Conjuntura do Agronegócio

1. Instituto diverge de ministro e associa queimadas ao desmatamento

O Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia (Ipam) divulgou uma nota técnica em que associa o aumento das queimadas na região amazônica ao avanço do desmatamento. De acordo com os técnicos do instituto, a conclusão se baseia na avaliação de números de focos de incêndio, dias consecutivos sem chuva e de supressão da vegetação neste ano.

“A Amazônia está queimando mais neste ano e o período seco, por si só, não explica esse aumento. O número de focos de incêndio na maioria dos Estados da região é o maior dos últimos quatro anos. É um índice impressionante, pois a estiagem deste ano está mais branda do que aquelas observadas em anos anteriores”, diz a nota do Ipam.

Considerando que a seca está menos intensa, os técnicos relacionaram os dados de desmatamento e focos de queimada. Segundo eles, os dez municípios da região amazônica com mais ocorrências são aqueles de onde a vegetação mais foi suprimida (veja quadro abaixo). Esses locais são responsáveis por 37% dos focos de calor e por 43% do desmatamento registrado nos primeiro sete meses deste ano.

Na avaliação do Ipam, é preciso atuação do poder público e da sociedade para intensificar o combate à derrubada ilegal da floresta. É preciso também apoiar agricultores para não usar mais o fogo no preparo da terra, prática que, de acordo com o instituto, ainda faz parte da paisagem rural da Amazônia.

“É urgente que se retome as campanhas de prevenção de queimadas, combate aos incêndios florestais e o uso de técnicas controladas do fogo. Os proprietários rurais devem ser estimulados a aplicarem técnicas de manejo correto, como o uso de aceiros, para evitar a propagação acidental das chamas”, diz a nota técnica.

A avaliação do instituto diverge da feita pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Na terça-feira (20/8), ao discursar em Sertãozinho (SP), ele atribuiu o atual problema das queimadas ao tempo mais seco. E classificou como “fake news” a avaliação de que a tarde mais escura registrada na cidade de São Paulo tenha relação com o desmatamento da região Amazônia.

Nesta quarta-feira (21/8), Salles foi alvo de protestos ao participar da Semana Latino-americana e Caribenha sobre Mudança do Clima, em Salvador (BA). Ao falar sobre as queimadas, destacou que a situação em Mato Grosso é preocupante e que vai vistoriar o Estado in loco. E voltou a dizer que os focos de queimada são causados pelo clima seco e pelo calor

“Nós vamos atuar, tanto o ICMBio quanto o Ibama estão com todas as suas equipes de brigadistas, equipamentos, aeronaves e recursos disponíveis para apoiar os governos dos estados nesse combate às queimadas”, afirmou, de acordo com o divulgado pelo portal G1.

Também nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o assunto. Ele insinuou que organizações não-governamentais seriam responsáveis pelas queimadas na região amazônica para chamar a atenção. Seria, segundo ele, uma reação ao fato do governo ter, nas palavras dele, tirado dinheiro de ONG’s.

“Temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro”, disse o presidente, conforme o G1.

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Fonte: Revista Globo Rural

2. Governo recebeu denúncias de incêndios criminosos na Amazônia, diz porta-voz

O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta quarta-feira, 21, que o presidente Jair Bolsonaro têm recebido denúncias de que incêndios criminosos na Floresta Amazônica podem ter sido causados em reação à suspensão de repasses para organizações não governamentais (ONGs) e também de verbas de países para o Fundo Amazônia, projeto de cooperação internacional para preservação da floresta.

“O presidente tem a percepção de que essas queimadas podem estar sendo realizadas em represália a esses prejuízos por parte das organizações não governamentais. Algumas denúncias desses atos já foram apontadas em algumas regiões”, afirmou Rêgo Barros.

Mais cedo, o próprio presidente da República reforçou a desconfiança de que o aumento de queimadas registrado nos últimos dias na Amazônia pode ser resultado de ação criminosa.

“O presidente já destacou que muitas delas (ONGs) atendem aos interesses estrangeiros que cobiçam as riquezas naturais existentes no território brasileiro. Algumas vivem exclusivamente do aporte financeiro externo, que no momento, em face das ações do governo brasileiro, foram estancadas por má-gestão”, disse o porta-voz do Palácio do Planalto.

Ainda segundo Rêgo Barros, a responsabilidade pelas queimadas criminosas e o desmatamento ilegal não é só do governo federal, mas também de estados, municípios e da própria sociedade. Ele defendeu as ações federais em curso para mitigar os problemas.

“Achamos até que a opinião pública está sendo conformada de uma maneira equivocada em relação às ações demandas pelo presidente e realizadas pelo Ministério do Meio Ambiente. E o Ministério do Meio Ambiente vem atuando, vem se fazendo presente, o ministro hoje mesmo, após ir a um evento realizado em determinado estado, viajou para a região (Mato Grosso) para, in loco, liderar pela percepção, pela análise do ambiente operacional, para ver o que possa ser feito, em ajuda aos brigadistas daquela área, por parte do governo federal”, acrescentou.

Após sobrevoar algumas das regiões atingidas, no Mato Grosso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que a maior parte dos focos de incêndio está localizada na área urbana. Ele destacou que, dos 10 mil hectares de área que foram queimados, cerca de 3 mil estão localizados na Chapada dos Guimarães, próximo a Cuiabá (MT).

Segundo o ministro, o governo federal está atuando nas regiões mais críticas com pelo menos mil brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural

3. China diz esperar que EUA parem com ações erradas sobre tarifas e promete retaliar

A China afirmou nesta quinta-feira esperar que os Estados Unidos parem com suas ações erradas sobre tarifas, acrescentando que qualquer nova taxa levará a uma intensificação.

Os EUA disseram neste mês que irão adotar tarifas sobre 300 bilhões de dólares em produtos chineses a partir de 1 de setembro, o que efetivamente levaria suas tarifas a todas as exportações da China aos EUA.

Mas o presidente Donald Trump depois voltou atrás de parte do plano, adiando taxas sobre alguns itens como celulares, laptops e outros produtos ao consumidor para meados de dezembro, na expectativa de reduzir o impacto sobre as vendas de Natal.

"Apesar da decisão dos EUA de adiar tarifas sobre alguns produtos chineses...se os EUA se sobrepuserem à oposição da China e adotarem qualquer nova tarifa, a China será forçada a adotar ações retaliatórias", disse o porta-voz do Ministério do Comércio, Gao Feng.

Gao afirmou que equipes comerciais de ambos os lados estão em contato, quando questionado se o vice-premiê chinês, Liu He, viajará a Washington para a próxima rodada de negociações comerciais presenciais.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

Insumos

4. DSM cria aditivo capaz de reduzir emissão de gases na pecuária

Sob olhar desconfiado dos europeus, a pecuária terá de encontrar alternativas para reduzir as emissões de metano, um dos gases de maior impacto sobre o aquecimento global. Nos fóruns internacionais, o tema é incontornável. Se a indústria da carne não encontrar uma saída, dificilmente escapará da incidência de impostos mais altos, como foi recentemente proposto por parlamentares da Alemanha.

Nesse cenário, a multinacional holandesa Royal DSM desenvolveu uma tecnologia promissora para combater a emissão de gases do efeito estufa pela pecuária. A nova tecnologia, citada como uma das dez com maior potencial de ajudar o planeta em relatório recente da organização americana World Resources Institute, pode ser bastante positiva para o Brasil - grande exportador de carne bovina -, mas não apenas. Mesmo a Europa, forte na produção de leite, terá que reduzir as emissões de gases de sua pecuária.

Na DSM, a tecnologia é tratada como uma revolução. Até agora, as principais medidas de combate às emissões de gases pela pecuária estão ligadas ao aumento da produtividade, uma vez que, quando engorda mais rápido, o gado emite gases por um período de vida mais curto. A nova tecnologia, porém, promete reduzir efetivamente a emissão.

Segundo pesquisadores da empresa, a mistura da uma quantidade pequena do aditivo 3-NOP - abreviação do composto orgânico 3-Nitrooxypropanol - na ração reduzirá as emissões das vacas leiteiras em ao menos 25%. O benefício é maior na pecuária de corte, com uma redução de 30%. Atualmente, a pecuária é responsável por 10% das emissões globais de gases do efeito estufa.

Batizado de Clean Cow, o projeto de desenvolvimento do produto levou dez anos. Em julho, a DSM pediu o registro do produto aos reguladores da União Europeia. A expectativa da DSM é que as autoridades aprovem o aditivo até o início de 2021, disse ao Valor Mark van Nieuwland, diretor do programa Clean Cow. O executivo holandês esteve no Brasil este mês para uma conferência sobre emissões de gases do efeito estufa em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Assim que o produto tiver o aval europeu, a DSM deve submetê-lo para registro no Brasil. Conforme Nieuwland, o selo ambiental europeu tende a facilitar o registro em outros países. Embora ainda não haja estimativas do impacto do novo produto para o ganhos de massa dos bovinos, Nieuwland disse que o aditivo pode ter reflexo positivo, na medida em que, ao inibir a emissão de metano, o produto poupará o dispêndio de energia pelos animais.

Diante disso, o Brasil deve ser um dos mercados mais importantes para as vendas do produto. No país, a DSM é dona da Tortuga, líder em ração para bovino. A companhia tem 30% do fornecimento de ração para gado criado em confinamento.

Questionado, o executivo evitou fazer comentários sobre a política ambiental do governo Bolsonaro - alvo de muitas críticas na Europa -, e também sobre outros governos que duvidam do aquecimento global. No entanto, ele argumentou que, a despeito de quaisquer políticas, um número cada vez maior de empresas se engaja em iniciativas para atenuar o aquecimento global.

Entre os exemplos, Nieuwland citou a francesa Danone, que pretende reduzir sua "pegada de carbono" em 50% até 2030 e, até a metade do século, se tornar "neutra" em emissões de gases do efeito estufa. Sendo uma empresa de lácteos, a Danone terá de atuar no combate ao metano emitido pelas vacas, o que abre uma oportunidade para a tecnologia da DSM.

Para a múlti, a busca por um mundo mais sustentável não é só uma oportunidade de negócio, mas parte de uma filosofia que transformou a própria empresa, que tem ações na bolsa de Amsterdã e teve receita de € 9,3 bilhões no último ano.

Quando foi fundada pelo governo holandês em 1902, a DSM era uma mina de carvão. Seu nome faz alusão a essa origem: De Nederlandse Staatsmijnen (Minas do Estado Holandês). Na década de 1970, a DSM desativou as minas e, hoje, está concentrada nas áreas de saúde, nutrição e sustentabilidade. E o nome de batismo ganhou novo significado: "Doing Something Meaningful" (Fazendo Algo Significativo).

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Fonte: Valor Econômico

5. Congresso fará comissões para discutir licenciamentos e agrotóxicos

O Congresso Nacional constituirá comissões gerais para a discussão de projetos que mudam as regras para o Cadastro Ambiental Rural (CAR), licenciamento ambiental e para a liberação de agrotóxicos no Brasil. A decisão foi tomada na terça-feira (21/8), em reunião de representantes da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). A Casa terá duas dessas comissões.

O presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), informou que a primeira dessas comissões, para discutir o CAR, será realizada já nesta quinta-feira (22/8), no Senado Federal. Os parlamentares ligados ao agronegócio defendem a chamada perenização do Cadastro. Assim, ele não teria mais um prazo fixo para ser realizado e poderia ser atualizado periodicamente.

Moreira indicou que a Comissão deve ter as participações do ex-deputado Aldo Rebelo, que foi o relator do Código Florestal na Câmara, e do chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda. De acordo com o parlamentar, a intenção é discutir os resultados do julgamento de quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI), julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Foram julgadas pelo Supremo e agora precisam se consubstanciar em um texto que tenha lógica jurídica. A Comissão Geral vai ser entre as duas casas, mas será no Senado”, pontuou Moreira.

No dia 9 de setembro, na Câmara dos Deputados, está prevista uma comissão geral para avaliar o projeto de lei que altera as regras de licenciamento ambiental no Brasil, cuja relatoria está com o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). Alceu Moreira explica que a intenção e ampliar o debate, na tentativa de “desmistificar” o tema e tentar chegar a um texto que represente consenso para a aprovação do projeto.

“O relator, junto com vários cientistas da área ambiental, inclusive aqueles que são contrários, fazer um grande debate para fazer esclarecimento sobre os fatos.

A comissão geral para discutir a lei 6299, que muda regras de avaliação e liberação de agrotóxicos, está prevista para o dia 16 de setembro. Segundo Alceu Moreira, os assunto deve ser debatido de forma científica. Ele diz ainda que devem ser feitas visitas a redações de veículos da imprensa nacional para falar sobre assuntos ligados ao agronegócio que, na opinião dele, sofre críticas de quem não o conhece.

“A grande maioria de quem fala mal do agro brasileiro não tem a mínima noção do que está dizendo com relação a isso. Então, vamos também trabalhar com esses setores, conversando sobre isso”, afirma o parlamentar.

Desmatamento ilegal

Alceu Moreira afirma que, apesar do foco das questões ambientais estar, principalmente, sobre a Amazônia, a responsabilidade de setores da economia como indústria, comércio e serviços é maior do que a do agronegócio. No entanto, a atividade rural é a mais criticada enquanto os outros pouco se manifestam. Ele defende que se faça um movimento do setor em relação ao desmatamento ilegal.

“Qualquer coisa que aconteça, só se fala na Amazônia. Então, vamos fazer um grande movimento do agro defendendo que o desmatamento ilegal é crime e, portanto, caso de polícia. Os produtores não apenas querem que o governo fiscalize como querem ajudar a fiscalizar. Quem faz isso faz de maneira criminosa, só que a conta vai para quem produz alimento”, diz Moreira.

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Fonte: Revista Globo Rural

6. Tereza Cristina se reúne com seguradoras para discutir seguro rural

Representantes das principais seguradoras do Brasil se reuniram nesta terça-feira (20) com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para discutir perspectivas para o seguro rural. Segundo o ministério, a avaliação foi de que a subvenção de R$ 1 bilhão ao prêmio, anunciada em junho, no lançamento do Plano Safra 2019/2020, é positiva.

O presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Joaquim Neto, disse, conforme comunicado da pasta, que os recursos vão ajudar a aprimorar as opções oferecidas aos produtores. Além da FenSeg, participaram do encontro a Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), a Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros (Fenacor) e a Brasilseg.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Proteína Animal

7. ‘Bonança perfeita’ anima indústria de aves e suínos

Depois de amargar os reflexos negativos da Operação Carne Fraca, sobretudo barreiras às exportações, a indústria brasileira de carnes de frango e suína vive atualmente um de seus melhores períodos na história recente., com custos relativamente baixos, vendas firmes dentro e fora do país e câmbio favorável aos embarques. Ainda há restrições a produtos do país em mercados como a União Europeia e incertezas sobre o ritmo de aumento das importações da China, mas os resultados de 2019 serão robustos, com todos os sinais apontando para um quarto trimestre de demanda particularmente aquecida e preços elevados.

Em linhas gerais, esse é o cenário traçado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reuniu jornalistas nesta quarta-feira em São Paulo para divulgar suas estimativas para o segmento neste ano. “Com a Carne Fraca, vivemos nossa ‘tempestade perfeita’; agora, estamos vivendo uma ‘bonança perfeita’. Este é o ano da recuperação”, resumiu Ricardo Santin, diretor-executivo da entidade. “Estamos mostrando nossa força para a economia do país, inclusive com a geração de empregos”, completou o presidente Francisco Turra.

Apesar da animação, a ABPA divulgou projeções consideradas cautelosas para 2019, muito em função das incertezas que emanam da China, que enfrenta uma série epidemia de peste suína africana mas que, até agora, vem conseguindo controlar o aumento das importações de carnes para evitar uma enxurrada capaz de prejudicar ainda mais seus próprios produtores. A entidade previu aumentos de 1% para a produção brasileira de carne de frango, para 13 milhões de toneladas, e de 1% a 2,5% para a produção de carne suína, para até 4,1 milhões de toneladas.

Para as exportações os percentuais de incremento projetados são maiores — 4% a 5% no caso da carne de frango, para cerca de 4,3 milhões de toneladas, e 12% no da carne suína, para 720 mil toneladas. mas, segundo Santin, são estimativas calculadas com moderação, que tendem a ser superadas. De janeiro a julho, os embarques de carne suína alcançaram 3,4 milhões de toneladas e renderam US$ 4,1 bilhões, com aumentos em relação ao mesmo período de 2018 de 5,8% e 10,8%, respectivamente, ao passo que as vendas externas de carne suína atingiram 414,4 mil toneladas e somaram US$ 847,8 milhões, altas de 19,6% e 23,5%.

Os aumentos maiores das receitas do que dos volumes vêm sendo especialmente comemorados, pois significam que as margens da indústria estão melhorando. E como os custos de produção estão sob controle, a injeção é na veia. Segundo levantamento da Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa, os custos voltaram a cair em julho depois de terem subido no mês anterior. Para os suinocultores, a queda em relação a junho foi de 0,1%, e para os produtores de frangos de corte chegou a 1,4%. Desse ponto de vista a oferta doméstica até poderia estar crescendo mais e está prevista uma aceleração, mas a largada para isso dependerá, em parte, da China.

“Muitos produtores, sobretudo de suínos, ainda estão cautelosos, esperando as novas habilitações de frigoríficos pela China. E essa é uma decisão do país. Temos que respeitar o timing deles”, afirmou Turra. Santin explicou que, apesar de o avanço da peste suína africana no país asiático estar levando a uma forte redução do plantel local de porcos, o maior do mundo, houve antecipação de abates e que, com isso, houve condições de estocar bons volume de carne. Mas esses estoques estão acabando às vésperas da queda de temperaturas, a partir de outubro, que sempre gera um aumento da demanda doméstica. Não será difícil, portanto, que as novas habilitações saiam até lá.

De janeiro a julho, China e Hong Kong absorveram 18% do volume de carne de frango exportado pelo Brasil. No caso da carne suína, a participação dos dois países no total foi de 50,5%. Com as novas habilitações, que podem envolver 30 novas unidades brasileiras, essas fatias poderão aumentar, a depender do comportamento da demanda de outros países asiáticos que também enfrentam problemas com a peste suína africana, que também começa a avançar na Europa. Nesta quartafeira, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) divulgou a confirmação de novos focos da doença na Rússia e o primeiro caso na Eslováquia.

Além das possibilidades abertas com a peste suína, a ABPA também destacou como fatores positivos a habilitação, pelo México, de 26 novas plantas brasileiras de carne de frango, a realização do primeiro embarque do produto do país para a Índia, feito pela Seara e a gradual retomada das vendas de carne suína à Rússia.

Turra e Santin destacaram, finalmente, que diante das boas perspectivas para as exportações, já há disputa entre compradores de produtos voltados ao mercado doméstico e empresas exportadoras. Daí porque, no país, a tendência de é de alta de preços nos próximos meses. No Brasil, brincaram, quem quiser garantir uma boa ceia de Natal a preços em conta é melhor fazer as encomendas agora.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Captação de leite deverá aumentar mais de 4% no país neste ano

A captação de leite deverá crescer 4,3% este ano no país em relação aos 33,6 bilhões de litros de 2018, segundo estimativa da Viva Lácteos, associação que reúne os principais laticínios do país. Caso a projeção se concretize, o volume poderá chegar a 35 bilhões de litros.

A captação, que começou o ano em baixa por causa da menor oferta da matéria-prima, ganhou fôlego no segundo trimestre após a entrada da safra do Sul do país e foi impulsionada pelos preços ao produtor, que subiram nos seis primeiros meses do ano em razão da oferta restrita. Nos sete primeiros meses do ano, esses preços subiram 11,5%, em termos reais, segundo relatório do Cepea/Esalq.

"Começamos o ano com uma expectativa de reaquecimento da economia. Então, nesse período houve aumento das importações e maior demanda por parte das indústrias - o que gerou um aquecimento no preço do mercado interno e estimulou a produção", afirma o diretor executivo da Viva Lácteos, Marcelo Costa Martins. Como a economia não reagiu conforme a expectativa, as importações caíram a partir de abril e houve uma estabilização da oferta interna, com alta de 6,5% na captação no primeiro semestre.

O crescimento projetado para a captação também leva em conta uma base menor de comparação, uma vez que no ano passado a greve dos caminhoneiros interrompeu a coleta de leite por 11 dias. "Se excluirmos o efeito greve, o crescimento seria 2,9% neste ano", diz Martins.

Neste segundo semestre, os preços da matéria-prima ao produtor começam a recuar no mercado interno, o que deverá deixar o produto brasileiro mais competitivo e reduzir as importações, avalia Valter Galan, analista do Milkpoint.

De janeiro a julho, as importações brasileiras de produtos lácteos somaram 87,67 mil toneladas, aumento de 10% ante ao mesmo período do ano passado. "Há quem diga que as importações deverão recuar, mas acho que deverão encerrar o ano em linha com 2018", estima Martins, da Viva Lácteos. Ele projeta compras de 150 mil toneladas, ou US$ 480 milhões. Em 2018, o Brasil importou 152,62 mil toneladas, por US$ 485,75 milhões.

Nos primeiros seis meses do ano, as exportações brasileiras de produtos lácteos somaram 14,15 mil toneladas, alta de 24,5% ante ao mesmo período do ano passado. Para Martins, as exportações deverão encerrar o ano com avanços de 10% em volume, para 25,4 mil toneladas, e 5% em receita, para US$ 61 milhões.

Ainda assim, o país deverá, mais uma vez, ter déficit na balança comercial de lácteos. No primeiro semestre, o déficit foi de US$ 215 milhões. Martins estima que o déficit anual será de US$ 419 milhões, ante US$ 427,5 milhões em 2018.

Para Galan, a abertura do mercado chinês e o acordo com o Mercosul deverão levar algum tempo para se refletirem nas exportações brasileiras. "A abertura do mercado chinês é uma tremenda vitória, mas leva tempo para se fazer um ajuste de custo de produto e de qualidade para que isso se transforme em um impacto relevante", afirma.

No caso da União Europeia, o acordo, que ainda precisa ser ratificado pelo parlamento europeu, prevê uma cota de 10 mil toneladas para as exportações de leite em pó e de 30 mil toneladas de queijos, exceto a muçarela.

Por outro lado, o acordo também prevê uma redução progressiva na Tarifa Externa Comum (TEC), atualmente em 28%, para importação de produtos lácteos europeus. "Esse processo vai nos exigir uma maior competitividade e temos dez anos a partir da assinatura do acordo para isso", diz Martins. Segundo ele, a preocupação maior é gerar demanda. "Ou criamos um ambiente de competitividade para aumentar o consumo e ampliar as exportações, ou vai aumentar a pressão de seleção no setor".

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Fonte: Valor Econômico

9. Produção de ovos no Brasil em 2019 deve avançar até 10% ante 2018, diz ABPA

O Brasil deve produzir 10% mais ovos em 2019 em relação a 2018, alcançando 49 bilhões de unidades, informou nesta quarta-feira, 21, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, que representa a indústria de aves e suínos no Brasil.

A maior produção deve ser impulsionada principalmente pelo consumo crescente da proteína, que em 2019 deve ser 9% maior, ou saltar para 230 unidades/habitante/ano. Quanto à exportação de ovos pelo Brasil, Turra informou que também deve crescer, para 12 mil toneladas - avanço de 3% ante 2018.

Entre janeiro e julho, o País exportou 5,98 mil toneladas, ou 2,58% a mais em relação a igual período do ano passado. Embora em volume a exportação no período tenha crescido, em receita decaiu para US$ 7,72 milhões, ou 17,3% a menos nos primeiros sete meses do ano em comparação com igual período de 2018.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Agroenergia

10. Governador de Minas Gerais assina termo aditivo com setor sucroenergético

O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) assinou ontem, na Cidade Administrativa, termo aditivo a protocolo que define que os recursos correspondentes a 0,4% do faturamento anual do setor sucroenergético – um valor equivalente a R$ 37,6 milhões em 2018 e que deve ser de pelo menos R$ 160 milhões até 2022 –, sejam investidos em intervenções de interesse público.

O protocolo que vigorava até então no Estado foi assinado em 2018 e permitia às empresas associadas à Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) e que aderiram ao acordo, usufruíssem de um regime simplificado de tributação com a contrapartida de investir esse percentual do faturamento em obras por elas definidas.

A partir de agora, as obras e projetos que vão receber os recursos serão avaliadas por um Comitê Executivo composto pelas secretarias de Fazenda e de Infraestrutura e Mobilidade, além da Siamig.

Com a assinatura do termo aditivo, as empresas do setor sucroenergético se comprometem a reverter parte dos recursos em estudos e obras de infraestrutura viária, transporte e logística, para colocar em prática o plano de concessões divulgado pelo Estado. Assim, o governo terá condições de oferecer ao mercado trechos rodoviários para que a iniciativa privada possa administrar no futuro.

Outro compromisso firmado pelo acordo são investimentos em obras rodoviárias de interesse público com aportes na preservação, recuperação e ampliação das estradas usadas pelas empresas do segmento, proporcionando mais segurança para toda a logística da cana de açúcar e para a sociedade que circula nas estradas.

Por fim, parte dos recursos será destinada para a modernização da administração fazendária. Os investimentos serão feitos em projetos de Tecnologia da Informação (TI), para reduzir a burocracia e as obrigações acessórias para os empreendedores, por meio da digitalização de processos, o que beneficia as usinas e os contribuintes do Estado.

Na avaliação do presidente da Siamig, Mário Campos, as mudanças são positivas tanto para continuar o processo de crescimento do setor sucroenergético em Minas quanto para o Estado, que pode realocar os recursos públicos que precisariam ser usados para realizar essas ações.

“O setor ganha com a manutenção da simplificação tributária com prazo longo, que é um diferencial de Minas Gerais para esse segmento. O Estado também se beneficia porque hoje não tem recursos para investir nessas ações que vão melhorar o ambiente de negócios e atrair mais investimentos. Por fim, ganha a sociedade como um todo, principalmente nas regiões nas quais atuamos”, afirma.

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Fonte: Diário do Comércio (MG)/NovaCana

11. Reunião deve definir hoje (22) se CBio será ativo financeiro ou ambiental, diz MME

O secretário executivo do Ministério das Minas e Energia (MME), Márcio Félix, afirmou que uma reunião nesta quinta-feira (22) definirá se os Créditos de Descarbonização (CBios) a serem negociados dentro política nacional de biocombustíveis, o RenovaBio, serão ativos financeiros ou ambientais. A declaração foi dada na abertura da 27ª Feira Internacional da Bioenergia (Fenasucro), em Sertãozinho (SP).

Segundo ele, devem participar representantes do MME, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Banco Central (BC), do Ministério da Economia, além de representantes do setor financeiro que negociarão os títulos: B3, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima) e Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Conforme revelou a Coluna do Broadcast Agro, no Banco Central segue indefinido há meses como os CBios serão classificados, o que pode atrasar o início de vigência do RenovaBio, prevista para 1º de janeiro. “O BC está analisando o assunto sob a ótica legal”, informou o órgão.

Pelas regras do programa, os CBios serão títulos correspondentes à retirada de uma tonelada de carbono por usinas bioenergéticas, que contribuem para a redução de emissão de poluentes. Os papéis serão adquiridos, inicialmente, por distribuidoras para compensar o comércio de combustíveis poluentes, como gasolina e diesel.

O setor produtivo e o governo, no entanto, acreditam que os CBios possam ser ter um mercado próprio e serem negociados globalmente. “A usinas estão se certificando, questões burocráticas estão sendo resolvidas e daqui a três dias vamos avaliar se o CBio vai ser ativo ambiental ou financeiro. O que importa é que o CBio vai ser negociado na Bolsa de qualquer maneira”, disse. “A partir de 1º de janeiro quem quiser, no planeta, poderá comprar seu CBio, que vai ser uma moeda verde das mais valorizadas”, concluiu o secretário.

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Fonte: Agência Estado/NovaCana

12. Leilão da Usina Guaxuma é novamente suspenso pela justiça de Alagoas

A Justiça de Alagoas suspendeu novamente o leilão da Usina Guaxuma que pertence à massa falida do Grupo João Lyra. O processo de venda da agroindústria estava previsto para acontecer no dia 19 de agosto.

De acordo com a decisão do desembargador Washington Luiz, tomada em 18 de agosto, a suspensão atende um agravo de instrumento do Movimento Via do Trabalho, que expõe que há na Justiça Federal uma ação demarcatória de terras que ainda não foi julgada, processo esse que impede a tramitação do leilão.

“Os terrenos a serem leiloados estão sub judice e, por conseguinte, eventual alienação causará prejuízos de difícil reparação”, afirma o magistrado na decisão.

Após o processo de falência, a agroindústria Guaxuma foi colocada à venda, mas o leilão foi suspenso em fevereiro deste ano. Na ocasião, a justiça atendeu ao pedido feito pelo Grupo João Lyra, que justificou que a área estava arrendada. O certame foi retomado em março, mas não foram realizados lances.

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Fonte: G1/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Conab vê alta de 3,6% na safra total de soja, milho, arroz e algodão

A produção dos quatro principais grãos cultivados no país (soja, milho, arroz e algodão) deverá aumentar 3,6% na safra 2019/20, segundo estudo apresentado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em evento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

No caso do milho, a área de plantio poderá crescer 1 milhão de hectares, para 18,3 milhões, a depender dos problemas na safra americana. Com produtividade menor (-321 kg/ha), a perspectiva de colheita é de 99,2 milhões de toneladas, diz, em nota, o diretor de Política Agrícola e Informações da estatal, Guilherme Bastos.

Em relação à soja, a área deverá ter incremento de 1,7%. A produtividade tende a crescer em torno de 140 kg/ha e, com isso, a colheita poderá ser 7 milhões de toneladas maior que o ciclo passado, destaca o estudo.Em 2018/19, a produção alcançou 115,1 milhões de toneladas.

Quanto ao quadro de oferta e demanda de 2019/20, o estudo prevê um estoque final de 2,8 milhões de toneladas de soja, com um consumo doméstico de 48 milhões de toneladas e exportação de 72 milhões de toneladas.

A expectativa, no caso do arroz, é de redução de área de 19 mil hectares, para 1,6 milhão de hectares em 2020, ainda concentrada na região Sul. O destaque nessa commodity, segundo o estudo, é a produtividade, que vem crescendo com a migração para áreas irrigadas e o uso de mais tecnologias. Com isso, a produção de arroz deverá ser de 10,7 milhões de toneladas.

Por fim, o estudo vê uma redução de 6% na área destinada ao algodão, para um total de 1,5 milhão de hectares. A previsão de safra é 2,5 milhões de toneladas, com queda de 7% devido ao menor preço internacional da fibra.

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Fonte: Valor Econômico

14. Fungo fatal que ameaça produção de banana chega à América Latina

Um fungo fatal que ameaça o futuro da banana chegou à América Latina, a maior região exportadora da fruta para o mercado internacional. O Instituto de Agricultura e Pesca da Colômbia (ICA) confirmou a chegada no país da Panamá TR4 - a raça 4 tropical do fungo causador do Mal-do-Panamá -, doença do solo que devastou plantações no Sudeste Asiático nas últimas três décadas.

A Panamá TR4 ameaça a banana Cavendish (subgrupo que inclui a banana nanica), variedade que responde por aproximadamente 50% da produção mundial e por 95% das exportações. O ICA declarou "emergência nacional" por causa da ocorrência da doença e expandiu a adoção de medidas preventivas para todo o país.

As plantações de banana da América Latina são a fonte de dois terços do comércio mundial de banana. "A chegada, pela primeira vez, da TR4 na América Latina é um problema muito grave. Trata-se de uma doença muito difícil de controlar e de administrar", afirmou o professor Gert Kema, diretor de fitopatologia tropical da Universidade de Wageningen, na Holanda, e um dos maiores especialistas em banana do mundo, que participou da equipe responsável pela análise das bananeiras colombianas.

O fungo não afeta os seres humanos, mas as plantas contaminadas deixam de produzir frutos. Sua propagação, por meio da movimentação do solo normalmente produzida por trabalhadores e maquinário, já destruiu plantações na Ásia, na África e no Oriente Médio. A primeira suspeita de sua chegada à Colômbia ocorreu no último mês de junho, na Província de La Guajira, no extremo nordeste da Colômbia.

O país intensificou os controles sanitários em todos os portos, aeroportos e pontos de travessia de fronteira. O ICA informou ter erradicado bananeiras em uma área que abrange quase 170 hectares de plantações submetidas a quarentena. E acrescentou: "O atual desafio é trabalhar com ações de contenção em La Guajira".

As exportações de banana são fonte de receita relevante para muitos mercados latino-americanos. A Colômbia é o quarto maior país exportador de banana da região, atrás de Equador, que fornece mais de 25% do total das exportações, Costa Rica e Guatemala. A banana é o terceiro principal produto na pauta colombiana de exportações agrícolas. A variedade Cavendish tem como base um único clone genético, o que significa que ela é vulnerável a epidemias.

Antes de a Cavendish se tornar a variedade dominante no comércio global, a banana Gros Michel era a mais consumida do mundo. Mas a variedade foi dizimada na década de 1950 pela primeira cepa do Mal-do-Panamá.

Embora sejam continuamente lançadas variedades aprimoradas de muitas frutas e verduras, a indústria da banana lançou mão da variedade Cavendish sem virtualmente se dedicar, até recentemente, a qualquer pesquisa e desenvolvimento de novas variedades, conforme especialistas. Se as plantações de banana Cavendish da América Latina forem destruídas, não haverá outra fonte às quais os fornecedores internacionais de frutas poderão recorrer, advertiu Kema. "Estamos diante do fato de que não há nada capaz de substituir a Cavendish, ao mesmo por enquanto."

Atualmente não existe tratamento eficaz contra o Mal-do-Panamá a partir do momento em que o fungo contamina uma bananeira. Pesquisadores como Kema tentam acelerar um programa de melhoramento genético a fim de criar uma variedade resistente dotada de sabor e qualidade aceitáveis para os consumidores. Isso vai levar pelo menos de cinco a seis anos, disse ele.

Outros trabalham em versões geneticamente modificadas de bananas e bananas-da-terra, enquanto a startup de agrotecnologia Tropic Biosciences, sediada no Reino Unido, pretende empregar novas técnicas de edição genética para desenvolver uma banana resistente ao Mal-do-Panamá.

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Fonte: Valor Econômico

15. Caem os preços dos hortifrútis mais vendidos

As frutas e hortaliças mais consumidas pelos brasileiros e vendidas nas principais Ceasas do país ficaram mais baratas para os consumidores em julho, apontou relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicado ontem.

Entre as hortaliças, tomate e batata tiveram as quedas mais expressivas, enquanto a cebola subiu em todas as nove centrais atacadistas pesquisadas pela Conab. No caso das frutas, a alta isolada foi do mamão, mas banana, maçã, laranja e melancia ficaram mais em conta.

No caso da batata, os preços só não caíram no Rio de Janeiro, onde ficaram praticamente estáveis. Mas, nesse caso, não há muito o que comemorar. Mesmo com as quedas registradas no último mês, o tubérculo está custando assustadoramente mais do que no ano passado. Na Ceagesp, em São Paulo, os preços de julho ficaram 123,4% acima dos praticados em julho de 2018.

A menor produção em Goiás e Minas Gerais colaboram para as altas na comparação anual. De acordo com o boletim da Conab, a tendência de queda mês a mês, no entanto, pode perdurar em agosto se houver uma concentração de oferta, em decorrência do aumento no ritmo de colheita e da liberação dos estoques por parte dos produtores ou comerciantes, que vêm acumulando margens recompensadoras.

No mercado do tomate, os preços caíram em todas as Ceasas pesquisadas com o calor no início de julho. O destaque foi a central de Recife (PE), onde o fruto ficou 39,85% mais barato. Embora o tempo frio tenha reduzido a oferta que chegou ao mercado na segunda metade do mês, prevaleceu a queda na média dos 31 dias, que é tendência também para agosto, com a elevação das temperaturas no campo.

Já a cebola teve alta expressiva em Vitória (ES), de quase 50% em relação a junho. Na Ceagesp, subiu 33,7%. A redução na safra brasileira já tem estimulado importações, que no período de janeiro a junho foram 30% maiores que no mesmo intervalo do ano passado. A oferta externa vem sobretudo da Argentina, e a tendência é que as compras caiam apenas quando a produção de São Paulo se somar à de Goiás e Minas, onde a safra deste ano foi menor.

Entre as frutas, a banana foi uma das que mais caíram. Enquanto sete de nove Ceasas tiveram redução de preços nas bancas na comparação mensal, seis registraram incremento no volume ofertado na comparação com julho de 2018. Em Curitiba (PR), o recuo de preços foi de 13%, enquanto em Brasília chegou a 30,4%. Já o volume disponível nestas centrais cresceu 9,4% e 12% este ano.

Para os próximos meses, com a produção a todo vapor, os preços deverão cair também no varejo, o que deverá afetar a rentabilidade dos produtores, segundo a Conab.

Na contramão das demais frutas pesquisadas, o mamão teve alta em todas as centrais de abastecimento, em sua maioria da ordem de dois dígitos - à exceção de Vitória (ES), onde os preços da fruta mais que dobraram em julho ante junho. A alta do mamão papaia só não foi maior, conforme o boletim da Conab, porque a oferta que chegou às centrais foi de mamões pequenos, rejeitados pela maior parte dos consumidores.

O fenômeno é resultado do abortamento das flores no primeiro trimestre do ano, por causa das altas temperaturas e da baixa umidade nas regiões produtoras da Bahia e do Espírito Santo. Somado a isso, as baixas temperaturas dos meses de junho e julho retardaram o amadurecimento das frutas, que precisaram ser colhidas antes do tempo para abastecer o mercado.

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Fonte: Valor Econômico

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