relacionadas, é claro, ao tamanho do país, reconhece Secco. Afinal, as importações uruguaias representam uma parcela menor do comércio de carnes - 5% das exportações mundiais, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Em comparação, qualquer abertura comercial para o Brasil, que responde por 20% das exportações de carne bovina, pode provocar forte resistência, como demonstram produtores americanos contrários à entrada da carne bovina in natura do Brasil.

Mas isso não é tudo, ressalta o brasileiro Miguel Gularte, executivo-chefe da Marfrig na América do Sul. Nas últimas cinco décadas, o Uruguai erigiu um sólido sistema sanitário, lastreado pelo Ministério da Agricultura local e, principalmente, pelo Instituto Nacional de Carnes (Inac), entidade pública de direito privado financiada com recursos dos frigoríficos e dos pecuaristas.

Essa estrutura permitiu ao Uruguai criar, há mais de dez anos, um programa obrigatório de rastreabilidade do rebanho bovino, o que ajuda na certificação de importadores exigentes como os europeus.

O país também conta com um modelo nacional para remunerar os pecuaristas com base em características da carcaça. O sistema, automatizado, é regulado por quatro balanças em diferentes fases do processo produtivo, do animal vivo à carcaça bovina já limpa (toalete, no jargão setorial). Os dados da balança são enviados em tempo real para o Inac, o que também dota o país de uma capacidade estatística incomum para os padrões do segmento.

Com a gestão azeitada, os frigoríficos uruguaios conseguiram se especializar em nichos. Nesse processo, fizeram as pastagens naturais - cerca de 90% do território do país é coberto por pasto -, se transformarem em vantagem para a produção orgânica, que rende preços cerca de 30% maiores, conta Secco. Na Marfrig, 20% do faturamento é gerado nas exportações de carne bovina orgânica, especialmente para os EUA.

Conforme o executivo, a confiança dos importadores no sistema sanitário uruguaio permitiu acesso a mercados impensáveis para um país que vacina o rebanho contra o vírus da febre aftosa. Principal destino das exportações uruguaias, absorvendo cerca de 60% do volume exportado, a China também compra carne com osso e o próprio osso bovino - o Brasil só pode exportar carne sem osso em razão do alegado risco de contaminação por aftosa nos ossos.

Com essa vantagem, a Marfrig consegue vender o osso que é utilizado na preparação de caldos pelos chineses por US$ 1 mil por tonelada. Não fosse isso, o produto renderia US$ 100 e seria utilizado para a fabricação de farinha de carne e ossos.

Em busca de nichos, o Uruguai avançou na instalação de confinamentos (onde o gado é alimentado com grãos) para atender à "481", uma cota livre de impostos criada pela UE. Mesmo sem contar com uma ampla oferta de grãos, o país utiliza o pouco que produz para abastecer o gado engordado nos confinamentos, o que permite que alguns pecuaristas cometessem a ousadia de deixar "apenas" um campo de futebol para cada. Definitivamente, não falta espaço no Uruguai.

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Fonte: Valos Econômico

Agroenergia

10. Mistura de 11% de biodiesel no diesel deve ficar para 2° semestre, diz Abiove

A mistura obrigatória de 11 por cento de biodiesel no diesel consumido no Brasil deve ficar para o segundo semestre deste ano, em mais um atraso ante as previsões iniciais, disse nesta quinta-feira o economista Daniel Furlan Amaral, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Ele explicou que foram realizados 45 testes pela indústria automotiva com o chamado B15, ou seja, o diesel com 15 por cento de biodiesel. Do total, três análises apresentaram "inconformidades não conclusivas", comprometendo o cronograma para misturas intermediárias, como o B11.

A recomendação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) contra o B15 foi feita em fevereiro, o que resultou em atraso para a entrada do B11, prevista para junho.

O Leilão de Biodiesel realizado nesta quinta-feira pela reguladora ANP, visando o fornecimento a partir de junho, não considerou o diesel com 11 por cento de biodiesel, um combustível renovável feito principalmente com óleo de soja no Brasil.

"Não vai ser para junho, porque o leilão já está acontecendo hoje. Vai ficar para o segundo semestre, porque foram apenas três testes, e três testes com inconformidades não conclusivas", comentou Amaral nos bastidores de evento sobre o setor de combustíveis em São Paulo, sem apontar um data.

Ainda assim, ele aposta que há espaço para o B11 ainda neste ano, mesmo após esses percalços. "Na nossa visão, dá para seguir com o B11", disse ele, sem dar indicações de quando seria.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou em outubro do ano passado um cronograma que previa entrada em vigor do B11 em junho deste ano, elevando-se a mistura gradativamente até o B15 em 2023. Anteriormente, a expectativa já era de que o B11 valesse já em março de 2019.

As principais associações representativas do setor de biodiesel no Brasil —Abiove, Aprobio e Ubrabio— já divulgaram documento em que dizem que um eventual atraso na implantação do B11 afetaria todo o cronograma de misturas e poderia até atrapalhar o RenovaBio, a nova política nacional de biocombustíveis.

Cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentados por Amaral durante o evento em São Paulo mostram que o Brasil tende a importar cerca de 77 bilhões de litros de diesel nos próximos nove anos, um volume "que representaria custo de 36 bilhões de dólares, isso a preços atuais".

Nesse sentido, ele defende o maior uso de biodiesel na matriz energética nacional, pois reduziria a necessidade de importação de diesel e agregaria valor no Brasil, gerando emprego e renda.

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Fonte: Reuters/UDOP

11. Em 2019, 23% das usinas brasileiras estarão paradas

As usinas brasileiras, que alcançaram seu melhor momento antes da crise de 2008, deverão passar por mais um ano complicado. De acordo com dados da RPA Consultoria, a temporada 2019/20 registrará 101 usinas paradas no país, o que representa 23% do total de 444 unidades.

Com os dados cedidos pela RPA Consultoria, é possível constatar que, das usinas em funcionamento, 24% estão em situação mais complicada. Os números mostram que, 18% destas estão em recuperação, uma reorganização econômica, administrativa e financeira de uma empresa, feita com a intermediação da justiça para evitar a sua falência, enquanto 6% já teve falência decreta.

O percentual de 18% de usinas em recuperação judicial poderá aumentar ainda mais em 2019. Isso porque, segundo Ricardo Pinto, Diretor da RPA Consultoria, mais 20 unidades, espalhadas pelo Brasil, podem entrar, ainda neste ano, no modelo de reorganização econômica afim de evitar a sua falência.

Para ele, teremos mais um ciclo difícil para as indústrias da matéria-prima. "É mais um ano complicado para o setor, onde a gente não vê sinais de melhora significativa de preços. Em contrapartida, podemos notar sinais de uma produção menor. Isso porque devemos ter um canavial um pouco menor neste ano ante ao do passado", finaliza Ricardo.

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Fonte: RPANews/UDOP

12. Investimento da Logum em etanolduto deve dobrar captação em terminal de Uberaba (MG)

Um investimento da Logum Logística para aumentar capacidade do etanolduto pode até dobrar a captação de álcool no terminal de Uberaba, em Minas Gerais. A avaliação é do presidente da empresa, Wagner Biasoli, que esteve ontem na cidade e se reuniu com representantes do governo municipal.

O executivo ressaltou que cerca de R$1 bilhão será aplicado na ampliação da infraestrutura dutoviária e de armazenamento do Sistema Logístico de Etanol. Segundo ele, o foco do investimento será na área de São Paulo, mas o aumento da capacidade do sistema terá como reflexo para a região de Uberaba.

“O que vai acontecer com Uberaba, portanto, é que vamos aumentar o volume de captura. Ao concluir esse investimento, cuja previsão é fevereiro de 2021, a gente vai dobrar a captura em Uberaba”, posiciona.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes, o investimento será relevante para a economia de Uberaba. “Vamos poder receber mais etanol neste processo de captação, e são mais impostos gerados para o município, além de empregos e movimento no segmento do etanol”, destaca.

O prefeito Paulo Piau (MDB) comemorou os impactos diretos para a cidade e espera futuros aportes no terminal de Uberaba. “Temos aqui uma capacidade ociosa para receber mais etanol, que deve chegar logo no limite. A Logum já está passando o trabalho de dois para três turnos, o que significa mais empregos. Claro, a partir do momento em que a demanda interna e externa aumenta, cresce a possibilidade de aumento da capacidade de recepção aqui”, encerra.

Com financiamento de R$1,81 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgado em dezembro de 2018, a Logum fará o refinanciamento de sua dívida atual e investirá cerca de R$1 bilhão na construção de dutos complementares aos atuais, que partem das bases de Uberaba (MG) e de Ribeirão Preto (SP), conectando aos grandes centros consumidores de Guarulhos, São Caetano do Sul e São José dos Campos.

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Fonte: Jornal da Manhã (MG)/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Resultados da Caramuru melhoraram em 2018

A Caramuru Alimentos, uma das maiores processadoras de grãos de capital nacional, registrou receita operacional líquida de R$ 4 bilhões em 2018, alta de 15,8% ante os R$ 3,5 bilhões de 2017. Na mesma comparação, o lucro líquido da empresa cresceu de R$ 25,4 milhões para R$ 102,7 milhões. O balanço da empresa foi divulgado hoje no Diário Oficial de Goiânia.

Nos últimos anos a empresa tem sido assediada por investidores interessados em adquirir uma participação em seu capital, mas nenhum negócio concreto vingou. Mas, mesmo sem nenhum aporte concreto de novos investidores, os resultados foram animadores em 2018, em grande parte beneficiados pelo cenário externo favorável — com quebra de safra na Argentina e guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O faturamento bruto da empresa, conforme o Valor adiantou em janeiro, somou R$ 4,2 bilhões em 2018, e o farelo de soja foi responsável por R$ 2 bilhões — 47,4% do total. As vendas de farelo produzido no Brasil foram favorecidas pela quebra de produção na Argentina, grande exportadora do derivado.

Em segundo lugar em termos de receita vieram as vendas de biodiesel, responsáveis por R$ 1 bilhão, aumento de 32,2% ante o ano anterior. A soja em grão, carro-chefe do agronegócio nacional, respondeu por R$ 388,9 milhões do faturamento da Caramuru no ano passado, retração de 11% ante 2017.

Há pouco mais de dois meses, César Borges de Sousa, vice-presidente da companhia familiar presidida por seu irmão Alberto, afirmou ao Valor que o bom resultado do ano passado decorreu de uma estratégia calcada em redução de custos e elevação de valores dos produtos.

Mesmo assim, a Caramuru fechou o ano com custos de R$ 3,5 bilhões, ainda 6,4% maiores que em 2017. O principal componente do custo foi o item matéria-prima — grãos — que somou R$ 2,4 bilhões em 2018, aumento de cerca de 10% em relação a 2017.

Os aportes na produção de glicerina na unidade de Ipameri, Goiás, geraram resultados em 2018. Segundo os dados divulgados hoje, a venda do produto gerou receita bruta de R$ 36,6 milhões, 28,4% a mais que em 2017.

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Fonte: Valor Econômico

14. Aumenta demanda por oleaginosas na china

A demanda chinesa por oleaginosas aumenta à medida que a epidemia de febre suína africana se dissemina pelo país. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a demanda por produção de frango, carne bovina e aquicultura segue em alta, mas com temores de problemas de saúde e desejo do consumidor de diversificar a dieta.

"A produção nacional de sementes oleaginosas da China permanecerá estagnada no ano comercial de 2019/2020, enquanto a demanda interna por produtos oleaginosos continuará a crescer de forma constante, apesar do impacto da ASF", disse o USDA. “Portanto, a China continuará a depender das importações de sementes oleaginosas do Brasil, dos Estados Unidos, da Argentina e do Canadá”, completa.

A produção de soja da China no ano de 2019/2020 é de 16,4 milhões de toneladas, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. O USDA informou que a produção estimada de soja para o ano de mercado de 2018/2019 foi maior do que no ano anterior devido a mudanças nos subsídios do governo.

De acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Oleaginosas da China (CNGOIC), até o final de dezembro de 2018, os agricultores ainda detinham cerca de 70% de sua produção, em comparação com 50% a 60% nos últimos anos.

“No final de fevereiro de 2019, citando a necessidade de estabilizar o mercado, o governo provincial de Heilongjiang ofereceu aos agricultores um preço de compra de soja entre RMB3.420 e RMB3.460 por tonelada, ou entre US$ 518 e US$ 525 por tonelada. O ritmo de comercialização relativamente lento para o ano de 2018/2019 pode ofuscar a semeadura de soja no ano de mercado seguinte", conclui o USDA.

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Fonte: Agrolink

15. Brasil avalia lançar opções de café para sustentar preços, dizem fontes

O governo brasileiro está avaliando, a pedido de associações de agricultores, o lançamento de contratos de opção de venda de café para os produtores, como forma de garantir receitas mínimas e reforçar os preços de mercado, disseram duas fontes familiarizadas com as negociações à Reuters nesta quinta-feira.

Se aprovado, o programa poderia impactar o comércio global de café, uma vez que estabeleceria um piso para os preços do produto no maior produtor e exportador mundial, provavelmente forçando os importadores a pagar mais pelo grão brasileiro.

A política também poderia influenciar os governos de outros países produtores, onde os cafeicultores enfrentam severas restrições financeiras, a adotarem mecanismos similares já que os preços de referência do arábica em Nova York estão em torno dos níveis mais baixos em 13 anos.

"Conversamos com o governo, eles (autoridades) receberam bem a ideia", disse à Reuters um diretor de uma das cooperativas de cafeicultores brasileiros, pedindo para não ser identificado porque as negociações ainda estão em fase preliminar.

"Seria um programa ganha-ganha. Os agricultores podem garantir preços melhores, e o governo pode mais tarde lucrar com as vendas desse café quando os preços se recuperarem", disse ele.

Uma segunda fonte, um consultor para produtores de café no Brasil sobre estratégias de venda, disse à Reuters que alguns de seus clientes comentaram sobre as conversas, mas disseram que ainda há detalhes a serem definidos, como o tamanho do programa ou o preço de exercício.

A fonte pediu anonimato porque as conversas sobre o assunto não eram públicas.

Não houve comentários imediatos do Ministério da Agricultura do Brasil.

O governo brasileiro já atuou no mercado de café no passado, intervindo com políticas para ajudar os agricultores a obter melhores preços quando os valores foram considerados abaixo ou próximos aos custos de produção.

As opções governamentais foram lançadas pela última vez em 2013, quando a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ofereceu contratos para os agricultores venderem até 3 milhões de sacas ao governo a um preço fixo.

Nessa modalidade, um produtor de café paga uma pequena taxa pelo direito de vender seu café para o governo no futuro.

Se os preços de mercado quando as opções expiram estão abaixo do preço fixo definido para as opções, o produtor normalmente exerce seu direito de entregar o produto aos armazéns do governo.

Esse café é mais tarde vendido pelo governo em leilões no mercado a preços geralmente mais altos.

Um grande obstáculo para a aprovação de tal programa seria a necessidade de o governo desembolsar montante bilionário em um momento em que a nova administração busca controlar gastos públicos e reduzir um grande déficit orçamentário.

A primeira fonte disse que a ideia seria lançar as opções não este ano, mas em 2020, quando o Brasil deverá produzir uma safra maior devido ao ciclo de alta de produção bienal de café, que alterna anos de alta e baixa produção.

O Brasil está no ano de baixa da produtividade em 2019, e o governo espera que a produção caia para 50,5 milhões a 54,5 milhões de sacas de 60 kg em relação ao recorde de 61,6 milhões de sacas produzidas em 2018.

"Não faria sentido lançar as opções este ano, já que vamos produzir menos café e o programa poderá, eventualmente, beneficiar produtores de outros países", afirmou.

Os preços do café em Nova York atingiram uma nova mínima de 13 anos esta semana, à medida que a produção continua a superar a demanda no mercado global.

Os preços de arábica fecharam praticamente estáveis, a 95,30 centavos de dólar por libra-peso, nesta quinta-feira.

Alguns produtores de café em países com custos de produção mais altos, como na América Central, estão ponderando mudar para outras culturas com melhores receitas que o café.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

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