Conjuntura do Agronegócio

1. 'Quem quer sair do Acordo de Paris é porque nunca exportou', diz diretor da Abag

A saída do Brasil do Acordo de Paris, conforme cogitado pelo governo Jair Bolsonaro, será negativa para o País e para o agronegócio brasileiro. Essa é a avaliação do diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o engenheiro agrônomo Luiz Cornacchioni, que se preocupa com a possibilidade. "Quem quer sair do Acordo de Paris é porque nunca exportou nada", disse ao jornal "O Estado de S. Paulo".

Em 2018, o setor exportou mais de US$ 100 bilhões."Em muitas questões, não é preciso apenas ser sustentável. Porque nós somos, mas é preciso mostrar também", afirma. "Muitas vezes, a gente perde negócios por causa da imagem."

O País assinou o acordo em abril de 2016, o Congresso Nacional aprovou e, então, tornou-se vigente na lei nacional. Para ele, uma eventual saída do acordo climático, que estabeleceu a meta de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC, até 2100, pode prejudicar o País em negociações. "Se tirarmos a sustentabilidade da equação, ela não fecha".

Segundo Cornacchioni, a Abag e entidades como a Apex-Brasil, a Sociedade Rural Brasileira e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) têm promovido iniciativas no exterior para mostrar casos de sucesso do agronegócio brasileiro, como a produção de biocombustíveis e projetos de pecuária sustentável. "Com resultados práticos, estamos quebrando alguns paradigmas e desmistificando preconceitos".

Cornacchioni defendeu, ainda, a necessidade de o Brasil respeitar as questões ambientais e as certificações internacionais. "Isso não afeta em nada nossa soberania e mostra disposição. Temos a oportunidade de ser protagonistas no agronegócio e ser relevantes nessas discussões".

Ministro diz que Brasil deveria permanecer

Nesta sexta-feira (11/01), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o Brasil deveria se manter no Acordo de Paris e disse acreditar que o País vai continuar como signatário do documento. "Não precisamos sair do acordo do clima. É preciso ter muito cuidado e saber identificar oportunidades de avanços em parcerias e recursos que decorram dessa agenda e, por outro lado, identificar riscos que temos que evitar de ingerência internacional sobre o território, a produção agropecuária e o patrimônio genético", disse o ministro em entrevista à rádio Eldorado.

"O acordo do clima não é totalmente ruim nem bom. É um guarda-chuva sob o qual podemos fazer coisas boas e evitar coisas ruins, e é nessa linha que eu acho que devemos caminhar".

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

2. Rabobank: China precisará aumentar produção e importação até 2021/22

A China precisará de reformas para incrementar tanto a produção quanto as importações para atender ao crescimento do consumo até 2021/2022, de acordo com relatório do Rabobank.O gigante asiático precisará dar incentivos à produção, como subsídios financeiros para os agricultores e seguro de lavouras. Além disso, seria preciso que a área plantada com milho aumentasse, ainda que em detrimento de outros grãos, como a soja.

Segundo o Rabobank, mesmo que a disputa comercial entre China e Estados Unidos continue, o milho como ração animal é considerado mais importante do que a soja como oleaginosa pelos chineses.O Rabobank considera improvável o aumento de produção por meio de milho transgênico, que poderia melhorar o rendimento das lavouras. Para a instituição, como o processo de aprovação regulatória é complexo, a adoção de sementes transgênicas não deve ocorrer no curto prazo.

De acordo com o relatório, é preciso também incrementar as importações de grãos, inclusive de milho. Para isso, a sugestão é de encerrar as investigações antidumping e remover as tarifas retaliatórias. O país deveria, também, reformar o sistema de cotas - seja elevando o limite da cota de importação com baixas tarifas ou reduzindo as tarifas para importações além da cota.

Caso o país invista apenas em aumento de produção ou em importação, segundo o banco, a oferta não será suficiente para atender ao crescimento do consumo, resultando em níveis criticamente baixos dos estoques ou em redução forçada do consumo devido ao aumento dos preços.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

3. Mesmo com Carne Fraca, Brasil lidera exportações agrícolas à UE

Apesar dos percalços nas relações com a União Europeia (UE), sobretudo depois dos embargos decorrentes da Operação Carne Fraca, o Brasil manteve a sua liderança nas exportações de produtos agrícolas para o bloco. Além disso, o país foi o que mais aumentou as vendas, em valor, entre novembro de 2017 e outubro de 2018, segundo dados da Comissão Europeia.

Contando ainda com o Reino Unido, os 28 países da UE gastaram, ao todo, 115,2 bilhões de euros nas importações de produtos agrícolas no período. Principal origem, o Brasil foi responsável por cerca de 10% das importações, em valor. A UE desembolsou 12 bilhões de euros nas compras de produtos brasileiros, incremento de 2,6% comparado ao período anterior.

O valor das importações procedentes do Brasil aumentou em 299 milhões de euros, o maior entre os fornecedores do bloco europeu. Com isso, o Brasil acumulou um superávit de 10,2 bilhões de euros no comércio agrícola com a UE. No período, o país gastou apenas 1,8 bilhão de euros em produtos europeus.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Depois de tabelamento do frete, empresas trocam caminhão por navio

Empresas redescobriram a navegação de cabotagem como alternativa mais econômica ao frete rodoviário, depois do tabelamento que encareceu o transporte feito por caminhões. No ano passado, foram movimentados mais de um milhão de contêineres de 20 pés entre os portos ao longo da costa brasileira, segundo a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac). É uma marca recorde que corresponde a mais de um milhão de viagens rodoviárias que deixaram de ser feitas em 2018. Historicamente, o custo do frete de cabotagem é até 20% mais barato do que o rodoviário. Mas responde por apenas 11% da movimentação de carga entre todo meios de transporte.

"Com a greve, empresas que já usavam a cabotagem aumentaram os volumes transportados e quem não usava passou a usar", afirma o presidente da Abac, Cleber Cordeiro Lucas. Ele diz que a greve dos caminhoneiros deu um impulso adicional à cabotagem, que vinha em expansão nos últimos anos. No primeiro semestre, antes dos desdobramentos da paralisação, os volumes transportados pela cabotagem cresciam 13,5% em relação ao ano anterior. Mas, depois da greve, o ritmo anual de expansão subiu para 15,6% até setembro, aponta a Abac.

A Aliança, maior empresa de navegação de cabotagem, teve aumento de 28% no volume de cargas do primeiro para o segundo semestre de 2018. "Foi o maior crescimento para esse período da história da empresa", diz Marcus Voloch, diretor. O salto ocorreu porque houve migração de cargas rodoviárias para a cabotagem por causa da alta do custo do frete em razão do tabelamento. "Buscamos clientes novos, mas aumentou a conversão", diz o executivo, destacando que a empresa fez dois anos em um. A previsão inicial da companhia era ampliar em 8% o volume de cargas transportadas em 2018 em comparação com a o ano anterior. No final, o avanço foi de 16%.

Apesar de a empresa operar desde 1999, pela primeira vez em 2018 transportou em seus navios melancia, melão, laranja e tangerina, de São Paulo para Manaus (AM), em contêineres refrigerados. "Também nunca tínhamos transportado caixa d´água, levamos de Santa Catarina para o Nordeste."

Marcos Tourinho, diretor da Santos Brasil, que opera terminais logísticos, confirma que a movimentação de cargas de cabotagem da empresa nos Portos de Vila do Conde (PA) e Imbituba (SC) foi recorde no ano passado. "Com receio de que a greve se repita, empresas buscaram diversificar o frete e isso nos favoreceu."

Nordeste

As rotas de cabotagem mais procuradas são as que partem do Norte e Nordeste para o Sul e o Sudeste. Antes do tabelamento, o transporte de cargas em caminhões do Norte e Nordeste para o Sul e Sudeste era barato porque se tratava de frete de retorno. Como o polo de produção do País fica nos Estados do Sul e do Sudeste, os caminhões retornavam praticamente vazios do Norte e Nordeste. Por isso, o valor desse frete nessa rota era baixo.

Mas com a obrigatoriedade da tabela, o frete de retorno deixou de existir e as empresas do Norte e Nordeste tiveram de buscar saídas econômicas.

Localizada em Maracanaú, a 24 quilômetros de Fortaleza (CE), a Esmaltec, fabricante de geladeiras e fogões, especialmente para o consumidor de menor renda, teve uma aumento de 80% do custo do frete rodoviário para Sul e Sudeste, após o tabelamento. A saída, conta o superintendente Aélio Silveira, foi despachar os produtos acabados de navio.

Hoje 40% dos eletrodomésticos são escoados de navio, especialmente para o Sul e Sudeste. A meta da companhia até dezembro é escoar 50% da produção por navios. A empresa nunca tinha usado cabotagem para transportar produto acabado, apenas as matérias-primas. "Com o uso da cabotagem, conseguimos reduzir pela metade o impacto da alta do frete", diz Silveira.

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Fonte: O Estado de S. Paulo/Udop

5. Destravar crédito passa por revisão de subsídios indiretos

Para cumprir o objetivo de reduzir distorções e impulsionar o mercado de crédito, o governo terá de atacar não apenas subsídios do Tesouro, mas rever, de forma ampla, as operações com taxas reguladas. Do estoque de R$ 1,487 trilhão em crédito direcionado no país em novembro, 89,8% referem-se a empréstimos com taxas de juros limitadas por normas específicas e que não podem ser livremente pactuados pelo mercado. Essas operações embutem alguma forma de subsídio, seja concedida pelo governo ou, indiretamente, pela sociedade.

Isso significa que 41,7% do volume de crédito no Brasil não tem preço definido pelo mercado. O financiamento imobiliário e as linhas do BNDES constituem o grosso — 81,5% — do saldo desses empréstimos. São áreas em que os subsídios do Tesouro já vêm em queda, mas que continuam sendo beneficiadas, respectivamente, por fontes de funding mais baratas, como as do FGTS e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

O BNDES, que se tornou alvo de polêmica ao conceder empréstimos com taxas inferiores às de mercado, passou por uma mudança importante no ano passado. Foi quando substituiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que era fixada pelo Conselho Monetário Nacional e subsidiada, pela Taxa de Longo Prazo (TLP), que deve se igualar à remuneração dos títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) em cinco anos. Isso ajudou a reduzir a diferença entre o custo de captação do Tesouro e a taxa concedida nos empréstimos. A TLP está hoje em 6,96%, ainda abaixo do custo médio do Tesouro, de 10,11% ao ano em novembro.

Porém, o BNDES continua tendo como funding importante os recursos do FAT, remunerados à taxa dos títulos de cinco anos do Tesouro. Alguns economistas dizem que esse dinheiro poderia estar aplicado em operações com retornos mais altos.

No setor imobiliário, grande parte do subsídio direto está concentrada no Minha Casa, Minha Vida e é destinada à compra da casa própria por famílias com renda mensal de até R$ 4 mil. A partir deste ano, o benefício máximo foi concentrado naquelas com renda de R$ 1,2 mil. O governo gastou R$ 3,6 bilhões com incentivos ao programa em 2017 e R$ 3,9 bilhões no ano passado, até novembro. Do total subsidiado, 90% vêm do FGTS e 10% do Tesouro. A maior parte dos subsídios ao crédito imobiliário, porém, não é feita pelo Tesouro, mas pelos trabalhadores, por meio do FGTS.

Para Ana Carla Abrão, sócia da consultoria Oliver Wyman, atacar essa questão no crédito imobiliário é fundamental para estimular operações nessa área. “Esses recursos são subsídios dados pela sociedade, que tem uma remuneração baixa do dinheiro depositado no FGTS”, diz.

Durante anos, a remuneração do FGTS, que era de 3% mais Taxa Referencial (TR), ficou abaixo da inflação. Com uma mudança de cálculo, que passou a contar com a distribuição do lucro dos investimentos para os trabalhadores, esse rendimento aumentou, mas ainda fica aquém das taxas de mercado.

Isso cria distorções, como a concentração do crédito imobiliário na Caixa, que tem 70% desse mercado. Do saldo da carteira de crédito habitacional do banco no terceiro trimestre, de R$ 440,5 bilhões, R$ 258,5 bilhões eram de desembolsos com recursos do FGTS. “Precisamos liberalizar esse mercado”, diz Ana Carla.

Além de subsidiar investimentos em projetos como o Minha Casa Minha Vida, o FGTS serve de funding a financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro Habitacional (SFH). O comprador pode usar sua conta no fundo para a compra de imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão.

No ano passado, o Banco Central começou a preparar o setor imobiliário para um modelo mais flexível ao adotar mudanças no direcionamento de recursos da poupança. Um novo regulamento manteve a exigência de que os bancos destinem ao financiamento imobiliário 65% dos recursos captados na poupança, mas eles não precisarão mais alocar o dinheiro em operações no SFH, onde há limitação de taxa. A medida foi celebrada por executivos da área como o início do fim das amarras no crédito habitacional.

Grande foco de subsídios diretos, o crédito rural também deve ser alvo de mudanças. A estratégia do governo é encolher os benefícios nas taxas de juros e estimular a contratação de seguro agrícola para proteger o produtor das quebras de safra.

O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, lembra que hoje ainda há subsídio relevante para o crédito agrícola por meio de linhas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e outras modalidades de custeio e investimentos. Em 2017, o aporte do governo só para o Pronaf e o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) somou R$ 4,2 bilhões. No ano passado, até novembro, estava em R$ 3 bilhões.

“O problema dos subsídios é que eles segmentam o crédito e criam um problema de alocação desses recursos”, afirma a economista Elena Landau, ex-diretora do BNDES. “Se é para subsidiar, que seja feito via Orçamento. Da forma como se faz hoje, não se sabe qual a eficácia desses subsídios.”

Na visão de Elena, a criação da TLP foi importante para rever o “mito de que subsídio é necessário” aos investimentos. Isso faz com que o próprio BNDES se torne menos relevante, segundo a economista, que costuma dizer que o banco de fomento, hoje, está em busca de uma função.

O raciocínio vai na linha do que defendeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada. Segundo ele, transferência de renda e subsídios, quando necessários, devem ser feitos com repasses do Tesouro previstos no Orçamento. Para Guedes, o crédito direcionado contribuiu para elevar as taxas de juros.

O crédito direcionado passou a crescer após a crise global de 2008, à medida que os bancos públicos foram expandindo seus balanços para financiar o consumo e os “campeões nacionais”. Representava 46% do estoque total de empréstimos e financiamentos do Brasil em novembro do ano passado.

“Os bancos cobram um custo menor no crédito direcionado e um spread muito maior nos empréstimos com recursos livres para compensar”, diz o professor do Insper Marco Bonomo. Estudo realizado por Bonomo, pelo também professor do Insper Ricardo Brito e por Bruno Martins, do Departamento de Pesquisas do BC, mostra que as empresas maiores e mais maduras foram as mais beneficiadas pela expansão do crédito público entre 2004 e 2012.

Essa relação começou a mudar com a adoção da TLP. A nova taxa fez com que o financiamento via mercado ficasse mais competitivo, a ponto de algumas companhias emitirem dívida ou tomarem recursos com outros bancos para pré-pagar o BNDES. “O poupador tem que escolher se quer dar dinheiro para educação ou para o empresário”, diz Bonomo.

Kawall lembra, contudo, que só a equalização das taxas não basta e a diminuição dos subsídios do governo deve passar também pela redução do volume concedido pelos programas sociais como Minha Casa, Minha Vida e no financiamento estudantil dado pelo Fies.

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Fonte: Valor Econômico

6. Onda de fusões influencia preços de sementes

A onda de fusões entre as grandes empresas produtoras de sementes no mundo inteiro acabou criando um gripo com seis principais, dentre elas Monsanto, Bayer, BASF, Syngenta, Dow e DuPont. No entanto, esse movimento de junção ocorrido durante as últimas três décadas acabou influenciando nos preços das sementes.

De acordo com especialistas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Econômico (OCDE), uma instituição formada por 36 países, A agricultura global enfrenta o triplo desafio de aumentar a produtividade, garantindo a sustentabilidade e melhorando a resiliência e, para atingir esses objetivos, a inovação na forma de variedades de alto desempenho é essencial.

Eles ainda explicam que as sementes usadas pelos agricultores vêm de três fontes diferentes, como aquelas conservadas em fazendas, adquiridas do plantio público e aquelas compradas do setor privado. Nesse último caso, as fusões podem causar aumento da concentração, que levará a preços de sementes mais altos para os agricultores, reduzir a inovação e a P & D na indústria de sementes e também o número de escolhas que os agricultores têm ao escolher variedades.

De acordo com a OCDE, globalmente, 78% da área plantada com soja utiliza variedades geneticamente modificadas. As características de propriedade da Monsanto são particularmente proeminentes, especialmente nos mercados em que menos culturas OGM foram aprovadas. Por outro lado, os dados sobre patentes da CRISPR-Cas9 sugerem que esta nova tecnologia é predominantemente dominada por institutos acadêmicos, com alguma presença do DowDuPont, mas sem uma posição forte para as outras empresas multinacionais.

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Fonte: Agrolink

Proteína Animal

7. Ministério da Agricultura suspende operações de unidade da JBS em SP

O abatedouro de frango da Seara Alimentos, subsidiária da JBS, em Itapetininga (SP) teve as operações suspensas pelo Ministério da Agricultura. O motivo da suspensão não foi divulgado.

Procurada pela reportagem, a JBS informou que está fazendo os “ajustes técnicos” pedidos pelo Ministério da Agricultura.

“A empresa esclarece ainda que as atividades devem ser retomadas nos próximos dias, após atendimento às demandas do órgão”, informou a JBS, em nota.

A Seara é a segunda maior produtora de carne de frango do Brasil.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Empreitada da BRF na Argentina deixa R$ 1,2 bi em perdas

A empreitada da BRF na Argentina caminha para um fim melancólico. Ao vender a Campo Austral, em uma transação de US$ 35,5 milhões anunciada na última semana, a companhia deixará de atuar no país vizinho. O saldo de quase uma década em terras argentinas é indigesto. Desde 2011, a BRF perdeu mais de R$ 1,2 bilhão no país.

Esse montante contempla os frequentes aportes de capital realizados para manter as operações - reconhecidamente deficitárias -, assim como a baixa contábil que deverá ser reportada no próximo balanço trimestral, em 28 de fevereiro, devido às vendas dos ativos.

Desde 2011, a BRF fez cinco aquisições na Argentina, gastando quase US$ 480 milhões, conforme dados compilados pelo Bradesco BBI. A companhia se desfez de todos esses ativos entre 7 de dezembro e 10 de janeiro, obtendo US$ 140,4 milhões. A diferença entre o montante pago e o recebido - a maior parte dos recursos ainda não ingressou no caixa - é de quase US$ 340 milhões (R$ 1,2 bilhão).

As perdas seriam ainda maiores se contabilizado o prejuízo operacional apurado na Argentina nos últimos anos. Em 2017, último dado anual disponível, a BRF amargou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) negativo de R$ 180 milhões. Na prática, os negócios torravam o caixa.

Foi para estancar a crônica queima de recursos e cumprir os planos do presidente Pedro Parente de reduzir o endividamento que a companhia brasileira decidiu, no fim de junho de 2018, se desfazer das operações.

Ao Valor, diferentes fontes que acompanharam o dia a dia da BRF nos últimos anos admitiram que o projeto frustrado na Argentina reflete as crises econômicas do país - atualmente, sofre com a hiperinflação -, mas principalmente erros da gestão anterior. O principal deles talvez tenha sido a recusa em investir na criação de uma rede de fornecedores de frango (os integrados) como a existente no Brasil. Assim, a Avex, empresa de carne de frango comprada em 2011, sofreu com alta ociosidade, já que não havia oferta de frango à disposição.

Segundo um ex-executivo do alto escalão da BRF, a companhia pagou um preço alto por ter confiado na capacidade de persuadir o governo argentino. Em 2016, quando Abilio Diniz presidia o conselho de administração, a empresa tentou, sem sucesso, importar ovos férteis de aves reprodutoras (matrizes) de suas operações de genética avícola na região Sul do Brasil. Com isso, a empresa conseguiria aproveitar o seu excedente de oferta genética.

A pedido da BRF, o Ministério da Agricultura brasileiro chegou a fazer gestões junto ao governo argentino para liberar a importação, mas houve resistência. Executivos da companhia na ocasião atribuíram essa postura à Granja Tres Arroyos, que fornecia aves matrizes para a BRF na Argentina e concorria com o grupo brasileiro em carne de frango. Diante do impasse, executivos da brasileira chegaram a conversar com a Tres Arroyos para uma união, mas não houve acordo.

Para resolver o problema com a oferta de genética avícola e também estruturar uma rede de integrados, a BRF teria de investir cerca de US$ 50 milhões, disse uma fonte. Mas a companhia preferiu usar os recursos na diversificação dos negócios na Argentina, ingressando em carne suína com a aquisição, em 2016, de Campo Austral e da Calchaquí - esta última é dona da marca Bocatti, que produz presunto e mortadela, entre outros.

"Dobraram a aposta contando com os ovos da galinha", brincou uma fonte, em alusão ao imbróglio envolvendo a importação de genética. A diversificação não teve o êxito esperado. Na verdade, a BRF continuou perdendo dinheiro na Avex, mas não só. Também reportou prejuízo no negócio de suínos.

Em dezembro, a perda na Avex se tornou evidente. O negócio foi vendido por US$ 50 milhões a uma velha conhecida, a Granja Tres Arroyos. A aquisição foi feita em parceria com a argentina Fribel. Em 2011, quando comprou a Avex, a BRF investiu US$ 150 milhões.

Além dos problemas em aves e suínos, a empresa sofreu para operar a Quickfood, que havia sido adquirida da brasileira Marfrig em 2012, como parte de um acordo de troca de ativos para que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovasse a incorporação da Sadia pela Perdigão - a união delas deu origem à BRF.

Embora a Quickfood liderasse o mercado de hambúrguer bovino com a marca Paty, a BRF não conseguiu tornar o negócio rentável. Nesse caso, em parte devido às dificuldades impostas à pecuária argentina no governo de Cristina Kirchner (2007-2015). Ao taxar as exportações de carne, a ex-presidente derrubou a produção de gado.

Fazer parte de uma gigante como a BRF, que fatura mais de R$ 30 bilhões ao ano, também fez mal às controladas no país vizinho, avaliou uma fonte. "Pediam US$ 50 milhões como se fosse um almoço", criticou. Em agosto do ano passado, por exemplo, a BRF precisou injetar US$ 88 milhões na Argentina para quitar dívidas de curto prazo.

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Fonte: Valor Econômico

9. Oferta maior que a demanda no mercado de ovos

Apesar da melhora nas vendas no varejo devido às promoções, os preços dos ovos nas granjas e no atacado não ganharam força e permaneceram nas mesmas bases observadas na semana anterior. Nas granjas paulistas, a caixa com trinta dúzias segue comercializada, em média, por R$34,50.

No atacado, a caixa do produto segue cotada, em média, em R$39,00. A produção de ovos continua superior à demanda, no entanto, o mercado passou à condição de calmo, devido às fortes quedas observadas na semana anterior.

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Fonte: Scot Consultoria/Agrolink

Agroenergia

10. Com RenovaBio, ANP vê potencial para segmento de certificadoras de biocombustíveis

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) avalia que o segmento de certificadoras de produtores de biocombustíveis têm potencial para crescimento no Brasil à medida que o RenovaBio for ganhando escala, disse nesta sexta-feira o diretor-geral da reguladora, Décio Oddone.

"Com o programa decolando, a demanda aumentando, é possível que outras empresas surjam. O Renovabio vai aumentar muito a demanda por esse tipo de serviço, é possível que tenhamos mais empresas no futuro", afirmou ele durante encontro com jornalistas no Rio de Janeiro.

"Acho que não chega nem a 15 as empresas hoje no Brasil que têm tecnologia e conhecimento suficiente para fazer isso", acrescentou.

A Green Domus Desenvolvimento Sustentável foi a primeira a ser credenciada como firma inspetora para emitir certificações de unidades produtoras no âmbito do RenovaBio, informou a ANP mais cedo nesta sexta-feira.

A aprovação foi dada pela diretoria da autarquia na véspera e publicada no Diário Oficial da União.

Conforme a ANP, a análise de pedido de uma segunda empresa interessada no processo de certificação "encontra-se na iminência de ser concluída".

"Sem dúvida, é um passo importante e concreto para a implementação do programa e mais uma mostra de que a regulamentação do Renovabio está seguindo seu ritmo", comentou a presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Elizabeth Farina.

"Para os produtores de biocombustíveis essa etapa será importante para definir suas estratégias de produção daqui para frente. Quanto mais eficiente e sustentável é a produção, mais CBios poderão emitir no mercado", acrescentou ela.

Pelas regras do RenovaBio, produtores e importadores de biocombustíveis poderão calcular as suas Notas de Eficiência Energético-Ambiental por meio de uma ferramenta chamada RenovaCalc e contratar firmas inspetoras credenciadas pela ANP para realizar o processo de certificação de sua produção, gerando a partir daí a emissão do Certificado da Produção Eficiente de Biocombustíveis.

Mais adiante, os produtores e importadores certificados poderão solicitar a emissão dos Créditos de Descarbonização (CBios) a que fizerem jus.

Tais CBios precisarão ser comprados por distribuidoras de combustíveis para que atinjam metas próprias de descarbonização a serem estipuladas.

Segundo a ANP, em fevereiro estará pronta a minuta de resolução que regulamentará as metas compulsórias individuais, aplicáveis a distribuidores de combustíveis. "Aprovada internamente a minuta, serão realizadas consulta e audiência públicas sobre o tema", destacou a autarquia.

Sancionado em dezembro de 2017, o RenovaBio busca impulsionar o uso de combustíveis renováveis e ajudar na redução de emissões de gases do efeito estufa. A política está alinhada aos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo do Clima de Paris.

A expectativa é de que o programa esteja totalmente em operação a partir de 2020.

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Fonte: Reuters/Nova Cana

11. Índia considera elevar preço mínimo de venda de açúcar, diz TV

O governo da Índia está considerando elevar o preço mínimo de venda do açúcar, informou o canal de notícias ET Now nesta sexta-feira. O gabinete do primeiro-ministro, Narenda Modi, estava examinando diretamente a proposta, disse o ET Now citando fontes.

O movimento provavelmente ajudará os agricultores, que estão lutando para exportar o excedente devido à queda nos preços globais e ao fortalecimento da rúpia.

As exportações de açúcar na Índia devem ser bem menores do que a meta de 5 milhões de toneladas de Nova Délhi, apesar de um esforço do governo por vender o excedente do adoçante, disseram autoridades do setor.

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Fonte: Reuter/Nova Cana

12. Primeira firma inspetora do RenovaBio é credenciada pela ANP

A empresa Green Domus Desenvolvimento Sustentável foi a primeira a ser credenciada como firma inspetora para emitir certificações de unidades produtoras no âmbito do RenovaBio, informou a reguladora ANP nesta sexta-feira.

A aprovação foi dada pela diretoria da autarquia na véspera e publicada no Diário Oficial da União.

Conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a análise de pedido de uma segunda empresa interessada no processo de certificação “encontra-se na iminência de ser concluída”.

Pelas regras do RenovaBio, produtores e importadores de biocombustíveis poderão calcular as suas Notas de Eficiência Energético-Ambiental por meio de uma ferramenta chamada RenovaCalc e contratar firmas inspetoras credenciadas pela ANP para realizar o processo de certificação de sua produção, gerando a partir daí a emissão do Certificado da Produção Eficiente de Biocombustíveis.

Mais adiante, os produtores e importadores certificados poderão solicitar a emissão dos Créditos de Descarbonização (CBios) a que fizerem jus.

Tais CBios precisarão ser comprados por distribuidoras de combustíveis para que atinjam metas próprias de descarbonização a serem estipuladas.

Segundo a ANP, em fevereiro estará pronta a minuta de resolução que regulamentará as metas compulsórias individuais, aplicáveis a distribuidores de combustíveis. “Aprovada internamente a minuta, serão realizadas consulta e audiência públicas sobre o tema”, destacou a autarquia.

Sancionado em dezembro de 2017, o RenovaBio busca impulsionar o uso de combustíveis renováveis e ajudar na redução de emissões de gases do efeito estufa. A política está alinhada aos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo do Clima de Paris.

A expectativa é de que o programa esteja totalmente em operação a partir de 2020.

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Fonte: Reuters/Nova Cana

Grãos e Grandes Culturas

13. Ganhos tributários impulsionam lucro líquido da Camil Alimentos

Impulsionada por ganhos tributários não recorrentes, a Camil Alimentos, maior processadora de arroz e feijão do país, reportou um lucro líquido de R$ 150,3 milhões entre setembro e novembro — o 3º trimestre do ano-fiscal de 2018.

Na prática, a companhia lucrou mais do que o dobro na comparação com igual período do ano-fiscal anterior, quando a empresa havia lucrado R$ 71,9 milhões.

Desconsiderando os ganhos não recorrentes, no entanto, a Camil teria lucrado R$ 71,8 milhões, praticamente o mesmo valor registrado um ano antes.

No terceiro trimestre do ano-fiscal de 2018, a Camil teve ganhos tributários com o reconhecimento de atualizações monetárias dos créditos de IRPJ e CSLL sobre o reconhecimento da subvenção de ICMS e créditos de PIS e COFINS gerados pela exclusão do ICMS da base de cálculo.

Entre setembro e novembro de 2018, a receita líquida da Camil totalizou R$ 1,266 bilhão, crescimento de 9,3% ante o mesmo período do ano anterior.

Na mesma base de comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) creceu 17,5%, para R$ 151,4 milhões. A margem Ebitda aumentou em 0,8 ponto percentual, de 11,1% para 12%.

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Fonte: Valor Econômico

14. Queda do dólar paralisa vendas de soja no Brasil

A queda do dólar ante o real paralisou as vendas de soja no país. Com o fortalecimento da moeda, que reduz a receita em reais para o exportador brasileiro, o agricultor passou a segurar as vendas na expectativa que a moeda volte a se valorizar, ou de que choques externos melhorem a cotação da oleaginosa no mercado internacional. A emenda porém, pode sair pior que o soneto, já que os preços podem cair e o agricultor pode ver a produção se desvalorizar ainda mais.

No momento, a comercialização de soja do ciclo 2018/19 está ao redor de 45% da estimativa de produção, de acordo com a avaliação de André Pessôa, sócio-diretor da consultoria Agroconsult.

"As vendas estão paralisadas nos últimos 15 dias, com o câmbio sendo o fator mais restritivo", afirmou, em evento em São Paulo. "Tem agricultor dizendo 'o tamanho da minha dor de cotovelo é de R$ 15 a saca'. Poderiam ter lucrado muito mais nesta mesma safra", disse. Nesta quinta-feira, o dólar comercial fechou em R$ 3,715. Em setembro do ano passado, antes das eleições presidenciais, o dólar chegou a alcançar R$ 4,17.

E as vendas podem caminhar num patamar ainda mais desfavorável para o produtor, apontou Pessôa. "Há uma concentração de colheita prevista para fevereiro. O déficit de armazenagem no Centro-Oeste tira a urgência das tradings de comprar agora", alertou. A estimativa é de que sejam colhidas até 50 milhões de toneladas de soja apenas em fevereiro. No mesmo mês do ano passado, a colheita ficou na casa das 30 milhões de toneladas.

Nesta quinta-feira, o indicador de preços da Esalq/BM&FBovespa para a soja em Paranaguá ficou em R$ 75,99 a saca de 60 quilos. Ao fim de novembro, o indicador estava em R$ 82,78 a saca.

Sobre a expectativa de produção da oleaginosa, a Agroconsult se mostrou mais pessimista que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) — que projetou uma safra de 118,8 milhões de toneladas — e estimou a produção brasileira em 117,6 milhões de toneladas de soja em 2018/19. Esse volume, se confirmado, é 1,4% menor que o da safra recorde do ciclo 2017/18. A estimativa da consultoria em novembro apontava para 112,8 milhões de toneladas.

Agora, a colheita já está em andamento nas regiões que foram semeadas com soja de ciclo precoce — sobretudo no Paraná e em Mato Grosso —, e nota-se que a falta de chuvas provocou a perda de produtividade. Pessôa avaliou que, no Paraná, as perdas já chegam a 2,4 milhões de toneladas e, em Mato Grosso do Sul, a 1 milhão de toneladas.

"O oeste e sudoeste do Paraná e o sul do Mato Grosso do Sul sofreram muito com a falta de chuvas de dezembro", disse. "Nessas áreas teve o encurtamento de ciclo nessas regiões e o peso do grão será mais baixo.

Apenas para São Paulo, a consultoria estimou quebra de 10% da produção inicialmente estimada para o Estado. Por outro lado, a safra tem apresentado bom desenvolvimento em Minas Gerais, Goiás e em Mato Grosso.

“A safra 2018/19 começou muito bem, o clima foi muito favorável. Contudo, isso fez com que as raízes ficassem na camada superficial do solo, o que foi muito prejudicial no momento em que faltou água”, explicou Pessôa.

Quanto às exportações brasileiras, a Agroconsult estimou vendas de 73 milhões de toneladas de soja em 2019. "O número de quase 84 milhões de toneladas de 2018 não é possível de ser repetido. Nem temos estoques para isso", disse.

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Fonte: Valor Econômico

15. Bunge nomeia Brian Zachman para gerenciamento de risco global

A Bunge anunciou hoje o executivo Brian Zachman como novo presidente de Gerenciamento de Risco Global, que assumirá o cargo em 14 de janeiro. Nesse papel, ele se reportará ao CEO da Bunge e participará do comitê de liderança executiva da companhia.

“Brian é um gerente de risco com experiência e com extenso conhecimento da cadeia de valor das commodities agrícolas, incluindo gerenciamento, transporte, processamento e distribuição de oleaginosas, e produtos de oleaginosas e grãos”, disse Kathleen Hyle, membro do conselho da Bunge, em nota.

“Sua liderança comprovada e registro de entrega de retornos de risco ajustado vai fortalecer a capacidade de gerenciamento de risco da Bunge, o que é uma prioridade chave para a companhia”, acrescentou.

Zachman, de 47 anos, tem um histórico de posições de gerenciamento focadas em derivativos de commodities agrícolas desde 2012, mais recentemente na Millennium Limited Partners. Zachman trabalhou anteriormente na Bunge de 1999 a 2012 em vários papéis comerciais e de trading de agronegócios; antes disso, ele desempenhou funções comerciais na Cargill e na ConAgra.

Zachman tem bacharelado em Arte e Economia na Universidade de Minnesota-Duluth e trabalhará na cidade de White Plains, no Estado de Nova York.

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Fonte: Valor Econômico

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