Conjuntura do Agronegócio

1. Importância da América do Sul para o futuro da agricultura

Com vasta disponibilidade de terras, recursos hídricos ricos e uma população relativamente pequena, o continente sul-americano continuará sendo uma região crítica e crescente para a agricultura em 2019. Foi isso que afirmaram Felipe Lanusse e Luis Casanova, assessores da Verdant Partners, em um texto publicado no portal AgroPages.com.

“Prevemos crescimento contínuo para empreendimentos competitivos envolvidos em insumos biológicos, genética, safra de commodities nicho de culturas de árvores e mercados de produtos. A disponibilidade limitada de capital na América do Sul continua a ser um desafio para as pequenas e médias empresas, com necessidades de capital que variam de financiamento de P & D a capital de giro incremental para apoiar projetos de crescimento e investimento, ou seja, instalações de processamento”, afirmam.

Especificamente quanto ao Brasil, os especialistas afirmaram que é o país mais importante para o continente, visto todo o seu potencial produtivo. “O Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, 34 milhões de hectares de soja colhida e 17 milhões de hectares de milho em 2017, é a maior economia da América do Sul. O país é líder em agricultura de lavouras em fileiras e é também uma bacia de empresas iniciantes focadas em AgTech e produtos biológicos”, comentam.

Quanto à Argentina, a importância não é menos considerável. “A Argentina é um dos principais centros mundiais de consumo e produção de sementes e possui técnicos qualificados que estão na vanguarda da P & D internacional. Dentro do setor de sementes, firmas como Stine (EUA) e Sakata (Japão) estão realizando seu desembarque no país com expectativas de aumentar suas vendas na região. Pelo contrário, empresas locais como Criadero Santa Rosa e Don Mario estão se expandindo para mercados estrangeiros: a África do Sul e os EUA, respectivamente”, completam.

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Fonte: Agrolink

2. Governo estuda subsidiar operações de hedge na bolsa

Técnicos do governo estudam a criação de um mecanismo de subvenção de operações de hedge no mercado futuro de produtos agrícolas negociados em bolsa. Segundo o subsecretário de Política Agrícola e Ambiental da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, Rogério Boueri, a medida está em fase inicial de elaboração, mas uma das preocupações que já estão no radar é ter segurança de que o apoio não servirá para financiar operações especulativas.

"Se a gente desenhar o instrumento direitinho, o produtor vai conseguir fazer um seguro contra o risco de queda de preço. O problema é que a gente tem poucas culturas listadas na B3. Fazer em bolsas internacionais é possível, mas é mais difícil. E a gente tem que desenhar de tal forma que não dê margem para que o produtor vire especulador", afirmou Boueri ao Valor.

Além de tentar estimular o mercado futuro, o governo prepara medidas para fortalecer e ampliar o seguro rural. O objetivo é deixar o setor menos vulnerável aos riscos inerentes ao negócio e, assim, proporcionar condições melhores de financiamento no mercado e reduzir as chances de o governo federal ser acionado futuramente para bancar novas renegociações de dívidas.

Boueri explicou ao Valor que as operações no mercado de derivativos agrícolas servem como uma espécie de seguro para os produtos no que se refere aos preços. É que o sistema permite, por meio de instrumentos como opções e futuros, travar preços ou garantir um valor mínimo para a comercialização futura mesmo que as cotações caiam no mercado posteriormente, mediante o pagamento de um prêmio.

O custo para contratar essa trava de preço, no entanto, é considerado elevado -- o produtor precisa depositar como garantia cerca de 10% do valor que pretende negociar, além de taxas envolvidas na operação --, o que torna esse mercado mais restrito a grandes companhias e produtores. Por isso, uma subvenção pode servir de alavanca para desenvolver o mercado de derivativos agrícolas brasileiro e viabilizar essa alternativa de seguro de preços para o setor.

A ideia já chegou a ser analisada pelo Ministério da Agricultura no governo Dilma Rousseff e motivou a ex-ministra e atual senadora Kátia Abreu (PDT-TO) a apresentar em 2017 um projeto de lei que prevê a possibilidade de o governo subvencionar esse tipo de hedge. A proposta de lei tramita no Senado.

A discussão sobre o desenvolvimento do sistema de seguros e subvenção para operações de hedge do setor rural acontece paralelamente, embora em velocidade um pouco mais lenta, aos estudos para a criação de um "Fundo de Aval Solidário". Como antecipou o Valor, esse fundo tem por objetivo garantir uma renegociação de até R$ 5 bilhões em dívidas rurais por meio de uma linha de crédito do BNDES, que até agora teve apenas uma operação. "São processos separados, mas que se encontrarão lá na frente", afirmou Boueri.

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Fonte: Valor Econômico

3. Produtores do Espírito Santo se reúnem com ministra da Agricultura

O momento crítico vivido atualmente pelos produtores rurais do Espírito Santo, em razão de questões climáticas, foi tema de reunião na quarta (13) entre lideranças do setor agropecuário e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, em Brasília.

Participaram do encontro o deputado federal Evair de Melo (PP/ES), o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes) e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Júlio da Silva Rocha Júnior, o presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita, e representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

O deputado Evair de Melo apresentou um cenário dos financiamentos agropecuários no Espírito Santo e destacou a grande queda que ocorreu nos últimos anos com prejuízo para os produtores. “A agricultura do Espírito Santo vive uma situação dramática e estivemos com a ministra para buscarmos uma forma de socorrer os produtores capixabas”.

Durante o encontro, os participantes apontaram que os impactos dos problemas climáticos na atividade rural foram agravados pela dificuldade de acesso ao crédito pelos produtores rurais do estado.

“O setor passou por problemas meteorológicos drásticos em safras anteriores, que impossibilitaram os produtores rurais de honrarem com os seus compromissos financeiros, após cinco anos consecutivos de prejuízos. Com isso, buscam-se alternativas para recuperar o fluxo de caixa e sua capacidade de pagamento”, comentou o presidente da Faes.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sensibilizou-se com a demanda da agricultura capixaba. “Vamos buscar atender ao pedido dos produtores do Espírito Santo. Para isso precisamos operacionalizar com os agentes financeiros”. Como encaminhamento, a ministra sugeriu que os representantes procurem os bancos para iniciar o processo de renegociação e trabalhar na construção de novos mecanismos de regularização dos débitos dos produtores.

Já o presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita, ressaltou que o impacto para a cafeicultura foi intensificado pelas condições de mercado. “A cafeicultura capixaba está sendo prejudicada pelos preços não remunerativos. Mas nós estamos muito bem alinhados com o Mapa para buscarmos soluções de curto prazo para amenizar o efeito negativo do preço para toda a cafeicultura nacional”.

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Fonte: CNA/Notícias Agrícolas

Insumos

4. CASP, da área de equipamentos, tem recuperação judicial deferida

A CASP, empresa brasileira que fornece equipamentos para armazenagem de grãos e para o segmento de proteína animal, informou que seu pedido de recuperação judicial foi deferido em 19 de fevereiro, 18 dias depois de ter sido apresentado.

Com problemas financeiras que resultaram em uma dívida pouco superior a R$ 45 milhões, a empresa, que foi fundada em 1936 e tem sede em Amparo, no interior paulista, registrou receita líquida de R$ 115,8 milhões em 2018. No auge, em 2015, a companhia chegou a faturar R$ 220 milhões.

Segundo a Corporate Consulting, contratada para reestruturar a CASP diante da crise, o objetivo é que a dívida seja renegociada em seis meses. A maior parte dos passivos é com bancos. A empresa espera retomar o ritmo normal de operações em dois anos.

Em nota, a CEO da CASP, Anelise Marques, afirma que os problemas da empresa começaram com as incertezas econômicas geradas depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, se aprofundaram com uma mudança de regra em uma linha de financiamento do BNDES e chegaram a um ponto crítico com os reflexos no mercado de equipamentos para o segmento de proteína animal das operação Carne Fraca e Trapaça.

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Fonte: Valor Econômico

5. Seguradoras devem pagar quase R$ 1 bilhão em indenizações no Brasil

As seguradoras que atuam no agronegócio brasileiro devem pagar R$ 995 milhões em indenizações de sinistro relativas às apólices contratadas na safra de verão 2018/2019. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (14/3) pelo Ministério da Agricultura, em nota.

De acordo com a pasta, o valor está relacionado, principalmente em função das perdas com a seca que atingiu lavouras de soja em Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Mas há perdas registradas também na rizicultura do Rio Grande do Sul e em plantações nos Estados de São Paulo e Bahia.

No comunicado, Pedro Loyola, diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério, afirma que o elevado grau de indenizações demonstram a importância do seguro e da subvenção dada pelo governo para o pagamento dos prêmios. No programa federal, o poder público arca com metade do custo das apólices, como forma de incentivo ao uso do seguro na produção.

“Essa política pública de incentivo se torna vantajosa, na medida em que ocorre a transferência do risco da atividade para o setor privado, evitando, assim, eventuais pedidos de renegociação ou alongamento de financiamentos no futuro, caso o produtor tenha prejuízos em decorrência de sinistros ocorridos durante a safra”, afirma Loyola, na nota.

De acordo com o Atlas do Seguro Rural, plataforma do Ministério da Agricultura que reúne dados sobre o programa de subvenção federal, a produção de grãos respondeu por 74,18% das apólices contratadas em 2018. Em seguida vem a fruticultura, que respondeu por 18,34% do total.

O desembolso do governo federal com a subvenção no ano passado somou R$ 370,31 milhões, com o setor de grãos respondendo por 76,37% desse montante (R$ 282,82 milhões) e a fruticultura por 18,04% (R$ 66,80 milhões).

A importância segurada com a subvenção federal chegou a R$ 12,58 bilhões no ano passado. A área segurada totalizou 4,670 milhões de hectares, menos de 10% do que é plantado no Brasil.

Para este ano, a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, já afirmou que pretende elevar o volume de recursos previstos para a subvenção do prêmio do seguro rural no Brasil. A expectativa dela é conseguir que o orçamento para o programa chegue a R$ 1 bilhão.

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Fonte: Globo Rural

6. Novo presidente do Banco Central defende mudanças no crédito rural

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu, nesta quarta-feira (13/3), mudanças no fomento ao crédito rural no Brasil. Sem das detalhes, ele mencionou o assunto na cerimônia em que recebeu o cargo do antecessor, Ilan Goldfajn. Ele fez a afirmação ao mencionar a importância da transparência e da avaliação dos resultados no “bom emprego dos recursos”.

“Os subsídios, implícitos nos direcionamentos de crédito devem ser explicitados. Devemos, portanto, criar um novo modelo de fomento à atividade rural e também modernizar os mecanismos de captação de recursos destinados à construção civil”, afirmou o novo presidente do BC.

Para Roberto Campos Neto, o crédito a juros subsidiados é uma distorção, que se torna mais evidente com a taxa Selic, os juros básicos da economia, no nível mais baixo de sua história: 6,5% ao ano. Segundo ele, há evidências de que quem recebe esse tipo de recurso fazem os investimentos para os quais se destinam os financiamentos, especialmente, os feitos via BNDES.

A fala do novo presidente do Banco Centra reforça a tendência dentro do Ministério da Economia, de reduzir os subsídios a diversos setores da economia brasileira. E em um momento de redução das liberações de crédito a juros controlados na agropecuária, embora esse tipo de recurso ainda represente a maior parte do Plano Agrícola e Pecuário.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o crédito a juros controlados respondeu por 69% do total emprestado de julho de 2018 a fevereiro de 2019, oito primeiros meses do atual calendário-safra. De julho de 2017 a fevereiro de 2018, mesmo intervalo na safra anterior, a participação foi de 74%. Na mesma comparação, a participação dos recursos livres subiu de 26% para 31%.

O aumento do crédito livre agrada o sistema financeiro, que aposta em um volume de recursos subsidiados cada vez menor para o setor agropecuário. No entanto, é uma discussão que coloca em lados opostos as agendas do ministro da Economia, Paulo Guedes, mais liberalizante, e da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, para quem a redução das subvenções não pode ser radical.

Um fato que evidenciou essa divergência foi a discussão de tarifas sobre leite em pó importado da União Europeia e da Nova Zelândia. O Ministério da Economia eliminou as medidas antidumping, barateando a entrada desses produtos no mercado brasileiro. Diante da reação da cadeia produtiva, o governo decidiu elevar a tarifa de importação como compensação.

Entidades ligadas ao agronegócio defendem que o setor ainda precisa de apoio do governo para se financiar e competir no mercado. Além do crédito, que financia custeio, investimentos e comercialização, o governo brasileiro subsidia, por exemplo, o seguro rural, pagando parte desse prêmio como uma tentativa de estimular o agricultor a proteger sua produção.

Na última terça-feira (12/3), na reunião semanal da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), que teve o endividamento no campo entre os temas, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) chamou de “agiotagem” as atuais condições do crédito rural no Brasil. Segundo ele, em um cenário de inflação abaixo de 4%, o custo de capital para o tomador chega a 17% ao ano.

“Quem está subsidiando isso? O subsidio é que poderia estar emprestando esse dinheiro no cheque especial e está emprestando pra agricultura. É um modelo em que eu tenho condição de extorquir um pouco menos”, argumentou o parlamentar, presidente da FPA.

Moreira defendeu ainda que é preciso acabar com a concentração bancária, como forma de reduzir o custo do financiamento no Brasil. Segundo ele, os financiamentos são feitos por “cinco bancos grandes” e é preciso uma desregulamentação para permitir que outros agentes participem do sistema.

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Fonte: Globo Rural

Proteína Animal

7. RJ cancela benefício fiscal e BRF terá de devolver R$ 300 milhões

O governo do Rio de Janeiro cancelou hoje benefícios fiscais concedidos à BRF e à Petrobras, informou nesta quinta-feira a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com a Pasta, as revogações foram feitas porque as duas empresas descumpriram cláusulas dos acordos com o governo estadual.

No caso da BRF, além de perder o benefício fiscal concedido, a companhia deverá devolver cerca de R$ 300 milhões aos cofres públicos estaduais. O valor se refere ao ICMS que deixou de ser arrecadado desde que o Termo de Acordo foi celebrado, em 2014.

Segundo a secretaria, o benefício concedido à BRF consistia em permitir que a empresa tivesse créditos de ICMS, fazendo com que a incidência do imposto nas operações de saída dos produtos comercializados pela empresa resultasse em uma alíquota de 2% em vez de 7%.

Pelo acordo firmado em 2014, a BRF se comprometia a inaugurar uma fábrica de sanduíches em Seropédica, na região metropolitana do Rio de Janeiro, com investimento mínimo de R$ 11,5 milhões e geração de 38 empregos diretos em até 12 meses a partir da assinatura do documento.

O acordo previa ainda a abertura de uma fábrica de embutidos com investimento mínimo de R$ 136 milhões e criação de 180 empregos diretos em até 24 meses a partir da mesma data. Levantamento realizado pela secretaria, porém, constatou que, após quatro anos, as fábricas não foram instaladas pela BRF. Foi inaugurado somente um estabelecimento para comércio atacadista e distribuição de produtos alimentícios. Procurada pelo Valor, a BRF não comentou.

Sobre a Petrobras, segundo o governo fluminense, o Tratamento Tributário Especial (TTE) concedido à empresa em maio de 2015 tinha o objetivo de facilitar o cumprimento das obrigações fiscais pela companhia, mas sem qualquer alteração nos valores devidos ao Rio de Janeiro. Entretanto, segundo a subsecretaria de Estado de Receita, o benefício fiscal causou prejuízos ao Fisco fluminense por conta de equívocos no cálculo do imposto devido e pelas dificuldades impostas à fiscalização das operações da Petrobras.

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Fonte: Valor Econômico

8. Exportações brasileiras de carne suína cresceram 26,5% em fevereiro

As exportações brasileiras de carne suína (in natura e processados) alcançaram 54,09 mil toneladas em fevereiro, 26,5% mais que no mesmo mês de 2018, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).Na mesma comparação, a receita com os embarques subiu 13,5%, para US$ 100,1 milhões.

Nos dois primeiros meses do ano, as exportações somaram 102,6 mil toneladas, com alta de 5,65% em relação ao primeiro bimestre de 2018, e a receita foi 4% menor (US$ 191,7 milhões).

Conforme a ABPA, a Rússia - que reabriu o mercado ao Brasil em novembro passado - comprou 11 mil toneladas e foi o terceiro maior importador de carne suína brasileira no bimestre, atrás da China e Hong Kong.

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Fonte: Valor Econômico

9. União de esforços por lácteos de qualidade

A Federação Internacional do Leite (FIL) vai ajudar o Brasil a utilizar as melhores práticas internacionais na produção e transformação de lácteos, afirma sua diretora-geral, Caroline Emond. O Brasil passou a integrar a entidade no ano passado. Recentemente foi instalado o comitê nacional com dez subcomissões para unir esforços de produtores, processadores, academia e governo.

"O Brasil tem enorme potencial no setor lácteo, que deve ser visto como um motor de desenvolvimento econômico", diz Caroline, que fica sediada em Bruxelas. A FIL tem 40 países membros e cobre 75% da produção global de lácteos. O Brasil é o quinto maior produtor de leite, atrás apenas de Índia, Estados Unidos, Paquistão e China.

Guillaume Tessier, membro do comitê brasileiro, afirma que o Brasil é autossuficiente, mas tem problemas com a qualidade do leite, que não é suficiente para exportar. "O maior problema é a contagem de células somáticas no leite que, quanto maior, pior a qualidade", afirma. "A infraestrutura obsoleta, associada ao longo tempo de transporte até o laticínio, derruba a qualidade".

Em termos de produtividade por vaca, o Brasil ocupa a 87ª posição em um ranking liderado por Israel e que tem a Argentina no 43ª posto. Já o custo de produção de 100 quilos de leite era de US$ 30 a US$ 40 em 2016 no Brasil, ante US$ 30 no México, no Uruguai e na Argentina. Na China, no Japão e em Israel, o custo superava US$ 50.

O brasileiro consome principalmente leite fresco e iogurte, enquanto a demanda por queijo e manteiga segue baixa. O consumo per capita de manteiga é de 0,4 quilo por ano, ante 1,6 quilo no Uruguai. Já o de queijo é de 3,8 quilos por habitante ao ano no Brasil, abaixo dos 10 quilos na Argentina e 26 na França.

Assim, diz Caroline Emond, o potencial para crescimento do consumo de lácteos no Brasil é significativo, assim como na Ásia e na África. Lácteos frescos são consumidos principalmente nos países em desenvolvimento, enquanto produtos processados como manteiga e queijo predominam nos países ricos.

Conforme a FAO, a Agência da ONU para agricultura e alimentação, o crescimento da produção global de leite poderá chegar a 22% até 2027, e grande parte desse aumento deverá ocorrer no Paquistão e na Índia. Em 2027, esses dois países deverão representar, juntos, 32% da produção global. A maior parte dos produtos será consumida internamente. Ao mesmo tempo, a fatia da União Europeia nas exportações globais deverá passar de 27% a 29%. Com exceção do leite em pó, os preços de lácteos deverão recuar em termos reais nos próximos anos.

Nesse contexto, o domínio dos produtos frescos deverá aumentar nesse mercado, com uma expansão de 2,2% ao ano do consumo, a mais alta taxa entre as commodities cobertas pela FAO. O aumento será puxado sobretudo pela Índia, onde os lácteos são componentes integrais da dieta. Na Ucrânia e no Cazaquistão, o consumo per capita também tende a aumentar fortemente.

Enquanto países em desenvolvimento ampliam o consumo de lácteos frescos e deverão acrescentar 8,2 quilos per capita até 2027, o consumo de leite fresco nos países desenvolvidos tende a cair 1,7 quilo per capita com o consumo voltando-se para produtos processados.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Redução de subsídios ao açúcar na Índia ainda pode evitar briga na OMC

O Brasil pode aceitar suspender o processo de abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Índia caso Nova Déli concorde em reduzir os subsídios internos e forma a permitir uma aproximação do preço internacional do açúcar a 16 centavos de dólar a libra-peso, afirmou a jornalistas Pedro Mizutani, presidente do conselho de administração de União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), durante evento de abertura de safra de cana no Centro-Sul promovido pela consultoria Datagro em Ribeirão Preto (SP).

Segundo Mizutani, 16 centavos de dólar é considerado um nível “normal” de preços no mercado internacional. Atualmente, na bolsa de Nova York, os contratos futuros estão oscilando em torno dos 12,5 centavos de dólar a libra-peso. O custo de produção no Brasil, estima o executivo, está entre 15 centavos de dólar e 16 centavos de dólar a libra-peso, ante cerca de 18 cents na Índia.

“Eles têm que reduzir os subsídios e aumentar a produção de etanol, até para mitigar as emissões [de carbono], o que é um problema lá”, afirmou. Segundo Mizutani, qualquer negociação bilateral é melhor do que entrar com um painel na OMC, mas ele disse que, se não houver acordo, “nós estamos prontos para entrar”.

Mizutani defende que a mesma postura seja adotada em relação à China, contra quem o Brasil está se preparando para entrar com um painel caso o país não garanta uma cota de exportação sem a salvaguarda atual.

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Fonte: Valor Econômico

11. Demanda aquecida reduz estoques de etanol no Centro-Sul na entressafra

Embora os estoques de etanol hidratado estejam bem maiores nesta entressafra canavieira da região Centro-Sul do país, a demanda aquecida os têm reduzido e as reservas são suficientes para atender a apenas entre duas e três semanas de consumo, afirmou hoje Plinio Nastari, presidente da consultoria Datagro, em apresentação no evento “Abertura da Safra de Cana, Açúcar e Etanol 2019/20”, em Ribeirão Preto, no interior paulista.

Segundo Nastari, os estoques de etanol hidratado em 15 de fevereiro eram suficientes para garantir 50 dias de consumo. Embora fossem 71,8% maiores do que um ano antes, garantiam apenas 13 dias a mais do que no mesmo período do ano passado.

Para Nastari, entre duas e três semanas também deverá ser o atraso do início da moagem de cana no Centro-Sul na safra 2019/20, em decorrência do atraso do crescimento vegetativo das lavouras e, agora, das chuvas volumosas nas áreas produtoras.

“Os estoques estão caindo rapidamente e devem ser suficientes até o começo de abril. Não tem muito estoque sobrando”, afirmou. Segundo Nastari, nesse contexto “não se justificava a queda de preço do etanol observada na entressafra”, afirmou.

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Fonte: Valor Econômico

12. Adeacoagro teve prejuízo de US$ 4,2 milhões no 4º trimestre

A companhia agrícola Adecoagro — com sede em Luxemburgo e capital aberto na bolsa de Nova York — reportou hoje um prejuízo líquido de US$ 4,2 milhões no quarto trimestre do ano passado. O prejuízo trimestral reflete a piora do desempenho das usinas sucroalcooleiras da companhia no Brasil.No mesmo período de 2017, a companhia havia registrado um lucro de US$ 5,4 milhões.

No acumulado de 2018, a Adecoagro teve prejuízo líquido de US$ 23,2 milhões, ante lucro líquido de US$ 14,9 milhões em 2017.

O resultado líquido ajustado (exclui resultados não-caixa derivados de variações cambiais bilaterais, variações na área das propriedades, inflação e perdas ou ganhos com juros de imóveis de subsidiárias) foi negativo no quarto trimestre em US$ 16,927 milhões, mas positivo no ano em US$ 91,318 milhões.

A receita líquida total no trimestre caiu 18,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, para US$ 213,570 milhões. Porém, a receita líquida cresceu 22,9% em 2018, para US$ 770,196 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recuou 59,4% no trimestre, para US$ 36,145 milhões. No ano, o Ebitda ajustado aumentou 13,9%, para US$ 314,731 milhões. A margem Ebitda ajustada em 2018 ficou em 33%, ante 30,7% no ano anterior.

Principal responsável pelos resultados operacionais, o negócio de açúcar, etanol e bioeletricidade (com três usinas no Brasil) teve Ebitda ajustado de US$ 45,434 milhões, queda de 44,1%.

A desvalorização do dólar afetou a receita em moeda americana com as vendas de produtos e o cálculo do ativo agrícola não colhido. Também houve impacto estratégia de carregar o etanol para a entressafra do Centro-Sul (de janeiro a março, o trimestre seguinte).

A Adecoagro informou ainda que, em janeiro deste ano, completou a venda da Fazenda Alto Alegre, localizada em Tocantins, por US$ 16,8 milhões, a ser paga em sete prestações. O preço de venda foi acertado com prêmio de 33% sobre a avaliação da consultoria Cushman and Wakefield.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Rio Grande do Sul volta ao segundo lugar na soja

Com paisagens forradas de lavouras de soja ainda “lourando”, bem diferente do horizonte visto no Cerrado, onde boa parte da soja já foi substituída pelas plantações de milho e algodão, a produção do Rio Grande do Sul deverá ser a segunda maior da história do Estado nesta safra 2018/19. O feito levará os gaúchos à segunda posição na produção nacional, atrás de Mato Grosso.

Devido ao ciclo mais tardio que Mato Grosso e Paraná, a colheita ainda engatinha no Estado, mas os primeiros hectares colhidos são motivos de comemorações. “A média das lavouras é de 80 sacas [de 60 quilos] por hectare. Mas, eu não gosto nem de falar, teve talhão que tirei 91 sacas”, disse Henrique Matias Hummes, produtor de Carazinho, no noroeste do Rio Grande do Sul.

Como não está morto quem peleia, pela primeira vez em 24 anos — desde a safra 1994/95 — a produção de soja no Estado será maior que a do Paraná. Isso se o clima não der novos sustos até o fim da colheita do ciclo 2018/19, prevista para meados de abril. A produção deve chegar a 18,5 milhões de toneladas, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul). A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) calcula 18,7 milhões de toneladas.

Mas nem tudo são flores. No início da safra muitas áreas ao norte do Rio Grande do Sul tiveram de ser replantadas em decorrência do excesso de chuvas. Na região sul, houve alagamentos em áreas de várzea, tradicionais na produção de arroz. Ainda assim, mesmo com perdas estimadas em 1 milhão de toneladas no Estado, a produção gaúcha deverá ser maior que a do Paraná.

“O Paraná, normalmente, tem condições climáticas melhores que o Rio Grande do Sul, que é uma área subtropical sujeita a intempéries”, disse Antonio da Luz, economista da Farsul. Neste ciclo, porém, o Paraná foi mais castigado pela estiagem e deve apresentar quebra de 15% ante as primeiras estimativas para a safra.

“Vamos ultrapassar o Paraná porque o clima derrubou a produção deles, mas a produção aqui no Rio Grande do Sul nunca parou de crescer”, lembrou Luz. Segundo o economista, há seis safras o Estado vem registrando bons resultados.

O agricultor Norberto Cult Willig, com 210 hectares de soja semeados em Não-Me-Toque, enfrentou problemas com fungos e teve que replantar 30 hectares. “Teve umidade e temperaturas muito baixas. Mas a safra não está ruim. Vamos chegar a 75 sacas por hectare”, afirmou. Emilson Guadagnin, por sua vez, chegou a semear três vezes uma mesma área. “E ainda acho que teremos muita falta de planta por metro quadrado”, disse. Contudo, o produtor acredita em produção média de 80 sacas por hectare nos 250 hectares semeados com soja. A produtividade média do Estado é prevista em 53,9 sacas por hectare.

Como o clima costuma ser o algoz no Estado, os produtores acabam investindo mais em insumos. O pesquisador e exprofessor da Universidade de Passo Fundo Carlos Alberto Forcelini estima que as lavouras do Rio Grande do Sul recebam quatro aplicações de fungicidas em anos de clima normal, enquanto a média nacional é de três aplicações. “Na metade sul do Estado, a média sobe para seis”, contou.

Sem a ajuda de um clima mais favorável à soja, como ocorre em Mato Grosso, o agricultor do Rio Grande do Sul acaba investindo mais na produção. “Não é à toa que uma feira do tamanho da Expodireto acontece aqui, numa cidadezinha chamada Não-Me-Toque”, brincou Luz, da Farsul. Como diria um bom gaúcho, para forrar o poncho — lucrar — é preciso gastar. A Expodireto é organizada pela cooperativa Cotrijal e a estimativa é que os 534 expositores tenham efetivado R$ 2 bilhões em negócios na feira que termina nesta sexta-feira.

A área da produção gaúcha de soja também tem crescido. Desde o ciclo 2014/15, aumentou 10,1%, para 5,8 milhões de hectares. Segundo Luz, a produção tem avançado sobre áreas de arroz e pecuária de corte mais ao sul do Estado. Desde o ciclo 2014/15, a área de produção de arroz caiu 10,6%, para 1 milhão de hectares.

“As regiões ao sul demandam mais investimento e ainda produzem menos, mas é nelas que veremos maior crescimento”, disse Luz.

“Estamos pensando em ampliar a produção para a fronteira oeste”, acrescentou Hummes, produtor de soja no noroeste gaúcho. A fronteira oeste fica na metade sul do Estado e necessita de maiores investimentos, mas o agricultor confia no investimento. “A soja é a cultura que tem dado maior liquidez para a gente”, disse.

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Fonte: Valor Econômico

14. EUA tem 24 mi de t de soja armazenada para manejar antes da nova safras

Uma estimativa do governo americano aponta que os produtores rurais dos Estados Unidos estariam carregando uma montanha de soja em seus armazéns de US$ 8 bilhões, ou 24,49 milhões de toneladas, ou ainda, 900 milhões de bushels. Ainda assim, eles se preparam para a safra 2019/20 e, apesar de uma redução de área prevista para a temporada, esta pode ser a terceira maior safra de soja da história dos EUA.

Segundo a Reuters Internacional, com investimentos de longo prazo feitos, principalmente, em maquinários e armazenagem, os produtores alegam que por ser algo específico a mudança da soja para o milho ou outra cultura não é tão simples como parece.

Além disso, explicam ainda que, apesar da baixa e da demanda ainda limitada por sua soja, a oleaginosa segue dando melhor renatabilidade do que o milho em alguns casos. Segundo especialistas internacionais, afinal, os preços da commodity, inclusive, teriam registrado um desempenho "melhor" do que o esperado diante dos números e dos fundamentos presentes no mercado.

"Com uma boa safra, uma boa produtividade, podermos manter algum lucro", diz o produtor Austin Ricker, produtor de grãos em Moweaqua, Illinois, à Reuters. O agricultor deverá dividir sua área em 50% para soja e 50% para o milho nesta nova safra. A decisão é semelhante a de 2018 e qualquer ampliação no milho, segundo ele, poderia aumentar suas despesas.

Produtores Americanos x Guerra Comercial

E os produtores rurais norte-americanos têm consciência de que suas decisões, apesar de serem suas, estão intimamente ligadas ao que será definido entre os líderes chineses e americanos. Segundo Gary Cohn, ex-dirigente do Conselho Econômico do presidente Donald Trump, os EUA estariam "desesperados agora" por um pacto com a China.

"O presidente (americano) precisa de uma vitória", disse ele ao podcast internacional Freakonomics e reportado pela agência internacional Bloomberg. A declaração do executivo, porém, diverge dos recentes anúncios de que Trump estaria sem pressa de alcançar um consenso e de especulações de que ele estaria, inclusive, pronto para deixar as negociações.

"Eu não estou com pressa", disse Trump a repórteres na Casa Branca nos últimos dias.

Nesta quinta-feira, a Bloomberg informou também que Donald Trump e Xi Jinping deverão adiar seu novo encontro, pelo menos até o início de abril, segundo fontes que acompanham as duas delegações nas conversas sobre o acordo.

Há quem diga ainda que somente no final do mês que vem é que os líderes das duas maiores economias globais devem se reunir novamente, provavelmente na propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, apesar dos rumores de que as negociações estariam rapidamente evoluindo.

Ainda de acordo com as fontes ouvidas pela Bloomberg, a nação asiática estaria pressionando os americanos a realizarem uma visita forma para que haja uma cerimônia onde o acordo seja assinado, e não somente uma "aparição discreta".

Com isso, desde o começo do presente ano comercial - que se encerra em 31 de agosto - a China comprou dos EUA somente 11 milhões de toneladas de soja, contra mais de 28 milhões do mesmo período do ano passado.

E mesmo com todos os indícios de que a demanda ainda demora a voltar aos EUA, pelo menos o tempo da finalização do acordo, de sua implementação e da mudança na dinâmica atual do comércio da soja - há ainda produtores americanos que acreditam que consumo chinês de soja americana precisa e vai continuar.

"Eu acho que a demanda vai continuar. Eles tomaram gosto por essa ´dieta´", diz um produtor de 66 anos, Roger Hadley, de Indiana, à Reuters.

Corrida contra o tempo

Prestes a começarem a plantar a nova safram e apesar do otimismo, os produtores americanos enfrentam uma corrida contra o tempo. Os silos norte-americanos estão abarrotados de grãos e a soja, principalmente, já começa a perder qualidade e também tirar dinheiro do agricultor.

Agora, além de estarem atentos ao planejamento da safra 2019/20 e ao início dos trabalhos de campo, os agricultores têm de dividir seu tempo ainda com a comercialização - de forma que seja eficiente - e com a qualidade dos grãos que estão armazenando.

"Os produtores têm de estar mais vigilantes à manutenção da qualidade dos grãos que possuem em suas fazendas. Nossa vantagem agora é o inverno, ao menos nos quesitos insetos e mofo, estas não têm sido preocupações agora até que o tempo fique um pouco mais quente", disse Bob Zelenka, diretor executivo da Minnesota Grain and Feed Association ao portal internacional StarTribune em uma entrevista na semana passada.

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Fonte: Notícias Agrícolas/UDOP

15. SLC vê tendência de alta para preço da soja com plantio menor nos EUA

A tendência para os preços da soja no mercado internacional é altista, a despeito de um potencial acordo comercial entre Estados Unidos e China, dada a perspectiva de menor plantio por produtores norte-americanos em 2019, afirmou nesta quinta-feira o diretor-presidente da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato.

As duas maiores economias do mundo estão às turras desde meados do ano passado, quando Pequim taxou diversas importações dos EUA, incluindo a soja. Nos últimos meses, os países vêm trabalhando em um acordo para pôr fim à disputa, e as cotações da oleaginosa na Bolsa de Chicago já refletem isso.

Atualmente, o valor da commodity na CBOT oscila perto de 9 dólares por bushel, cerca de 1 dólar acima do patamar de julho do ano passado, logo após a China taxar o produto dos EUA, embora ainda aquém dos 10,5 dólares por bushel registrados antes do acirramento da guerra comercial.

"Esse preço baixo da soja nos EUA está desestimulando o plantio nesta safra. O produtor vai plantar menos soja e mais milho, isso já se reflete no mercado. Ano que vem não será tão grande a oferta (de soja)", afirmou Pavinato em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados financeiros da SLC, que produz commodities como soja, milho e algodão.

Os norte-americanos darão início à semeadura da temporada deste ano entre abril e maio e, segundo dados do Departamento de Agricultura do país (USDA), serão 85 milhões de hectares com a cultura, contra 89,2 milhões em 2018.

Conforme Pavinato, as cotações futuras para a soja na Bolsa de Chicago mostram que o mercado já enxerga um corte de produção à frente. O contrato para novembro, que projeta a nova safra, está em 9,3 dólares por bushel, enquanto que o de julho de 2020 sinaliza 9,6 dólares.

ACORDO

Apesar do que mostram as cotações futuras da soja, um acordo entre EUA e China seria determinante para o produtor brasileiro em um horizonte próximo, à medida que ele se encaminha para o final da colheita do ciclo vigente.

"Se não se chegar a um acordo (comercial), aí volta a taxação, volta a ter mais demanda pela soja brasileira. E aumenta o 'basis' do Brasil... Chegando-se a um acordo, vai ter oferta muito grande no curto prazo de soja americana. Com isso poderá acontecer uma mudança da soja em Chicago e ter pequena redução de preço", disse Pavinato, ponderando que isso seria momentâneo, seguido por uma recuperação de valores em meio ao mencionado plantio menor.

Ele disse apostar em um acordo "ao menos na questão do agronegócio" entre as duas potências econômicas, o que daria sustentação também aos preços do algodão.

"A guerra comercial entre EUA e China cria insegurança no mercado global... Isso fez com que houvesse retração em toda indústria mundial. Isso provocou redução temporária de preço... Os fundamentos não eram para redução de preços, mas essa questão política provocou essa redução momentânea", afirmou, destacando que o atual nível de preço na ICE, em torno de 75 centavos de dólar por libra-peso, é "adequado".

Para Pavinato, a produção brasileira de algodão "é grande, mas não para alterar a dinâmica do mercado mundial".

E no que diz respeito ao milho, uma vez que a China não é grande importadora, a disputa comercial acaba não afetando muito os preços, avaliou.

"Por isso que não estamos pessimistas com preços no próximo ano... Tanto para milho, quanto para soja, quanto para algodão."

BALANÇO

A SLC Agrícola registrou lucro consolidado 75,5 por cento menor no quarto trimestre de 2018, embora no acumulado do ano o ganho tenha sido 10,1 por cento maior, informou a empresa em balanço na noite de quarta-feira.

Entre outubro e dezembro, a SLC Agrícola, cujo foco é principalmente produção de soja, milho e algodão, lucrou 33,46 milhões de reais, ante 136,63 milhões um ano antes.

Em todo o ano de 2018, o lucro bruto da companhia foi de 406,50 milhões de reais, acima dos 369,26 milhões em 2017.

A receita líquida da SLC cresceu 13,8 por cento no quarto trimestre, para 803,02 milhões de reais, e 13 por cento no ano, a 2,09 bilhões de reais, com o algodão em pluma respondendo por praticamente metade das vendas (1,08 bilhão), seguido pela soja (875,23 milhões).

Em seu balanço, a empresa disse que o quarto trimestre foi marcado pelo encerramento do plantio das culturas da soja e do algodão primeira safra. Na primeira quinzena de dezembro ocorreu o início da colheita das cultivares precoces de soja, ao que se sucedeu o plantio do algodão segunda safra, finalizado no final de janeiro e seguido pelo plantio do milho segunda safra.

"Até 28 de fevereiro já havíamos realizado 63 por cento da colheita da soja, com perspectiva de ultrapassarmos o projeto de 3.515 quilos por hectare estipulado para esta cultura. O milho segunda safra já se encontrava 92 por cento plantado", destacou a companhia.

"As condições climáticas para o desenvolvimento das culturas do algodão primeira safra, algodão segunda safra e milho segunda safra têm sido favoráveis, o que, associado ao fato de que as áreas de segunda safra foram plantadas mais cedo, no comparativo com a safra anterior, nos deixa confiantes a respeito do alto potencial produtivo de ambas as culturas", acrescentou a empresa.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

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