Conjuntura do Agronegócio

1. PIB da agropecuária crescerá 0,9% em 2019, diz Ipea

O aumento da produção de grãos nesta safra 2018/19 e melhores perspectivas para as carnes deverão acelerar o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária do país este ano, conforme projeções divulgadas na mais recente “Carta de Conjuntura” do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo cálculos dos analistas do órgão, o PIB do setor cresceu 0,6% em 2018 e subirá 0,9% em 2019.

Para a alta estimada para o ano passado, pesou a recuperação da demanda doméstica por carne de frango a partir do terceiro trimestre e também o reaquecimento das exportações de carne bovina. A produção recorde e as cotações elevadas da soja — carro-chefe do agronegócio nacional — durante o ano todo também exerceram influência direta no resultado estimado, ao passo que a queda dos preços de produtos como café e açúcar limitaram o incremento.

No cenário traçado para 2019, exercem influência positiva as projeções de Conab e IBGE de que a safra recorde de grãos alcançará um novo recorde, impulsionada por soja e milho, e a expectativa de que o melhor momento das carnes perdure. Segundo a “Carta de Conjuntura”, a ampliação do crédito rural à disposição dos produtores rurais no ano-safra 2018/19, que começou “oficialmente” em julho, também tende a colaborar para o avanço previsto do PIB da agropecuária.

Como já mostrou o Valor, contudo, a demanda por crédito rural foi tão forte no segundo semestre do ano passado que algumas linhas — como a ABC, de agricultura de baixo carbono — não contam mais com recursos. Essa escassez não ameaça o plantio das diversas culturas, mas pode limitar investimentos e, assim, afetar produtividades nesta temporada e nas vindouras.

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Fonte: Valor Econômico

2. Tereza Cristina toma posse no Ministério da Agricultura

Sob medida para os ouvidos do agronegócio. Assim foi o discurso de posse de Tereza Cristina no Ministério da Agricultura, que terminou há pouco em Brasília. Breve e genérica, a fala da deputada federal (DEM) licenciada deu eco a antigos mantras do setor, mas não avançou em soluções para antigos gargalos.

Numa tentativa de descontrair o ambiente e valorizar o time que montou para comandar a Pasta, a nova ministra começou elogiando sua equipe — “o currículo dos meus secretários é melhor que o meu” — e, não por acaso, lançou um agrado direto a Luiz Antônio Nabhan, apoiador de primeira hora do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro e um de seus principais conselheiros sobre o setor.

Também cotado para assumir o Ministério da Agricultura, Nabhan perdeu a corrida para Cristina mas não ficou de fora do primeiro escalão da Pasta. Assumiu o cargo de secretário de Assuntos Fundiários e, conforme Tereza, “terá um grande desafio na área de reforma agrária”.

“A Secretaria de Assuntos Fundiários zelará pela segurança jurídica no campo (...) Estamos atentos à urgente demanda de titulação de terras da reforma agrária”, afirmou a ministra logo depois de deixar claro que, em sua opinião, a agricultura empresarial e a familiar “são um mesmo negócio”.

Ainda que tenha feito questão de elogiar seu antecessor — “o ministro Blairo [Maggi] deixa um legado e nossa missão será fazer mais e melhor”, Tereza Cristina reiterou que é preciso desburocratizar processos e defendeu o novo formato do ministério, com novas secretarias ocupadas por ruralistas de peso. Nabhan, por exemplo, conquistou os ouvidos de Bolsonaro com seus conselhos enquanto presidente da União Democrática Ruralista (UDR).

A ministra reforçou que as áreas de defesa agropecuária e de relações comerciais internacionais serão prioridades em sua gestão — “o crescimento do nosso setor causa incômodo no mundo todo” —, lembrou à equipe econômica do novo governo que “é essencial que o crédito para produção e o seguro rural estejam disponíveis e sejam abundantes” e pregou a aceleração da modernização do setor, com “tecnologias de informação disponíveis no campo”.

Depois da cerimônia de posse, Tereza Cristina confirmou a jornalistas que os processos de demarcação de terras indígenas passarão a ser de responsabilidade do Instituto Nacional de colonização e Reforma Agrária (Incra), que foi incorporado ao seu ministério e ficará sob o guarda-chuva do secretário Nabhan. E negou que a Fundação nacional do Índio (Funai) esteja sendo esvaziada no novo governo.

“A Funai não ficou com a Agricultura, só a parte fundiária veio para o Incra. É tudo muito novo. Temos uma conversa para fazer para que as demarcações sejam feitas através de um conselho interministerial, que estamos discutindo na Casa Civil”, afirmou a ministra.

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Fonte: Valor Econômico

3. Diálogo com países árabes está aberto, diz Tereza Cristina

Diante da possível transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, a nova ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quarta-feira a jornalistas que o assunto será intensamente dialogado com os países muçulmanos, grandes importadores de carnes brasileiras — e que já ameaçaram retaliar o país por conta da medida.

“Ontem, o presidente Bolsonaro confirmou em seu discurso a importância da agropecuária no seu governo. Esse assunto será colocado, o diálogo está aberto. Recebi aqui hoje vários embaixadores do mundo árabe. As exportações de carnes são muito importantes nos negócios brasileiros. Os embaixadores estão ansiosos para sentar numa mesa e começar um diálogo”, afirmou após cerimônia de transmissão de cargo e posse de seus secretários.

Tereza afirmou que o governo está apenas começando e pediu calma a jornalistas em relação ao assunto. O setor de agronegócios confia que Bolsonaro ainda será convencido de que a transferência pode aniquilar as exportações de carnes para esses países.

A ministra também reafirmou que a abertura e a consolidação de mercados internacionais para os produtos agropecuários brasileiros serão prioridades em sua gestão. “Produzir, o produtor brasileiro já mostrou que é capaz e está carregando a balança comercial brasileira. Mas sempre vamos conversar com o Ministério das Relações Exteriores, com a Secretaria de Governo, para manter e abrir mercados”, encerrou.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. BNDES aprova financiamento de R$ 1,8 bi à Logum

A Logum, empresa controlada por Petrobras, Raízen, Copersucar e Uniduto, contratou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiamento de R$ 1,8 bilhão para expandir a sua infraestrutura dutoviária e de armazenamento de etanol. Com os recursos, a Logum investirá R$ 3,3 bilhões desde que foi criada, em 2011, para implantar um sistema logístico multimodal de transporte e armazenagem de etanol e de derivados de petróleo. O novo aporte do BNDES representa 54% do total.

Do valor do financiamento do BNDES, R$ 960 milhões serão destinados a alongar parte de um empréstimo de curto prazo que a empresa já tinha com o banco. O prazo de vencimento dessa dívida passa a ser de 17 anos. O empréstimo de curto prazo era de R$ 1,3 bilhão, mas uma parcela já havia sido amortizada pela empresa. Do dinheiro novo, haverá ainda R$ 850 milhões para novos investimentos, empréstimo a ser pago em 24 anos. Os acionistas da companhia entrarão com uma contrapartida de R$ 200 milhões.

O objetivo da expansão, segundo o BNDES, é fazer o sistema logístico da Logum chegar diretamente aos centros consumidores, na região metropolitana de São Paulo. O custo do financiamento está atrelado à Taxa de Longo Prazo (TLP). No caso da Logum, o custo foi de IPCA mais 2,98% ao ano, mais spreads.

Serão construídos novos dutos que ligarão Guararema a São Caetano do Sul, passando por Suzano e Guarulhos, e Guararema a São José dos Campos. No total, o etanolduto será expandido em 128 quilômetros. Além disso, no duto existente entre Paulínia e Guararema - que é da Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras -, a Logum fará um investimento no sistema de bombeamento para aumentar a capacidade de transporte de etanol. E, ainda como parte desse ciclo de investimentos, será erguido em Guarulhos um terminal com três tanques com capacidade estática de armazenagem total de 45 milhões de litros de etanol.

As obras devem ser concluídas no primeiro trimestre de 2021, afirmou Wagner Biasoli, presidente da companhia, ao Valor. Esse conjunto de investimentos permitirá que a companhia passe de uma movimentação de 2,7 bilhões de litros de etanol previstos para 2019 para 6 bilhões de litros em 2022, segundo Biasoli. Atualmente, o sistema dutoviário da Logum está "praticamente todo ocupado", afirmou o executivo. De janeiro a novembro de 2018, o sistema entregou 2,145 bilhões de litros ao mercado, de acordo com dados publicados pela companhia.

Hoje, a Logum faz captações de etanol em Ribeirão Preto (SP) e em Uberlândia (MG), e faz o transporte do produto, via dutos, até Paulínia. Dali o etanol é transportado até São Paulo e Rio de Janeiro utilizando a malha de dutos da Transpetro. Segundo o presidente da Logum, a expansão dos dutos "vai dar mais eficiência ao sistema logístico de etanol, porque tem mais confiabilidade". Ele ressaltou também que apenas os novos dutos vão substituir 400 mil viagens de caminhões que ocorrem por ano na cidade de São Paulo, o que permitirá uma redução na emissão de gás carbônico equivalente a 700 mil toneladas por ano. "Tem a vantagem da qualidade de vida relativa à mobilidade e uma redução significativa de poluição", disse.

Pedro Passos, chefe do departamento de logística (Delog) do BNDES, disse ontem que existem gargalos que limitam a capacidade de transporte da Logum. Com os investimentos na expansão, esses gargalos serão reduzidos. Gabriela Valadão, gerente do Delog do BNDES, também destacou o impacto ambiental positivo do projeto, uma vez que haverá redução nas emissões de gás carbônico pela saída de caminhões das estradas, os quais serão substituídos pelo transporte do etanol via dutos. A expectativa do BNDES é que a nova capacidade de transporte do etanolduto da Logum seja rapidamente atingida do ponto de vista operacional.

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Fonte: Valor Econômico

5. Governo vai tratar de tabela de frete ainda nesta semana

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quarta-feira que o novo governo deverá começar a tratar ainda esta semana do imbróglio envolvendo o tabelamento de frete rodoviário de cargas, contestado na Justiça por várias entidades do setor empresarial.

“Estamos monitorando a tabela, conversando. Esta semana o governo deverá fazer alguma orientação”, afirmou Tereza após cerimônia de posse de seus secretários.

De acordo com ele, o tabelamento já vem sendo discutido por vários órgãos do governo, incluindo o Ministério da Infraestrutura e o Gabinete de Segurança Institucional. “Esse é um assunto que tem que ser acompanhado de perto e é o que já estamos fazendo”, acrescentou.

No fim do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, autorizou a aplicação de multas pelo descumprimento da tabela depois de, dias antes, ter acatado uma liminar suspendendo essas multas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) recorreu da nova decisão.

Pela lei do frete mínimo, que o ex-presidente Temer sancionou em meio aos esforços para encerrar a greve de caminhoneiros que parou o país no fim de maio, o governo terá que publicar novas tabelas em 20 de janeiro.

O setor agropecuário acredita que o governo do presidente Jair Bolsonaro divulgará um tabelamento com reajustes que ao menos se aproximem dos valores de mercado. Mas espera que a tabela seja revogada pelo Congresso.

Há muitos relatos de transportadores de produtos agropecuários que não estão cumprindo os valores previstos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Também há casos de caminhoneiros que estão aceitando negociar valores mais baixos que os estipulados, segundo fontes do mercado.

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Fonte: Valor Econômico

6. Estudo mostra que pedágio pode onerar em até 45% transporte de grãos no Paraná

Pedágios nas rodovias do Paraná chegam a representar 45% do custo do transporte de grãos no Estado. É o caso das cargas que saem de Foz do Iguaçu, no oeste, para Paranaguá, que recolhem R$ 977,60 em tarifas. No caso de localidades mais próximas do porto, como Ponta Grossa, o custo equivale a 20% do total. Os dados foram apontados por estudo da Gerência Técnica e Econômica do Sistema Ocepar (Getec), que mensurou o impacto dos atuais valores de pedágio praticados nas estradas paranaenses nos custos do transporte de grãos e insumos.

Conforme o levantamento, divulgado pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), as tarifas de pedágio podem atingir o equivalente a 8,3% do custo operacional de produção, em se tratando de milho, e de 4,9%, no caso da soja. "Em 10 de dezembro de 2018 a Agepar homologou os aumentos no pedágio para os lotes de concessão no estado do Paraná. Os reajustes variam entre 0 e 17,83%, mas, devido aos arredondamentos, o reajuste efetivo variou em algumas situações acima dos valores homologados", destaca o estudo.

"O maior aumento ficou por conta dos lotes da Viapar, com um ajuste efetivo de 17,83%. Esse reajuste contempla também um acréscimo oriundo de um degrau tarifário, aprovado em janeiro de 2018 e até então, não aplicado. A Econorte não solicitou reajuste tarifário à Agepar, portanto não houve alteração do valor vigente em 2018. Dessa forma, o valor por 100 km de pedágio médio no Paraná é de R$ 14,90. O valor mais alto é cobrado pela Econorte, com uma média de R$ 17,89/100km. O menor valor é cobrado pela Ecovia, com R$ 11,94/100km, em um trecho de concessão com 175 km."

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Proteína Animal

7. Acordo de acionistas entre dona da Minerva Foods e BRF é rescindido

O acordo de acionistas entre a VDQ Holdings, controladora da Minerva Foods, e a BRF foi rescindido, informou a Minerva em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com isso, a BRF perde o contrato de fornecimento de carne bovina que tinha com a Minerva, terceira maior produtora de carne do país.

A BRF adquiria matéria-prima da Minerva para a produção de hambúrguer e almôndega em sua fábrica de Várzea Grande (MT). Na prática, porém, a perda do contrato não será um problema para a BRF porque a dona das marcas Sadia e Perdigão deixará de produzir hambúrguer.

Recentemente, a BRF anunciou a venda da fábrica de Várzea Grande (MT) para a também brasileira Marfrig, segundo maior frigorífico de carne bovina do país. Sendo assim, a Marfrig será a responsável pela produção do hambúrguer das marcas Sadia e Perdigão.

A rescisão do acordo de acionista entre VDQ e BRF, que previa o contrato de fornecimento a preços de carne mais competitivos para a BRF, ocorreu em razão do aumento de capital de cerca de R$ 1 bilhão da Minerva.

Como a BRF decidiu não subscrever as novas ações da companhia, sua participação acionária recuou de 6,7% para 4,04%. Para que o acordo de acionistas com a VDQ continuasse válido, a BRF deveria manter uma participação mínima de 6% na Minerva.

A tendência é que a BRF venda a fatia que ainda possui na Minerva, deixando ser acionista da companhia. Como parte do plano de monetização de R$ 5 bilhões lançado pela BRF para reduzir as dívidas, a empresa já vendeu neste ano parte das ações que tinha na Minerva, reduzindo a fatia na empresa de quase 12% para 6,7%.

Considerando a cotação das ações da Minerva nesta sexta-feira (R$ 4,95), a participação da BRF na empresa está avaliada em R$ 75,2 milhões.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Marfrig conclui compra de ativos da BRF na Argentina

A Marfrig Global Foods, segunda maior produtora de carne bovina do mundo, concluiu hoje a aquisição do controle da argentina Quickfood junto à BRF.

Pela transação, que foi anunciada ao mercado em 7 de dezembro, a Marfrig pagou US$ 54,9 milhões, incluindo a assunção de dívidas.

Com isso, resta apenas a conclusão da aquisição da fábrica de hambúrguer da BRF em Várzea Grande (MT), pela qual a Marfrig pagará R$ 100 milhões. Segundo a BRF, a conclusão da compra da fábrica no Brasil ainda depende da “verificação de condições precedentes”.

Com a Quickfood e a fábrica de Mato Grosso, a Marfrig se tornará a maior produtora de hambúrguer do mundo. Do lado da BRF, a venda desses ativos representa um avanço no processo de redução das dívidas da empresa.

Ao todo, a BRF prevê obter R$ 3 bilhões com a venda de ativos operacionais. Até agora, a companhia obteve cerca de R$ 500 milhões com essas venda, montante que inclui a transações as feitas com a Marfrig.

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Fonte: Valor Econômico

9. Planta da Marfrig atingida por incêndio volta a operar a pleno vapor

A unidade da Marfrig Global Foods localizada na cidade de Mineiros, em Goiás, voltará a operar com sua capacidade total (abate de mil cabeças de gado por dia) a partir desta semana, após o incêndio de médias proporções que danificou parte de suas instalações no feriado de 12 de outubro.

Segundo nota divulgada pela Marfrig, devido aos danos as atividades em Mineiros foram temporariamente paralisadas e parte da produção foi desviada para outras plantas. Com a reativação da unidade, que foi totalmente recuperada, seus cerca de mil funcionários, que desde novembro foram mantidos sob o regime de bolsa qualificação profissional (lay-off), voltarão a exercer normalmente suas atividades.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Preços do açúcar iniciam 2019 em baixa

Os contratos futuros do recuaram, nesta quarta-feira (3), tanto em Nova York quanto em Londres. Na bolsa americana o açúcar bruto para março/19 fechou em 11.93 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 10 pontos. Os contratos futuros para maio/19 foram comercializados a 12.03 centavos de dólar por libra-peso, queda de 7 pontos.

Em Londres, os contratos com vencimento em março/19 foram firmados em US$ 328,80 a tonelada, desvalorização de 3,70 dólares. Na tela maio/19 os contratos fecharam em US$ 332,90 a tonelada, queda de 3,40 dólares.

De acordo com o jornal Valor Econômico de hoje, os preços do açúcar fecharam no vermelho na primeira sessão de 2019 na bolsa de Nova York em meio à falta de notícias que pudessem dar sustentação à commodity.

São Paulo

Ontem, o indicador Cepea/Esalq para o açúcar cristal, estado de São Paulo, fechou em R$ 68,18/saca de 50 kg, leve recuo de 0,03%.

Etanol

De acordo com os índices da Esalq/BM&FBovespa, posto Paulínia, o etanol hidratado fechou em baixa ontem, negociado a R$ 1.734,50 o metro cúbico, valorização diária de 0,14%.

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Fonte: Udop

11. Sem cana para moer até abril, Paraná também pode ter safra 19/20 iniciada com atraso

Há uma expectativa no setor sucroenergético do Paraná de que a safra vai ser iniciada com atraso no próximo ciclo. E também não haverá cana para ser moída nesta entressafra, embora oficialmente a safra 18/19 vá até abril.

As cerca de 25 unidades espalhadas especialmente no Noroeste, entre Maringá e Umuarama, estão indo para a temporada 19/20 com canaviais muito prejudicados pela seca do ano passado. Com ponto de corte ideal, portanto, mais para frente.

" O clima afetou tudo", disse Miguel Tranin, presidente da Alcopar, entidade que reúne as fabricantes.

O Paraná vinha com colheita muito acelerada pela seca - em mais de 600 mil hectares - que favorecia os trabalhos de campo, e sofreu uma interrupção com a vinda das chuvas no final de outubro.

Ao final de novembro, começo de dezembro. a colheita foi encerrada, na faixa das 36 milhões de toneladas, contra quase 38 milhões da safra 17/18. O etanol virou sobre as safras anteriores, dando 60% para 40% de produção açúcar no Estado.

Longe de safras mais cheias, como as 45 milhões de cana moída em 2009/2010.

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Fonte: Notícias Agrícolas/Udop

12. Petróleo em alta moderada e sem fundamento próprio não consegue segurar derretimento do açúcar

Sem exprimir fundamentos próprios no primeiro dia útil do ano, até por isso o petróleo em alta moderada não teve força para melhorar os preços do açúcar e tampouco tira fôlego da gasolina no mercado interno, ajudando o etanol, se mantida a escrita.

O barril do Brent em Londres circulou entre mais 3% e 2% nesta quarta (2), oscilando de US$ 54 a US$ 55, de carona nos ganhos do mercado de ações dos Estados Unidos, enquanto investidores ainda ignoram os cortes da produção anunciados pelos países produtores e se prendem aos dados da economia mundial em desaceleração. O Harbor RBOB (referência internacional da gasolina) subiu 4 pontos, ou 3%, indo a US$ 1,34 o galão.

O açúcar ficou menor em Nova York (ICE Futures) em todos os contratos. O mais importante, março, trouxe a cotação para baixo dos 12 c/lp, rompendo um piso que estava na mira há várias sessões.

A queda hoje foi de 10 pontos, a 11.93 c/lp.

O superávit global de açúcar tira suporte e aponta para dificuldades do derivativo conseguir atingir os 14 c/lp mais a frente, quando a Índia entrar na sua entressafra.

O país asiático ultrapassou o Brasil como maior exportador da commodity e deverá produzir 35/36 milhões de toneladas, participando do excedente global em torno de 9 milhões de toneladas, como o visto pelo USDA.

Na usinas, a pressão sobre o etanol continua, apesar da entressafra, com preços ofertados pelas distribuidoras a R$ 2,00/litro, na faixa do observada nos últimos negócios de 2018. A gasolina opera com competitividade na bomba.

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Fonte: Notícias Agrícolas

Grãos e Grandes Culturas

13. Cade aprova operação societária na Café do Brasil

A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a operação de compra pela Café do Brasil — holding controlada pelo Pátria Investimentos — de 100% das ações da Gran Coffee e da Brasil Espresso. A operação, na prática, representa a entrada dos acionistas Gama, que já são sócios da Café do Brasil na Gran Coffee, no capital social da Brasil Espresso.

O negócio foi fechado em 10 de dezembro. Com a operação, as duas companhias serão detidas pelos acionistas da Brasil Espresso - a Café do Brasil e três fundos de investimento, dois dos quais também são geridos pelo Pátria — e os acionistas da família Gama.

“Do ponto de vista material, a operação representa apenas a entrada dos acionistas Gama, de forma indireta, no capital social da Brasil Espresso, que deterão, conjuntamente, cerca de 22,96% do capital social da companhia”, apontou a superintendência.

“A operação representa, ainda, um incremento indireto de menos de 5% da participação combinada dos acionistas [da] Brasil Espresso no capital social da Gran Coffee, de forma que, se fosse considerada isoladamente, essa aquisição não seria de notificação obrigatória ao Cade”, acrescentou a superintendência, em parecer emitido no último dia 28.

O órgão antitruste considerou que a transação levou apenas para os fins concorrenciais a entrada dos acionistas Gama de forma indireta no capital social da Brasil Espresso. “Os efeitos concorrenciais de uma atuação conjunta da Gran Coffe e da Brasil Espresso não possuíam prerrogativas de trazer prejuízos ao ambiente competitivo”, ressaltou a superintendência.

“Constata-se que os acionistas Gama não possuem atuação no ramo de comercialização de café em que a Brasil Espresso atua.”

A Gran Coffee atua no segmento de insumos e máquinas de café e é a maior distribuidora de máquinas da Nespresso no país. A Brasil Espresso comercializa cafés finos e possui marcas de cápsulas de café.

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Fonte: Valor Econômico

14. Mas, afinal de contas, o que é exatamente um bushel?

As tensões comerciais entre Estados Unidos e China neste ano geraram grande volatilidade no mercado de soja. E também obrigaram as pessoas a ficar mais soterradas na matemática da soja.

Há décadas, os preços de commodities agrícolas como a soja são cotados em bushels na bolsa de Chicago, embora muitos traders e agricultores nunca tenham visto o grão ser realmente guardado nessa esquisita cesta de madeira que existe há séculos.

"A maioria das pessoas nunca viu um bushel - eu, por exemplo, nunca vi", afirmou Anthony Stinton, que negocia farelo de soja em Greely, no Estado do Colorado. Ele tem uma fórmula rabiscada em um papelzinho amarelo colado no computador que usa toda hora, todo dia, para converter as toneladas de soja produzidas no Brasil ao equivalente em bushels americanos. "É uma espécie de volume abstrato", disse ele.

Um bushel de soja equivale ao volume de grãos secos suficiente para encher oito galões. Assim, o volume de um bushel tradicional é 2.150,42 pés cúbicos. É o equivalente a 60 libras-peso, ou, no caso da soja, a 27,216 quilos. Na Bíblia, os bushels eram usados como recipientes para grãos, sementes e farinha. Em feiras e fazendas, é possível ver bushels cheios de maçãs, vegetais e até caranguejos. A expressão "um bushel e um peck" - que significa "um montão" em inglês -, ficou bastante conhecida por causa da canção popular "Guys and Doll". Um peck equivale a um quarto de um bushel.

No mundo das commodities, os bushels são uma dor de cabeça matemática. Ariel Haendler, chefe global de compra e venda de soja da Cofco International, trading agrícola da gigante estatal chinesa de alimentos Cofco, disse que sempre leva uma calculadora quando participa de discussões estratégicas com colegas e que a usa para fazer conversões de toneladas para bushels. Uma tonelada de soja é igual a 36,74 bushels.

Nesses encontros, há "sempre um intervalo de dez segundos para que possamos fazer contas nas calculadoras, fazendo e refazendo, como se estivéssemos na quarta série", disse o americano, que trabalha na Suiça. Mesmo já sabendo a fórmula de cabeça, qualquer erro pode ter custos elevados, acrescentou Haendler.

Para tentar ajudar os agentes do mercado em seus cálculos, o CME Group, que opera a Chicago Board of Trade, tem á disposição um guia de bolso de 44 páginas que inclui tabelas de conversão de peso para várias commodities.

O guia ensina, por exemplo, que para converter 11 mil toneladas de soja para bushels, os usuários podem simplesmente somar as conversões de 10 mil toneladas (367.437 bushels) e de mil toneladas (36.744 bushels) para saber que o total é 404.181 bushels de soja. Cada contrato futuro de soja é formado por 5 mil bushels.

Na fazenda da família Scott, em Delphi, em Indiana, não há um só bushel à vista. "É apenas uma ideia em nossas cabeças", disse Brian Scott, que planta soja, milho e trigo com o pai e o avô. "Pensamos em bushels, mas eles não medem realmente em bushels", afirmou.

Em vez disso, os caminhões são enchidos até a borda com as commodities e enviados a um depósito para pesagem antes da venda às tradings. "Quando você entrega, eles medem em libras-peso", disse Scott, destacando que as tradings também dão um recibo com a medida em bushels. A carga de um caminhão pesa cerca de mil bushels, lembrou.

Os EUA continuam com a insólita prática de manter o velho sistema imperial britânico de libras-peso e acres, enquanto o resto do mundo, em grande medida, já aderiu ao sistema internacional de quilogramas e hectares. Outros países que usam o sistema imperial são a Libéria e Mianmar. Além dos bushels, os EUA também usam os pecks e os lugs, que são caixas de madeira sem tamanho padrão.

Os traders dizem que o problema do bushel é que se trata de uma medida de volume, então seu peso depende da commodity. Soja e trigo pesam quase o mesmo, mas o milho é um pouco mais leve. "Se eu pegar o preço do trigo em Chicago e quiser saber quanto isso é no resto do mundo, eu multiplico por 36,7437", disse Chris Bird, trader sênior de trigo na Engelhart Commodities Trading Partners, sem hesitar. "Eu tenho isso configurado em minha tela, mas honestamente quase já consigo fazer de cabeça", disse. Ele precisa fazer a conversão umas 20 ou 30 vezes por dia.

Bird não é tão rápido assim com as commodities que não negocia. "O milho é 39 mais uns quebrados e quebrados", afirmou o operador. "É muito aleatório."

Também há uma certa confusão entre os bushels americanos e os canadenses, que têm volumes diferentes. O dos EUA também é conhecido como bushel de Winchester, que leva o nome da cidade britânica e tem sua primeira menção conhecida em uma lei do século XVII. É definido como um barril com 18,5 polegadas de largura e 8 polegadas de altura. A medida foi abolida pelos ingleses em 1835, um ano antes de o Departamento do Tesouro dos EUA adotá-la como unidade.

A canadense FarmLead, plataforma online para compra e venda de soja, trigo e outras commodities, tem uma calculadora em seu site para que os clientes possam transformar libras-peso, toneladas e outras medidas em bushels americanos. A soja à venda atualmente em seu site é armazenada em uma caixa com o fundo plano.

Antes que os negócios sejam feitos, as pessoas muitas vezes precisam "rabiscar contas" ou "checar duas vezes a conversão" para que os compradores e vendedores tenham certeza que estão falando da mesma quantidade, segundo Alain Goubau, diretor de finanças e de operações da empresa canadense. No fim das contas, os operadores têm poucas opções a não ser se conformar com o sistema americano. "Você quer estar certo ou você quer fazer negócios?", resume.

A fazenda de criação de suínos de Brian Rohrig em Des Moines, em Iowa, algumas vezes usa bushels físicos, feitos de alumínio, para medir a proporção de farelo de soja que mistura com a ração que alimenta os animais.

As cestas bushel são um bom indicador de volume, disse Rohrig, embora tenham uma desvantagem: são muito mais pesadas que um balde de cinco galões. Mas a máquina que sua fazenda usa agora para misturar a ração tem sua própria escala de pesagem, então não há tanta necessidade de usar os bushels.

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Fonte: Valor Econômico

15. Boas ofertas e dólar pesam sobre commodities

Pressionadas por ofertas em geral confortáveis e pela valorização do dólar em relação às principais divisas do mundo, inclusive o real, as cotações da maioria das commodities agrícolas que têm o Brasil como grande país exportador vão encerrar 2018 em patamares mais baixos que os registrados no fim de 2017 e com médias anuais também em queda nas principais bolsas americanas.

Cálculos do Valor Data baseados nos contratos futuros de segunda posição de entrega mostram que, nessas duas bases de comparação, o café, negociado em Nova York, é o produto que apresenta as maiores perdas. A média de dezembro será cerca de 16% menor que a do mesmo mês do ano passado, e a média deste ano será a mais baixa desde 2006.

Pesam sobre os preços do café sobretudo as produções recorde no Brasil (arábica), maior exportador mundial, e no Vietnã (robusta) na safra 2018/19, o que colabora para manter elevado o nível de estoques em importadores e limitar o espaço para valorizações, conforme analistas consultados nas últimas semanas. O dólar forte melhora a remuneração dos exportadores, e justamente por isso se torna um fator adicional de pressão.

No mercado de açúcar, a situação não é muito diferente, ainda que neste caso o que colabora é o crescimento da oferta de países da Ásia, principalmente da Índia, que tem concedidos gordos subsídios a seus produtores. Na bolsa de Nova York, a média de dezembro da commodity recuará mais de 11% na comparação com a do mesmo mês de 2017, ao passo que a média de 2018 será a mais baixa desde de 2007.

Como neste ano, realçam consultorias especializadas, o Brasil também estará no centro das atenções em 2019. Ainda que possa perder a liderança da produção global para a Índia, o país continua encabeçando com folga as exportações, embora as usinas do Centro-Sul estejam privilegiado a fabricação de etanol, que segue competitivo em relação à gasolina no mercado doméstico.

A questão é se o "mix" da próxima safra na região, que terá início em abril, será tão "alcooleiro" como no ciclo atual e quais os reflexos dessa estratégia no balanço global de oferta e demanda, que caminha para um relativo equilíbrio - as estimativas variam de pequeno déficit a superávit também modesto.

Outra commodity cujas exportações são puxadas pelo Brasil e que continua com cotações em baixa é o suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ). Com a produção em São Paulo e Minas Gerais - que abrigam o maior parque citrícola do mundo - recuperada do tombo de meados desta década e a demanda externa em rota descendente, o suco fechará dezembro com preço médio em torno de 6% inferior ao do mesmo mês de 2017 em Nova York, e sua média anual será a mais baixa desde 2015.

Para as indústrias exportadoras, o horizonte só não é mais plúmbeo graças ao consistente aumento do comércio do suco pronto para beber (NFC). O problema, nesse caso, é que os aportes em logística necessários para impulsionar os embarques são mais elevados - o NFC ocupa cerca de seis vezes mais espaço que o FCOJ nos navios e armazéns.

No mercado nova-iorquino, quem destoa é o algodão. Sustentado pelo reaquecimento da demanda da China e quebra na oferta, e apesar das disputas comerciais entre o país asiático e os Estados Unidos, principal exportador mundial, o preço médio da pluma fechará dezembro com alta de 4,5% em relação ao resultado do último mês de 2017 e, segundo o Valor Data, a cotação média anual será a maior desde 2013.

Mas em 2019, realçam analistas, não será fácil preservar essa sustentação, já que diversos países, o Brasil entre eles, tendem a ampliar a produção. Por isso, será fundamental que a China continue recompondo seus estoques e que as cotações do petróleo permaneçam no nível atual, que tira um pouco da competitividade das fibras sintéticas. Se isso acontecer, será melhor para o Brasil, o segundo maior exportador no segmento.

Outro movimento que poderá beneficiar o Brasil é a redução da área plantada de soja na próxima safra (2019/20) nos Estados Unidos, onde as colheitas têm batidos sucessivos recordes. Ocorre que, por causa das rusgas com Pequim, os americanos viram as encomendas chinesas diminuírem, e não está claro se os beligerantes caminham ou não para um armistício concreto capaz de levar a China a retirar a sobretaxa de 25% que incide sobre o grão americano exportado para seu mercado.

Caso isso aconteça, analistas afirmam que as cotações poderão voltar a subir em Chicago. A média deste mês será quase 7% inferior que a de dezembro de 2017, e a média de 2018, a mais baixa desde 2015. Desde 2015, essa média não rompe a barreira de US$ 10 por bushel , o que vinham acontecendo desde 2008. Neste ano, os exportadores do Brasil, que lidera os embarques mundiais, compensaram a queda das cotações com prêmios mais polpudos pagos pelos importadores nos portos. Se houver altas expressivas em Chicago, os prêmios vão cair.

Mas de fato não existe almoço grátis. Todas as projeções disponíveis na praça apontam que a prevista área menor de soja nos EUA em 2019/20 será ocupada pelo milho, o que tende a exercer pressão sobre as cotações do cereal. Dessa forma, os exportadores brasileiros poderão enfrentar dificuldades no segundo semestre do ano que vem, quando será escoada a "safrinha" desta temporada 2019/20. Como a soja, o milho tem andado de lado em Chicago desde 2015. Fechará dezembro com alta da ordem de 8,5% sobre o mesmo mês de 2017, mas sua média em 2018 continuará abaixo de US$ 4 por bushel.

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Fonte: Valor Econômico

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