Conjuntura do Agronegócio

1. El Niño deve ter influência de baixa intensidade no outono, diz Inmet

A influência do fenômeno El Niño deverá ser de fraca intensidade no outono, que começa amanhã no país, conforme previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A probabilidade de ocorrência do El Niño — diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico — é de 70% no início da estação.

Conforme o Inmet, devem ocorrer chuvas em excesso na região Sul e em menor volume em parte do Norte e do Nordeste, além de um aumento moderado das temperaturas médias na parte central do país.

A previsão do Inmet indica probabilidade das chuvas ocorrerem dentro da normalidade ou ligeiramente acima da média em grande parte da região Centro-Oeste, exceto no noroeste de Goiás, onde existe a possibilidade de as chuvas serem mais fracas.

As temperaturas deverão ficar acima da média em toda o Centro-Oeste, principalmente no leste de Mato Grosso e em Goiás. Conforme o Inmet, não está descartada a possibilidade de ocorrência das primeiras geadas e friagens em Mato Grosso do Sul e no sul de Goiás.

Para o Sudeste, a previsão indica chuvas dentro da faixa normal ou ligeiramente acima da média nos próximos três meses. É esperado que as massas de ar frio passem com maior frequência pela região somente a partir de maio, porém a previsão é de temperaturas acima da média.

Os prognósticos indicam que as chuvas ficarão acima da média em toda a Região Sul, principalmente na parte oeste. Além disso, o aquecimento do Oceano Pacífico pode acentuar as temperaturas na região nos próximos meses. Mas essa previsão não elimina a possibilidade, segundo o Inmet, de ocorrência de geadas, principalmente em áreas serranas, à medida que se aproxima do inverno.

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Fonte: Valor Econômico

2. Guerra comercial e oferta dos EUA podem pressionar cotações no Brasil

A conclusão das negociações comerciais entre Estados Unidos e China será determinante no direcionamento dos preços futuros de soja ao longo de 2019, disse o Rabobank no relatório Agroinfo, divulgado nesta terça-feira, 19.

No fim de fevereiro, chineses e norte-americanos optaram por prolongar o período de trégua com o objetivo de dar continuidade às conversas. "Um eventual acordo que beneficie exportações de produtos agrícolas dos EUA para a China tende a dar suporte às cotações da soja em Chicago, porém limitaria o avanço dos prêmios de exportação no Brasil", disse o Rabobank. "Isso pode gerar uma alteração no quadro de concentração dos estoques globais dos EUA para a América do Sul."

Do lado da oferta, a expectativa é de que a produção sul-americana fique próxima de 180 milhões de toneladas na temporada 2018/19, 6% superior ao ciclo anterior, segundo o Rabobank. "Apesar de perdas produtivas no Brasil em função de volumes de chuvas abaixo das médias históricas no Centro-Sul e Nordeste entre o final de 2018 e início de 2019, a projeção é de recuperação significativa na Argentina ante as perdas observadas na última safra", relatou o banco.

O Rabobank destacou que a demanda chinesa perdeu força por causa dos impactos negativos da peste suína africana sobre a produção local e que a China voltou a adquirir soja norte-americana como parte das negociações entre os dois países. "Esse fator somado à entrada da colheita da safra brasileira pressionou os prêmios de exportação no país."

O Rabobank assinalou, ainda, que os produtores norte-americanos estão começando a dimensionar a área da safra 2019/20 sem ter uma definição sobre a guerra comercial. Apesar dos elevados estoques de soja nos EUA, a relação de preços soja/milho se mantém acima de 2,4, o que tende a favorecer a oleaginosa. "Uma significativa redução de área de soja poderia não se materializar, elevando riscos de pressão sobre cotações em Chicago, em caso de não ocorrer um acordo."

Com relação ao milho, o Rabobank chama a atenção para a provável e "intensa" volatilidade dos preços nos próximos meses, após cotações sustentadas em janeiro e fevereiro. Nestes meses, a forte demanda para exportação e do setor de proteína animal puxaram os preços para cima. O País exportou 6 milhões de toneladas, 40% a mais que no primeiro bimestre de 2018, e o indicador Esalq/BM&F se valorizou 8%. A partir de agora, contudo, as exportações brasileiras de milho devem recuar dando espaço aos embarques de soja, e o possível aumento da área de milho nos EUA e os rumos da guerra comercial entre o país e a China podem trazer oscilação às cotações na Bolsa de Chicago (CBOT).

Outro fator a influenciar os preços do cereal será o desenvolvimento da segunda safra no Brasil. "Com a colheita avançada da soja na maioria das regiões, a semeadura da safrinha ocorreu dentro da janela ideal, o que deve resultar na retomada da produtividade em comparação ao ano passado", disse o banco no relatório. Considerando uma produção de milho verão semelhante à de 2017/18, o Rabobank projeta produção total de 92,4 milhões de toneladas em 2018/19, 15% acima da temporada anterior. O banco estima que a média anual do indicador Esalq/BM&F ficará entre US$ 9,30 e US$ 9,70/saca em 2019.

Quanto ao algodão, os bons resultados da safra 2017/18 somados às perspectivas de margens melhores do que em outras culturas impulsionariam o plantio de algodão no Brasil na safra 2018/19. O Rabobank estima em 1,55 milhão de hectares a área da fibra no atual ciclo, a maior desde a temporada 1991/92. Com o bom andamento inicial da safra em Mato Grosso e Bahia, e se as condições climáticas forem positivas ao longo do desenvolvimento, a produção brasileira deve chegar a 2,5 milhões de toneladas, consolidando um novo recorde no Brasil.

O Rabobank salientou que a combinação de futuros e câmbio permitiu comercialização antecipada da safra 2018/19 a preços atrativos. O banco projeta que a margem operacional do algodão nesse ciclo fique próxima de 38% em Mato Grosso - acima dos 33% observados na media das últimas 5 safras.

Sobre fertilizantes, o Rabobank relata que os preços mais altos dos macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio) na comparação anual têm levado ao adiamento das compras por produtores e a uma maior oferta, que pode resultar em recuo das cotações de até 10% no segundo trimestre. A ureia (nitrogenado) e o MAP (fosfatado) se desvalorizaram 25% e 17% em reais, respectivamente, desde outubro, mas ainda estão aproximadamente 15% mais caros que há um ano. No caso do potássio, os preços atuais são 40% superiores ante um ano atrás.

Como nos últimos 12 meses somente o milho e o açúcar se valorizaram no mercado interno, "muitos agricultores estão enfrentando uma das piores relações de troca das últimas safras". Com fraca demanda no mercado doméstico e também no exterior, os preços dos adubos podem recuar mais nos próximos meses, mas isso não será garantia de reaquecimento da demanda interna, em razão de os preços de alguns defensivos também terem aumentado de 10% a 20% em 12 meses.

"Adicionados os recentes recuos dos preços da soja, algodão e café, percebe-se que parte dos agricultores está tomando decisões já considerando margens ligeiramente menores para a safra 2019/20", disse o Rabobank. O banco projeta uma demanda de fertilizantes no Brasil ligeiramente superior a 1,5%, em razão de um menor crescimento da área em 2019/20 e manutenção da taxa de adubação da safra atual. Desta forma as entregas devem bater novo recorde em 2019, de mais de 36 milhões de toneladas.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

3. Assembleia de SP articula bancada do agronegócio

Parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo protocolaram nesta segunda-feira, 18, pedidos de criação de duas frentes para defender o agronegócio paulista, setor que movimentou R$ 267,9 bilhões no Estado em 2017. O objetivo é construir um grupo de trabalho nos moldes da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) de Brasília, exercendo uma influência na Assembleia similar ao poder que aquela bancada tem no Congresso Nacional.

A Frente Parlamentar Agropecuária reúne 225 deputados e 32 senadores que atuam em favor de interesses do setor do agronegócio no Congresso, o que equivale a 43% do total de parlamentares.

Em São Paulo, os pedidos protocolados foram para a criação da Frente Parlamentar do Agronegócio Paulista e da Frente Parlamentar da Agricultura. Cabe à presidência da Casa, ocupada por Cauê Macris (PSDB), aprovar ou rejeitar a criação dos dois grupos, de apenas um ou de fundi-los. Cada frente precisa de 20 assinaturas para ser protocolada e, depois, pode convidar integrantes.

A frente liderada por Itamar Borges (MDB), a do Agronegócio Paulista, teve 70 assinaturas. A outra, a da Agricultura, criada pelo produtor rural Frederico d'Ávila (PSL), estreante na Assembleia, teve apoio de 28 parlamentares. D'Ávila atuou na campanha presidencial de Jair Bolsonaro. O grupo tem apoio do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), mantido por 39 entidades empresariais do setor, e tem técnicos, advogados e agrônomos para orientar os parlamentares em seus votos. A frente liderada por Borges tem representantes de 22 partidos, do estreante Novo ao PT, mas nenhum do PSL.

"Quando essa frente ganhar corpo, vai criar um estímulo para surgirem outras em outros Estados. E vamos estar integrados com a frente nacional, já que muitas leis do agronegócio estão na esfera federal", disse Borges.

A deputada Beth Sahão (PT), que já trabalhou em usina de cana-de-açúcar e inicia seu quinto mandato, afirmou que o peso da agropecuária deve ser valorizado, mas que a frente também terá debates. "É importante ter contrapontos. Cada parlamentar tem suas identidades e compromissos", ponderou.

Para d'Ávila, o agronegócio tem sido "escanteado e atacado" na Assembleia. Aliado do governador João Doria (PSDB), ele disse ter apoio da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para liderar um grupo como a Frente Parlamentar Agropecuária.

Demandas

Segundo d'Ávila, o grupo precisa atuar em temas que "afligem" os produtores rurais, como a situação precária de rodovias e a falta de segurança no campo. Citou ainda a necessidade de redução da burocracia e da facilitação de investimentos na zona rural, em especial na área de irrigação.

Cerca de 20 entidades de representação agropecuária apoiam a criação de uma frente, entre as quais a Sociedade Rural Brasileira (SRB). Conselheiro da entidade, o agricultor Antônio Junqueira elogiou a iniciativa. "O agricultor é muito bom para produzir, mas é mau articulado politicamente", disse. "A gente está muitas vezes reagindo, e não agindo. Essa frente está com uns 30 anos de atraso."

As frentes surgem para se contrapor a projetos que ligaram o "sinal vermelho" do setor. Um deles foi o que limitava a caça de "javaporcos", animais híbridos de porcos com javalis que causam prejuízos em plantações. Pressionado, o então governador Márcio França (PSB) vetou.

Outro projeto, que teve repercussão nacional, impedia a exportação de gado vivo para abate no exterior. Junqueira afirmou que o objetivo é fornecer informações sobre o setor, dar suporte técnico e acompanhar projetos de impacto na área - hoje, há cerca de 70. "Muitos não conhecem a agricultura no detalhe. A ideia é melhorar isso e também pensar em projetos de médio e longo prazo." Procuradas, outras entidades participantes não quiseram comentar, sob a justificativa de que o protagonismo deve ser dos deputados. Disseram apenas que o objetivo é ter uma frente forte, multipartidária, e não várias pequenas.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Insumos

4. Seguro rural: Agricultura libera mais R$ 73 milhões em programa de subvenção

O Ministério da Agricultura vai liberar mais R$ 73 milhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) nos meses de março e abril. A decisão foi anunciada na sexta-feira (15), no site do ministério.

"Do total, R$ 52,8 milhões serão destinados às culturas de inverno, como o milho safrinha, trigo e demais cereais. O restante do recurso será ofertado para as frutas, pecuária e demais culturas", disse a pasta, em nota.

Conseguimos liberar uma parte dos recursos previstos para o primeiro semestre deste ano. Com isso, o produtor poderá contratar sua apólice de seguro com apoio do governo federal e, desta forma, proteger sua lavoura", afirmou, na nota, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio.

De acordo com o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, Pedro Loyola, no fim de abril deverá ser publicado um novo cronograma mensal de liberação do orçamento para PSR até o fim do ano. Loyola ressaltou também que o valor total aprovado na Lei Orçamentária Anual deste ano é de R$ 440 milhões e que o ministério se empenhará para liberar integralmente este valor aos produtores, mesmo diante da restrição fiscal.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

5. Fracionamento de terra para garantia pode tornar crédito mais barato

O Projeto de Lei 2.053 de 2018 permite que o produtor rural dê uma fração da propriedade como garantia em financiamentos de crédito agrícola. O pedaço específico teria valor equivalente ao empréstimo, não deixando toda a fazenda na mão de um único agente financeiro.

A medida está pronta para ser votada na Câmara dos Deputados e, segundo o deputado federal Neri Geller (PP-MT), pode baratear o acesso aos recursos. “Quanto mais garantia real você tiver e menos risco de não pagamento, automaticamente o agente financeiro baixa os custos”, afirma o parlamentar.

Geller exemplifica a situação atual dos produtores brasileiros: “Muitas vezes, você tem uma propriedade avaliada em R$ 30 milhões e pega custeio de R$ 800 mil. Compromete toda essa garantia em primeiro grau quando tem uma sobra muito grande. Isso torna o agricultor refém, porque os outros agentes não pegam em segundo grau”, diz.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), defende a proposta. “Nada pode ser contra a liberdade do proprietário e nada pode ser exigido dele além do valor equivalente à garantia do empréstimo sacado”, pontua.

A proposta também acaba com a dependência dos cartórios, diz o presidente da FPA, pois toda vez que o produtor tem que oferecer o patrimônio como garantia, precisa ir ao cartório e fazer novas matrículas. “Ele acaba saindo com uma quantidade enorme de papel embaixo do braço”, conta o líder da bancada ruralista.

Alceu Moreira diz que a bancada busca uma agência ou instituição que seja capaz de ter fé pública e crédito, para evitar a burocracia. “Temos órgãos de absoluta credibilidade que podem fazer isso. Já fazem em outros setores, como o caso do comércio automobilístico. A venda de veículos é feita dessa forma, não tem cartório. Por que para agricultura tem que ter?”, questiona o parlamentar.

Segundo Neri Geller, entre as opções estaria a possibilidade de fazer o crédito rotativo da garantia ficar não só para uma operação, mas para várias. “Talvez até para dois ou três anos”, diz.

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Fonte: Canal Rural

6. Defensivos biológicos rendem economia de 30% nos custos da soja

O combate às pragas nas lavouras tem sido um problema constante na vida dos produtores rurais. Além dos tradicionais métodos, o uso de biológicos vem ganhando adeptos nas plantações de soja. Confira como um produtor de Mato Grosso tem conseguido altas produtividades com o uso dos defensivos biológicos.

Os biológicos tem sido há algum tempo um aliado no combate às pragas das lavouras, mas muitos agricultores têm um pé atrás, por acharem que o custo para este manejo seria muito elevado. Um produtor de Canarana, interior de Mato Grosso, começou a aplicar produtos à base de vírus e bactérias há 15 anos e hoje nem pensa em trocar pelos produtos químicos.

O sojicultor Alex Wich conta que, em um primeiro momento, o contato com o biológico na lavoura não foi dos melhores, mas com tempo e paciência a opinião mudou.

“Foi até engraçada a situação, pois a gente aplicou e em três dias a lagarta não morreu. Fiquei desesperado, mas falaram que esse produto vai levar de cinco a seis dias para fazer efeito. Depois de seis dias, voltamos e a lavoura estava limpa. Realmente tivemos um efeito bom, vamos ver até onde vai. Naquela ocasião, aguentou 29 dias”, afirma.

Os produtos aplicados na plantação de soja de Wich são à base de fungos, vírus e bactérias. Se tem umidade, o produto é ainda mais eficiente. A ideia é combater as pragas usando a própria natureza.

“Estes produtos têm muitas vantagens. Não poluem o meio ambiente, não contaminam o lençol freático e não matam inimigos naturais. Mas eu diria que hoje o principal fator é que o produto funciona a um preço competitivo”, ressalta o engenheiro agrônomo Gustavo Shiomo.

Outras pragas

Os biológicos ajudam também no combate aos nematoides, que são vermes microscópicos que ficam no solo e prejudicam a produtividade da soja. Há cinco anos, uma talhão da propriedade de Wich foi atingido pelo problema e rendeu apenas 28 sacas por hectare. Agora, com o tratamento com biológicos e o manejo adequado do solo, a produtividade é de 60 sacas por hectare.

Sem falar que os gastos com a produção caíram até 30%, só diminuindo o número de aplicações e não dependendo de produtos químicos. “Não só com as lagartas, mas a gente conseguiu baixar aplicações com percevejo, por exemplo. Usando biológicos, não matamos os inimigos naturais e acabo economizando aplicação de percevejos”, diz o produtor.

A produtividade da plantação tratada com os biológicos é de 60 sacas por hectare. Além dos produtos industrializados, insetos como joaninhas e besouros também são eficientes no combate às pragas. O produtor enfrenta inimigos naturais, mas podem ganhar amigos também.

“Se o produtor perceber, ele tem muito mais amigo dentro da lavoura do que inimigos. Então porque não dar oportunidade para eles ajudarem, já que não cobram nada por isso?”, comenta o pesquisador da Embrapa Ivan Cruz.

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Fonte: Canal Rural

Proteína Animal

7. China recusa habilitação de frigoríficos

O serviço sanitário da China recusou a proposta feita pelo Ministério da Agricultura do Brasil para autorizar mais frigoríficos do país a exportar carnes ao país asiático, conforme três fontes consultadas pelo Valor.

A China lidera as importações de carnes do Brasil. No ano passado, gastou US$ 2,5 bilhões com as compras dos produtos brasileiros e, com isso, representou 17% da receita total de US$ 14,7 bilhões das exportações de carnes, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura.

A decisão da China frustra grandes frigoríficos como JBS, Marfrig e Minerva, que demonstravam otimismo com o resultado da visita feita por técnicos sanitários do país asiático em novembro do ano passado. Na ocasião, os chineses visitaram dez abatedouros de aves e bovinos.

No segmento, havia esperança de que as habilitações fossem até mais numerosas do que o total de plantas visitadas. Pequim chegou a sinalizar que as visitas serviriam como amostragem para as autoridades sanitárias do país apreciarem uma lista de mais de 70 abatedouros que estavam em processo mais avançado para a habilitação.

Neste momento, o relatório da visita sanitária da China está sendo traduzido no Brasil, mas fontes a par da resposta chinesa dizem que Pequim exigirá um novo plano de ação para os frigoríficos exportadores. Só depois disso o processo de habilitação de novas unidades será retomado. Com isso, as novas habilitações devem demorar mais.

Nesse processo, os frigoríficos brasileiros perdem oportunidades de ocupar — ainda mais — o espaço aberto pelo surto de peste suína africana na China. Na semana passada, o presidente da Minerva Foods, Fernado Galletti de Queiroz, afirmou que os abatedouros atualmente habilitados estão no limite da capacidade. Hoje, 16 abatedouros de bovinos, 33 de frango e nove de suínos estão autorizados a vender carnes à China.

Além dos impactos comerciais, a decisão do país asiático levantou preocupações do ponto de vista diplomático. Uma fonte do setor privado ouvida pela reportagem teme que a postura de Pequim seja uma resposta do país às declarações hostis feitas por representantes do governo brasileiro — inclusive o presidente Jair Bolsonaro, que criticou a China durante a campanha eleitoral.

Na semana passada, o chanceler Ernesto Araújo provocou irritação em representantes do agronegócio ao dizer, em cerimônia no Instituto Rio Branco, que o Brasil não vai “vender a alma” para exportar soja e minério de ferro, produtos que têm a China como maior país comprador. A bancada ruralista enviou uma carta criticando as declarações.

Em meio à preocupação com a relações entre Brasil e China, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse no domingo, em evento em Washington, que pretende visitar o país asiático no início de maio para ampliar o número de frigoríficos autorizados.

No médio prazo, porém, representantes do setor privado seguem otimistas com as exportações para a China mesmo com as tensões diplomáticas. “Eles vão precisar de carne no segundo semestre”, afirmou uma fonte, citando a drástica redução do plantel de suínos. A China já sacrificou quase 1 milhão de animais em razão da peste suína.

Uma das fontes ponderou, ainda, que as declarações feitas na última segunda-feira pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em Washington, podem amenizar a situação com os chineses. “Eu digo ao presidente: amamos os americanos, mas me deixe fazer comércio com quem for mais vantajoso”, afirmou o ministro a investidores.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Produção paulista de frango caiu 11,1% em 2018 e a de suínos cresceu 8,4%

A produção paulista de carne de frango alcançou 1,3 milhão de toneladas em 2018, um decréscimo de 11,1% ante o ano anterior. Já o setor de suínos produziu 103,9 mil toneladas de carne no Estado, aumento de 8,4% em relação a 2017.

Os dados, divulgados na segunda-feira, 18, fazem parte do levantamento anual da Secretaria de Agricultura do Estado por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA), e considera as análises feitas entre os dias 1º e 20 de novembro de 2018.

Segundo os analistas do IEA, a redução na produção de frangos pode estar relacionada com o ano conturbado, com crises no setor de transportes como a greve dos caminhoneiros. Há também o reflexo de aspectos sanitários com a suspensão de algumas plantas frigoríficas por problemas de contaminação de lotes. "O primeiro fator levou a muitas perdas econômicas diretas, e o segundo a prejuízos nas exportações e no mercado interno", diz o estudo.

No ano passado, o plantel de aves de corte estava em 115,9 milhões de cabeças alojadas e um total de 591 milhões de cabeças prontas para abate. Entre as aves de postura, a estimativa é de 51,9 milhões de cabeças.

Em contrapartida, a produção de ovos cresceu 8,8% em relação a 2017, totalizando 1,2 bilhão de dúzias. "Esse aumento se deve ao fato de que proteínas mais acessíveis nos períodos de queda no poder aquisitivo tornam-se mais interessantes para o equilíbrio do orçamento familiar", explica o IEA. Assim, o descarte de poedeiras pode ser adiado com o objetivo de aumentar a produção de ovos.

Suínos

A perspectiva para a produção de suínos indica um total de 894,2 mil cabeças em São Paulo. Os animais prontos para o abate alcançaram 1,3 milhão de cabeças. Para o instituto, o aumento na produção de 8,4% na produção da carne sinaliza recuperação ante a queda verificada em 2017. "A produção de suínos no Estado de São Paulo tem a difícil tarefa de lidar com custos altos e uma demanda dividida entre carne bovina e carne de frango", cita o estudo.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

9. Carne bovina: missão técnica dos EUA vai inspecionar frigoríficos do Brasil

Após reunião nesta terça-feira, dia 19, entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, o governo dos Estados Unidos divulgou comunicado conjunto informando que concordou em dar novos passos no sentido de liberar a compra de carne in natura exportada pelo Brasil.

De acordo com nota, será agendada uma visita técnica do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para auditar o sistema de inspeção de carne bovina do Brasil, assim que o governo brasileiro tiver fornecido a documentação de segurança alimentar.

Além disso, Trump e Bolsonaro instruíram suas equipes a negociar um Acordo de Reconhecimento Mútuo em relação aos seus programas de comércio confiável (Trusted Trader), o que reduzirá os custos de exportação para empresas americanas e brasileiras. Bolsonaro, por sua vez, anunciou que o Brasil criará uma cota tarifária permitindo a importação de 750 mil toneladas anuais de trigo com tarifa zero.

Além disso, de acordo com o comunicado, os Estados Unidos e o Brasil concordaram com as condições científicas para permitir a importação de carne suína dos Estados Unidos.

Logo após a o comunicado conjunto, o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, destacou, em suas redes sociais, a reunião com a ministra Tereza Cristina, em Washington, nesta terça-feira. Ele informou que foi discutida a forte relação entre os dois países na produção de grãos e de proteína animal.

Tereza Cristina e Perdue também trataram da “necessidade de parcerias em apoio à biotecnologias agrícolas e comércio seguro, baseado em ciência, para produtos dos dois países, como carne suína e bovina.”

Perdue também comemorou a decisão do governo brasileiro de criar uma cota de 750 mil toneladas anuais de trigo com tarifa zero de importação. De acordo com Perdue, os produtores americanos estavam “ansiosos por grandes exportações de trigo dos EUA”. Segundo o secretário, há “mais por vir, à medida que fortalecermos o relacionamento bilateral com o Brasil”.

O Brasil vai notificar à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a criação da cota, com a qual já tinha se comprometido desde o fim da Rodada Uruguai, da OMC, na década de 1990, sem que a medida tenha sido implementada.

OCDE

Ainda segundo a nota oficial conjunta, o presidente Trump anunciou o apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de 36 grandes países que aceitam os princípios da economia de mercado. Trump saudou os esforços do Brasil em relação a reformas econômicas, a melhores práticas de governo e à criação de um marco regulatório alinhado com os padrões da OCDE.

Em troca, de acordo com o documento, “em consonância com seu status de líder global, o presidente Bolsonaro concordou que o Brasil começará a renunciar ao tratamento especial e diferenciado nas negociações da Organização Mundial do Comércio”, atendendo proposta dos Estados Unidos.

Os dois líderes concordaram em construir uma parceria de prosperidade para aumentar os empregos e reduzir as barreiras ao comércio e ao investimento. Para esse fim, decidiram aprimorar o trabalho da Comissão de Relações Econômicas e Comerciais dos Estados Unidos com o Brasil, criada no âmbito do Acordo sobre Cooperação Econômica e Comercial, com o objetivo de explorar novas iniciativas para facilitar o investimento comercial e as boas práticas regulatórias.

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Fonte: Canal Rural

Agroenergia

10. Alvean anuncia Paulo Roberto de Souza como novo CEO

A Alvean, joint venture entre Cargill e Copersucar com foco na comercialização de açúcar, anunciou hoje que Paulo Roberto de Souza será seu novo CEO. Ex-presidente da Copersucar por nove anos, ele substituirá Gareth Griffiths, que decidiu deixar o cargo após dois anos na empresa.

Souza atuou no conselho de administração da Alvean desde a criação da empresa, em 2014, e foi “essencial” para a criação da joint venture, segundo comunicado da companhia.

“Essas mudanças no nosso time de liderança refletem um momento importante no crescimento da Alvean e sua maturidade como empresa. Paulo Roberto de Souza tem uma trajetória muito bem-sucedida no mercado global de açúcar. Além de empreendedor, ele possui larga experiência na construção de negócios de alto desempenho e entrega de resultados superiores” afirmou Luís Roberto Pogetti, presidente do conselho da Copersucar, em nota.

A Alvean também nomeou Pedro Geyerhahn como seu novo diretor financeiro após o recente desligamento de Stefano Tonti, em 28 de fevereiro de 2019.

Geyerhahn atua há 30 anos com finanças e ocupava até então o cargo de Tesoureiro Regional para a Cargill na América do Sul. Na Alvean, seu foco será o desenvolvimento das relações com investidores e o apoio no crescimento comercial da companhia.

“Pedro Geyerhahn é um líder reconhecido e traz novas habilidades à Alvean e nós nos beneficiaremos de sua vasta experiência internacional na Ásia, Europa e América do Sul”, acrescentou Pogetti.

Em nota, a Alvean afirmou, ainda, que seu conselho de administração “reconhece as contribuições do sr. Griffiths durante sua permanência, incluindo a liderança de uma série de iniciativas focadas no realinhamento organizacional, redução de custos e melhoria de processos”, que ajudaram a estabelecer uma fundação sólida para o futuro da trading.

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Fonte: Valor Econômico

11. Raízen Energia projeta avanço e ampliação dos investimentos

A Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, projetou ontem, em apresentação da Cosan a analistas e investidores em São Paulo, que sua moagem de cana deverá alcançar entre 61 milhões e 63 milhões de toneladas na safra 2019/20, que terá início em abril. A "banda" estimada para a moagem significa um aumento de 2,15% a 5,4% na comparação com o volume registrado na temporada 2018/19, de 59,8 milhões de toneladas. A empresa também informou que vai ampliar os investimentos, que poderão alcançar quase R$ 3 bilhões.

Mesmo com o aumento da moagem, a empresa ainda não ocupará no próximo ciclo sua capacidade total de moagem, que é de 67 milhões de toneladas. Segundo João Alberto Abreu, vice-presidente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen Energia, isso só deverá acontecer em 2022/23, duas safras depois do programado inicialmente. "Atrasamos esse processo em função do clima nos últimos dois anos. A expectativa era atingir essa capacidade em 2021", afirmou ele a jornalistas.

Segundo Abreu, o plantio da cana realizado no inverno foi prejudicado nas últimas safras tanto por excesso como por falta de chuvas. Na safra 2019/20, a empresa, com 26 usinas, manterá hibernadas as duas unidades que tiveram as atividades suspensas em 2018/19, dado o foco na recuperação dos ativos adquiridos da Tonon, há dois anos.

A Raízen Energia pretende investir entre R$ 2,7 bilhões e R$ 2,9 bilhões em 2019/20, ante entre R$ 2,6 bilhões e R$ 2,7 bilhões em 2018/19. Em boa medida, esse incremento se justifica pelos aportes para elevar a produtividade dos canaviais adquiridos com as usinas da Tonon. Outra parte do aumento será destinada ao plantio, para reduzir a idade média dos canaviais da companhia, de acordo com o CEO Luiz Henrique Guimarães.

Na apresentação, Guimarães disse que a empresa já sabia que os canaviais da Tonon não tinham "a produtividade que precisava". Além disso, a Raízen Energia vinha reduzindo sua taxa de renovação de canaviais nos ciclos anteriores por causa do custo considerado elevado, o que aumentou a idade das lavouras, reduzindo sua produtividade.

Com a retomada de investimentos prevista para 2019/20, a companhia deverá elevar sua área total de plantio de 84 mil hectares para 105 mil, e a idade media dos canaviais deverá diminuir de 3,8 anos para 3,4 anos. Com o desejado aumento de produtividade, o objetivo é ocupar a capacidade ociosa e reduzir custos que aumentaram neste ciclo em virtude da quebra de safra.

Conforme Guimarães, a Raízen Energia pretende reduzir seu custo médio de produção para 10,5 centavos de dólar a librapeso por tonelada de cana processada - "ou quem sabe até abaixo disso". O CEO afirmou que a companhia já conseguiu reduzir o custo de 12,1 centavos de dólar a libra-peso, na safra 2014/15 (resultado ajustado), para 10,9 centavos de dólar nesta safra 2018/19.

Marcos Lutz, CEO da Cosan Limited, controladora da Cosan, reforçou que a prioridade da Raízen Energia é elevar a eficiência. "Para um produtor de commodity, nada mais importante do que ser o produtor mais eficiente", afirmou ele, também durante o Cosan Day.

Sobre os planos para 2019/20, Guimarães mencionou, ainda, que a poderá haver "investimentos em ativos específicos" para fortalecer a ação de trading. Segundo ele, a companhia já atua na comercialização de todos os segmentos em que atua, de combustíveis fósseis e etanol até açúcar e energia elétrica, e a estrutura para a área deve ser fortalecida.

Ele destacou os aportes iniciados nesta safra para melhorar a comercialização de açúcar, como novos armazéns. "Desde a formação da Raízen, havia uma capacidade muito pequena para armazenar. Chegava julho a setembro e éramos obrigados a escoar o açúcar", disse.

"Conforme aumenta nossa capacidade estática de armazenagem, aumenta nossa capacidade de trading. O contrato [do açúcar demerara em Nova York] para março sempre paga mais que o outubro. O 'carry' [custo de carregamento] se paga facilmente, além da facilidade para avançar ou retardar a venda", disse.

Na próxima safra, a empresa deverá investir "quase o equivalente" ao que aportou em 2018/19 em armazenagem, e espera construir espaço para estocar cerca de 50% da produção.

Com os armazéns, a Raízen Energia também espera melhorar o atendimento aos clientes domésticos, como indústrias de alimentos, sobretudo na entressafra. E Guimarães disse que a companhia está atenta a outros produtos, como "açúcares menos açucarados e fragrâncias". De acordo com ele, a empresa aumentou sua estrutura de trading de etanol, com construção de tanques de armazenagem na Califórnia e "novas posições" na Ásia.

A empresa informou que já fixou as vendas para exportação de mais de 60% de sua produção de açúcar esperada para a safra 2019/20 a um valor 15% superior ao da safra passada. Em parte por isso, a Raízen Energia projetou que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançará de R$ 3,4 bilhões a R$ 3,8 bilhões na próxima safra, ante de R$ 3 bilhões R$ 3,2 bilhões em 2018/19. A companhia alertou que as projeções apresentadas não levam em consideração a norma contábil IFRS, que será adotada a partir de abril.

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Fonte: Valor Econômico

12. Cosan diz estar preparada para ciclo econômico melhor

O presidente da Cosan, Marcos Lutz, afirmou na manhã desta terça-feira durante a abertura do Cosan Day, que a companhia está preparada para um ciclo econômico melhor, depois de ter alcançado resultados dentro do orçamento em 2018, a despeito da série de eventos que afetou o desempenho da economia brasileira. “Acredito que essa conquista é fruto da qualidade de gestão excepcional”, disse o executivo.

Conforme Lutz, a greve dos caminhoneiros, em maio, teve forte impacto nas operações dos diferentes negócios da Cosan - a Rumo, por exemplo, levou cerca de um mês para retomar o ritmo normal. “Com tudo isso, entregamos resultados bastante relevantes, em linha com nossos planos e orçamento, com algumas superações e algumas frustrações”, disse.

Mais cedo, a Cosan divulgou as projeções para os resultados de 2019, com expectativa de resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado pro forma de R$ 5,6 bilhões a R$ 6 bilhões. O número não considera a nova norma contábil IFRS 16, adotada em janeiro deste ano.

No mesmo documento, aparecem as projeções para as subsidiárias. Para a Comgás, a expectativa é de Ebitda normalizado de R$ 1,95 bilhão a R$ 2,1 bilhões e que os investimentos somem entre R$ 400 milhões e R$ 900 milhões em 2019.

Para a Raízen Combustíveis Brasil, é esperado Ebitda de R$ 2,9 bilhões a R$ 3,2 bilhões e que os investimentos sejam de R$ 950 milhões a R$ 1,15 bilhão. Já a Raízen Argentina deve ter Ebitda de US$ 210 milhões a US$ 260 milhões e investimentos de US$ 100 milhões a US$ 140 milhões.

A projeção para a Moove é de Ebitda de R$ 260 milhões a R$ 290 milhões. Para a Raízen Energia, a expectativa é que o Ebita fique no intervalo de R$ 3 bilhões a R$ 3,2 bilhões, considerando a safra 2018/2019 e de R$ 3,4 bilhões a R$ 3,8 bilhões, levando em conta a safra 2019/2020.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Abiove reduz previsão para colheita de soja e vê queda na exportação

Com um clima menos favorável ao desenvolvimento desta safra 2018/19, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reduziu mais uma vez sua estimativa para a produção do grão. A nova projeção aponta para 116,9 milhões de toneladas, 1 milhão a menos que o previsto no fim de janeiro. Se confirmado, o volume será 5% menor que o registrado na temporada anterior.

Mesmo com a redução, a colheita prevista pela Abiove supera as 113,5 milhões de toneladas calculadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No relatório divulgado hoje, a Abiove manteve sua projeção para as exportações de soja em grão, carro-chefe da produção brasileira, em 70,1 milhões de toneladas em 2019, queda de 16,2% em relação às vendas externas do ciclo 2017/18. O volume vendido deverá render ao país divisas de US$ 26,6 bilhões em 2019, mesmo valor estimado em janeiro e 19,7% menor que em 2018.

Considerando também as vendas externas de farelo e óleo de soja, a Abiove projeta que o Brasil terá divisas de US$ 32,8 bilhões com o “complexo soja” (grão, farelo e óleo), alta de 0,2% em relação à perspectiva divulgada em janeiro. O leve aumento reflete um ajuste na estimativa para as exportações de óleo de soja, de US$ 280 milhões para US$ 350 milhões. Na comparação com o valor estimado para 2018, o “complexo soja” renderá divisas 19,8% menores.

Os embarques de farelo de soja deverão render US$ 5,83 bilhões em 2019, queda de 12,9% sobre 2018, quando a Argentina teve menor oferta do produto para exportação.

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Fonte: Valor Econômico

14. Brasil implantará cota de importação de trigo americano sem tarifa

Brasil vai implementar uma cota tarifária permitindo a importação de 750 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos com tarifa zero. A informação está no comunicado conjunto divulgado prelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, que se reuniram, nesta terça-feira (19/3), na Casa Branca, em Washington.

O documento não detalha como será feita ou negociada essa cota de importação. O principal fornecedor externo do cereal para o mercado brasileiro é a Argentina. E, pelas regras atuais do Mercosul, os países membros não podem negociar acordos comerciais sem envolver os demais parceiros. E o bloco prevê tarifas de importação de produtos de outras origens.

No caso do trigo, a Tarifa Externa Comum (TEC) é de 10%. Dependente das importações do grão, o Brasil chegou a zerar a tarifa para garantir o abastecimento do mercado interno em algumas ocasiões, especialmente em anos de menor disponibilidade de oferta argentina.

O governo americano agendará uma visita técnica de inspeção sanitária. A intenção é a retomada das exportações de carne bovina in natura brasileira, suspensas depois da identificação de abscessos provocados pela aplicação da vacina contra a febre aftosa.

“Com o objetivo de permitir a retomada das exportações de carne bovina do Brasil, os Estados Unidos concordaram a agendar rapidamente uma visita técnica do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura para inspecionar o sistema de inspeção de carne “in natura” do Brasil, assim que esteja satisfeito com a documentação sobre segurança alimentar do Brasil”, diz o comunicado.

O comunicado conjunto informa também que Brasil se comprometeu a importar carne suína norte-americana. Sem mais detalhes, os dois presidentes anunciaram apenas que essas operações serão realizadas de acordo com “condições baseadas na ciência”.

Representante da cadeia produtiva da carne suína, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) diz concordar com a abertura do mercado brasileiro para a carne suína americana. Pontua apenas esperar reciprocidade.

“O setor de suínos do Brasil se manifestou em concordância com a abertura, ao mesmo tempo em que espera reciprocidade de tratamento com a autorização de todos os estados brasileiros para exportar carne suína para os EUA”, diz a entidade, em nota.

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Fonte: Revista Globo Rural

15. Argentina será a mais afetada pela entrada de trigo americano no Brasil

Após anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro de que o Brasil vai reduzir tarifas de importação para a entrada de 750 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos, consultorias estimam que o preço do cereal no mercado interno tende a cair. De acordo com a INTL FCStone, o valor do cereal pago ao produtor rural deve ser impactado principalmente entre maio e julho.

“Você leva um tempo para começar a contratar o navio. Além disso, o trigo que deve chegar aqui no Brasil é o da nova safra americana, que começa a ser colhido apenas em junho”, explica o consultor em gerenciamento de risco da consultoria, Roberto Sandoli.

Apesar dessa perspectiva de redução nos preços do trigo no Brasil, um dos países que poderá ser afetado é a Argentina, que se sentirá pressionada a baixar seus preços para conseguir colocar o produto no mercado brasileiro.

"Os argentinos teriam que reduzir os preços na mesma proporção para poder concorrer com os americanos. Inclusive, eles conseguiriam fazer isso porque possuem um custo de produção menor”, comenta Sandoli.

A consultoria Safras&Mercado também ressalta os impactos no país vizinho. “Se o volume vem da Argentina ou dos EUA, é algo indiferente (para o Brasil). Essa decisão afeta mais a Argentina”, comentou o analista de mercado Paulo Molinari.

“O ponto principal é entender em quais condições esse produto poderá entrar no Brasil, como por exemplo, se importação será durante o ano inteiro ou só por um período”, enfatiza o gestor de risco.

Em 2018, o Brasil importou 6,8 milhões de toneladas. No ranking, deste volume, 5,9 milhões de toneladas de trigo foram provenientes da Argentina, 339 mil toneladas do Paraguai, 273 mil toneladas dos EUA e 197 mil toneladas do Canadá.

Área plantada na próxima safra

Apesar da perspectiva de queda nos preços, a área plantada com o cereal no Brasil não deve cair. A expectativa da INTL FCStone é que o total semeado na próxima temporada fique estável ou tenha leve aumento. Isso pode ser explicado pela falta de opção quando se trata de outras culturas.“O produtor não tem outra opção. Ele poderia plantar aveia, mas aveia não tem valor comercial”, comenta.

O analista explica que o plantio do trigo poderia ser útil como uma rotação de cultura para a soja que seria semeada depois. “Como a soja brasileira, por conta da guerra comercial entre China e EUA, pode ter maior demanda, ela poderia substituir uma rentabilidade perdida no cereal”, explica.

A projeção da FCStone é que produtores do Paraná mantenham a área plantada e os agricultores de São Paulo reduzam levemente o total plantado. “O Paraná começa a plantar no mês que vem, então isso já está definido. A grande questão vai ser saber o que os agricultores do Rio Grande do Sul vão fazer, mas eu acredito em manutenção de área”, comenta Roberto.

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Fonte: Canal Rural

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