Clipping Agribusiness | 25 de março
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Valor da produção agropecuária do país cairá para R$ 573 bi em 2019
Apesar de ter ajustado para cima sua estimativa para o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país em 2019, os problemas climáticos que prejudicaram sobretudo lavouras de soja em importantes polos produtivos brasileiros no início do ano mantêm a tendência de queda apontada nos últimos meses.
Segundo levantamento recém-concluído, o VBP no campo brasileiro deverá somar R$ 573 bilhões, R$ 8,7 bilhões a mais que o projetado em fevereiro mas montante ainda 0,9% inferior ao calculado para 2018.
A partir de novas correções nas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a colheita de soja no Brasil nesta safra 2018/19, o ministério passou a projetar o VBP da oleaginosa em R$ 128 bilhões neste ano, R$ 1 bilhão a menos que o previsto em fevereiro. Em relação a 2018, quando a produção nacional bateu recorde, a queda chega a 11,3%.
Mas houve revisões para cima na estimativas para o valor da produção de culturas como o milho, e com isso o cenário traçado para o VBP das 21 principais lavouras do país passou a sinalizar R$ 379 bilhões, R$ 6,9 bilhões a mais que o projetado em fevereiro mas montante ainda 2,5% mais baixo que o do ano passado.
E o ministério passou a traçar um caminho mais positivo para a pecuária. A estimativa para o VBP das cinco principais cadeias produtivas do segmento agora está previsto em R$ 194 bilhões, R$ 1,8 bilhões a mais que o projetado em fevereiro e total 2,4% superior ao de 2018.
Nesse grupo, o destaque são os aumentos previstos para os bovinos - 2,1%, para R$ 79,3 bilhões - e para o frango - 9,9%, para R$ 59,2 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
2. ‘Brasil não conseguirá lugar ao sol com medidas protecionistas’
O secretário especial do Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, afirmou nesta quinta-feira, 21, que o país precisa fazer uma abertura comercial ampla. Segundo ele, o país tomará as medidas tradicionais, de reduzir cotas e tarifas de forma “responsável, coordenada e gradual”, mas quer ir além, como por meio de reformas microeconômicas.
Ele citou o exemplo do México como uma abertura que não foi completamente bem-sucedida. Segundo ele, é necessário diversificar o leque de exportações, agregar valor interno com reformas e destruir monopólios.
“Abertura não é sinônimo de baixar tarifas e reduzir cotas. Fazer abertura nesse sentido sim, mas só isso não basta. É um processo de adaptação competitiva que leva em consideração todas as outras áreas”, disse, durante evento da Câmara de Comércio Internacional (ICC) no Brasil.
Segundo ele, o Brasil não vai conseguir ganhar importância no comércio exterior com medidas protecionistas, e precisa se adaptar de forma competitiva à globalização.
“Não vamos conseguir novo lugar ao sol com a reedição de medidas protecionistas e com renascimento de políticas de substituição de importações”, afirmou. O secretário defendeu que os acordos comerciais futuros serão menos sobre tarifas e cotas e mais sobre padrões, ou seja, a forma como os países vão tratar temas como legislação ambiental e trabalhista.
Ele destacou a importância da entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da aproximação com os Estados Unidos, com quem defendeu abrir uma “avenida ampla, com diferentes faixas”. Nesse âmbito, ele afirmou que pode ser uma discussão futura alterar a dinâmica da Tarifa Externa Comum (TEC) aplicada no Mercosul. Segundo Troyjo, essa tarifa tem perdido o papel principal de “inserção do cone sul na economia global”.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural
3. CEPEA e CNA apontam PIB estável do agro em 2018
Confirmando as estimativas publicadas pelo IBGE, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em parceria com Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, divulgaram nesta quinta (21) um balanço sobre o PIB do agronegócio em 2018. Segundo a publicação, o setor rural apresentou uma estabilidade no comparativo com o ano anterior, apresentando uma queda de 0,01% no fechamento do ano.
Em dezembro de 2018, no entanto, a queda foi mais acentuada, com baixa de 0,1% no desempenho em comparação com o mês de novembro do mesmo ano. Questões como um aumento de custo de produção e a fraca demanda em alguns segmentos contribuíram para o resultado.
Segundo as informações, a pecuária teve uma queda em 2018 de 10,91%. Serviços, agroindústria e o setor primário também apresentaram baixas.
A agricultura teve um salto de 4,6% no resultado do PIB. Destaque para os insumos que subiram 16,36%, seguido dos agrosserviços, com resultado positivo de 5,74%, e a agroindústria, com expansão de 5,21%.
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Fonte: Agência do Rádio
Insumos
4. Governo quer diminuir fatia do BB na área de crédito rural
Sob orientação do ideário liberal do ministro Paulo Guedes, o governo quer reduzir o papel do Banco do Brasil no crédito agrícola, dando mais espaço para bancos privados. A instituição pública reina como líder histórica nesse segmento, mantendo uma participação de 58% a 60% em média nas últimas seis safras.
O BB já se prepara para essa nova fase. O banco admite que deve perder participação de mercado. Isso já ocorre no segmento subsidiado, mas a orientação do governo indica que a redução deve se estender ao mercado de taxas livres, embora deixe claro que a perda de participação não significa que a instituição abandonará a disputa pelos clientes do setor rural.
“Queremos fazer com o BB o que estamos fazendo com o BNDES”, disse ao Valor o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, referindo -se à missão dada pelo governo para o BNDES reduzir seu tamanho, abrindo mais espaço para atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais. “A gente precisa de maneira célere priorizar o aumento do crédito privado”, defendeu Rodrigues. “Ele [BB] é um grande agente no financiamento agrícola, área que precisa ser retrabalhada. Esse é um tema que vamos tratar e com certa brevidade”, acrescentou.
Trata-se claramente de uma mudança de visão em relação ao papel do sistema bancário no crédito agrícola. E pode ser lido como o início de um processo de desmonte do BB na área rural, ainda que esse não seja um movimento brusco e imediato, para que as instituições privadas ganhem terreno. “Precisamos analisar se não há como agentes privados serem incentivados a entrar nesse mercado”, disse Rodrigues. Ele pondera, no entanto, que o banco público guarda um “componente social importante”, principalmente na função de financiar a agricultura familiar, que não é foco dos privados.
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, admite que o banco deve perder participação de mercado. “Podemos até vir a perder share, o que é natural para quem tem mais de 60%. Mas continuaremos crescendo no apoio ao setor”, disse Novaes. “A competição é sempre bem-vinda. Mais volume de crédito é o que mais deseja a Agricultura. E a concorrência sentirá nossa força no empenho em bem atender ao setor”, completou.
A participação do BB no mercado de crédito agrícola já chegou a 61% num passado recente. Hoje, segundo o BC, a instituição detém 57,4% de participação, considerando o saldo de sua carteira de agronegócio acumulada nos últimos 12 meses encerrados em dezembro de 2018, que é de R$ 188,7 bilhões. Os principais bancos privados (Bradesco, Santander, Itaú e Rabobank), os dois bancos cooperativos (Sicoob e Sicredi) e os demais públicos (Caixa e Banco do Nordeste), juntos, têm 40%.
Até poucas safras atrás, os bancos privados evitavam atuar com apetite no mercado de crédito rural, pois não enxergavam retorno com essas operações. Não raro, o BB comprava –– e ainda compra –– carteiras de instituições privadas que não conseguiam cumprir suas exigibilidades com o crédito rural. Com a pujança do agronegócio brasileiro ao longo das últimas quatro décadas e o Brasil sendo alçado pela FAO (agência da ONU para agricultura e alimentação) como potencial maior fornecedor de alimentos para o mundo, essa relação tem diminuído e o corte de subsídios agrícolas num ambiente mais propício ao mercado privado é visto como inevitável.
Apesar de propor um “desmame” gradual do crédito rural e brigar pela pauta histórica dos produtores de taxas de juros mais favoráveis e mais recursos ao agronegócio, o Ministério da Agricultura, agora sob o comando de Tereza Cristina, está mais alinhado com esse pensamento da equipe econômica.
Eduardo Sampaio, secretário de Política Agrícola da Pasta, argumenta que o ministério concorda em ampliar a participação dos bancos privados no crédito rural, por meio de regras regulatórias. E lembra, inclusive, que a pasta tem estudado mecanismos para atrair instituições financeiras não-bancárias (“fintechs”, por exemplo), para o financiamento agrícola.
“A tendência, que já está em curso, é que o Banco do Brasil diminua sua participação no crédito rural”, afirmou Sampaio. Ele reforça a prioridade do ministério de aumentar o orçamento de subvenção ao seguro rural para pelo menos R$ 1 bilhão, como adiantou Tereza ao Valor em fevereiro, abrindo espaço assim para que os juros do crédito rural pudessem baixar futuramente as taxas das operações de crédito rural.
No 11º andar do prédio-sede do BB em Brasília, onde fica o departamento de Agronegócios do banco, a ordem é conviver com as mudanças em curso e se preparar para atuar mais junto a grandes produtores, que operam no segmento de crédito a juros livres, sem deixar de lado o apoio aos pequenos produtores e as regiões mais pobres. Na leitura do Banco do Brasil, sua grande capilaridade, que alcança regiões produtoras encravadas no interior do país onde os privados devem continuar desinteressados, e sua marca de banco histórico do setor, dão natural vantagem competitiva nessa disputa.
Marco Túlio da Costa, diretor de Agronegócios do BB, analisa que a expectativa de aprovação da reforma da Previdência ainda em 2019 deverá abrir espaço para uma nova queda da taxa básica de juros (Selic), o que por si só criaria um ambiente mais favorável para a queda das taxas de juros dos financiamentos ao agronegócio, até dos abastecidos com recursos livres. Hoje, um financiamento a juros livres no BB tem variado entre 9,75% e 11% ao ano. “É evidente que o Estado quer reduzir o gasto com subsídios e o crédito rural tem um peso grande nessa conta, mas estamos preparados para isso”, diz o diretor.
“Seja com recursos controlados ou livres, o BB continuará atuando no agronegócio. Estamos no jogo”, diz o diretor. Costa explica que o banco tem ampliado operações de crédito rural, com base em fontes alternativas, seja captando recursos fora do Brasil, fazendo operações na Bolsa de Chicago ou usando títulos do agronegócio como CDCA e CRA.
O presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), José Mário Schreiner, diz que não há problema em reduzir a participação do banco na oferta de crédito, desde que se construa isso de maneira gradual e combinada com uma política de fortalecimento do seguro rural. Um sistema adequado de seguros, para ele, garantiria a entrada de participantes privados de forma mais vigorosa no financiamento aos produtores rurais.
Ele ressalta que, nos Estados Unidos, a subvenção ao seguro rural chega a US$ 8 bilhões (mais de R$ 30 bilhões), enquanto no Brasil está em R$ 400 milhões, menos de 0,5% dos americanos.
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Fonte: Valor Econômico
5. Corte de subsídio rural anima Santander
Apesar do temor dos produtores rurais com a redução dos subsídios ao financiamento agrícola, o Brasil nunca esteve tão preparado para o "desmame gradual" do apoio estatal ao setor. Essa é a avaliação do superintendente de agronegócios do Santander no país, Carlos Aguiar.
O banco espanhol é, assim como outros concorrentes privados, um dos potenciais beneficiados com as mudanças no Plano Safra 2019/20, que entra em vigor em julho e deverá ter uma fatia maior de crédito rural a juros livres em detrimento dos juros controlados, como já indicou a equipe econômica e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Em janeiro deste ano, a carteira de crédito rural do Santander totalizava R$ 16,8 bilhões, aumento de quase 22% na comparação anual. O Banco do Brasil lidera esse segmento com R$ 188 bilhões em carteira.
Historicamente, os bancos privados relegavam o crédito rural. Não raro, repassavam a outras cooperativas de crédito o volume de financiamentos obrigatórios - 31% dos depósitos à vista devem ser destinados às linhas de crédito rural com juros controlados -, alegando pouco estímulo para financiar um mercado subsidiado e amplamente dominado pelo Banco do Brasil. O risco de calote também foi um frequente argumento dos bancos privados para evitar os empréstimos ao setor.
Nos últimos anos, no entanto, essa realidade começou a mudar. Em entrevista ao Valor, o superintendente de agronegócios do Santander afirmou que as condições de financiamento agrícola se transformaram radicalmente, tornando a operação mais atrativa para as instituições privadas.
A principal transformação veio do Banco Central, com a mudança de patamar da taxa básica de juros. Ao longo do governo do ex-presidente Michel Temer, a Selic foi cortada de 14,25% por ano para 6,5%. Mas a redução dos juros não foi a única mudança, enfatizou o executivo. Os agricultores estão mais capitalizados devido à sequência de boas safras. "Na hora que junta isso, é poderosíssimo", acrescentou.
Nesse ambiente, os produtores do país ficaram mais propensos a investir mesmo com taxas de juros não subsidiadas. "Isso provou uma teoria nossa. Com juros [Selic] de 6,5%, o mercado tem mais apetite", afirmou Aguiar, que não quis revelar a taxa cobrada pelo Santander. De acordo com estimativas de mercado, um produtor rural em boa situação financeira paga, em média, 12% ao ano. Hoje, as taxas com juros controlados do Plano Safra ficam entre 6,5% e 9% ao ano.
Ao Valor, o executivo sustentou que o banco espanhol saiu na frente da concorrência ao redesenhar, há três anos, a estratégia para o agronegócio, constituindo uma equipe mais de 100 agrônomos (área que era vista como um diferencial competitivo do Banco do Brasil) e fincando a bandeira do Santander no interior do país, com o lançamento de 22 de escritórios voltados ao produtor rural. Os escritórios renderam ao banco uma carteira rural de R$ 1 bilhão.
"Foi uma coisa que encaramos de frente, como um mantra: gente, esse mercado não vai ficar assim para sempre", afirmou Aguiar, em alusão à redução da fatia dos juros controlados no financiamento rural. Atualmente, metade da carteira de crédito rural do Santander é baseada em juros livres - grande parte lastreada em captações via Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
Na maior parte dos bancos, porém, a situação é diferente, e as taxas de juros controladas ainda representam a maior parte do carteira de crédito rural, de acordo com Aguiar. "Estão naquela dor da mudança", acrescentou o executivo.
No Santander, a demanda por juros livres vem impulsionando a participação do banco no setor. Segundo dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febrabran), o banco espanhol tinha uma participação de 5,4% no crédito rural em dezembro do ano passado, ante 4,6% em 2017 e 3,2% em 2016.
Com isso, o banco espanhol ocupa a quinta posição no ranking de crédito rural, atrás do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco e Sicredi. Na liderança, o Banco do Brasil tinha 61,8% no fim de 2018.
Importante fonte de captação do Santander para os financiamento ao agronegócio, as LCA também aumentaram. No ano passado, o banco captou R$ 11,9 bilhões por meio desses papéis, crescimento de 33% na comparação com os R$ 8,9 bilhões do ano anterior. Assim, o banco espanhol foi responsável por 8% das captações via LCAs em 2018. Sem o Santander, as emissões dos papéis no país teriam caído 2%.
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Fonte: Valor Econômico
6. Em parceria com revendas, New Holland constrói centro de treinamento no Paraguai
Com um investimento inicial de US$ 500 mil, a New Holland inaugurou nesta quarta-feira (20) o Centro de Treinamento e Tecnologia, em Colonia Iguazú, no Paraguai, a 60 km da fronteira com o Brasil. É o primeiro CTT instalado em um país onde a marca não tem fábricas.
A unidade de treinamento do Paraguai também é a única instalada em parceria com revendedoras da marca, as empresas Ciabay e Tape Ruvicha, e o órgão de pesquisa Cetapar (Centro Tecnológico Agrícola do Paraguai), que cedeu a área por dez anos, com renovação sem limite.
No prédio de 700 m² com sala de peças e ferramentas, simulador de agricultura de precisão, garagem, oficina, vestiários e auditório serão dadas aulas teóricas e práticas para operadores de máquinas, clientes da New Holland, técnicos e estudantes. O CTT terá à disposição dos alunos três tratores, uma colheitadeira, além de peças, motores e transmissões.
“Uma pesquisa com clientes identificou que 100% dos agricultores locais reclamavam da falta de mão-de-obra especializada na operação das máquinas”, disse, na inauguração, o vice-presidente da New Holland para a América Latina, Rafael Miotto, justificando o investimento da indústria de máquinas agrícolas.
Edgar Figueiredo, diretor da Cetapar, afirmou que o CTT é muito bem vindo, já que boa parte da frota estimada de 50 mil tratores do país está parada por falta de operadores capacitados.
Também influenciaram na criação do CTT o fato de a agricultura paraguaia ter registrado crescimento contínuo nos últimos dez anos. Com um aumento de 43% no período, o país se tornou o terceiro maior produtor de soja da América Latina, atrás de Brasil e Argentina, com 9,5 milhões de toneladas, segundo a Capeco (Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas). A agropecuária representa cerca de 30% do PIB paraguaio.
O país vizinho importa 100% de suas máquinas agrícolas, sendo 90% do Brasil. No ano passado, a New Holland se tornou a líder de mercado na venda de colheitadeiras por lá, segundo dados dos importadores de máquinas agrícolas. “A cada 2,5 colheitadeiras vendidas no Paraguai, uma é nossa”, disse Miotto. No caso dos tratores, a liderança é da John Deere.
Segundo Carlos Henrique Lourenço, Ceo da revendedora Ciabay, o mercado paraguaio é de 300 colheitadeiras e 2.000 tratores por ano, mas deve ter uma queda grande neste ano devido a problemas climáticos nas lavouras. A previsão é que o setor venda 180 colheitadeiras e 1.300 tratores.
O projeto do CTT começou há dois anos. O centro tem capacidade de treinar duas mil pessoas por ano. Inicialmente, os módulos de agricultura de precisão, mecânica, manutenção de equipamentos, hidráulica e outros serão dados por técnicos e especialistas das fábricas da empresa em Curitiba e Córdoba, mas o objetivo é formar capacitadores paraguaios para assumir futuramente as aulas, que começam em 1º de abril.
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Fonte: Revista Globo Rural
Proteína Animal
7. Lucro da Betânia, da área de lácteos, cresceu em 2018
A fabricante de produtos lácteos Betânia, do Ceará, registrou lucro de R$ 47,7 milhões no ano passado, mais de cinco vezes maior que o registrado no ano anterior.
A melhora do resultado da companhia, que lidera o segmento de leite longa vida (também conhecido como leite UHT) no Nordeste, foi possível devido a um aumento de custos em ritmo mais lento que o do aumento da receita líquida, que somou R$ 777 milhões, alta de quase 10%, na comparação anual.
Com isso, o resultado operacional (antes do financeiro e dos impostos) da Betânia foi um lucro de quase R$ 56 milhões, contra R$ 16 milhões no ano anterior.
Por causa do resultado líquido, o patrimônio líquido da empresa, de R$ 207 milhões em dezembro de 2017, aumentou para R$ 255 milhões no fim do ano passado.
Desde 2017, 20% do capital da companhia, comandada pelo empresário Bruno Girão, pertence ao fundo americano Arlon Latin America Partners.
Desde a entrada do fundo na empresa, a Betânia reduziu substancialmente o seu endividamento de curto prazo, que caiu de R$ 46 milhões para R$ 13 milhões. A dívida de longo prazo caiu menos, de R$ 22 milhões para R$ 19 milhões. Ao fim de 2018, a empresa tinha R$ 28 milhões em caixa para honrar com esses compromissos.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Pilgrim´s Pride, controlada pela JBS, anuncia novo CEO
A americana Pilgrim´s Pride, empresa de carne de frango controlada pela brasileira JBS, anunciou a saída de Bill Lovette do cargo de CEO e a nomeação de Jayson Penn, atual presidente da Pilgrim's USA, para o seu lugar. Lovette permanecerá disponível como consultor até julho de 2020.
A mudança ocorre após a empresa anunciar, em fevereiro, seu pior resultado trimestral em sete anos. A companhia teve prejuízo líquido de US$ 7,3 milhões no quarto trimestre de 2018. Foi o primeiro resultado negativo desde 2011, quando o prejuízo chegou a US$ 85,3 milhões.
Em nota, Gilberto Tomazoni, presidente do conselho de administração da Pilgrim´s, destacou que Penn “teve uma carreira distinta na indústria avícola e desempenhou um papel fundamental no sucesso da Pilgrim nos últimos oito anos”.
Também em nota, a empresa afirma que a substituição decidida pelo conselho é mais uma validação da estratégia da Pilgrim, implementada em 2012, para criar um portfólio único e diversificado em várias regiões geográficas, para gerar margens mais consistentes e maiores.
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Fonte: Valor Econômico
9. Abraleite: ‘Não queremos protecionismo, mas condições para sermos competitivos’
Em fevereiro passado, o Ministério da Economia decidiu não renovar as tarifas antidumping sobre leite em pó importado da União Europeia e da Nova Zelândia. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, a medida foi tomada por acreditar-se que não haveria risco imediato de que esses exportadores de lácteos adotassem práticas de mercado em desacordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), concedendo subsídios aos produtores locais, por exemplo.
“Mas entendemos que o risco não precisa ser momentâneo. Não queremos correr riscos nem agora, nem no curto, médio ou longo prazo”, disse Borges, em entrevista ao programa Direto ao Ponto.
O presidente da Abraleite lembra que o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que há no país 1,171 milhão de propriedades que produzem leite. A pecuária leiteira, diz o estudo, está presente em 98% dos municípios brasileiros. “A atividade tem um papel socioeconômico muito grande”, diz.
Esse contingente estaria ameaçado pela eventual entrada de produto subsidiado sobretudo por governos europeus, que seriam mais agressivos no comércio exterior. “Temos um exemplo recente disso na África, que recebeu milhares de toneladas de leite em pó europeu, destruindo a cadeia produtiva local”, conta Borges.
Ele elogia Jair Bolsonaro por ficar ao lado da classe produtora na questão da não renovação da tarifa antidumping. Segundo ele, o presidente se manifestou nas redes sociais dizendo que iria criar algum tipo de salvaguarda para o produto brasileiro. De acordo com o representante da Abramilho, a classe produtora se acalmou acreditando nessa declaração, embora até o momento não tenha havido alguma compensação efetiva.
"Não queremos protecionismo; nós queremos condições iguais de competitividade. E não podemos competir com países que têm incentivo e subsídios, e que às vezes conseguem colocar o leite no mercado a um custo muito mais baixo do que o nosso”, diz.
Para aumentar a competitividade do leite brasileiro, Borges afirma que também é preciso trabalhar fatores com a eficiência produtiva da cadeia. “Mas é preciso entender que o Brasil tem uma variedade muito grande de estilos e de porte de produção”.
Outra demanda do setor apontada é a desoneração da cadeia. “Nós temos insumos que entram no país altamente tributados, como equipamentos para ordenha e conjunto de teteiras, que precisam ser substituídos periodicamente nas propriedades. Enquanto isso, o leite de nossos ‘hermanos’, países vizinhos do Mercosul, entra aqui sem tributação. Temos que resolver algumas assimetrias”, exemplifica Borges.
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Fonte: Canal Rural
Agroenergia
10. Sem novidades na pauta sucroalcooleira
O encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, na última terça-feira em Washington, não trouxe qualquer novidade para a pauta de comércio de açúcar e etanol.
Nas conversas, os Estados Unidos não demonstraram disposição em ampliar a atual cota de importação livre de tarifa (que varia de 150 mil a 160 mil toneladas por ano) que beneficia o açúcar brasileiro. Em contrapartida, o Brasil também não deverá renovar a cota de 600 milhões de litros anuais de etanol livre de tarifa, que favorece o produto americano, disse uma fonte do governo brasileiro que participou das negociações. A isenção da tarifa de 10%, atualmente em vigor, vencerá em agosto próximo.
A cota de importação de etanol não deverá ser renovada pelo Brasil para evitar impactos ao etanol produzido no Nordeste, região que importa a maior parte do produto dos Estados Unidos.
Também na terça-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o secretário de Estado da Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, se encontraram e discutiram vários itens da pauta agrícola bilateral, e os temas sucroalcooleiros sequer foram mencionados.
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Fonte: Valor Econômico
11. Usina Santa Terezinha, do Paraná, pede recuperação judicial
A Usina Santa Terezinha (Usaçúcar), maior companhia sucroalcooleira do Paraná e uma das dez maiores do Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial ontem à noite após um revés nas negociações com bancos credores, conforme apurou o Valor. A companhia tem uma dívida financeira estimada em R$ 4,6 bilhões, a maior parte em dólar (US$ 900 milhões).
A Santa Terezinha pediu recuperação judicial ao descobrir que o banco Votorantim, ao qual deve cerca de R$ 150 milhões, havia entrado com três pedidos de execução na Justiça. Uma das ações, que pedia a execução de R$ 40 milhões, chegou a ser executada via BacenJud. A usina é representada no processo pelo escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados.
A execução da dívida pelo Votorantim pegou a empresa paranaense de surpresa, já que ela estava prestes a assinar um acordo de renegociação dos termos de sua dívida com 18 bancos credores - entre eles o próprio Votorantim -, após mais de um ano de negociações.
No último ano, a Santa Terezinha acordou informalmente com os bancos o não pagamento de juros e do principal da dívida enquanto negociava a reestruturação dos pagamentos.
Com o pedido de recuperação judicial, as negociações com os bancos terão que recomeçar do zero.
A dívida da Usina Santa Terezinha é basicamente com bancos. Segundo uma fonte próxima à companhia, praticamente não há pagamentos em atraso com fornecedores nem impostos vencidos, e atrasos com credores trabalhistas são pouco representativos.
Nesse período em que não realizou pagamento aos bancos, a Santa Terezinha manteve seus investimentos em capital de giro e em bens de capital, segundo uma fonte próxima à empresa.
Porém, a companhia vem enfrentando problemas com falta de cana para ocupar a capacidade de suas unidades de produção diante de adversidades climáticas em sua região de atuação desde 2015. De suas 11 usinas, três não operaram na safra 2018/19. A empresa processou 14 milhões de toneladas de cana neste ciclo, mas já chegou a moer 18 milhões de toneladas na safra 2016/17.
Para a temporada 2019/20, que terá início em abril, a Santa Terezinha também suspenderá a moagem na Usina Moreira Sales. A cana da região de atuação da unidade será direcionada para a Usina Tapejara.
A companhia também detém o controle de dois terminais portuários (Pasa e Álcool do Paraná) e da CPA Trading.
Recentemente, a Santa Terezinha realizou mudanças em sua estrutura de governança para profissionalizar sobretudo a gestão operacional. Alguns membros da família Meneghetti, dona da companhia, saíram da diretoria e executivos de mercado foram contratados. Também foram formados “clusters” de produção, integrando as atividades operacionais de usinas geograficamente próximas.
A companhia já havia feito uma renegociação de dívidas em 2016, evitando na época o caminho da recuperação judicial em um momento em que várias outras companhias do segmento estavam trilhando essa via.
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Fonte: Valor Econômico
12. Brasil perde espaço para EUA no mercado japonês de etanol
Os exportadores de etanol do Brasil não estão conseguindo renovar contratos de exportação para atender o mandato do Japão de redução de emissões de gases de efeito estufa nos transportes. O produto brasileiro está perdendo mercado para o etanol americano, feito de milho, que passou a ser permitido no cumprimento das metas japonesas.
O Japão usa o ETBE, um aditivo à gasolina à base de etanol, para atender seu objetivo. Até 2018, o ETBE vendido no mercado japonês deveria emitir 50% menos gases-estufa que a gasolina pura, e essa redução só era possível com etanol de cana. Em 2019, entretanto, a regra mudou e passou a exigir uma diminuição de 55%, mas possível de ser alcançada com a mistura do etanol de milho, que tem poder menor de redução de emissões.
De acordo com estimativa da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas do Centro-Sul, com essa mudança o Brasil deverá perder, já a partir da próxima temporada (2019/20), pelo menos 40% dos embarques de etanol que tinham o Japão como destino final.
O Brasil vinha exportando em torno de 800 milhões de litros de etanol por ano para atender à demanda japonesa. Em 2018, esses embarques renderam divisas de cerca de US$ 400 milhões.
Em torno de 90% do volume vendido ao mercado japonês é primeiramente exportado aos Estados Unidos, onde está concentrado o parque industrial que transforma etanol em ETBE. Segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica, o volume de etanol exportado pelo Brasil ao Japão com escala nos EUA deverá cair nas próximas safras de cerca de 700 milhões de litros para algo entre 350 milhões a 400 milhões de litros.
A perda do mercado japonês para os americanos deve se dar não só pela mudança regulatória, mas também pela alta competitividade dos produtores dos Estados Unidos, que estão com estoques abarrotados e em pé de guerra com a indústria local de petróleo para garantir suas vendas no próprio país pelo Padrão de Combustíveis Renováveis.
Após um aumento exponencial da produção no ano passado, os estoques americanos estão oscilando em máximas históricas, da ordem de 23 milhões de barris, desde o início do ano passado, segundo dados da Agência de Informações Energéticas dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês).
Nesse cenário, a competitividade do biocombustível americano está muito à frente do brasileiro. Nos cálculos da consultoria FCStone com base em preços praticados na semana passada, o custo do etanol brasileiro para as indústrias de ETBE nos Estados Unidos está 78% acima do custo do etanol americano.
Como alternativa à perda do mercado japonês, Padua vê potencial nas exportações de etanol não carburante (para uso industrial). "O Brasil conquistou novos mercados não carburantes", afirmou. Para Martinho Ono, diretor da SCA Trading, outra alternativa é a Califórnia, que possui um mandato próprio crescente de biocombustíveis que demanda etanol com maior "pegada de carbono", como o brasileiro.
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Fonte: Valor Econômico
Grãos e Grandes Culturas
13. Terra Santa: lucro recua 60% no quarto trimestre, para R$ 10,8 milhões
A produtora de grãos e fibras Terra Santa registrou lucro líquido de R$ 10,8 milhões no quarto trimestre de 2018, em queda de 60,0% sobre o lucro líquido de R$ 27,0 milhões registrado no mesmo período de 2017, conforme demonstrações financeiras consolidadas divulgadas na noite desta quinta-feira.
De acordo com a demonstração de resultados, disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a receita líquida da empresa foi de R$ 288,2 milhões, em alta de 33,0% em relação ao resultado de R$ 216,7 milhões um ano antes.
A empresa teve prejuízo operacional no quarto trimestre de 2018, de R$ 332 mil, frente a um lucro operacional de R$ 33,3 milhões observados um ano antes.
A Terra Santa teve despesa financeira de R$ 9,8 milhões no quarto trimestre de 2018, em queda de 28,8% sobre a despesa financeira de R$ 13,8 milhões de um ano antes.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia atingiu R$ 8,4 milhões no quarto trimestre de 2018, em baixa de 79,3% sobre os R$ 40,9 milhões no quarto trimestre do ano anterior.
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Fonte: Valor Econômico
14. Brasiguaios dominam produção de soja e arroz no Paraguai
Gaúcho de Uruguaiana, Marlon Marques planta 18 mil hectares de arroz que produzem 8 toneladas por hectare. O catarinense Antonio Gonzaga, de Chapecó, administra uma empresa que planta 5.000 hectares de soja, com produtividade de 60 sacas por hectare, além de milho e trigo. Os dois fazem parte de um grupo de agricultores brasileiros que escolheu produzir alimentos no Paraguai impulsionados pelo preço mais baixo da terra e pelo custo de produção inferior ao do Brasil.
Os primeiros produtores brasileiros começaram a chegar ao país vizinho há cerca de 40 anos. Atualmente, estima-se que sejam “brasiguaios” cerca de 60% a 70% dos produtores de soja do Paraguai, país que já é o terceiro maior produtor do grãos na América Latina, com 9,5 milhões de toneladas, atrás apenas de Brasil e Argentina.
Marlon, descendente de italianos, arrendou as primeiras áreas no Paraguai há 10 anos para plantar arroz, seguindo o que aprendeu na lavoura do pai que ficou no Rio Grande do Sul. Hoje, ele integra o Grupo Eladia, formado por quatro sócios brasileiros e um paraguaio, que planta arroz em 18 mil hectares, sendo 40% terras próprias, e começa a fazer rotação de área com o plantio de 800 hectares de soja. Toda a produção é exportada para Europa, América Central, América do Sul, África e Iraque. O Brasil já foi o principal destino, mas isso mudou há dois anos por causa do câmbio.
Além do custo menor da terra, o produtor cita como fatores que o fizeram escolher o Paraguai a topografia mais plana (as fazendas do grupo ficam na região de Neembucu, no sul do país), que demanda menor uso de máquinas, combustível, energia e funcionários. Os produtores também têm à disposição insumos e agroquímicos mais baratos que os produtos vendidos no Brasil.
“Eu me sinto um cidadão paraguaio. Essa terra me acolheu e quero retribuir produzindo e cuidando do solo”, disse o agricultor de 40 anos em Colonia Iguazú, onde visitava a Feira Agropecuária Innovar. O que não está bom, diz Marlon, é o preço do arroz nos últimos quatro anos. “Diminuiu muito o número de produtores de arroz no país porque a tonelada estagnou em 210 dólares, quando o preço ideal para pagar os custos e gerar lucro ao produtor seria 250 dólares.”
Antonio trabalhava para uma cooperativa em Chapecó que produzia soja e milho. Há 20 anos, foi passear no Paraguai e recebeu uma proposta irrecusável. Desde então, administra fazendas para um grupo de brasiguaios que chegou ao país dez anos antes, quando o hectare custava menos de R$ 10 mil hoje, avalia, custa dez vezes mais. “Mas o custo de produção no Paraguai é bem menor, os fungicidas são 50% mais baratos e tem menos impostos.” Ele conta que há dois anos o grupo está em processo de certificação para a soja, visando preservar o meio ambiente e elevar os ganhos na exportação.
Já Amauri Turatto, de 23 anos, nasceu no Paraguai, mas se considera brasileiro. Ele trabalha com o pai, Laury Turatto, que, há 40 anos, trocou a cidade paranaense de Toledo por Capitán Bado, cidade que faz divisa com o município de Coronel Sapacuia, do Mato Grosso do Sul. “Na época em que meu pai chegou aqui com 4 dos 15 irmãos, se comprava um hectare com uma carteira de cigarros, mas hoje a terra custa mais caro que a do Paraná.”
Pai e filho plantam 700 hectares de soja e milho. Em anos normais, a produtividade da soja chega a 70 sacas por hectare, mas nesta safra, que teve graves problemas climáticos, deve ficar em torno de 45 sacas. Estudante de agronomia, Amauri diz que no Paraguai o uso de agrotóxicos é liberado e o custo, 50% inferior. Como desvantagem em relação ao Brasil, ele cita a falta de financiamento público ao produtor.
Todos os agricultores destacam que a produção no Paraguai está no mesmo status tecnológico da brasileira. Plantio direto, mecanização de plantio e colheita e adoção de agricultura de precisão são comuns à maioria dos brasiguaios. “Bem diferente da época em que meu pai chegou, quando todo o trabalho era braçal. Ele me conta que plantava soja no meio dos tocos”, fala Amauri.
O mexicano Cornelius Remper também é produtor de soja no Paraguai. “Em 1974, me ofereceram terras baratas no Paraguai, onde é mais fácil plantar. No México, 90% da plantação tinha que ser irrigada. Aqui temos chuva o suficiente”, diz o “mexiguaio” que começou com 2 hectares e hoje tem 600 hectares, 140 deles com soja, na região de São Pedro, no centro do Paraguai.
Feira agropecuária
Cerca de 140 expositores, 650 marcas nacionais e importadas e estimativa de receber de 15 mil a 17 mil visitantes. Esses são os números da Feira Agropecuária Innovar 2019, que encerra sua terceira edição nesta sexta-feira (22) em Colonia Iguazú, a 60 km de Foz do Iguaçu. A área de 35 hectares foi arrendada por cinco anos junto ao Cetapar (Centro Tecnológico Agrícola do Paraguai), órgão privado de pesquisa do país vizinho.
Segundo Carlos Gomez, gerente geral da feira, 47 empresas se uniram há quatro anos para idealizar o evento, inspirado em feiras brasileiras como a Agrishow e a Copavel e motivados pelo ritmo de crescimento da agricultura do país. A primeira edição teve 95 expositores e recebeu 11 mil visitantes. O gerente não revela dados de faturamento. Apenas informa que a movimentação financeira cresce 30% a cada ano e que o investimento deste ano na feira foi de cerca de US$ 700 mil.
Marcas multinacionais em operação no Brasil como New Holland, John Deere, Jacto, Trimble, Valley, Corteva, Bayer, Agrotec, Tracto, Agrofertil e outras estão presentes à feira paraguaia, que tem como idioma mais falado justamente o português. Além de venda de máquinas agrícolas, de insumos e equipamentos de agricultura de precisão, a Innovar tem espaço para dinâmicas de máquinas, test-drive de veículos, auditório para cursos e capacitação e exposição de raças bovinas e de suínos.
Segundo Carlos, a agropecuária paraguaia avança a passos rápidos e o desafio do momento é trabalhar as questões do meio ambiente. “Há muito a se corrigir para cumprir as leis ambientais, mas estamos a caminho.” Ele acredita que a soja, principal produto de exportação agrícola do país, tenha potencial para crescer mais 1,5 milhão de hectares para ocupar 5 milhões de hectares, apesar de os produtores atuais estarem mais interessados em aumentar a produtividade e não a área.
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Fonte: Revista Globo Rural
15. Produtores do Brasil temem sobra de grãos com acordo entre China e EUA
Um eventual acordo entre China e EUA colocando fim à guerra comercial já causa tensão no setor agrícola brasileiro. “E a preocupação é grande, não é pequena, não”, diz o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sergio Mendes.
O receio é que Pequim passe a priorizar os produtos agrícolas americanos em detrimento dos brasileiros. Desde a trégua anunciada pelos dois países em dezembro, as vendas de soja dos EUA para a China subiram.
Em 2018, o Brasil foi um dos maiores beneficiados pela guerra travada entre os dois países. O país exportou 82,8 milhões de toneladas de soja, alta de 21% ante 2017. “Os números de 2018 são completamente fora da curva. Vendemos sem concorrência e a guerra comercial foi preponderante”, afirma Mendes.
A Anec estima exportar 70 milhões de toneladas neste ano, volume que pode diminuir se o acordo entre China e EUA for muito favorável aos americanos. Os EUA estão com estoque alto de soja e poderiam vender para a China já neste primeiro semestre, concorrendo com Brasil e Argentina – a safra dos países da América do Sul é no começo do ano, enquanto a americana é no segundo semestre.
Da soja exportada pelo Brasil, 82% foram para a China, quase dez pontos percentuais a mais que em 2017. Segundo Mendes, como a China compra quase a totalidade da produção brasileira, o país não terá para onde destinar seus grãos caso os orientais reduzam suas importações.
O produtor Valdir Edemar Fries, de Itambé (PR), calcula que vai exportar 21% a menos neste ano. Ele ainda não estimou a perda em receita, mas acredita que superará esse percentual. “Além de ter produzido menos por causa da estiagem, o acordo branco (informal) entre China e EUA já afeta a cotação. Há dez dias a soja estava a R$ 71 a saca. Hoje, não passa de R$ 67,50”. Na safra 2017/2018, Fries conseguiu média de R$ 72,50 por saca.
A estiagem que afetou a produção de soja no Paraná, segundo maior produtor brasileiro, atingiu também as lavouras de Fries. A produtividade por hectare, que havia sido de 75 sacas, em média, na safra passada, caiu para 58,8. Ele conta que havia a possibilidade de compensar parte da perda com preços melhores, o que não ocorreu. “Quando fiz as vendas no mercado futuro, em novembro, vendi apenas o necessário para cobrir os custos, pois achava que, em razão da guerra comercial, os preços iriam subir. Não foi uma boa aposta”.
O produtor Emílio Kenji Okamura, presidente da Cooperativa Agrícola de Capão Bonito (SP), teme pelo escoamento mais lento da soja para o porto. “Nossa cooperativa tem capacidade para 600 mil sacas e os silos estão lotados. Muitos não quiseram vender acreditando que a briga dos EUA com os chineses ia longe, mas Donald Trump amenizou e já tem soja de lá sendo levada para a China.”
“Quem vendeu antecipado conseguiu até R$ 80 a saca, mas muito produtor preferiu esperar e agora o preço oscila entre R$ 71 e R$ 72. Ninguém sabe como o mercado vai ficar nos próximos meses, o que torna difícil um planejamento”, diz Okamura.
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Fonte: Canal Rural