25 de Março de 2019

Publicação: Automotive Business

BMW faz recall de 902 carros por problemas com airbag

Convocação envolve utilitários esportivos X5 e X6 produzidos entre 2006 e 2008

A possibilidade de falha no airbag do motorista levou a BMW a fazer um recall de 902 unidades dos modelos X5 xDrive30d, X5 xDrive30i, X5 xDrive48i, X6 xDrive35i e X6 xDrive50. O problema decorre mais uma vez do possível defeito do gerador de gás, que insufla as bolsas em caso de impacto do veículo.

O contato prolongado com umidade, temperaturas elevadas e também falhas no processo de fabricação podem fazer com que o gerador de gás projete estilhaços metálicos para dentro do carro em caso de disparo do airbag. Há risco de danos físicos e materiais ao motorista, passageiros e terceiros. A montadora ressalta que nenhum acidente desse tipo foi relatado no Brasil.

Os BMW X5 e X6 envolvidos foram fabricados de 1º de novembro de 2006 a 20 de dezembro de 2008. O atendimento à campanha já pode ser agendado e os serviços de verificação e substituição do componente levam cerca de 30 minutos.

25 de Março de 2019

Publicação: Olhar Digital

Startup chinesa pode estar no centro de disputas judiciais da Apple e da Tesla

Dois casos de vazamento de dados sigilosos da Apple e da Tesla podem estar conectados à startup chinesa XPeng

No ano passado, a Apple abriu uma ação judicial contra um ex-funcionário, acusando-o de roubar informações sobre um projeto secreto de carros autônomos. Nesta semana, a Tesla iniciou um processo semelhante, também contra um ex-funcionário. O curioso é que ambos os casos estão relacionados à startup chinesa de carros elétricos, Xiaopeng Motors.

Aparentemente, os dois trabalhadores coletavam informações a mando desta empresa chinesa, com o intuito de ajudar na criação de carros autônomos e fazer a Xiaopeng crescer. Entenda o caso.

A conexão com a Tesla

Os fundadores da companhia chinesa já haviam afirmado anteriormente que as criações da Tesla tiveram um grande impacto sobre eles e, inclusive, a abertura de alguns códigos da Tesla para uso geral foi uma das motivações para o nascimento da Xiaopeng.

Eles chegaram até a desmontar carros da empresa de Elon Musk para entender o funcionamento e usar de modelo para a construção de seus automóveis. Conforme nota da própria Tesla no processo, a Xiaopeng “projetou seus veículos em torno das patentes de código aberto da Tesla e imitou o design, a tecnologia e até mesmo o modelo de negócios da Tesla".

Os advogados da Tesla também afirmam que a chinesa lançou o X-Pilot, um software muito parecido com o Autopilot, da companhia norte-americana, de código confidencial. Além disso, eles dizem que a startup emprega pelo menos cinco ex- funcionários da Tesla, incluido aquele que já responde por processo.

A conexão com a Apple

A relação da XPeng com a Apple é um pouco menos clara do que com a Tesla. Porém, de acordo com James Andrew Lewis, pesquisador sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, é muito comum que empregados chineses quando decidem sair das empresas do Vale do Silício, levem consigo informações confidenciais de volta ao país de origem.

Depois dos procuradores prenderem o ex-funcionário da Apple, Xiaolang Zhang, com mais de 40GB de conteúdo relacionado ao projeto secreto de carros autônomos, eles ficaram sabendo a partir do próprio acusado sobre as intenções dele de conseguir um emprego na Xiaopeng Motors.

Entretanto, ainda não estava claro se ele já havia conseguido a vaga, até que a startup confirmou que Zhang havia começado a trabalhar para a companhia.

A Xiaopeng Motors

Vale pontuar que a empresa não é alvo de processos, apenas os respectivos ex-funcionários. Guangzhi Cao, acusado pela Tesla, não está sendo processado criminalmente. No seu caso, portanto, ele ainda é um empregado da XPeng. Enquanto a empresa de Musk afirma que o ex-funcionário roubou milhares de segredos e códigos fontes do Autopilot, a Xiaopeng não é citada como réu.

Em declaração ao portal de notícias The Verge, a companhia chinesa afirmou que possui uma política que não apoia ou incentiva atitudes como a do Sr. Cao e não estava ciente de má conduta. No caso da Apple, a startup deu declaração similar e disse que não aprova o uso indevido de direitos autorais:

“Zhang assinou os documentos de conformidade de propriedade intelectual em seu primeiro dia na empresa, no início de maio. Os registros mostram que ele não reportou nenhuma informação sensível ou violadora”, disse em comunicado.

Relação com acusações de ataques patrocinados pelo governo chinês

Aparentemente, não existe uma relação direta com outras acusações de ataques patrocinados pelo governo chinês. Acredita-se que os casos têm mais relação com a maior abertura para produção de carros por empresas não estatais na China, gerando uma certa pressão no mercado.

A Xiaopeng Motors cresceu rapidamente na China, em um campo relativamente superfaturado de automóveis: Levando em consideração o modelo econômico do país, é difícil acreditar que a empresa tenha atuado sem qualquer relação com o governo local. Ou seja, para conseguir financiamentos e empréstimos, é possível que tenham sido levadas em conta as novs tecnologias que a companhia conseguiu trazer para a sua nação.

Assim, para o pesquisador James Andrew Lewis, o Estado poderia sim estar incentivando ou pelo menos fechando os olhos para esses casos de violação de propriedade intelectual.

25 de Março de 2019

Publicação: SAPO (PT)

Mobilidade elétrica: o futuro em que apostam todas as marcas de automóveis

As novidades no setor automóvel surgem todos os dias – basta observar as apresentações do Salão Internacional Automóvel em Genebra. Carros luxuosos e desportivos já entraram na corrida ao modo elétrico.

Quando se fala em perspetivas para os próximos cinco anos, em que a mobilidade elétrica já deverá ter estabilizado, diversas marcas mencionam o aumento da frota e de autonomias, que podem chegar a 500 quilómetros, como é o exemplo do novo Porsche Macan e do Polestar 2 (criado pela Volvo), ambos apresentados ao mundo durante a primeira semana do mês de março.

O facto de existirem ajudas estatais, como a isenção do Imposto Único de Circulação (IUC) e a igual isenção do Imposto sobre veículos (ISV) fazem destes carros aquisições mais em conta. A ajuda à compra no valor de 2.250 euros, para os primeiros mil carros que concorram ao Fundo Ambiental, é também uma boa aposta para comprar um destes veículos do futuro.

Um modelo 100% elétrico pode garantir uma poupança na sua utilização entre 160 euros e 1.025 euros anuais, segundo os dados da rede Mobie.e. Não existirem custos de manutenção é um bónus, visto que os veículos de combustão apresentam alguns valores ‘acrescentados’ que nem sempre se esperam.

A aquisição do selo verde da EMEL, no valor de 12 euros, significa que pode estacionar em qualquer espaço da cidade, e o carregamento em postos rápidos, em espaços públicos, apenas implica a compra de um cartão que tem de estar carregado.

A Nissan é líder de mercado neste setor, e nenhuma outra marca parece conseguir destroná-la em Portugal. Desde 2010 que já venderam 2.670 veículos 100% elétricos. O “Leaf 3.zero e+” é o novo padrão tecnológico da empresa japonesa. Com uma bateria de 62 kWh, oferece um aumento de autonomia que ronda os 40% em comparação com os anteriores modelos de 40kWh.

O grupo BMW pretende aumentar a oferta de modelos elétricos existente, mas vai focar-se na sua própria estratégia, a Number ONE>NEXT, onde tem estado a preparar o lançamento do Mini eletric, do ix3, i4 e iNext, além de uma atualização do i3 que já se encontra no mercado. Ainda assim, esperam que este número cresça para 12 modelos até 2025. Já a Renault, que está em segundo lugar no ranking, “anunciou que até 2022 seriam lançados oito modelos elétricos”.

A Volvo e a Mercedes perspetivaram enviar para o mercado uma versão elétrica de cada veículo que possuem, em 2019 e 2022, respetivamente. Atrás da Toyota e da Opel, que apenas tem no mercado veículos de mobilidade híbrica, são as marcas que apresentam mais atraso no lançamento de veículos 100% elétricos.

O grupo PSA, que detém a Peugeot e Citroën, revela que entre 2019 e 2021 vai proceder à apresentação de sete modelos elétricos. Este grupo vai ainda mais além nas propostas de modalidade elétrica, sendo que em 2020 pensa ter 50% das gamas eletrificadas e em 2025 chegar aos 100%.

Jorge Magalhães, diretor de comunicação do grupo PSA, afirma que a Peugeot e a DS estão agora a avançar com a nova geração elétrica em Portugal e no mundo, com a apresentação oficial do novo slogan “Motion & e-Motion” em Genebra.

O lançamento do Peugeot 208 era, possivelmente, o mais esperado. Com um “design marcante, que emana juventude e energia”, o 208 está envolvido por uma potência de 136 cavalos com um binário de 260?Nm. Desenhado para incluir uma condução em sport, esta atualização está capacitada de uma bateria que serve 340 quilómetros de autonomia.

A marca DS apela por um design de SUV, o que nos dias de hoje é uma mais-valia. O DS 3 Crossback é apresentado como extensor de limites, enquanto elétrico, porque não compromete o estilo ou a prestação. A autonomia deste SUV premium, que irá ser comercializado a partir do segundo semestre do presente ano, é de 300 quilómetros. Ainda assim, vai conseguir debitar 136 cavalos de potência. Perante um carregador rápido, de 100 Kw, terá 80% da carga concluída em 30 minutos.

No entanto, o carro mais pedido, e que motivou uma petição na internet, é o Peugeot e-Legend. Enquanto a incógnita de uma apresentação oficial se mantém no ar, o modelo apresenta-se como uma experiência elétrica e autónoma, igual ao que deverá ser no futuro. O facto de se apresentar com um aspecto de “muscle car” atraiu muita atenção no setor automobilístico, algo que muitos produtores podem classificar como ‘arte perdida’. Ao Jornal Económico, Jorge Magalhães afirma ter “esperanças de que este modelo passe de uma projeção para a realidade”.

Um dos projetos de que a PSA mais se orgulha é do lançamento da plataforma EMOV, por utilizar uma frota completa de 150 carros Citroën C-Zero que formam o car-sharing 100% elétrico.

A marca alemã Volkswagen é uma das que apresenta vendas mais fracas. Com o modelo e-Up!, lançado em abril de 2014, só conseguiu 75 vendas em Portugal. O e-Golf, embora tenha sido apresentado ao mercado em junho de 2014, vendeu 135 veículos. A autonomia elétrica de 300 quilómetros com uma potência máxima de 100 Kw parece não ter conquistado muitos portugueses.

Ainda assim, e apesar de não revelar previsões de vendas para os próximos cinco anos, a Volkswagen vai inaugurar, em 2020, o modelo ID. Este vai assentar na plataforma MEB?(Modular Electrification Toolkit), e pretende marcar o início da geração familiar da marca alemã com a mobilidade 100% elétrica. Com o intuito de produzir veículos elétricos para todos, o slogan “Electric for all” assenta na acessibilidade, sendo que um e-Golf irá rondar valores de 30 mil euros.

24 de Março de 2019

Publicação: Exame.com

Aplicativo para compartilhar carros começa expansão pelo país

A paulistana moObie está presente em todas as capitais brasileiras. Agora, seu app estará disponível para os mais de 5.000 municípios do país

Compartilhar o próprio carro ainda é um costume para poucos — mas plataformas como a moObie não só acreditam na tendência, como se preparam para expandir o serviço pelo país. Após um investimento de 15 milhões de reais, a startup paulistana que conecta donos de automóveis subutilizados a motoristas que não podem ou querem adquirir o próprio carro liberou seu aplicativo para os mais de 5.000 municípios brasileiros.

Até o final do ano, a moObie planeja mais uma rodada de captação de investimentos para consolidar a expansão de sua solução de compartilhamento de carros, ou car sharing. Com o pé no acelerador, projeta dobrar o número de usuários e carros cadastrados.

No meio dessa estrada, porém, estão competidores de todos os lados e uma batalha para convencer os donos de automóveis a compartilhar. Inspiração e concorrência

Ao criar a moObie, a empreendedora Tamy Lin lembrou de uma de suas primeiras experiências de trabalho, ajudando na elaboração de um plano diretor para a mobilidade de passageiros no Departamento de Estradas e Rodagem de São Paulo. “Minha vontade vem daí, associada a uma longa experiência no setor empresarial”, afirma. Lin fez um estágio de verão na sede do Google, em Mountain View, e depois trabalhou como analista e diretora em multinacionais como Telefônica, Boston Consulting Group e Smiles.

Como inspiração, Lin cita as plataformas americanas de compartilhamento de carros entre usuários Getaround e Turo. A Getaround já recebeu 403 milhões de dólares em investimentos (na cotação atual, cerca de 1,5 bilhão de reais), enquanto a Turo recebeu 187,4 milhões de dólares (711 milhões de reais).

Até o momento, a moObie captou 15 milhões de reais em aportes de quatro investidores-anjo. Alguns de seus competidores brasileiros são a Zazcar (7,5 milhões de reais em aportes) e a Turbi (4,9 milhões de reais).

Outra frente de competição são montadoras como BMW, Nissan e Volskwagen, interessadas em terem seus próprios serviços de carsharing diante da competição de empresas oferecendo a mobilidade como um serviço, e não como um produto. A moObie já realizou um piloto com a montadora Toyota, com 12 veículos.

Ainda há obstáculos mentais para que as pessoas queiram compartilhar seus automóveis. Segundo um estudo da consultoria PwC, 53% das pessoas entrevistadas reconhecem que poderiam ter menos preocupações usando um automóvel compartilhado do que tendo o próprio. Mesmo assim, 73% prefere pagar pelo próprio veículo. Fora do peer to peer, a competição talvez mais conhecida sejam as locadoras de frota própria, como Localiza e Movida.

22 de Março de 2019

Publicação: Auto Papo

[Recall] Mercedes convoca AMG S 63 L e S 63 Coupé por falha na direção

Modelos envolvidos foram produzidos entre julho de 2017 e abril de 2018; dois reparos são necessários para livrar ocupantes e terceiros de riscos

22 de Março de 2019

Publicação: Motor 24

Tribunal dá razão à Land Rover contra cópia do Evoque

Lançado em 2015, o Landwind X7 tem causado polémica devido às muitas parecenças com o SUV britânico. Mas agora um tribunal deu razão à marca inglesa e confirmou que o Landwind é mesmo uma cópia chinesa do Evoque

Apesar de cada vez ser menos habitual, durante muitos anos houve o hábito por parte de marcas chinesas de copiar o design de automóveis de sucesso de outros fabricantes. Um dos casos mais polémicos foi o do Landwind X7, praticamente um Range Rover Evoque “tirado da fotocopiadora” com um símbolo (e qualidade) diferente. E com um preço que é menos de metade do original. Mas agora, depois de três anos a esgrimir argumentos em tribunal, as autoridades judiciais chinesas deram razão à marca de Solihull.

É referido na decisão que existem cinco características do Evoque que foram copiadas diretamente do SUV para o seu “parente” low-cost asiático. E isso, afirma o tribunal, essas semelhanças servem para causar confusão na mente dos consumidores. Por isso, a decisão foi obrigar a marca chinesa a parar de produzir, vender e fazer promoção ao Landwind X7. Além disso, o Grupo JMC (Jiangling Motor Corporation) será obrigado a compensar financeiramente a Jaguar Land Rover por ter recorrido à fotocopiadora para criar o Landwind X7.

24 de Março de 2019

Publicação: OESP

Crise e mudança: automóveis no Brasil

A grande ociosidade pressiona os custos, dada a sensibilidade do segmento aos ganhos de escala

No último artigo, tratamos das principais mudanças que estão ocorrendo no mundo e que deverão levar a uma nova rodada de consolidação no setor automotivo. As mudanças certamente afetarão nosso País. Mas de que forma?

O impacto mais evidente é que os grupos mais pressionados lá fora buscarão aumentar a rentabilidade de suas filiais (ou, pelo menos, que não percam dinheiro) ou, se isso não for possível, o caminho da venda ou o do encerramento de atividades. Por exemplo, a GM vendeu a Opel alemã há algum tempo. É também por isso que essa companhia e a Ford têm se movimentado nessas direções por aqui.

A grande recessão pela qual passamos ocorreu logo após um período de forte expansão no número de companhias e de novas fábricas no Brasil, estimuladas pelo programa Inovar-Auto. Estima-se que a capacidade de produção instalada hoje seja superior a 5 milhões de unidades, enquanto a produção caiu para a faixa dos 2 milhões de carros em 2016. Essa grande ociosidade pressiona os custos, dada a sensibilidade do segmento aos ganhos de escala.

Ainda levaremos de três a quatro anos para encher totalmente as fábricas, especialmente agora com o tombo das exportações, resultante da recessão pela qual passa a Argentina.

O mercado tem fábricas demais.

A situação acima descrita produziu grande competição entre as diversas companhias. Sua característica maior é que as quatro marcas mais antigas (Volkswagen, Fiat, GM e Ford) vêm perdendo consistentemente participação no mercado há uma década. Em 2008, as quatro companhias tinham 76,7% do mercado, enquanto as novas (Renault, Hyundai, Honda, Nissan e Toyota) tinham apenas 14,4%.

No início deste ano, vemos uma situação totalmente diferente: as mais antigas detêm 54,7%; e as mais novas, 33,6%. Por trás dessas mudanças, temos de considerar a disputa entre fábricas recentemente construídas, com a respectiva tecnologia, e fábricas veteranas com produtividade menor e estrutura de custos mais pesada, especialmente trabalhistas.

Nunca fomos adiante no conceito do livre mercado dentro do Mercosul, o que teria efeitos alocativos e de eficiência muito importantes. Ficamos sempre no meio do caminho, com uma regulação complicada, que eleva os custos aqui e na Argentina. A culpa maior é dos governos, especialmente o dos hermanos, que sempre sucumbiu à pressão da indústria local, incluindo a de autopeças, muito menos competitiva.

O problema resultante é que acabou por reforçar-se a falsa “solução” de compensar ineficiências setoriais com doses elevadas de incentivos fiscais, estimulando-se, inclusive, uma guerra entre Estados, agora tardia e equivocadamente incorporada pelo Estado de São Paulo. Ora, em época de crise fiscal e de recessão, o caminho dos incentivos fiscais fica totalmente prejudicado, expondo uma crise. Mais forte em fábricas velhas e concentrada em determinadas companhias.

É nesse contexto que as mudanças no mundo pressionam por maior abertura ao comércio internacional. Como introduzir carros elétricos sem importá-los, enquanto o mercado se desenvolve? É também nesse contexto que se coloca o caso do acordo de livre comércio com o México, recentemente implementado.

Finalmente, as empresas automotivas que operam no Brasil nunca valorizaram adequadamente o grande ativo que o País desenvolveu: o etanol.

Dessa forma, nunca buscaram, de verdade, melhorar a eficiência dos motores flex e reduzir seu consumo. Não exploraram adequadamente o que significa ter um ativo ambiental crescentemente mais valioso num mundo onde a agenda de combate ao aquecimento global é cada vez mais relevante. Apenas agora, tardiamente, a questão da eficiência foi incorporada de forma mais profunda no novo programa Rota 2030.

Ademais, motores mais eficientes reduziriam a vulnerabilidade do País e dos consumidores a choques de preços do petróleo, ainda bastante recorrentes.

O setor automotivo ainda passará por grandes emoções, tanto lá como cá. Sua importância continuará elevada e o que se deseja é uma trajetória realmente construtiva, sem mágicas e anabolizantes. (Agradeço os comentários de Tereza F. Dias da Silva, da MB Associados).

*ECONOMISTA E SÓCIO DA MB ASSOCIADOS. ESCREVE QUINZENALMENTE

25 de Março de 2019

Publicação: Jornal do Carro

Donos de Fiat Tipo incendiados serão indenizados após 23 anos

Após 23 anos de espera, justiça finalmente dá ganho de causa para os proprietários de Fiat Tipo que viram seus carros pegaram fogo de forma involuntária

O Fiat Tipo teve um problema sério no fim de 1993 até o início de 1996. A mangueira de alta pressão do fluído da direção hidráulica passava muito perto das partes quentes do motor. Com isso ela derretia e jogava o fluído nestas mesmas partes quentes, levando o carro a pegar fogo.

Em abril de 1996 a Fiat começou o recall de 155 mil unidades do Tipo “Fire”, mas muitos carros já tinham pegado fogo pelo problema de projeto do veículo. Lembrando que o Tipo foi um dos hatch médios mais vendidos no Brasil no período.

Agora, 23 anos depois, a justiça finalmente deu ganho de causa para os donos de Tipo incendiados. Uma associação que foi criada, a Avitipo, entrou na justiça com uma ação civil pública no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Donos do Tipo não estão sendo achados

O último recurso da Fiat foi julgado e negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), dando ganho de causa as ações dos donos de Tipo. O problema agora está sendo a notificação judicial dos proprietários, já que muitos deles não moram mais no mesmo endereço e nem possuem o mesmo número de telefone, pois já se passaram mais de duas décadas.

25 de Março de 2019

Publicação: Jornal do Carro

Volkswagen prepara fábrica na Argentina para produção do Tarek

Montagem do Tarek na Argentina está prevista para começar no fim do ano. Até lá, parte dos funcionários ficará em casa, em sistema de rodízio

Volkswagen Tarek é um SUV maior que o T-Cross e menor que o Tiguan. Modelo será vendido no Brasil a partir do ano que vem. Foto: Volkswagen/Divulgação

A Volkswagen está decidida a preparar bem o terreno para sua ofensiva no campo dos SUVs e assemelhados. Primeiro, a marca anunciou que vai paralisar a linha de montagem de São Bernardo do Campo a partir de hoje, dia 25. O objetivo é realizar os ajustes necessários para a produção do Polo aventureiro (veja a notícia aqui). Agora, foi a vez de a Volkswagen Argentina anunciar que durante todo o ano suspenderá de maneira rotativa 400 operários por mês. Também nesse caso, a medida foi tomada por um bom motivo. A empresa está preparando a linha de montagem para o lançamento do Tarek. O número de funcionários suspensos corresponde a 10% da mão-de-obra da fábrica de Pacheco, localizada nos arredores de Buenos Aires.

A má notícia é que, de acordo com o Autoblog da Argentina, durante o período de suspensão os trabalhadores receberão apenas 75% do salário. Enquanto a montagem do Tarek não começar, a planta argentina fará somente a picape Amarok.

Tarek é maior que o T-Cross

O Tarek é um SUV maior que o T-Cross e menor que o Tiguan. Será o primeiro modelo a ser feito na Argentina sobre a plataforma MQB-A. No país vizinho, ele entrou no lugar da SpaceFox, que já não é mais produzida.

O modelo já é feito na China, onde se chama Tharu. De acordo com os planos da Volkswagen, ele será produzido também no México e na África do Sul. Na prática, é um projeto desenvolvido para mercados emergentes. Na Europa, a montadora já vende o T-Roc, nesta mesma faixa de mercado.

A produção do Tarek na Argentina deverá começar no final deste ano. As vendas estão previstas para o início de ano que vem.

25 de Março de 2019

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Em crise, montadoras buscam reinvenção

O processo de reestruturação global da indústria automobilística que fez da Ford do ABC paulista sua primeira vítima no Brasil já levou ou levará em breve ao fechamento de pelo menos 20 fábricas, a maior parte na Europa e nos EUA. Em busca de receitas para aplicar em tecnologias e produtos para atender a uma nova demanda de consumidores, as multinacionais estão se desfazendo de operações deficitárias ou de baixo retorno financeiro. Novas baixas vão ocorrer nos próximos anos.

O efeito sobre o emprego será "brutal", diz o presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Veículos (Acea), Carlos Tavares, também presidente da francesa PSA Peugeot Citroën.

Segundo ele, só neste ano, foram anunciadas 30 mil demissões. Para Tavares, as mudanças estão sendo feitas rápido demais para atender as novas legislações, principalmente, nos países europeus.

Paralelamente, as montadoras se preparam para acompanhar as mudanças tecnológicas se juntando a empresas que dominam mais o tema. Na última década, adquiriram 443 startups em especial dos setores de manufatura 4.0, eletrificação, compartilhamento e conectividade.

Um exemplo é a General Motors, que vai fechar dez fábricas na América do Norte, Ásia e Austrália. Por outro lado, investiu em 44 startups, das quais 22 ligadas à eletrificação e manufatura digital, segundo estudo da consultoria KPMG.

No Brasil, após concluir negociações com governos, funcionários, revendas e fornecedores para reduzir custos, a GM anunciou, semana passada, novo plano de investimento de R$ 10 bilhões.

Em janeiro, a presidente mundial da empresa, Mary Barra, disse que não continuaria investindo na América do Sul "para perder dinheiro" e exigiu a volta da lucratividade este ano.

Para o economista e sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, "a indústria automobilística mundial passa por um furacão e trava uma luta pela sobrevivência".

O que impressiona, diz ele, é que o setor enfrenta quatro ameaças simultâneas: a posse do carro já não é desejo de muitos jovens; o modelo de negócios deixa de ser só de produção e venda de carros e inclui prestação de serviços; a mudança do motor a combustão para os elétricos e, depois, autônomos; e o uso maior da tecnologia embarcada. "São quatro linhas de mudanças globais definitivas que exigem desafio gigantesco".

Ociosidade

Além de atender a uma nova demanda voltada a utilitários-esportivos (SUVs) e picapes, e no médio e longo prazos à produção voltada a elétricos e autônomos, o movimento de reestruturação tenta aliviar a alta ociosidade das fábricas.

Dados da PricewaterhouseCoopers (PwC) mostram que, neste ano, 41,8 milhões de veículos vão "sobrar" nas fábricas de todo o mundo (ver quadro). Desse total, 2 milhões são no Brasil, onde a indústria tem capacidade para 5 milhões de veículos.

No mundo, as montadoras têm capacidade para 139,7 milhões de automóveis e comerciais leves, mas a produção prevista para este ano é de 98 milhões. A ociosidade de 40% começará a regredir até chegar em 28% em 2025.

Ainda assim, haverá "sobra" de 32 milhões de veículos, pois a capacidade produtiva continuará crescendo, ainda que em ritmo menor. Segundo Mendonça de Barros, mesmo sem o fenômeno dos elétricos e autônomos, que exigirá profunda mudança no jeito de se produzir veículos, "teria de ocorrer uma concentração porque há mais fábricas do que demanda, no Brasil e no mundo".

Novo negócio

"Há uma necessidade das grandes fabricantes de se reposicionarem para um ambiente de negócios muito diferente do atual", afirma Ricardo Bacellar, diretor da KPMG. "Elas precisam buscar novos negócios para oferecer serviços de mobilidade e, para crescer numa área precisa tirar de outra."

No caso da Ford, a decisão da matriz foi abandonar a produção de sedãs e focar em SUVs e picapes, modelos mais atraentes ao consumidores e mais lucrativos. Também desistiu dos caminhões, o que levará ao fechamento da fábrica do ABC.

"Infelizmente estamos vendo a indústria automotiva mundial num processo de reestruturação, com fechamento de unidades, o que é muito preocupante", diz Valter Sanches, secretário-geral do IndustriALL, entidade que reúne 608 sindicatos de 140 países. "O impacto vai muito além dos trabalhadores e suas famílias, pois impostos deixam de ser arrecadados, o que é ruim para os países."

Além do Brasil, a Ford fechará fábricas em vários países. Em 2018, o grupo fez uma aliança global com a Volkswagen para o desenvolvimento de picapes, vans e novas tecnologias.

Trabalho de pai para filho

Tomas Ormundo tinha um ano quando o pai, migrante recém-chegado da Bahia, conseguiu emprego na Ford como supervisor de manutenção e lá trabalhou por 30 anos até se aposentar. Ele sempre admirou o trabalho do pai e, aos 20 anos, seguiu seu caminho e ingressou na montadora como mecânico de manutenção.

Hoje, aos 51 anos, é analista de processos e teme a demissão. É com seu salário e o da mulher, Alessandra, que consegue manter o sustento da família, da casa e da escola dos quatro filhos: Rafaela, de 9 anos, os gêmeos Pedro e Maria Júlia, de 10, e Isabela, de 19.

Toda a família, quando pode, acompanha Ormundo nas manifestações contra o fechamento da fábrica e pela manutenção dos empregos dos cerca de 3 mil funcionários diretos e 1,5 mil terceirizados. "Conversamos abertamente com as crianças sobre a situação e elas sabem dos problemas que podemos ter."

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o salário médio dos funcionários é de R$ 6 mil, similar ao de outras montadoras da região.

Quem também seguiu o exemplo do pai - operário da Ford por 18 anos - e do tio - na empresa há 28 anos - é o montador Ramon Voga, de 38 anos. Formado em Farmácia, trabalhou por sete anos na área, mas sonhava em produzir carros. Em 2008, conseguiu a vaga e, desde então, vinha crescendo profissionalmente. "Eu amo o que faço", diz. "A notícia do fechamento chocou a todos, pois muitos sonhos serão interrompidos." Pai de gêmeas de 3 anos, Voga teme pela perda de renda e diz que a direção da empresa é desrespeitosa com os trabalhadores da forma como está agindo.

Jailson dos Santos, de 48 anos, trabalhou em três fábricas da Ford nos últimos 24 anos. Começou em 1995 na unidade de fundição em Osasco (SP), que fechou as portas três anos depois. Foi transferido para a de caminhões no bairro do Ipiranga, onde ficou até 2001, quando a Ford vendeu a área e concentrou a produção em São Bernardo. Hoje, teme pelo que vem pela frente, pois não há mais chance de transferência. "Se perder esse emprego dificilmente consigo outro igual", diz.

Ele mora em Carapicuíba (SP) com a mãe e três irmãos, um deles especial. "Me preocupo muito, pois pago caro por um convênio bom para ele e, sem trabalho, o impacto nas despesas será grande." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

25 de Março de 2019

Publicação: Diario ABC - Economia

Meirelles anuncia programa de incentivo à ferramentaria

Em discurso realizado no Congresso Latino-americano da indústria automotiva, em São Bernardo, evento do setor que vai até amanhã, o secretário estadual da Fazenda e Planejamento Henrique Meirelles (MDB) anunciou o Pró-Ferramentaria. A iniciativa vai permitir que as empresas utilizem créditos de ICMS (imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na compra de ferramentaria.

Segundo Meirelles, a formalização do programa será feita em até 10 dias. Vamos detalhar nos próximos dias, mas visa exatamente dar condições de crescimento da indústria de ferramentaria, fundamental para a região e toda a cadeia automotiva, disse. A maioria desses créditos está acumulado por conta do alto número de exportações feita pelas montadoras em 2017.

O prefeito Orlando Morando (PSDB), que também participou da abertura, destacou que o pleito foi encabeçado pelo Consórcio Intermunicipal do ABC em 2017, quando ele era presidente da entidade. É um anúncio que nós aguardávamos há muito tempo porque é um programa muito significativo e representativo para a nossa região. É um recurso que hoje está no poder público, que virá para iniciativa privada como investimento, mas na geração de empregos.

A publicação do decreto foi em novembro do ano passado pelo governador Márcio França (PSB), porém faltava a regulamentação do programa. Retomamos os estudos para estabelecer a forma mais eficaz da liberação destes créditos, afirmou Meirelles.

O prefeito de São Bernardo fez um pleito à Meirelles para que as montadoras que já anunciaram investimentos sejam incluídas no IncentivAuto, programa do governo do estado que concede desconto em até 25% de desconto no ICMS mediante investimentos e geração de emprego. A maioria das indústrias de São Bernardo está com investimentos em curso. É importante isso ser amparado para sermos competitivos, disse Morando.

O pleito atual é relacionado a projetos em andamento, por exemplo, onde a empresa anunciou R$ 5 bilhões e já investiu R$ 3 bilhões, ainda existem R$ 2 bilhões a serem feitos. A ideia é que este montante que está a ser investido faça parte do IncentivAuto. A minha reação inicial é positiva, já que são novos investimentos, respondeu Meirelles.

A abertura do evento, realizado em parceria entre a Prefeitura e a editora Autodata, também contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado Patrícia Ellen, do secretário da Indústria, Comércio e Inovação do governo federal Caio Megale e do presidente da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) Antonio Megale.

24 de Março de 2019 (11:00)

Publicação: Abril - Revista Exame.COM

Volkswagen se prepara para o futuro do carro, mas chefe faz menção nazista

A Volkswagen se prepara para a transformação mais abrangente a afetar o setor automotivo desde a invenção do automóvel. É um momento que exige que os líderes empresariais façam apostas tecnológicas ousadas, derrubem as estruturas estabelecidas e considerem novos modelos de negócios e parcerias. Significa também que milhares de empregos bem pagos na produção desaparecerão.

O chefe da VW, Herbert Diess, tem muitas das qualidades necessárias para gerenciar a transição, incluindo visão de longo prazo, olho para encontrar custos desnecessários e determinação obstinada. Mas ele parece não ter pelo menos uma habilidade essencial para quem administra mudanças dolorosas: sensibilidade política e humana.

Os esforços da gigante automotiva alemã para deixar o escândalo do diesel para trás com um enorme giro em direção aos veículos elétricos foram colocados em risco na semana passada quando Diess disse algo incrivelmente estúpido e ofensivo: “Ebit macht frei". (Algo que pode ser traduzido como “O lucro liberta").

Todo alemão conhece a insensível e falsa mensagem “Arbeit macht frei" (O trabalho liberta) que os prisioneiros que entravam nos campos de concentração nazistas eram obrigados a respeitar. As ligações históricas da Volkswagen com o partido nazista fazem com que o dever da empresa de falar e de se comportar de maneira responsável seja maior do que o das outras empresas. Diess afirma que estava tentando motivar os gerentes a entregar lucros melhores e, assim, garantir a autonomia da empresa. Não há motivos para pensar que ele tivesse algum motivo sinistro, mas ele deveria ser consciente da ofensa que suas palavras causariam.

Alguns investidores estão furiosos e acham que ele deve renunciar, informou o Financial Times nesta semana. Mas esse ponto de vista está longe de ser unânime. Diess se tornou chefe da principal marca da VW em 2015 e assumiu o cargo no grupo no ano passado. Em comunicado no qual buscou se distanciar dos comentários, o conselho de supervisão da VW afirmou que “toma nota" do pedido de desculpas de Diess, o que parece significar que foi aceito.

O conselho inclui representantes das famílias Porsche e Piech e dos trabalhadores, além de políticos locais (o estado da Baixa Saxônia tem 20 por cento dos direitos de voto e as famílias controlam 53 por cento). Se eles não quiserem expulsar Diess, então seu emprego estará garantido, independentemente do que os gerentes de fundos pensam.

O que mais preocupa é a credibilidade dele diante da enorme força de trabalho da VW. A estratégia de Diess prevê que os carros movidos a bateria representarão 40 por cento das vendas da VW até 2030, um compromisso muito maior do que o da maioria de seus pares. A fabricação de veículos elétricos demanda muito menos mão de obra do que a de um modelo com motor de combustão, de forma que os funcionários da VW já têm razões suficientes para ter ressentimentos em relação a ele.

Bernd Osterloh, o poderoso chefe do conselho dos trabalhadores, entrou em choque com Diess muitas vezes, inclusive sobre a possibilidade de novas demissões. Os atrasos no desenvolvimento e na certificação de veículos importantes da VW, no ano passado, foram um presente para Osterloh, porque deram a impressão de que a inépcia da diretoria, e não a intransigência dos trabalhadores, era o principal motivo para a baixa rentabilidade da empresa. Diess cometeu um erro ao tomar uma atitude que mina ainda mais sua autoridade.

No entanto, a última coisa de que a empresa precisa é de outra divergência entre os trabalhadores e a diretoria. O fato de Osterloh não ter usado publicamente as declarações de Diess contra ele faz com que pareça mais provável que os dois lados venham a acertar suas diferenças. Altos funcionários da VW deverão se reunir na sexta-feira para tentar reconciliações sobre vários assuntos, noticiou o Der Spiegel na quarta-feira.

Apesar das nuvens de tempestade sobre o setor, os analistas ainda acreditam que a VW será capaz de gerar surpreendentes 44 bilhões de euros de lucro líquido nos próximos três anos, cerca de 60 por cento de sua capitalização de mercado. Os investidores continuam não acreditando que a enorme aposta de Diess nos veículos elétricos compensará ou que ele fará muito progresso combatendo a inchada base de custos e desbloqueando valor do extenso leque de marcas da empresa. A decisão de adiar o IPO da unidade de caminhões da VW não ajudou.

A notícia de que os clãs Porsche e Piech gastaram 400 milhões de euros na compra de mais ações com direito a voto é mais encorajadora. Diess precisa provar que o voto de confiança se justifica. Ele pode começar escolhendo suas palavras com mais cuidado.

23 de Março de 2019 (11:00)

Publicação: Abril - Revista Exame.COM

Escândalo de Ghosn afeta investimentos da Nissan no maior mercado do mundo

Carlos Ghosn apostou tudo na China ao aprovar um plano de investimento de US$ 9 bilhões, mas seu sucessor na Nissan Motor parece estar recuando em meio a sinais de que o maior mercado automotivo do mundo está no começo de uma prolongada desaceleração.

A Nissan está reduzindo a meta futura de venda de carros na China em cerca de 8 por cento, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. A Nissan e a Dongfeng Motor atualmente projetam que sua joint venture venderá 2,39 milhões de veículos em 2022, no fim do atual plano de médio prazo. Trata-se de uma redução de mais de 200.000 unidades em relação à meta anterior, disseram as pessoas.

A modificação está sendo discutida no momento em que o CEO Hiroto Saikawa inicia um programa para priorizar a rentabilidade em vez do aumento do volume de vendas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram anonimato porque a informação não é pública. A decisão pode incluir a suspensão do lançamento de modelos totalmente novos na China.

“É preciso investir para sobreviver", disse Toliver Ma, analista da Guotai Junan Securities em Hong Kong. “Todas as empresas, grandes ou pequenas, precisarão de um plano para seus veículos elétricos, especialmente para competir na China."

Nicholas Maxfield, porta-voz da Nissan, que tem sede em Yokohama, disse na quinta-feira que a empresa não fez nenhum anúncio sobre mudanças em seu plano de negócio para a China. A joint venture da Nissan com a Dongfeng, que tem sede em Wuhan, informou que vai rever as metas de médio prazo e que poderia fazer ajustes com base nas condições de mercado. As ações da Dongfeng Motor Group caíram 1,2 por cento em Hong Kong na quarta-feira. As bolsas de Tóquio estiveram fechadas nesta quinta-feira por causa de um feriado.

A estratégia da Nissan na China, uma antiga prioridade e motivo de orgulho sob o comando de Ghosn, é o último pilar corporativo a ser sacudido desde que Saikawa assumiu após a prisão do ex-presidente do conselho, em 19 de novembro. O executivo japonês rejeitou a intenção de Ghosn de combinar a Nissan com as parceiras de aliança Renault e Mitsubishi Motors e criticou a estratégia de oferecer incentivos acima da média e sacrificar os lucros para tentar ganhar participação de mercado nos EUA.

Ghosn é acusado de falsificar informações financeiras e de quebra de confiança. Ele nega as acusações e irá a julgamento. Ghosn foi libertado no começo do mês após pagar fiança.

Sob o comando de Ghosn, a Nissan prometeu investir US$ 9 bilhões em cinco anos na China e lançar 20 modelos eletrificados até 2022. A empresa pretendia ampliar as vendas anuais em 1 milhão de unidades, contra um total de 1,56 milhão de veículos vendidos no ano passado, incluindo importações.

A ordem de Saikawa aos executivos da Nissan é não focar no volume de vendas — como fez Ghosn -, e sim no aumento do lucro, segundo uma pessoa familiarizada com sua forma de pensar. Não há nenhum novo modelo importante da Nissan planejado para o mercado chinês até 2020, e sua marca de luxo Infiniti não tem nenhum novo veículo planejado até 2021.

23 de Março de 2019

Publicação: Diario ABC - Economia

Sindicato se reúne com governador na 5ª

Durante a atividade contra a reforma da Previdência, o SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) informou que vai se reunir com o governador João Doria (PSDB) na quinta-feira, dia 28. O intuito é falar sobre as negociações com possíveis compradores interessados na fábrica da Ford de São Bernardo.

No dia 19 de fevereiro, a montadora afirmou que vai sair do segmento de caminhões na América Latina, o que inviabilizaria a fábrica da região, que produz três modelos de pesados e o New Fiesta. Também no mês passado, após reunião no Palácio dos Bandeirantes com o prefeito Orlando Morando (PSDB), o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado, Henrique Meirelles (MDB), e o CEO da Ford na América Latina, Lyle Watters, o governador anunciou a iniciativa de procurar uma empresa para assumir as operações e preservar os empregos da planta (cerca de 2.800 trabalhadores).

Doria confirmou que três empresas estariam interessadas na aquisição sendo que uma dela seria nacional. A Caoa confirmou conversas com a Ford e o Estado sobre o assunto e destacou, em posicionamento, que a montadora norte-americana é marca de extrema importância no Brasil e no mundo e que ambas têm forte parceria há mais de quatro décadas, sendo que a Caoa é a maior distribuidora da marca na América Latina. Apesar da confirmação, ainda não há definição sobre o futuro da planta da região.

O SMABC solicitou a participação nas conversas para acompanhar de perto a garantia dos empregos. O governador já recebeu os sindicalistas no início deste mês, em reunião intermediada pelo prefeito Morando.

No fim do ato, os trabalhadores foram orientados pela entidade a voltar para suas casas e retornar à fábrica somente na próxima terça-feira, quando será realizada uma nova assembleia. As atividades estão paralisadas desde o anúncio do fechamento.

Questionada sobre mais novidades relacionadas à negociação da unidade, a Ford afirmou que não iria se posicionar sobre o assunto.

22 de Março de 2019 (15:41)

Publicação: Agência IN - Tempo Real

CAPITAL ABERTO: GM anuncia valor de dividendo para 28 de março

SAO PAULO, 22 de março de 2019 - O Banco B3 S.A., na qualidade de depositário e emissor do Programa de BDR Nível I Não Patrocinado da General Motors Company, código ISIN BRGMCOBDR008, em referência ao comunicado de 07/02/2019, informa que o valor definitivo do(a) Dividendos aprovado em 06/02/2019, cujo pagamento será realizado em 28/03/2019 e considerando a taxa de conversão (US$ / R$) de 3,8589, corresponde a R$ 0,971438626 por BDR. Terão direito a este recebimento os titulares de BDRs em 01/03/2019.

22 de Março de 2019

Publicação: Automotive Business

VW Caminhões e Ônibus cresce no aftermarket

Venda de peças e acessórios cresceu 31% com ajuda de remanufaturados e linha Economy

A Volkswagen Caminhões e Ônibus registrou aumento importante na venda de peças e acessórios originais em 2018 em relação ao ano anterior. O volume de venda de peças por veículo circulante (ou venda por unidade) teria crescido 31%, segundo a montadora.

O balanço reflete uma série de medidas tomadas para resgatar clientes antigos aos concessionários e também aumentar a fidelização dos que já recorriam às 150 revendas VWCO no País, oferecendo preços e serviços por valores mais competitivos.

Entre as ações a empresa destaca o lançamento da linha de remanufaturados Volks Greenline, com foco em veículos fora do período de garantia, e os motores e turbos remanufaturados D08. Além disso a VWCO expandiu a linha de itens Economy com novos filtros para as famílias Constellation e TGX e kits de embreagem para o Delivery Euro V.

“O incremento na venda de peças e acessórios foi uma grande conquista, sobretudo levando-se em conta que o ano foi desafiador em razão da greve dos caminhoneiros e da instabilidade cambial”, afirma o vice-presidente de vendas, marketing e pós-venda, Ricardo Alouche.

22 de Março de 2019

Publicação: Automotive Business

Volkswagen nomeia Martin Fries novo vice-presidente de suprimentos na América do Sul

Executivo, que já trabalhou na subsidiária no Brasil, sucederá a Heiner Lanze, que retorna à Alemanha

A Volkswagen nomeia Martin Fries como novo vice-presidente de suprimentos para a América do Sul sucedendo a Heiner Lanze, que agora retorna à Alemanha como responsável de suprimentos da divisão de componentes do Grupo VW, que é responsável pelo fornecimento interno de partes, como motores e transmissões para as marcas que compõem o grupo.

Fries está na VW desde 1997 e iniciou sua carreira na Alemanha na área de veículos pré-série. Atuou também em logística do Grupo VW. Ele foi transferido para o Brasil em 2002 onde ficou até 2007 trabalhando nas fábricas da empresa por aqui, tanto em São Bernardo do Campo (SP) quanto São José dos Pinhais (PR) e em diversas posições.

Ao voltar para a Alemanha, foi responsável por compras químico interior, banco e sistemas de segurança. Em 2010, foi para a VW Argentina como responsável por suprimentos e em 2013 voltou para a sede alemã como chefe de compras de peças exterior. Em 2016, assumiu a mesma área do Grupo VW e desde o início de 2018 era o responsável de compras elétrico/ eletrônico do Grupo VW.

22 de Março de 2019

Publicação: Automotive Business

Tavares prevê dias difíceis na Europa com corte de emissões

Para CEO da PSA e presidente da Acea, Comissão Europeia exagera ao impor redução de 40% no limite de CO2 até 2030

Dentro de alguns anos à frente, quando as metas de redução de emissões de CO2 impostas pela União Europeia (de 40% entre 2020 e 2030) provocarem milhares de demissões na indústria automotiva da Europa, além de restringir drasticamente o acesso da classe média aos automóveis particulares, sem no entanto atingir os objetivos propostos, certamente Carlos Tavares será um dos primeiros a dizer: “Nós avisamos”. No caso, “nós” é a associação dos construtores europeus de veículos, a Acea, que Tavares preside atualmente, acumulando o cargo de CEO do Grupo PSA. Para ele, a Comissão Europeia (CE) tomou uma “decisão brutal”, que coloca em risco o futuro da indústria e seus 13 milhões de empregados em 15 fabricantes que atuam nos 28 países do continente.

“Simplesmente não quiseram nos ouvir. Dissemos a eles que o ideal seria 20% de redução das emissões até 2030, pois sabemos como fazer isso sem desestabilizar o setor inteiro. Tudo bem se tivessem nos desafiado com 27% ou 28%. Mas não 40%, o dobro da nossa recomendação. Seguiram na atitude infantil de que tudo que se impõe à indústria automotive é possível. Não é”, dispara Carlos Tavares.

O executivo afirma que a decisão votada pelo Parlamento Europeu em outubro de 2018 trará dias difíceis à indústria. Tavares explica que, para reduzir as emissões de CO2 a níveis tão baixos, não há outra alternativa senão transformar em carros elétricos ao menos 30% da frota, para só assim evitar as pesadas multas previstas pela legislação europeia – em 2018 apenas 2% das vendas no mercado europeu foram de modelos elétricos recarregáveis.

“Como os veículos a bateria são muito mais caros, isso quer dizer que a classe média não poderá pagar por eles. A UE está criando uma mobilidade elitista, portanto. Esse encarecimento vai restringir a mobilidade das pessoas e fazer as vendas caírem bastante. Com mercado em queda e cada vez menor, os fabricantes já anunciaram, só para começar, que a partir de 2020 devem demitir cerca de 30 mil empregados nos próximos anos. Isso já está anunciado, é a primeira consequência dessa legislação brutal. Um deputado eleito pelo povo não deveria ter esse poder de eliminar empregos”, afirma.

A outra alternativa, ele pondera, “seria vender 30% dos carros (os elétricos) com prejuízo, o que obviamente não é sustentável e teremos de reestruturar, fechar fábricas, demitir pessoas. Mas os governos europeus não parecem ter qualquer sensibilidade quanto a isso”.

ELÉTRICOS TRAZEM RESTRIÇÕES

Tavares alerta ainda para muito outros problemas sem solução antes de partir para nível tão elevado de eletrificação. “Não existem na Europa postos de recarga para atender a esse aumento de demanda, nós (fabricantes de veículos) estamos fora desse mercado e os governos não têm recursos para fazer. Também não há fábricas de baterias suficientes para equipar todos esses veículos, os fornecedores estão quase todos na Ásia. Lembro ainda que as baterias representam quase metade do custo de um automóvel elétrico, então vamos transferir esse capital e empregos para fora dos países europeus.”

A retração do mercado europeu também trará como consequência a queda na arrecadação fiscal. Em 2017 (último dado disponível) a taxação sobre veículos em 15 países-membro da União Europeia gerou € 413 bilhões em impostos pagos. “Certamente parte disso passará a ser aplicado sobre o consumo de energia”, aponta Tavares.

O executivo destaca ainda que a regulamentação apertada poderá não produzir os efeitos desejados de reduzir as emissões. “Se eletrificamos a frota ela passa a emitir menos, mas de onde vamos tirar essa energia? Usinas nucleares? Vamos queimar carvão e poluir mais para alimentar carros elétricos?”

Tavares aponta para outro exemplo de legislação que produz efeito contrário ao desejado na Europa. Depois do escândalo de emissões conhecido como dieselgate – em que a Volkswagen foi denunciada por fraudar as emissões de cerca de 12 milhões de veículos com o uso de um software que “enganava” as bancadas de testes –, os europeus começaram a taxar mais o diesel e aprovar leis de banimento e restrição à circulação. Muitos fabricantes já anunciaram que não vão mais desenvolver novos automóveis a diesel. Com isso aumentaram as vendas de modelos a gasolina, que consomem mais e emitem de 20% a 30% mais CO2. Assim as emissões do gás de efeito estufa voltaram a crescer no continente europeu nos últimos anos. “O mesmo pode acontecer com os elétricos, que podem elevar as emissões na geração de energia para alimentá-los”, alerta o presidente da Acea.

“Tudo isso começou com o escândalo que erroneamente chamamos de dieselgate, porque aconteceu com uma fabricante e desde então o combustível passou a ser o culpado”, ironiza Tavares. Ele reconhece que depois da descoberta da fraude todo o setor passou a sofrer com o endurecimento da legislação, “em níveis muitas vezes não atingíveis”, lamenta.

FUSÕES E PARCERIAS

Tavares argumenta que não critica em causa própria, mas “porque nos sentimos na obrigação de alertar sobre algo que está errado e afeta todo o setor”. Ele garante que o Grupo PSA que dirige se preparou para atingir as metas da legislação europeia, mas avalia que nem todos terão capacidade de sobreviver no ambiente que se avizinha. “Isso possivelmente deverá provocar novas parcerias e fusões no setor, para dividir os custos de desenvolvimento das tecnologias necessárias. Por isso, prevendo o futuro, investimos para eletrificar todos os modelos que fazemos (Peugeot, Citroën, DS e Opel/Vauxhall), aumentamos a presença fora da Europa e preparamos o caixa da empresa para passar de caça a caçador”, afirma.

“Estamos abertos às oportunidades que surgirem”, admite, ao mesmo tempo em que desconversa sobre os rumores que surgiram sobre a possível fusão da PSA com a FCA (Fiat Chrysler) ou Jaguar Land Rover. “O que há de verdade sobre os rumores é que são rumores”, afirma. “Já temos muitas parcerias, com a Toyota, GM, Ford e FCA, mas sempre vamos estudar algo que possa trazer ganhos mútuos”, resume.

25 de Março de 2019

Publicação: Automotive Business

Vendas pela Auto Avaliar crescem 72% no primeiro bimestre

Plataforma especializada no comércio de usados promoveu a negociação de 24,7 mil veículos no período

A Auto Avaliar, plataforma que conecta 2,8 mil concessionárias e 30 mil lojistas multimarcas, promoveu a venda de 24,7 mil veículos no primeiro bimestre de 2019, registrando alta de 72% sobre o mesmo período do ano passado. Até o fim do ano a empresa estima crescimento de 54% em veículos leves e 88% e comerciais pesados.

“O mercado de repasse de veículos pela internet é um dos mais promissores do setor automobilístico”, afirma o presidente da Auto Avaliar, J. R. Caporal. A utilização da plataforma é feita mediante uma assinatura mensal. O concessionário ou lojista que adere tem uma série de facilidades, que começam a partir da chegada do cliente com seu veículo usado: a partir deste momento o pedido de avaliação do modelo é registrado na plataforma.

Com o aplicativo de avaliação, um profissional fotografa o veículo e insere informações detalhadas sobre ele, identificando o preço justo de mercado a ser pago. Esse veículo pode ser posto à venda nos principais portais de comércio eletrônico ou na própria área de negócios da Auto Avaliar.

Essa área conecta vendedores e compradores, favorecendo a rapidez na negociação por um valor adequado. Para garantir esse ciclo, a plataforma da Auto Avaliar é formada não só pelo aplicativo de avaliação, mas também pelo portal de repasse (que conecta concessionárias e lojas multimarcas), pela integração automática com os principais portais do Brasil e por uma ferramenta de análise, que permite ao cliente monitorar a performance do seu negócio.

A Auto Avaliar foi fundada em 2012. Hoje faz mensalmente 150 mil avaliações de usados. Em 2018 o comércio eletrônico de veículos seminovos no Brasil movimentou R$ 6 bilhões, o que representou avanço de 66% sobre 2017.

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