Conjuntura do Agronegócio

1. Futuro secretário-executivo do Ministério priorizará mercado externo

Indicado como secretário-executivo do Ministério da Agricultura, o deputado federal Marcos Montes (PSDMG) disse nesta terça-feira que a principal missão da Pasta no governo de Jair Bolsonaro será priorizar o mercado externo.

De acordo com Montes, é preciso melhorar a imagem do agronegócio brasileiro perante os importadores internacionais e mostrar que o país tem credibilidade para suprir as necessidades mundiais do mundo por alimentos. A imagem do sistema sanitário do Brasil foi atingida fortemente desde 2017, após a deflagração da Operação Carne Fraca.

"Precisamos que as exportações fortaleçam, mas temos também que dar valorização aos fiscais e não podemos deixar a iniciativa privada à mercê",afirmou.

Montes foi candidato a vice na chapa derrotada de Antônio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas Gerais nas eleições deste ano. Além dele, a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), também pode indicar para seu secretariado outro deputado da bancada ruralista que ficará sem mandato a partir de 2019, Valdir Colatto (MDB-SC) conforme já informou o Valor.

O parlamentar catarinense é cotado para a secretária de Mobilidade Social e do Produtor Rural.

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Fonte: Valor Econômico

2. Maggi quer divulgação de lista de fiscais que receberam ‘mensalinho"

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu hoje que seja divulgada com urgência a lista de cerca de 200 fiscais federais agropecuários que teriam recebido um “mensalinho” da JBS para trabalhar fora do expediente, de acordo com delação premiada do empresário Wesley Batista. Dobrar turnos ou inspecionar frigoríficos em feriados e folgas é proibido por lei.

“Acho que o quanto mais rápido vier à tona a lista de 200, 300 fiscais que todo mundo fala seria melhor para o sistema, para o ministério, para todo mundo”, disse Maggi, após evento na Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

“Já levamos 600 novos veterinários ao ministério, 300 por concurso e 300 por contrato temporário, e esses novos estão trabalhando com fiscais mais velhos, eles não sabem quem está ao seu lado, o grau de confiança é afetado e estou vendo esse nosso serviço com muitos problemas em função de não saberem quem é quem no processo”, disse o ministro.

Maggi ainda desabafou que o ministério passa por momentos “muito difíceis” e de “extrema delicadeza”, e a revelação da lista pacificaria esse ambiente.

Ele ainda comentou que acompanha como observador as negociações da BRF em torno de um acordo de leniência com órgãos de controle. Como antecipou o Valor, a companhia, maior exportadora de carne de frango do mundo, está na fase inicial de um acordo dessa natureza com o Ministério Público Federal e Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), com o intuito de colaborar com as investigações no âmbito das operações Carne Fraca e Trapaça.

“Ao ministério não foi dito absolutamente nada, nem da PF [Polícia Federal] ou da Controladoria, tudo que sabemos sobre leniência vem da imprensa. Aqueles fatos que foram levantados, tudo que tem comprovação, que teve processos legal, inclusive ontem houve condenação por conta da Carne Fraca, o ministério abre PADs [processo administrativo] para fazer responsabilização. Quanto à leniência a gente não conhece, mas tenho prestado atenção nesse assunto”, encerrou.

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Fonte: Valor Econômico

3. Governo regulamenta cães farejadores na fiscalização agropecuária

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assinou a portaria 74, que regulamenta o uso de cães de detecção de odores (farejadores) nos procedimentos de fiscalização agropecuária. Segundo a pasta, em nota, o ingresso irregular de alimentos e até de pragas em vegetais pode ser percebida pelos animais, que podem reconhecer cerca de 80 tipos de odores diferentes.

Na portaria 74, ficou estabelecido também o Centro Nacional de Cães de Detecção (CNCD), que será construído junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O centro terá a responsabilidade de treinar os cães de detecção para atuarem nos aeroportos de todo o país. O objetivo reforçar os mecanismos de controle e fiscalização agropecuária.

Segundo o coordenador geral do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), Fernando Mendes, "o Ministério Público do Distrito Federal, vai doar dez cães para serem treinados e destinados a atuar nos aeroportos do país".

"É uma forma de reforçar a fiscalização sem impactar as operações dos terminais, pois as bagagens são farejadas antes de caírem nas esteiras dos aeroportos", explicou Mendes.

Hoje, deverão ser selecionados os três primeiros cães para serem treinados e atuarem nos aeroportos de Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e em Belém (PA). Em dois anos, todos os cães poderão atuar nessa fiscalização.

Os terminais de Guarulhos e do Galeão foram escolhidos pelo grande movimento de passageiros e o terminal Júlio Cesar Ribeiro, em Belém, para fazer o controle da entrada de frutas, evitando a disseminação da mosca da carambola.

Segundo o Ministério, os cães também deverão atuar nas fronteiras dos estados que iniciarem a retirada da vacinação contra a febre aftosa, a partir do próximo ano: Acre, Rondônia e também no Paraná, para monitorar a entrada de produtos de origem animal e evitar a entrada da febre aftosa no país.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Agrotóxicos: Defesa Agropecuária alerta para o prazo de cadastro no Gedave

No dia 2 de janeiro de 2019, o Conselho de Defesa Agropecuária inicia junto à cadeia do agronegócio do estado de São Paulo a utilização, em sua plenitude, do sistema eletrônico Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave). Isso significa que a indústria, os distribuidores de insumos agropecuários e produtores paulistas que não estiverem cadastrados e operando dentro da plataforma, estarão impedidos de realizar a venda e também a compra de produtos dentro do Estado.

O alerta foi divulgado no dia 20 de setembro no Diário Oficial do Estado, portanto, deve-se realizar os procedimentos o quanto antes, uma vez que a documentação das empresas e dos produtores precisa estar em ordem e uma eventual regularização pode demorar e inviabilizar a entrada no Gedave.

O prazo estabelecido para o cadastro de fabricantes, comerciantes, prestadores de serviços e unidades de recebimento de embalagens é até 31 de dezembro de 2018. Produtores rurais e engenheiros agrônomos emissores de receita agronômica podem cadastrar-se a qualquer momento.

Pioneiro no País, o Gedave está alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei federal nº 12.305/2010 - e a metodologia empregada segue o princípio da logística reversa, que responsabiliza o fabricante de um produto pelo descarte ambiental de todos os seus componentes.

A plataforma digital de controle de comercialização de agroquímicos é executada pelo próprio Conselho. “A ferramenta inclui receituário agronômico e sistemas de relatórios e de auditoria de atividades e, com poucos cliques, o produtor faz diversas consultas e consegue verificar, por exemplo, se um agroquímico tem registro para uma determinada cultura e, ainda, se a loja ou a empresa aplicadora está regularizada com o Estado”, disse o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento Rafael de Melo Pereira, que junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária é o diretor do Centro de Fiscalização de Insumos e Conservação do Solo. Outra inovação foi resolver on-line as demandas que antes exigiam pelo menos quatro meses, como a solicitação de recolhimento de produtos vencidos, por exemplo, disse o diretor.

Todos os participantes da cadeia produtiva dos agroquímicos têm obrigações e deveres para que o sistema funcione. São eles, a indústria, canais distribuidores, cooperativas, empresas prestadoras de serviço de aplicação, produtores rurais, engenheiros agrônomos e locais de devolução de embalagens vazias. Compete à Coordenadoria de Defesa Agropecuária, órgão da Secretaria, o monitoramento e intervenção quando necessário.

O sistema Gedave inicia o monitoramento no momento que a indústria gera um saldo de um produto a um comerciante. Algumas informações neste ponto são relevantes, como quantidade, tipo de embalagem, lote, data de validade. Essas e outras informações irão acompanhar aquele produto até o retorno da embalagem vazia, no que é conhecido como sistema de logística reversa.

Durante este fluxo, cada ator, dentro da sua competência, fará o registro da venda, do uso, do receituário, bem como o registro da devolução. Estes procedimentos, embora pareçam complicados, são imputados no programa de forma simples e intuitiva, não havendo necessidade de um conhecimento amplo de informática.

Na página da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (www.defesa.agricultura.sp.gov.br) tem-se acesso às informações através do banner na página inicial. Para agilizar o cadastramento, acessar o sistema Gedave a qualquer momento pelo endereço www.gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br

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Fonte: Agrolink

5. Cuiabá ganha Hub de Conexão da Drakkar

Em jantar realizado neste domingo (25), à noite no Hotel Holiday Inn, a Drakkar, empresa líder em Agricultura de Precisão no Brasil, abriu oficialmente seu mais novo Hub de Conexão em Cuiabá/MT. Para o presidente da empresa, Alan Acosta, “foram 12 anos de empenho e dedicação e, hoje, para garantir o crescimento sustentável da Drakkar no Cerrado, optamos em criar um escritório de suporte em Cuiabá para melhor atender aos 9 pontos de apoio que temos na região do MT (Sorriso, Sinop, Nova Mutum, Primavera do Leste, Rondonópolis, Campo Verde, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio e Vilhena/RO). Além da estrutura física, também estamos reforçando o time, com vinda do sócio e Diretor Técnico, Eng. Agr. Marcelo Busato, para residir na cidade”.

Para aliar a conquista do novo projeto de expansão da empresa à qualidade técnica, o evento, que reuniu a equipe drakkariana e produtores rurais convidados, contou com a palestra A Marca das Inovações e a Importância dos Dados para a Agricultura, proferida pelo professor PhD Ricardo Balardin, o qual buscou pontuar a importância dos dados, da informação, da conectividade nas tomadas de decisão do produtor. Balardin é um dos maiores especialistas em doenças de soja do Brasil, que tem se dedicado a delinear com ajuda da tecnologia os fatores predispostos para o avanço das doenças na cultura da soja.

O jantar também deu início à CARAVANA DRAKKAR MT 2018, com mais de 30 agrônomos drakkarianos rumo à CAPITAL DO AGRONEGÓCIO, Sorriso, onde serão realizados uma série de eventos técnicos e de integrações, fortificando a posição de destaque da Drakkar em Agricultura de Precisão no Mato Grosso. O projeto comemora 5 anos da escolha de Sorriso como a 1ª sede da Drakkar no MT, marcando os primeiros trabalhos no Cerrado, que ajudaram a conquistar a liderança do setor no Brasil, e o mais importante, fazendo com que produtores sejam mais eficientes com os seus insumos e alcancem produtividades médias superiores a 70 sacos de soja.

Notícia na Íntegra

Fonte: Drakkar/Notícias Agrícolas

6. Ferrovia Norte-Sul já supera volume de grãos de 2017

A VLI, empresa de soluções logísticas que integra terminais, ferrovias e portos e controladora do tramo norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS), já movimentou este ano mais de 5,9 milhões de toneladas de grãos pela FNS, tal volume é maior que o resultado de 2017. Com destino aos terminais localizados no Porto de Itaqui, no litoral do Maranhão, a ferrovia contribui de maneira mais eficiente para o transporte de cargas de soja, milho e farelo oriundas do leste e nordeste do Mato Grosso, sul do Pará e da nova fronteira agrícola, o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Os mais de 700 quilômetros da FNS (entre Porto Nacional-TO e Açailândia-MA) conectam-se à Estrada de Ferro Carajás formando uma importante conexão entre as áreas produtoras e o mercado externo. Conectados aos trilhos da FNS, a VLI dispõe de terminais integradores, que recebem cargas do modal rodoviário e transferem tudo para a ferrovia. O terminal de Porto Nacional, por exemplo, já alcançou novo recorde na movimentação anual: mais de 1,5 milhão de toneladas de soja e milho até outubro, o que representa um volume mais de 50% superior ao total do ano passado. Além dessa unidade, a VLI conta com o Terminal de Palmeirante, também no Tocantins. Os dois empreendimentos inaugurados em 2016 contam com capacidade para movimentar seis milhões de toneladas por ano. “Nos últimos anos a VLI capacitou a Ferrovia Norte-Sul para dar suporte ao crescimento do agronegócio na nova fronteira agrícola do país. Investimos cerca de R$ 1,7 bilhão na construção de dois terminais, melhorias na ferrovia, aquisição de locomotivas e vagões e construção de uma nova oficina de manutenção”, explica Gustavo Serrão, diretor de Operações Ferroviárias.

A empresa acredita no desenvolvimento do leste e nordeste do Mato Grosso, do sul do Pará, do Matopiba e na consolidação da rota que conecta os trilhos ao litoral maranhense para contribuir ainda mais com o agronegócio. Em 2017, esse caminho foi responsável por movimentar 5,87 milhões de toneladas de grãos. “O sistema integrado do Corredor Centro-Norte da VLI formado por terminais, ferrovias e a conexão com os portos é uma alternativa eficiente para que os produtores alcancem o mercado externo. Há um potencial enorme e nossa infraestrutura está pronta para atender”, completa Serrão.

Números

Volume FNS 2017: 5,87 milhões de toneladas

Volume FNS 2018 (até 25 de novembro): 6 milhões de toneladas

Volume Terminal de Porto Nacional 2017: 998 mil de toneladas

Volume Terminal de Porto Nacional 2018 (até outubro): 1,5 milhão de toneladas

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Fonte: VLI/Notícias Agrícolas

Proteína animal

7. EUA abrem mercado de carne bovina in natura para Argentina

O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou na noite de ontem a abertura de seu mercado de carne bovina in natura para a Argentina.

Até então, os argentinos só podiam exportar apenas carne bovina processada e cozida para os americanos.

A notícia é positiva para a brasileira Minerva Foods, que é a maior produtora de carne bovina da Argentina.

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Fonte: Valor Econômico

8. Obstáculo à habilitação de frigoríficos de suínos para vender à China

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou hoje que a China decidiu não inspecionar frigoríficos de carne suína durante a missão que realiza durante esta semana no Brasil, por causa dos recentes casos de peste suína clássica detectados no Ceará.

Dez técnicos do serviço sanitário chinês estão inspecionando dez plantas processadoras de carnes bovina e de frango no Brasil. A expectativa do Ministério da Agricultura é que posteriormente Pequim autorize uma lista de dezenas de unidades de um total de 78 que reivindicam autorização para exportar ao país asiático.

Na avaliação do ministro, as inspeções a abatedouros de suínos devem ser adiadas para o início do ano que vem. Atualmente, a China é o destino de 25% das exportações de carne suína do Brasil.

O ministro também procurou minimizar os atritos comerciais com os chineses, a exemplo da salvaguarda ao açúcar e de uma tarifa antidumping aplicada ao frango produzidos no Brasil.

De acordo com Blairo, o Brasil está procurando defender seus interesses comerciais com as ferramentas que dispõe. “Eles têm políticas internas que precisam ser defendidas também”.

Em relação à política do futuro governo em relação à China, Blairo disse acreditar que o presidente eleito Jair Bolsonaro será bem assessorado e orientado pela área internacional a não incorrer em “riscos”.

“Acho que ao sentar na sua mesa o novo governo tomará mais cuidados nesse sentido. Acho que a nossa chancelaria vai orientar o presidente e falar dos perigos e decisões que em muitas vezes não vão nos ajudar, vão atrapalhar. A [futura] ministra Tereza [Cristina] está vindo para o governo com grande apoio do presidente, produtores, FPA [Frente Parlamentar da Agropecuária]. Ela terá que ter voz ativa nessa discussão para que a gente não tenha problemas no futuro", concluiu.

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Fonte: Valor Econômico

9. Abilio Diniz depõe em inquérito da PF sobre Operação Trapaça

O empresário Abilio Diniz, ex-presidente do conselho de administração da BRF, depôs hoje na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Abilio falou às autoridades policiais no âmbito da Operação Trapaça, que investiga fraudes que teriam sido cometidas por funcionários e executivos da BRF.

Em meados de outubro, Abilio Diniz e outras 42 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal, tornando-se formalmente suspeitos. Abilio foi indiciado por estelionato, crimes contra a saúde pública, organização criminosa e por falsidade ideológico.

Segundo uma fonte, o depoimento do empresário na Polícia Federal foi tranquilo. “Abilio respondeu todas as perguntas feitas”, afirmou essa fonte. Agora, caberá ao Ministério Público Federal (MPF) decidir se formaliza ou não uma denúncia contra o empresário. Se a denúncia for feita e aceita, Abilio se tornaria réu. A ação em questão tramita na Justiça Federal de Ponta Grossa (PR). André Duzczak é o juiz responsável.

Em nota, Abilio informou que o depoimento ao delegado Maurício Moscardi, responsável pela Operação Trapaça, é uma "oportunidade" para comprovar sua inocência. "Na qualidade de presidente do Conselho de Administração da BRF, tomei todas as providências que deveriam ser adotadas no âmbito do Conselho, em conjunto com meus pares. Após os esclarecimentos de hoje, confio que a Justiça brasileira reconhecerá a minha inocência", disse o empresário.

Quando indiciou Abilio, em 15 de outubro, a Polícia Federal apresentou uma troca de mensagens por meio do aplicativo WhatsApp para as embasar as suspeitas. As mensagens, de 2015, foram enviadas para Pedro Faria, então CEO da BRF, e José Carlos de Magalhães Neto, que é sócio da gestora de recursos Tarpon e na época integrava o conselho da BRF.

Na troca de mensagens, Abilio demonstra "preocupação" com os desdobramentos da detecção de dioxina (substância cancerígena) em lotes de carne de frango exportados pela BRF à China. O empresário, que estava de férias, pede informações sobre o caso e busca entender os motivos que levaram o caso da contaminação a vazar à imprensa.

Quando indicou Abilio, o entendimento da PF era que o empresário e Faria tinham "plena capacidade de orientar os círculos sob sua subordinação a tomar as medidas técnicas e eficazes, em âmbito sanitário, para que se determinasse a causa-raiz da contaminação química dos produtos destinados ao consumo". No entanto, "o que ocorreu foram tão somente a lamentação dos executivos pelo vazamento de informação já conhecida".

O empresário liderou a empresa de alimentos, que é dona das marcas Sadia e Perdigão, por cinco anos, entre 2013 e 2018. Sua saída, em abril,foi conturbada. Em meio à crise financeira da empresa, os fundos de pensão Petros e Previ pediram a destituição do conselho.

Após um acordo, Abilio foi destituído da BRF em assembleia de acionistas em 26 de abril. Pedro Parente foi eleito para substituir o empresário. À frente da companhia, Parente costura um acordo de leniência no âmbito das operações Carne Fraca e Trapaça com o MPF e a Controladoria-Geral da União (CGU).

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Moagem de cana-de-açúcar recua 9,2% na 1ª quinzena de novembro

As usinas do Centro-Sul do país processaram 21,29 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de novembro, 9,18% menos que as 23,45 milhões de toneladas moídas no mesmo período do último ano. No acumulado desde o início da safra 2018/19 até 16 de novembro, o processamento chegou a 529,652 milhões de toneladas, retração de 4,55%, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Já o volume total de etanol comercializado pelas unidades do Centro-Sul somou 1,28 bilhão de litros nos primeiros 15 dias de novembro, com crescimento de 15,37% em relação à mesma quinzena do ano anterior. Do total, 56,83 milhões destinados à exportação e 1,22 bilhão ao mercado doméstico.

As vendas do etanol hidratado no mercado interno atingiram 902,10 milhões de litros, aumento de 30,84% em relação ao valor registrado em igual período de 2017. No caso do anidro, o volume comercializado internamente alcançou 319,76 milhões de litros no período analisado, montante inferior aos 395,60 milhões registrados na mesma quinzena do último ano.

“Como era esperado no último trimestre do ano, as intensas chuvas ocorridas em todos os Estados canavieiros promoveram redução no ritmo de colheita, além da postergação do término da safra em muitas unidades do Centro-Sul”, afirmou Antonio de Padua Rodrigues, diretor Técnico da Unida, em nota.

A produção de açúcar na primeira metade do mês, por sua vez, somou 880 mil toneladas, com queda de 29,88% sobre igual período de 2017/18. A fabricação de etanol subiu 1,37%, alcançando 1,085 bilhão de litros, sendo que 360 milhões correspondem ao anidro e 725 milhões ao hidratado, queda de 22,48% e alta de 19,68% em relação ao mesmo período da safra 2017/18, respectivamente.

Esses números confirmam o maior direcionamento da matéria-prima processada para a fabricação do etanol. Nos primeiros 15 dias de novembro, o indicador registrou 65,97% de cana direcionada à produção do biocombustível. Esse percentual é significativamente superior aos 57,62% observados na mesma quinzena de 2017.

Desde o início da safra até 16 de novembro, a produção de açúcar atingiu 25,229 milhões de toneladas frente as 34,474 milhões um ano antes. No caso do etanol, a produção acumulada alcançou 28,345 bilhões de litros, dos quais 8,762 bilhões de anidro e 19,583 bilhões de hidratado.

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Fonte: Valor Econômico

11. Após sobretaxar o Brasil, China poderá ampliar as compras de açúcar da Índia

Um plano da China de comprar açúcar da Índia, depois de ter restringido a entrada do produto brasileiro sob pretexto de defender a cadeia local, poderá, se for efetivado, ser interpretado como uma afronta de Pequim a Brasília. Diplomaticamente delicado, o contexto envolve três dos quatro sócios do Brics - apenas a Rússia está fora - e tende a ter impacto no mercado mundial da commodity.

O Brasil recentemente denunciou a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em consequência de barreiras ao açúcar, e avalia se adota o mesmo procedimento contra a India em razão de subsídios ilegais concedidos por Nova Déli. No caso chinês, o problema é que no ano passado Pequim impôs salvaguarda por três anos na importação de açucar, sob a alegação de que precisava proteger seus produtores diante do crescente incremento das importações.

A salvaguarda chinesa inclui uma sobretaxa a volumes que ultrapassem a cota de 1,945 milhão de toneladas. Para os primeiros 12 meses, a tarifa foi fixada em 95%, e deverá diminuir para 90% no segundo ano e para 85% no terceiro - mas há o risco de a medida ser estendida por mais três anos. Até a salvaguarda, a tarifa de importação fora da cota era de 50%.

Até então, o Brasil, o país mais prejudicado pela restrição, era o principal exportador de açúcar para a China. Segundo a União da Indústria de Cana-de- Açúcar (Unica), na safra 2016/2017 os chineses compraram mais de 2,1 milhões de toneladas de açúcar brasileiro. em 2017/18, já com a salvaguarda em vigor, as compras degringolaram e somaram apenas 115 mil toneladas, em meio à desconfiança de que o contrabando cresceu.

No próximo mês de dezembro, Brasil e China terão consultas no âmbito da OMC, primeira etapa depois que Brasília acionou o mecanismo de disputa contra os chineses alegando que as investigações sobre as importações violaram regras internacionais e que a restrição do país asiático não poderia ter sido aplicada.

Mas a dimensão do contencioso poderá crescer com o anúncio, pelo Ministério do Comércio da India, de que o país fez um pré-acordo com a China para vender açúcar. Foi fechado inicialmente um contrato para 50 mil toneladas, mas o plano, segundo o ministério, é que o volume alcance 2 milhões de toneladas por ano - ou seja, acima da cota imposta por Pequim. Conforme o jornal "The Hindu" uma fonte do governo indiano disse que o acordo foi negociado no "mais alto nível".

Quando o primeiro-ministro Narenda Modi se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping, em abril, eles já teriam se comprometido com a transação. O jornal cita o Ministério do Comércio, segundo o qual o aumento da exportação indiana de açúcar à China seria uma forma de a Índia diminuir um deficit de dezenas de bilhões de dólares no comércio bilateral.

A Austrália, um dos maiores produtores mundiais de açucar, deflagrou um sinal de alerta nesta terça-feira no Comitê de Agricultura da OMC, citando as notícias publicadas na imprensa sobre o acordo China-Índia e destacando seu impacto no mercado. Fontes chinesas, até agora, têm se mostrado menos firmes sobre o volume de 2 milhões de toneladas sinalizado por autoridades indianas. Até porque o estoque chinês de açúcar é grande, da ordem de 7 milhões de toneladas. A delegação indiana não respondeu à observação australiana.

Para o Brasil, maior exportador mundial, com 53,8% do mercado, o desafio vem, agora, dos dois sócios do Brics. Um documento australiano apresentado ontem na OMC calcula que, somente na safra 2016/17, a Índia forneceu US$ 1,1 bilhão de subvenções para os produtores de açúcar além do limite fixado pelos acordos internacionais. Como país em desenvolvimento, a Índia pode conceder subsídios equivalentes a até 10% do valor da produção. Ocorre, segundo a Austrália, que nos últimos seis anos Nova Déli liberou subsídios que representaram 94,4% do valor da produção.

A delegação indiana desqualificou os cálculos da Austrália e insistiu que o governo do país não concede subsídios ilegais a seus produtores. A Índia é o segundo maior país produtor e o quinto exportador de açucar do mundo, e a dinâmica do mercado de açucar do país tem consequências importantes no cenário internacional.

Na reunião de ontem do Comitê de Agricultura da OMC, esse foi o tema que mais provocou debate. Austrália, Brasil, Estados Unidos, União Europeia (representando 27 países), Tailândia, Nova Zelândia, Paraguai, El Salvador, Guatemala, Ucrânia e Colômbia se manifestaram contra os indianos. A Índia, por sua vez, reclamou que os EUA, em meio à guerra comercial com a China, aumentaram suas próprias subvenções específicas para ao açúcar. Brasil e Austrália aceleram as articulações para uma denúncia contra a Índia. Mas, segundo fontes, em Brasília a decisão não está tomada.

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Fonte: Valor Econômico

12. Resolução do RenovaBio prevê mudança em cálculo de ‘pegada de carbono'

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou hoje no Diário Oficial da União (DOU) a regulamentação da certificação dos biocombustíveis para participação no programa RenovaBio, em que prevê ainda mais mudanças na forma de calcular a “pegada de carbono” dos produtores.

A norma (resolução 758) prevê que os agentes interessados no programa poderão propor mudanças nos parâmetros de cálculo da intensidade de carbono — medida que servirá de parâmetro para a atribuição da quantidade de Certificados de Descarbonização (CBios) que cada produtor de biocombustível poderá vender.

Um grupo técnico formado por membros do Ministério de Minas e Energia e representantes do setor privado já elaboraram uma calculadora, a RenovaCalc. O modelo, disponível no site da ANP, atribui uma nota de eficiência energética (de intensidade de carbono) conforme dados do processo de produção do biocombustível que são inseridos na calculadora. As propostas deverão ser avaliadas por esse grupo técnico.

Não foi incluído neste modelo o impacto de mudanças diretas ou indiretas do uso da terra sobre as emissões de carbono. Em contrapartida, a regulamentação veta a participação de biomassas de áreas onde houve desmatamento de vegetação nativa, mesmo que em conformidade com a legislação ambiental.

Segundo a norma, só poderá participar do RenovaBio o biocombustível oriundo de área onde não tenha ocorrido desmatamento de vegetação nativa a partir de hoje (27 de novembro), data da publicação da regulamentação. Desmatamentos ocorridos entre a promulgação da lei do RenovaBio (dezembro de 2017) e hoje deverão ter ocorrido segundo as normas ambientais vigentes.

Será permitida, porém, a participação de biomassas oriundas de áreas onde eventualmente tenha ocorrido o corte de árvore isolada, desde que de acordo com a legislação.

Além disso, os produtores podem não incluir uma parcela da biomassa no processo de certificação.

Ainda de acordo com a resolução, os produtores terão que ter Cadastro Ambiental Rural (CAR) ativo ou pendente. Os produtores também terão que atender ao zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar (no caso do etanol produzido da cana) e ao zoneamento agroecológico para a cultura da palma de óleo (no caso do biodiesel da palma), a não ser que já tenham ocupado a área atual antes do início da vigência dos zoneamentos.

Para os biocombustíveis importados, a exigência é que os produtores tenham atendido à legislação ambiental vigente no país de origem.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e grandes culturas

13. Consumo de café no Brasil cresceu até 3,5% em 2018, diz Euromonitor

Apesar de todas as incertezas que cercaram a política e a economia no Brasil em 2018, o consumo de café no país deverá crescer de 3% a 3,5% em relação ao ano passado e somar 22,9 milhões de sacas, de acordo com projeção da Euromonitor International apresentada ontem durante o 26 Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé), em Punta del Este, no Uruguai.

Segundo a empresa de pesquisas de mercados, o Brasil lidera a demanda global, com uma participação no volume total que gira em torno de 16%. Os números incluem as diferentes categorias de café (torrado e moído, grãos, cápsulas e solúvel), consumidas dentro e fora de casa. “Mesmo com a crise econômica, o consumo continuou forte. Enquanto todas as outras categorias [de bebidas] tiveram queda, o café foi resiliente”, disse Angelica Salado, analista sênior de bebidas da Euromonitor, no encontro promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A demanda no mercado brasileiro representa um consumo médio anual per capita de 839 xícaras (de 40 ml), segundo a Euromonitor. Pelos números da empresa, que excluem as bebidas à base de café prontas para beber, o Brasil é o maior consumidor de café do mundo, à frente dos Estados Unidos. A Organização Internacional do Café (OIC), o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e a Abic, que utilizam metodologias de cálculo diferentes, consideram que o país se mantém em segundo lugar.

Na visão de Angelica, os números mostram que o que foi determinante para o crescimento da demanda não foi o comportamento do PIB do país, nem os preços praticados. “Foi a capacidade da indústria de responder às mudanças de mercado que manteve a performance positiva do café”, afirmou. Segundo a analista, o lançamento de novos produtos e a diversificação de canais de distribuição é que permitiram a manutenção do avanço.

O volume de 22,9 milhões de sacas calculado pela Euromonitor equivale a 1,1 milhão de toneladas. A empresa utiliza para os cálculos uma saca de 48 quilos, pois após a torrefação e a moagem o café verde perde umidade.

Conforme Angelica, as empresas do segmento fizeram gestão de seu portfólio para manter as vendas na crise. E ela sugeriu que essa estratégia perdure para que o crescimento se mantenha. Ela acrescentou que o comportamento do consumidor sofreu mudanças em decorrência da crise — como a busca de produtos mais baratos da mesma marca. E que essas “mudanças devem se perpetuar mesmo com a recuperação da economia”. Por isso, disse, “buscar inovação para agregar valor é fundamental”.

O estudo apresentado pela Euromonitor mostra que o café torrado e moído vem perdendo participação para outras categorias nos últimos anos no consumo em geral no Brasil, com um volume de 895 mil toneladas em 2018. Isso representa pouco menos de 80% do total, e a fatia deve cair mais até 2023. Já o café em grão, cujo consumo alcançou 203 mil toneladas neste ano, ganha participação, que deve ficar mais perto de 20% em 2023.

Com o equivalente a 11 mil toneladas do total de consumo em 2018, as cápsulas estão crescendo em ritmo mais lento. Mas, segundo Angelica, até 2023 o avanço anual nessa frente deverá ser de 5% a 7%, dependendo da região do Brasil. A categoria representa 1,9% do volume total consumido. “Ainda existe para avanço”. Para a analistas, um dos fatores que podem continuar estimulando o crescimento é a entrada na categoria de companhias já tradicionais em torrado e moído — caso da alemã Melitta.

Conforme a Euromonitor, hoje no Brasil 8% dos lares têm máquinas para café em cápsulas. Eram 5% em 2015 e a fatia deverá alcançar 15% em cinco anos. Angelica também vê potencial para crescimento na categoria de café solúvel, cujo consumo é estimado a 27 mil toneladas. A categoria concorre com cápsulas e torrado e moído, e a analista vê possibilidade de avanço por meio da diferenciação do produto.

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Fonte: Valor Econômico

14. Exportações de algodão devem aumentar em 50% nos próximos três anos

As exportações de algodão em pluma do Brasil devem aumentar mais de 50 por cento nos próximos três anos, para acima de 2 milhões de toneladas, em meio a uma safra também crescente, projetou nesta terça-feira a Maersk Line, ponderando sobre a possibilidade de uma nova dinâmica nos embarques por falta de contêineres.

Em relatório, a companhia marítima disse que os envios de algodão do Brasil devem oscilar de 1,4 milhão a 1,5 milhão de toneladas na atual safra 2018/19, subindo para algo entre 2,1 milhões e 2,2 milhões em 2020/21.

No mesmo período, a produção nacional da fibra deve ir a 3 milhões de toneladas, de 2,2 milhões esperados para o ciclo vigente. Líder em carregamento de algodão, a Maersk fez suas estimativas com base em informações obtidas junto a agentes do mercado.

As projeções da companhia são bem semelhantes às do governo brasileiro. Em seu mais recente boletim, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma safra de algodão 2018/19 em 2,2 milhões de toneladas, com exportações de 1,3 milhão de toneladas.

As perspectivas para este ano são recordes e refletem um aumento forte na área plantada. A semeadura se concentra nos Estados de Mato Grosso e Bahia, e a colheita se desenrola em meados do ano, com os embarques se intensificando ao longo do segundo semestre.

Mas conforme Denis Freitas, diretor da Safmarine, subsidiária da Maersk, esse pico de vendas está mais “diluído” pela falta de contêineres no país.

“As exportações tinham pico em setembro, outubro e novembro. Mas agora já estão entrando para o ano seguinte. Já temos expectativa de carregar ao longo de todo o primeiro trimestre (de 2019)”, afirmou à Reuters.

O Brasil é um grande exportador de produtos, desde agrícolas até manufaturados, ao passo que importa menos do que vende ao exterior. Com isso, há menos contêineres vindo ao país e mais necessidade desses equipamentos para envios, afirmou Freitas.

É isso que tem afetado —e pode continuar afetando— as exportações de algodão do Brasil.

“Com essa queda na importação... A gente está vendo os navios vindo para o Brasil com bem menos contêineres. Pode ter uma falta de equipamento para atender a demanda de exportação... Quando encontramos um balanço saudável entre exportação e importação, não temos o custo de trazer contêiner vazio para o Brasil”, disse o diretor da Safmarine, que responde pela Costa Leste da América do Sul.

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Fonte: Reuters/Agrolink

15. Colheita de canola encerra com aumento na produção

A produção brasileira de canola está concentrada no Rio Grande do Sul, onde a colheita encerrou com 52 mil toneladas, um volume 40% superior à safra anterior. O retorno econômico com a cultura também foi considerado satisfatório pelo setor produtivo.

A área de canola sofreu grande redução em relação ao ano passado. A retração chegou a 85% no Paraná, onde pouco mais de 700 hectares foram cultivados com canola em 2018. O principal motivo, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Canola (Abrascanola) foi a fraca atuação do fomento pela indústria na região, que conseguiu trazer matéria prima a preços mais atrativos do Paraguai.

No Rio Grande do Sul, apesar da área 33% menor, as lavouras resultaram num rendimento 70% superior à safra passada. Os rendimentos variaram nas diferentes regiões produtoras, partindo de 1.200 até 2.500 kg/ha (quilos por hectare), mas na média o rendimento das lavouras ficou em 1.500 kg/ha (25 sacos). Ao contrário do ano anterior, quando muitas lavouras sofreram com granizo no florescimento e chuva na colheita, nesta safra o clima foi favorável na maioria das regiões, com problemas isolados de granizo e de geada que afetaram cerca de 5% das lavouras. A produção gaúcha atingiu 52 mil toneladas, colhidas em 35 mil hectares.

Na avaliação do Presidente da Abrascanola, Vantuir Scarantti, os rendimentos nesta safra garantiram uma boa margem de lucro ao produtor. Segundo ele, já nas primeiras colheitas em outubro, muitos produtores fizeram contratos de venda a R$ 75,00 a saca de 60 kg, lembrando que a canola tem preço equivalente à cotação da soja. Com os custos de produção entre 12 e 15 sc/ha, a receita líquida na canola ficou entre R$ 600,00 e R$ 1.000,00 por hectare. Com os bons resultados desta safra, a projeção é de aumento de área no próximo ano: “O produtor está motivado com a canola, satisfeito com os resultados deste ano. A nossa expectativa é de um aumento de área que pode chegar a 10% na safra 2019”, finaliza Vantuir Scarantti.

Canola no sistema de produção

A adubação da canola, de base e de cobertura, é o elemento de maior importância, pois representa mais de 50% do custo operacional. Contudo, este investimento pode favorecer também os cultivos subsequentes, especialmente o trigo e o milho. Estudos conduzidos no Paraná pela Fapa/Agrária, com nove anos de dados coletados em sistemas de rotação com canola, mostram ganhos no rendimento das culturas após cultivo da canola. No milho, o rendimento de grãos foi 32% superior. Na soja, o aumento na média de rendimentos ficou entre 400 e 500 kg/ha, em comparação a áreas de pousio ou cultivo não adubado. No trigo, o rendimento é de 10 a 20% maior, resultando numa lavoura com melhor sanidade.

De acordo com a Embrapa Trigo, a canola traz uma série de benefícios aos cultivos subsequentes:

a planta de canola possui um caule ereto com raiz pivotante, com grande quantidade de raízes que favorecem a descompactação natural das áreas;

gramíneas como trigo e milho, se beneficiam dos resíduos do fertilizante nitrogenado e da reciclagem de nutrientes que a canola extrai em maior profundidade do que os cereais. O cultivo da canola também pode acelerar a decomposição da resteva nestas gramíneas, reduzindo o inóculo de pragas e doenças;

em leguminosas, como a soja e o feijão, a canola ajuda no controle de doenças causadas por fungos, especialmente as podridões radiculares; no milho, rotação com a canola reduz problemas causados por mancha de diplodia e cercosporiose;

Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Tomm, o modelo de rotação ideal é soja-canola-milho-trigo: “Vimos que esta sequência de culturas apresenta diversas vantagens no controle de doenças, melhor eficiência de uso de nutrientes, especialmente o nitrogênio proveniente da rápida decomposição da biomassa de canola, e facilidade de semeadura, contribuindo para o aumento da lucratividade”.

Na prática, a semeadura de canola em resteva de soja RR reduz o risco de efeitos fitotóxicos de resíduos de herbicidas prejudiciais à canola. Se a canola sucede o cultivo de milho, é necessário colher o milho o mais alto possível para diminuir a quantidade de palha que dificulta a operação de semeadura da canola (embuchamento), aumentar a densidade de semeadura para compensar as perdas decorrentes de sementes que não germinam devido ao limitado contato solo-sementes, e aumentar a adubação nitrogenada para compensar a competição pelo N do solo.

A recomendação geral é esperar 20 dias entre a colheita da canola e a semeadura da soja ou o milho para evitar efeitos alelopáticos da canola. Ainda, é importante verificar que, se a lavoura de canola esteve muito infestada por sclerotínia, será preciso investir em fungicidas ou selecionar outra área para o cultivo de soja dentro do planejamento de rotação da propriedade.

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Fonte: Agrolink

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