Cedoc News Indústria Automotiva | 22 de janeiro
- Por: Juliane
- Acessos: 1380
21 de janeiro de 19
Publicação: Valor Econômico
Argentino é o novo vice-presidente da Nissan nos EUA.
A nova gestão mundial da Nissan, agora sem a influência do ex presidente do conselho, Carlos Ghosn, acaba de promover um executivo latino para o comando de vendas nos Estados Unidos, um dos mais importantes mercados para a marca no mundo. O argentino José Luis Valls, presidente da Nissan na América Latina é o novo vice presidente de vendas e marketing nos EUA. Por enquanto, ele acumulará os dois cargos.
"Embora o mercado norte-americano tenha representado um grande desafio, temos a sorte de poder contar com o apoio da nossa rede global de líderes, como Jose Valls", disse, por meio de comunicado, o presidente mundial da Nissan, Hiroto Saikawa.
A forte concorrência de outras marcas torna os EUA um cenário desafiador para a Nissan, que registou queda de vendas naquele país em 2018. No sexto lugar do mercado, a venda de 1,49 milhão de veículos ficou 6,2% menor do que em 2017. O mercado total dos Estados Unidos ficou praticamente estagnado em 2018, com 17, 2 milhões de veículos. Os EUA são o segundo maior mercado para a Nissan, atrás de China.
Executivo chega aos EUA no momento em que a Nissan prepara o lançamento de um novo carro elétrico
Pela expectativa que Saikawa revelou no comunicado, Valls pode ser o executivo que a empresa precisa para ganhar mais espaço nos EUA. Foi sob seu comando que a marca expandiu-se na América Latina nos últimos quatro anos. Em 2018, a venda de 230 mil veículos representou um avanço de 14,1%, o dobro do crescimento do mercado na região.
No Brasil, as vendas em 2018 avançaram 24%, dez pontos acima do mercado total. Mas, ao contrário dos EUA, a presença da Nissan no Brasil é bem mais tímida. Com fatia de 3,95%, no ano passado, a marca foi a 10ª colocada no ranking de mercado de carros e comerciais leves.
"Apesar da situação difícil que a indústria enfrenta na Argentina, temos avançado em outros países da região", afirma Valls. A marca fechou 2018 com participação de 5% na região. Segundo o executivo, a operação latino-americana, que abrange os países abaixo do México, é rentável.
Aos 51 anos de idade, Valls conhece a indústria automobilística desde os 22, quando trabalhou como gerente de desenvolvimento de concessionárias na operação argentina da DaimlerChrysler, antiga fusão entre o grupo alemão Daimler e o americano Chrysler, encerrada em 2007.
Tempos depois, ele foi para a General Motors, onde assumiu várias funções na Argentina e México. Valls chegou à Nissan em abril de 2011 como vice-presidente regional de vendas da Nissan México. No ano seguinte, assumiu a presidência da operação mexicana e dois anos depois foi escolhido por Ghosn, então presidente mundial da Nissan, para comandar a América Latina.
Valls tem duas graduações, em administração de negócios e contabilidade pública, ambas pela Pontifícia Universidade Católica Argentina, um MBA pela Universidade da Califórnia e um programa de gestão sênior pela Harvard Business School.
O executivo diz estar otimista em relação ao Brasil em 2019, "depois de vários anos complexos". "A produção da indústria automobilística foi cortada pela metade e ainda tivemos uma desvalorização do real de mais de 70% em quatro anos", destaca.
Ele se empolga com a recuperação da confiança do consumidor, a inflação sob controle e o aumento na oferta de crédito. "Tínhamos uma fábrica que começou produzindo 30 mil veículos por ano; hoje estamos em 120 mil e exportamos", diz o executivo, numa referência à unidade de Resende (RJ), inaugurada em 2014, quando a divisão Nissan América Latina foi criada e ele escolhido para o comando da operação.
Valls chega aos Estados Unidos num momento em que a Nissan prepara o lançamento de um novo carro elétrico naquele mercado, o Leaf e+. Em comparação com a versão vendida hoje, o veículo ganhou aumento de autonomia de 240 para 385 quilômetros com uma carga de bateria.
A venda do Leaf e+, que está sendo apresentado no salão do automóvel de Detroit, começa este mês no Japão. Nos Estados Unidos, o lançamento está previsto para o segundo trimestre a preços em torno de US$ 35 mil, segundo expectativas do mercado. No Brasil, onde não há previsão de venda da nova versão, o modelo custa R$ 178,4 mil.
Para Valls, o mercado de carros elétricos na América Latina ainda depende de um "marco regulatório" para ganhar impulso. "A partir disso e da instalação de infraestrutura para o carregamento das baterias, nas cidades, as vendas vão acelerar", destaca.
Valls não se incomoda em falar sobre a aliança entre Nissan e Renault, um tema que às vezes provoca constrangimento no setor em razão do escândalo envolvendo o ex-presidente do conselho da Nissan. Carlos Ghosn está preso no Japão há mais de dois meses, acusado de fraude fiscal. "A aliança está mais forte do que nunca porque as bases são sólidas", afirma. Valls hoje vive em Miami, mas agora vai revezar a moradia com Nashville, no Tennessee, sede da Nissan nos EUA.
21 de janeiro de 19
Publicação: Valor Econômico
GM.
GM I
Representantes da General Motors e dos sindicatos dos metalúrgicos de São José do Campos e de São Caetano vão se reunir amanhã para discutir a informação de que os investimentos da montadora no país dependeriam de a empresa voltar ao lucro na operação ainda neste ano. Segundo informações atribuídas à Reuters, o presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, divulgou memorando aos funcionários no Brasil afirmando que os investimentos e o futuro da companhia no país dependeriam disso.
GM II
No texto, Zarlenga teria mencionado declarações da presidente global da GM, Mary Barra. Em conversa com investidores, a executiva disse que a rentabilidade da empresa na América do Sul caiu 40%, publicou o jornal "Detroit News". "Não vamos continuar empregando capital para perder dinheiro", afirmou Mary na ocasião, segundo a publicação. Em nota divulgada em seu site, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos criticou o memorando de Zarlenga. O sindicato diz que a GM "detém 20% do mercado brasileiro e não está em crise financeira". A postura da montadora, afirma a nota, "instaura um clima de apreensão entre os trabalhadores". Procurada pelo Valor, a GM não comentou o assunto.
21 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
GM negociará cortes após ameaça de sair do País
Liderança de vendas não compensou prejuízos e empresa deve apresentar plano para reduzir custos. Três anos de folgada liderança de vendas no Brasil não foram suficientes para reverter os também folgados prejuízos da GM no País e na Argentina. É o que confirma um comunicado assinado por Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, distribuído por e-mail a funcionários – e calculadamente vazado à imprensa – na sexta-feira, 19, em que o executivo diz que empresa vive “um momento muito crítico que vai exigir o sacrifício de todos” e que “a GM teve prejuízo agregado significativo no período de 2016 a 2018, que não pode mais se repetir”.
Com isso, a empresa deve começar a negociar cortes a partir da terça-feira, 22, em reunião já convocada para acontecer na fábrica de São José dos Campos (SP), onde possivelmente irá apresentar um plano de recuperação da rentabilidade – leia-se redução de custos – aos prefeitos e sindicatos de São José e São Caetano do Sul, onde opera a mais antiga unidade de produção da empresa, que iniciou operações no Brasil há 94 anos.
“O Comitê Executivo do Mercosul desenvolveu um plano de viabilidade que foi apresentado para nossa liderança global em Detroit. Esse plano requer apoio do governo, concessionários, empregados, sindicatos e fornecedores. Do sucesso deste plano dependem os investimentos da GM e o nosso futuro”, escreveu Zarlenga no comunicado.
O fato de terem sido chamados à reunião – ao menos por enquanto – representantes sindicais e prefeitos das duas cidades, e ao que se sabe ninguém da fábrica de Gravataí (RS) e nem da planta de motores de Joinville (SC), pode indicar que os principais cortes já têm endereço certo: a velha unidade de São Caetano, que paradoxalmente vinha recebendo comemorados investimentos em modernização, e São José dos Campos, que não recebe nenhum aporte há anos em longa queda-de-braço entre GM e o sindicato local, considerado intransigente por não aceitar os termos da empresa.
Hoje a unidade do Vale do Paraíba faz apenas a picape S10 e o moribundo SUV derivado Trailblazer, além de motores e transmissões em fim de ciclo de vida. Ao contrário, Joinville se prepara para fazer uma nova família de modernos motores e Gravataí fabrica o hatch Onix (carro mais vendido do País) e o sedã derivado Prisma, com a nova geração de ambos já engatilhada para começar a ser produzida este ano.
DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO
É difícil entender a intenção exata do comunicado aos funcionários, pois a GM se recusou fazer qualquer pronunciamento oficial após vazar o e-mail-bomba, assim como é paradoxal o envio dele apenas uma semana depois de fazer circular na imprensa uma nota em que confirma investimentos de R$ 13 bilhões de 2014 a 2019, anunciados desde 2015, para fazer uma nova geração de veículos no Brasil, em linha com a promessa divulgada ano passado de lançar 30 veículos no País até 2030, onze deles este ano.
Na falta de transparência ou do que dizer, o movimento aparentemente contraditório dá margem a muitas interpretações – uma delas é que nunca existiram investimentos dessa magnitude, já que o próprio presidente da GM Mercosul disse que eles (ainda) dependem da aprovação do plano de recuperação, e apesar dos aportes já terem sido amplamente alardeados e requentados, parece que a matriz não aprovou a realização de aportes enquanto a companhia continuar a registrar prejuízo, como deixa claro uma frase citada por Zarlenga em seu e-mail da CEO global da GM, dita a jornalistas no dia 11 de janeiro, durante apresentação a investidores:
“Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”, disparou Mary Barra, CEO global da GM.
Mary lacrou a ameaça logo após confirmar à imprensa, naquele mesmo evento de 11 de janeiro, que a empresa considerava sair da América do Sul porque é a única região do mundo onde a GM ainda tem prejuízo – palavra proibitiva para a companhia que quase foi à falência em 2009 e teve de ser salva pelo governo dos Estados Unidos. Ela acrescentou que Brasil e Argentina, os maiores mercados sul-americanos, “continuam sendo desafiadores” (eufemismo comum usado no lugar de problemáticos), acrescentando que a GM está trabalhando com as partes interessadas na região para tomar todas as ações necessárias para melhorar o negócio, “ou considerar outras opções”.
Algumas fontes asseguram que o prejuízo acumulado no Mercosul passa da casa do US$ 1 bilhão. Além dos cortes que deverão ser anunciados para estancar as perdas, entre as “outras opções” possíveis aventadas por analistas estaria o fechamento de plantas e a transferência da operação para a sócia chinesa Saic, que atualmente encabeça todos os novos projetos de veículos para mercados emergentes, inclusive os novos Onix, Prisma e Tracker.
PRESSÃO POR LUCRO A QUALQUER CUSTO
O fato é que a GM vem tomando decisões radicais nos dois últimos anos para se livrar de operações deficitárias e elevar o lucro dos acionistas. Desde 2017, fechou a subsidiária na Austrália, abandonou o mercado europeu ao vender a Opel para a PSA, acabou com a divisão América do Sul (a GMSA), encerrou atividades na Venezuela e está reduzindo seu tamanho na Coreia do Sul.
Em novembro, anunciou o fechamento de quatro fábricas nos Estados Unidos e uma no Canadá onde trabalham 15 mil pessoas, além de outras duas fora da América do Norte – Brasil e Argentina surgem agora como candidatos naturais para cortes, portanto.
O plano é cortar US$ 4,5 bilhões em custos até 2020 e “investir só em mercados e produtos de alto retorno”, disse o chefe financeiro (CFO) Dhivya Suryadevara durante a recente apresentação a investidores.
Uma soma de fatores empurram para cima o prejuízo no Mercosul. Apesar da liderança no Brasil, onde vendeu 434,4 mil veículos em 2018 e conquistou 17,6% de participação de mercado, com expansão anual de 10% sobre 2017, a GM ainda não tem em seu portfólio local nenhum rentável SUV, 65% das vendas estão concentradas apenas em Onix e Prisma, modelos de baixa rentabilidade. Para piorar o quadro, a Argentina entrou em profunda recessão. Por fim, houve também forte desvalorização cambial no ano passado em ambos os países, o que enterrou qualquer chance de registrar lucro em dólares.
Esses números, embora não divulgados separadamente, são atualmente o “patinho feio” no balanço de 2018 da GM, que será divulgado oficialmente só em 6 de fevereiro com promessa de ganhos acima das estimativas. Até o fim do terceiro trimestre a companhia acumulava lucro líquido de quase US$ 6 bilhões. Enquanto o resultado operacional na América do Norte foi de vistosos US$ 9 bilhões em nove meses, no mesmo período a divisão GM International (que inclui a América do Sul) apresentou lucro operacional de US$ 471 milhões, com a China mantendo a cifra no campo positivo.
RESISTÊNCIA
“O tempo é curto. Obter rapidamente acordos necessários com todas as partes é fundamental. Já nos reunimos com os nossos concessionários – que já deram importantes contribuições. Também fizemos grande progresso com o governo, que claramente quer apoiar a nossa viabilidade; e na semana que vem (esta terça-feira, 22) estarei me reunindo com as lideranças sindicais e prefeitos da região (São José e São Caetano)”, finaliza Zarlenga no e-mail distribuído aos funcionários na sexta-feira, 18.
Ele não terá vida fácil para aprovar cortes. Em comunicado conjunto divulgado na segunda-feira, 21, os sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano, do ABC e de São José, além das centrais sindicais Força Sindical, CSP/Conlutas e CUT, prometem fazer forte oposição a qualquer proposta de demissões e fechamento de fábricas.
“Os trabalhadores não podem mais uma vez ‘pagar o pato’”, destaca a nota dos sindicatos, que continua: “Repudiamos esta possibilidade de paralisação da produção no Brasil e na América Latina, e também que nos seja exigido mais sacrifícios, como diz o comunicado da empresa, já que foram feitas várias concessões à GM e a empresa sempre querendo mais. Não aceitamos que a situação seja utilizada para reduzir mais direitos, nem demissões ou o fechamento de fábricas. Defendemos os empregos e queremos estabilidade!”
Os sindicalistas confirmam que vão participar de reunião com representantes da GM na terça-feira, 22, e que pretendem defender “juntos os empregos e os direitos dos trabalhadores”, finaliza o comunicado.
21 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
Metalúrgicos cobram investimentos da Ford no ABC
Sindicato recorda que estabilidade de trabalhadores termina em novembro deste ano
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realiza uma mobilização na terça-feira, 22, na Ford de São Bernardo do Campo (SP) para cobrar da direção da montadora a vinda de novos investimentos para a planta, que atualmente produz o Fiesta hatch e caminhões Serie F e Cargo. Enquanto a produção de motores de Taubaté (SP) e a fábrica de Camaçari (BA) receberam investimentos recentes e renovação de produtos, nada foi anunciado para São Bernardo, fortalecendo os rumores internacionais que a Ford teria planos de desativar a unidade.
O sindicato recorda que os trabalhadores na Ford têm estabilidade até novembro deste ano, garantida pelo acordo coletivo assinado em abril de 2018. Pela negociação realizada na época entre sindicato e montadora, o período de vigência do acordo foi estabelecido como prazo para que as partes realizassem as discussões sobre o futuro da planta, com planejamento de novos investimentos.
De acordo com Alexandre Colombo, diretor executivo da entidade e trabalhador da Ford, a montadora até iniciou estudos para vinda de um novo projeto no ABC, mas não houve continuidade.
Wagner Santana, presidente do sindicato, ressalta que é importante que se retomem as negociações sobre o futuro da planta já neste início de ano.
“Não podemos deixar para discutir investimentos no segundo semestre, próximo ao término de validade do acordo”, alerta o dirigente sindical Wagner Santana.
Em 2018 o Fiesta hatch teve 14,5 mil unidades emplacadas, 24% a menos que no ano anterior. A redução da demanda resultou no enxugamento de opções. Saíram de linha as versões do Fiesta com câmbio automático Powershift e com motor 1.0 Ecoboost. A Ford também parou de trazer do México o Fiesta sedã.
Os caminhões da montadora até anotaram crescimento de vendas em 2018. Mas enquanto o segmento anotou 47,6% de alta, a Ford registrou acréscimo de 19,3%. Vendeu somente 9,3 mil caminhões em todo o ano passado.
21 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
Montadoras elevam empréstimos do BNDES em 65% para investir
Fabricantes de veículos financiaram R$ 6,32 bilhões com a instituição desde 2016 para aplicar nas operações locais
O BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, segue como a principal fonte de recursos para as montadoras que planejam investimentos no Brasil. Dados divulgados pela instituição mostram diversas empresas automotivas na lista dos maiores tomadores de empréstimos do banco na série histórica que começa em 2004, ao lado de empresas de energia, de construção civil e até de alguns estados brasileiros.
Mesmo diante da contração do mercado, entre 2016 e 2018 as fabricantes de veículos financiaram R$ 11,13 bilhões com o BNDES para realizar investimentos locais. O montante é 65% superior ao registrado nos três anos anteriores, o que indica que as montadoras já começavam a se preparar para o atual momento de recuperação das vendas.
Entre 2013 e 2015 apenas a FCA – Fiat Chrysler Automobiles e a CNH tomaram empréstimos do BNDES. Já nos últimos três anos, seis empresas contrataram financiamentos da instituição: FCA, Volkswagen (a única a tomar empréstimo do banco em 2018, no valor de R$ 878 milhões para modernizar a fábrica da Anchieta, no ABC), Renault, Scania, Ford e MAN Latin America - agora Volkswagen Caminhões e Ônibus.
PROJETOS DE EXPANSÃO
Quando analisada a série histórica completa, a FCA aparece como a montadora que mais tomou empréstimos do BNDES. No total a companhia financiou pouco mais de R$ 10 bilhões com o banco entre 2011 e 2016. Com este valor, a empresa fica na 10ª colocação no ranking geral, atrás de companhias como Petrobras e Embraer. O montante contratado pela empresa foi aplicado na construção da Polo Automotivo Jeep, em Goiana (PE), na modernização da fábrica do grupo em Betim (MG) e no desenvolvimento de novos produtos.
A Mercedes-Benz é a segunda fabricante de veículos que mais demandou recursos do banco de fomento. Foram R$ 5,9 bilhões em dois contratos, em 2010 e em 2013, aportados na divisão de caminhões, em projetos como a modernização da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e a transformação da planta de Juiz de Fora (MG) para a produção de veículos comerciais.
Uma série de outras fabricantes de veículos aparece na lista de companhias que financiam investimentos por meio do BNDES: CNH Industrial, Ford, Volkswagen, Renault, Scania, MAN, General Motors, Hyundai e Toyota.
INVESTIMENTO ATUAL DA GM NÃO ESTÁ NA LISTA
A GM é está entre as montadoras que anunciaram os investimentos mais generosos no Brasil nos últimos anos: um total de R$ 13 bilhões entre 2014 e 2019. Apesar do projeto ambicioso, a companhia não toma empréstimo do BNDES há um bom tempo, desde 2009. Com isso, não há qualquer sinal de que a empresa esteja captando recursos para dar suporte aos projetos anunciados.
É bastante improvável que a companhia, que acumula prejuízos importantes na América do Sul desde 2016, tenha recursos locais para investir em um plano de investimentos tão ambicioso. Soa ainda mais distante a possibilidade da matriz da GM estar destinando recursos para região mesmo com a operação deficitária.
Na verdade, pelo que a empresa divulgou nos últimos dias, acontece justamente o contrário: o CEO da montadora no Mercosul, Carlos Zarlenga, distribuiu um comunicado aos colaboradores dando indícios de que a companhia pode deixar o País distribuiu um comunicado aos colaboradores dando indícios de que a companhia pode deixar o País caso um plano de cortes não seja adotado em 2019 para trazer de volta a lucratividade no Mercosul.
21 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
Yamaha define em R$ 16.990 o preço da nova Lander
Moto trail de 250 cc se mantém a mais acessível entre as concorrentes
A Yamaha definiu em R$ 16.990 o preço da XTZ 250 Lander, renovada no fim de 2018. O modelo atualizado aposentou a XTZ 250 Ténéré e recebeu freio ABS na roda dianteira. O valor a mantém bem abaixo de suas principais concorrentes. A Honda XRE 300 tem tabela de R$ 18.200, a Kawasaki Versys 300, R$ 22.990, e a BMW G 310 GS, R$ 25.250.
A Lander pertence ao segmento trail/fun, que em 2018 superou as 200 mil unidades emplacadas e respondeu por 22% das vendas totais de motocicletas. Essa fatia de mercado inclui modelos a partir de 150 cc como a Yamaha XTZ Crosser e também a Honda NXR 160 Bros, a terceira moto mais vendida em todo o ano passado, com 121,5 mil unidades.
21 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
VW faz recall de mais de 185 mil unidades da Saveiro no Brasil
Modelos fabricados entre 2013 e 2017 têm defeito no freio traseiro
A Volkswagen convocará os proprietários de 185.797 unidades da Saveiro para a verificação do freio traseiro. Em comunicado de recall divulgado na segunda-feira, 21, a VW informa que os veículos convocados apresentam um defeito no conjunto de freio traseiro. Eles foram fabricados entre 17 de junho de 2013 e 16 de agosto de 2017, ano/modelo 2014 a 2018 e com chassis que vão de EP035775 a JP100759.
Segundo a fabricante, uma falha na montagem dos componentes que fixam o conjunto de pinças dos freios traseiros podem fazer com que eles se soltem. Como solução, a VW fará substituição dos elementos de fixação do conjunto de pinças e freios traseiros. O reparo, segundo a empresa, tem tempo estimado em 40 minutos.
O atendimento para o reparo, que é gratuito, começa no dia 28 de janeiro na rede de concessionárias da marca.
21 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
PSA inaugura centro de P&D de € 32 milhões
Unidade de Carrières-sous-Poissy vai desenvolver propulsores eletrificados a gasolina e a diesel
A PSA inaugurou em Carrières-sous-Poissy, na região de Paris, o Powertrain Expertise Center (CEP), dedicado a propulsores eletrificados a gasolina e a diesel como forma de continuar reduzindo as emissões de gás carbônico de seus veículos. A companhia investiu € 32 milhões para os testes e desenvolvimento de novos grupos motopropulsores.
O CEP reúne no mesmo local 1,3 mil colaboradores em cerca de 150 mil metros quadrados e 80 bancos de testes para avaliar o desempenho de veículos e motores. O Powertrain Expertise Center faz parte dos nove centros de P&D que acompanham o desenvolvimento do grupo com programas multimarcas e multirregionais: França (Belchamp, Carrières-sous-Poissy, La Ferté Vidame, Sochaux e Vélizy), Alemanha (Rüsselsheim), Marrocos (Casablanca), China (Xangai) e Brasil (São Paulo).
“A modernização da planta de Carrières-sous-Poissy reflete nossa determinação em incentivar a colaboração, a agilidade e a criatividade das nossas equipes, em especial as de P&D”, afirma o vice-presidente executivo de recursos humanos do grupo, Xavier Chéreau.
18 de janeiro de 2019
Publicação: Automotivebusiness
Voith vende 680 caixas automáticas Diwa.6 para ônibus de São Paulo
110 modelos padron, articulados e superarticulados já circulam com a transmissão automática na capital paulista
A Voith Turbo informa que já entregou 110 das 680 transmissões automáticas Diwa.6 vendidas ainda no ano passado para equipar novos ônibus que estão sendo incorporados nos próximos meses à frota de transporte público da cidade de São Paulo. A empresa lançou a nova caixa em 2018 durante a feira Latbus Transpúblico.
Foram negociadas 620 unidades para serem fornecidas a fabricantes de ônibus do tipo padron, além de outras 60 para modelos articulados e superarticulados, totalizando 680. As novas transmissões automáticas Diwa.6 se unem às mais de 3,5 mil unidades Diwa.3 e Diwa.5 que a Voith já forneceu para veículos de transporte público em operação na capital paulista.
Além das transmissões entregues em São Paulo, a Voith Turbo também já tem entregas programadas para Curitiba e Rio de Janeiro. No mercado sul-americano há vendas concretizadas para equipar as frotas de cidades como Bogotá, na Colômbia, e Santiago, no Chile.
Desenvolvida para aplicação em ônibus urbanos, a caixa Diwa.6 combina as qualidades de transmissão continuamente variável (CVT, com polias variáveis) e automática convencional, o que segundo a Voith garante menor frequência de trocas de marchas e menor desgaste em todo o sistema. Com isso, a transmissão automática reduz consumo de combustível e emissões de CO², em linha com as atuais demandas do mercado automotivo.
18 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
Tesla vai demitir 7% de seus funcionários
Em carta aos colaboradores, companhia apontou que fez progresso, mas que seus carros ainda são caros demais
Ao mesmo tempo em que começa a erguer uma enorme fábrica na China, a Tesla anuncia demissões nos Estados Unidos. Os custos de inovar sem lucratividade consistente enfim começam a pesar sobre os ombros da companhia, que vai cortar 7% de sua força de trabalho. A montadora não detalhou quantas pessoas o porcentual representa, mas estima-se que sejam mais de 2 mil colaboradores.
Segundo a Tesla, a redução é necessária para ganhar mais eficiência, cumprir o cronograma de produção do Model 3, o primeiro carro de alto volume da marca e, ainda, chegar a mais consumidores. Em comunicado, Elon Musk, o CEO da organização, apontou que 2018 foi um ano muito difícil, mas que a Tesla teve progressos importantes. Ainda assim, o executivo admitiu que os produtos da marca continuam “caros demais para a maioria das pessoas".
O corte de funcionários acontece meses depois de a companhia ter feito a maior demissão coletiva de seus 15 anos de história: em junho de 2018 foram dispensados 9% do quadro de trabalhadores da empresa em um esforço para reduzir custos e corrigir eventuais inchaços acumulados nos anos recentes de rápida expansão.
RECALL NA CHINA
Enquanto gerencia a redução de seu tamanho, a Tesla trabalha para realizar o recall de seus veículos vendidos na China. Como quase todas as fabricantes globais de veículos, os carros elétricos da companhia foram afetados pelo defeito de fabricação dos airbags produzidos pela japonesa Takata. Ao todo, 14,1 mil veículos da marca estão envolvidos no chamamento.
18 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
Dacia, Lada e China salvam desempenho do Grupo Renault em 2018
Com 7 marcas, fabricante vendeu 3,9 milhões de veículos do mundo e cresceu 3,2%
Marcas mais populares e de menor prestígio global salvaram as vendas do Grupo Renault em 2018. No total, no ano passado a fabricante registrou quase 3,9 milhões de veículos vendidos globalmente, de 7 marcas, o que resultou em modesto crescimento de 3,5% sobre 2017. Os melhores desempenhos vieram da romena Dacia, da russa Lada e da China, onde a companhia francesa firmou há exatamente um ano sociedade com a Brilliance Jinbei para formar a joint venture RBJAC, para fabricar e vender no país carros e utilitários Renault, Jinbei e Huasong.
Foram vendidos 2,53 milhões de modelos Renault em 2018, em queda de 5,2% na comparação com o ano anterior, enquanto a Dacia vendeu 700,8 mil veículos, em alta de 7%, especialmente por causa do bom desempenho na Europa, onde a marca registrou novo recorde de vendas, com 511,6 mil unidades (+10,3%) e a maior participação de mercado de sua história, de 2,9% (+0,3 ponto). A performance foi puxada pelo Novo Duster, lançado no início do ano, e Sandero.
O desempenho da Dacia teria sido ainda melhor caso fossem computados os carros vendidos no Brasil e América Latina, onde carros da romena como Duster, Sandero e Logan são produzidos vendidos com a marca Renault.
A Lada, marca russa comprada pelo grupo francês, teve crescimento de 18,7% em 2018, com 398,3 mil veículos vendidos, a grande maioria na Rússia (360,2 mil e expansão de 15,6% sobre 2017), graças ao sucesso da renovação de sua gama. O Lada Vesta se tornou o veículo mais vendido do país, ajudando a salvr o desempenho do grupo francês em seu segundo maior mercado global, onde a fabricante tem participação de 27,6%. As vendas de carros Renault a clientes russos ficaram estáveis em 137 mil unidades o ano passado, o que totaliza 497,2 mil no país reduziu a alta no país a 10,9%, abaixo da média do mercado russo de 12,8%. Espera-se por avanço maior da Renault este ano na Rússia com o lançamento do SUV Arkana.
A joint venture RBJAC transformou rapidamente a China no quarto maior mercado do mundo para o Grupo Renault, levemente à frente do Brasil e atrás de Alemanha (3º), Rússia (2º) e França (1º). Logo no primeiro ano a sociedade vendeu no país asiático 165,6 mil automóveis e utilitários Jinbei e Huasong. No entanto, a outra sociedade chinesa do grupo, a Dongfeng-Renault, teve retração de 26,9% nas vendas em 2018, aguardando novos modelos a serem lançados este ano. No total o Grupo Renault emplacou 216,7 mil veículos na China, número muito pequeno para os padrões chineses, que rendeu participação de apenas 0,8%, mas suficiente para acrescentar importante volume globalmente que antes não existia.
Completando o rol de marcas do Grupo Renault, as vendas da coreana Samsung Motors fecharam o ano em queda de 14,9%, com 84,9 mil veículos vendidos. A esportiva Alpine começou a deslanchar em 2018, mas os volumes ainda são insignificantes: pouco mais de 2 mil unidade vendidas no ano passado.
REGIÕES
“As vendas do Grupo Renault aumentaram 3,2% em 2018 com a integração das marcas Jinbei e Huasong. A progressão das vendas na Rússia, no Brasil e na África permitiu compensar quase totalmente os ventos contrários, tanto econômicos como geopolíticos, fora da Europa”, declarou Olivier Murguet, membro do Comitê Executivo da companhia, que já foi presidente da Renault Brasil e no ano passado deixou a presidência América Latina para assumir a direção comercial e de regiões globais do grupo.
Na Europa, os emplacamentos ficaram estáveis (+0,5%), em um mercado andou de lado, em insignificante alta de 0,2%. O crescimento do grupo se deveu principalmente à sua performance no segmento B (Clio, Captur, Sandero e Novo Duster), o Clio manteve a posição de segundo carro mais vendido na Europa e o Captur foi o crossover número 1 em sua categoria. Mas a expansão foi garantida pela França, que segue sendo por larga margem o maior mercado mundial da fabricante, com participação de 26% e vendas em alta de 2,4% em 2018, com 689,8 mil emplacamentos.
A porção de vendas fora da Europa seguiu em expansão, representando 50,6% em 2018, contra 49,2% em 2017, graças principalmente à integração das chinesas Jinbei e Huasong ao portfólio do grupo, o que compensou retrações na Turquia e Índia, bem como a interrupção das vendas no Irã desde o início de setembro. Somente no mercado indiano, as vendas recuaram 26,8% (82,3 mil), aguardando o lançamento de um novo veículo previsto para o segundo semestre de 2019.
O grupo também destacou a recuperação no Brasil, onde o mercado voltou a crescer pelo segundo ano consecutivo, com avanço de 13,6% sobre 2017, e a registrou crescimento de 28,5%, com quase 215 mil veículos e participação de mercado aumentada em um ponto porcentual, para 8,7%, resultado devido em parte aos bons resultados do compacto Kwid, que teve mais de 67 mil unidades emplacadas.
Na África, o Grupo Renault fortaleceu sua liderança com 18,1% de participação de mercado e 218,8 mil veículos emplacados, graças principalmente à performance no Marrocos, na África do Sul e no Egito. A fatia no Marrocos atingiu 43%, com vendas em alta de 7%, mantida pela liderança da Dacia no país com Dokker e Logan na dianteira, os dois modelos mais vendidos do país. Na África do Sul foram vendidas mais de 26 mil unidades, expansão de 14,9% e market share de 4,9%. No Egito, a participação atingiu 11,4%, em avanço de mais de três pontos, com 20,5 mil veículos.
PERSPECTIVA PARA 2019
O Grupo Renault aposta em estabilidade do mercado mundial em 2019. Os maiores avanços são esperados na Rússia, que deve crescer pelo menos 3%, enquanto o Brasil tende a anotar nova expansão acima de 10%. Nesse cenário, a fabricante espera ligeiro crescimento de suas vendas, com uma aceleração no segundo semestre, graças ao lançamento de novos modelos fora da Europa e do Novo Clio, carro-chefe na Europa que será apresentado no próximo Salão de Genebra, em março.
O Grupo também vai acelerar sua ofensiva em elétricos, com um investimento na chinesa JM EV, a quinta maior montadora de carros movidos a bateria. Em 2018 as vendas de modelos elétricos da empresa aumentaram 36,6%, com mais de 49,6 mil veículos vendidos no mundo. A Renault lidera o segmento na Europa, com uma participação de 22,2%. Os volumes do compacto elétrico Zoe cresceram 26,1% (39.458 veículos) e os do Kangoo Z.E. aumentaram 105,1% (8.747 veículos).
18 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
Daimler Financial Services mudará nome para Daimler Mobility
Banco Mercedes-Benz continuará como um dos negócios da divisão
A divisão de serviços financeiros do Grupo Daimler mudará de nome em função de uma série de novos serviços de mobilidade que serão incorporados. Com isso, a Daimler Financial Services passará a se chamar Daimler Mobility, com a mudança a ser concluída em até seis meses. A decisão parte da estratégia do Grupo Daimler focada em novos produtos dedicados a mobilidade e que já são realidade dentro dos negócios da companhia.
“A concorrência hoje já é outra: estamos falando de Google, Uber, Apple entre outros tipos de provedores de serviços. O Grupo Daimler já tem mais de 20 milhões de clientes em serviços de mobilidade em todo o mundo por meio do MyTaxi, Car2Go e Moovil. Esse é o futuro e nós estamos inseridos nele”, comenta o presidente do Banco Mercedes-Benz no Brasil, Christian Schüler.
O executivo informa que apesar da mudança, os financiamentos ainda farão parte do leque de opções da divisão. “O Banco Mercedes vai continuar se chamando Banco Mercedes”, brinca. Ele mostra que o objetivo da divisão será oferecer uma ampla variedade de produtos entre serviços financeiros e de mobilidade.
A mudança visa adequar a empresa às novas demandas da mobilidade. Schüler reforça que o conceito de posse do veículo está mudando, que as pessoas continuarão a se mover, mas não necessariamente como donas do veículo que as leva. “Com isso, ainda terá que existir aqueles que vão fabricar os carros e todos os outros veículos”, lembra.
A nova Daimler Mobility também será a divisão responsável pela joint venture que o Grupo Daimler anunciou no ano passado com o Grupo BMW para oferecer novos serviços de mobilidade em todo o mundo.
“Já temos as aprovações necessárias, então o anúncio acontecerá em algumas semanas. A joint venture terá uma marca para representar todos esses serviços, que serão complementares ao que já existe no portfólio de cada empresa”, revela.
Os serviços vão abranger as áreas de compartilhamento de veículos, além de serviços de recarga de baterias para carros elétricos, soluções de estacionamento via smartphones e aplicativos de táxis.
A fusão será focada apenas nos serviços de mobilidade. Daimler e BMW continuarão como empresas independentes na área de produção e financiamentos de veículos.
18 de janeiro de 19
Publicação: Automotivebusiness
Banco Mercedes-Benz prevê crescimento de 15% em 2019
Instituição aponta para R$ 4,4 bilhões em novos negócios, valor próximo ao recorde de 2014
O Banco Mercedes-Benz prevê mais um ano de crescimento dos negócios após um resultado muito positivo obtido em 2018. A instituição, braço financeiro da marca Mercedes-Benz no Brasil, espera atingir R$ 4,4 bilhões em novos negócios em 2019, aumento de 15% sobre os R$ 3,8 bilhões do ano passado.
“É um valor quase próximo aos R$ 4,8 bilhões feitos em 2014, que foi o nosso melhor ano em termos de negócio aqui no Brasil”, lembra o diretor comercial, Diego Marin, durante a apresentação do balanço do ano a um grupo de jornalistas na sexta-feira, em São Paulo.
A projeção, segundo o executivo, é baseada no planejamento de produção da montadora para o ano. “Com base nesses números, projetamos a penetração dos financiamentos em todos os segmentos, o que resulta neste índice que temos neste momento”, explica Marin.
O presidente do Banco Mercedes-Benz no Brasil, Christian Schüler, aponta que o crescimento foi fruto do bom desempenho em todos os segmentos. Em 2018, a instituição anotou alta dos financiamentos em todos eles: os negócios cresceram 4% no segmento de automóveis, para R$ 336 milhões, e em caminhões e ônibus a alta foi de 58% ao gerar R$ 2,58 bilhões.
Segundo o balanço, de tudo o que foi vendido a prazo pela marca Mercedes-Benz, o banco da montadora registrou participação de 47% nos caminhões, 65% nos ônibus, 34% nas vans e 53% nos automóveis. Na soma geral, os novos financiamentos fecharam em R$ 3,8 bilhões no ano passado, alta de 49% sobre os R$ 2,6 bi registrados em 2017.
Para Schüler, os negócios deverão continuar sendo impulsionados pelos veículos comerciais em 2019, especialmente caminhões, que tiveram o maior índice de avanço das vendas no mercado no ano passado. Para ele, o total de financiamentos pelo Banco Mercedes para o segmento pode ficar acima dos 15% este ano. “Em 2018 tivemos resultados muito bons. Na última Fenatran, em outubro de 2017, falamos que seria a Fenatran da retomada e foi mesmo: em 2018, a Mercedes-Benz foi líder de vendas em todos os segmentos e o Banco Mercedes acompanhou, resultando nesse crescimento de 49%, que foi um aumento maior do que o projetado por nós anteriormente”, comenta Schüler.
Os dados do banco apontam ainda que dezembro foi o melhor mês desde 2014, com R$ 409 milhões de financiamentos fechados no período. A carteira cresceu 20%, com saldo de R$ 9,6 bilhões no fechamento do ano.
CDC SUPERA O FINAME EM 2018
Com a equalização da taxa de juros entre CDC e Finame (TLP) logo no início de 2018, houve uma reversão importante na participação das modalidades de crédito nas vendas de veículos comerciais. Isso porque o Finame, linha de crédito do BNDES e dedicada a este tipo de negócio, foi por muitos anos a principal escolha dos clientes para o financiamento de seus bens.
“Até 2017, o Finame respondia por 70% dos financiamentos de caminhões, enquanto o CDC ficava com algo em torno dos 20%”, lembra Marin.
Essa tendência de reversão começou a ser notada já no começo do ano passado, quando as empresas financiadoras, incluindo bancos de montadoras, perceberam uma busca maior pelo CDC, que se apresentou com taxas mais atrativas do que o Finame, que a partir de uma determinação do BNDES, passou a vigorar pelas regras padrões do mercado tendo a Selic como base.
“Para o Banco Mercedes-Benz o jogo virou em 2018: o Finame começou o ano com 75% dos financiamentos, virou 50% em algum momento e fechou com 30% de participação enquanto o CDC dominou com 70%. Está claro que a taxa foi determinante”, conta o diretor comercial.
Ele também lembra que do total de novos negócios fechados pelo banco para o financiamento de caminhões, 70% foram de clientes novos. “A taxa de juros ajudou muito. Também por isso 2018 foi tão positivo. Basta lembrar que em 2014, que foi nosso melhor ano em termo de volume de negócios, o mercado operava com taxas negativas. Algumas projeções do mercado financeiro apontam que essa taxa que está aí e que é a menor da história deve permanecer em patamar semelhante nos próximos doze a dezoito meses.”