Conjuntura do Agronegócio

1. Sem detalhes, Bolsonaro promete medidas contra 'problemas ambientais'

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que seu governo irá enviar um pacote de medidas para o Congresso para "solucionar problemas" relacionados à questão ambiental e à demarcação de terras indígenas, mas não deu detalhes sobre que tipo de propostas podem integrar essa iniciativa. Segundo Bolsonaro, o pacote será elaborado até a próxima quinta-feira pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM).

Bolsonaro falou sobre essa nova a proposta ao ouvir pedidos de alguns governadores para que o governo federal viabilize o uso do Fundo Amazônia, conjunto de recursos estabelecido com ajuda de países europeus, como Alemanha e Noruega. Contudo, o presidente rebateu os pedidos, alegando, sem provas, que utilizar o Fundo Amazônia teria supostamente "um preço", que seria o aceite de novas demarcações de terras na Amazônia.

"A questão do Fundo Amazônia tem um preço: a demarcação de terras indígenas. Isso leva a um destino que sabemos qual é. A indústria de demarcação de terras indígenas aconteceu após [o governo do ex-presidente José] Sarney. Isso precipitou a indústria de demarcação de terras indígenas, cuja marca é 1992, durante o governo Collor, com demarcação da reserva Yanomami [em Roraima]. Hoje Roraima perdeu até a autossuficiência na produção de arroz", disse o presidente, sem oferecer provas.

"O que podemos fazer até quinta-feira é uma equipe nossa procurar os senhores para a gente preparar um pacote de medidas para solucionarmos esse problema", complementou.

Convocada sob o pretexto de discutir queimadas na floresta amazônica, a reunião entre o presidente e governadores da região da Amazônia Legal foi usada para unificar o discurso crítico em relação a demarcações de terras indígenas e à política ambiental de governos anteriores, com a aprovação do governadores Mauro Carlesse (DEM), de Tocantins, e Antonio Denarium (PSC), de Roraima.

No entanto, o governadores Helder Barbalho (MDB), do Pará, e Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, foram na direção contrária. Barbalho pediu ao governo que dê uma sinalização clara de que os recursos do Fundo Amazônia são importantes para o país e disse a Bolsonaro que o Brasil está "perdendo muito tempo" com as críticas do presidente da França, Emmanuel Macron.

Flavio Dino defendeu o fundo como "de altíssimo valor, de enorme importância, muito bem gerenciado pelo BNDES e pelas autoridades ambientais", e alertou contra o risco de um eventual isolamento internacional do Brasil na área ambiental se refletir nas exportações do país. A ajuda emergencial do G7 (grupo formado pelas sete maiores economias do mundo) é de US$ 20 milhões, montante equivalente a cerca de R$ 83 milhões.

Na última segunda-feira, o Palácio do Planalto confirmou que o governo brasileiro decidiu recusar a ajuda de emergência. Isso porque o grupo, formado pelas sete maiores economias, estipulou condições para o desbloqueio do dinheiro que desagradaram Bolsonaro. Para receber a ajuda, o governo brasileiro teria que trabalhar com Organizações Não-Governamentais (ONGs).

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Fonte: Valor Econômico

2. Maia afirma que Macron ficou isolado em boicote a acordo Mercosul-UE

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (26) que o presidente da França, Emmanuel Macron, está certo em suas críticas ao desmatamento na Amazônia, mas destacou que o francês ficou isolado em sua proposta de boicotar o acordo celebrado entre o Mercosul e a União Europeia.

Na avaliação do parlamentar do DEM, os líderes do G-7 deram “um freio nesse excesso” do presidente francês. “Acho que o final de semana foi importante. O presidente da França ficou isolado. Acho que ele tem razão na crítica ao desmatamento, todos nós temos a mesma preocupação que ele, mas daí a transformar isso numa crise da União Europeia com o Brasil, com o Mercosul, de um tratado, de um acordo que vem sendo construído ao longo de 20 anos, eu acho que os próprios países do G-7 deram um freio nesse excesso”, disse Maia.

A declaração de Maia foi feita após sua participação no seminário “Comunicação e Novas Tecnologias - Proteção de Dados e Simetria Regulatória”, organizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pela Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel). Na sexta-feira, Macron disse que havia decidido se opor ao tratado e recebeu o apoio da Irlanda. A Alemanha, o Reino Unido e a Espanha não concordaram com a decisão do francês em tentar obstruir o acordo comercial. A cúpula do G-7 está reunida desde sábado, em Biarritz, na França.

Apesar de admitir que alguma fala do presidente Jair Bolsonaro possa ter gerado dúvidas sobre a posição do Brasil em relação ao desmatamento na Amazônia, Maia afirmou não ter visto nenhuma ação do Poder Executivo estimulando as queimadas. “A forma como o presidente às vezes fala pode gerar esse tipo de dúvida, mas não há nenhuma ação nem do governo nem do Parlamento com ações concretas que possam sinalizar o excesso da vocalização do presidente da França nos últimos dias. Acho que no final de semana ficou bem claro a necessidade de a gente discutir a importância da região amazônica como patrimônio da humanidade, mas como uma região que o Brasil é soberano sobre ela e o Brasil é quem tem que dar a solução sobre problemas na região”.

Narrativa mal compreendida

Mais tarde, em evento com empresários franceses promovido em São Paulo pela Câmara de Comércio França-Brasil, Maia disse que é preciso separar o que é “narrativa” da realidade dos fatos ao se analisar o discurso do presidente sobre o tema ambiental. “O presidente venceu as eleições por uma expectativa de que o Estado deixaria de atuar arbitrariamente na vida das pessoas e das empresas. Acho que a narrativa mal compreendida dele leva a uma sinalização para aquele que pratica crimes de que não haverá fiscalização ambiental, de que ele não será multado. Mas isso não significa, na prática, que alguém vai deixar de ser multado ou que vai deixar de ser preso por praticar crimes ambientais”, afirmou.

No mesmo evento da Câmara de Comércio França-Brasil, Maia disse que o governo não deveria ter negado os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o aumento do desmatamento na floresta amazônica. “Talvez [a falha do governo] tenha sido negar os dados do Inpe desde o começo. Ter negado informações que foram sendo confirmadas ao longo das semanas gerou atrito do Brasil com outros países”, afirmou. “Se tivesse chamado o diretor do Inpe para que pudesse ter as respostas corretas, mas não negar os dados”, acrescentou Maia.

Inpe

Maia (DEM-RJ) também afirmou, nesta segunda, que o governo não deveria ter negado os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o aumento do desmatamento na floresta amazônica. “Talvez [a falha do governo] tenha sido negar os dados do Inpe desde o começo. Ter negado informações que foram sendo confirmadas ao longo das semanas gerou atrito do Brasil com outros países”, afirmou o parlamentar.

Segundo Maia, a narrativa de Bolsonaro aliada ao momento de recessão econômica estimulou o desmatamento na região amazônica.

Ele disse, ainda, que Bolsonaro “gerou insegurança nos parceiros comerciais brasileiros” ao questionar os dados sobre o aumento do desmatamento na região amazônica apontados instituto. “Ele [Bolsonaro] falou uma coisa e foi interpretado de outra. E, depois, quando ele questionou os dados do Inpe, acho que gerou insegurança nos parceiros comerciais brasileiros, porque todo mundo vê a região da Floresta Amazônica como um patrimônio da humanidade, é muito sensível”, afirmou em entrevista coletiva após participar de almoço com empresários e investidores franceses organizado pela Câmara de Comércio França-Brasil, em São Paulo.

Segundo Maia, a “narrativa” de Bolsonaro passou a mensagem de impunidade a responsáveis pelo desmatamento. “Você faz uma narrativa dizendo que o Estado brasileiro passou a interferir demais na vida do cidadão, mas isso não significa que uma pessoa que desmate não vai sofrer as penas da lei. Por isso que eu digo que ele não quis dizer o que eu acho que alguns interpretaram como, vamos dizer assim, alguma liberdade para desmatar no Brasil.”

Para o presidente da Câmara dos Deputados, o discurso de Bolsonaro foi uma sinalização errada. "Se governo tivesse chamado o diretor do Inpe e tivesse dito que precisava dos dados para ficar informado e ter uma narrativa que não fosse contra o Brasil... Mas ter negado as informações gerou atrito do Brasil com outros países", afirmou.

Ajuda do G-7

Ainda pela manhã, no evento do STJ e da Abratel, questionado sobre a liberação de ajuda de emergência à Amazônia pelo G-7, Maia disse que o Brasil deve aceitar os recursos mesmo com as críticas feitas por líderes europeus à ação do governo em relação às queimadas. "O Brasil é hoje um país que vive dificuldades financeiras. Se todos têm essa preocupação com a região amazônica, então acho que sim. Brasil tem todas as condições de receber e utilizar bem os recursos. Não vejo problema do Brasil aceitar ajuda nessa e em outras áreas, contando que fique claro que na região amazônica, como em todo o território nacional, a soberania é do Estado brasileiro."

Maia disse que conversará com parlamentares da bancada do agronegócio e do meio ambiente para construir uma pauta de projetos relacionados a questões ambientais. Ele disse ainda que pretende fazer uma reunião com parlamentos de países da região amazônica e com representantes das embaixadas e países europeus. “Depois vamos organizar uma visita para mostrar que a agenda da Câmara, do Brasil, do Congresso não estará nunca relacionada com a flexibilização da proteção do meio ambiente”

Projetos de preservação ambiental

Mais tarde, em podcast produzido pela assessoria do parlamentar, Maia afirmou que parlamentares das bancadas ruralista e do meio ambiente se reunirão nesta terça-feira (27) para pensarem conjuntamente em projetos relacionados à preservação ambiental.

“Deputados do agronegócio e do meio ambiente vão me apresentar dois, três projetos que a gente pode votar ainda esta semana, deixando claro a nossa preocupação com a preservação do meio ambiente. Amanhã tem uma reunião dos deputados do agronegócio e do meio ambiente, coordenados pelo deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP). Talvez, saia dali dois, três projetos que, talvez, já possamos colocar com urgência, em um grande acordo, na pauta da Câmara.”

Além disso, o presidente da Câmara afirmou que será criada nesta terça-feira a comissão externa do Congresso para acompanhar, in loco, “as queimadas que nos afligem”. Ele disse esperar que o presidente Jair Bolsonaro também apoie a ideia de defender “a liberação de parte dos recursos que tinham sido roubados da Petrobras para financiar o combate às queimadas” na região amazônica.

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Fonte: Valor Econômico

3. Investigação ordenada hoje por Bolsonaro no PA já é conduzida pelo MPF

A investigação ordenada pelo presidente Jair Bolsonaro neste domingo, com base em reportagem do "Globo Rural" que mostrou a atuação de grileiros, produtores rurais e comerciantes para colocar fogo às margens de uma estrada federal em Altamira (PA), já está em apuração pelo Ministério Público Federal (MPF) no Pará desde a semana passada, e com um enfoque diferente: a ausência de fiscalização ambiental na região, mesmo com o aumento no número de queimadas.

O caso, que ficou conhecido como o "Dia do Fogo", com anúncio publicado por fazendeiros em um jornal local, está em investigação pelo MPF em três municípios da Amazônia. O inquérito, segundo divulgado na semana passada, apura a diminuição no número de fiscalizações na região, a ausência de policiais militares e o anúncio convocando para a queimada no dia 10 de agosto.

O despacho foi assinado diante das informações recolhidas por sistemas de satélite que apontam aumento na devastação de vários pontos da floresta amazônica — dados “alarmantes”, conforme os procuradores de Santarém, Itaituba, Altamira e Belém.

De acordo com eles, é preciso investigar a relação entre a redução da fiscalização ambiental e o crescimento de 50% no desmatamento e de 70% nas queimadas, percentuais divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) — recentemente, por não concordar com a metodologia de pesquisa do órgão, o presidente Jair Bolsonaro demitiu seu diretor, Roberto Galvão.

“O enfrentamento do desmatamento ilegal é uma política de Estado, não de governos específicos”, diz o MPF, citando diversos compromissos nacionais e internacionais assumidos pelo Brasil na área ambiental. O órgão também diz que “a ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo” é um dos princípios basilares da Política Nacional de Meio Ambiente.

O documento alerta para o fato de que o MPF tem recebido cada vez menos autos de infração, apesar de os dados oficiais mostrarem aumento no desmatamento e diversos relatos de povos da floresta confirmarem a emergência de crimes ambientais.

“Restrições de cunho orçamentário não podem ser impostas indiscriminadamente a ponto de obstar a concretização das ordens constitucionais relativas aos direitos fundamentais da sociedade, como é o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o direito à saúde e o direito à vida, todos de estatura constitucional”, diz o texto.

Um dos pontos a serem investigados é a dispensa, pelo governo federal, de “vultosa quantia que seria repassada por outros países ao Brasil, a título do Fundo Amazônia, para combater o desmatamento”. Recentemente, Noruega e Alemanha suspenderam o financiamento de proteção às florestas, insatisfeitos com mudanças feitas pelo ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) na política ambiental brasileira.

Se for confirmada a negligência do governo, as autoridades podem vir a ser responsabilizadas por improbidade administrativa, com punições que variam entre multas e perda dos direitos políticos. “Há de se lembrar que a política de enfrentamento ao desmatamento e às queimadas não é faculdade. Não é opção. É obrigação estatal, independentemente da afinidade com a pauta de quem assume instâncias de poder”, destaca a petição.

Outra frente de investigação é sobre a conclamação de fazendeiros para um “Dia do Fogo” no sudoeste do Pará, em que produtores rurais incendiariam grandes áreas de floresta para “mostrar vontade de trabalhar ao presidente Jair Bolsonaro”. O anúncio foi publicado no jornal “Folha do Progresso”, em Itaituba.

Segundo o MPF, o dia previsto para a manifestação (10 de agosto) coincidiu com dados do Inpe que mostraram um incremento significativo de queimadas, principalmente em Altamira e Novo Progresso — alta de 300% em relação ao dia anterior. O protesto não contou com fiscalização preventiva porque, conforme o Ibama, não havia apoio da Polícia Militar.

Os procuradores narram dificuldades em agendar reuniões com a Secretaria de Segurança Pública do Pará e com o comando da PM para esclarecer os fatos, que também incluem invasão a terras indígenas na região de Belo Monte.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Área de transgênicos segue em alta no país

O plantio de culturas transgênicas (soja, milho, algodão e cana) ocupou 51,3 milhões de hectares no Brasil em 2018, conforme levantamento divulgado ontem pelo Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia (ISAAA). Em relação a 2017, houve um aumento de 2%, ou 1,1 milhão de hectares, impulsionado pela cana, cuja primeira variedade geneticamente modificada começou a ser plantada no país no ano passado.

Segundo o ISAAA, a área brasileira com transgênicos representou quase 27% do total mundial em 2018, que alcançou 191,7 milhões de hectares, 1% acima do ano anterior. De acordo com a entidade, 26 países cultivaram sementes transgênicas no ano passado. No ranking que inclui apenas soja, milho, canola e algodão o Brasil foi o segundo do ranking (50,2 milhões de hectares), atrás dos Estados Unidos (75 milhões) e à frente de Argentina (23,9 milhões), Canadá (12,7 milhões e Índia (11,6 milhões).

No Brasil, informou o ISAAA, os organismos geneticamente modificados (OGMs) ocuparam 93% da área total conjunta de soja, milho e canola em 2018, ao passo que nos EUA o nível de adoção foi de 93,3%, na Argentina chegou a 100%, no Canadá alcançou 92,5% e na Índia ficou em 95%. Na soja semeada no Brasil, a taxa de adoção foi de 96%, e os 34,86 milhões de hectares plantados com sementes transgênicos do grão superaram a área americana. No caso do milho cultivado no Brasil, a taxa de adoção de OGMs foi de 89%, e no algodão foi de 84%.

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Fonte: Valor Econômico

5. Anvisa decide agilizar reavaliação de registros de agrotóxicos

Em meio ao aumento de registros de agrotóxicos no país, e para tentar melhorar a análise desses produtos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu adotar novos critérios de avaliação de risco e demanda comercial nessa frente. Com os novos procedimentos, que estabelecem uma fila de prioridades, o tempo médio para a reavaliação de um defensivo agrícola deverá cair de cerca de dois anos para até 8 meses.

A Anvisa faz reavaliações para averiguar se um agrotóxico que já está no mercado apresenta novos riscos à saúde ou ao ambiente e precisa ser banido ou pode permanecer no mercado, ainda que com restrições de uso. No Brasil não há prazo para a renovação de um registro. Com isso, em tese um agrotóxico pode ser comercializados por tempo indeterminado.

Segundo Renato Porto, diretor da Anvisa, a necessidade de reavaliar um agrotóxico com mais agilidade faz parte do processo em curso de modernização e melhoria dessa área da agência. Esse processo foi aprovado por meio de uma resolução da diretoria colegiada da agência em 2018.

“Não adianta a gente ter tantos registros e a fila diminuir, e essa é a nossa intenção. É preciso modernizar inclusive a etapa de reavaliação e diminuir o padrão toxicológico do Brasil”, afirmou Porto. “Mas não posso retirar um produto do mercado e deixar a safra sem opção. Vamos dar velocidade ao registro e à reavaliação. E esse é o caminho que todos os países fizeram”.

O diretor lembrou que a lei brasileira sobre registro de agrotóxicos, de 1989, determina que o governo só libere produtos menos ou igualmente tóxicos do que aqueles que estão no mercado.

Junto com o Ministério da Agricultura e o Ibama, órgãos que também respondem pela análise de pedidos para registrar agrotóxicos no Brasil, a Anvisa vem sendo questionada pelo grande número de liberações desses produtos neste ano: de janeiro até 22 de julho foram 262, 28 a mais que no mesmo período do ano passado.

Até hoje não havia critério para reavaliação nem fila de prioridades para tal, e a Anvisa só vinha reavaliando agrotóxicos sob determinação judicial — foram 14 moléculas desde 2008, das quais 12 foram banidas do mercado. Com a nova metodologia, porém, a agência definiu quatro critérios principais para o estabelecimento de uma lista de prioridades: classificação de perigo, demanda comercial, risco ao consumidor e risco ao trabalhador.

Com base nesses critérios, a Anvisa partiu de uma lista de 43 agrotóxicos identificados dentro da própria agência ou por Ministério Público, Câmara dos Deputados e entidades do setor de agronegócios, ambientalistas e de saúde.

Desse total, foram selecionados 24 que apresentavam pelo menos alguma característica proibitiva de registro, como a possibilidade de causar câncer, mutação genética e má formação fetal, ou ofereciam algum risco para os trabalhadores rurais ou de deixar resíduos nos alimentos, entre outras condicionantes.

No fim do processo, foram priorizados sete agrotóxicos, cujo primeiro edital de convocação das empresas fabricantes deverá ser publicado em dezembro — o primeiro produto da fila é o fungicida Carbendazim. Os fabricantes terão seis meses para entregar documentação para que a Anvisa inicie a reavaliação.

A reavaliação será feita com um produto de cada vez. Desses sete, o Carbendazim, assim como o fungicida Promicida e o herbicida Linurom, não são autorizados na Europa. O fungicida Clorotalonil deixará de ser liberado pelos europeus em novembro deste ano e o inseticida Clorpirifós, só a partir de janeiro de 2020. Os outros dois são autorizados na Europa: os fungicidas Tiofanato metílico e Epoxiconazol.

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Fonte: Valor Econômico

6. Cientistas da UE se rebelam contra lei transgênica europeia

Cientistas de 127 institutos de pesquisa da Europa, que agrupam cerca de 25 mil cientistas, exigiram que as autoridades da União Europeia mudassem urgentemente a legislação sobre organismos geneticamente modificados (OGMs). Em uma carta aberta endereçada ao Parlamento Europeu, Comissão Europeia e Conselho, cientistas alertam que o atual regulamento deixa a Europa fora de jogo diante da possibilidade de projetar novas variedades de plantas usando CRISPR para criar “agricultura sustentável”.

No ano passado, o Tribunal Europeu de Justiça equiparou plantas modificadas com CRISPR a transgênicos convencionais, uma decisão que não pode ser apelada. Os OGMs incluem variedades de plantas desenvolvidas há mais de duas décadas com técnicas mais rudimentares para incluir DNA de outras espécies em seu genoma.

Por exemplo, o milho GM MON 810, o único autorizado para cultivo na Europa, carrega um gene da bactéria B. thuringiensis que permite sintetizar uma proteína tóxica para a broca, uma praga. A decisão do tribunal da UE exige que as plantas modificadas com CRISPR, mesmo aquelas que não possuem DNA de outra espécie, estejam sujeitas às mesmas regras que as plantas transgênicas. Este regulamento exige um processo de teste que pode levar até seis anos e custar até 15 milhões de euros.

Os cientistas relatam que a decisão do tribunal não é baseada em argumentos científicos. A legislação transgênica, que data de 2001, "não reflete mais corretamente o estado atual do conhecimento científico", adverte a carta enviada à UE. Plantas modificadas com CRISPR que não contêm genes de outras espécies são as mesmas ou mais seguras do que plantas obtidas por técnicas convencionais de melhoramento, eles argumentam.

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Fonte: Agrolink

Proteína Animal

7. Brasil tenta aval para exportar carnes bovina e suína ao Japão

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que as conversas com seu colega japonês, Takamori Yoshikawa, para liberação da importação de carnes bovina e suína do Brasil pelo país asiático estão avançando. Ontem, Tereza Cristina manteve, em São Paulo, a quarta rodada de diálogos com Yoshikawa sobre essa e outras questões.

"O Japão costumeiramente importa carne de países livres de vacinação contra febre aftosa. E só temos Santa Catarina nessa condição. Minha proposta foi incluir Goiás, Rondônia, Paraná e Rio Grande do Sul como regiões que podem exportar após uma visita técnica japonesa". Segundo a ministra, uma missão do Japão nesse sentido poderá vir no ano que vem ao Brasil. "Por enquanto as tratativas continuam".

Em encontro com jornalistas, a ministra falou que também discutiu com o representante japonês a liberação das exportações de abacate, mas que o sinal verde envolve questões sanitárias que "levam tempo para serem sanadas". Foi tema das conversas, ainda, uma cooperação técnica entre universidades brasileiras e a Embrapa e universidades japonesas. "Também abordamos questões de rotulagem e material genético de aves".

Depois de se reunir com o ministro japonês, Tereza Cristina esteve na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) e confirmou que viajará para Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos entre os 14 a 23 de setembro. A ideia é estreitar as relações comerciais sobretudo após o desconforto causado pela ameaça - não cumprida - do governo de transferir a embaixada brasileira em Israel.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. China perderá um terço da carne suína

A epidemia de peste suína africana deverá acabar com a produção de 16 milhões de toneladas de carne suína na China neste ano, um terço do volume normal e o dobro das exportações globais anuais. A estimativa é da consultoria INTL FCStone.

Em apresentação realizada ontem, Renato Rasmussen, diretor de inteligência da empresa, indicou que as perdas nos rebanhos de suínos na China e em outros países que também estão sendo afetados pela doença não serão totalmente compensadas por importações de carne suína ou mesmo de outras proteínas, e haverá um déficit na oferta mundial de proteína animal de quase 10 milhões de toneladas em 2019.

Na avaliação da INTL FCStone, a produção chinesa de carne suína deverá cair ainda mais no próximo ano e alcançar 34 milhões de toneladas, ante as 38 milhões esperadas para este ano e 54 milhões de toneladas de 2018. A produção do país só deverá começar a se recuperar em 2021, quando deverá retornar ao patamar de 38 milhões de toneladas.

A INTL FCStone reforçou que esse encolhimento do plantel de suínos na China tem dois efeitos distintos nos mercados agropecuários globais: diminuição da demanda chinesa por grãos e aumento das importações de carnes.

Nas projeções da consultoria, a China terá que importar 3,3 milhões de toneladas de carne suína neste ano e 4,2 milhões em 2020, ante 2,1 milhões de toneladas importadas no ano passado.

A consultoria estima que, se a produção chinesa de carne suína recuar 30% - como projeta que vá ocorrer neste ano -, a demanda do país asiático por ração deverá cair 27,7 milhões de toneladas. Nesse cenário, a demanda por milho deverá recuar 17,2 milhões de toneladas e a demanda por farelo de soja tende a ficar 7,7 milhões de toneladas menor.

Outros países também têm sofrido com a peste suína africana. No Vietnã, onde a doença já levou à perda de 16% do rebanho de suínos, a produção de carne suína deverá diminuir entre 15% e 20% em 2019, segundo a consultoria.

"Grande parte do sudeste da Ásia terá dificuldade em repovoar seu rebanho e garantir suprimentos provisórios de proteína. As perdas causadas pela peste suína africana no sudeste da Ásia vão exacerbar as deficiências globais de proteína, adicionando mais pressão aos mercados globais", afirmou Rasmussen.

Como resultado, a consultoria espera que haverá uma oferta mundial de carne suína mais restrita e preços mais elevados no mercado internacional em 2020.

Entre os países exportadores que podem ofertar proteínas aos mercados asiáticos, a INTL FCStone acredita que o Brasil é um dos mais bem posicionados, embora existam dúvidas sobre se a situação atual represente um aumento estrutural na demanda e de acesso ao mercado chinês.

A União Europeia, embora seja a principal fornecedora para o mercado chinês - atualmente é a origem de 70% das importações do país asiático -, tem limitações para atender sozinha a esse aumento de demanda. Os Estados Unidos, que ocupam o segundo lugar, estão em guerra comercial com a China, e o Canadá, terceiro maior exportador para os chineses, sofre com barreiras não-tarifárias, algumas inclusive relacionadas à guerra comercial entre Washington e Pequim.

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Fonte: Valor Econômico

9. Mercado do boi gordo firme no início da semana

O mercado do boi gordo esteve firme na última segunda-feira (26/8), mesmo sendo um dia típico de baixa movimentação.

Destaque para o Oeste do Maranhão, onde as programações de abate atendem cerca de três dias. Atualmente, o boi gordo ficou cotado em R$144,50/@, a prazo, livre de Funrural, alta de 1,0% na comparação dia a dia.

Por outro lado, na região de Goiânia-GO, a oferta, apesar de restrita, tem sido suficiente para atender a demanda. Na região, o boi gordo ficou cotado em R$142,00/@, a prazo, livre de Funrural, queda de 0,7% na comparação dia a dia, porém, em relação ao início do mês a cotação subiu 0,7%.

Embora o momento seja de consumo lento pela segunda quinzena, a proximidade da virada do mês deve fazer com que os frigoríficos busquem manter um patamar mínimo de programações de abate. Isto, para atender à demanda do varejo, se abastecendo para o período de pagamento de salários.

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Fonte: Scot Consultoria/Agrolink

Agroenergia

10. ANP e Serpro criarão plataforma com dados de produtores do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai criar, em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que atende a Receita Federal, a Plataforma CBio, que reunirá todos os dados das operações dos produtores de biocombustíveis que estiverem credenciados no programa RenovaBio. Foi o que afirmou Aurélio Amaral, diretor da ANP, em evento hoje em São Paulo.

A plataforma registrará as operações intermediárias dos produtores de biocombustíveis e permitirá à ANP verificar o que é elegível ou não à emissão de Créditos de Descarbonização (CBios). Amaral espera que a plataforma receba, apenas do segmento de etanol, 60 mil notas fiscais por mês.

O instrumento deverá estar pronto até o início do programa, em 24 de dezembro, quando os CBios deverão começar a ser comercializados entre produtores e distribuidores de biocombustíveis.

A ideia é garantir a transparência do programa e conferir credibilidade, gerando dados e estatísticas que poderão ser usados para estudos, disse Amaral ao Valor, após apresentação em evento promovido pela INTL FCStone.

Segundo Amaral, o sistema será financiado pelos produtores que se credenciarem no programa e poderá contar com recursos da agência. “Conforme forem entrando mais produtores, o custo, que já é baixo, vai cair mais a eles”, disse.

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Fonte: Valor Econômico

11. Ener Sugar repagina usina parada com R$ 5 mi e volta ao mercado em 2020 com cana garantida

A antiga Usina Pau D´Alho virou Ener Sugar e vai voltar ao mercado em 2020, após investimentos iniciais de R$ 5 milhões na recuperação dos equipamentos industriais. Os novos proprietários também já estão renegociando contratos de venda de energia que foram interrompidos e vão decidir o percentual do mix mais a frente, das 1 milhão de toneladas de cana que marcarão a restreia da indústria.

E matéria-prima garantida, comprada acima das referências pagas pelos players, é um dos diferenciais, para a unidade de Ibirarema, no Sudoeste paulista.

Enquanto limpavam as pendências judiciais, desde 2017, quando poucos credores criaram resistência, Sylvio Ribeiro do Valle Mello Jr e seu sócio tentaram achar alguns outros investidores para o negócio. Desistiram diante de algumas exigências consideradas despropositadas.

E com a economia sem ritmo e a sucroenergia também ainda em recuperação, não eram exatamente fatores de estímulos. "Mas agora, com as expectativas melhores, inclusive para o nosso setor, estamos abertos", afirma o empresário, lembrando que os planos da Ener Sugar são para 4 milhões de toneladas por safra. Hoje, a capacidade instalada é de 2,2 milhões de toneladas.

Na safra 20/21, a partir de abril, os proprietários acreditam na replicação de outra temporada alcooleira. Em números redondos, as 1 milhão de toneladas que serão moídas podem render 900 tonelada/dia de açúcar e 500 mil litros/dia de etanol.

Começar zerada em dívidas é outro aspecto favorável para a empresa, acredita ele. A expectativa é boa, de acordo com o empresário, segundo os sintomas das boas renegociações que estão sendo feitas com os antigos compradores de energia.

Enquanto isso, a nova usina vai ao mercado, contando com outra força adicional. Em um setor onde a matéria-prima próxima e garantida é fundamental, Valle terá a parceira dos fornecedores da região de Assis, uma vez que é presidente da Associação Rural dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana (Assocana).

Aliás, para quem acompanhou desde o início as tratativas para a encampação da massa falida da Pau D´Alho reconhece que a intenção era criar um canal de compra de cana para os produtores independentes, sempre às voltas com problemas de preço deprimidos pelo Consecana.

Vale dizer, que o novo usineiro, a vida toda só fornecedor, vai gerar um relacionamento comercial valorizando mais o fornecedor e a cana de qualidade, em um regime de contrato diferenciado.

"Agora, poderemos criar um pólo de desenvolvimento regional forte", aposta Sylvio Ribeiro do Valle.

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Fonte: Money Times/Udop

12. Usina Aliança começará a moagem em 2020 em Penápolis

A usina Nova Aliança, que está sendo instalada em Penápolis (SP), no local da antiga usina Everest, deve começar a moagem em 2020, com produção de açúcar e etanol. A expectativa é empregar 200 pessoas na indústria e outras 300 no campo, de forma terceirizada.

O valor do investimento está estimado em cerca de R$ 12 milhões, para capacidade de moagem de até 1 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por ano.

As informações são da assessoria de imprensa da Prefeitura de Penápolis e foram divulgadas após visita do vice-prefeito Carlos Alberto Feltrin, e do secretário municipal de Desenvolvimento e Trabalho, Enio Cesar Almeida ao empreendimento, na semana passada.

A retomada nas instalações da usina é iniciativa de um grupo de 18 sócios, liderado pelo empresário Roberto Sodré Egreja, que assumiu o empreendimento em setembro do ano passado.

A planta está localizada nas proximidades da rodovia Assis Chateaubriand, entre os municípios de Penápolis e Braúna.

Obras

Atualmente trabalham no local cerca de 100 pessoas, atuando em diferentes frentes de serviço, desde obras físicas até manutenção e implantação de equipamentos e máquinas.

De acordo com o gerente industrial Luiz Peres Júnior, as obras estão na etapa final, e devem levar mais 60 dias, aproximadamente. "Depois disso faremos a moagem de cerca de 20 toneladas de cana para efeito de testagem de todo sistema", contou. Na primeira safra, devem ser moídas 500 mil toneladas de cana-de-açúcar para fazer 20 milhões de litros de etanol e 30 mil sacas de açúcar.

A antiga usina Everest teve sua instalação iniciada há mais de 20 anos, mas nunca entrou em operação. *As informações da assessoria de imprensa da Prefeitura

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Fonte: Hojemais - Araçatuba/Udop

Grãos e Grandes Culturas

13. SLC parte para safra 2019/20 com postura mais cautelosa

Embora tenham experimentado uma leve recuperação diante da expectativa de uma quebra de safra nos Estados Unidos, os preços das commodities agrícolas no mercado internacional não estão suficientemente atraentes para estimular uma expensão na área de produção de grãos no Brasil.

Foi o que afirmou ao Valor o CEO da SLC, Aurélio Pavinato, que adiantou que, nesse cenário, a área de cultivo da empresa, uma das maiores produtoras de grãos e fibras do país, deverá ser mantida na safra 2019/20, que começará a ser semeada em meados de setembro.

"Os preços ainda não estão altos o suficiente para motivar uma expansão, e devemos manter a nossa área total ", afirmou. "Mas nossa expectativa é de um clima favorável para a safra, similar ao deste ano", disse. No ciclo 2018/19, a SLC cultivou 458 mil hectares (considerando o total semeado nas safras de verão e de inverno) em seis Estados do Centro-Oeste e do Nordeste.

Do total, 243,1 mil hectares foram destinados à soja, aumento de 5,6% em relação à safra anterior. A produtividade foi de 62 sacas por hectare, a melhor média histórica do grupo - 6,2% superior ao rendimento inicialmente previsto - e, com isso, a colheita está estimada em mais de 900 mil toneladas em 2018/19.

Conforme Pavinato, as cotações da oleaginosa deverão oscilar entre US$ 9 e US$ 10 por bushel na bolsa de Chicago na nova safra (julho deste ano a junho de 2020), ante de US$ 8 a US$ 10 em 2018/19. A SLC já negociou 90% da produção deste ano, a US$ 10,15 o bushel. "A expectativa de menor oferta na safra de 2019/20 proporcionou uma recuperação expressiva da soja e do milho. No entanto, a peste suína africana inibiu o aumento da demanda por soja. A quebra ajustou a oferta, e os preços caíram ao nível atual."

A situação é semelhante para o milho, que deverá registrar cotações entre US$ 4 e US$ 4,5 por bushel em 2019/20 em Chicago, segundo Pavinato. Na temporada 2018/19, a SLC cultivou 88,9 mil hectares do cereal na segunda safra, área 15,6% maior que a da safra anterior. Quase 80% da área já foi colhida, e a empresa espera produzir 633,5 mil toneladas.

A produtividade está estimada em 118 sacas por hectare para a segunda safra, 24,7% acima do ciclo anterior e 4,5% maior que a projetada. "Os R$ 22 pagos pela saca em Mato Grosso ainda são um valor relativamente baixos para estimular o aumento do plantio", disse ele.

A SLC tem 80% do milho vendido na atual safrinha a R$ 23,40 a saca, 16,9% mais que a média de 2018. "A nossa nova safra de milho deverá ser melhor que a do ano passado, compensada pelo câmbio", disse Pavinato, que estima que o dólar continuará a se fortalecer ante ao real.

Com 62% da área plantada n média da primeira e segunda safras da temporada 2018/19 colhida, a produção de algodão da SLC tem gerado as melhores notícias para o grupo. Com área 30% maior que em 2017/18, de 123,7 mil hectares, a cultura representa 52% do faturamento do grupo, que já negociou 90% da produção a um preço médio de 79,5 centavos de dólar por libra-peso.

A SLC anunciou na semana passada que registrou receita líquida de R$ 413 milhões no segundo trimestre de 2019, recuo de 11% ante ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido atingiu R$ 211,9 milhões, aumento de 26% na comparação.

O resultado favorável foi atribuído ao algodão, apesar deste ter tido seus preços afetados pela guerra comercial entre EUA e China. Se, por um lado, o embate entre os países aumentou a liquidez da pluma brasileira, de outro cotações caíram significativamente em Nova York. De acordo com o Valor Data, os contratos futuros de segunda posição recuaram quase 9% em agosto na bolsa, e cerca de 20% neste ano. Em 12 meses, a baixa se aproxima de 30%.

Para 2020, o clima é de preocupação, diz Pavinato. "Esperamos um ano desafiador para a pluma, em função da guerra comercial entre China e EUA e dúvidas em relação à demanda". Para ele, a guerra tem benefícios para o Brasil no curto prazo, porque fortalece a posição do país como parceiro comercial da China. "Por outro lado, gera uma pressão sobre as cotações. O melhor para o setor seria que essa guerra não existisse. Haveria mais crescimento de maior demanda". A SLC exporta cerca de 95% de sua produção de soja, milho e algodão.

Para ele, os dois países vão demorar a chegar a um acordo. Pavinato evitou fazer projeções, mas ressaltou que no primeiro semestre os resultados ficaram em linha com os do ano anterior. O lucro líquido no período foi de R$ 323,3 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

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