Conjuntura do Agronegócio

1. Demarcações na Agricultura representam conflito de interesses, diz ISA

A transferência do processo de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação de terras indígenas e quilombolas da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), feita por medida provisória e publicada nesta quarta-feira no “Diário Oficial da União”, é “inaceitável” e representa um conflito de interesses inconstitucional, segundo antropólogos e indigenistas do Instituto Socioambiental (ISA).

Os processos de demarcação de terras indígenas, os assentamentos de reforma agrária e os territórios quilombolas ficarão sob o guarda-chuva da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários do Mapa. O secretário será o ruralista Antônio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR) e conselheiro próximo ao presidente Jair Bolsonaro.

“A definição do Mapa como órgão responsável pelo reconhecimento de territórios dos povos indígenas e comunidades quilombolas representa inaceitável e inconstitucional conflito de interesses, mediante a subordinação de direitos fundamentais dessas minorias aos interesses imediatos de parcelas privilegiadas do agronegócio, parte diretamente interessada nos conflitos fundiários atualmente existentes”, diz nota enviada à imprensa pelo ISA, organização que há 25 anos trabalha com direitos de povos indígenas e povos da floresta.

“Ainda mais se considerado que o dirigente responsável pelas temáticas é representante da UDR e dos grandes proprietários de terra”, segue a nota do ISA. “Isso indica que a estratégia de Estado não será orientada para o ordenamento do território e para a solução de conflitos, mas para a concentração fundiária e a submissão do interesse nacional a interesses corporativos."

A assessoria de imprensa da Funai também emitiu uma nota à imprensa. “Quanto à transferência da demarcação para o Ministério da Agricultura, Funai informa que respeita a decisão do novo governo e continuará a cumprir a missão institucional de proteger e promover os direitos dos povos indígenas.”

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Fonte: Valor Econômico

2. Futuro chefe da Casa Civil do DF, secretário deixa a Agricultura

A edição desta segunda-feira do “Diário Oficial da União” traz a exoneração de Eumar Novacki da secretaria-executiva do Ministério da Agricultura. O decreto do presidente Michel Temer foi também subscrito pelo ministro Blairo Maggi.

Novacki deixa a pasta e já tem destino certo: será o chefe da Casa Civil do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Ele foi coronel da Polícia Militar, já exerceu diversos cargos no governo do Estado de Mato Grosso e tem formação acadêmica nas áreas de segurança pública, gestão e direito.

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Fonte: Valor Econômico

3. Ministério da Cidadania coordenará política de segurança alimentar

O governo de Jair Bolsonaro transferiu para o Ministério da Cidadania a responsabilidade sobre a formulação da política de segurança alimentar e nutricional do Brasil, o que vinha sendo feito pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea). As atribuições estão descritas na Medida Provisória 870 (MP 870), que define a estrutura da nova administração federal.

O Consea foi criado como um órgão de assessoramento da Presidência da República, reunindo representantes do governo e da sociedade civil. A MP 870 revoga parte do artigo 11 da Lei 11.346/2006, que institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e coloca as atribuições do Consea na política nacional de segurança alimentar.

Entre essas responsabilidades, estão a convocação da Conferência de Segurança Alimentar; propor ao governo federal as diretrizes e prioridades do plano de segurança alimentar; articular a cooperação entre os diversos integrantes do sistema; e apoiar as entidades da sociedade civil na implantação de ações de segurança alimentar.

O Ministério da Cidadania será chefiado por Osmar Terra. De acordo com a MP, a pasta ficará responsável pela orientação, normatização, avaliação e acompanhamentos de políticas de segurança alimentar e nutricional. Apesar disso, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar não aparece como integrante da “estrutura básica” da pasta.

Outras atribuições do Ministério da Cidadania estão a gestão da parte educacional e informativa da política nacional antidrogas; a parte educacional e informativa da política nacional antidrogas; e programas sociais como o Bolsa Família, cuja gestão ficará sob responsabilidade de um conselho interministerial coordenado pela pasta.

Ainda conforme o texto da MP 870, a pasta também deverá trabalhar em conjunto com o Ministério da Agricultura em questões fundiárias. Segundo o governo, é “para garantir a preservação da identidade cultural dos remanescentes das comunidades dos quilombos”.

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Fonte: Revista Globo Rural

Insumos

4. Adama avança em processo de aquisição da chinesa Anpon

A Adama, empresa israelense de agroquímicos controlada pela estatal ChemChina, afirmou hoje que está em progresso significativo para adquirir a também chinesa e controlada pela ChemChina Jiangsu Anpon Electrochemical.

Com faturamento de 1,643 milhões de yuans (cerca de US$ 234 milhões) em 2017, a Anpon é uma fabricante de ingredientes ativos usados na agrotóxicos, principalmente Ethephon, Pimetrozine e Buprofezin.

Em nota, a Adama afirmou que nos últimos anos se beneficiou fortemente dos produtos e das moléculas produzidas pela Apon e isso a ajudou a conquistar posições de liderança no mercado de proteção de culturas na Índia, Austrália e EUA.

“As partes chegaram a entendimentos iniciais sobre a transação pretendida e agora estão trabalhando para a assinatura de um contrato definitivo de compra. Qualquer acordo desse tipo estará sujeito aos procedimentos de aprovação corporativa exigidos, bem como às condições habituais de fechamento, incluindo o recebimento de todas as aprovações regulamentares exigidas”, diz a nota da Adama. Nenhum detalhe financeiro foi divulgado.

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Fonte: Valor Econômico

5. Sojicultores acusam sementeira de usar critério racial nos EUA

Uma empresa de sementes norte-americana está sendo acusada de usar a etnia como critério de comercialização. De acordo com reportagem da agência de notícias Associated Press (AP), produtores de soja dos estados do Tennessee e do Mississipi estão processando a Stine Seed Co., alegando estarem recebendo sementes de pior qualidade pelo fato de serem negros.

Os sojicultores afirmam que as sementes que receberam tinham produtividades muito inferiores à esperada, mas o vendedor falava em bons rendimentos no Delta do Mississippi. De acordo com o processo, os agricultores dizem que a soja melhor era trocada pela pior antes da entrega.

A empresa e o vendedor negam as acusações, que dizem ser sem base e irresponsáveis. Conforme a reportagem da AP, nesta quinta-feira (3/1), um juiz determinou que os agricultores e a empresa entrem em um acordo até 15 de março deste ano.

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Fonte: Revista Globo Rural

6. Proibição de pulverização aérea no Ceará é retrocesso, diz Sindag

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) manifestou preocupação e "perplexidade" com a aprovação do Projeto de Lei nº 18/2015, na última semana, pela Assembleia Legislativa do Ceará, que proíbe a pulverização aérea no Estado. Em nota, a entidade disse que a medida é um "retrocesso"."Apesar de à primeira vista parecer uma medida eficiente no combate ao uso de agrotóxicos, na verdade terá como consequência exatamente o aumento do mau uso dos produtos nas lavouras. A norma retira de cena justamente a única ferramenta de aplicação com regulamentação própria e fiscalizável", diz o Sindag.

O PL vem sendo discutido há três anos no Legislativo cearense, segundo o sindicato, e entre os dias 14 e 17 entrou em uma lista de projetos para aprovação rápida antes do recesso parlamentar. O Sindag argumenta que, com a proibição de pulverizações aéreas e maior uso de tratores e pulverizadores costais, haverá perda de agilidade, já que os aviões ofereceriam mais garantia de terminar a aplicação antes que se alterem condições climáticas necessárias à segurança da operação, como vento, temperatura e umidade do ar.

Também serão necessários maiores cuidados com segurança pessoal, afirma o Sindag, pois quando o avião está sobrevoando as plantações, ninguém está na lavoura. O sindicato lembra ainda que, nas operações terrestres, será gasto volume de água 20 vezes maior no preparo da mesma quantidade de princípios ativos. Existem mais de 20 normas, regulamentos e leis referentes especificamente sobre aviação agrícola, de acordo com Sindag. Eles determinam, entre outros pontos, que cada empresa aeroagrícola tenha um engenheiro agrônomo responsável pelas operações; que os pilotos agrícolas contem com formação adicional à de pilotos comerciais, com técnicas do voo a baixa altitude e informações sobre legislação ambiental, riscos de cada produto e ações de prevenção e de emergência.

"As empresas de aviação agrícola são obrigadas a enviar mensalmente ao Ministério da Agricultura relatórios completos de cada operação - área tratada, produto aplicado, quantidade, condições meteorológicas na ocasião, quem estava envolvido e assinatura do responsável técnico", justifica o Sindag. "A aviação agrícola é uma das ferramentas que fazem com que o Brasil utilize, por hectare, oito vezes menos agrotóxicos do que o Japão, seis vezes menos do que boa parte dos países da Europa, e três vezes menos do que os Estados Unidos, de acordo com pesquisas da Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Proteína Animal

7. O açougue dos Wessel mudou de escala

"Telefone e internet ainda não funcionam. Mas já tem produção de hambúrguer". Às 10 horas daquela quarta-feira, a situação parecia mais calma, para alívio de István e Daniel Wessel. Para todos os efeitos, o coração do negócio que fez dos açougueiros húngaros famosos no Brasil já estava em ordem.

Poucas horas antes, pai e filho acordavam aturdidos. Por um erro da concessionária de energia elétrica, os motores das linhas de produção da moderna fábrica da família Wessel giravam ao contrário. Nada era produzido. O contratempo, que só seria solucionado ao longo do dia, mostra que manter o estado da arte da operação nem sempre é fácil.

De um pequeno açougue fundado no bairro paulistano do Bixiga, em 1958, a Wessel, resultado de cinco gerações dedicadas à carne, cresceu consistentemente até se tornar referência. Em 2014, com a inauguração da unidade de Araçariguama (SP), multiplicou por dez seu tamanho e se sofisticou. Agora, até a produção de carpaccio demanda cuidados novos. "A máquina é muito rápida. Se ela descalibra a espessura da fatia, temos que descartar o produto", explicou István.

Ao deixarem a sede original, no Bixiga, os Wessel também tiveram de ajustar sua rotina - e delegar tarefas. Afinal, a dívida de R$ 25 milhões contraída para erguer a unidade precisava ser paga. A companhia tinha que prospectar clientes para ocupar a nova capacidade.

Em 2017, Cleberson de Souza, ex-assessor da presidência da Marfrig, se juntou aos húngaros para liderar a reformulação da diretoria comercial. "Quando você é dono do negócio, sua preocupação é tudo", disse István, justificando a necessidade de reforçar a diretoria comercial.

Com a chegada de Souza, Daniel, de 44 anos, o mais velho dos três filhos de István, foi promovido da diretoria comercial para a presidência. Mas, aos 71 anos, István segue ativo no dia a dia - bem mais do que sugere o papel de "coadjuvante qualificado" com a qual se apresenta.

Em dezembro, quando a reportagem visitou a fábrica da Wessel, István estava de partida para Dubai, onde lideraria um esforço para ampliar as exportações, ainda tímidas, de cortes de carne bovina porcionada e hambúrgueres para o Oriente Médio. No médio prazo, entre 5% a 10% da produção da empresa poderá ser exportada.

Mas é no mercado doméstico, sobretudo em São Paulo e no Rio, que está a base da Wessel. E foi para impulsionar as vendas no país, também de itens tradicionais como o medalhão de filé mignon, que Souza revisou a área comercial, contratando gerentes especializados nas áreas de varejo, food service e distribuição. Antes, apenas uma gerente era responsável por todos os canais.

Gradualmente, os resultados apareceram. Desde que inaugurou a fábrica, na primeira semana de 2014, a produção de hambúrguer, responsável por 70% do faturamento da empresa, mais que dobrou, para as atuais 450 toneladas por mês.

A expansão da produção se traduziu no faturamento. István, Daniel e Souza guardam os números a sete chaves. No mercado, estima-se que as vendas já chegaram a R$ 150 milhões no ano passado e poderão atingir R$ 200 milhões em 2019.

Ao Valor, o presidente da Wessel só tratou de percentuais. Segundo ele, o faturamento cresceu 70% desde a inauguração da fábrica e ainda há muito espaço para crescer. "A gente quer triplicar de tamanho", disse, sem citar o prazo.

De fato, o mercado brasileiro de hambúrguer já é grande e não para de crescer devido à febre das hamburguerias. Dados da consultoria Nielsen obtidos pela reportagem estimam que, apenas no varejo e no atacarejo, o negócio gira 82,4 mil toneladas por ano, ou R$ 1,1 bilhão.

No food service, responsável por dois terços das vendas da Wessel, o mercado de hambúrguer é ainda maior. Conforme a consultoria Euromonitor, nessa frente o mercado de hambúrguer supera US$ 3 bilhões. Segundo Souza, apenas as grandes redes de fast food, como McDonald's e Burger King, comercializam 7 mil toneladas por mês.

Para a Wessel aproveitar esse grande mercado e manter a trajetória de crescimento, os investimentos necessários são pequenos, afirmou Daniel. O principal é ampliar a área para estocagem de produtos. As obras de alvenaria do espaço foram feitas na construção da fábrica, mas ficou pendente a adequação da área com equipamentos de refrigeração.

Também haverá uma ampliação de turnos. Hoje, a maior parte dos 185 funcionários trabalha em um turno. A ideia é que um segundo seja aberto. Para 2019, a Wessel ampliará o quadro de funcionários em 10%.

Afora esses investimentos, uma expansão da capacidade de produção também está nos planos de longo prazo. Ao lado da fábrica, a companhia tem um terreno de 2 mil metros quadrados onde pode construir outra planta. A compra do terreno, maior que o necessário para abrigar a fábrica inaugurada em 2014, visava a aplacar um "trauma" de István.

No Bixiga, o açougue fundado há 60 anos se transformou em um emaranhado de escadas e rampas, com seis prédios "puxadinhos". "Viemos um pouco mais longe para poder comprar uma área maior. Temos a possibilidade de dobrar ou quase triplicar a produção", contou ele.

A expansão, porém, só será feita se a Wessel mantiver os elevados níveis de rentabilidade alcançados em 2018. Segundo Daniel, a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu 21% no ano passado e, se tudo der certo, poderá chegar a 23% em 2019. "O custo fixo não cresce na proporção do faturamento", justificou o empresário.

Nos últimos anos, essa rentabilidade "gourmet" da Wessel representou um desafio na relação com os bancos. Costumeiramente, a empresa era comparada a frigoríficos, que reportam margens que poucas vezes ultrapassam os 10%. Para se livrar do rótulo de "frigorífico" - de fato, a Wessel não abate animais, apenas processa carne -, a companhia contratou em 2017 a firma de auditoria RSM. Com isso, os números apresentados passaram a ser mais palatáveis aos bancos. "Os custos de captação melhoraram muito", disse Daniel.

Diante da boa fase, ele não nega que a Wessel seja frequentemente abordada por investidores interessados em comprar ao menos uma participação na companhia, ainda que, em geral, sejam oferecidos múltiplos pouco interessantes. "A gente só vende essa empresa pelo preço que ela não vale. E não com alegria", afirmou István. Além disso, não há problemas de sucessão. "Uma empresa é vendida por falta de família ou excesso de família. Aqui não temos sócio nem sobrinho", brincou.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Melhora o cenário para as exportações de carne de frango

As exportações brasileiras de carne de frango renderam US$ 6,5 bilhões em 2018, queda de 9,2% ante os US$ 7,2 bilhões reportados no ano anterior, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O Brasil lidera as exportações mundiais de carne de frango.

Em volume, os embarques da proteína tiveram uma diminuição de 5,1% em igual comparação, para 4,1 milhões de toneladas. Em 2018, os exportadores de carne de frango do país foram prejudicados pelas restrições comerciais da União Europeia.

Na esteira das revelações da Operação Trapaça, investigação deflagrada em março do ano passado pela Polícia Federal, o bloco proibiu 20 frigoríficos brasileiros de exportar, a maior parte da BRF.

Além disso, a greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado, prejudicou a produção de aves, o que afetou as exportações.

De acordo com a ABPA, o cenário negativo começou a se reverter no segundo semestre do ano passado. No período, a média mensal de exportações de carne de frango foi de 377,3 mil toneladas, o melhor desempenho dos últimos três anos. Com isso, o encolhimento das exportações em 2018 foi atenuada. No primeiro semestre, a queda foi de 13,4%.

"Há uma expectativa de que o bom fluxo obtido no segundo semestre do ano passado se mantenha em 2019", afirmou, em nota, o presidente-executivo da ABPA, o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra. Para este ano, a associação estima que as exportações de carne de frango deverão crescer entre 2% e 3%.

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Fonte: La Nación/Notícias Agrícolas

9. Marfrig anuncia Gustavo Kahl como novo CEO da Quickfood

A Marfrig Global Foods, segunda maior produtora de carne bovina do mundo, anunciou que Gustavo Kahl será o novo CEO da Quickfood, empresa líder em hambúrguer na Argentina.

Segundo nota da companhia, Kahl assume a responsabilidade de administrar as unidades da Quickfood, que se integrarão ao portfólio da operação da Marfrig na América do Sul sob a liderança de Miguel Gularte. Kahl e Gularte já trabalharam juntos na JBS. Gularte era responsável pelas operações de carne bovina no Mercosul e Kahl era subordinado a ele e cuidava das operações na Argentina.

Após a venda dos ativos da JBS no Mercosul para a Minerva, como parte do plano da JBS de reduzir o endividamento após as delações de seus acionistas controladores, Kahl passou a integrar a Minerva Foods, ainda à frente das operações na Argentina. O executivo continuou na companhia até outubro do ano passado.

Ontem, a Marfrig concluiu a aquisição da argentina Quickfood, até então controlada pela BRF. Pela transação, que foi anunciada ao mercado em 7 de dezembro, a Marfrig pagou US$ 54,9 milhões.

A Quickfood opera três fábricas, que juntas têm capacidade de produzir cerca de 6 mil toneladas mensais de produtos processados. A Quickfood também é dona de algumas das marcas mais reconhecidas do mercado argentino, como a Paty, de hambúrgueres, e a Vieníssima, líder no segmento de salsichas.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Soro de leite vira biocombustível na Argentina

Pesquisadores das universidades argentinas Río Cuarto e Villa María conseguiram produzir um biocombustível a partir de soro de leite, resíduo poluente gerado em grandes quantidades pelas indústrias produtoras de queijo.

Em nota, a equipe liderada por Lilia Cavaglieri afirma que a pesquisa é inovadora porque foi utilizado um microorganismo com alto potencial biotecnológico no processo.

O soro é poluente devido a seu elevado teor de matéria orgânica - 0,25 a 0,30 litro de soro não tratado equivale ao esgoto produzido em um dia por uma pessoa, diz o site argentino Agritotal, que conversou com os pesquisadores. Para cada quilo de queijo produzido, há uma média de 9 litros de soro, líquido de cor clara composto por 95% de água, 4% de lactose e 1% de proteína.

A Argentina produz cerca de 9 milhões de toneladas de soro de queijo por ano. Cerca de 60% desse volume é descartado e, e é necessário tratá-lo como efluente industrial para não contaminar solos, lençóis freáticos, rios ou lagoas.

O biocombustível testado é considerado de "primeira geração" porque é obtido a partir de resíduos industriais.

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Fonte: Ministério do Meio Ambiente/NovaCana

11. Equipe de Temer recomenda a Bolsonaro venda direta de etanol para postos

O antigo Ministério da Fazenda, agora Ministério da Economia, recomendou que o governo libere a venda direta de etanol das usinas para os postos de combustíveis. A conclusão é de um grupo de trabalhado formado após a greve dos caminhoneiros paralisar o país no ano passado. Sete meses depois, os técnicos chegaram à conclusão de que tirar o intermediário do negócio estimulará a concorrência. Para colocar isso em prática, eles recomendam que o presidente Jair Bolsonaro edite uma medida provisória (MP) ou encaminhe um projeto de Lei ao Congresso Nacional.

A mudança na legislação é necessária para não prejudicar as usinas que quiserem continuar a vender a produção para uma distribuidora e também para impedir que o governo perca R$ 2,2 bilhões por ano. Essa seria a queda de arrecadação se a lei atual não for mudada. Isso porque parte da tributação é feita quando o combustível passa pelas distribuidoras, ou seja, se a usina vender diretamente para o posto (com a lei atual) não pagaria esses tributos. A nova legislação deve colocar toda a cobrança de Pis/Cofins na produção. Para isso, tem de mudar o teto da alíquota que é cobrada da usina.

Durante as discussões, as distribuidoras foram contrárias à proposta. Dizem que o custo de logística para as usinas aumentará e que isso pode elevar o preço do combustível na bomba. Os técnicos contra-argumentam. Afirmam que a ideia é liberar para que o usineiro venda para quem quiser e não proibir a venda para as distribuidoras.

“Deve-se ressaltar que a possibilidade da venda direta abre mais um canal de venda para o segmento de produção, estimulando a criação de novos arranjos comerciais competitivos no setor, podendo aumentar o poder de barganha dos produtores vis-à-vis aos distribuidores. Nesse caso, a incidência econômica da tributação no elo do produtor pode até mesmo diminuir”, diz o grupo de trabalho.

Segundo os técnicos, a mudança ajudará no combate do fenômeno conhecido como distribuidora “barriga de aluguel”, que sonegam impostos. Elas vendem o etanol com preços mais baixos e desregulam a concorrência no mercado.

O grupo de trabalho ainda sugeriu que o Conselho de Política Fazendária (Confaz, formado pelos secretários de Fazenda dos estados) analisem as mudanças para adequar a cobrança de ICMS. E ainda propôs que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) revogue a resolução que trata da fidelidade do posto à bandeira.

Atualmente, há 371 usinas produtoras autorizadas a operar pela ANP. Juntas, elas fabricam 235.808 m³/dia de etanol hidratado e 128.263 m³/dia de etanol anidro.

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Fonte: O Globo

12. Exportações de açúcar recuam 22,6% em 2018. Por outro lado, embarques de etanol registraram alta de 19,73%

As exportações de açúcar alcançaram 22,216 milhões de toneladas em 2018, recuo anual de 22,6%, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (02) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que a partir de agora foi incorporado pela nova pasta da economia. A receita cambial em 2018 somou US$ 6,815 bilhões, queda anual de 40,2%.

Em dezembro de 2018, os embarques totalizaram 1,620 milhão de toneladas de açúcar, entre bruto e refinado, recuo anual de 15%. A receita cambial chegou a US$ 452,8 milhões, diminuição de 19,1% na comparação anual.

Etanol

Ainda de acordo com dados do MDIC, os embarques de etanol atingiram 1,699 bilhão de litros em 2018, crescimento anual de 19,73%, o que gerou uma receita cambial de US$ 900,6 milhões, alta de 11,64% em relação ao resultado de 2017.

As exportações chegaram a 107,4 milhões de litros em dezembro último, avanço anual de 64,8%. A receita cambial somou US$ 53,5 milhões, alta anual de 32,3%.

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Fonte: Datagro/Udop

Grãos e Grandes Culturas

13. Pioram os resultados da americana Cargill

A americana Cargill, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, encerrou o segundo trimestre de seu exercício 2019, que começou em junho de 2018, com lucro líquido de US$ 741 milhões, 20% menos que em igual intervalo do ano-fiscal anterior. A receita líquida da múlti somou US$ 28 bilhões de setembro a novembro, uma queda de 4% na mesma comparação.

Apesar da queda do resultado, o CEO e presidente do conselho da Cargill, Dave MacLennan, destacou, em nota, a capacidade da empresa de se ajustar rapidamente às mudanças das condições de mercado ao longo do trimestre. "Agora, estamos nos esforçando para preparar nossos negócios para o futuro, com melhoria contínua, disciplina financeira e mentalidade disruptiva".

No primeiro semestre do exercício (junho a novembro de 2018), o lucro líquido da Cargill caiu 7%, para US$ 1,76 bilhão. A receita acumulada chegou a US$ 56,7 bilhões, mesmo patamar dos primeiros seis meses do ano-fiscal 2018.

Segundo a Cargill, seus ganhos na área de originação e processamento aumentaram mesmo em meio a disputas comerciais - sobretudo a travada entre Estados Unidos e China -, e o processamento de oleaginosas permaneceu forte na América do Norte e na Europa, impulsionado pelo consumo crescente de proteína que elevou a demanda global por farelo de soja para rações animais. As exportações de grãos dos EUA e do Canadá e a produção de biodiesel na Europa também contribuíram para os resultados do trimestre.

A área de nutrição animal e proteína foi a que mais contribuiu para os ganhos operacionais ajustados da Cargill, mesmo com resultados um pouco abaixo do mesmo trimestre do exercício anterior. Nos Estados Unidos, a demanda robusta por carne bovina e o elevado número de bois confinados contribuíram para o resultado.

A demanda por produtos com ovos também gerou ganhos. Mas a instabilidade política continuada na América Central e os desafios de mercado no Sudeste Asiático reduziram os resultados no negócio global de aves.

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Fonte: Valor Econômico

14. Centro-Oeste se prepara para ampliar área de safrinha de milho

A perspectiva é de que neste ano o milho segunda safra, ou safrinha, ocupe uma área maior no Centro-Oeste, principal região produtora. Como o plantio de soja ocorreu no período correto, a lavoura de milho, semeada logo após a colheita da oleaginosa, deve cumprir o calendário ideal também. A grande incógnita é o clima, já que a região tem registrado períodos prolongados de estiagem e o ano será de El Niño, que no Centro-Oeste se caracteriza por mais chuvas. Além disso, para o avanço da área, os preços do milho ao longo do primeiro trimestre também devem ser determinantes.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em estimativa divulgada em dezembro, projetou um volume de 63,73 milhões de toneladas na segunda safra de milho, sendo 44,23 milhões no Centro-Oeste, o que, se confirmado, representará crescimento de 18% na produção brasileira e de 13% na região central do Brasil ante a safra 2017/2018. A estatal não avaliou ainda a expectativa sobre incremento de área na safrinha brasileira, mas, considerando a lavoura semeada em 2017/2018 e o potencial de rendimento, aponta que no Centro-Oeste o maior incremento de produção deve ser observado em Mato Grosso do Sul, com 8,778 milhões de toneladas (+38,5%), seguido de Goiás, com 7,693 milhões de t (+20%). Mato Grosso, que lidera a produção do cereal de segunda safra, deve colher 27,497 milhões de toneladas (+4,9%).

Um indicativo de que produtores investirão na safrinha de milho são as compras antecipadas de fertilizantes. Embora este insumo esteja mais caro em relação à temporada anterior, as aquisições realizadas em novembro superaram em volume as de novembro de 2017. "Isso está acontecendo, em parte, porque os agricultores estão mais capitalizados devido à boa venda da safra de soja e, portanto, podem gastar mais e antes", disse ao Grupo Estado, o analista de mercado da FCStone Fábio Rezende.

Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima um incremento da área de safrinha de 1,05%, para 4,66 milhões de hectares, e de 3,43% na produção, a 28,53 milhões de toneladas. Em Goiás, onde a safrinha foi menor em 2018 em razão de problemas climáticos, há condições para uma boa recuperação, segundo o presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho do Estado de Goiás (Aprosoja-GO), Adriano Barzotto. "Se for feito (o plantio) no tempo correto, será excelente."

A entidade trabalha com uma perspectiva de plantio muito próxima da Conab.Já em Mato Grosso do Sul, a lavoura deve avançar 1,5% a 2% ante 2017/2018, para 1,8 milhão de hectares, segundo estimativas internas da Aprosoja-MS. O diretor executivo da associação, Frederico Azevedo, espera que a colheita ultrapasse 10 milhões de toneladas, o que pode ser a maior safra da história.

Preços

A expectativa de maior produção em 2018/2019 pode ser fator de pressão sobre os preços. Por isso, em Mato Grosso, há quem sugira que não se expanda muito a área plantada. "Nós recomendamos que os produtores não plantem toda a área disponível. Pedimos que se repita a área do ano anterior, aproximadamente 4,5 milhões de hectares. O ideal, na verdade, seria que houvesse uma redução, para se manter o preço", disse Antônio Galvan, presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

Há dúvidas, no entanto, se esse tipo de estratégia pode funcionar. O presidente da Aprosoja-GO, Adriano Barzotto, afirma: "Todo ano que o milho cai abaixo do preço histórico se fala disso (de reduzir plantio), mas é uma questão da gestão interna da propriedade e cada produtor sabe como deve agir nessa hora".

Fatores como o preço do petróleo - que afeta a competitividade do etanol, produzido também com milho -, a produção de carne bovina e a disputa comercial entre Estados Unidos e China vão influenciar a cotação do cereal. A agência de classificação de risco Moody's apontou no último dia 11 de dezembro que a perspectiva para os ratings das empresas do setor de proteína animal na América Latina em 2019 é positiva, o que ajuda a cotação do milho, já que a demanda pelo produto para uso como ração animal tende a crescer.

Além disso, segundo João Macedo, analista de grãos da FCStone, há demanda suficiente no Brasil para absorver toda a safrinha. "A safra de verão não chega nem perto de cobrir a nossa demanda interna", afirmou ele. "Além disso, o produtor está vendo que o cenário de milho é favorável, já que houve quebra no ano passado, há uma escassez do produto no País e os preços estão elevados."

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

15. Exportações do complexo soja sobem 22,2% em volume e 29,6% em receita em 2018

As exportações brasileiras do complexo soja (grão, farelo e óleo) somaram 102,098 milhões de toneladas em 2018, 22,2% acima dos 83,555 milhões de toneladas embarcadas pelo País no ano anterior. Já em receita, o Brasil exportou US$ 40,963 bilhões em 2018, 29,6% acima do total vendido ao exterior em 2017 (US$ 31,603 bilhões). Os dados foram divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Em dezembro, o Brasil exportou 5,878 milhões de toneladas do complexo soja, aumento de 91,1% ante igual período do ano anterior, quando foram embarcadas 3,076 milhões de toneladas. Na comparação mensal, a queda foi de 4,9% em relação a novembro, quando haviam saído do País 6,184 milhões de toneladas de soja, farelo e óleo. Em receita, o País exportou US$ 2,273 bilhões em dezembro, aumento de 91,9% ante o total de US$ 1,184 bilhão embarcado ao exterior um ano antes. Ante novembro, quando o Brasil havia exportado US$ 2,477 bilhões, a queda foi de 8,2%.

A quebra na safra de soja da Argentina e a guerra comercial entre Estados Unidos e China estimularam a procura pelo grão brasileiro. Além disso, a menor safrinha de milho no País estendeu a janela de exportação de soja, que tradicionalmente ocorre no primeiro semestre.

De soja em grão, as exportações somaram 83,864 milhões de toneladas em 2018, incremento de 23,1% em relação aos 68,154 milhões de toneladas de um ano antes. Em receita, foram US$ 33,299 bilhões no ano passado, 29,5% acima dos US$ 25,717 bilhões de 2017.Em dezembro, o País exportou 4,231 milhões de toneladas, 79,6% acima do apurado em igual período de 2017, quando foram embarcados 2,355 milhões de toneladas. O faturamento atingiu US$ 1,638 bilhão no mês passado, crescimento de 79,4% em relação a dezembro de 2017 (US$ 913,4 milhões).

Na comparação com novembro, quando foram embarcados 5,071 milhões de toneladas, as vendas externas do grão recuaram 16,6% em volume. Em receita, a queda foi de 18,3% ante o total de US$ 2,004 bilhões de novembro. O preço médio do produto exportado foi de US$ 387,20/tonelada em dezembro, ante US$ 395,10/t em novembro e US$ 387,80/t em dezembro do ano passado.

De farelo de soja, o volume exportado em 2018 somou 16,892 milhões de toneladas, aumento de 19,2% ante os 14,177 milhões de toneladas do ano anterior. Em receita, o Brasil exportou US$ 6,707 bilhões no ano passado, incremento de 34,9% ante os US$ 4,973 bilhões em 2017.

Em dezembro, o volume exportado somou 1,608 milhão de toneladas, incremento de 138,6% em relação a igual mês de 2017, quando o Brasil enviou ao exterior 674,1 mil toneladas. Ante novembro, o aumento foi de 47,5% - naquele mês, o País exportou 1,090 milhão de toneladas. A receita com a exportação em dezembro, US$ 609,0 milhões, cresceu 157,9% ante os US$ 236,1 milhões de igual período de 2017, e 33% em relação aos US$ 457,8 milhões obtidos em novembro.

De óleo de soja, o Brasil exportou 1,342 milhão de toneladas em 2018, aumento de 9,7% ante o total de 1,223 milhão de toneladas do ano anterior. Em faturamento, foram US$ 956,6 milhões, 4,8% acima dos US$ 912,9 milhões de 2017.Em dezembro, os embarques de óleo de soja somaram 39 mil toneladas, recuo de 16,1% ante dezembro de 2017, quando as exportações chegaram a 46,5 mil toneladas. Em relação a novembro (22,7 mil toneladas), houve aumento de 71,8%. A receita obtida com os embarques de óleo de soja somou US$ 26,2 milhões em dezembro, recuo de 25,4% ante o valor registrado em igual período do ano passado, de US$ 35,1 milhões. Na comparação com novembro (US$ 15 milhões), o valor foi 74,7% maior.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

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