Clipping Agribusiness | 22 de janeiro 2020
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Ministério da Agricultura buscará R$ 1,5 bilhão para seguro em 2021
Com o orçamento de 2020 recém-sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Agricultura já faz as contas para ampliar o montante destinado ao seguro rural no próximo ano. A Pasta vai levar o pedido de R$ 1,5 bilhão para as conversas de construção da peça orçamentária com a equipe econômica, que começam no fim do mês. Para este ano, o governo projetou R$ 1 bilhão.
A expectativa é que a definição dos valores saia antes de maio, quando o projeto de lei com a previsão orçamentária é enviado ao Congresso. No ano passado, Bolsonaro anunciou no fim de abril, durante a Agrishow - feira em Ribeirão Preto -, R$ 1 bilhão para subvenção federal ao prêmio do seguro para 2020.
Ainda há dúvidas, porém, sobre a garantia de aplicação dos recursos. O orçamento do seguro rural não está na lista das “despesas obrigatórias” do governo e está sujeito a contingenciamentos.
A força política da ministra Tereza Cristina é, novamente, a grande aposta para a negociação. Mas a Pasta também vai apresentar ao Ministério da Economia dados sobre a melhora no mercado de seguro rural e no acesso de produtores aos recursos no país para justificar o aumento do orçamento.
A área coberta pelo seguro rural passou de 4,5 milhões de hectares em 2018 para 6,9 milhões em 2019. No ano passado, o orçamento de R$ 440 milhões foi totalmente utilizado, após ser descontingenciado em novembro, e os recursos foram repassados integralmente em dezembro para as seguradoras, conforme o ministério.
O valor segurado aumentou de R$ 12,5 bilhões em 2018 para R$ 20,1 bilhões em 2019, número que pode mais que dobrar já esse ano. Se o orçamento de R$ 1 bilhão for totalmente utilizado, o valor segurado pode atingir R$ 50 bilhões. Em 2020, o potencial de contratação é de 250 mil apólices e cobertura de até 18 milhões de hectares.
No ano passado, o custo para contratar o seguro caiu 0,6 ponto percentual. A taxa média do prêmio pago pelos produtores (porcentagem sobre o valor segurado que varia conforme o município) de todas as culturas do programa saiu de 8,4% para 7,8%. “Qualquer redução acima de 0,5 ponto percentual tem impacto muito positivo”, afirmou o diretor do Departamento de Gestão de Risco do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola.
Apesar da evolução, a subvenção do governo atende apenas metade dos produtores que acessam o seguro rural. A estimativa é que o mercado tenha emitido R$ 2,5 bilhões em prêmios em 2019 nas culturas que podem receber ajuda federal. Os R$ 440 milhões alavancaram R$ 1,267 bilhão, ou 50,6% da demanda comercializada no ano.
De acordo com Loyola, 24% do público atendido nunca havia sido contemplado pela subvenção do seguro. “São produtores novos no programa. Revela que está atingindo novos públicos”, acrescentou.
As seguradoras também vão ser cobradas para absorver o crescimento do orçamento. Por meio de termos de compromissos, elas deverão apresentar planos de negócios e investimentos na área de seguro rural, principalmente em capacitação de peritos e tecnologia. Em 2021, as seguradoras vão ser obrigadas a apresentar o polígono da área segurada, o que pode melhorar o monitoramento remoto do programa e a obtenção de dados do seguro no Brasil.
Outra necessidade apontada pelo Ministério da Agricultura é atrair novas empresas. O número de empresas no mercado de seguro rural passou de 11 em 2018 para 15 neste ano. O foco agora é buscar resseguradoras multinacionais para atuarem no país. Hoje, 12 companhias já operam nessa área. Elas assumem 85% do risco das operações de seguro no mundo e pulverizam melhor a capacidade financeira desse mercado, afirmou Loyola.
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Fonte: Valor Econômico
2. Embrapa vê erro de estratégia e planeja voltar para a África
Após fechar o escritório que mantinha na África e encerrar todos os projetos de cooperação técnica com os países da região, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) quer retomar a presença no continente. Para retornar de maneira “mais agressiva”, o presidente Celso Moretti defende uma postura totalmente diferente da adotada no governo Lula: menos ajuda humanitária e mais negócios. “É colocar preço no que vamos fazer”.
O pesquisador, que foi efetivado recentemente na presidência da Embrapa, ainda estuda com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o melhor modelo para voltar à África. A restrição orçamentária do governo não permite cravar se haverá ou não escritórios novamente no continente, mas reforça a certeza de que o setor produtivo nacional precisa ser “carregado junto”. A intenção do chefe da Embrapa é captar valor e recursos para as tecnologias e conhecimento do país.
“Não é simplesmente pegar o que custou bilhões para a sociedade brasileira e entregar de mão beijada. É colocar preço no que vamos fazer com eles e levar o setor privado junto”, defendeu Moretti, em entrevista concedida ao Valor. Como exemplo para o que a Embrapa quer fazer na África, o pesquisador cita a atuação das agências de cooperação e desenvolvimento internacional dos Estados Unidos (USAID) e do Japão (Jica) no Brasil do século passado. De acordo com ele, além da ajuda técnica, a presença delas abriu espaço para a instalação de empresas privadas estrangeiras no país.
Na avaliação de Moretti, a diminuição da presença da Embrapa na África foi “um erro estratégico” do governo - o movimento ocorreu ainda no governo Dilma Rousseff, na contramão de seu antecessor.
A ida da Embrapa para a África fora incentivada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve uma política diplomática de aproximação com os países do Hemisfério Sul. Em 2006, o escritório da Embrapa em Gana foi inaugurado e serviu de base para projetos com 36 dos 58 países africanos. Os principais programas foram o Cotton 4, que ajudou no desenvolvimento do plantio de algodão, e o Pró-Savana, para transferência de tecnologia aplicada no Cerrado. Eles eram coordenados pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que estabelecia prioridades e financiava as ações.
No início do governo da ex-presidente Dilma, no entanto, a atuação da ABC foi enfraquecida. O fechamento do escritório ocorreu ainda no primeiro mandato da petista e a situação não mudou na gestão de Michel Temer (2016-2018). Atualmente, nenhum programa está ativo na África, de acordo com a assessoria da Embrapa.
O resgate da relação com a África surpreende até pessoas importantes da área internacional do governo de Jair Bolsonaro. Quem frequenta a Casa Civil ouve seguidamente do ministro Onyx Lorenzoni o direcionamento para “cuidar” mais do assunto. Foi assim, inclusive, em reuniões para tratar da criação de uma agenda global para o etanol, outra política defendida durante o governo Lula que perdeu muita força sob Dilma. A reinserção da Embrapa na África também faz parte da “renovação” da diplomacia na região, de acordo com uma fonte a par do assunto.
Em meio aos esforços para resgatar a presença da Embrapa do outro lado do Atlântico, o presidente da estatal de pesquisa lembrou que a África tem 60% das terras agricultáveis do mundo e cerca de 400 milhões de hectares de savana idênticos ao Cerrado brasileiro, além de uma grande preocupação com a segurança alimentar.
Na avaliação dele, há oportunidades que podem ser aproveitadas agora pela Embrapa e os empresários brasileiros das áreas de sementes de forragens e de maquinário agrícola. Moretti, inclusive, iniciou conversas com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamento (Abimaq), João Marchesan, sobre isso. A associação está envolvida no “Green Imperative”, projeto do governo da Nigéria lançado há um ano que prevê exportação de tratores, máquinas e pacotes tecnológicos brasileiros para lá.
O programa na Nigéria, que não conta com a participação da Embrapa, foi estruturado pela FGV-Projetos e deve contar com financiamento de bancos brasileiros. “É um grande projeto de mecanização, com participação de financiadores a taxas de juros baixas, mas sem subsídio. Tem que fazer sentido do ponto de vista econômico e ser bom para o Brasil também”, ressaltou uma fonte da área internacional do governo brasileiro.
Para o presidente da Embrapa, a recente visita do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao continente africano serviu para reforçar a agenda. “Ele esteve lá e colocou a importância do setor privado estar mais presente na África, principalmente do agro”, ressaltou o pesquisador, acrescentando que o conhecimento brasileiro na elaboração do zoneamento agrícola de risco climático é outro ponto que pode ser explorado na África.
Além da África, a Embrapa quer avançar em outros países. Na última semana, Moretti viajou para os Emirados Árabes Unidos, onde negocia a instalação de um novo escritório no Oriente Médio que poderia ser custeado pelo governo local. Nos planos do presidente da Embrapa também está a reativação dos escritórios que a empresa mantinha até pouco tempo na China e na Coreia do Sul, além da criação de outro no Japão. Atualmente, apenas os Estados Unidos e a França têm representações da Embrapa.
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Fonte: Valor Econômico
3. China diz que compras agrícolas junto aos EUA não afetam importações de outros países
As compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos pela China não vão impactar as importações provenientes de outros países, disse nesta terça-feira uma autoridade do Ministério do Comércio chinês.
A China vê como bem-vinda a entrada de produtos norte-americanos competitivos em seus mercados e espera que os EUA possam criar condições para facilitar as exportações ao país asiático, afirmou Li Xingqian em entrevista coletiva.
Li acrescentou ainda que a China vai expandir importações com base em condições de mercado e em linha com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Como parte de um acordo comercial de Fase 1 assinado com os EUA na semana passada, Pequim concordou em realizar grandes aquisições de produtos agrícolas norte-americanos, mas ainda há dúvidas a respeito de uma série de questões.
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Fonte: Reuters/Agrolink
Insumos
4. Bayer mais perto de acordo em ações que associam agrotóxico a câncer
A multinacional alemã Bayer está perto de chegar um acordo para os mais de 80 mil processos judiciais que associam, nos Estados Unidos, o uso de herbicida glifosato à causa de câncer. Mediador do caso, Kenneth Feinberg, disse à agência Bloomberg que está “cautelosamente otimista” quanto à possibilidade de alcançar um acordo sobre os processos no prazo de aproximadamente um mês.
Famoso por trabalhar em casos complexos, envolvendo o pagamento de indenizações, o advogado Feinberg foi nomeado mediador para as negociações judiciais nos processos federais envolvendo o Roundup Ready por um juiz americano, em maio do ano passado. Ele atuou nos casos de compensação às famílias das vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA e também nos processos envolvendo acidentes causados por falha em botões de ignição dos veículos Chevrolet Cobalt, da General Motors.
Segundo a agência Bloomberg, Feinberg afirmou que, desde outubro — quando a Bayer anunciou que enfrentava 42,7 mil processos contra o Roundup na justiça americana — o número de ações similares contra a companhia praticamente dobrou no país, ficando mais próximo de 85 mil.
Procurada pela agência, um porta-voz da Bayer disse que o número de casos relatados inclui potenciais autores de novos processos, e que a quantidade de casos em curso, conforme relatado trimestralmente, é significativamente inferior a 50 mil ações.
Em dezembro, o Bayer conseguiu um endosso importante para sua tese de que o herbicida glifosato — produto desenvolvido pela Monsanto, empresa comprada pelos alemães em 2018.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) apresentou documentos ao Departamento de Justiça americano reiterando sua visão de que o glifosato não apresenta risco de câncer.
Advogados da Bayer argumentam que o Congresso americano concedeu à EPA a autoridade sobre as etiquetas de segurança de produtos químicos nos EUA e que, ao já haver qualificado o produto como seguro, a agência não poderia aprovar a rotulagem de um alerta de risco de câncer para o Roundup Ready.
Ações similares às que correm nos Estados Unidos já foram impetradas o Canadá e na Austrália, mas no Brasil não há qualquer registro do gênero. Para o advogado Frederico Favacho, do escritório Mattos Engelberg, muito dificilmente a onda chegará ao país.
“Os EUA, o Canadá e a Austrália tem em comum o fato de se fundamentarem na linha do ‘common law’ [direito comum], em que as decisões se dão em tribunais na presença de um júri”, disse. Além do apelo popular atrelado a esses julgamentos, a figura dos casos precedentes também é muito forte nesses sistemas, segundo ele, o que motiva a moção de uma avalanche de processos nos EUA e de ações similares em outros países que adotam o “direito comum”.
No Brasil, segundo ele, existem duas diferenças fundamentais na lei que acabam barrando o surgimento de processos na mesma linha. Uma delas, que julgamentos desta natureza não se dão via júri popular e, a outra, que cabe ao requerente da ação apresentar provas e arcar com custos como os de perícia.
Louise Bosschart, advogada também do escritório Mattos Engelberg, considera que processos como os que envolvem a associação do glifosato à causa de câncer no Brasil tenderiam a seguir a trilha de ações movidas por fumantes contra a indústria do tabaco.
“Na maioria das vezes, os fumantes não conseguiram provar que seu câncer havia sido causado pelo cigarro, porque tinham outros fatores de risco envolvidos. Com o glifosato, a relação causal seguiria a mesma lógica”, disse ela.
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Fonte: Valor Econômico
5. Para crescer em distribuição, Nutrien fará mais aquisições
Maior produtora de fertilizantes do mundo, a multinacional canadense Nutrien deu o pontapé inicial na estratégia para se tornar a maior distribuidora de insumos agrícolas do Brasil em cinco anos. Anunciada no início de janeiro, a compra da paulista Agrosema Comercial Agrícola, que fatura cerca de US$ 60 milhões ao ano, marcou o primeiro passo da ofensiva, que se intensificará ao longo de 2020. O movimento de aquisições integra o pacote de US$ 1 bilhão que a companhia canadense irá investir no país nos próximos cinco anos.
Sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a compra da Agrosema agregará 12 lojas de insumos à Nutrien, que já tinha sete no país, em um esforço para construir o que André Dias, vice-presidente de operações e diretor financeiro da Nutrien no Brasil, chamou de “espinha dorsal” da distribuição da empresa no Brasil. A ambição do grupo é ter 100 lojas até o fim de 2022. O executivo, que fez carreira na Monsanto, onde foi presidente para o Brasil, também tem passagens por Syngenta Seeds e Nidera Seeds, vendida à chinesa Cofco em 2018.
Se no Brasil ainda é mais conhecida pela relevância na produção de fertilizantes, sobretudo potássio, o foco da Nutrien em distribuição não é uma novidade. Do faturamento anual de US$ 18 bilhões, metade é gerado no varejo de insumos. Nos Estados Unidos, o grupo tem 1,2 mil lojas e participação de 30% de um mercado de distribuição de insumos de US$ 40 bilhões.
No território brasileiro, onde ainda conta com pouca relevância, a Nutien aposta num modelo que associa a proximidade geográfica entre misturadoras de fertilizantes e revendas de insumos para virar líder nacional. Hoje, além de uma fábrica de fertilizantes especiais em Ribeirão Preto (SP), a companhia tem uma misturadora em operação em Itapetininga (SP), está prestes a inaugurar outra em Araxá (MG) e iniciou a construção da terceira em Cristalina (GO).
No médio prazo, a Nutrien quer replicar a estratégia logística aplicada nos EUA, onde conta com 15 mil veículos e centros de distribuição. A empresa também não descarta o lançamento de um ‘marketplace’ de insumos como o que mantém em terras americanas. Atualmente, o aplicativo da empresa nos EUA responde por quase 50% das vendas da Nutrien.
“Queremos nos tornar líderes no Brasil, o que significa faturar alguns bilhões de reais por ano”, disse Dias, sem arriscar um percentual de participação que, certamente, será inferior aos 30% nos EUA, de acordo com ele. Isso porque, no Brasil, em torno de 55% do mercado de US$ 30 bilhões está nas mãos de cooperativas e da indústria, que vendem defensivos diretamente aos produtores. O restante é de médias e pequenas revendas, com perfil semelhante ao da Agrosema e que, portanto, estão no radar da estratégia de expansão da empresa canadense.
“O que vimos na Agrosema foi uma empresa muito bem gerida, com boa aproximação com seus clientes, profundo conhecimento do mercado e bom relacionamento com a indústria. Uma empresa forte na distribuição e basicamente com ativos intangíveis”, resumiu, uma vez que a maior parte dos imóveis das suas lojas é alugado.
Para expandir as operações, alvos mais próximos das regiões nas quais a Nutrien já atua são prioridade. “Vamos crescer de onde estamos, São Paulo e sul de Minas, para áreas adjacentes”, afirmou Dias. Conforme o executivo, as lojas Nutrien Ag Solutions têm como foco atender produtores de médio porte, com áreas entre 100 hectares a 3 mil hectares, e que buscam também ofertas de serviços agronômicos e logística.
Nas prateleiras, além de fertilizantes, a Nutrien planeja oferecer defensivos e sementes proprietários e de concorrentes, disse Dias. Na área de serviços, a ideia é fazer parcerias com startups no Brasil. Nos EUA, a empresa foi além e adquiriu, em 2018, a agtech Agrible, de monitoramento de lavouras e recomendação agronômica, por US$ 63 milhões. Em 2019, foi a vez da Waypoint, de análise de solos.
Enquanto estrutura a área de distribuição no Brasil, a Nutrien sofre com os efeitos da queda nos preços dos fertilizantes, especialmente no mercado dos Estados Unidos. Para tentar equilibrar a balança, a própria Nutrien, maior produtora mundial de potássio, suspendeu temporariamente a exploração de três minas no Canadá.
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Fonte: Valor Econômico
6. Anglo American compra Sirius Minerals por US$ 526,5 milhões
A mineradora britânica Anglo American fechou um acordo para a compra da Sirius Minerals, fabricante de fertilizantes, por 404,9 milhões de libras (cerca de US$ 526,5 milhões).
A expectativa é que o acordo seja concluído ao fim de março. O pagamento aos acionistas da Sirius será feito em dinheiro.
Após o anúncio do acordo, nesta manhã, os papéis da Anglo American operavam em leve queda em Londres, enquanto os da Sirius avançavam mais de 2%.
Em setembro de 2018, a Sirius Minerals anunciou a compra de 30% da Cibra, distribuidora de fertilizantes com sede no Brasil.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. Produção de carne suína da China é a menor em 16 anos
Assolada pelo vírus da peste suína africana, a produção de carne de porco da China de 2019 recuou ao menor nível em 16 anos, conforme dados do governo chinês citados pela agência Reuters.
No ano passado, o país asiático produziu 42,5 milhões de toneladas de carne suína, redução de 21,3% na comparação com o ano anterior. Trata-se do menor patamar desde 2003.
O problema sanitário na China provocou mudanças significativas no comércio global de carnes. A carne de porco é a mais consumida no país. Antes da epidemia, o país era responsável por cerca de 50% da produção mundial dessa proteína.
Para suprir a demanda chinesa, o país asiático ampliou significativamente as importações não apenas de carne suína, mas também de e frango e bovina. Frigoríficos de países como Brasil e Argentina se beneficiaram da demanda chinesa.
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Fonte: Valor Econômico
8. Pescadores atingidos por óleo recebem 2ª parcela do auxílio emergencial
A segunda parcela do auxílio emergencial concedido a 65.983 pescadores profissionais artesanais de áreas afetadas pela mancha de óleo no litoral brasileiro começa a ser paga nesta terça-feira (21), segundo o Ministério da Agricultura.
O pagamento segue o calendário de saque dos benefícios sociais, de acordo com o final do Número de Identificação Social (NIS) do beneficiário.
O profissional precisa estar inscrito no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), em situação ativa nas categorias peixes, crustáceos, moluscos e outros, e atuação em área marinha ou de estuário. O auxílio emergencial pecuniário foi criado pela Medida Provisória nº 908/2019 e beneficia pescadores que atuam em municípios dos nove estados do Nordeste, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo atingidos pelo vazamento de óleo.
Conforme a pasta, a primeira parcela foi paga em dezembro. Cada parcela é de R$ 998, totalizando R$ 1.996. O dinheiro poderá ser sacado em até 90 dias, contados da data da disponibilização do crédito ao beneficiário. Esse benefício não interfere no recebimento, pelos pescadores, do seguro-defeso, conforme legislação específica.
Os pescadores podem sacar o benefício com o cartão social em qualquer canal da Caixa, como casas lotéricas, terminais de autoatendimento e correspondentes Caixa Aqui. Os que não têm o cartão precisam ir à uma agência do banco levando documento de identificação com foto e o NIS.
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Fonte: Valor Econômico
9. No Brasil, preço da carne também cai
Apontada como a vilã do churrasco do brasileiro no fim do último ano, a China agora deve contribuir com a queda dos preços da carne bovina no mercado doméstico, um movimento já em curso.
No atacado paulista, o preço da carcaça bovina está em R$ 11,50 o quilo, conforme levantamento da consultoria Agrifatto. Em novembro do ano passado, quando o boi gordo atingiu o maior patamar da história na esteira da habilitação de vários frigoríficos pela China, a carcaça chegou a R$ 16 por quilo.
Aos poucos, os indicadores de preços começam a mostrar o refluxo da carne bovina, também porque o consumidor reagiu aos preços altos. Nos supermercados, há casos de carnes próximas do vencimento vendidas com descontos.
Divulgada ontem, a segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostrou a desaceleração da alta da carne bovina, de 15,4% para 2,74% entre dezembro e janeiro. “Há uma indicação de que a queda [no preço da carne] vai se intensificar”, disse o economista André Braz, da FGV.
Nesse cenário, a tendência é que o preço do boi gordo, principal custo de produção dos frigoríficos, caia ainda mais. De acordo com o indicador Esalq/B3, a cotação do animal em São Paulo recuou quase 7% em janeiro. Desde o pico histórico, no fim de novembro, o indicador do boi gordo acumula retração de 17%. (Colaborou Alessandra Saraiva, do Rio)
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Fonte: Valor Econômico
Agroenergia
10. Começa disputa contra a Índia na OMC
O confronto entre o Brasil e a Índia envolvendo a exportação de açúcar começou agora para valer na Organização Mundial do Comércio (OMC), com a apresentação por Brasília de sua primeira petição com argumentos contra os programas de subsídios indianos.
A estimativa de produtores é que a produção indiana de açúcar cresceu de 22 milhões de toneladas em 2016/17 para 34 milhões de toneladas em 2017/18, resultando num superávit de mais de 12 milhões de toneladas. A Índia tornou-se o maior produtor mundial num cenário no qual o Brasil reduziu sua produção em quase 10 milhões de toneladas e aumentou o foco na produção de etanol.
Conforme o setor privado, os subsídios indianos provocam depressão nos preços internacionais, causando US$ 3 bilhões anuais de prejuízo a outros exportadores. Somente o Brasil estima perder entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,3 bilhão ao ano com a política de subsídios.
A Índia estabeleceu um plano de exportar 5 milhões de toneladas em 2018/19, e fornece subsídios que estão vinculados ao desempenho exportador, o que também atropela as regras da OMC.
No contencioso, a Índia tem até 19 de março para responder à petição brasileira. A primeira audiência diante dos painelistas na OMC deverá ocorrer no dia 12 de maio.
Enquanto isso, nesta semana os governos do Brasil e da Índia vão assinar um memorando de entendimento pelo qual se comprometem a intensificar a cooperação bilateral em bicombustíveis, para promover a produção e uso de etanol, biodiesel, bioquerosene e biogás, por exemplo.
Assim, ao mesmo tempo em que Brasília mostra o “braço forte”, com a queixa na OMC, também acena com a “mão amiga”, para ajudar os indianos a diversificar sua enorme produção, como diz Eduardo Leão de Souza, diretor-executivo da União da Industria de Cana de Açúcar (Unica).
Para o Brasil, interessa criar condições para a formação de um mercado global de etanol. Hoje, a comercialização internacional do biocombustível representa apenas 10% do que é produzido. O objetivo é a “comoditização” do etanol a longo prazo.
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Fonte: Valor Econômico
11. Biodiesel 2.0: novos desafios
A indústria brasileira de biodiesel deu seu primeiro passo rumo a um novo ciclo de crescimento e de contribuições para o País. Após 15 anos do início do programa, projeta-se para 2020 um volume de produção de 6,9 bilhões de litros, número impressionante diante do 1,2 bilhão do primeiro ano da mistura obrigatória, em 2008.
O ano de 2019 foi, sem dúvidas, um divisor de águas. Em poucos meses, a mistura obrigatória foi elevada de 10% (B10) para 11% (B11) do diesel comercial durante a entressafra da soja e num ano com forte demanda internacional pelo óleo de soja. O aumento da demanda interna derivada da retomada do crescimento econômico adicionou complexidade à conjuntura.
A cadeia produtiva mostrou-se preparada para o desafio: a oferta de matérias-primas acompanhou a demanda e os arranjos produtivos com a agricultura familiar cresceram. Ao mesmo tempo, foram concluídos os testes em motores e a especificação de qualidade tornou-se ainda mais rigorosa e abriu o caminho para a aprovação técnica do B15, patamar que será atingido com aumentos de 1 ponto porcentual até 2023 e levará à produção de 9,5 bilhões de litros. Essa etapa será seguida, então, por uma nova, que promova o B20 até 2028, quando, então, se projetam 15 bilhões de litros de produção. Os moradores das cidades também serão beneficiados com os efeitos positivos sobre a qualidade do ar.
Os leilões de biodiesel também se consolidaram como excelentes e seguras plataformas de comercialização, ao proporcionarem ambiente de alta competição entre as usinas, o que favorece o consumidor final com alta qualidade e preços estáveis ao longo dos dois meses de entregas.
A determinação legal de crescimento da mistura deriva do reconhecimento público do papel estratégico do biodiesel na segurança energética brasileira, visto que a produção doméstica de diesel mineral é claramente insuficiente para atender às necessidades internas e as importações atingem volumes recordes. Com redução mínima de 70% das emissões de gases de efeito estufa em relação ao produto de origem fóssil, o biodiesel brasileiro se torna essencial no apoio do País para cumprir as metas do Acordo de Paris.
É com esse espírito que foi criada a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio): fomentar a produção e o consumo doméstico de biocombustíveis limpos num cenário de aumento da demanda. Neste caso, destaca-se o pioneirismo das usinas de biodiesel na certificação energético-ambiental, sendo destaques os trabalhos pelo aproveitamento crescente de resíduos na produção, como gorduras animais e óleos de fritura recuperados.
Os próximos anos exigirão ainda ajustes na normativa do Selo Combustível Social, de forma a torná-lo mais ágil e eficiente e fortalecer a inclusão da agricultura familiar no programa. Também serão aprofundadas as discussões sobre os usos com B20 e superiores e as potencialidades regionais. Os maiores desafios, todavia, concentram-se no estímulo à oferta de matérias-primas.
Em 2020, mais da metade do processamento estará diretamente relacionada à demanda de óleo para biodiesel e este, dessa forma, atua como vetor de ampliação da oferta de alimentos, pois estimula a industrialização de soja e a produção de farelo proteico, ingredientes essenciais para a produção de proteínas animais.
Portanto, o cenário indica que as perspectivas para a demanda de óleo são firmes, positivas e contam com a previsibilidade adequada até o B15. Resta necessário ampliar a oferta doméstica de óleos vegetais e gorduras animais como o maior desafio setorial. Para isso, é fundamental recuperar a competitividade do farelo de soja brasileiro com a isonomia tributária interna do processamento em relação às exportações de soja in natura e com a abertura de mercados internacionais, além do fortalecimento das indústrias de proteína animal. O biodiesel 2.0, portanto, proporciona ao Brasil um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável.
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Fonte: Udop
12. RenovaBio: São Martinho faz primeira emissão de pré-CBios
Nesta segunda (20), foram gerados os primeiros créditos de carbono do RenovaBio. Ainda assim, não se trata de uma emissão, apenas do cadastro dos biocombustíveis vendidos pela usina, o que gera um saldo chamado pré-CBio.
No total, foram gerados 7.867 pré-CBios para a Usina Boa Vista, da São Martinho. A unidade, localizada em Quirinópolis, teve sua certificação aprovada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em novembro de 2019.
Atualmente, quatro usinas de etanol já concluíram todo o processo de certificação junto à agência. Além da Boa Vista, também foram aprovadas a Vale do Paraná (Pantaleon), a Usina Da Mata e a CerradinhoBio.
A comercialização dos créditos, por sua vez, ainda precisa ser regulamentada.
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Fonte: EPBR/NovaCana
Grãos e Grandes Culturas
13. Ásia e África avançam em moagem de cacau
As fábricas que processam cacau instaladas nos países ricos voltaram a perder espaço para aquelas mais próximas dos polos produtores da fruta em 2019. O volume de amêndoas processadas na Costa do Marfim, maior produtora de cacau do mundo, e na Ásia-- que abriga extensas lavouras na Malásia e Indonésia - aumentaram no ano passado, enquanto as indústrias da Europa e da América do Norte registraram decréscimo.
A Associação Europeia do Cacau (ECA), informou na semana passada que as 23 associadas reportaram ligeira retração no volume processado ante 2018, para 1,433 milhão de toneladas. Na América do Norte, a Associação Nacional dos Confeiteiros reportou que 17 indústrias tiveram queda de 2% na quantidade de cacau moída no período, para 474,2 mil toneladas.
Tradicionalmente, os investidores da cadeia do cacau e do chocolate prestam mais atenção aos dados de Europa e América do Norte para avaliar o cenário de demanda, já que se tratam dos maiores centros de consumo. Porém, os dados de 2019 dessas duas regiões dizem exatamente o contrário sobre o que se passou no mercado global.
As indústrias instaladas na Costa do Marfim processaram mais cacau que as dos EUA, Canadá e México somadas. Foram moídas 593 mil toneladas no país em 2019, quase 5% mais que no ano anterior, de acordo com dados do Grupo Profissional de Exportadores de Café e Cacau da Costa do Marfim (Gepex) reportados pela agência Reuters. O crescimento da moagem da amêndoa na Ásia foi ainda maior: de 12%, para 876,3 mil toneladas, segundo a Associação Asiática de Cacau.
A migração da moagem para os países produtores é facilitada pelo fato de que as principais processadoras do mundo são empresas com presença global. Para Fabio Rezende, analista da consultoria INTL FCStone, esse movimento das multinacionais sempre foi economicamente mais vantajoso, mas só se tornou possível com a estabilização política de alguns países, como a Costa do Marfim, que passou por uma guerra civil nove anos atrás.
Se as indústrias localizadas na Costa do Marfim não fizessem mais investimentos, já conseguiriam ampliar o volume processado para 712 mil toneladas por ano, que é a capacidade instalada do país. Mas as multinacionais continuaram realizando aportes para ganhar espaço em suas fábricas.
Em dezembro, a Cargill anunciou investimento de US$ 100 milhões para aumentar a capacidade de sua planta em Yopougon, na Costa do Marfim, em 50%, e mais US$ 13 milhões para expandir sua unidade de Tema, em Gana, em 20%. Em março passado, a Barry Callebaut começou um investimento de 55 milhões de francos suíços para ampliar em 40% sua planta em Abidjan, capital marfinense. A companhia ainda está construindo sua segunda planta na Indonésia e começou em julho a erguer uma nova fábrica na Índia.
Segundo Rezende, os aportes na Costa do Marfim elevarão a capacidade do país para 847 mil toneladas por ano. Em Gana, a capacidade já é de 475 mil toneladas ao ano.
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Fonte: Valor Econômico
14. Preços firmes do milho no mercado interno
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no acumulado dos últimos sete dias, o preço do milho caiu 2,0% na região de Campinas-SP. A saca de 60 quilos está cotada em R$52,00, sem o frete.
A previsão de estoques menores na temporada, a boa demanda e o dólar valorizado dão sustentação aos preços no mercado interno. No entanto, a pressão de alta está menor em relação as primeiras semanas do ano, devido às chuvas dos últimos dias no Rio Grande do Sul.
A colheita da safra de verão e a semeadura da segunda safra estão em andamento no país.
Em Mato Grosso, até o dia 17/1, a semeadura do milho de segunda safra (2019/20) alcançou 1,9% da área destinada à cultura, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
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Fonte: Scot Consultoria/Agrolink
15. Cepea: preços do trigo sobem no País com ausência de vendedores e dólar alto
A ausência de vendedores no mercado de trigo tem impulsionado os preços internos do cereal. O patamar elevado do dólar, acima de R$ 4,17 no mercado futuro da B3, também pesa, ao encarecer as importações. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a oferta do trigo de qualidade - com PH 78 ou superior - é baixa e as cotações continuam elevadas mesmo com a demanda da indústria enfraquecida, já que os moinhos mantêm estoques que atendem, em média, dois meses.
Com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Cepea destaca que, até a primeira dezena de janeiro, o cereal importado da Argentina era negociado a R$ 993,08 por tonelada, enquanto o trigo brasileiro, no Paraná, estava em R$ 879,77 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, o trigo importado era cotado a R$ 963,56 por tonelada, contra R$ 804,03 por tonelada no Estado.
Nesse cenário, entre 10 e 17 de janeiro, os preços do trigo no mercado de lotes subiram 0,7% do Rio Grande do Sul, 1,4% no Paraná, 2,6% em São Paulo e 5,3% em Santa Catarina, conforme cálculos do Cepea. Quanto ao mercado de balcão (valor pago ao produtor), as cotações subiram 2,1% no Rio Grande do Sul e 0,9% no Paraná. Na Argentina, o Ministério da Agroindústria registrou avanço de 9% no preço FOB, a US$ 230 por tonelada na sexta-feira, 17.
"Este é o maior valor desde o final de outubro de 2019, período que antecedeu a colheita. A alta está atrelada à maior demanda pelo cereal. A Bolsa de Rosário indica, contudo, que o valor do produto que será embarcado em janeiro é referente a contratos fechados anteriormente e, atualmente, não há interesse significativo em realizar novos negócios", mostra a análise.
Por outro lado, já foram comercializadas 14,8 milhões de toneladas de trigo argentino - sendo 13,44 milhões de toneladas para exportação e 1,4 milhão de toneladas, para o mercado interno, o que deixa menos de 5 milhões de toneladas para serem comercializadas.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural