Conjuntura do Agronegócio

1. Para sanar finanças, governo de Mato Grosso quer elevar alíquotas do agronegócio

Mato Grosso se agigantou nas últimas décadas, tornando-se o principal produtor nacional de soja, de milho, de algodão e líder na pecuária.

Como em todos os estados brasileiros, porém, os déficits de caixa tornam as administrações insustentáveis.

No caso específico dos mato-grossenses, uma das saídas é a busca de crédito na agropecuária, um setor que movimenta boa parte do PIB (Produto Interno Bruto) do estado.

Governo e produtores estão em um embate para definir a participação do setor nessa crise financeira.

Nesta quinta (17), o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), assinou decreto de calamidade financeira do estado.

A dosagem das alíquotas de contribuição e o momento em que elas estão sendo aplicadas, contudo, podem comprometer a competitividade e a liquidez do produtor em relação às dos outros estados.

O governo está propondo novas alíquotas e ampliando o leque de commodities que passarão a pagar um pedágio neste momento conturbado da economia. Além disso, as taxas vão recair também sobre as operações de exportação.

A arrecadação passa pelo Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), criado para desenvolver infraestrutura e habitação com recursos oriundos da comercialização de commodities.

Após arrecadações de R$ 420 milhões em 2016 e de R$ 820 milhões em 2017, o fundo somou R$ 971 milhões em 2018. Para este ano, o governo espera uma contribuição de R$ 1,5 bilhão.

Esse custo maior para os produtores ocorre em um período de redução de preços das commodities. Como as contribuições são fixas, tendo como base um percentual da Unidade de Padrão Fiscal do estado, quanto mais os preços das commodities caírem, maiores serão as perdas de margem dos produtores.

Na nova proposta do governo, os produtores de soja vão pagar R$ 2,34 por saca de soja, e os de algodão, R$ 4,17 por arroba.

Esses valores incidem sobre a alíquota de exportação, a mais onerosa. O produto comercializado internamente no estado terá uma taxa menor. O problema é como definir a soja e o algodão que ficam no estado e o volume que deixará Mato Grosso.

Nos cálculos do Imea, o impacto das novas tarifas sobre o preço da soja, tomando como base os valores de 2018, é de 3,8%. Com a queda dos preços nos últimos dias, o percentual já é de 4,1%.

O impacto nas margens líquidas da oleaginosa é de 28%, tomando como base 2018. Nos valores atuais de mercado, esse percentual chega a 62%, segundo o Imea.

Conforme a nova proposta do governo, que deverá ser avaliada pela Assembleia Legislativa, estarão na lista das cobranças: soja, algodão, gado em pé, madeira, milho, cana-de-açúcar e carne.

Pela proposta, 35% dos recursos do fundo serão destinados a investimentos em obras de infraestrutura e de transporte. O restante irá para outros programas como os de educação e de segurança.

O governo lançou um pacote de leis, denominado “Pacto por Mato Grosso”, com o qual quer reduzir gastos e elevar a arrecadação.

No caso da agropecuária, os diversos setores envolvidos estão em fase de apresentar propostas específicas para cada setor. A queda de braço, porém, é grande.

Os anos recentes têm sido favoráveis às margens de ganho dos produtores. O cenário para este, no entanto, é bastante incerto, principalmente em uma região onde os preços os preços tradicionalmente são mais baixos, e os problemas de logística, mais acentuados.Se o acerto das finanças ocorrer, a própria agropecuária se beneficiará no futuro. Caso contrário, será mais um setor a pagar pela ineficiência das administrações dos estados.

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Fonte: Folha de S. Paulo/NovaCana

2. Ministério da Agricultura remove ‘blindagem’ de superintendências

No segundo dia de mandato, o presidente Jair Bolsonaro baixou um decreto removendo a exigência para que os cargos de superintendente regional do Ministério da Agricultura fossem ocupados por servidores de carreira do órgão. A exigência entrou em vigor em 2017, como parte da reação do governo federal às revelações da Operação Carne Fraca.

Para servidores e auditores fiscais do Ministério da Agricultura consultados pela reportagem, o fim da exigência preocupa e abre margem para indicações político-partidárias, principalmente vindas da bancada ruralista. Historicamente, as superintendências sempre foram cobiçadas por partidos.

O dispositivo legal (Decreto 8.762/2016) revogado pelo novo governo entrou em vigor em maio de 2017, dois meses após as descobertas da Operação Carne Fraca, que investigou um esquema de corrupção entre fiscais e frigoríficos. À época, fora exonerados dois superintendentes: Gil Bueno de Magalhães, no Paraná, que chegou a ser preso, e Júlio César Carneiro, de Goiás, alvo de condução coercitiva.

Procurada pelo Valor, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também assinou o decreto, disse não ver problema em nomear superintendentes que venham de fora do ministério, desde que sejam qualificados para a área e a escolha obedeça a critérios técnicos, como a análise de currículo. De acordo com ela, essa será a orientação para o preenchimento de cargos em sua gestão.

"Há pessoas competentes fora do serviço público que não poderiam assumir cargos estratégicos se não houvesse essa abertura", respondeu a ministra, em nota, por meio da assessoria de imprensa.

Até agora, a ministra não nomeou nenhum superintendente, mas é fato que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem exercido grande influência sobre a gestão de Tereza Cristina.

A ministra indicou dois ex-deputados da bancada ruralista para sua equipe. Para a secretária-executiva da Pasta, nomeou Marcos Montes (PSD-MG), ex-presidente da FPA. Nas últimas eleições, Montes foi derrotado na disputa ao governo de Minas Gerais. Ele concorreu como vice na chapa do senador Antônio Anastasia (PSDB). No início desta semana, Tereza também indicou o deputado Valdir Colatto (MDB-SC) para a presidência do Serviço Florestal Brasileiro. Ruralista tradicional, Colato não conseguiu ser reeleito no último pleito.

"Imagino que a Tereza queira ouvir os parlamentares da FPA sobre os cargos de superintendência, já que também é deputada da FPA", afirmou o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), líder de bancada ruralista, ao Valor. "Temos que primar pela qualidade dos nomes e observar critérios técnicos. Não há nada contra servidores ocuparem esses cargos, mas não pode haver essa obrigação", ponderou o parlamentar.

Uma fonte do ministério também explica que, como a nova estrutura da Pasta foi ampliada e cuidará também de áreas como pesca, agricultura familiar e questões fundiárias, não faz mais sentido que os fiscais agropecuários ocupem as superintendências nos Estados, já que as questões sanitárias não deverão concentrar mais as demandas, como acontecia até então.

A redução do papel dos superintendentes na área sanitária é também uma decorrência de um decreto de março do ano passado. A mudança, feita durante a gestão do então ministro Blairo Maggi, verticalizou o sistema de inspeção animal, centralizando na sede do ministério, em Brasília, importantes assuntos sanitários que antes eram tratados, em grande medida, pelos superintendentes do ministério.

Com a mudança, assuntos envolvendo o Serviço de Inspeção Federal (SIF) e o Vigiagro, departamento que cuida da fiscalização em barreiras aduaneiras, como portos e aeroportos, saíram da zona de influência dos superintendentes. Na prática, esse decreto tirou poder dos superintendentes, concordam fiscais agropecuários.

De toda forma, dirigentes do Anffa Sindical, sindicato nacional da categoria dos fiscais agropecuários federais, contestaram, em reunião com a ministra, a alteração nas regras para os cargos. Ao Valor, Marcos Lessa, vice-presidente da entidade, admitiu que há casos de servidores indicados por "padrinhos políticos", mas sustentou que o decreto havia sido uma vitória.

"Essa medida é um grande retrocesso, porque abre novamente para indicações políticas, o que é totalmente contra o discurso do novo governo de priorizar cargos técnicos", criticou Lessa. Além de pedir a volta da exclusividade de servidores do Ministério da Agricultura nas superintendências, o sindicato defende a fixação de mandato para o cargo e a exigência de apresentação de um plano de trabalho pelos futuros superintendentes da Pasta.

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Fonte: Valor Econômico

3. Encontro discute o futuro do agronegócio do Brasil

Realizado em Brasília, no último dia 12 de dezembro, o primeiro encontro Agro Cenário 2019 abriu espaço para agricultores, parlamentares, acadêmicos e especialistas debaterem sobre o futuro do setor nos próximos anos. A abertura do evento, organizado pela Aprosoja e pela Corteva AgriscienceTM, Divisão Agrícola da DowDuPont, começou com a fala da futura ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a deputada Tereza Cristina.

Ciente do enorme desafio, a futura ministra disse que pretende acabar com as divisões entre pequenos, médios e grandes agricultores. "Temos que ter políticas públicas para que todos tenham êxito. E vamos tornar a agricultura familiar parte da pujança da agricultura brasileira", afirmou durante seu discurso.

Outro ponto importante ressaltado pela parlamentar foi a escolha do novo responsável pela pasta do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "Temos o Ministério do Meio Ambiente afinado com a agricultura. O presidente escolheu alguém sem viés ideológico, montando um ministério que pode nos dar agilidade, sem deixar o Código Florestal ser destruído".

A meta, de acordo com ela, é facilitar a vida do empreendedor brasileiro. "Temos uma oportunidade única e uma responsabilidade grande de fazer essa mudança. O Brasil já está dando certo e temos que dar mais certo porque conhecemos o nosso negócio e temos competência", finalizou.

O atual titular da pasta, Blairo Maggi, também esteve presente no evento, e fez uma reflexão sobre os avanços conquistados ao longo de sua gestão.

O cenário político de 2019 no agronegócio

Logo depois da abertura, teve início o primeiro painel do dia com o tema "Impactos do Cenário Político em 2019 no Agronegócio Brasileiro". Mediado pelo jornalista Tales Faria, editor do Poder360, o painel começou com a fala de Antônio Marcos Umbelino Lobo, superintendente da Umbelino Lobo Consultoria, que disse ver com bons olhos o novo quadro político do país.

"Tivemos uma pulverização grande tanto na Câmara, quanto no Senado. Tem muita novidade e um novo modo de fazer política surgindo no Brasil. Precisamos ver como será o comportamento dos novos parlamentares e como se dará a relação do novo governo com o Congresso - que estará debaixo de muitos holofotes", contextualizou.

Na sequência, o deputado Alceu Moreira, presidente eleito da Frente Parlamentar Agropecuária, criticou o modelo de lideranças partidárias, revelando-se a favor das lideranças temáticas, que devem ganhar poderes em 2019.

Em fala rápida, Celso Luiz Moretti, agrônomo e presidente em exercício da Embrapa, defendeu o trabalho executado pela estatal, que "tem sido bastante requisitada pelo Parlamento, desenvolvendo tecnologias e provendo soluções de apoio às políticas públicas" - afirmação que vai ao encontro do que disse João Henrique Hummel, diretor-executivo do Instituto Pensar Agro.

De acordo com ele, é preciso atualizar a legislação, ainda presa à defesa agropecuária redigida em 1934 e ao código rural de 1965. "A agricultura de 40 anos atrás mudou. Caminhamos para liderança de exportação e precisamos mostrar para a sociedade brasileira qual é a nova agricultura e quais são os marcos legais que precisamos".

Inovação e tecnologia para o agronegócio

O segundo painel, mediado por Luiz Carlos Federizzi, da UFRGS, tratou de "Soluções e inovações de impacto para o Agronegócio". E a principal delas foi, sem dúvida, a apresentada pela líder de pesquisa da Corteva AgriscienceTM, Sandra Milach.

A pesquisadora mostrou, de forma didática, a tecnologia CRISPR-Cas, criada para melhorar genes de uma planta por meio de alterações em seus DNA. "Com CRISPR podemos encontrar uma localização específica no genoma e apagar ou substituir sequências genéticas nativas da planta, direcionadas para o desenvolvimento de uma melhora genética".

Um dos pontos importantes da nova tecnologia é sua diferença em relação aos transgênicos, pois ao utilizar o CRISPR para incorporar resistência a uma doença específica, por exemplo, é utilizada uma variedade da mesma espécie de planta, simulando mutações que inclusive já existem na natureza.

"O primeiro produto dessa categoria a ser comercializado no Brasil é o milho ceroso da Corteva, que foi aprovado sendo considerado um produto tradicional de melhoramento, e não transgênico", explicou a especialista, afirmando que a empresa tem o comprometimento de democratizar essa tecnologia e que o Brasil pode estar no grupo que vai liderar sua adoção.

Na sequência, Bartolomeu Braz, presidente da Aprosoja Brasil, defendeu a utilização da biotecnologia como auxílio ao produtor rural e pediu agilidade na liberação de seu uso, da mesma forma que Luis Eduardo Pacifici Rangel, secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, que afirmou que o órgão aumentou a média de registros de defensivos agrícolas para 400 por ano.

"Posso tranquilizar todos que, no novo governo, a área regulatória vai seguir se desburocratizando com ferramentas de gestão", garantiu ele, salientando que é preciso focar na busca de soluções com as características do nosso território, e não baseadas no que funciona em países com climas distintos, como o Canadá e os Estados Unidos.

A falta de pesquisa esteve presente na fala final de Alexandre Nepomuceno, pesquisador da Embrapa Soja, que criticou a polêmica em torno dos alimentos transgênicos e garantiu que o mesmo não deve ocorrer com a tecnologia da edição de genoma.

"A produção de soja aumentou seis vezes nos últimos anos graças às novas tecnologias. Mas quanto desse valor voltou para a pesquisa? Zero. As parcerias público/privadas precisam ser repensadas. Nos EUA, o Check Off toma 0,5% do valor gerado e aplica em novas soluções. Precisamos de investimentos para o Brasil manter sua competitividade e sustentabilidade", finalizou.

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Fonte: G. Lab/Revista Globo Rural

Insumos

4. BTG compra fatia de startup que passou por sua aceleradora

A BoostLab, aceleradora de startups criada pelo banco BTG Pactua l no ano passado, já rende oportunidades de investimentos. O Valor apurou que a instituição financeira comprou uma participação minoritária na Agronow, 'agtech' voltada para o monitoramento de safras via satélite. Trata-se do primeiro aporte feito pelo BTG em uma empresa que passou pela aceleradora. Procurados, BTG e Agronow não se pronunciaram.

Sediada em São José dos Campos, no interior paulista, a Agronow fez recentemente uma rodada de captações e levantou mais de R$ 3 milhões, incluindo o aporte do BTG. Atualmente, a empresa fatura cerca de R$ 10 milhões ao ano. A aposta é que o crescimento da Agronow nos próximos anos seja exponencial, o que tende a valorizá-la.

Conforme uma fonte, dois investidores institucionais - o BTG é um deles - injetaram, cada um, cerca de R$ 1,5 milhão. O aporte deu ao banco uma fatia entre 10% e 15% na Agronow. A SP Ventures, gestora de capital de risco (venture capital) especializada em agronegócios, é a principal acionista da companhia.

Com a injeção de capital, a Agronow deve investir em sua própria infraestrutura. A empresa possui softwares "pesados" e precisava reforçar a área, explicou uma fonte. Parte dos recursos também deve ser aplicada em esforços comerciais para ampliar a base de clientes. Os principais alvos da Agronow são bancos, seguradoras, tradings e indústrias de insumos (agrotóxicos e fertilizantes), que precisam acompanhar as condições das lavouras.

Um dos diferenciais da empresa é a rápida atualização dos dados. A cada três dias, a situação da safra de uma região específica do país é atualizada por meio de imagens de satélite e do uso de algoritmos. Com isso, a Agronow pode antecipar quebras de safra sem precisar de expedições a campo. Atualmente, a startup paulista acompanha principalmente as safas de soja, milho e cana-de-açúcar. No futuro, o acompanhamento de outras culturas agrícolas ganhará dimensão.

No horizonte de médio prazo da Agronow também está a internacionalização. No passado, executivos da empresa destacaram o potencial dos mercados de Argentina e Estados Unidos. Foi diante desse leque de oportunidades que o BTG decidiu investir

Em entrevista ao Valor em maio de 2018, Renato Mazzola, sócio do BTG responsável por private equity, e Frederico Pompeu, responsável direto pela BoostLab, já haviam indicado que o banco lançaria no segundo semestre o primeiro fundo de investimento voltado a novas empresas com foco em inovação.

Na primeira rodada do BoostLab, seis empresas foram selecionadas. Além da Agronow, que agora tem o BTG como sócio, participaram do programa Liber, F (x), Neurotech, Clicksign e Zigpay. As companhias selecionadas na primeira rodada tinham receita anual entre R$ 900 mil e R$ 30 milhões. Uma segunda rodada de seleção de startups foi concluída pelo BTG em dezembro.

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Fonte: Valor Econômico

5. Abimaq pede aporte de R$ 3 bilhões no orçamento do Moderfrota

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos solicitou ao governo aporte de R$ 3 bilhões no orçamento do Moderfrota, principal linha de financiamento de tratores e colheitadeiras do País, fomentada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com juros de 7,5% a 9,5% ao ano.

O pedido foi feito à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e ao ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com sugestões de remanejamento de verbas de outros programas suplementares. A Abimaq alega insuficiência dos valores do programa de financiamento para máquinas e implementos agrícolas até o fim do atual Plano Safra 2018/19.

"Estamos vendo que o saldo que está sobrando do Moderfrota, por volta de R$ 4 bilhões, não chega até 31 de março de 2019, três meses antes do fim do ciclo agrícola do Plano Safra 2018/19, em 30 de junho. Não vai ter dinheiro para o financiamento nas principais feiras de máquinas do País, que começam justamente a partir desse mês", afirmou o presidente da entidade, João Carlos Marchesan.

De acordo com levantamento da entidade, a linha já consumiu R$ 4,1 bilhões no período de julho a outubro de 2018 dos R$ 8,9 bilhões destinados para atual plano safra 2018/19. Ainda segundo a Abimaq, houve um crescimento de 58% no desembolso feito pelos produtores rurais. "O segmento agrícola está investindo, renovando seu parque de máquinas, e não podemos perder este momento", argumentou Marchesan.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

6. Estiagem: governo estuda criar linha de crédito para sojicultores atingidos

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quinta-feira, dia 17, que há uma conversa com o Banco Central e o Banco do Brasil sobre uma linha de crédito para produtores de soja que foram afetados pela estiagem. “Só que as equipes são muitas novas ainda. Tem que ter um pouco de paciência, pois as coisas estão se encaminhando”, falou com exclusividade ao Canal Rural.

Segundo a ministra, as quebras — estimadas em 10% — não são generalizadas, mas o governo está estudando o que pode ser feito. “O Brasil é grande exportador e consumidor de soja, porque temos uma indústria de carnes que também usa muito. Veremos como vamos conduzir isso”, declarou.

Sem tempo para desânimo

Em seu depoimento, a ministra disse que recebeu boas notícias sobre a quebra de safra. “O pessoal da Coopavel veio me convidar para ir à exposição, em fevereiro, dizendo que houve quebra, mas o setor tem que estar otimista’”, contou.

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Fonte: Canal Rural

Proteína Animal

7. Ministério tenta reabrir UE a carnes e pescados

O Ministério da Agricultura fixou uma meta para reabilitar os frigoríficos de carne de frango e fábricas de pescados que estão embargados pela União Europeia desde o ano passado por questões sanitárias. A intenção é reabrir o mercado europeu este ano.

No fim de 2018, o então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já havia feito uma indicação positiva sobre as negociações com os europeus. Em dezembro, o bloco anunciou que visitará o Brasil para fazer auditorias em frigoríficos, provavelmente no primeiro semestre. A data exata ainda não foi marcada.

"Nosso sistema de defesa é respeitado lá fora. Esses desgastes com a União Europeia foram muito mais influenciados pela conjuntura política e não por questões técnicas. E existe sim a possibilidade de reabertura já neste ano", afirmou ao Valor o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.

De acordo com ele, a Pasta respondeu a todos os questionamentos sanitários feitos pela União Europeia. Por outro lado, o bloco ainda quer algumas garantias sanitárias antes de enviar técnicos para checar in loco se as unidades de carne de frango e pescado atendem às exigências. "Estamos cumprindo rigorosamente o calendário de informações da União Europeia", afirmou Leal.

O veto europeu a 20 frigoríficos de carne de frango é uma decorrência direta da Operação Trapaça, investigação da Polícia Federal deflagrada em março do último ano para apurar um esquema de fraudes envolvendo a BRF e laboratórios na análise da bactéria salmonela em lotes de carne de frango. Em reação, os europeus vetaram todas as unidades da BRF que podiam vender ao bloco.

Em reunião nos últimos dias, representantes da indústria de carne frango reforçaram à ministra Tereza Cristina a necessidade de retomar as vendas à União Europeia em 2019. Na ocasião, um convite para que a ministra vá a Bruxelas em março foi entregue.

"Esperamos que a União Europeia reabra seu mercado para parte das empresas ainda no primeiro semestre. Todas as empresas estão fazendo o dever de casa e já temos a sinalização de que eles vão voltar a importar", afirmou o presidenteexecutivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

No ano passado, as restrições europeias tiveram impacto significativo nas exportações brasileiras. Ainda que nem todos tenham sido proibidos de exportar, não era possível ocupar o espaço aberto pela BRF, maior exportadora do país. Conforme dados da ABPA, o Brasil deixou de exportar em torno de 60 mil toneladas para os europeus em 2018. Esse volume representa 35% do que o país exportou para o bloco no período.

Além do setor avícola, há grande expectativa por parte da indústria brasileira de pescados para que ao menos 15 empresas possam voltar a exportar. No ano passado, Bruxelas proibiu as compras de pescados de todas as 64 plantas do Brasil habilitadas até então a vender para o bloco.

"Se tudo der certo, voltamos a exportar no segundo semestre. Mas sabemos que virá uma nova lista de empresas e os europeus devem habilitar planta por planta", ponderou Christiano Lobo, diretor da Abipesca, entidade que representa a indústria pesqueira. A sinalização, portanto, é que a abertura aos pescados deve ser limitada.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Ministério da Agricultura não tem solução para crise do setor leiteiro

O governo ainda não tem uma solução para a crise enfrentada pelo setor leiteiro, afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Ela confirmou que a importação de leite em pó foi debatida durante o encontro dos presidentes da Argentina e Brasil nesta semana, em Brasília. “Eu tinha certeza de que não teríamos, hoje, nenhuma solução. Temos um encaminhamento para construir juntos uma política mais efetiva, mais profícua, e que traga tranquilidade, principalmente ao pequeno produtor”, afirmou.

Em reunião setor realizada com o setor nesta quinta-feira, dia 17, oito entidades pediram condições melhores de competitividade em relação ao leite importado da Argentina e do Uruguai.

De acordo com os pecuaristas, custos de produção e impostos inviabilizam a concorrência. “Um implemento agrícola fabricado no Brasil é vendido mais barato para os nossos países vizinhos, por exemplo. Temos que desonerar nossa cadeia”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges.

O documento apresentado ao Ministério da Agricultura também pede medidas antidumping — quando há venda muito abaixo do valor praticado no mercado, com intuito de eliminar ou prejudicar a concorrência —, promoção ao consumo e estímulo à exportação.

“Vamos estipular um prazo para que a câmara setorial construa um documento com as demandas e políticas públicas para o setor de produção de leite e derivados”, disse Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, reconhece que as soluções propostas pelo setor demandam tempo, mas sugere que a pasta faça compras governamentais, como solução temporária.

A ministra se comprometeu novamente a construir um caminho que acabe com os problemas ocasionados, principalmente, pelo excesso de oferta do produto.

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Fonte: Canal Rural

9. Pecuarista terá custo de produção favorável em 2019, diz Cepea

Os custos de produção da pecuária devem se manter estáveis em 2019, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “Uma vez que os preços dos grãos, que compõem cerca de 14% do gasto de confinadores, podem não variar fortemente”, explica a instituição, com base em levantamento realizado junto com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

No caso do milho, analistas do Cepea indicam que as cotações podem variar entre estabilidade e queda neste ano. “Isso porque os produtores foram incentivados pelos bons preços do grão nos últimos meses e pelo rápido semeio da soja, que beneficiará o cultivo da segunda safra de milho”, explica.

Já para a soja, a equipe da entidade indica que a expectativa de nova safra recorde em 2019 pode não se concretizar, pois o crescimento na área será insuficiente para compensar a possível queda na produtividade. O clima seco em dezembro antecipou o ciclo das lavouras implantadas em setembro, prejudicando o potencial produtivo em muitos estados brasileiros.

Por outro lado, as exportações de soja em grão e derivados podem não atingir os patamares do ano anterior, tendo em vista a boa produção na Argentina e também a trégua na disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, contexto que elevaria a disponibilidade doméstica.

Quanto aos insumos pecuários importados, como o fosfato do sal mineral, ureia e fertilizantes, devem seguir o movimento do câmbio. “Vale lembrar, no entanto, que esses insumos compõem apenas 3% dos custos, não impactando expressivamente na rentabilidade do produtor”, destaca o Cepea.

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Fonte: Canal Rural

Agroenergia

10. Os dois anos azedos do mercado de açúcar chegaram ao fim?

O resultado é uma valorização de quase 10% no acumulado do ano nos futuros de açúcar bruto nos EUA, cujo último ano positivo foi em 2016. A commodity perdeu 21% no ano passado e 29% em 2017.

Mike Seery, analista de commodities e trader na Seery Futures, de Plainfield, Illinois, observou que, na terça-feira, os futuros de açúcar em bruto eram negociados acima das suas médias móveis de 20 e 100 dias, após o que ele descreveu como um falso rompimento para baixo, há duas semanas.

Seery atribuiu a recuperação dos preços à menor produção no Brasil. De acordo com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), a produção açucareira de 2018/19 na região Centro-Sul do país até dezembro caiu cerca de 27% a 26,4 milhões de toneladas métricas.

Ainda segundo a Unica, a produção no Brasil, que é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, caiu cerca de 43% na primeira metade de outubro, depois que as chuvas atrasaram o processamento da cana e as usinas continuaram favorecendo a produção de etanol em vez do açúcar.

Brasil fortalece a produção de etanol

A mistura obrigatória de etanol na gasolina brasileira é de 27%, bem maior do que os 10% obrigatórios na maioria dos combustíveis automotivos dos EUA, e o país ainda conta com um forte mercado de etanol hidratado, que pode ser usado diretamente no tanque dos carros. Isso fez com que os agricultores de cana-de-açúcar do país focassem mais na indústria energética do que nos alimentos, uma estratégia que está dando resultado agora, com a queda da produção e o poderoso rali de abertura do ano no petróleo.

Jack Scoville, analista de açúcar e commodities agrícolas da The Price Futures Group, em Chicago, afirmou: “O Brasil tem usado a maior parte de sua safra de cana-de-açúcar para produzir etanol, em vez do açúcar, este ano”.

Com base no fechamento de 15 de janeiro, os futuros do petróleo norte-americano West Texas Intermediate (WTI) subiram 15% desde o início do ano. Os futuros de gasolina nos EUA se valorizaram 6%, enquanto os do etanol apresentaram ganhos de quase 2%.

Os contratos futuros de açúcar em bruto nos EUA com vencimento em março giram em torno da máxima de dois meses, a 13,18 centavos por libra-peso. Eles fecharam 2018 a 12,03 centavos, após a queda de quase 25% no petróleo WTI puxar seus preços para baixo em comparação com o fechamento de 2017, de 15,16 centavos.

Seery notou o impacto dos maiores preços do WTI neste ano tanto no etanol quanto em seu produto primário: “Os preços do petróleo se estabilizaram, o que também está dando suporte ao açúcar neste momento”.

Ainda não há certeza de um final feliz

A perspectiva técnica diária do Investing.com tem uma clara indicação de “Compra Forte” para o açúcar de março.

Mesmo assim, ainda é muito cedo para prever se a valorização do açúcar continuará ao longo do ano, especialmente em razão da atual volatilidade dos mercados de petróleo, resultado de múltiplas variáveis responsáveis por tornar praticamente impossível prever qualquer tendência ou preço com confiança, segundo os analistas.

Seery também afirma que tem consciência da possibilidade de uma forte retração no contrato, embora não considere que isso possa ocorrer de imediato. “Certamente, não estou recomendando qualquer tipo de posição baixista, já que vou procurar uma posição de alta em algum tipo de retração de preços, pois o risco neste momento seria de 1,6 centavos, além de slippage e comissões, o que é muito para essa commodity em vista da sua baixa volatilidade”, afirma.

O analista complementou: “Fiquem de olhos atentos nesse mercado, pois, se tivermos algum tipo de correção com um risco de cerca de 1 centavo, esse seria um ponto de entrada ideal na minha opinião”.

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Fonte: Investing.com/NovaCana

11. FCStone eleva previsão e vê safra de açúcar do centro-sul acima de 30 mi t em 2019/20

A produção de açúcar no centro-sul do Brasil deverá se recuperar na safra 2019/20, que se inicia em abril, e ficar novamente acima dos 30 milhões de toneladas, com usinas atentas a preços potencialmente fortalecidos pelo cenário de déficit na oferta global, disse nesta quinta-feira a INTL FCStone.

Em seu segundo levantamento para a nova temporada, a consultoria projetou uma fabricação de 30,2 milhões de toneladas do adoçante na principal região canavieira do país, contra 29,3 milhões anteriormente e aumento de 14,3 por cento frente ao esperado no atual ciclo 2018/19, marcado por forte foco no etanol em razão da melhor rentabilidade do biocombustível.

Na contramão, a produção de álcool de cana tende a cair 10,7 por cento na comparação anual, para 26,8 bilhões de litros em 2019/20, sendo 17 bilhões de hidratado e 9,8 bilhões de anidro. Na previsão anterior, de novembro, a expectativa era de 27,4 bilhões de litros.

Os analistas da INTL FCStone João Paulo Botelho e Matheus Costa escreveram em relatório que o cenário deve ser "majoritariamente altista" para o açúcar e o etanol nos próximos meses.

"O petróleo deve ser sustentado pela redução na produção dos países da Opep+ e pela possibilidade de endurecimento nas sanções americanas contra o Irã, enquanto os preços do açúcar devem ser beneficiados por um cenário de déficit para a safra global 2018/19", afirmaram.

A Opep+ é o nome dado ao grupo formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, como a Rússia, que juntos estão cortando a oferta do óleo para conter a queda nos preços.

"Vale destacar, porém, que os futuros do adoçante devem ser influenciados indiretamente pelo movimento do petróleo e, ainda por cima, receber o impacto direto de seus próprios fundamentos. Neste sentido, é improvável que a commodity energética se valorize tanto em relação ao açúcar a ponto de recuperar as perdas recentes. Desta forma, vemos um cenário mais favorável à produção de açúcar na safra 2019/20", acrescentaram.

Segundo a INTL FCStone, a moagem de cana no centro-sul deve cair 1 por cento em 2019/20 ante 2018/19, para 564,7 milhões de toneladas – estável ante a projeção passada. O mix deve ser de 41 por cento da oferta de matéria-prima para o adoçante e os outros 59 por cento para etanol, versus 35,3 e 64,7 por cento, respectivamente, na temporada anterior.

Por enquanto, as condições dos canaviais estão boas, apesar de chuvas aquém da média em dezembro, afirmou a INTL FCStone.

A consultoria também manteve estável sua previsão para a produção de etanol de milho em 2019/20, com 1,2 bilhão de litros, avanço de 35,2 por cento em relação ao estimado para a safra que se encerra.

"Este aumento deve ser possibilitado tanto pela abertura de novas destilarias que operam com o cereal, como pela expectativa de crescimento em mais de 20 por cento na produção da matéria-prima na safrinha", afirmaram Botelho e Costa.

Oferta global

A INTL FCStone passou a prever um déficit de 700 mil toneladas na oferta global de açúcar na temporada 2018/19, iniciada em outubro, ante expectativa de excedente de 1 milhão de toneladas anteriormente.

O balanço reverteria um superávit de 9,4 milhões de toneladas em 2017/18.

A consultoria vê a produção de açúcar caindo em diversas geografias, como Índia (30,2 milhões de toneladas, ou queda de 6,5 por cento ante a safra anterior), União Europeia (17,1 milhões, ou menos 12,4 por cento) e Tailândia (14 milhões, recuo de 7 por cento).

"A finalização da colheita e do processamento da beterraba na Europa e nos Estados Unidos, bem como o início das atividades nos canaviais de grandes produtores da Ásia, como Índia, Tailândia e Paquistão, reforçaram o contexto de piora nas perspectivas produtivas para o ciclo atual", afirmaram os analistas da INTL FCStone. "Cabe destacar que o clima adverso, tanto no período de semeadura quanto durante a época de desenvolvimento das culturas sacarinas, foi determinante nas projeções de oferta de açúcar", completam.

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Fonte: Reuter/Nova Cana

12. Cosan convoca assembleia para deliberar sobre incorporação de fatia da Santa Luzia

O conselho de administração da Cosan convocou para o dia 1º de fevereiro, às 10 horas, uma assembleia geral extraordinária para deliberar sobre a cisão total da Santa Luiza e a incorporação das parcelas cindidas entre a São Martinho e a companhia, conforme acordo celebrado em 30 de novembro de 2018.

Segundo o edital da convocação, tal operação visa segregar o acervo patrimonial líquido da Santa Luiza entre a Companhia e a São Martinho, reduzindo custos administrativos.

De acordo com o laudo de avaliação, será vertido para a companhia um acervo patrimonial negativo de R$ 6,621 milhões, já refletido contabilmente por equivalência no investimento que a companhia possui na Santa Luiza.

A Cosan e São Martinho definiram contratualmente que os ativos e passivos da Santa Luiza relacionados à cooperativa Copersucar, reconhecidos contabilmente ou não, serão absorvidos na proporção, respectivamente, de 33,3% e 66,67%, assim como todos os adiantamentos para futuro aumento de capital.

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Fonte: Agência Estado/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Fatia do Brasil nas exportações globais de café deve aumentar

A participação brasileira nas exportações mundiais de café deverá subir para 32% neste ano, percentual muito próximo do patamar recorde de 32,3% alcançado pelo país em 2015, projetou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). "Acredito que dá pra voltar ao patamar de 2015, com participação de 32% nas exportações mundiais em 2019", estimou o presidente da entidade, Nelson Carvalhaes, durante encontro com jornalistas ontem em São Paulo. Em 2018, o café do Brasil representou 28,1% das exportações mundiais, ante 26,3% no ano anterior.

A expectativa de aumento da participação do Brasil no mercado mundial se dá em meio a perspectivas de aumento do consumo. A demanda mundial por café somou 165,2 milhões de sacas de 60 quilos em 2018, alta de 2,16% ante 2017. "Tudo indica que até o fim de 2020 o mundo estará consumindo mais de 170 milhões de sacas de café por ano", projetou Carvalhaes.

Estimativa da Organização Internacional do Café (OIC) indica que o consumo poderá chegar a 222,16 milhões de sacas em 2030 se o crescimento se mantiver a uma taxa de 2,5% ao ano. Em cenário de crescimento menor, na faixa de 1,5%, o consumo poderá chegar a 197,5 milhões de sacas. "O Brasil vai precisar ter 80 milhões de sacas considerando o cenário mais positivo para 2030", calculou Carvalhaes.

Somando os dados de exportação e consumo doméstico, o Brasil tem 35% do mercado mundial de café, afirmou o presidente do Cecafé, "Neste ano devemos chegar a quase 36%. Caminhamos para 40%, o que é possível nos próximos anos", disse o dirigente.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Cecafé mostraram que o Brasil exportou, no total (café verde, solúvel e torrado e moído), 35,2 milhões de sacas em 2018, 13,9% mais que em 2017. Desse total, 31,5 milhões de sacas foram de café verde, um incremento de 15% na comparação. A receita das vendas, porém, caiu 3%, para US$ 5,1 bilhões, por causa do câmbio e da queda dos preços em razão da oferta elevada. O preço médio da saca registrou baixa de 14,9%, para US$ 144,53.

Somando as exportações com o consumo em 2018, o Brasil demandou 58 milhões de sacas. "Contando que no primeiro semestre teremos uma performance boa, vamos entrar na próxima safra com 1 milhão ou 2 milhões de estoque e produção menor do que no ano passado, mas com exportações crescentes", disse Carvalhaes. "Assim, poderíamos estar com uma situação 10% melhor nas cotações internacionais."

Entre os principais destinos do produto brasileiro estão os Estados Unidos, que receberam 6,2 milhões de sacas, o equivalente a 17,6% das exportações nacionais. Considerando apenas o café verde, a Colômbia desponta com a importação de 466,3 mil sacas, crescimento de 7326,7%. O Brasil exporta para 123 países. "A Colômbia vem tendo crescimento no consumo interno. A dificuldade de manter mercado externo e consumo crescente explica a compra do café brasileiro", avaliou o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.

Para este ano, o Cecafé estima que as exportações deverão somar 37 milhões de sacas, o crescimento será de 5,11% ante a 2018. "Não seria difícil encerrarmos 2019 nesse patamar, sendo 95% desse total de café verde, algo entre 33 milhões a 34 milhões de sacas", disse Carvalhaes. "Tudo indica que teremos um bom desempenho em 2019, se tudo correr bem."

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Fonte: Valor Econômico

14. Caramuru faz aportes para baixar custo e agregar valor

Assediada nos últimos anos por investidores interessados em adquirir uma participação em seu capital ou em incluí-la em parcerias ou joint ventures, a Caramuru Alimentos, ainda uma das maiores processadoras de grãos de capital nacional, continua a procurar maneiras de reduzir custos e agregar valor a seus produtos e, se nenhuma proposta interessante aparecer, seguir seu caminho por conta própria.

Resultados recentes sugerem que a estratégia vem dando certo. Segundo César Borges de Sousa, vice-presidente da companhia familiar presidida por seu irmão, Alberto, em 2018 o faturamento cresceu 13,5% em relação ao ano anterior, para R$ 4,2 bilhões, o resultado líquido voltou a ser positivo, tônica de seus balanços da última década, e projetos relevantes foram colocados em marcha

É verdade que o comportamento do mercado de derivados de soja, seu carro-chefe, foi favorável durante boa parte do ano passado, graças sobretudo à quebra de safra na Argentina, grande exportadora de farelo e óleo. Essa realidade tende a mudar neste ciclo 2018/19, com a recuperação da oferta argentina, mas, para Sousa, o importante foi ter aberto as velas quando os ventos estavam favoráveis.

Do ano passado para cá, diz ele, a Caramuru deu início a dois projetos que resultarão em novidades em seu dia a dia. O mais importante envolve a produção de etanol a partir do melaço de soja na fábrica de Sorriso, Mato Grosso. Sousa realça, ainda, os aportes na produção de glicerina na unidade de Ipameri, Goiás. Ainda em Ipameri, uma nova linha de farelo de elevado teor proteico está sendo implantada e a fábrica de biodiesel passa por modernizações. Somadas às melhorias logísticas na região Norte do país, os investimentos em curso totalizam quase R$ 245 milhões.

Com os R$ 115,2 milhões que estão sendo aplicados para iniciar a produção de etanol a partir do melaço de soja em Sorriso - uma iniciativa pioneira no mundo -, a Caramuru pretende tornar a linha de produção de concentrado proteico de soja (SPC) localizada na unidade mato-grossense autossuficiente em combustível. Ou seja, o etanol de soja não vai gerar receita para a empresa, mas reduzirá custos.

Já a glicerina refinada que sairá de Ipameri como subproduto do biodiesel será um negócio novo, que engordará o portfólio com um produto usado principalmente por indústrias farmacêuticas, de cosméticos e alimentícia. A ideia da Caramuru é vendê-la no país e conquistar novos clientes no mercado externo, fundamental para seus negócios e onde a diversificação se torna uma vantagem competitiva.

Do faturamento do ano passado, equivalente, nas contas da companhia, a US$ 1,2 bilhão, as exportações colaboraram para US$ 557 milhões, 8% mais que em 2017. Conforme Sousa, o farelo de soja puxou os embarques: foram US$ 138 milhões em vendas de farelo não transgênico e outros US$ 128 milhões provenientes do produto feito a partir de soja geneticamente modificada, além de US$ 46 milhões em pellets. Proteínas concentradas de soja, outros subprodutos e o próprio grão, que rendeu US$ 107 milhões, completam o valor.

Conforme Sousa, o projeto da glicerina está sendo financiado com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e do Banco do Brasil, mesmas fontes que irrigam os R$ 14,6 milhões que estão sendo gastos na implantação da nova linha de farelo de soja de elevado teor proteico também em Ipameri, que terá capacidade para 435 mil toneladas anuais, e os R$ 40 milhões destinados às melhorias na fabricação de biodiesel na planta.

No caso dos quase R$ 45 milhões direcionados à otimização da logística para tornar viável o transbordo rodo-hidroviário nos portos de Itaituba, no Pará, e Santana, no Amapá, e incrementar as exportações pelo Norte do país, as fontes de financiamento são do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e o Banco da Amazônia. "Com esse investimento, reduziremos o custo do frete de farelo de soja não transgênica para o mercado europeu", afirma Sousa.

Em tempos de acirramento da concorrência entre grandes tradings multinacionais como Cargill, Bunge, Louis Dreyfus Company (LDC), ADM e Cofco, entre outras que faturam dezenas de bilhões de dólares por ano, a Caramuru apostou em "comer pelas beiradas" e em nichos valorizados de mercado e até agora foi bem sucedida. Como deixou claro o vicepresidente da companhia nesta entrevista ao Valor, é a única alternativa para resistir ao assédio.

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Fonte: Valor Econômico

15. Conab confirma queda da colheita brasileira de café em 2019

A produção brasileira de café deverá alcançar entre 50,5 e 54,5 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2019/20, conforme o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a nova temporada, divulgado há pouco. O volume tende a ser, portanto, de 11,6% a 18,1% menor que o estimado para o ciclo 2018/19 - 61,7 milhões de sacas, um recorde histórico.

Segundo a Conab, a colheita prevista é resultado de uma área em produção de 1,8 milhão de hectares, 1,2% menor que em 2018/19, e de uma produtividade que deverá oscilar entre 27,4 sacas e 29,58 sacas por hectare, ante as 33,07 da colheita do ano passado. Essa queda de produtividade - e, portanto, da produção - se deve à bienalidade negativa do café arábica em 2019/20. Para uma safra com essa característica, o volume previsto é considerado elevado.

Conforme a Conab, a produção do arábica deverá atingir entre 36,1 milhões e 38,2 milhões de sacas, uma queda entre 19,6% e 23,9%. Já para a colheita de café conilon a perspectiva é de crescimento para entre 14,4 milhões (alta de 1,3%) e 16,3 milhões (avanço de 15,2%), em razão do clima favorável e pelo fato de essa espécie não sofrer tanto os impactos da bienalidade. A área em produção de arábica cairá 2,2%, para 1,5 milhão de hectares, enquanto a de conilon crescerá 2,9%, para 377,94 mil hectares.

O Estado de Minas Gerais, que lidera a produção de arábica e é responsável por mais da metade do volume total de café colhido no país, deverá produzir entre 26,4 milhões e 27,7 milhões de sacas de café, uma retração de até 20,8% ante as 33,3 milhões de sacas colhidas na safra anterior.

O Espírito Santo, que responde pela maior produção do café conilon, com cerca de 65% do total nacional, deve colher entre 12,5 milhões e 14,7 milhões de sacas. Em 2018/19, foram 13,74 milhões.

Segundo analistas, a colheita prevista, somada aos estoques da temporada passada, deverão motivar um aumento dos embarques do Brasil, que lidera as exportações globais de café, e manter as cotações internacionais da commodity sob pressão.

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Fonte: Valor Econômico

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