Clipping Agribusiness | 24 de abril
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. João Doria e FPA anunciam criação do Salão Internacional do Agro
O governador de São Paulo, João Doria, participou nesta terça-feira, dia 23, de uma reunião com representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e anunciou a criação de um Salão Internacional do Agronegócio no estado. A ideia, segundo Doria, é reunir produtores, compradores, cientistas e universidades para discutir o setor rural.
“Será uma grande oportunidade onde poderemos falar da desmistificação da criminalização da agropecuária, da nossa forma de consumir alimentos. A verdade tem que começar no solo de quem planta e terminar na mesa de quem come”, disse o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB – PR).
O governador de São Paulo, acompanhado dos secretários de estado de Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles, e de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, deu os créditos do evento à FPA. “Essa ideia nasceu aqui, dou o crédito integralmente a vocês e São Paulo abraçou esta ideia. Não haverá nenhuma interferência nos demais salões, eventos e exposições do agro brasileiro que já acontecem. Vamos trazer grandes compradores internacionais como China, EUA, Ásia e mercado europeu para virem ao Brasil e falarem diretamente com os produtores, tanto os cooperativados, como os da indústria do setor agro”, explicou.
A comitiva de Doria apresentou dados que medem a importância do setor para a economia paulista: 20% do PIB do agro vêm de São Paulo e o maior exportador de proteína animal do mundo é o Porto de Santos. Parlamentares aproveitaram para agradecer o apoio do estado à renovação do Convênio 100 – acordo em que os estados abrem mão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) nos transportes interestaduais de insumos agropecuários.
“Nós estamos completamente alinhados com o setor. Somos um governo desonerador. Não temos medo de reduzir os impostos quando necessário, sem comprometer o equilíbrio fiscal, para melhorar a condição também do agro. Fizemos isso recentemente, quando eliminamos o ICMS sobre as hortaliças lavadas e embaladas. Isso reduziu o preço do consumidor final e estimulou os micro, pequenos e médios produtores de hortaliças no interior do estado de São Paulo”, disse ele.
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Fonte: Canal Rural
2. Grupos dos EUA exigem negociações constantes com Japão
Uma carta assinada por quase 90 associações, organizações e empresas agrícolas norte-americanas foi enviada ao representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, pedindo a negociação de um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão. Lighthizer se reuniu com o ministro da Revitalização Econômica do Japão, Toshimitsu Motegi, de 15 a 16 de abril, em Washington, DC, sendo que mais negociações foram indicadas.
Os grupos querem que o acordo de comércio restaure, expanda e acelere o acesso dos alimentos e produtos agrícolas dos EUA ao mercado japonês. A carta descreve o crescimento benéfico que um acordo comercial entre os dois países poderia criar. "Como o quarto maior mercado de produtos agrícolas dos EUA, o acesso melhorado ao Japão é imperativo para o crescimento contínuo do setor e para os milhões de empregos americanos que ele ajuda a sustentar", disse a carta.
De acordo com a carta, a indústria alimentícia e agrícola norte-americana está tendo dificuldade em competir nos mercados japoneses devido a acordos como o Acordo Global e Progressivo para a Parceria Trans-Pacífico (CPTPP) e o Acordo de Parceria Econômica UE-Japão (UE-Japão). “Como resultado, os exportadores norte-americanos de trigo, carne bovina, carne suína, laticínios, vinho, batatas, frutas e vegetais e outros produtos estão enfrentando o colapso de sua participação no mercado japonês à medida que essas vendas lucrativas são entregues aos seus concorrentes”, indica.
Os grupos ligados à agricultura disseram que é importante que o acordo de comércio potencial entre os Estados Unidos e o Japão inclua disposições de acesso ao mercado que sejam pelo menos iguais aos termos do CPTPP e do UE-Japão no primeiro estágio da implementação.
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Fonte: Agrolink
3. Assessor de Trump diz estar "cautelosamente otimista" sobre acordo comercial com a China
O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse nesta terça-feira que está "cautelosamente otimista" de que os Estados Unidos fecharão um acordo comercial com a China e que muito progresso está sendo feito nas negociações.
Falando em um almoço no National Press Club, Kudlow disse que os dois países ainda têm problemas para resolver e estão discutindo uma "troca de visitas" como parte de suas conversas em andamento.
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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas
Insumos
4. Negociações do Plano Safra na reta final
A tradicional queda de braço entre a equipe econômica e o Ministério da Agricultura na elaboração do Plano Safra caminha para uma vitória do Ministério da Economia. Nas discussões, a equipe comandada por Paulo Guedes sinaliza com um menor volume de recursos com juros controlados e barra qualquer possibilidade de redução das taxas de juros - na verdade, há até quem defenda um aumento dessas taxas.
O aumento de subsídios ao seguro rural, pedido constante da ministra da Agricultura Tereza Cristina, também deve ficar aquém do esperado. A ministra quer R$ 1 bilhão para o programa de subvenção ao seguro. Para este ano, estão reservados R$ 440,5 milhões, sem contar os eventuais cortes de Orçamento.
A depender da equipe econômica, as taxas de juros e a oferta de crédito do Plano Safra 2019/20, que entrará em vigor em 1º de julho, serão piores do que nos anos anteriores. O entorno do ministro Paulo Guedes dá sinais de que o orçamento para equalização das taxas de juros do crédito rural, que soma R$ 10 bilhões por ano-safra, deverá sofrer cortes. A intenção da equipe econômica, como já indicado, é reduzir sobretudo o volume de recursos subsidiados para os grandes produtores, preservando "quem mais precisa", afirmou uma fonte, mencionando os pequenos e médios. Aos produtores de menor porte, o volume de crédito rural a juros controlados seria mantido.
Nesse cenário, a tendência é que o montante total de recursos reservado ao Plano Safra fique em linha com o volume efetivamente liberado pelos bancos, que deve bater o recorde e atingir a marca de R$ 178 bilhões até o fim deste ciclo (em 30 de junho), conforme cálculos do governo.
Na leitura da equipe econômica, também não há espaço para redução das taxas de juros do crédito rural. Hoje, a taxa dos empréstimos para o custeio agropecuário está em 8,5% por ano. Tamanha é a intenção de cortar gastos da equipe de Guedes que a manutenção da taxa de juros seria vista como uma vitória do Ministério da Agricultura.
Nesse sentido, a equipe econômica entende que o governo Temer errou ao reduzir as taxas fixas, que estavam em 9,5% por ano para o custeio. Ao reduzir a taxa, argumentou uma fonte, o governo gerou uma demanda superaquecida por crédito nas agências bancárias que fez aumentar os preços de produtos como máquinas agrícolas. Não à toa, acrescentou a fonte, os R$ 8,9 bilhões destinados para o Moderfrota, linha para financiar a aquisição de máquinas agrícolas, acabaram antes do fim da safra.
A visão da equipe econômica não é, definitivamente, a mesma de representantes do agronegócio. "A derrota para a agricultura no próximo Plano Safra seria continuarmos como está hoje, com juros livres de 9%, em média, e juro controlado de 8,5% ao ano", disse o vice-presidente da Comissão Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio da Luz. "Vamos brigar até o último dia para que o juro baixe, porque o governo não precisa botar mais dinheiro no crédito, é só mexer no spread, que é muito elevado hoje", avaliou.
Em meio ao embate, o Ministério da Agricultura tenta convencer o governo a frear as mudanças estruturais no sistema de crédito rural com a velocidade com que desenha a Economia. Nos próximos dias, Tereza Cristina deverá ter reuniões com Guedes e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, para afinar detalhes do Plano Safra. A ministra tenta evitar uma derrota nessa disputa, mas na melhor das hipóteses só conseguirá a manutenção das taxas do crédito rural a juros reais de 4,5% por ano, caso a taxa básica de juros (Selic) permaneça no patamar de 6,5% por ano, avaliou uma fonte a par do assunto.
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Fonte: Valor Econômico
5. Elanco começa trajetória independente da Eli Lilly
"Subproduto" da pesquisa farmacêutica, a indústria veterinária será cada vez mais independente de suas origens. Essa é a aposta da Elanco, que em março concluiu o processo de separação do laboratório Eli Lilly, um das maiores fabricantes de medicamentos humanos do mundo.
Até outubro, a Elanco era o braço de saúde animal da farmacêutica americana. Naquele mês, a Lilly abriu o capital de sua veterinária na bolsa de Nova York, vendendo uma participação de 20%. Em março, a farmacêutica deu os 80% em ações da Elanco que ainda tinha para os próprios acionistas, deixando de ter qualquer participação na companhia que fundou e que se tornou a quarta principal veterinária, só atrás de Zoetis, MSD e Boehringer . No último ano, as vendas da Elanco renderam em torno de US$ 3 bilhões.
Na indústria veterinária, a primeira grande separação entre criatura e criador ocorreu há seis anos, quando a farmacêutica americana Pfizer desmembrou a Zoetis, que é a principal indústria veterinária do mundo, com vendas anuais de quase US$ 6 bilhões. A mudança trouxe retorno para os investidores - os papéis da Zoetis triplicaram de valor desde a sua abertura de capital.
Na Lilly, o desmembramento da área veterinária não estava nos planos. Mesmo quando os investidores da concorrente já haviam embolsado bons lucros com a separação, há alguns anos, o caminho era rejeitado. "Não há intenção de fazer um spin-off", chegou a dizer, em entrevista ao Valor em janeiro de 2016, o principal executivo da Elanco, Jeff Simmons. Na ocasião, o executivo sustentou que a divisão veterinária respondia por 20% do faturamento da Lilly e que era tão importante como os negócios de diabetes e oncologia.
De lá para cá, porém, a situação mudou - e as lideranças da Lilly também, embora Simmons tenha continuado à frente da empresa veterinária. Ao Valor, o diretor-geral da Elanco no Brasil, Carlos Kuada, ressaltou que, nos dois casos, as justificativas eram "estratégicas", seja para manter a empresa sob o controle da Lilly como para separá-la.
"Houve uma grande mudança de liderança dentro da Lilly e decidiram rever a estratégia para alguns negócios. Eles buscaram alternativas que melhor remunerassem os acionistas", disse o executivo brasileiro. De fato, os investidores saíram no lucro. Quando a Lilly listou a Elanco na bolsa de Nova York, as ações valiam US$ 24. Agora, estão em US$ 30, uma alta de 25%, enfatizou Kuada. Com isso, a Elanco é avaliada em pouco mais de US$ 11,3 bilhões na bolsa.
De certo modo, as razões que justificavam a manutenção da área veterinária sob o guarda-chuva da farmacêutica vêm se diluindo. Segundo Kuada, os medicamentos veterinários não são mais originados das pesquisas farmacêuticas.
"Acho que vai haver cada vez mais uma especialização", afirmou o executivo, citando o desenvolvimento de produtos para combater doenças específicas de cães e gatos.
De acordo com Kuada, o desenvolvimento de medicamentos para animais é mais rápido do que para humanos, o que torna a indústria veterinária mais estável. Nas farmacêuticas, o vencimento de uma patente provoca quedas bruscas de faturamento, comparou o executivo.
Nesse cenário, os investidores em busca de estabilidade nos resultados estariam mais propensos a comprar ações de uma indústria veterinária independente, avaliou. "É um crescimento talvez mais moderado, mas persistente ao longo do tempo", disse, sobre o que ele considera ser uma vantagem das indústrias veterinárias.
Para a Elanco, o crescimento ao longo do tempo depende do Brasil. Dado o potencial de sua pecuária, o país é o segundo mais importante - a empresa não divulga o faturamento por país -, atrás apenas dos EUA.
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Fonte: Valor Econômico
6. Economia confirma que recursos para seguro rural não estão garantidos
O Ministério da Economia confirmou nesta terça-feira que não há garantia de que o governo alocará R$ 1 bilhão para o programa de subvenção dos prêmios do seguro rural como defende a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
“Haverá dinheiro para o seguro se conseguirmos remanejar recursos. Não temos conclusão ainda. Não sei se chega a esse valor [R$1 bilhão]”, afirmou Rogério Boueri, secretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, em evento sobre seguro promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em Brasília.
“O Ministério da Economia vê com bons olhos o pleito da ministra de aumentar o PSR, mas não adianta aumentar para o seguro e causar mais déficit no Orçamento”, acrescentou. Como mostrou hoje o Valor, a equipe econômica vem sinalizando que não há espaço fiscal para alcançar o patamar de R$ 1 bilhão para a subvenção ao seguro, que está orçada em R$ 440,5 milhões para 2019.
A ministra Tereza Cristina enfatizou a necessidade de se melhorar o seguro rural no Brasil, mas ponderou que os avanços não se darão “do dia para a noite”. “Temos que caminhar para um seguro melhor, mas temos muito a andar e fazer. Nossa agricultura precisa de mais tranquilidade, mais segurança para produzir”, destacou.
O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, reforçou a demanda por um orçamento maior e mais previsibilidade para as ações do governo em geral o para o seguro rural em particular. E voltou a cobrar o Executivo. “Precisamos de um empurrão do governo, mas também de produtos diferenciados para cada cultura e região”, frisou.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. Peste suína na China faz ações de frigoríficos dispararem
Impulsionados pelo surto do vírus da peste suína africana na China, os frigoríficos brasileiros ganharam R$ 17,6 bilhões em valor de mercado apenas em abril, mês em que o impacto da doença começou a ser incorporado pelos analistas de importantes corretoras. No acumulado de 2019, o ganho é maior - de R$ 31,8 bilhões -, mas muito concentrado na JBS.
Juntas, os quatro frigoríficos brasileiros listados na bolsa (JBS, BRF, Marfrig e Minerva) valiam, ontem, R$ 85,8 bilhões na B3, crescimento de 26,8% ante os R$ 68,2 bilhões do fim de março. Por serem as empresas mais valiosas, JBS e BRF explicam a maior parte do movimento. Em abril, a dona da Sadia e Perdigão ganhou quase R$ 6 bilhões em valor de mercado. A dona da Friboi, por sua vez, ganhou mais de R$ 10 bilhões na B3.
No ano, a JBS também é a principal estrela. O valor de mercado da empresa aumentou em mais de R$ 20 bilhões, atingindo quase R$ 54 bilhões. No período, a BRF ganhou R$ 6,5 bilhões. Além da peste suína, os investidores já estavam animados com a JBS, diante da melhor percepção sobre a governança da empresa e as boas perspectivas para a produção de carne nos Estados Unidos.
Na bolsa, o gatilho de compras foi disparado, em grande medida, na semana passada, quando o banco Morgan Stanley recomendou enfaticamente as ações de frigoríficos.
Desde então, os papéis da JBS intensificaram o movimento de alta, renovando seguidamente o recorde dos papéis. Ontem, mais uma vez, a empresa da família Batista fechou o pregão a R$ 19,72, maior patamar da histórica da empresa.
Os papéis da BRF, que sofriam com o ceticismo dos investidores em relação à recuperação da rentabilidade da companhia, ganhou tração neste mês. As ações da dona das marcas Sadia e Perdigão regressaram ontem ao patamar anterior à
Operação Trapaça, investigação da Polícia Federal (PF) que chegou a prender ex-executivos da BRF em março do ano passado.
No embalo da peste suína africana, as brasileiras Marfrig e Minerva, grandes exportadoras de carne bovina, também subiram. No pregão de ontem, a Marfrig registrou a maior alta do Ibovespa (7%), atingindo o maior patamar desde agosto (R$ 7,52). Por sua vez, os papéis da Minerva, que não compõe o principal índice da bolsa, subiram 8,9% ontem, cotadas a R$ 7,99.
Na avaliação do analista Leandro Fontanesi, do Bradesco BBI, as ações da BRF ainda têm potencial para subir mais. O preço-alvo da corretora para os papéis é de R$ 35, o que embute um potencial de valorização de 17% sobre a cotação de ontem. No caso da JBS, o analista vê menor potencial, com preço-alvo de R$ 19.
Na avaliação do analista Leandro Fontanesi, do Bradesco BBI, as ações da BRF ainda têm potencial para subir mais. O preço-alvo da corretora para os papéis é de R$ 35, o que embute um potencial de valorização de 17% sobre a cotação de ontem. No caso da JBS, o analista vê menor potencial, com preço-alvo de R$ 19.
Segundo o analista, o mercado ainda não precificou a redução de custos que será provocada pelo surto de peste suína na China. Em razão da liquidação de milhões de animais, os chineses demandarão menos grãos (soja e milho). Com isso, o preço da ração animal tende a ficar mais barato em países como o Brasil, beneficiando BRF e Seara, o negócio de frango e suíno da JBS.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Crise reformulará mercado global de proteínas animais
Diante da morte de milhões de suínos na China, o resto do mundo começa a se conscientizar sobre o problema. A população de porcos do país, a maior do mundo, deverá diminuir mais de 30%, com a perda de cerca de 130 milhões de animais, diante do surto de peste suína africana (PSA) que devasta as granjas chinesas.
A crise reformulará os mercados globais de proteínas, puxando para cima os preços, ao mesmo tempo em que a China, principal país produtor e consumidor mundial de carne suína, se prepara para anos de escassez e desabastecimento em seu mercado. "Esse foi um poderoso agente de mudança", diz Jais Valeur, CEO da Danish Crown, maior processadora europeia de carne suína. "Estamos apenas começando a ver o verdadeiro impacto da peste suína africana."
O vírus da PSA é fatal para os suínos, e não tem cura. A atual onda de focos começou na Geórgia em 2007 e se alastrou para partes da Europa Oriental e da Rússia antes de chegar à China, em agosto do ano passado. Após Pequim sustentar por oito meses que a situação estava sob controle, a crise se tornou inegável. O Ministério da Agricultura chinês informou na semana passada que uma estimativa preliminar sugere que os preços da carne suína subirão mais de 70% no segundo semestre.
A queda acentuada da população de porcos da China abalou todo o setor de alimentos mundial. Os contratos futuros de suínos em pé dispararam em Chicago. As ações de frigoríficos dispararam em São Paulo e em Nova York. As vendas de carne suína dos EUA para a China bateram recorde, apesar da tarifa de 62% imposta por Pequim sobre o produto americano em meio às disputas comerciais entre os dois países.
A população chinesa, de 1,4 bilhão de habitantes, consome 55 milhões de toneladas de produtos à base de carne suína por ano, de longe o maior volume dentre todos os países do planeta. O consumo de carne das famílias cresceu persistentemente com a alta da renda, e o grosso dessa demanda era atendido por uma população doméstica de mais de 430 milhões de suínos antes do surto.
Mas as mortes causadas pela doença e pelo sacrifício de animais deverão resultar numa redução de 130 milhões de porcos na China até o fim deste ano, segundo estimativas da analista Christine McCracken, do Rabobank. "Não é pouca coisa. Eles têm 50% dos suínos do mundo e perderam 30% dessa produção", disse.
O impacto do problema será duradouro. Ernan Cui, analista de consumo para a China da Gavekal Dragonomics, afirmou que, embora a erradicação da PSA tenha levado pelo menos cinco anos em outros países, o tamanho do mercado chinês, sua estrutura reguladora e seus baixos parâmetros sanitários deverão prolongar a crise.
"Para o país como um todo, pode ser um processo muito prolongado. É provável que dure mais que uma década", disse ela. Cui acrescentou que a doença deverá acelerar a concentração de capital no segmento, na medida em que as pequenas fazendas de criação, responsáveis por cerca de 66% da oferta, enfrentam dificuldades para arcar com os custos necessários para deter a doença.
O Rabobank prevê escassez em outros países da Ásia e da América Latina dependentes de importações, numa "mudança sem precedentes do comércio" em vista do redirecionamento da oferta de carne suína para o mercado chinês.
Os efeitos dessa guinada deverão se propagar para todos os lugares e proteínas animais. A Europa já é a maior parceira comercial da China em carne suína. Valeur, da Danish Crown, disse que os embarques de carne suína congelada para a China dobraram desde fevereiro, quando comemorações marcaram, ironicamente, o início do Ano do Porco.
Normalmente, a maior parte das importações é limitada a itens como pés, orelhas e vísceras. Mas, "nos últimos dois meses, quase tudo está sendo encomendado pela China", afirmou o executivo.
"O Brasil é um país que está bem posicionado para um crescimento acelerado" das exportações de carne suína para a China, ao mesmo tempo em que seus embarques de carne bovina e de frango também poderão aumentar, avaliou o Morgan Stanley. "É notório que a China passará a importar mais, e que essa nova demanda abrange todos os tipos de proteína, e não apenas suínos", informou a brasileira JBS, maior empresa de carnes do mundo, com operações em diversos países (ver matéria acima)
A expectativa de aumento das compras chinesas também alimentou uma alta expressiva dos contratos futuros de animais de criação em Chicago. Os papéis do suíno em pé para entrega em junho estavam em US$ 0,96 por libra-peso (453,59 gramas) na bolsa na semana passada, em alta de 25% em relação ao início de março, quando a China começou a aumentar as aquisições de carne de porco americana, que hoje totalizam mais de 127 mil toneladas.
Mas, devido às tensões comerciais entre Washington e Pequim, os produtores americanos de carne suína estão contendo o entusiasmo. A Tyson Foods, maior processadora americana de carnes, disse estar "acompanhando de perto" a PSA e "avaliando o impacto potencial da crise sobre as condições do mercado".
Pequim elevou suas tarifas sobre a carne suína como reação às taxas impostas pelo governo Trump a produtos chineses no ano passado. A China, além disso, proíbe o consumo de carne de porcos alimentados com ractopamina, complemento de crescimento usado em pelo menos metade da suinocultura americana, disse Dermot Hayaes, professor da Universidade Estadual de Iowa.
Enquanto isso, EUA, Canadá e México estão se mobilizando para manter a doença fora da América do Norte. O governo americano está instruindo os criadores sobre protocolos de biossegurança e usando cães Beagles em portos marítimos e aeroportos para farejar produtos contrabandeados. O Conselho Nacional de Produtores de Carne de Porco cancelou sua World Pork Expo, marcada para este mês no Estado de Iowa, para garantir que nenhum de seus 20 mil visitantes traga o vírus do exterior.
"Nossos membros estão com muito, mas muito medo nas áreas rurais", disse David Herring, presidente do conselho dos produtores. "Eles entendem como é potencialmente gratificante não ter a peste suína africana, e essa é uma questão muito premente".
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Fonte: Valor Econômico
9. China deverá fazer visita ao País, dada a necessidade de carne, diz ministra
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acredita que uma nova missão do governo chinês deve vir ao Brasil para vistoriar plantas frigoríficas que esperam ser habilitadas a exportar ao país asiático. "Acreditamos que eles (chineses) virão em uma nova visita, dada a necessidade de adquirir proteína animal", afirmou a ministra nesta segunda-feira, 22, após reunião na Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), na capital paulista.
Tereza Cristina tem viagem marcada para a Ásia em maio e disse que o Brasil conta com uma importante oportunidade de exportação de carnes devido ao surto de peste suína africana (PSA) no continente. Na última missão ao Brasil, autoridades chinesas vistoriaram dez plantas frigoríficas de aves e bovinos que pretendiam exportar a carne ao país. Em março, os chineses responderam negativamente ao pleito dos brasileiros e pediram mais informações que serão levadas pela ministra no mês que vem.
"Quando levarmos os questionamentos, vamos checar com mais clareza se a China fará uma nova visita ao Brasil ou se abrirão mais o mercado de proteína animal com base nos questionários", explicou. O objetivo da ministra é promover as três carnes principais durante a missão ao continente asiático: suína, bovina e de frango. Além disso, Tereza Cristina destacou que falará sobre a soja com os chineses, visto que o governo do país está prestes a fechar um acordo com os norte-americanos - maiores concorrentes do Brasil no fornecimento da oleaginosa.
No momento, afirma a ministra, o Brasil precisa mostrar que continuará sendo um importante parceiro no setor de grãos. Com o surto da peste suína, também existe a possibilidade de redução nos embarques de soja para a China, pois a necessidade de fabricação de ração do país diminuiu com o fato de que animais estão sendo abatidos. "Com certeza diminuirá a exportação de soja aos chineses, mas vamos agregar valor através das carnes", acrescentou.
Antes da China, Tereza Cristina passará pelo Japão para participar de reunião com seus pares da Agricultura no G20. Segundo ela, na pauta também serão tratadas negociações para os mercados de carnes e café, com destaque para o café gourmet que está sendo "bem desenvolvido" no Brasil, afirmou. Na sequência, a ministra segue para Xangai, na China, para participar da feira Sial, que acontece entre os dias 14 e 16 de maio.
Também há agenda marcada para Pequim, com ela se encontrará com autoridades chinesas. O próximo destino será o Vietnã, que "pediu para conversar com o governo do Brasil para tratar sobre proteína animal", contou Tereza Cristina. O último destino da missão é a Indonésia, onde também serão negociadas aberturas de mercado.
Mundo árabe
Ainda no mercado de proteína animal, a ministra classificou a decisão da Arábia Saudita de desautorizar a exportação de carne de frango de cinco unidades brasileiras, tomada em janeiro, como um contingenciamento. "Há possibilidade de reverter isso e continuarmos embarcando normalmente para o mundo árabe", comentou. Ela lembrou que, desde a decisão dos sauditas, todas as tratativas necessárias estão sendo adotadas e a possível reversão viria porque foi apenas uma medida estratégica daquele país.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural
Agroenergia
10. Produção de cana caiu 1,3% na safra 2018/19, diz Conab
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou em 1,6% sua estimativa para a produção de cana no país na safra 2018/19, encerrada em março, para 625,17 milhões de toneladas. Em relação a 2017/18, o volume foi 1,3 menor%.
Em seu relatório final sobre a temporada, a estatal creditou essa redução à queda da área de plantio, principalmente em razão da devolução de terras arrendadas na região Sudeste, e à menor produtividade dos canaviais, causada por problemas climáticos.
A área colhida foi de 8,59 milhões de hectares, 1,6% menor que a de 2017/18. Na região Sudeste, que lidera a produção nacional - São Paulo e Minas Gerais respondem por quase 64% da oferta total -, a colheita alcançou 402,8 milhões de toneladas, uma redução de 3,5%.
A produtividade média das lavouras do país foi calculada pela Conab em 72.785 quilos por hectare, 0,3% mais que na safra anterior. O resultado refletiu um aumento de produtividade no Nordeste, enquanto no Sudeste, principalmente em São Paulo, o tempo quente e a estiagem do meio do ano fizeram a média ficar em 75.212 kg/ha.
O açúcar total recuperável (ATR) da safra - que representa a qualidade da cana - ficou em 144,7 quilos por tonelada, aumento de 5,8% em relação à temporada anterior.
A Conab também confirmou que a maior parte da moagem de cana da safra foi destinada à produção de etanol (63,6%), que durante a maior parte do ano remunerou melhor as usinas do que o açúcar. Assim, o país produziu um volume recorde do biocombustível - 33,58 bilhões de litros, 23,3% mais que no ciclo anterior.
Desse total, 22,99 bilhões de litros foram de hidratado, ou seja, 41,5% do total e também um recorde. No caso do anidro, que é misturado à gasolina, a produção ficou em 10,59 bilhões de litros, 3,7% menor que no período antecedente.
De acordo com o superintendente de informações do agronegócio da Conab, Cleverton Santana, o aumento na produção de etanol nesta safra deveu-se, principalmente, à queda de preços do açúcar no mercado internacional e a um cenário mais favorável para o etanol no mercado interno, em meio às altas do dólar e do petróleo.
A produção de açúcar foi estimada pela Conab em 31,35 milhões de toneladas, um decréscimo de 17,2% se comparado ao resultado da temporada 2017/18.
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Fonte: Valor Econômico
11. Grande volume de cana pode favorecer açúcar
O clima mais favorável à atual safra de cana nas últimas semanas e maiores investimentos recentes em canaviais que serão colhidos neste novo ciclo podem gerar uma oferta de cana tamanha que, por falta de capacidade das usinas para produzir mais etanol, poderá favorecer a produção de açúcar.
Essa é a avaliação da consultoria FG/A, que estima que as usinas do Centro-Sul conseguirão recuperar a colheita de cana na temporada atual (2019/20) e moer 594 milhões de toneladas após três safras consecutivas de redução. Essa estimativa leva em consideração que os canaviais foram beneficiados pelas chuvas abundantes de março e do início de abril e que parte das empresas elevaram aportes em renovação e na expansão da área a ser colhida após as fortes quebras do último ciclo. "No nível que chegou o envelhecimento dos canaviais, qualquer renovação medíocre que se faça já reduz a idade média", afirma João Rissi, sócio da FG/A.
A consultoria avalia, ainda, que o volume de cana processada pode chegar a 600 milhões de toneladas caso o clima desta safra siga melhor do que o da passada, retornando aos patamares de moagem registrados na safra 2016/17.
Mesmo que a umidade maior "dilua" o teor de sacarose na cana (ATR), a expectativa da FG/A é que ainda haverá maior sacarose total disponível. Em sua estimativa, o saldo de matéria-prima para a produção de açúcar e etanol (ATR total) será 2,8% maior nesta safra.
E, diante desse crescimento, por mais que as usinas maximizem a produção de etanol - como foi feito na safra passada -, ainda sobrará matéria-prima, que terá como destino inevitável a fabricação de açúcar, avalia Juliano Merlotto, também sócio da FG/A. De acordo com a consultoria, o biocombustível continua oferecendo uma remuneração melhor do que o açúcar neste início de safra - no momento, o "prêmio" do etanol ante o açúcar é de 29% -, "mas há uma limitação operacional", avalia.
Essa limitação também será fruto de uma safra mais curta, estima a consultoria. Afinal, as chuvas que caíram no início da safra e ajudaram no crescimento dos canaviais também atrasaram o início da moagem para várias usinas, o que deve reduzir o "tempo hábil" de produção ao longo desta temporada, afirma.
Segundo Rissi, houve poucos investimentos para aumentar a capacidade de destilação de etanol que conseguissem absorver mais cana. "Algumas empresas boas investiram, mas foram casos pontuais. Consideramos que houve crescimento de 1% na capacidade de produção de etanol", diz.
Nos cálculos da FG/A, do total de cana processada, 37,6% deverá ser destinada à produção de açúcar, que deverá alcançar 29,1 milhões de toneladas - 9,9% a mais do que na safra passada. A produção de etanol, por sua vez, deverá ser de 20,8 bilhões de litros de hidratado (que compete com a gasolina), uma queda de 2,1%, e de 9 bilhões de litros de etanol anidro, aumento de 1,6%.
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Fonte: Valor Econômico
12. Safra de cana no Centro-Sul engata e preço do etanol deve começar a ceder após disparada
O preço do etanol nas usinas brasileiras tende a ceder a partir desta semana, diante de um avanço na moagem de cana no centro-sul do país, mas as cotações da gasolina ainda em patamares firmes devem atenuar qualquer recuo do biocombustível, segundo especialistas.
Os valores do renovável geralmente caem na virada de março para abril, conforme usinas dão início a uma nova safra de cana e impulsionam a fabricação do produto, inclusive para gerarem caixa com maior velocidade. Na atual temporada 2019/20, contudo, esse movimento ficou longe de ocorrer.
No acumulado de abril, o preço do hidratado nas usinas de São Paulo, estado de referência nacional, acumula alta de 21,5 por cento, enquanto o anidro apresenta incremento de 14,4 por cento, conforme monitoramento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Os preços médios do etanol hidratado, concorrente da gasolina, estão próximos de 2 reais por litro nas usinas paulistas, nos maiores níveis já registrados em termos nominais (sem considerar a inflação), segundo dados do Cepea.
No ano passado, as cotações do álcool começaram a cair em meados de março e estavam, nesta mesma época, abaixo de 1,50 real por litro, no caso do hidratado, e na faixa do 1,60 real, em relação ao anidro.
“É totalmente atípico o que está acontecendo, com uma conjunção de atraso de safra e uma chuva que veio justamente na hora em que estava começando (a colheita), mas acho que agora não sobe mais. A tendência agora nas usinas é cair, e na bomba também”, avaliou o diretor da comercializadora Bioagência, Tarcilo Rodrigues.
O analista Matheus Costa, da INTL FCStone, comentou que o movimento de redução nos preços do etanol já teve início e tende a se acentuar.
Segundo ele, a moagem de cana deve aumentar nesta e nas próximas semanas, até porque mais unidades entrariam em operação. “A safra tende a engatar. As indicações são de que os preços já começaram a ceder”, afirmou.
A primeira metade de abril foi consideravelmente chuvosa no centro-sul do Brasil, limitando as operações das usinas.
Analistas ouvidos pela S&P Global Platts calculam uma perda de 4,2 dias de moagem por causa das precipitações, resultando em produção de 823 milhões de litros de etanol no período, versus quase 1 bilhão um ano antes.
Mas, recentemente, a situação melhorou para que as colhedoras possam acessar os canaviais. O Agriculture Weather Dashboard (AWD), do Refinitiv Eikon, aponta que nos últimos sete dias as precipitações ficaram aquém do normal em praticamente todo o centro-sul.
Nas próximas duas semanas, contudo, a tendência é de chuvas dentro ou acima da média em boa parte das áreas produtoras, ainda segundo o AWD.
Os dados oficiais da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) sobre a moagem de cana e produção de açúcar e etanol no centro-sul na primeira metade do mês ainda não foram divulgados.
Sustento da gasolina
A perspectiva de recuo nos preços do etanol a partir de agora não significa, porém, que a queda será grande, mesmo com as usinas alocando boa parcela de cana para o biocombustível.
Isso porque a gasolina, concorrente direto do renovável, segue firme nas refinarias da Petrobras, com viés de alta, em meio a preços do petróleo em máximas de cerca de seis meses.
“A gasolina está na contramão, tem o reajuste que ainda não foi repassado totalmente à bomba e a defasagem com o mercado internacional”, destacou Rodrigues, da comercializadora Bioagência, estimando preços do etanol 5 por cento mais altos nesta safra, em média, ante a passada.
Nesta terça-feira, a petroleira estatal anunciou um reajuste de cerca de 2 por cento no valor da gasolina nas refinarias, após alta de 5,6 por cento no começo do mês. O valor médio praticado pela companhia é o maior desde o fim de outubro.
Com o concorrente em níveis mais altos, a expectativa é de que o preço do etanol recue menos no ciclo 2019/20, afirmou Costa, da INTL FCStone.
“As indicações são de que se tem realmente uma sustentação (na gasolina). Então, talvez, o piso (do etanol) na safra não seja tão baixo quanto em anos anteriores. Há espaço para que o etanol caia menos”, explicou.
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Fonte: Reuters/NovaCana
Grãos e Grandes Culturas
13. Santa Catarina exporta 49% mais soja no 1º trimestre
O Estado de Santa Catarina exportou 49% mais soja no primeiro trimestre em comparação com igual período de 2018, informou o Boletim Agropecuário do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri/SC. O faturamento avançou mais ainda: 65% no período.
De janeiro a março de 2019, Santa Catarina vendeu ao exterior 396,3 mil toneladas, entre soja em grão, farelo e óleo, com faturamento de US$ 147,5 milhões. Os principais destinos foram China (80,3%), Vietnã (14%) e Rússia (5,2%). "É importante lembrar que nem toda soja exportada por Santa Catarina é produzida no Estado", ressalta o boletim, e completa: "parte desse total tem origem em outras regiões e é embarcada nos portos catarinenses."
O analista do Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, explica que, dos itens que compõem o complexo soja, a soja em grão perfaz mais de 98% do volume exportado, sendo o óleo de soja o segundo item, com 4,9 mil toneladas, e farinha e torta de soja com volumes menores. Apenas no mês de março, os embarques catarinenses do complexo soja ao exterior somaram 161,5 mil toneladas, alta de 69% ante março de 2018, com faturamento de US$ 60,4 milhões.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
14. ‘Com certeza diminuirá a exportação de soja aos chineses’, diz ministra Tereza Cristina
Em entrevista depois de reunião com lideranças do setor agropecuário, em São Paulo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, comentou sobre a viagem internacional que fará no próximo dia 6 de maio com o objetivo de ampliar mercado para produtos brasileiros. Na ocasião, ela destacou sobre as perspectivas que têm sobre as exportações de soja para a China, que será um dos destinos.
Tereza Cristina comentou que falará sobre a soja com os chineses, visto que o governo do país está prestes a fechar um acordo com os norte-americanos – maiores concorrentes do Brasil no fornecimento da oleaginosa ao mundo. No momento, afirma a ministra, o Brasil precisa mostrar que continuará sendo um importante parceiro no setor de grãos.
“Nós vamos falar sobre nossos mercados principais, e a soja é um deles, dado que os Estados Unidos estão fechando um acordo no setor agropecuário”, explicou Tereza Cristina. “O Brasil tem de ir lá e dizer: ‘Estamos aqui, sempre fomos bons parceiros, entregamos o que nos comprometemos, somos confiáveis’. Não podemos deixar o lugar vazio que alguém vem aqui e senta”, afirmou.
Ela relembrou que com o surto da peste suína, também existe a possibilidade de redução nos embarques de soja para a China, pois a necessidade de fabricação de ração do país diminuiu com o abate dos animais. “Com certeza diminuirá a exportação de soja aos chineses, mas vamos agregar valor através das carnes”, acrescentou.
A ministra segue para Xangai, na China, para participar da feira Sial, que acontece entre os dias 14 e 16 de maio. Também há agenda marcada para Pequim, com ela se encontrará com autoridades chinesas.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural
15. Mato Grosso responde por quase 70% das exportações de milho
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Mato Grosso já exportou 17,38 milhões de toneladas de milho a partir da safra 2017/2018, o que representa 69% das exportações brasileiras de milho até agora. Antes do fechamento da safra de milho 2017/2018, o Imea espera que as exportações totais de milho do Mato Grosso atinjam 17,62 milhões de toneladas.
De acordo com o especialista em soja e milho Michael Cordonnier , o estado é famoso por sua produção de soja, mas também é o maior estado produtor de milho no Brasil e a produção de milho do estado continua a representar uma fatia cada vez maior das exportações brasileiras do cereal. “Isso representa a maior participação nas exportações brasileiras de milho desde a safra 2008/2009. Uma das principais razões para o aumento em 2017/2018 é que outras regiões do Brasil reduziram sua área cultivada de milho safrinha e sofreram menores rendimentos devido à colheita atrasada da primeira safra de soja”, indica.
Praticamente todo o milho produzido no Mato Grosso é a produção de safrinha plantada após a colheita da primeira safra de soja. A tendência ao longo da última década é que os agricultores do estado plantem soja mais cedo, a fim de permitir mais tempo para plantar uma segunda safra de milho ou, em alguns casos, uma segunda safra de algodão. A colheita da safra de milho safrinha 2018/2019 no Mato Grosso deve começar no final de maio e terminar em julho.
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Fonte: Agrolink