Conjuntura do Agronegócio

1. Metas do Acordo de Paris estimulam investimento em desenvolvimento sustentável

Os avanços no cumprimento das metas do Acordo de Paris serão levadas para discussão pelo presidente da República, Michel Temer, para discussão na 14ª Cúpula do G20, marcada para sexta (30) e sábado (1º/12). Para o Brasil, as regras previstas estimulam o investimento no desenvolvimento sustentável.

Entre os temas previstos para discussão, estão mudança no clima e formas para garantir a alimentação da população. “Nada do que foi previsto nas metas brasileiras interrompe o desenvolvimento econômico. É um estímulo para construção de uma agenda de investimento em atividade de desenvolvimento sustentável”, afirmou o secretário de Mudanças no Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Thiago Mendes.

De acordo com o secretário, as metas do Brasil foram construídas em um amplo processo de discussão entre o setor privado, o governo e a comunidade acadêmica. Elas se tornaram oficiais após passarem por promulgação presidencial em julho de 2017.

No Acordo de Paris, o País se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025. Para 2030, a previsão é a diminuição em 43%. Entre 2016 e 2017, o Brasil reduziu 2,6 bilhões de toneladas de carbono, o que antecipa em três anos o cumprimento de sua meta para 2020 em relação à Amazônia e ao Cerrado.

Também aceitou aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, além de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas.

Nas energias renováveis, a previsão é que o Brasil alcance uma participação estimada de 45% na composição da matriz energética em 2030.

RenovaBio

Sancionada pelo presidente da República em dezembro de 2017, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) contribui para o cumprimento das metas brasileiras assumidas no Acordo de Paris e incentiva a produção de biocombustíveis como etanol, biodiesel e biogás, além de garantir a redução da emissão de gases do efeito estufa e a eficiência energética.

Segundo maior produtor mundial de biocombustíveis, o Brasil já tem cerca de 45% de toda demanda de gasolina no Brasil atendida pelo etanol. "Isso não tem precedente em lugar nenhum do mundo”, disse Thiago Mendes.

Preservação

A implantação do Código Florestal e do Cadastro Ambiental Rural também é referência mundial. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, são mais de 6 milhões de propriedades cadastradas que preservam mais de 100 milhões de florestas nativas no Brasil.

Além disso, o Brasil tem investido em novas fontes de energia e faz parte da Plataforma para o Biofuturo, que abrange alguns dos países mais relevantes para mercados e inovação em biocombustíveis avançados e biomateriais.

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Fonte: Assessoria da Presidência da República/NovaCana

2. Futura ministra do Mapa visita Embrapa durante reunião de gestores

A futura ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, anunciou, ontem (28), que será prioridade do novo governo levar projetos para o Nordeste que contribuam para a geração de renda e cidadania para a população. “E não tem instituição melhor do que a Embrapa para nos ajudar a pensar em tecnologias e projetos que poderão contribuir para o desafio posto pelo novo presidente da República para a nossa pasta”, destacou Tereza Cristina durante sua visita à reunião de gestores da Embrapa.

A futura ministra, que atualmente é presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), aproveitou a presença dos chefes-gerais das 42 Unidades Descentralizadas da Embrapa, em Brasília, para dizer que contará com os pesquisadores para desenvolver projetos e ações que tragam benefícios para toda a sociedade brasileira, especialmente, para a agricultura e pecuária.

Ainda com relação ao Nordeste, disse que a Embrapa pode ajudar muito “para que as pessoas tenham renda e dignidade. Sei que há um custo, mas vamos começar com soluções mais simples, em vez de grandes projetos, e para isso é que eu preciso muito das cabeças de vocês”, enfatizou.

“Queremos ideias novas. Não podemos mais admitir a existência de um país que produz e outro que não produz. Nós temos que ter um Brasil que produz, mesmo com dificuldades, mas que produz”, destacou Teresa Cristina, ainda se referindo ao desafio de propor soluções e projetos para a região Nordeste.

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Fonte: Embrapa/Notícias Agrícolas

3. Custo de produção da agricultura sobe mesmo com recuo do câmbio

Os custos de produção da agricultura no Rio Grande do Sul cresceram 0,67% em outubro. A alta acontece mesmo com o recuo da taxa de câmbio. De acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a valorização sazonal dos preços dos fertilizantes e herbicidas influenciou no resultado que apresentou uma desaceleração no último mês, segundo o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), calculado pela entidade.

No resultado do acumulado do ano, a alta nos gastos chega a 11,47% e em 12 meses, 12,65%, ambos influenciados pela variação cambial que chegou a 18% nos últimos 12 meses.

A taxa de câmbio também foi responsável por uma redução de 0,66% nos valores recebidos pelos produtores, como registra o Índice de Preços Recebidos pelo Produtor (IIPR). A valorização no acumulado do ano é de 23,40% e de 28,04% em 12 meses. Na comparação entre o IICP e o IPCA, há aumento em ambos, porém com maior crescimento no primeiro, com 12,65% contra 4,56%.

No caso do IIPR e IPCA Alimentos, é novamente comprovada a falta de relação entre ambos, tendo o IIPR apresentado uma trajetória de alta desde março deste ano, enquanto o IPCA Alimentos teve a primeira alta somente em junho, após alguns meses de queda.

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Fonte: Datagro/UDOP

Insumos

4. Problemas exigem identificação de defensivos legaisEstadão/Globo Rural

Os problemas da disseminação do uso de defensivos agrícolas ilegais nas lavouras brasileiras estão exigindo que os produtores saibam como identificar um pesticida que está registrado e não representa perigo para a lavoura e para o aplicador. Nesse cenário, a CropLife Latin America CLLA criou um vídeo que serve como um manual de identificação para auxiliar os agricultores.

O primeiro passo, de acordo com as instruções publicadas pela CropLife, é verificar se o lacre da embalagem do defensivo agrícola não está alterado. Na sequência é necessário conferir se a etiqueta está bem colada no frasco do produto e se a mesma se encontra escrita obrigatoriamente na língua portuguesa.

“Verifique a data de fabricação e a data de validade. Rejeite produtos sem registro no Ministério da Agricultura. Verifique na etiqueta o nome do fabricante e os dados do órgão registrante. Verifique os cuidados com o meio ambiente e as precauções de uso, primeiros socorros, e tratamento e atente-se aos pictogramas para preparo da calda e aplicação”, informa o vídeo.

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), é recomendável que o produtor só adquira esses produtos em locais de confiança, como cooperativas e revendas autorizadas. Além disso, é preciso suspeitar de produtos com um preço muito atrativo, que se encontram muito abaixo que está sendo disponibilizado atualmente no mercado.

“Denuncie qualquer ilegalidade às autoridades brasileiras através do disque denúncia (0800 947-7030). Os produtos registrados aliados às boas práticas agrícolas protegem seus cultivos, o meio ambiente, a sua saúde e de sua família”, conclui.

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Fonte: Agrolink

5. Com queda no preço do diesel, tabela de fretes será novamente revista

O corte de 15,3% no preço do diesel, para R$ 1,7984, anunciado nesta quinta-feira (29/11) pela Petrobras e em vigor até 31 de dezembro, reduzirá também o preço do frete rodoviário no País, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A revisão na tabela de fretes é automática a cada queda ou alta de 10% nos valor do combustível de petróleo e, de acordo com a assessoria da agência reguladora, um novo documento será publicado no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias.

Com a baixa anterior, de 10,1%, nos preços do diesel, no fim de outubro, a ANTT revisou a tabela e reduziu os valores entre 1,2% e 5,32%, dependendo do tipo de carga e da distância percorrida. Em 1º de agosto, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou resolução que regulamenta a metodologia de cálculo da subvenção econômica ao diesel, renovada até o fim deste ano por meio de Medida Provisória (MP), com impactos na tabela de frete.

Desde então foram anunciados aumentos de 13%, em 31 de agosto, e de 2,8%, em 29 de setembro nos preços diesel e os dois cortes, em outubro e nesta quinta.Principal crítica da tabela de fretes, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) informou que não fará cálculo do impacto da redução do preço do diesel nos transportes justamente por ser contra o documento. A CNA questiona a constitucionalidade da tabela em ação no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Fonte: Estadão/Globo Rural

6. A retomada do segmento de defensivos pode ocorrer este ano

O presidente da israelense Adama, Rodrigo Gutierrez, indicou que o mercado de defensivos deve ter uma recuperação ainda neste ano de 2018. De acordo com ele, o ano pode ser encerrado com vendas de US$ 10 bilhões, em comparação com o número de US$ 8,6 bilhões que foi registrado em 2017.

“Ano passado foi um momento em que o mercado caiu significativamente no Brasil e havia um estoque muito grande de 2016 para 2017. No ano que vem, teremos claramente uma alta significativa de preços ao produtor, já que o setor industrial não tem mais os estoques que tinha antes e os custos de matérias-primas explodiram na China”, indica.

Isso porque, segundo ele, o repasse do aumento de custos ao produtor ainda foi pequeno, devido ao elevado estoque de insumos da indústria. Além disso, ele afirmou que o momento é muito complicado para toda a indústria, sendo que o mercado está registrando margens menores “para todo mundo”.

“A gente vê um cenário bastante preocupante porque, apesar da lucratividade no País, na média o produtor não está tão capitalizado assim. Em algumas áreas, ele investiu muito e não tem espaço para ter prejuízo. Não acreditamos que o agricultor vá perder dinheiro, mas a margem está caindo”, comenta o especialista.

O executivo, que trabalha para a empresa controlada pela ChemChina, afirmou que os custos de produção no país asiático devem se manter muito elevados. Sendo assim, ele ressalta que é bem possível que a Adama comece a redirecionar a fabricação de alguns de seus novos produtos para o Brasil, a fim de fortalecer o mercado e criar uma válvula de escape.

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Fonte: Agrolink

Proteína animal

7. Após lay-off, BRF retomará abates de frango em Chapecó em janeiro

Após seis meses sem produzir carne de frango no abatedouro de Chapecó (SC), a BRF vai cumprir a programação e retomar os abates em janeiro. A informação foi oficializada na última quarta-feira, durante reunião entre representantes da BRF e o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon. Em nota, empresa também confirmou a retomada da unidade.

No momento, os 1,1 mil funcionários da área de produção de frango de Chapecó estão com o contrato de trabalho suspenso (lay-off). A suspensão dos contratos por cinco meses — entre agosto e dezembro — foi negociada com o sindicato dos trabalhadores em julho. Na época, o frigorífico já havia paralisado os abates, mas por meio de férias coletivas.

O lay-off do abatedouro da BRF foi o primeiro já feito por um frigorífico no país. Pelos termos da legislação que prevê a suspensão dos contratos, os trabalhadores recebem 80% do salário do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no período. O salário médio dos trabalhadores do frigorífico da BRF em Chapecó era de R$ 1,5 mil.

A suspensão temporária da produção de carne de frango em Chapecó faz parte do plano de reestruturação da BRF. Para lidar com a crise decorrente do embargo da União Europeia, que deixou a empresa com um nível de estoques excessivo, a companhia deu férias coletivas em várias unidades e paralisou temporariamente a produção de frango em Chapecó. Ao todo, a BRF demitiu cerca de 4 mil funcionários no Brasil em resposta à crise financeira.

Em julho, o presidente do sindicato dos funcionários da BRF em Chapecó, Jenir de Paula, afirmou ao Valor que a BRF abatia 230 mil frangos por dia na unidade de Chapecó. Se a BRF estivesse operando a plena capacidade - abatendo cerca de 7 milhões de aves por dia -, a paralisação de Chapecó representaria uma redução de 3,3% na produção diária.

Linha de produção de peru

Na linha de produção de carne de peru que mantém em Chapecó, a BRF prevê fazer contratações em março. Cerca de 700 novos postos de trabalho (efetivos e temporários) podem ser criados. Atualmente, aproximadamente 350 funcionários trabalham na área de perus, que foi enxugada pela metade neste ano por conta da crise enfrentada pela companhia.

A BRF é a maior produtora de carne de peru do país, liderando as vendas da ave típica da festa do Natal. Atualmente, o peru natalino da BRF é produzido exclusivamente em Chapecó. A empresa fechou outras unidades de peru neste ano, após ser proibida de exportar para a União Europeia. Os europeus eram praticamente os únicos importadores da carne de peru do Brasil.

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Fonte: Valor Econômico

8. Pirarucu ganha mais espaço no comércio on-line

Graças a técnicas de manejo sustentável da pesca, o pirarucu - um dos maiores peixes de água doce do mundo - superou o risco de extinção e hoje tem presença cada vez maior no mercado. Na última safra do médio-Solimões, no Amazonas, o produto movimentou R$ 2,8 milhões, mas o benefício às comunidades locais poderia ser mais amplo com logística favorável a melhores preços de venda. "O desafio está em chegar direto ao consumidor", afirma Edson Gonçalves, produtor da Associação de Moradores e Usuários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no passado refém da captura ilegal e predatória como alternativa de subsistência.

Os produtores locais estão autorizados pelo órgão ambiental a capturar uma cota de 22 mil piracurus neste ano. A solução para aumentar o valor e tornar viável a comercialização surgiu com o modelo de negócio da Onisafra, startup de Manaus que funciona como market place de associações ligadas à produção familiar. Enquanto na feira o filé de pirarucu é vendido a R$ 18,00 o quilo, na venda on-line com entrega em domicílio o preço atinge R$ 24,75. "A proposta é aproximar as pontas da cadeia, aumentando a transparência", afirma o engenheiro agrônomo Macaulay de Abreu, idealizador da plataforma, com apoio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

No Pará e Amapá, a produção de mel de abelhas sem ferrão, nativas da Amazônia, recebeu investimento de impacto de R$ 300 mil para garantir a safra nos próximos três anos e obter certificação orgânica visando a exportação. Obtido dessas espécies, o produto pode valer dez vezes mais no mercado, que é de R$ 513 milhões ao ano no Brasil - R$ 13 milhões na região Norte.

"As colmeias ajudam na polinização da agrofloresta e podem reduzir o desmatamento", diz João Meirelles Filho, à frente da Peabiru Produtos da Floresta, com meta de atingir quatro toneladas de mel em 2019. Hoje a produção envolve 120 famílias rurais em vinte comunidades, remuneradas pela metade do preço final de venda.

A startup surgiu para transformar o projeto, iniciado como ação socioambiental de uma ONG, em negócio - assim como a Pecsa, empresa de inovação formada a partir dos experimentos do Instituto Centro de Vida (ICV) com pecuária sustentável, no Mato Grosso. Após investimento de € 13 milhões de um fundo internacional, o modelo que alia menor impacto ambiental e maior produtividade abrange 10 mil hectares em seis fazendas, que fornecem carne sem desmatamento a clientes como ao McDonalds.

"A demanda por produtos amazônicos está aquecida", atesta Joanna Martins, fundadora da Manioca, de Belém (PA), negócio de impacto que fatura R$ 1 milhão por ano propondo-se a valorizar a cadeia produtiva de ícones da cultura alimentar da região, como o jambu e a mandioca, que ganha maior espaço com a moda zero glúten. Herdeira de um movimento pioneiro de resgate iniciado pelo pai em torno da gastronomia paraense, a empreendedora recebe investimento de R$ 200 mil para aprimorar o marketing e desenvolver fornecedores de insumos tradicionais para itens como geleias e temperos.

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Fonte: Valor Eocnômico

9. Cenário promissor para acionistas dos frigoríficos do país

Depois de uma década praticamente perdida quando o assunto é receber dividendos, os acionistas dos principais frigoríficos brasileiros podem estar próximos de um tempo de bonança.

O cenário é promissor e, portanto, é hora de "deixar os preconceitos de lado", recomendou o BTG Pactual, em relatório divulgado à imprensa ontem. A avaliação é que a estratégia "veloz e furiosa" de aquisições do setor - foram 84 desde 2007 - ficou no passado e agora os frigoríficos estão convencidos a reduzir as dívidas, disseram os analistas do BTG, Thiago Duarte e Henrique Brustolin, no relatório.

No tabuleiro global das carnes, lembraram os analistas, os últimos dez anos foram marcados por um crescimento sem precedente da indústria nacional. Conforme dados compilados pelo BTG, a receita somada de JBS, BRF, Marfrig e Minerva - as quatro empresas de carnes com ações listadas na B3 - cresceu oito vezes desde 2007, quando JBS, Marfrig e Minerva abriram o capital na bolsa. A BRF ainda não existia, mas Perdigão e Sadia - as empresas deram origem à companhia após a fusão, em 2009 - já estavam na bolsa desde a década de 1980.

Em 2007, o faturamento somado das companhias não chegava a R$ 50 bilhões. Neste ano, a cifra deve superar R$ 250 bilhões, de acordo com as projeções do BTG. Maior empresa de carne do planeta e líder em faturamento entre as companhias não-financeiras no Brasil, a JBS responde por 70% das vendas.

De acordo com o BTG, o crescimento dos frigoríficos brasileiros foi largamente financiado com a emissão de dívidas. Na prática, os detentores dos títulos no exterior ficaram com a maior parte do quinhão na forma de juros - isso vale sobretudo para JBS, Marfrig e Minerva. Por outro lado, as elevadas despesas financeiras inviabilizaram os dividendos pagos para os acionistas. "Foi nada menos que um desastre para o retorno dos acionistas", concluíram eles.

Não à toa, os frigoríficos tiveram desempenho fraco na bolsa nesse período. Cálculos agregados, feitos pelos analistas, mostram que as ações das empresas de carnes do país ficaram estáveis na última década. "Em termos nominais!", enfatizaram Duarte e Brustolin. Ou seja, quando descontada a inflação, as ações valem menos hoje - houve "destruição de valor", no jargão do mercado.

Para o próximo ano, a expectativa é que isso mude. JBS, BRF e Marfrig, as três maiores, venderam ativos ou estão em processo de desinvestimentos para reduzir a dívida.

Após a delação dos irmãos Batista, em maio de 2017, a JBS angariou R$ 4,7 bilhões com a venda de ativos. Além disso, a empresa renegociou dívidas com os bancos no Brasil, e neste ano antecipou pagamentos. Com essas medidas - a geração de caixa também contribuiu -, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) caiu de 4,16 vezes, em junho de 2017, para 3,38 vezes no fim de setembro.

A Marfrig obteve ainda mais recursos. Em agosto, acertou a venda da Keystone para a americana Tyson Foods, por US$ 2,4 bilhões (mais de R$ 8 bilhões). A empresa deve concluir a venda até o fim do ano, reduzindo assim o índice de alavancagem de 4,5 vezes em dezembro do ano passado para 2,5 vezes - o menor índice do setor.

A BRF, por sua vez, está na fase final para a venda dos ativos na Argentina, Tailândia e Europa, com os quais quer obter R$ 3 bilhões. O plano da gestão Pedro Parente é reduzir o índice de alavancagem das 6,7 vezes reportadas em 30 de setembro a 3 vezes no fim de 2019.

Diante do cenário positivo, o BTG recomendou aos investidores a compra de ações da JBS - o preço-alvo para os papéis é R$ 15, potencial valorização de 27% sobre a atual cotação. O BTG também vê alta potencial de 14% nas ações da Marfrig. Entre as empresas do setor, JBS e Marfrig são as mais bem posicionadas para aproveitar o momento favorável para a produção de carne nos EUA e no Brasil.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. 508 milhões de toneladas de cana já foram processadas

Dados divulgados pela União da Indústria de Cana de Açúcar (ÚNICA) indicaram que o Brasil já processou 508 milhões de toneladas de cana até o dia 1º de novembro, o que representa 4,35% a menos que o que foi registrado no ciclo anterior. De acordo com Marcos Fava Neves, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), o etanol foi o único produto que registrou crescimento.

“O mix está em 64,13% para etanol. Em açúcar foram produzidas 24,35 milhões de toneladas (26,7% a menos) e de etanol 27,26 bilhões de litros (20,29% a mais), sendo 46% maior a produção de hidratado. Na segunda quinzena de outubro processamos quase 18% a menos, fruto já de pouca cana disponível neste final de safra e das chuvas”, comenta.

Segundo o especialista, é bem possível que a safra desse ano feche com 560 milhões de toneladas processadas, ou seja, uma queda de 6,4% em relação às 596 milhões de toneladas da safra anterior. Nesse caso, muitas unidades podem estar encerrando as atividades, configurando uma entressafra mais longa.

"No mesmo local, segundo o relatório, as facas não eram trocadas, as serras de peito e carcaça eram esterilizadas apenas parcialmente e a água de abastecimento da empresa tinha grande quantidade de coliformes, muito acima do permitido."

""Pelo levantamento do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o ATR/tonelada no mês de outubro foi de 133,96 kg/t, e o acumulado está em 140,13 (1,73% maior). O rendimento apurado pelo CTC foi de apenas 60,22 t/ha em setembro, contra 66,5 t/ha na safra anterior. Na safra temos 74,45 t/ha contra 77,62 t/ha da anterior, uma queda de 4,1% esperada pela seca que castigou os canaviais no começo deste ciclo. Na verdade, esperávamos uma queda maior que esta observada”, conclui ele.

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Fonte: Agrolink

11. Datagro projeta déficit global de 2 milhões de toneladas de açúcar em 2018/19

O presidente da Datagro, Plínio Nastari, informou que projeta um déficit da produção de açúcar de 2 milhões de toneladas na safra 2018/19. Há apenas um mês, a estimativa da consultoria já era de consumo maior do que produção, mas na casa de 700 mil toneladas O executivo conversou com o Broadcast, após participar do seminário anual da Organização Internacional do Açúcar (OIA), em Londres, evento em que foi um dos palestrantes.

A projeção da Datagro está bem distante dos números mais recentes apresentados no início deste mês pela entidade.

A OIA fez uma revisão significativa das suas projeções para o ciclo atual, de 6,7 milhões de toneladas esperadas em agosto para um balanço ainda positivo de 2,2 milhões de toneladas agora. De qualquer forma, as estimativas são também bem menores do que a produção excedente da safra 2017/2018, de 8,4 milhões de toneladas.

O Brasil é grande responsável por essa diminuição das previsões de atividade, ao lado de Índia, Tailândia, União Europeia, Rússia e Estados Unidos, entre outros produtores. Há mais de um ano, o setor sucroenergético doméstico tem impulsionado a produção de etanol, como uma reação aos aumentos dos preços da gasolina e de mudanças na composição tributária, além da queda da cotação do açúcar. Se o déficit for confirmado, será o primeiro desde 2016/17, quando o saldo ficou negativo em 3,3 milhões de toneladas.

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Fonte: Agência Estado/NovaCana

12. A expansão da cana de açúcar no nordeste paulista

De acordo com o estudo feito pela Embrapa Territorial, a expansão mais significativa é a da cana-de-açúcar, que cobre 44% das terras no nordeste paulista. Na região, o setor foi responsável por metade de todo o valor de produção agropecuária, que atingiu R$ 9,5 bilhões em 2016. A participação é maior do que a média estadual, que é de 35%.

Apenas cinco dos 125 municípios estudados não possuem canaviais: Águas de Lindóia, Lindóia, Águas da Prata, Santo Antônio do Jardim e Divinolândia. Nos outros 120, o volume de terras cultivado com cana aumentou. A exceção é Ribeirão Preto, onde a atividade cedeu espaço para a expansão urbana.

Em números absolutos, as áreas de vegetação nativa são as que mais cresceram, depois da cana. Elas já ocupavam 870 mil hectares e, agora, chegam perto de um milhão de hectares. O pesquisador Carlos Cesar Ronquim da Embrapa aponta que esse aumento não se deu por plantio, mas por regeneração espontânea e, timidamente, pela melhor conservação das áreas de preservação permanente.

Para os próximos anos, a expectativa é de mais crescimento, tendo em vista o novo Código Florestal e a proibição da colheita manual da cana, o que, na prática, inviabiliza a produção em áreas com declividade acima de 12%. O monitoramento por satélite revela 150 mil hectares de canaviais nessa condição, o equivalente a 7,1% da área das bacias analisadas.

As florestas plantadas também aumentaram: 17 mil novos hectares para o eucalipto e perto de 12 mil para as seringueiras. Essas últimas tiveram o crescimento relativo mais expressivo, já que, em 1988, ocupavam menos de 200 hectares. Mesmo com esse salto, a heveicultura segue pouco expressiva na região. O eucalipto chegou a 157 mil hectares, mas também tem pouca participação do valor de produção agropecuária, ficando à frente apenas da pecuária leiteira.

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Fonte: Embrapa Territorial/UDOP

Grãos e grandes culturas

13. Consolidação da indústria de café tende a continuar

O consumo de café cresce no mundo, puxado principalmente por Ásia e Oriente Médio, e as grandes multinacionais do segmento se movimentam - com fusões e aquisições - para tentar conquistar fatias maiores de um mercado que avança inclusive em detrimento de outras bebidas.

Em diferentes apresentações na terça-feira no 26º Encafé, em Punta del Este (Uruguai), analistas da Euromonitor e do Rabobank estimaram que a demanda deverá continuar a aumentar e que a onda de consolidação nesse mercado, que ganhou força a partir de 2012, ainda não acabou.

Segundo projeções do Rabobank, o ritmo de avanço do consumo de café no mundo diminuiu nos últimos cinco anos. Ainda assim, a entrada de novos consumidores nesse mercado garantiu um crescimento médio de 2,3% ao ano entre 2012 e 2017. O maior incremento no período, de 7% ao ano, foi registrado no Oriente Médio, enquanto na Ásia a média alcançou 5,7% ao ano.

"Mercados não tradicionais lideram o crescimento da demanda mundial", reforçou Guilherme Morya, analista de café do Rabobank. O banco projeta que a demanda global deverá atingir 166,9 milhões de sacas este ano e "beirar" as 180 milhões em 2024.

Matthew Barry, a analista de bebidas da Euromonitor International, também chamou a atenção para a demanda crescente e observou que só há queda em países que vivem ou viveram fortes crises econômicas, como Venezuela e Grécia. Já em mercados consolidados como EUA e Europa, o crescimento é mais lento.

Barry destacou o crescimento da demanda nas várias categorias de café, em diferentes padrões, o fenômeno do avanço do consumo fora de casa - com a abertura de cafeterias na Ásia -, e o aumento da demanda por bebidas prontas à base de café em países desenvolvidos.

De acordo com dados da Euromonitor, em 2017 as vendas globais em cafeterias somaram US$ 58 bilhões - desde 2012, mais de 30 mil coffee shops foram abertas no mundo, a maior parte na Ásia. Para Barry, o que move o consumo fora de casa é o declínio da demanda por outras bebidas e a busca por qualidade.

O analista avalia, ainda, que as cafeterias têm também um papel social importante para os consumidores. "Pessoas que bebiam chá estão ingressando no café via coffee shops e café solúvel", observou o especialista.

A urbanização na China foi um dos pontos destacados por Morya, do Rabobank. "Haverá renda disponível para consumir outros produtos. É uma questão de tempo querer um produto de maior valor agregado", disse. O banco holandês estima que a demanda total por café na Ásia alcançará 28,2 milhões de sacas em 2025 - eram 19,7 milhões em 2015.

As mudanças recentes no padrão de consumo e o aumento da demanda por café em países em desenvolvimento estão levando os grandes players do segmento a se adaptar, na visão da Euromonitor. Os movimentos da Jab Holdings (controladora da JDE), da suíça Nestlé e da italiana Lavazza refletem esse novo cenário. Empresas de bebidas, como a Coca-Cola, também se mexem para enfrentar as mudanças, uma vez que as vendas de refrigerantes perdem fôlego no mundo.

Nos últimos anos, a Coca Cola investiu em cafeterias, fechando acordos com a Dunkin Donuts Iced, e mais recentemente adquirindo a britânica Costa Cafe. A Jab, por sua vez, investiu em negócios como a Caribou, a Keurig Green Mountain, a Pret à Manger e a Peet's Coffee. No mês passado, anunciou um acordo para produzir e distribuir cápsulas de alumínio com a marca italiana illy.

E enquanto a JDE busca se tornar uma companhia global para competir com a Nestlé, a suíça fez um acordo de US$ 7,5 bilhões para comercializar cafés e chás da Starbucks fora das lojas da rede. "Não há razão para achar que a onda de consolidação acabou", disse o analista da Euromonitor.

Morya, do Rabobank concorda. "A tendência é que as fusões continuem acontecendo", disse, acrescentando que as empresas do segmento no mundo vivem um momento de "comprar ou ser comprado". O quadro é especialmente desafiador para as companhias que têm 1% a 3% de participação em termos de valor do mercado mundial, de acordo com o banco holandês.

Conforme dados apresentados por Morya, a Nestlé tem hoje uma fatia de 22,2% desse mercado, seguida pela JAB, com 12,7%. A Lavazza está distante no terceiro lugar, com 2,7%. "Existem hoje dois players predominantes no mercado de café. Provavelmente, nos próximos dez anos, poderá haver uma mudança semelhante à que ocorreu no segmento de bebidas", onde o número de companhias se afunilou, disse.

E a consolidação também pode ter novos capítulos no Brasil, reconheceu Barry. Por aqui, as empresas que lideraram esse movimento nos últimos anos são a JDE, dona das marcas Pilão e Caboclo, e o Grupo Três Corações.

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Fonte: Valor Econômico

14. Redução de estoques motiva reação de preço do feijão ao produtor

Após um ano difícil, marcado por preços médios abaixo dos custos, os produtores de feijão tiveram motivos para comemorar nas duas últimas semanas. Em razão da queda dos estoques, a saca de 60 quilos do feijão carioca subiu mais de 40% nos mercados de Minas e São Paulo, Estados que têm oferta neste momento, e injetou um pouco de fôlego no segmento.

A colheita do feijão carioca de terceira safra — a leguminosa tem três safras por ano no país — acabou de ser finalizada em São Paulo e, segundo especialistas, o volume ficou abaixo das necessidades de consumo. Além disso, os estoques da segunda safra em Minas e Goiás praticamente acabaram.

“O ano foi terrível para o produtor e a área de cultivo diminuiu. Agora estamos vendo o reflexo disso, com pouco feijão disponível para o fim do ano”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders. A saca de 60 quilos está sendo negociada a R$ 155 em Minas Gerais e por até R$ 170 em São Paulo.

Essa alta dos preços, afirma, chegará às gôndolas dos supermercados, mas vai demorar um pouco — talvez dois meses, não duas semanas. “Teremos uma subida de preço em dezembro e janeiro até que a colheita da safra de verão do carioca comece em fevereiro”, diz ele.

Depois isso, prevê Lüders, os preços deverão se estabilizar em patamar próximo de R$ 120 a saca. Segundo ele, o ideal para o produtor seria cerca de R$ 150. “Esse preço não afetaria a inflação, porque o rendimento do feijão é grande. Com um quilo, o consumidor consegue fazer 13 refeições, o custo é diluído”, diz.

A expectativa é que as três safras de feijão carioca no Brasil na temporada 2018/19 somem entre 1,26 milhão e 1,28 milhão de toneladas, ante 1,34 milhão em 2017/18. O consumo é calculado em 1,8 milhão de toneladas.

Se levadas em conta todas as variedades de feijão produzidas no país (caupi, jalo e preto, entre outras), a colheita deverá chegar a 3,14 milhões de toneladas em 2018/19, 1% mais que em 2017/18. O consumo total é estimado em 3,15 milhões de toneladas.

A safra 2017/18 foi atípica e desequilibrada porque havia muito estoque de feijão no início do ano. Em março, o Instituto de Economia Agropecuária (IEA) avaliava que eram 300 mil sacas, sendo que normalmente o volume não supera 200 mil. Como consequência, a receita bruta total da cultura caiu 36,9%, para R$ 2,5 bilhões, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para 2018/19, a projeção é que a receita da cultura fique em R$ 2,7 bilhões.

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Fonte: Valor Econômico

15. Crescem apostas na queda das cotações das commodities

Em meio a movimentos financeiros derivados de oscilações do dólar e do petróleo, as cotações das principais commodities agrícolas exportadas pelo Brasil permanecem sob pressão nas principais bolsas americanas. Vão encerrar novembro com variações relativamente modestas, mas ainda em baixo patamar, e os mais recentes posicionamentos dos fundos de investimentos que atuam nesses mercados sinalizam que novas retrações estão por vir.

Cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) mostram que, na bolsa de Chicago, a soja deverá fechar o mês com alta pouco inferior a 2% em relação a outubro. Mas, em decorrência das disputas comerciais entre Estados Unidos (segundo maior país exportador, atrás do Brasil) e China (maior país importador), na comparação com novembro de 2017, a baixa ainda supera 10%.

Em decorrência das rusgas entre Washington e Pequim, o grão tem encontrado dificuldades para romper a barreira de US$ 9, nível que espreme as margens de lucro dos produtores americanos mas que, no Brasil, tem sido parcialmente compensado pelos prêmios pagos nos portos. Aparentemente, não haverá refresco. Conforme levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), na semana-móvel encerrada no dia 20, os fundos ampliaram as apostas na queda da oleaginosa.

No mercado de milho, menos suscetível aos reflexos da guerra sino-americana - a China ainda importa volumes pequenos do cereal -, as perspectivas de reação que vinham tomando corpo minguaram, em parte em virtude da boa colheita nos EUA, e os fundos inverteram suas apostas, que passaram a ser de baixa. Em novembro, de acordo com o Valor Data, a média dos contratos de segunda posição deverá ser quase 1% menor que a de outubro e 6% superior a de novembro de 2017 - ainda inferior à barreira de US$ 4 por bushel, superada pela última vez em maio de 2018, pico da entressafra americana.

Se os exportadores de grãos não têm muito a comemorar no que diz respeito aos preços praticados em Chicago, os de "soft commodities" (açúcar, café, suco de laranja e algodão) também estão perdendo o sono ao acompanhar o comportamento das cotações na bolsa de Nova York. Como o Brasil domina as exportações de açúcar, café e suco, nessa frente o embate entre o dólar e o real tem tido grande peso no direcionamento dos mercados.

Em novembro, conforme o Valor Data, a única "soft commodity" do quarteto que registrará aumento do preços médio dos contratos de segunda posição de entrega em relação a outubro é o algodão - e ainda assim uma valorização pífia, inferior a 1%. Açúcar e suco fecharão o mês com baixas de quase 3% e o café recuará pouco menos de 2%. As comparações com as médias de novembro de 2017 também não são generosas: açúcar e suco caem cerca de 14% e a baixa do café ficará em torno de 10%. Mais uma vez, o algodão aparece com variação positiva, superior a 12%.

E, também em Nova York, os investidores ficaram mais pessimistas. Na semana móvel encerrada no dia 20, os fundos reduziram suas apostas na alta de açúcar e algodão e passaram a vislumbrar queda maior do suco. No caso do café, reduziram as apostas de baixa, mas o saldo líquido de contratos comprados permanece negativo, o que não é um grande alento. Em geral, nos quatro mercados as perspectivas são de oferta confortável, o que limita o espaço para reações expressivas.

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Fonte: Valor Econômico

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