30 de setembro de 2019

Publicação: Valor Econômico

Klabin, Malwee e Natura prometem cortar emissões

As três empresas brasileiras estão entre as 87 que assinaram compromisso com pacto global da ONU

Por Vanessa Adachi — De São Paulo

Três empresas brasileiras estão entre as 87 que assinaram um compromisso com o Pacto Global das Nações Unidas para cortar drasticamente as emissões de gases com efeito estufa até 2030. As fabricantes de papel e papelão Klabin, de roupas Malwee e de cosméticos Natura se juntaram a nomes como Danone, Nestlé, Salesforce e L’Oreal para adotar um plano com metas estabelecidas com base em dados científicos e auditados de forma independente. A ideia por trás da campanha batizada de “Our Only Future” e lançada em junho é que cada empresa faça a sua parte para limitar o aquecimento global a 1,5° Celsius. No início da Semana do Clima, em Nova York, o Pacto Global anunciou que 59 novas empresas haviam aderido ao compromisso, além das 28 companhias que já participavam no lançamento da iniciativa, em junho. O atual grupo de 87 empresas signatárias representa um valor em bolsa de US$ 2,3 trilhões.

Carlo Pereira, secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, diz que há negociações em curso com outras empresas brasileiras. Segundo ele, a grande dificuldade é justamente o compromisso público com metas concretas e científicas de corte das emissões que essas empresas têm que assumir.

Na quarta, a Rede Brasil do Pacto Global lançou a campanha #aceiteessacaneta, um convite para que mais empresas assinem o compromisso. Segundo Carlo Pereira, a ambição da Rede Brasil é ter adesões suficientes para lançar uma nova etapa da campanha, batizada de “Juntos pelo planeta”, em que empresas concorrentes num mesmo setor apareçam lado a lado.

Os critérios para criar as metas são definidos pela Science Based Target Initiative (SBTi). Uma vez que a empresa assine o compromisso, tem um prazo de 24 meses para apresentar ao SBTi um plano com metas e ações específicas para alcançá-las. O SBTi faz uma auditoria para aprovar ou não o plano.

A Klabin, que assinou o compromisso há duas semanas, está em processo de contratação de consultorias que a auxiliarão na definição das metas seguindo os critérios do SBTi. “Tomamos a decisão de definir metas com base na ciência ainda no primeiro semestre, para aprimorar um trabalho que já fazemos há muito tempo no grupo. Quando o Pacto Global lançou o movimento, validou a nossa ideia”, diz Júlio Nogueira, gerente de sustentabilidade da Klabin. Nos últimos 16 anos, a Klabin reduziu em 61% suas emissões de gases com efeito estufa - somadas emissões diretas e aquelas relativas à compra de energia. Atualmente, 89% da energia consumida pela empresa em suas 18 fábricas é de fonte renovável, com destaque para uso de biomassa.

As empresas que assinam o compromisso têm a opção de se comprometer a zerar as emissões até 2050. “No nosso caso, não pensamos em zerar porque é algo distante da realidade do nosso negócio. Mas pretendemos reduzir, limpar a matriz e ser cada vez mais eficientes energeticamente.”

Na Natura & Co, que inclui Natura, The Body Shop, Avon e Aesop e foi uma das primeiras empresas a assinar o compromisso, em junho, tudo caminha para que a empresa estabeleça como meta zerar todas as suas emissões. “O grupo quer ser carbono zero até 2030”, diz Denise Hills, diretora global de sustentabilidade da Natura. “Temos dois anos para construir o desenho de como podemos chegar lá e a companhia está movendo meio mundo para ver como consegue isso.” Hoje a Natura é neutra em carbono na operação brasileira, o que lhe rendeu um prêmio concedido na semana passada pela ONU a 15 projetos no mundo todo. Isso quer dizer que atualmente as emissões são totalmente compensadas, por exemplo, com iniciativas de reflorestamento.

Mas o próximo passo, explica a diretora, é eliminar as emissões e, quem sabe, até gerar créditos em sua cadeia. “Hoje ainda não conseguimos. Há tecnologias sendo criadas, mas ainda não na escala necessária.” Ela cita a energia limpa como uma das tecnologias escaláveis atualmente.

Guilherme Weege, CEO da Malwee, diz que a empresa não teve dificuldades em assumir o compromisso. “Para nós, é algo natural. A proposta do compromisso chegou em minha mesa e uma semana depois estava assinado”, diz.

Em 2015 a empresa fixou uma meta de reduzir em 20% as emissões de carbono até 2020 e bem antes do prazo, em 2017, já havia atingido redução de 68%. De lá para cá, houve redução adicional de 12%. “Trocamos a nossa fonte energética. Deixamos de usar gás natural e adotamos biomassa. Também trocamos mais de 30 mil lâmpadas antigas por LED em nossas fábricas, escritórios e lojas”, conta Weege.

Ele cita dados do grande impacto negativo do setor têxtil sobre o ambiente para dizer que quer influenciar outras empresas do setor a seguir pelo mesmo caminho. “Das emissões de carbono do mundo, 10% vêm do setor têxtil. O setor também responde por 20% do consumo de químicos do mundo e por 20% da poluição industrial da água. É muito forte.” Os números são da plataforma independente Sustain your Style.

Transformar a operação na direção da sustentabilidade não veio sem custos. Ele estima entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões os investimentos feitos até hoje em projetos variados. Um dos mais recentes, com custo de R$ 6 milhões, consiste na importação de uma máquina da Espanha que possibilitará à empresa colorir e dar textura às calças jeans sem o uso de água. “Hoje, usamos cem litros de água por calça só para chegar à cor desejada. Passaremos a gastar 200 mililitros, porque a máquina usa laser e ozônio nos processos.”

03 de outubro de 2019

Publicação: Valor Econômico

Arbitragem exige comitê coordenador na Eldorado

Função do órgão será apaziguar conflito entre sócios da fabricante de celulose, que abriu investigação sobre conduta dos conselheiros indicados pela PE

Por Stella Fontes, Ivo Ribeiro e Ana Paula Ragazzi — De São Paulo

A disputa judicial pelo controle da Eldorado Brasil entre as sócias J&F Investimentos e Paper Excellence (PE) ganhou novo capítulo, incomum em casos de arbitragem no Brasil. Os árbitros decidiram pela criação de um órgão de coordenação que ficará responsável por todas as decisões relevantes da companhia, apurou o Valor. Na prática, a medida equivale a uma intervenção da arbitragem na gestão de temas estratégicos para a empresa. Esse comitê deverá ser assessorado pelo conselho de administração.

A decisão, além de pouco usual, pode ser ruim do ponto de vista do papel da arbitragem segundo especialistas ouvidos pelo Valor. Ela foi tomada em razão da postura beligerante das acionistas, cuja hostilidade se estendeu para o conselho. A avaliação é que a magnitude do conflito entre J&F e PE está interferindo na gestão e no futuro da produtora de celulose.

A informação sobre a determinação para criar o órgão consta de extrato da ata de reunião do conselho de administração realizada em 12 de julho, que é pública, apesar de o procedimento arbitral embutir confidencialidade. Contudo, não há mais detalhes no documento sobre o papel que o órgão que vai desempenhar, a não ser a informação de que as sócias ainda não haviam chegado a consenso sobre a constituição desse comitê.

O Valor apurou que as sócias terão o mesmo número de integrantes no órgão e deverão entrar em acordo sobre as decisões - além de incomum, fica a dúvida se esse novo comitê vai ter alguma eficácia considerando-se o ambiente hostil entre J&F e PE. Caso não haja consenso, o assunto será levado ao tribunal arbitral. Dos dois lados, a avaliação seria a de que, com o comitê em funcionamento, todas as decisões terão de ser amplamente fundamentadas e tomadas em benefício da companhia, e não do interesse de apenas um dos sócios.

O Valor apurou ainda que, para que o órgão seja de fato estabelecido, as sócias têm de cumprir determinadas pré-condições, o que pode levar algumas semanas. Em princípio, a função desse comitê estará restrita a decisões relevantes que antes estavam subordinadas ao conselho, incluindo operações financeiras que não sejam típicas do dia a dia, como a emissão de bônus que acabou cancelada pela Eldorado após contestações da PE, ou investimentos que vão além do recorrente e necessário à manutenção da operação. O plano de expansão da companhia, por exemplo, estaria sujeito ao comitê - publicamente, a PE já disse que não aprovará um plano para esse projeto enquanto a arbitragem não for encerrada, o que deve acontecer em até um ano.

Com o órgão, o tribunal arbitral busca que essas questões, que têm sido levadas aos árbitros pelas duas acionistas e motivado brigas entre as sócias, sejam resolvidas dentro da própria companhia.

A J&F, da família Batista, controla a Eldorado com 50,59% das ações, enquanto a PE é minoritária relevante, com 49,41%. Da mesma família que é dona da Asia Pulp & Paper (APP), a PE acertou a compra da produtora de celulose, que fica em Três Lagoas (MS), em setembro de 2017 e, originalmente, tinha até o mesmo mês do ano passado para sacramentar a aquisição de 100% da empresa.

A interferência da briga no dia a dia da Eldorado se acentuou a partir de abril, quando foi eleito um novo conselho para a empresa. A PE indicou três nomes com credibilidade no mercado brasileiro: Leonardo Pereira, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); João Elek, ex-diretor de governança da Petrobras; e João Cox, que atua como conselheiro em várias empresas abertas e deixou o colegiado cerca de dois meses depois, alegando incompatibilidade de agenda.

A partir da chegada desses conselheiros, foram intensificados os questionamentos sobre temas que já eram sensíveis à Eldorado: problemas no balanço, com o reconhecimento de créditos fiscais e quebra de compromissos financeiros; e a escolha, pela J&F, de Francisco de Assis e Silva para o conselho - um dos delatores da holding da família Batista, sua reputação vinha sendo questionada pela PE, que tentou impugnar sua eleição. Porém, para que alguém esteja impedido de assumir uma vaga no conselho, é preciso que haja condenação.

A situação no conselho se tornou ainda mais delicada em maio, quando, durante a reunião mensal, os conselheiros da PE foram notificados pela Eldorado a respeito de uma investigação aberta pela empresa sobre a conduta de cada um deles. A J&F, que tem a maioria no conselho da produtora de celulose, manifestou preocupação com um possível vazamento de informações de sua controlada para a sócia, que também produz celulose (embora de outro tipo), e enxergou um conflito no fato de os três conselheiros indicados por ela fazerem parte também do comitê consultivo da CA Investment, empresa constituída no Brasil para compra da Eldorado.

Advogados especialistas em direito societário ouvidos pelo Valor afirmaram que não há conflito formal no fato de os conselheiros estarem no comitê da CA e no conselho da Eldorado, embora pudesse ser avaliada a conduta individual de cada um deles. Eles ressaltam que provar essa tese de vazamento é difícil.

Há muito ruído sobre a informação que teria sido vazada. Em carta à CA - anexada à ata de reunião do conselho de 15 de maio -, a J&F fala em informações sigilosas e estratégicas, contempladas no plano de negócios de 2020 a 2024. Fonte próxima à PE diz que o teor do plano já seria de conhecimento da empresa. Outra fonte relata que o suposto vazamento teria sido apenas da pauta de reunião de conselho, que incluiria no encontro a deliberação sobre um tema que exigiria reunião prévia dos acionistas, sem que ela tivesse sido agendada.

O fato é que a investigação acirrou os ânimos no conselho e, em agosto, o advogado Otavio Yazbek, ex-diretor da CVM, conforme ata da reunião, passou a figurar como um “assessor jurídico” do colegiado contratado pela Eldorado. Segundo uma fonte, essa já havia sido uma decisão no sentido de tentar fazer com que o órgão pudesse funcionar, diante da animosidade instalada entre os integrantes que levou, inclusive, à renúncia de Cox ao assento.

Na configuração atual, a J&F tem a maioria no conselho e ditaria as decisões da empresa. O órgão criado pelo tribunal arbitral, segundo fontes, acaba na prática reconhecendo que a PE, com sua fatia de 49% na Eldorado, é um minoritário economicamente muito relevante para ficar à mercê das decisões do sócio.

A PE disse que conselheiros indicados pela CA Investment “sempre atuaram em estrita observância a seus deveres legais, além de terem inquestionável reputação”. “Os atos da J&F e da Eldorado Brasil reiteram a prática de formular acusações e intimidações infundadas, sempre com foco em constranger a atuação dos conselheiros de administração indicados pela CA Investment”, acrescenta.

A Eldorado informou que “não comenta assuntos relativos à arbitragem em andamento, em respeito ao devido sigilo do processo”. A J&F disse que “repudia que os conselheiros indicados pela Paper Excellence sirvam de instrumento para o litígio, ao invés de defender os reais interesses da Eldorado”.

Sobre a exigência do tribunal arbitral, a J&F informou que “a empresa não comenta o processo de arbitragem”. Sua sócia tem a mesma posição: “A Paper Excellence não comenta assuntos relacionados à arbitragem por questão de sigilo legal”, afirmou.

02 de Outubro de 2019 (18:21)

Publicação: Abril - Veja.COM

Qual o futuro do mercado de papel e celulose no Brasil?

O cenário global tem sido positivo para o setor de celulose no Brasil. Segundo levantamento da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), as exportações do setor aumentaram 10,7% em 2018, atingindo 15,8 milhões de toneladas fabricadas. E a expectativa é que o mercado continue crescendo nos próximos anos. Projetos que visam à ampliação de plantios, de fábricas e novas unidades são da ordem de 14 bilhões até 2020. E, para completar, a chegada da gigante Paper Excellence ao país deve impulsionar ainda mais o mercado.

Com sede administrativa no Canadá, a empresa é uma das maiores fabricantes de papel e celulose do mundo. Em funcionamento desde 2007, a companhia cresce ano a ano com aquisições estratégicas pelo mundo.

Atualmente, há 11 unidades fabris da Paper Excellence em países como Canadá e França, que produzem anualmente 4,4 milhões de toneladas de papel e celulose. E a empresa injeta 5 bilhões de dólares todos os anos nas economias canadense e francesa, por meio de salários, pagamento de impostos, compras de bens e serviços e apoio a empregos indiretos.

A empresa tem clientes em mais de 50 países. E o Brasil é o próximo alvo da companhia.

Aposta no Brasil

Por aqui, a chegada da Paper Excellence está atrelada à compra da Eldorado, uma das principais produtoras de celulose do país, com capacidade de produção de 1,7 milhão de toneladas por ano. “O Brasil sempre esteve nos planos de investimento da empresa. É uma região estratégica, cujo setor é muito competitivo", afirma Jackson Wijaya, chairman do Grupo Paper Excellence.

Além do complexo industrial em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, a Eldorado tem uma vasta base florestal no mesmo estado, onde ocupa uma área superior a 230 000 hectares. Também possui um viveiro em São Paulo, com capacidade de produção de 26 milhões de mudas de eucalipto por ano, algo de muito interesse para a Paper Excellence.

Como a empresa já atua fortemente na produção de celulose de fibra longa, usada na produção de papéis que exigem maior resistência e durabilidade, como papel-cartão, embalagens ou papéis especiais, o Brasil é uma oportunidade de expandir sua atuação, já que somos o quarto maior produtor de celulose de fibra curta do mundo, boa parte vinda do eucalipto. “O país está em uma região boa para o desenvolvimento de florestas do eucalipto, com disponibilidade e qualidade de terra, clima ameno e topografia favorável", explica Claudio Cotrim, presidente da Paper Excellence no Brasil.

A celulose de fibra curta é ideal para produção de papéis mais macios e leves, usados para imprimir e escrever, e também para conforto e higiene pessoal, como guardanapo, papel higiênico, papel toalha, entre outros. Além da excelente produtividade, o eucalipto também é sustentável, pois reduz a quantidade de carbono na atmosfera, o que ajuda na redução do efeito estufa. “Esses fatores contribuem para a fabricação de uma matéria-prima de qualidade e baixo custo, com alto índice de produtividade: desenvolvimento em seis ou sete anos, bem mais rápido que em outros países", ressalta Jackson.

A compra da Eldorado é uma das maiores transações financeiras e empresariais da história brasileira. A aquisição foi negociada em etapas. Em 2017, a Paper Excellence adquiriu 49,41% das ações da Eldorado por 3,8 bilhões de reais. Ainda falta a compra dos outros 50,59%, o que pode levar mais um ano.

A finalização da operação representará uma injeção total de 31 bilhões de reais na economia brasileira até 2021. “Esse valor inclui o projeto de expansão na fábrica de Três Lagoas, que deve gerar 3 500 empregos adicionais diretos, além da liquidação das dívidas da Eldorado com bancos e credores", explica Cotrim.

Trata-se de um investimento de longo prazo tanto para a Paper Excellence quanto para o Brasil, que também ganha com a chegada da empresa por aqui.

02 de Outubro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Congraf é alternativa na produção de embalagens mais sustentáveis

Nos últimos anos, a consciência ambiental vem aumentando significativamente na sociedade. O acesso à informação fez com que o consumidor, as empresas e as autoridades se interessassem mais pelas questões ambientais que se apresentam tão urgentes. Com isso, a produção de embalagens e sua decomposição passaram a figurar no centro de discussões relacionadas à sustentabilidade.

Multinacionais renomadas, como Mondelez, Nestlé, por exemplo, já estão buscando alternativas mais amigas do meio ambiente e estipularam prazos para migrar todas as suas embalagens para materiais altamente sustentáveis, como é o caso do papel e papelcartão.

No Brasil, a Congraf, fabricante de embalagens em papelcartão, tem notado que essa questão vem ganhando importância a cada dia. “O caminho do consumo sustentável é irreversível. Já estamos percebendo diariamente esse movimento com um olhar mais crítico quanto à escolha de materiais mais sustentáveis e quanto a processos. Certamente, a curto prazo, veremos uma forte transformação no mercado", analisa Sidney Anversa Victor Júnior, diretor industrial da Congraf.

De acordo com informações da Two Sides, Organização Global sem fins lucrativos que dissemina informações e iniciativas sobre a sustentabilidade do papel, as embalagens de papel e papelcartão se destacam por minimizarem os impactos ambientais e por estarem estão entre as que mais são recicladas em comparação com embalagens de outros tipos de materiais, protege mais recursos do que usa, contribui para manter as florestas saudáveis e ajuda a combater as alterações climáticas.

Outro fator que pesa a favor das embalagens de papel é sua decomposição na natureza. Dados da Two Sides mostram que o tempo de decomposição do papel é de 3 a 6 meses, muito mais rápido do que outros materiais de embalagens que passam de cem anos. Tais características apontam para esse material como um aliado, nesse processo de mudança de consumo onde a preservação do meio ambiente é prioridade.

“Nós acreditamos muito no papel como um dos materiais que mais possui benefícios em termos de sustentabilidade. E a indústria gráfica, nos últimos anos, investiu muito e está fortemente preparada para a demanda dessa alteração global de consumo. A Congraf dispõe de desenvolvimento capacitado para criar projetos sustentáveis e produzir de forma competente embalagens duráveis, atraentes, renováveis e recicláveis", explica Sidney.

A fabricante, conta com um departamento de desenvolvimento capacitado para criar soluções responsáveis de embalagens, possui em seu parque gráfico equipamentos “verdes", que minimizam o impacto no meio ambiente, além de possuir a Certificação FSC, que atesta que o papel utilizado na produção de suas embalagens tem origem em florestas plantadas para este fim.

“Alinhada à nossa filosofia, temos uma estrutura completa para atender as mais variadas demandas e projetos que visam embalagens em papelcartão, que são muito mais amigas do meio ambiente", ressalta o executivo da Congraf.

02 de Outubro de 2019

Publicação: PR Newswire Intl Business

Tissue World São Paulo abordará Fabricação Inteligente e o Comprador em painéis de discussão

SÃO PAULO, 2 de outubro de 2019 /PRNewswire/ Tissue World São Paulo 2019 será realizada entre 22 e 24 de outubro de 2019, e a programação completa da conferência discutirá o tema Impactos Globais, Desafios Locais e Perspectivas para a América Latina - Explorando oportunidades para o sucesso sustentável nos mercados de papel tissue mais dinâmicos da região. Confira a programação completa aqui.

A conferência abordará maneiras para as empresas se tornarem resilientes e garantirem seu sucesso em um mercado agitado e que coloca a sustentabilidade financeira e ambiental sob pressão.

A programação ampla e interativa incluirá dois painéis que discutirão diferentes aspectos da cadeia de valor: No painel de debate Fabricação Inteligente e outras Transformações - O segmento tissue está pronto para o desafio?, um painel de especialistas nas áreas de fabricação e tecnologia analisa a digitalização e outras inovações para a produção de papel tissue, abordando desde o consumo de fibras até a economia de energia. Os principais fatores que aumentarão o nível de automação e as tecnologias que mais impactarão o segmento estão entre os assuntos a serem abordados no painel. Moderado por Lairton Goulart Leonardi, diretor-executivo da Solvo Consulting, Brasil, o painel será composto por:

• Daniel Signori, diretor técnico, Mili, Brasil;

• João Carlos Ronchel Soares, CEO, IPEL - Indaial Papel, Brasil;

• Dineo Eduardo Silverio, presidente, Fabio Perini, Brasil;

• Luca Guidetti, gerente geral, Elettric80 Latin America, Brasil;

• Sérgio Vargas, gerente de vendas, Valmet América do Sul, Brasil.

Mais adiante na cadeia de valor do setor, o comportamento do consumidor será o assunto do segundo painel de discussão, intitulado Consumidores Imprevisíveis e a Revolução do Varejo. As perguntas ao seleto grupo de especialistas envolverão guerras de preços, tendências no comportamento de compra e a adaptação do posicionamento do produto conforme sua categorização. Moderado por Felipe Quintino, da Tissue Online, Brasil, o painel será composto por:

• Tatiana Thomaz, diretora, Shopper Centric, Brasil;

• Manoel Müller, sócio administrador, Müller Camacho Design, Brasil;

• Rafael Pellegrini Oliveira, analista de pesquisa, Euromonitor International, Brasil.

01 de Outubro de 2019 (15:26)

Publicação: Agência CMA - Notícias

BALANÇA: Média diária de venda de papel e celulose cai 31,0% em setembro

São Paulo, 1 de outubro de 2019 - A média diária das exportações de papel e celulose caiu 31,0% em setembro na comparação com a média diária de igual mês de 2018, para US$ 29,8 milhões. Em relação à média diária de agosto deste ano, houve queda de 7,3%. Os dados setoriais da balança comercial foram divulgados pelo governo. A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,246 bilhões em setembro, resultado de US$ 18,74 bilhões em exportações e de US$ 16,494 bilhões em importações - o que equivale a médias diárias de US$ 892,4 milhões e de US$ 785,4 milhões, respectivamente.

01 de Outubro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Suzano é eleita Empresa do Ano do setor de Papel e Celulose no anuário Melhores da Dinheiro

A Suzano foi eleita a Empresa do Ano do setor de Papel e Celulose na 16ª edição do anuário Melhores da Dinheiro, da revista IstoÉ Dinheiro. A companhia também apareceu na 2ª posição do ranking Super 20, que elege as empresas que mais se destacaram no ano de 2018, foi vencedora em práticas de Recursos Humanos e, entre as empresas do setor, destacou-se ainda na categoria Governança Corporativa.

O anuário Melhores da Dinheiro é um dos maiores rankings empresariais do Brasil e elege, a partir da análise dos dados de cada empresa participante, os destaques em 22 setores industriais analisados. As companhias são avaliadas de acordo com cinco critérios de gestão: Sustentabilidade Financeira, Recursos Humanos, Inovação e Qualidade, Responsabilidade Social e Governança Corporativa.

“É uma grande honra para a Suzano fazer parte deste seleto grupo de empresas que, a partir de suas práticas, estão dispostas a ajudar a transformar o Brasil em um país que proporcione melhor qualidade de vida e mais oportunidades para as pessoas", afirma Christian Orglmeister, Diretor Executivo de Gente, Comunicação, TI, Digital e Estratégia da Suzano.

A cerimônia de premiação organização pela IstoÉ Dinheiro ocorreu na noite de segunda-feira (30), em São Paulo (SP).

01 de Outubro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Voith lança no mercado novo emissor infravermelho HelioX

Com seu novo emissor infravermelho a gás HelioX, a Voith agora oferece uma solução extremamente eficiente para a secagem sem contato e que gera emissões significativamente mais baixas. O novo emissor permite não apenas aumentar a produtividade, mas reduzir o risco de incêndios, garantindo maior segurança a toda a produção.

O principal componente do novo emissor infravermelho HelioX é a sua estrutura incandescente equipada com componentes cerâmicos de grande área superficial e elevada eficiência. Sua geometria especial também garante uma melhor combustão, o que resulta tanto em maior eficiência de secagem como em reduções de até 50% nas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e de monóxido de carbono (CO). Essas baixas emissões estão se tornando cada vez mais importantes na esteira das regulamentações alemãs para o controle de poluição do ar (TA Luft), além de menores limites de emissões em diversos países - o que vem dificultado a aprovação para operações de longo prazo no mercado.

O emissor infravermelho HelioX é projetado para trabalhar com uma potência de 14 kW. Com isso, esta solução oferece uma melhor eficiência de secagem, o que permite operar com velocidades mais elevadas da máquina, além de oferecer maior flexibilidade para a produção de diferentes tipos de papel. Isso se traduz em aumentos de produtividade para as papeleiras. Com uma eficiência operacional até 10% superior, este emissor também oferece um menor consumo de gás, menores custos operacionais e uma menor pegada de CO2. O baixo peso da estrutura incandescente do emissor infravermelho HelioX também garante tempos de aquecimento e desaquecimento excepcionalmente rápidos. Isso se traduz em maior segurança para a produção ao reduzir os riscos de incêndio em casos de quebras de folha. O resultado disso são menores riscos operacionais e reduzidos tempos de parada.

O emissor infravermelho a gás HelioX já está disponível no mercado e pode ser aplicado à secagem sem contato em qualquer máquina de papel, seja ela da Voith ou de outros fabricantes. Esta solução também pode ser utilizada em outras aplicações de secagem, como de mantas de fibra de vidro ou tecidos técnicos.

01 de Outubro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Celulose Irani dispara mais de 20% com venda de imóveis e madeira em pé no RS

Na parte da tarde desta quinta-feira na bolsa paulista, as ações da Celulose Irani (RANI3) operam forte valorização, depois de a companhia anunciar, por meio de dois fatos relevantes, vendas junto com sua subsidiária Habitasul Florestal (HBTS5) que totalizam R$ 92 milhões no Rio Grande do Sul.

As ações da companhia são negociadas com alta de 20,71% a R$ 3,38, enquanto que as Habitasul Florestal somam 19,76% a R$ 12.

O primeiro fato relevante informa que a companhia anunciou que celebrou contrato para a venda de 767.673 m³ de madeira em pé no estado do Rio Grande do Sul (RS) pelo valor total de R$ 39 milhões para a CMPC Celulose Riograndense. Já o segundo fato relevante apresenta venda de imóveis rurais com aproximadamente 10,3 mil hectares por R$ 53 milhões, também no RS. Nas duas operações, o BTG Pactual (BPAC11) atuou como assessor financeiro.

Segundo trimestre

A companhia encerrou o segundo trimestre do ano com receita total de R$ 245 milhões, contra R$ 218,83 milhões de um ano antes. Assim, a Irani teve no segundo trimestre do ano prejuízo de R$ 12,8 milhões, contra lucro de R$ 5,278 milhões do mesmo período de 2018. Já o Ebitida ajustado do período foi de R$ 42,4 milhões, ante R$ 40,281 milhões entre abril e junho do ano passado.

A relação dívida líquida/EBITDA foi de 3,89 vezes em junho de 2019. Excluindo da dívida líquida a variação cambial registrada como hedge accounting, a relação dívida líquida/EBITDA seria de 3,13x.

Já a posição de caixa ao fim de junho de 2019 foi de R$ 30,5 milhões e 55% da dívida estava no longo prazo. Conforme Fato Relevante divulgado em 31 de julho de 2019 a Irani concluiu a emissão de debêntures no valor total de R$ 505 milhões com o objetivo de melhorar o perfil de vencimento da dívida, recompor o caixa e adequar sua estrutura de capital.

A Irani atua no segmento de Papel para Embalagens, tanto nos mercados de papéis para embalagens rígidas (papelão ondulado) como para embalagens flexíveis (sacaria). A produção total de papel para embalagens da companhia no trimestre foi superior em 10,9%, quando comparado com o 2T18, e 3,0% em relação ao 1T19. Em relação às vendas, houve aumento de 45,7% quando comparado com o 2T18, e de 22,4% na comparação ao 1T19.

Fonte: Money Times

01 de Outubro de 2019

Publicação: Diario ABC - Economia

Venda de papelão ondulado cai 2,54% em agosto ante agosto de 2018, diz ABPO

As vendas de papelão ondulado utilizados em embalagens - caixas, acessórios e chapas - totalizaram 321.581 toneladas em agosto, indicando queda de 2,54% ante igual período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Na comparação com julho, no entanto, foi apurada alta de 3,26%.

Conforme nota da associação, com o mesmo número de dias úteis em relação ao ano anterior (27 dias), em agosto a produção por dia útil também recuou 2,54% no comparativo anual e alta de 3,26% ante julho.

Os dados dessazonalizados mostram que a expedição de papelão ondulado em agosto aumentou 0,3% na comparação anual, para 300.445 toneladas. Segundo a ABPO, este é o maior resultado desde fevereiro. As vendas por dia útil ajustadas foi de 11.127 toneladas por dia.

No acumulado do ano até o mês passado, as vendas registram leve crescimento de 0,40%, para 2.368.569 toneladas.

01 de Outubro de 2019

Publicação: Agência Estado Conjuntura e Finanças

ABPO: venda de papelão ondulado cai 2,54% em agosto ante agosto/2018

Por Fabiana Holtz

São Paulo, 01/10/2019 - As vendas de papelão ondulado utilizados em embalagens - caixas, acessórios e chapas - totalizaram 321. 581 toneladas em agosto, indicando queda de 2,54% ante igual período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Na comparação com julho, no entanto, foi apurada alta de 3,26%.

Conforme nota da associação, com o mesmo número de dias úteis em relação ao ano anterior (27 dias), em agosto a produção por dia útil também recuou 2,54% no comparativo anual e alta de 3,26% ante julho.

Os dados dessazonalizados mostram que a expedição de papelão ondulado em agosto aumentou 0,3% na comparação anual, para 300.445 toneladas. Segundo a ABPO, este é o maior resultado desde fevereiro. As vendas por dia útil ajustadas foi de 11.127 toneladas por dia.

No acumulado do ano até o mês passado, as vendas registram leve crescimento de 0,40%, para 2.368.569 toneladas.

01 de Outubro de 2019

Publicação: Agência Estado Conjuntura e Finanças

Caroço de açaí, tocos e raízes viram energia na indústria de papel e celulose

A indústria de papel e celulose tem alcançado bons resultados na busca por novas fontes para geração de energia. De olho na receita extra disponível no mercado de energia livre, vale até mesmo usar bagaço de cana e caroço de açaí das fazendas vizinhas.

A Veracel, joint venture entre a Fibria (hoje Suzano) e a finlandesa Stora Enso, tem sido pioneira em utilizar o bagaço de cana no processo de queima de resíduos. A concorrente Eldorado, por sua vez, tem apostado no aproveitamento de tocos e raízes de madeira em seu mix para geração de energia.

No caso da Veracel, o bagaço de cana é fornecido por duas usinas de álcool de terceiros, uma em Santa Cruz Cabrália (BA), próximo a uma das fábricas da empresa, e outra localizada em Minas Gerais. Atualmente, além do bagaço de cana a empresa realiza testes com caroço e casca do açaí, casca de coco verde e resíduo do cacau.

"Fizemos o primeiro teste em escala industrial com o caroço de açaí no início da semana passada, avaliando como funcionaria o sistema de transporte", diz Estanislau Victor Zutautas, coordenador de recuperação e utilidades da Veracel. "Agora, estamos verificando sua viabilidade econômica. O caroço de açaí tem uma vantagem por ser um combustível homogêneo e de fácil de transporte."

A redução na quantidade de madeira inservível (desqualificada na linha de produção) motivou o departamento de pesquisas da empresa a buscar alternativas para a geração de energia. No ano passado, foram feitos testes com um mix para a queima de resíduos, composto por 6% de bagaço de cana, 38% de inservíveis, 1% de lodo primário e 54% de biomassa gerada internamente. Em 2019, a proporção do bagaço no mix já subiu para 7%.

A Veracel tem capacidade para gerar 126 megawatts e opera próximo do limite, produzindo 121 MW. Desse total, a empresa consome 70 MW e vende internamente 30 MW para uma unidade química parceira. Embora tenha licença para exportar até 27 MW para o Sistema Interligado Nacional (SIN), a Veracel atualmente oferece apenas metade disso, em torno de 13 MW.

Ambiente de testes

"Não há planos, por enquanto, de ampliar a capacidade de geração", diz Zutautas. "A intenção é conseguir manter o mix de combustíveis para geração equilibrado, e buscar eficiência."

A capacidade de venda de energia da Veracel seria suficiente para atender à demanda residencial de uma cidade do tamanho de Eunápolis (BA), com mais de 100 mil habitantes.

Os tocos e raízes usados na Eldorado eram deixados para trás, mas descobriu-se que poderiam ser aproveitados. "Em Portugal, por conta do déficit de madeira e de terreno disponível, eles usam esse tipo de insumo para produção de celulose", afirma Carlos Monteiro, diretor industrial da Eldorado. "No nosso caso, isso não seria viável, mas descobrimos que pode ser útil na queima."

O projeto ainda está na fase de testes e deve entrar em operação com a inauguração da usina termoelétrica Onça Pintada, na fábrica de Três Lagoas (MS), em 2021. Será a maior termoelétrica movida a biomassa do Brasil. O investimento, que sairá do caixa da empresa, é estimado entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões. Sua construção foi contratada via leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2016.

No local a Eldorado já tem uma operação autossuficiente em energia, além de exportar outros 50 MW para SIN, via Ambiente de Contratação Livre (ACL). A nova termoelétrica vai consumir 1.500 toneladas de biomassa por dia e deve gerar 50 MW, que serão 100% comercializados via Ambiente de Contração Regulado (ACR).

A demanda, nesse caso, será determinada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O retorno financeiro é certo, diz Monteiro, sem estimar valores em razão de fatores externos, como demanda de energia e preço.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

30 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Suzano poderá vender celulose mais barata no quarto trimestre, avalia Credit Suisse

Diante do início das negociações em relação ao preço da celulose na China, o Credit Suisse publicou relatório sobre a Suzano (SUZB3), avaliando que a companhia poderá realizar certo movimento de desestocagem.

“Outras empresas de celulose estão preocupadas que a Suzano deverá vender a tonelagem inteira do quarto trimestre em preços inferiores ao do terceiro trimestre, em um momento de desestocagem", afirmam os analistas Caio Ribeiro e Rafael Cunha.

Concorrentes da companhia brasileira avaliam que o preço da celulose possa ter atingido a mínima durante o terceiro trimestre, o que permitiria a prática de maior preço. Diante desta percepção elevam-se as preocupações em torno da desestocagem da Suzano.

A recomendação para os papeis permanece neutra, com preço-alvo de R$ 34,00. Se o papel atingir a estimativa do Credit Suisse, poderá se valorizar 3% - de acordo com o fechamento da última quinta-feira (20).

Grau de investimento

Roger Horn, analista da SMBC Nikko Securities America, acredita que a classificação de risco da Suzano permanece inalterada, a despeito do recuo nos títulos em setembro.

“Não acho que, neste momento, o rating de grau de investimento esteja em risco", disse. “Perspectivas negativas significam que, se as coisas piorarem, as agências de classificação vão considerar outras medidas", completou.

De acordo com a Fitch Ratings, a empresa deve enfrentar dificuldades para reduzir a dívida líquida. Vale lembrar que a companhia realizou fusão com a Fibria em 2018, tornando-se a maior produtora de celulose do mundo.

Fonte: Money Times

30 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Florestas Plantadas geram estoque de 4,2 bilhões de gás carbônico equivalente

O setor de florestas plantadas no Brasil gerou o estoque de 4,2 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente, em 2018. O sequestro de carbono ocorreu na área conservada pelo segmento, em uma extensão aproximada de 5,6 milhões de hectares. Outros 22,4 mil hectares de áreas degradadas foram recuperados por programas ambientais do setor.

A estimativa é da Indústria Brasileira de Árvores (IBá), que divulgou na última terça-feira (24) novo balanço do setor. O desempenho aponta que as florestas plantadas têm potencial para contribuir para o alcance das metas firmadas pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Entre as metas assumidas pelo país estão a redução das emissões dos gases do efeito estufa em 43% em relação a 2005, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares, incentivar a integração da lavoura, pecuária e florestas (ILPF) em 5 milhões de hectares; zerar desmatamento ilegal; expandir o uso de energias renováveis e o consumo de biocombustíveis.

O balanço mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também revela que, desde 2000, o valor da produção da silvicultura supera o do extrativismo vegetal. Especialistas do Ministério da Agricultura comentam que estes dados demonstram que as florestas plantadas diminuem a demanda sobre as florestas nativas.

“O setor é a favor do meio ambiente. Hoje, a demanda industrial de madeira é suprida em 90% pelas florestas plantadas. Ou seja, estimular as florestas plantadas ameniza a pressão sobre as florestas nativas", disse João Fagundes Salomão, coordenador-geral de Apoio à Comercialização da Agricultura Familiar, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Desenvolvimento Humano

Além do impacto positivo na questão ambiental, o setor de florestas plantadas impulsionou o desenvolvimento socioeconômico dos municípios e estados produtores de insumos florestais. Levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Mapa mostra variação positiva média de 75% no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nos dez municípios que lideram o ranking de cultivo de florestas plantadas do país entre 1991 e 2010.

O IDH é uma medida que varia em uma escala de 0 a 1 para avaliar o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida de uma região. O indicador foi desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e abrange três dimensões: renda, educação e saúde.

Em Três Lagoas (MS), município que tem a maior extensão de florestas plantadas do país (263 mil hectares), o IDH passou de 0,505, em 1991, para 0,744, em 2010, aumento de 47%. Outros quatro municípios de Mato Grosso do Sul, estado identificado pelo IBGE como o maior produtor nacional de madeira para papel e celulose, registraram crescimento superiores a 70% no IDH nas últimas décadas.

A maior variação foi identificada no Paraná, com o município de Ortigueira, que tem uma área plantada de 94 mil hectares e melhorou em 111% o IDH entre 1991 e 2010. Entre os estados, Minas Gerais foi o que alcançou a maior área plantada de florestas cultivadas para fins comerciais e o maior percentual de crescimento do IDH ( 53%).

Plano Plantar Florestas

Destacar o potencial socioambiental do cultivo de florestas plantadas é um dos objetivos do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas desenvolvido pelo Ministério da Agricultura. O programa brasileiro foi aprovado este ano e atende aos objetivos do Plano Estratégico da Organização das Nações Unidas para as Florestas 2017-2030.

Por meio de uma rede de parcerias interinstitucionais, o plano pretende incentivar o setor e expandir a área de cultivo florestal no país. O plano surgiu no contexto de mudança de governança das políticas públicas relacionadas às florestas plantadas, que desde 2014 foram assumidas pelo Ministério da Agricultura.

“Estamos trazendo toda a área produtiva de florestas para um lugar só, é uma definição lógica. Essa governança melhorou e agora temos um plano que vai ajudar a impulsionar o setor. Nosso plano está alinhado com o plano da ONU que pede para plantar mais florestas no mundo. Nós fizemos um nacional e se os estados quiserem podem fazer planos estaduais", explicou Salomão.

30 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Saiba quais são as aplicações dos nanocristais de celulose

As vantagens dos nanocristais de celulose são amplas: apresentam elevadas propriedades mecânicas, baixa densidade, alta cristalinidade, leveza, biodegrabilidade e biocompatibilidade. Sua aplicação se estende da área médica ao agronegócio, na qual podem ser empregados na produção de fertilizantes e defensivos agrícolas visando ao aumento da eficiência, usando menores quantidades em uma mesma área.

“É importante lembrar que para apresentar todas essas propriedades é necessário que os CNC estejam bem dispersos e de forma homogênea no produto. Desse modo, poucas quantidades (cerca de 1%) são suficientes para grandes melhorias", garante Ana Carolina Bibbo, engenheira de materiais da Bio Nano.

Nanocristais têm sido incorporados para reforço em matrizes poliméricas, em sensores da indústria de petróleo e gás, em curativos especiais e próteses, em tintas, revestimentos, cosméticos e, com acréscimo de outras substâncias, na indústria eletroeletrônica.

Ainda podem ser recobertos com polímeros solúveis em água para inibir a aglomeração dos nanocristais e utilizados posteriormente para recobrimento da superfície de folhas de papel a fim de melhorar as propriedades superficiais, como brilho e textura mais lisa e uniforme, além de aumentar a resistência mecânica.

Para cada uso, um formato

Em escala nanométrica, a celulose tem dois formatos, nanofibrilas e nanocristais de celulose. As nanofibrilas (CNF) têm forma de espaguete, facilmente entrelaçáveis e mais destinadas ao reforço de embalagens plásticas ou adicionadas como espessantes.

Já os nanocristais de celulose têm a aparência agulhada ou de arroz e são considerados um material mais nobre porque apresentam alta cristalinidade e resistência mecânica, com módulo elástico teórico semelhante ao do aço.

De acordo com a pesquisadora, podem ter carga elétrica na superfície, serem insolúveis em água e na maioria dos solventes orgânicos e ainda apresentarem excelentes propriedades ópticas e eletrônicas devido às suas dimensões. Eles medem de 5 a 20 nanômetros (nm) de largura e de 100 a 500 nm de comprimento.

Os nanocristais de celulose podem ser utilizados para diversas aplicações, como na confecção de papéis especiais e na modificação de superfícies de papéis; em nanocompósitos poliméricos; em cosméticos; como reforços mecânicos em tintas, entre outras aplicações.

Fonte: Embrapa

27 de Setembro de 2019 (09:17)

Publicação: Jornal de Santa Catarina

Ipel investe R$ 80 milhões para modernizar produção e ampliar fábrica de papel em Indaial

27/09/2019 - 09h17 - Atualizada em: 27/09/2019 - 09h18

Fabricante de papéis sanitários, com destaque para guardanapos, papel higiênico e papel toalha, a Ipel vai concluir até o final do primeiro trimestre do ano que vem um ciclo de investimentos que começou ainda em 2017.

Nesse período, a empresa de Indaial, que completa 35 anos nesta sexta-feira, desembolsou R$ 80 milhões, em boa parte para modernizar a produção. Uma das aquisições mais recentes é uma máquina que começou a rodar no início deste mês, capaz de produzir até 22 mil toneladas ao ano - ampliando a capacidade total para cerca de 60 mil.

O parque fabril, de 60 mil metros quadrados, também está sendo ampliado. A área física vai ganhar 12 mil metros quadrados adicionais. A expansão impacta também nas contratações. A empresa iniciou o ano com cerca de 540 funcionários, número que já beira os 600.

Desde 2015, a Ipel dobrou a produção e o faturamento. Sem revelar dados de receita, diz que vem crescendo a uma média anual entre 11% e 12%. As vendas atingem todo o país, com marcas próprias e no formato private label, e também abastecem cinco países do Mercosul.

27 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Vilão do meio ambiente, plástico perde espaço para o papel

Você já começou a sentir remorso quando usa um copo ou canudo plástico descartável? Ou ainda não consegue imaginar que um simples copinho pode ficar de 100 a 500 anos boiando no mar até se decompor?

Os produtos plásticos ganharam espaço no mundo décadas atrás por causa da facilidade de utilizar e descartar e também por causa do baixo custo. Mas várias gerações pagam e ainda vão pagar um preço alto por essa praticidade. Animais marinhos mortos e mares completamente poluídos estão entre as consequências desse uso desenfreado.

A boa notícia é que muita gente já aderiu à luta mundial para acabar com esse consumo excessivo de plástico. E as batalhas são simples, em pequenas atitudes do dia a dia.

Atitudes simples

Na casa da vendedora de exportação, Amanda Goulart, usar menos plástico já virou rotina. A família não usa mais canudos e copos descartáveis e na hora de ir ao supermercado leva sacolas próprias:

“Nós sempre estamos de olho para fazer as melhores trocas. No aniversário da minha filha Catarina, de 9 anos, distribuímos 1 copo personalizado para cada criança para evitar o gasto desnecessário de copos plásticos descartáveis. Se cada um fizer a sua parte, vamos ter um planeta melhor para as futuras gerações", afirma.

Plástico x papel

Todo mundo gosta da praia limpinha, mas nem sempre lembra de separar o lixo e colocar no local adequado, aí não tem jeito. Sabia que 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras são itens de plástico, como canudos, copos, embalagens e redes de pesca? É o que mostrou uma pesquisa feita pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida).

O engenheiro florestal e professor da Ufes, Luiz Fernando Schettino, explica que a tendência é uma pressão mundial para que o plástico nocivo ao meio ambiente acabe, com a substituição das embalagens de plástico por outros materiais, como vidro e papel, por exemplo.

“Nossos oceanos estão cheios de plástico e a sociedade está tomando consciência desses impactos. Não quer dizer que o plástico vai acabar, mas o uso começa a ser mais racional. O papel se decompõe mais rápido, mas também não se pode jogar papel para todo lado, é preciso jogar fora de forma correta. Hoje no Brasil, 10% do lixo é descartado de qualquer maneira."

Yugo Matsuda, gerente de meio ambiente da Suzano (empresa de celulose e papel), explica que produtos biodegradáveis como o papel são mais sustentáveis: “A reciclagem é feita de maneira mais fácil, assim como a decomposição do material no meio ambiente. Se forem descartados de maneira correta, diminuem o impacto no nosso planeta. Além disso, têm a possibilidade de nutrir o solo durante a sua biodegradação".

“Fast food" e chocolates

Já reparou que as grandes redes de “fast food" não usam mais copos ou canudos de plástico? As embalagens de lanches são charmosas caixinhas de papel e as sacolas para levar o sanduíche para casa, também.

A tendência é mundial, a Nestlé anunciou a substituição dos canudos plásticos pelo similar de papel nos achocolatados prontos. E uma subsidiária da empresa no Japão produziu uma embalagem de papel para o famoso chocolate KitKat, inclusive depois de comer o chocolate a pessoa pode fazer um origami com a embalagem.

Nos parques da Disney nos Estados Unidos você não encontrará mais canudos, mexedores e palitos de sorvete plásticos. A rede de cafeterias Starbucks já anunciou que até 2020 vai substituir os canudos plásticos por tampas recicláveis e canudos de outros materiais.

Canudinho de papel

Aqui no estado é lei: bares, restaurantes e outros estabelecimentos do ramo não podem oferecer o canudo de plástico em bebidas. Há um período de adaptação, mas grande parte já aboliu o uso de canudo plástico. Uma alternativa é o canudinho de papel.

Depois de meses de estudo, a Suzano, empresa de papel e celulose, que tem uma das bases no Espírito Santo, lançou um papel especial, chamado “Loop" para a confecção de canudos biodegradáveis.

São duas versões, uma com durabilidade de até 2 horas, ideal para água, sucos, chás e outra com maior resistência para bebidas alcóolicas, milk shakes e refrigerantes.

“O Loop, especialmente desenvolvido para a produção de canudos, é papel reciclável, biodegradável e de fonte renovável, produzido a partir de eucalipto plantado para este fim e certificado pelo FSC, que garante o manejo florestal responsável", explica o gerente de meio ambiente da Suzano, Yugo Matsuda.

Copo de papel

E tem ainda o copo de papel, claro, não é qualquer papel. Há um aditivo que faz com as camadas do papel cartão não se soltem em contato com líquido. O copo, criado pela Suzano é chamado de “bluecupbio".

Separação correta

Plástico, papel ou outros materiais precisam ser corretamente descartados. E esse trabalho começa em cada casa e nas ruas. Para quem tem dúvidas sobre como usar as lixeiras de coleta seletiva corretamente, esse vídeo publicado no canal do Youtube do eCycle tem boas explicações:

Fonte: Folha Vitória

27 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Investimento no setor florestal chega a R$ 32 bi até 2023

Com o crescimento da economia verde, os produtos originados no setor florestal, que são reutilizáveis, recicláveis e, muitos deles, biodegradáveis, ganham espaço na indústria e no dia a dia das pessoas. Com isso, os investimentos do setor representado institucionalmente pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) apresentam crescimento. A entidade atualizou a projeção de investimentos do setor de florestas plantadas e calculou aporte de R$ 32,6 bilhões no período entre 2020 e 2023. Entre 2014 e 2018, o setor investiu, apenas em ampliação, mais de R$ 20 bilhões.

Os números englobam os segmentos de celulose, papel e painéis de madeira em seis Estados e representam um aumento na produção de celulose em 3,2 milhões de toneladas; 1,9 milhão de toneladas de celulose Solúvel; 1,2 milhão em papel; enquanto painéis de madeira subam em 570 mil m3 de MDF e 450 mil m3 de serrados. O presidente da Ibá, Paulo Hartung, reforça que esses recursos envolvem toda a cadeia de operações florestais, desde o plantio até a fabricação do produto final, inclusas as áreas de tecnologia e inovação.

Estão previstas obras para construção de pelo menos sete novas fábricas. A expectativa é que o setor gere nesse período mais de 35 mil empregos durante as obras e outros 11 mil empregos diretos após as unidades entrarem em operação.

Segundo dados da associação, deste total, R$ 20,4 bilhões serão investidos em unidades que irão produzir celulose e papel kraftliner para embalagens, reforçando o protagonismo da embalagem em papelcartão na bioeconomia.

Além disso, Horacio Lafer Piva, presidente do Conselho da Ibá, explica que as pesquisas e desenvolvimentos desse segmento ampliam cada vez mais o número de produtos com origem em árvores cultivadas, o que pode ser visto na ampliação em investimentos em unidades com outros produtos, como a celulose solúvel, fonte para diversas aplicações, principalmente têxtil, com a viscose. Esse segmento vai contar com investimentos de R$ 10,5 bilhões até 2023 com recursos da Bracell, R$ 7 bilhões em São Paulo, e da Duratex, R$ 3,5 bilhões, em Minas Gerais.

Além desses projetos, estão previstos recursos para painéis de madeiras da Berneck em Santa Catarina (R$ 900 milhões); papel imprimir e escrever com R$ 600 milhões da IP no Mato Grosso do Sul; e outros R$ 200 milhões a Anin para tissue no Mato Grosso do Sul.

Fonte: Agrolink

27 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Recomendamos Suzano e Klabin, mas desafios no curto prazo existem, opina BTG

“Nós mantemos a recomendação de compra para as ações a despeito do fraco momentum no curto prazo em termos de valuation". A avaliação é do BTG Pactual para o setor de papel & celulose, no qual os analistas Leonardo Correa, Cesar Perez-Novoa e Alex Sadzawka listam prognósticos para as empresas e para o segmento.

Os preços da celulose deverão se manter pressionados no curto prazo, na avaliação do BTG Pactual. “A notícia boa que o real se aproxima agora de R $ 4,20 e os preços da celulose se encontram no chão", afirmam os analistas. Neste sentido, “notícias na margem do setor pode ser mais positivas do que negativas".

Suzano

Para a Suzano (SUZB3), “as ações precificam agora uma reversão permanente dos preços de celulose aos custos marginais de produção (aproximadamente US$ 510 por tonelada)", “exagerado de alguma forma" na avaliação do banco.

O preço-alvo projetado pela instituição é de R$ 40 - potencial de valorização de 23,4% em relação ao últmo fechamento. “Acreditamos que as ações da Suzano estão subavaliadas e que os investidores não estão considerando os benefícios da aquisição com a Fibria", dizem os analistas.

Klabin

Em relação a Klabin (KLBN11), “também enxergamos valor no nome" afirma o BTG Pactual, porém “o mercado levará um tempo para precificar o potencial de valorização trazido por Puma II".

O preço-alvo das ações é de R$ 18 - potencial de valorização de 18,4% em relação ao último fechamento. Goldman Sachs

O Goldman Sachs também atualizou recentemente as projeções para o setor. Para a Suzano, a recomendação foi cortada, de compra para neutro, com preço-alvo é de R$ 35 - potencial de valorização de 7,9% conforme o último fechamento. Antes, a estimativa era de R$ 40.

Por sua vez, as ações da Klabin tiveram indicação reduzida de neutro para venda. O preço-alvo foi cortado de R$ 17 para R$ 14. Caso se confirme a estimativa, a ação poderá recuar 7,8%. Ambas as estimativas são para doze meses.

Fonte: Money Times

27 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Títulos da Suzano acompanham baixa dos preços da celulose; queda de 2% este mês

Os títulos de dívida mais negociados da Suzano (SUZB3) registraram a maior queda entre produtoras de celulose em setembro, diante do impacto do declínio dos preços globais da matéria-prima sobre a empresa.

Os títulos de US$ 1,75 bilhão da Suzano com vencimento em 2029 acumulam queda de cerca de 2% este mês, para 108,75 centavos de dólar. A desvalorização se acentuou depois que a Fitch colocou a nota da empresa em perspectiva negativa em 6 de setembro.

Com a queda, os títulos da Suzano mostram o pior desempenho entre rivais com grau de investimento em mercados emergentes este mês, justo no momento em que a maior produtora mundial de celulose tenta reduzir o endividamento.

A empresa deve enfrentar dificuldades para reduzir a dívida líquida, disse a Fitch, que manteve o rating da Suzano.

Em outro relatório divulgado na quarta-feira, a Fitch disse que os preços globais da celulose caíram para o menor nível em três anos, como reflexo do menor consumo de papel e produtos de embalagem na Europa e na China, causando um desequilíbrio entre oferta e demanda.

“Não acho que, neste momento, o rating de grau de investimento da Suzano esteja em risco", disse por e-mail Roger Horn, analista sênior de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America. “Perspectivas negativas significam que, se as coisas piorarem, as agências de classificação vão considerar outras medidas."

A Suzano conseguiu o grau de investimento no ano passado, após a fusão com a Fibria.

Em teleconferência sobre o balanço trimestral no início de agosto, o diretor financeiro da Suzano, Marcelo Bacci, disse que a alavancagem da empresa aumentaria devido aos baixos preços da celulose.

Ainda assim, Bacci afirmou que, provavelmente, seria uma mudança cíclica para a dívida da empresa, e não estrutural. Como medida para aliviar o peso da dívida, a Suzano também anunciou um corte da produção e dos investimentos em 2019.

Fonte: Money Times

27 de Setembro de 2019

Publicação: Agência Estado Conjuntura e Finanças

Fundos e Suzano disputam florestas da Brookfield

A gestora canadense Brookfield colocou à venda uma área florestal de 210 mil hectares em São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, avaliada entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões, apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes a par do assunto.

Essas florestas pertenciam à Fibria e foram vendidas integralmente no fim de 2013 para uma empresa chamada Parkia, que tem entre seus acionistas controladores da canadense Brookfield.

Segundo fontes, a Suzano (que comprou a Fibria) está entre as interessadas em adquirir esses ativos florestais. Os fundos de pensão canadenses PSP e British Columbia Investment Management Corporation, além do braço de florestas do BTG Pactual, também estariam entre os interessados. O Estado de S. Paulo apurou que os dois fundos canadenses e o BTG podem se unir em consórcio para fazer uma oferta - a dos fundos teria sido de US$ 630 milhões.

Ainda segundo a apuração da reportagem, a Brookfield estaria avaliando se desfazer, sem pressa, dos negócios florestais e colocou esse ativo do Brasil à venda. O Itaú BBA está assessorando a gestora nessa transação. A Brookfield é um dos maiores investidores estrangeiros no País. Dona de shoppings (chegou a ter 14, hoje tem 4 unidades), a gestora também tem investimentos na área de infraestrutura e energia no Brasil.

Negociação

Quando a Fibria vendeu essas florestas para a Parkia Participações por R$ 1,65 bilhão, a gigante de celulose recebeu os recursos e reduziu dívidas, mas continuou com as terras arrendadas. Do total de 210 mil hectares, metade é plantada com florestas. À época da venda, em 2013, a Fibria fechou um acordo para continuar como operadora das florestas por 24 anos.

Com a compra da Fibria no ano passado, a Suzano avalia retomar esses ativos florestais para dentro de sua estrutura. No entanto, se não for vencedora na compra dessas áreas, mantém em vigor o acordo que garante o arrendamento dessas terras por 24 anos (fechado em 2013), segundo fontes familiarizadas com o tema. De acordo com elas, há disputa em torno dessas florestas. Os fundos canadenses estão buscando investimentos fora do país de origem e ativos florestais são considerados um investimento seguro. Esse processo de venda está em fase avançada, com os potenciais compradores analisando ofertas vinculantes (firmes).

Nos últimos dois anos, o setor de celulose passou por um amplo movimento de consolidação no Brasil. Além da fusão entre Suzano e Fibria, a Royal Gold Eagle (RGE), do grupo Asia Pacific Resources International Holdings (April), comprou a empresa paulista Lwarcel, e a Paper Excellence adquiriu 49,4% da Eldorado, dos irmãos Batista, donos da JBS. A Lwarcel era considerada a última joia da coroa do setor de celulose depois da fusão da Suzano e Fibria e a compra da Eldorado pela Paper Excellence.

Ativos florestais também entraram no radar de grandes investidores, como forma de garantir matéria-prima para as grandes produtoras de celulose no Brasil. Fundos de investimentos estão entre os principais interessados. A compra de florestas prontas é mais estratégica para as empresas de celulose do que investir no plantio do zero. Por outro lado, os ativos florestais da Brookfield estão em Estados considerados estratégicos, segundo fontes.

Procuradas pelo jornal O Estado de S. Paulo, Brookfield e Suzano não quiseram comentar o assunto. O fundo PSP e o BTG Pactual também não se pronunciaram. O fundo British Columbia Investment Management não retornou os pedidos de entrevista até o fechamento desta edição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

26 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Em MS, fogo consumiu R$ 1,6 milhão em eucalipto de indústria da celulose

Não só o meio ambiente sofre com as queimadas, mas também a agricultura e pecuária. Embora não seja possível dimensionar quanto do total de 1 milhão de hectares consumidos pelo fogo em Mato Grosso do Sul são de plantações, pasto e áreas de vegetação nativa, o setor florestal consegue dar uma dimensão do prejuízo.

O Estado tem hoje 1,1 mil hectares de florestas de eucalipto plantadas - a maior parte na região leste -, dos quais, 123 hectares foram destruídos neste ano.

Hoje, 1 hectare produz cerca de 250 metros cúbicos de eucalipto e para celulose, cada metro cúbico é vendido a aproximadamente R$ 55. Num cálculo grosseiro, é possível chegar ao prejuízo de R$ 1,6 milhão, explica Dito Mário, diretor-executivo da Reflore-MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas de MS). “Isso se toda essa plantação estivesse no ponto de colheita", ressalva, lembrando ainda que não aproveitada para a indústria da celulose, a floresta pode ser vendida para a produção de carvão ou energia, por exemplo.

“De qualquer forma, gera um transtorno significativo, além da perda econômica, porque a indústria tem toda uma programação", destaca.

O diretor da Reflore lembra que o setor foi alertado que 2019 tinha chances de ter mais focos de queimadas por causa do comportamento atípico das chuvas e se preparou. “Aqui na costa leste, nossas empresas associadas ajudaram a combater inúmeros incêndios".

Dito explica que parte da floresta plantada em Mato Grosso do Sul é monitorada 24 horas por câmeras de segurança e que produtores mais estruturados mantém brigadas de incêndio. “Se não fosse essa estrutura, o desastre poderia ser bem maior. Sem contar que tem os produtores que não são nossos associados e todo o resto do setor produtivo. Tem gente que perde pasto, lavoura, maquinário, área de reserva. O prejuízo é imensurável".

Atraso no plantio - A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) não conseguiu chegar a um valor do prejuízo ou soma das áreas produtivas afetadas pelas queimadas, mas adianta que embora já houvesse previsão de atraso no plantio da soja por causa das condições climáticas, também os incêndios podem ter impacto neste setor da agricultura.

“O atraso para o início do plantio da temporada de soja 2019/2020 já é esperado, haja vista que os modelos climáticos indicam ausência de chuvas até início de outubro", informou a federação por meio de nota, ressaltando que além da onda de calor e o tempo seco, as queimadas interferem diretamente nas condições do solo. Geralmente, o período do plantio vai até o fim de dezembro, mas prazo pode ser prorrogado.

Fonte: CampoGrandeNews

26 de Setembro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Produção de nanocristais de celulose se aproxima da escala industrial

Pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP) e da empresa Bio Nano começam a testar a produção de nanocristais de celulose (CNC) em escala industrial. A partir da manipulação de macromoléculas, os cientistas criaram a base paradesenvolver esse material retirado de fibras vegetais como as de algodão e de eucalipto. Agora, eles pretendem escalonar a produção e acelerar o processo de obtenção de modo economicamente viável

.

Semelhantes a grãos de arroz ou agulhas, porém com espessura cerca de 200 mil vezes menor, os nanocristais se enquadram no conceito dos chamados greens materials (materiais verdes), provenientes de fontes renováveis e sustentáveis. Pesquisas da Embrapa, que trabalha na obtenção desse produto desde 2007, demonstram que eles podem ser extraídos a partir de fibras lignocelulósicas de bagaço de cana, cascas de coco e de arroz, algodão, eucalipto, entre outras, e até de resíduos como madeira de reflorestamento descartada pela indústria.

Tão rígido quanto o aço

“A importância de extrair nanocristais de celulose é obter um material muito resistente da natureza, que apresenta rigidez da ordem de grandeza do aço e ainda permitir a sua adição em outros materiais, mudando suas propriedades mecânicas", esclarece o pesquisador da Embrapa José Manoel Marconcini.

As características dos CNC têm atraído indústrias no mundo todo. Somado a isso, os nanocristais incorporam propriedades físicas, químicas e biológicas e começam a ser empregados em diversas áreas. No entanto, existem grandes desafios para sua adoção mais ampla: alto custo, baixa produtividade, longo tempo de produção e ainda pouco material disponível no mercado.

Diante do potencial, a startup Bio Nano aliou seus conhecimentos à infraestrutura do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), da Embrapa Instrumentação, para extrair nanocristais de celulose em escala-piloto.

De gramas para quilos

A meta da empresa é aumentar em 20 vezes a produção e passar dos atuais 50 gramas obtidos experimentalmente no LNNA para quilogramas no processo industrial. A proposta é encurtar o tempo de extração do material de 20 dias para apenas um dia.

Em escala laboratorial, os nanocristais de celulose foram obtidos a partir de algodão, sisal, curauá, macaúba, gravatá, bagaço de cana- de-açúcar, resíduos do dendezeiro e polpa de eucalipto. Na etapa de escala-piloto industrial, a obtenção vai envolver fibras de eucalipto branqueadas pelo processo Kraft ou polpa de celulose devido à sua disponibilidade em grande volume.

Para viabilizar os testes em escala, a engenheira de materiais da Bio Nano, Ana Carolina Correa Bibbo, buscou apoio de agências de fomento. O projeto foi contemplado pelo programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Novos materiais com desempenho diferenciado e produtos brasileiros com CNC poderão surgir como impacto desse projeto, promovendo agregação de valor com matérias- primas de fonte renovável do agronegócio do País, além de gerar emprego e renda", avalia a especialista, que foi orientada pelos pesquisadores da Embrapa Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini durante o doutorado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Mercado promissor para a celulose

O uso de nanocristais de celulose tem despertado o interesse de diversos países. Canadá, Finlândia e Estados Unidos têm investido pesadamente na área. O novo produto pode substituir matérias-primas atuais e servir de base para a elaboração de novos produtos.

As estimativas indicam que o preço dos cristais de nanocelulose poderá ser mais de 20 vezes que o da celulose. A consultoria norte-americana Market Research Store calcula que o mercado de nanocelulose foi de US$ 65 milhões em 2015. A empresa avalia que esse valor subirá para US$ 530 milhões em 2021, um aumento de 30% ao ano.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de celulose. Com investimentos científicos na área, a nanocelulose é uma grande oportunidade de agregação de valor à commoditie e de geração novos negócios para o País.

Fonte: Embrapa

Siga nossas Redes Sociais

Receba nossas Notícias

SiteLock