Clipping Agribusiness | 10 de junho
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Índice Ceagesp recuou 7% em maio ante abril
O Índice Ceagesp, que monitora as oscilações de uma cesta de 150 produtos comercializados no entreposto da capital paulista, encerrou maio com queda de 7% em relação a abril. As temperaturas mais amenas e a pouca incidência de chuvas permitiram a melhora significativa na qualidade de frutas, verduras e legumes enviados à capital paulista.
O clima também colaborou para a normalização da oferta em muitos casos. No início do ano, alguns produtos subiram mais de preços ao serem bastante afetados pelo excesso de chuvas e pelo calor acima da média histórica nas áreas produtoras.
No mês passado, porém, todos os grupos de produtos comercializados no entreposto da estatal federal na capital paulista — o maior da América Latina — tiveram recuo nos seus preços médios. O setor de verduras registrou queda expressiva (19%), seguido dos legumes (7,6%) e frutas (5,8%).
Segundo Flávio Godas, economista-chefe da Ceagesp, o recuo nos preços das folhosas tende a ser mais rápido porque seu ciclo é mais curto que os dos legumes e frutas. Preservadas as condições climáticas atuais, e sem a ocorrência de geadas nas regiões produtoras, ele acredita que os preços deverão cair também nos próximos meses.
No acumulado deste ano até abril, o índice Ceagesp subiu 1%, enquanto nos últimos 12 meses a elevação chegou a 6,9%.
Em maio, o setor de verduras caiu 19%. As principais baixas foram da acelga (48,6%), das alfaces crespa (37,5%), americana (32%) e lisa (31,8%), do repolho (31%) e da escarola (29%). Apenas o coentro (49,5%) registrou alta expressiva no setor.
Já o setor de frutas teve recuo mais tímido, de 5,76%. O destaque nas quedas ficou com o mamão formosa (35%) e a laranja lima (32,6%), além das mangas palmer (23%) e tommy (22%). Tiveram alta, a melancia (16%), figo (14%), goiaba branca (13%) e o melão amarelo (12,7%).
O setor de legumes registrou queda de 7,59%. O pimentão amarelo liderou o movimento de baixas (49%), na frente do pimentão vermelho (48%), do tomate (26%) e da beterraba (18,7%). Na contramão, subiram a berinjela japonesa (26%), o chuchu (20%), a mandioquinha (17%) e a cenoura (16,8%).
Em maio, foram comercializadas no entreposto de São Paulo cerca de 277.005 toneladas de produtos, 23,8% mais que no mesmo mês do ano passado, quando a paralisação dos caminhoneiros prejudicou o escoamento da produção e abastecimento da Ceagesp.
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Fonte: Valor Econômico
2. Bolsonaro: ‘Sem crédito suplementar, faltarão recursos para Pronaf e Plano Safra’
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, dia 8, que, sem a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões (PLN 4/19), o pagamento de diversos benefícios e subsídios poderão ser suspensos.
“Sem aprovação do PLN 4 pelo Congresso, teremos que suspender o pagamento de benefícios a idosos e pessoas com deficiência já no próximo dia 25. Nos meses seguintes faltarão recursos para aposentadorias, Bolsa Família, Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], Plano Safra…”, escreveu na sua conta no Twitter.
Bolsonaro acrescentou que acredita “na costumeira responsabilidade e patriotismo dos deputados e senadores na aprovação urgente da matéria”.
Na última quarta-feira, 5, depois de fracassar a tentativa para um acordo sobre o parecer do deputado Hildo Rocha (MDB-MA) ao projeto de crédito suplementar, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Marcelo Castro (MDB-PI), suspendeu até a próxima terça-feira, 11, a discussão do assunto no colegiado.
Segundo a equipe econômica do governo, a autorização do Congresso para esse crédito extra é fundamental para garantir o pagamento de subsídios e benefícios assistenciais sem descumprir a chamada regra de ouro, que impede a emissão de dívida para pagar despesas correntes, como salários.
O governo tem pressa para ver a proposta aprovada. A expectativa do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, é de que o Congresso vote a matéria até o dia 15 de junho, caso contrário o Plano Safra 2019/2020 também será afetado, uma vez que, sem crédito garantido, não pode sequer ser anunciado.
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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural
3. Trump suspende tarifas comerciais após acordo com México
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite desta sexta-feira, dia 7, que decidiu suspender a imposição de tarifas sobre as importações do México, após ter chegado a um acordo com o governo mexicano para reduzir o fluxo migratório na fronteira.
“As tarifas programadas para entrar em vigor na segunda-feira, 10, contra o México ficam suspensas indefinidamente. Em troca, o México aceitou tomar medidas firmes para deter a maré migratória em direção à nossa fronteira sul”, disse Trump no Twitter.
O líder americano havia anunciado a aplicação de uma tarifa de 5% sobre a importação de todos os produtos procedentes do México. As taxas entrariam em vigor na próxima segunda-feira, sendo reajustadas até chegarem a 25% em outubro se o país vizinho não tomasse medidas para conter o fluxo migratório vindo da América Central.
Acordo entre os países
Diante da ameaça, o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e outras autoridades do país viajaram a Washington, onde conseguiram costurar um acordo após três dias de intensas negociações no Departamento de Estado americano.
Sob o pacto, o México concordou em acolher migrantes que cruzarem a fronteira entre os dois países de forma irregular – a maioria centro-americanos de nações como Guatemala, Honduras e El Salvador – enquanto os Estados Unidos processam pedidos de refúgio.
“Aqueles que cruzarem a fronteira sul dos Estados Unidos para pedir asilo serão rapidamente devolvidos ao México, onde poderão esperar a resolução de seus pedidos”, afirmaram os governos mexicano e americano em comunicado.
“O México autorizará a entrada de todas essas pessoas por razões humanitárias, em cumprimento de suas obrigações internacionais, enquanto aguarda a resolução de pedidos de refúgio. O México também lhes oferecerá emprego, saúde e educação de acordo com seus princípios” afirmou o governo.
Por outro lado, o governo mexicano conseguiu evitar uma proposta que vinha rejeitando continuamente: a de processar solicitações de refúgio em seu próprio território antes que os migrantes tentem chegar aos Estados Unidos.
O país se comprometeu, contudo, a “tomar medidas sem precedentes para impedir a imigração irregular” e “para desmantelar as organizações de tráfico de pessoas e suas redes ilícitas de financiamento e transporte”.
Tempo de espera
Os governos dos dois países também concordaram em adotar “medidas adicionais” caso as estipuladas agora “não apresentem os resultados esperados” nos próximos 90 dias.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que havia anunciado uma viagem à cidade de Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos, para “defender a dignidade do México” antes das tarifas americanas, disse que sua visita será agora para “celebrar”.
“Graças ao apoio de todos os mexicanos fomos capazes de evitar tarifas sobre os produtos mexicanos exportados para os Estados Unidos”, escreveu no Twitter o presidente esquerdista, que, desde sua eleição no ano passado, vem tentando cautelosamente não contrariar Trump.
Na quinta-feira, o México já havia anunciado a mobilização de seis mil membros da Guarda Nacional para a fronteira com a Guatemala a fim de conter o fluxo de migrantes centro-americanos.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, agradeceu ao México e ao ministro das Relações Exteriores do país pelo “trabalho duro” durante os três dias de negociações do acordo.
“Os Estados Unidos esperam trabalhar em conjunto com o México para cumprir esses compromissos, para que possamos conter a onda de migração ilegal na nossa fronteira sul e para tornar a nossa fronteira forte e segura”, disse Pompeo.
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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural
Insumos
4. Anvisa prorroga consulta pública sobre reavaliação do glifosato
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu prorrogar por um mês a consulta pública sobre a reavaliação do glifosato, após pedidos de entidades do agronegócio. A extensão do prazo foi publicada na edição do “Diário Oficial da União” desta sexta-feira.
O uso do agrotóxico, o mais utilizado no Brasil, vem sendo alvo de uma série de ações na Justiça ao redor do mundo. No fim do ano passado, uma liminar da Justiça Federal de Brasília determinou que a venda do glifosato fosse suspensa até que a Anvisa finalizasse essa reavaliação. Antes de a decisão entrar em vigor, contudo, a Advocacia-Geral da União (AGU) derrubou a liminar a pedido do Ministério da Agricultura.
Em fevereiro deste ano, depois de 11 anos de estudos toxicológicos, a Anvisa concluiu, com base em 16 pareceres próprios e três externos, que o defensivo não causa danos graves à saúde como câncer, mutações genéticas nem má formação fetal e que não é tóxico.
A agência reguladora, porém, recomendou seu uso com restrições, por trabalhadores que fazem o manejo do defensivo em diferentes lavouras como soja, milho, algodão, café e cana-de-açúcar.
A consulta pública para colher sugestões e críticas ficou aberta por 90 dias. O prazo encerrou-se ontem, mas a Anvisa decidiu acatar os pedidos de prorrogação.
“A decisão foi tomada pela agência para atender a solicitações de entidades da sociedade civil organizada. De acordo com essas entidades, a concessão de prazo adicional é necessária para realização de avaliação da proposta e dos pareceres emitidos pela Anvisa, permitindo o envio de contribuições mais qualificadas. Até o momento, a Anvisa já recebeu mais de 2,6 mil manifestações no formulário de consulta pública”, disse a agência, em comunicado.
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Fonte: Valor Econômico
5. Produção de máquinas aumenta à espera da renovação do crédito
De olho na renovação dos financiamentos no próximo Plano Safra (2019/20), que deverá entrar em vigor em 1º de julho, e nas entregas pendentes após a Agrishow - feira que aconteceu recentemente em Ribeirão Preto (SP) -, a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias no país chegou a 5.442 unidades em maio, altas de 23,2% em relação a abril e de 18,6% ante a maio de 2018, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
"Ainda temos que esperar como será o novo Plano Safra - que teve adiado seu anúncio -, mas acredito que a produção deverá continuar a crescer, visto que ainda temos clientes da Agrishow por atender", afirmou Alfredo Miguel Neto, vicepresidente da Anfavea.
As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias somaram 3.087 unidades em maio, com quedas de 0,7% em relação a abril e de 5,8% ante maio de 2018. As retrações já eram esperadas, uma vez que as principais linhas de crédito oficiais para a aquisição de tratores, colheitadeiras e colhedoras de cana, entre outros equipamentos, estão praticamente esgotadas depois da forte demanda dos primeiros dez meses do Plano Safra 2018/19. Segundo Miguel Neto, o recuo refletiu particularmente a menor venda de colheitadeiras, habitual no período.
Enquanto o novo Plano Safra não é lançado, as fabricantes buscam alternativas para atender aos pedidos. Normalmente utilizado para financiar máquinas importadas, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) tem sido oferecido como opção.
Na CNH, que detém as marcas New Holland e Case, os juros da linha caíram de 13% ao ano para 7,5%. No entanto, o prazo de carência é de cinco anos, ante sete no caso do Moderfrota. "Tivemos que subsidiar o juro para ficarmos mais competitivos, mas, honestamente, é um custo muito alto e pouco viável", afirmou Rafael Miotto, vice-presidente da New Holland AG para a América Latina.
A estratégia foi adotada uma semana antes da Agrishow. "Fizemos modalidades de um ano, dois e até cinco anos, com juros progressivos para atrair produtores de pequeno porte", disse Miotto.
Segundo ele, a medida terá impacto nas margens das montadoras, mas deverá ser amenizada pelo novo Plano Safra. "Se vier [nas condições que se espera], as margens voltam ao normal", observa.
Ele espera que os novos recursos já estejam disponíveis assim que começar o novo ano-safra e que os prazo e carência das linhas sejam mantidos. Miotto, contudo, já prevê ajustes no plano. "Acredito que haverá aumento nos juros para grandes produtores e que pode haver alterações nos limites, mas quero acreditar que esse tripé será mantido", diz.
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Fonte: Valor Econômico
6. Clima adverso nos EUA baixa expectativas da Novozymes para 2019
As adversidades climáticas nos Estados Unidos para o cultivo de grãos e a dificuldade de recuperação do segmento de bioenergia no país geraram um revés nas expectativas da companhia de biotecnologia Novozymes.
A companhia divulgou hoje que, nos cinco primeiros meses de 2019, suas receitas caíram 2%. Com isso, a direção decidiu reduzir as projeções para o desempenho financeiro deste ano.
Para este semestre, a companhia ainda espera algum crescimento nas vendas, e para o próximo a aposta é de um avanço mais robusto. “Embora nós ainda esperemos um aumento sólido nas vendas para o restante do ano, direcionado por inovações, isso não pode compensar a fraqueza em alguns de nossos negócios, especialmente em agricultura e em atividades relacionadas a energia”, afirmou Peder Holk Nielsen, presidente e CEO da Novozymes, em comunicado.
Com isso, a Novozymes estima agora que terá um crescimento de 1% a 3% este ano ante 2018. Em abril, a expectativa divulgada era de crescimento de 3% a 5%.
A companhia também reduziu sua expectativa para o aumento de seu lucro líquido, para entre 3% e 8%. Antes, a perspectiva era de incremento de 5% a 10%. Para a margem de lucro antes de juros e impostos (Ebit), a expectativa passou a ser de algo entre 28% e 29%, ante o intervalo de 29% e 30% esperado anteriormente.
Excluindo aquisições, a companhia planeja realizar investimentos entre US$ 1 bilhão e US$ 1,2 bilhão, ante uma expectativa inicial de até US$ 1,3 bilhão. Por fim, o retorno sobre o capital investido deve ficar por volta de 23%, ante aproximadamente 24% esperados antes.
O plantio de grãos no Meio-Oeste dos Estados Unidos e os volumes de processamento de grãos no país estão enfrentando dificuldades após as fortes chuvas que caíram na região.
No caso do segmento de bioenergia nos Estados Unidos, a empresa afirmou que a recuperação não veio como esperado e a demanda de alguns mercados emergentes está fraca.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. Exportações de carne de frango aumentaram em maio
As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, in natura e processados) totalizaram 381,1 mil toneladas em maio, volume 14,4% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (333,2 mil toneladas), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita com as vendas somou US$ 658,9 milhões, alta de 27,3% na mesma comparação.
De janeiro a maio, as vendas de carne de frango alcançaram 1,659 milhão de toneladas, 3,6% mais que no mesmo período de 2018. No intervalo, a receita aumentou 6,3%, para US$ 2,766 bilhões.
A China, que enfrenta problemas por causa do surto de peste suína, foi o principal destino das exportações brasileiras. Recebeu 14,7% do total exportado no mês, ou 54,8 mil toneladas 49% mais que em maio do ano passado.
“A China se isolou como principal destino dos embarques brasileiros. O efeito gerado no mercado pela crise sanitária no país asiático impulsionou as importações, o que gerou efeitos também na rentabilidade do mercado, com elevação de preços médios”, afirmou, em nota, Francisco Turra, presidente da ABPA.
Outro destaque do mês foram as vendas para os Emirados Árabes Unidos, que chegaram a 30,7 mil toneladas (8,2% do total), 49% acima do total de maio de 2018.
A União Europeia também expandiu suas importações de carne de frango do Brasil. Ao todo, foram 26,2 mil toneladas em maio (7% do total), volume 26% acima do observado no quinto mês de 2018.
“A disrupção no mercado gerado pela China ocorre em um momento em que outros importadores relevantes incrementaram suas compras. E há, também, as boas notícias vindas do México, para onde os embarques deverão ganhar novo impulso com a publicação de cotas adicionais de importação”, avaliou, também em nota, Ricardo Santin, diretor executivo da ABPA.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Análise da Anvisa sobre consumo de peixes do Rio Doce gera divergência
Uma nota técnica produzida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre os riscos do consumo de peixes da bacia do Rio Doce gerou reações distintas de instituições envolvidas nos desdobramentos da tragédia de Mariana (MG). De um lado, a segurança na ingestão de uma quantidade limitada do pescado foi anunciada no site da Fundação Renova, entidade criada para gerenciar as medidas de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco que ocorreu em novembro de 2015. De outro, Ministérios Públicos e defensorias públicas de Minas Gerais, do Espírito Santo e da União divulgaram nesta sexta (7) uma posição oficial alertando que a análise revela um quadro crônico de contaminação.
A análise foi feita pela Anvisa com base em dados brutos produzidos pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e pelo Laboratório Tommasi Analítica. São cerca de 11 mil resultados analíticos envolvendo amostras de 76 espécies diferentes de peixes, quatro de camarões e uma de lagosta.
"Os peixes de água doce apresentaram médias maiores para arsênio (0,049 mg/kg), cobre (0,213 mg/kg), cromo (0,16 mg/kg), mercúrio (0,13 mg/kg), manganês (0,869 mg/kg) e chumbo (0,13 mg/kg). Os peixes de água salgada apresentaram médias maiores para ferro (3,208 mg/kg). Para o cádmio, a maior média foi apresentada para os crustáceos (0,098 mg/kg). Os metais alumínio (9,14 mg/kg), prata (0,137 mg/kg), zinco (7,98 mg/kg) e níquel (0,145 mg/kg) foram pesquisados apenas nos peixes de água doce", registra a nota técnica.
Metais como cobre, cromo, ferro, manganês, níquel e zinco são considerados essenciais para as funções biológicas, mas podem ser prejudiciais caso sejam consumidos de forma excessiva. Por outro lado, a ingestão de chumbo, alumínio, mercúrio, arsênio, prata e cádmio causam variados efeitos adversos à saúde.
A nota técnica lista as principais preocupações. "Para cádmio, 6% dos resultados dos pescados coletados em água salgada e 2% dos crustáceos apresentaram valores acima dos limites máximos permitidos. Para o mercúrio, 2,5% dos resultados dos peixes de água doce, 0,5% dos resultados dos peixes de água salgada e 0,6% dos crustáceos apresentaram valores acima dos limites máximos permitidos". Ainda segundo o documento, os níveis médios de cádmio em pescados de água salgada e os de mercúrio e chumbo, tanto nos de água salgada como nos de água doce, estão maiores do que a média mundial.
Nas conclusões, a Anvisa sugere limitação na ingestão. "Para minimizar o impacto à saúde pela ingestão de mercúrio e chumbo, medidas adicionais de gerenciamento de risco podem ser adotadas, tais como, recomendação de consumo diário de pescados menor que 200 gramas, para adultos, e de 50 gramas para crianças", registra o documento.
Interpretação divergente
Segundo Bruno Pimenta, líder dos programas de biodiversidade da Fundação Renova, a nota técnica apontou ser seguro se alimentar do pescado desde que seja respeitado o limite diário estipulado. Ele afirmou ainda que o cálculo dos limites seguros também pode ser realizado levando em conta o período de uma semana.
"É a mesma coisa que nós dizermos que uma criança pode comer 350 gramas de peixe por semana e um adulto pode consumir 1,4 quilo por semana sem que isso represente risco ou qualquer tipo de prejuízo à sua saúde", disse à Agência Brasil.
Por sua vez, Ministérios Públicos e defensorias públicas de Minas Gerais, do Espírito Santo e da União afirmaram em comunicado conjunto que houve divulgação seletiva das informações disponibilizadas e que a validação do documento ainda não seguiu todos os trâmites internos da Anvisa para produzir legalmente os seus efeitos.
"A nota técnica em questão está sob avaliação dos experts contratados pelo Ministério Público Federal, de modo a conferir a referida informação e averiguar a base de dados e metodologia empregada para se chegar a qualquer conclusão."
Para as instituições, os dados reforçaram a existência de um quadro crônico de contaminação do pescado e a recomendação de ingestão controlada do pescado está em descompasso com o princípio da precaução. No comunicado divulgado, elas defendem ainda cautela redobrada para qualquer situação de incerteza científica que envolva a saúde da população.
Pesca proibida
Independente da divergência em torno da segurança de se consumir o pescado, a pesca está restrita na bacia do Rio Doce. Na porção mineira, o Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG) vetou a atividade nos mananciais afetados. Em maio de 2017, houve a liberação em relação a algumas espécies.
Na porção capixaba, por força de uma decisão judicial, a proibição é total nos municípios litorâneos Aracruz e Linhares.
Procurado pela Agência Brasil, o IEF-MG não se manifestou sobre a nota técnica da Anvisa.
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Fonte: La Nación/Notícias Agrícolas
9. FAO eleva para 3,338 milhões total de animais descartados por peste suína na Ásia
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou que 3.338.592 suínos já foram eliminados em países asiáticos por causa da contaminação com a peste suína africana (ASF, na sigla em inglês). O número representa um incremento de 504 mil animais em relação ao levantamento anterior da organização, de 30 de maio. Os dados da organização foram contabilizados até 6 de junho. Segundo a FAO, o balanço da entidade compila informações extraídas dos órgãos federais dos países.
A situação mais crítica, em termos de extensão, permanece sendo a da China, onde foram detectados dois novos focos da doença, somando 138 focos em 32 províncias, incluindo a região de Hong Kong. Desde a identificação do surto, em agosto do ano passado, 1,133 milhão de animais foram eliminados.
No Vietnã, a epidemia atingiu mais nove províncias, totalizando 54 regiões afetadas pela doença desde 19 de fevereiro. Segundo o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país, 2,2 milhões de suínos foram eliminados em virtude da infecção com o vírus.
A Coreia do Norte permanece com um foco da doença identificado, desde 23 de maio, afetando uma província e levando à eliminação de 77 animais. Quanto à Mongólia, desde o primeiro caso detectado em 15 de janeiro, 11 surtos foram notificados em seis províncias e em uma cidade, levando à eliminação de 3,1 mil animais. No Camboja, 2,4 mil animais foram descartados, com um foco detectado em uma província, em 2 de abril. Nesses países, os números se mantiveram em relação ao balanço anterior.
Os dados da FAO divergem das estimativas de mercado, por contabilizarem somente os números divulgados pelos órgãos oficiais de cada país.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
Agroenergia
10. Produtividade dos canaviais da Biosev deverá melhorar
O CEO da Biosev, Juan José Blanchard, disse que os índices de produtividade da cana nas lavouras da empresa que estão sendo colhidas nesta safra (2019/20) estão melhores do que na temporada passada.
Em teleconferência de resultados com analistas, o executivo afirmou que o clima úmido registrado em março, abril e parte de maio, sobretudo nas regiões onde a empresa está presente em Mato Grosso do Sul e partes de Minas Gerais, ajudaram a melhorar a produtividade por hectare.
Durante a apresentação, Blanchard comentou que a Biosev decidiu não retomar a moagem de cana em março, como no ano passado, para não moer a cana ainda jovem, deixando-a amadurecer para a colheita no início desta safra.
Sem a colheita de março, os dados de moagem do acumulado da safra 2018/19, encerrada naquele mês, acabaram sendo impactados negativamente, mas devem favorecer os números da safra atual, explicou.
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Fonte: Valor Econômico
11. Biosev espera concluir venda da Usina Estiva nos próximos meses
A Biosev, empresa sucroalcooleira controlada pela francesa Louis Dreyfus Company (LDC), espera que a conclusão da venda da Usina Estiva, em Arez (RN), seja concluída “nos próximos meses”, afirmou Gustavo Theodozio, diretor financeiro da companhia, em teleconferência com analistas.
A venda à companhia Pipa Agroindustrial, por R$ 203,6 milhões, foi anunciada em setembro do ano passado. Segundo Theodozio, a conclusão depende do cumprimento de obrigações precedentes do comprador, .
O executivo comentou também que a decisão da Biosev sobre permanecer ou não na bolsa ainda não foi tomada. “Devemos avançar com o tema até a próxima reunião do conselho de administração, que ocorre em agosto”, disse ele.
Desde que a LDC fez o aporte de US$ 1 bilhão na Biosev, a companhia aumentou sua participação no capital da sucroalcooleira para maos de 75% e, pelas regras da B3, precisa decidir se deslistará a companhia ou se fará uma nova oferta de capital. Na oferta de aumento de capital aos minoritários feita no ano passado, a adesão foi praticamente nula. A decisão precisará ser tomada até dezembro.
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Fonte: Valor Econômico
12. Produtores da região noroeste paulista estão otimistas com a safra da cana deste ano
A safra da cana já começou e o nível de produtividade da colheita interessa a qualquer motorista, já que isso pode ter influência direta no preço do etanol nas bombas.
Na região noroeste paulista, os agricultores estão satisfeitos com plantas maiores, mais cheias de caldo, e com a possível alta produção de álcool ou açúcar. Mas os representantes das usinas não mostram o mesmo otimismo.
Embora algumas usinas estejam esperando uma safra melhor do que a do ano passado, a Unica, união que representa as unidades do centro sul do país, tem expectativa de que a moagem atinja o mesmo volume de 2018, em torno de 573 milhões de toneladas.
Segundo a Unica, a produtividade até vai ser um pouco melhor, o que diminuiu foi a área de colheita. Canaviais velhos que pararam de produzir e deve representar em torno de 8 milhões de hectares a menos na safra de 2019.
A queda na área plantada é reflexo da crise que o mercado sucroalcooleiro viveu nos últimos anos, que afetou o campo e a indústria, mas que na opinião do diretor da Unica não abalou quem estava mais preparado.
“O setor não vive uma crise, o setor tem um grupo de empresas altamente capitalizadas, produtivas, que representam mais de um terço da cana processada na região centro sul. Empresas que investem em plantação. Já o outro terço está em uma situação altamente difícil”, afirma, o diretor técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues.
Os números divulgados como oficiais pela Unica estão indicando que não deve haver produção maior de álcool nesse ano. O boletim mais recente da entidade mostra que nos primeiros quinze dias de 2019, foram produzidos 1,22 bilhão de litros do combustível.
Já no campo, a safra começou bem melhor do que o produtor Vanderlei Dezordi esperava. A chuva dos últimos meses fez muito bem para planta. Os caminhões estão saindo bem cheios da plantação que fica em Guapiaçu (SP).
“A produção dela será bem maior, apesar de ser início de safra, está uma cana pesada, a distância do gomo está boa. Ela não sofreu com a seca”, afirma.
O produtor lida com cana há quase 20 anos, tem 3 mil hectares de área plantada. Esse ano ele acredita que a produtividade aumente em 10%. “Viemos de anos ruins, produções baixas e esse ano tudo indica que vai ser um ano bom para nós”, diz.
A qualidade da cana que está chegando em uma usina em Olímpia (SP) tem surpreendido os funcionários. A indústria espera moer esse ano quase 20 milhões de toneladas. No ano passado, a produção foi 12% menor.
“As chuvas no fim de dezembro e começo de janeiro compõe um fator importante para o canavial ter uma produtividade maior do que o ano anterior”, afirma Everton Carpanezi, gerente agroindustrial da usina.
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Fonte: G1/NovaCana
Grãos e Grandes Culturas
13. Pressão à vista sobre as margens do sojicultor
O produtor que não efetivar logo a venda da soja que colheu nesta safra 2018/19 terá margens mais pressionadas que o desejado neste ano. Estudo elaborado pelo banco holandês Rabobank mostra que, mesmo que as cotações permaneçam em alta na bolsa de Chicago, o que é pouco provável dado o excesso de oferta do grão, o câmbio tende a pressionar os preços em real.
Nesse aspecto, o que mais pesa é o imponderável que cerca o cenário político-econômico. Novidades sobre a tão aguardada Reforma da Previdência e novos tuítes tanto do presidente brasileiro Jair Bolsonaro quanto do seu homólogo americano Donald Trump podem fazer o dólar despencar ou alçar voos.
Na visão de Victor Ikeda, analista do Rabobank, o mais provável é que haja retração do dólar ante o real, refletindo a aprovação da Reforma da Previdência. O último boletim do Banco Central (BC) com estimativas do mercado aponta para dólar em R$ 3,80 ao fim do ano.
Com relação à produção americana, que será prejudicada pelo excesso de chuvas, a dúvida é qual será o tamanho do tombo. A tendência é que não seja grande o suficiente para elevar os patamares de preços para além dos US$ 9 por bushel (27,2 quilos) em Chicago. Como a janela de clima ideal para a semeadura da oleaginosa nos EUA vai até meados de junho, existe uma grande chance de ocorrer uma redução de área plantada menos expressiva que o previsto inicialmente.
"Eu acredito em uma queda de até 2,4 milhões de hectares em relação ao ano passado [36,3 milhões de hectares]", disse Ikeda. A última pesquisa de intenção de plantio do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apontou para 34,2 milhões de hectares.
E o mercado segue bem abastecido de soja. A perspectiva do USDA é que o ciclo 2018/19 termine com 113 milhões de toneladas de soja no mundo, 14,1% mais que ao fim do ciclo 2017/18. "Considerando na conta uma queda do consumo de soja pela China em decorrência da peste suína, é provável que as cotações em Chicago fiquem entre US$ 8,60 e US$ 8,80 o bushel", afirmou Ikeda.
O estudo do Rabobank calculou também custos de armazenamento da soja. Em Mato Grosso, Estado que responde por 30% da produção brasileira, os custos operacionais estimados para a safra 2018/19 foram de R$ 2.535 por hectare, com produtividade média de 56 sacas por hectare, resultando em custo operacional de R$ 45,30 a saca de 60 quilos, de acordo com informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O custo de armazenagem no Estado do Centro-Oeste, apontou o Rabobank, estão entre R$ 1,50 e R$ 2,00 por saca.
Ao analisar os números levantados, o estudo mostra que a soja precisaria ficar na casa dos R$ 70,50 a saca nos próximos 6 meses para que uma eventual comercialização em novembro tenha resultados melhores para as margens que os obtidos com os atuais patamares de preços balcão da soja em Sorriso (MT).
"O produtor que queira vender no segundo semestre terá de adotar alguma proteção para as volatilidades de mercado", disse Ikeda. Segundo ele, há muito tempo que não compensa manter o produto físico armazenado. "Isso faz sentido na Argentina, que tem uma inflação assustadora e uma variação cambial muito grande", afirmou.
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Fonte: Valor Econômico
14. Mais uma colheita farta de café conilon
Com o avanço da colheita de café conilon nos principais polos produtoras do país, a aposta na safra recorde estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) perdeu força. Mas a perspectiva é de colheita farta, para consolidar a recuperação observada no ciclo passado depois das perdas de 2015/16 e 2016/17, provocadas por estiagens.
A segunda estimativa da Conab, divulgada neste mês, indicou uma produção de 13,9 milhões de sacas de 60 quilos em 2019/20, 1,7% menor que o recorde de 2018/19, quando o país colheu 14,2 milhões de sacas - 23% da safra brasileira total de café, que somou 61,6 milhões de sacas. A projeção anterior da estatal, de fevereiro, sinalizava entre 14,3 milhões e 16,3 milhões de sacas.
No Espírito Santo, principal Estado produtor da variedade, 5% da área já foi colhida. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a safra estadual deve ficar entre 9 milhões e 9,5 milhões de sacas - em linha com a estimativa mais recente da Conab e abaixo do recorde de 9,9 milhões de sacas de 2014/15.
"A produção do Estado não deve ser recorde como se esperava, mas ainda assim será maior que a passada, quando foram colhidas 9 milhões de sacas", afirma Abraão Carlos Verdin, pesquisador do Incaper.
Segundo Verdin, o ajuste pra baixo se deve ao clima. Até o fim de dezembro, as condições estavam favoráveis à cultura, com as lavouras bem nutridas e boa recuperação após a queda de produção em 2016, o que embasava a expectativa de aumento de produtividade. "Passada a primeira semana de janeiro, porém, tivemos 40 dias sem chuva e com temperatura mais elevadas que o normal, o que afetou a cultura".
Embora a colheita esteja no início, Verdin destaca que já é possível perceber a redução do tamanho dos grãos - o que faz com que um volume maior seja necessário para completar uma saca de 60 quilos. "Isso deverá influenciar também a produção de 2020", diz.
Se na produção nacional não haverá recorde, nos armazéns da Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), de São Gabriel da Palha (ES), maior cooperativa de café conilon do país, haverá Com 15% da área colhida, a Cooabriel deve receber 1,4 milhão se sacas neste ano. Menos que as 1,6 milhão inicialmente estimadas, mas acima do recorde de 2018/19 (1,2 milhão).
"É o ano da recuperação", disse Edimilson Calegari, gerente corporativo de café da cooperativa. Segundo ele, os produtores começaram a trocar as áreas mais íngremes por regiões planas, onde a colheita pode ser mecanizada. "Além disso, há cafeeiros novos que vão entrar em produção e que fazem parte de um trabalho de melhoria da genética das plantas que vem sendo feito com o uso de clones mais produtivos".
A Cooabriel tem 4,6 mil associados no Espírito Santo e na Bahia. Ainda que a perspectiva seja positiva, os cafeicultores da região de atuação da cooperativa também tiveram dificuldades com o calor nos três primeiros meses do ano, críticos para a formação do grão.
Em Rondônia, a perspectiva também é de safra farta. O Estado apostou no café robusta - que, assim como o conilon, pertence à espécie coffea canephora - e tem registrado aumento na produção ano a ano. Originário do Congo, o robusta é uma variedade mais alta e viçosa, que se adaptou melhor à região do que o conilon, originário da Guiné.
De acordo com Janderson Dalazeno, engenheiro agrônomo da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-RO), a produção deverá alcançar entre 2,2 milhões e 2,3 milhões de sacas em Rondônia em 2019/20, ante 1,9 milhão no ciclo passado. A última vez que o patamar de 2 milhões de sacas foi superado no Estado foi em 2003 (2,5 milhões de sacas).
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