Clipping | Aide Memoire N° 1673 | 26 de outubro
- Por: Juliane
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CARLOS GERALDO LANGONI
TRANSIÇÃO POLÍTICA
Com as pesquisas de opinião apontando para vitória de Bolsonaro no 2º turno, as atenções se voltam para o “choque liberal” comandado por Paulo Guedes.
- Ajuste:
O principal desafio é político: construir sólida base no Congresso a fim de permitir a rápida implementação das reformas estruturais.
Outra importante dimensão é o timing: é preciso avançar rapidamente na correção dos desequilíbrios internos a fim de consolidar a onda de expectativas positivas.
O Monitor do PIB da FGV mostra recuperação do consumo das famílias e do investimento no trimestre móvel terminado em agosto. O índice de confiança do consumidor, também da FGV, mantém essa tendência em outubro, antecipando o clima favorável pós-eleição.
É preciso consolidar esse padrão nos próximos meses, até porque o ajuste fiscal fica mais fácil de ser viabilizado com a atividade em expansão.
De qualquer forma, o primeiro passo é o rigoroso controle das despesas, até que seja possível contar com novo patamar de receita real e ganhos extraordinários associados às concessões e leilões do pré-sal.
O instrumento mais eficiente é a reforma da Previdência e tributária que irão corrigir graves distorções alocativas e distributivas.
O ideal é enviar esses projetos para o Congresso simultaneamente, a fim de maximizar o impacto positivo sobre o ambiente de negócios.
- Agenda:
A independência do Banco Central e a continuidade da atual diretoria devem contribuir para sustentar a relativa calmaria dos mercados, enquanto as reformas são aprovadas.
É fundamental também dar logo a partida na abertura da economia. É um processo gradual e negociado: a reação de alguns setores industriais sugere a inviabilidade política de qualquer ação unilateral.
O objetivo é explorar as oportunidades que estão surgindo com a guerra comercial. As discussões com os Estados Unidos devem focar os acordos de investimentos e transferência de tecnologia.
Com a China deve-se consolidar parceria estratégica buscando diversificar as exportações. Com a União Europeia buscar oportunidade de concluir as negociações já em curso aproveitando o impasse criado pelo Brexit.
Em relação à América Latina, ir além do Mercosul e explorar acordos com a costa Pacífico - inicialmente Chile e, em seguida, Peru e Colômbia, além do próprio México.
As resistências internas serão minimizadas pela redução da carga tributária e modernização da infraestrutura.
É importante lembrar que a redução das barreiras protecionistas será implementada em períodos distintos, de acordo com as características de cada setor. Ou seja, haverá tempo para gerar ganhos de eficiência e alavancar a competitividade.
O objetivo final da abertura é elevar a taxa de investimento e a produtividade, viabilizando salto no PIB potencial.
Em resumo, o mercado aguarda os detalhes da nova arquitetura macro, liderada pelo super Ministro Paulo Guedes.
O conceito é claro: guinada liberal, cujo fundamento é a reforma do Estado que deve ser implementada logo nos primeiros meses.
É a oportunidade de consolidar a reversão positiva de expectativas que já vem ocorrendo, viabilizando a retomada do investimento privado e inaugurando novo ciclo de crescimento.
Projeta Langoni Consultoria Econômica S/S
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