Clipping Agribusiness | 04 de junho
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Balança comercial volta a subir e tem superávit de US$ 6,061 bi em maio
Depois de dois meses de queda, o superávit da balança comercial voltou a subir em maio. No mês passado, o país exportou US$ 6,422 bilhões a mais do que importou, alta de 5,8% em relação ao resultado positivo de US$ 6,073 bilhões de maio de 2018.
Este foi o terceiro melhor resultado da série histórica para o mês, só perdendo para maio de 2017 (superávit recorde de US$ 7,661 bilhões) e de 2016 (superávit de US$ 6,43 bilhões). Com o resultado de maio, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – acumula superávit de US$ 22,806 bilhões nos cinco primeiros meses de 2019, valor 5,9% inferior ao do mesmo período do ano passado.
No mês passado, as exportações somaram US$ 21,394 bilhões, com alta de 5,6% em relação a maio de 2018 pelo critério da média diária. As vendas de manufaturados cresceram 29,5% na mesma comparação, com destaque para gasolina (R$ 0 para R$ 123 milhões), óleos combustíveis (197,3%), laminados planos de ferro e de aço (168%) e partes de motores e turbinas para aviação (151,8%).
As exportações de semimanufaturados subiram 15,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para ferro fundido (92,3%), semimanufaturados de ferro ou de aço (73%) e óleo de soja bruto (68,6%). Apesar do início da safra, as vendas de produtos básicos caíram 3,9%, puxadas pelo recuo nas exportações de minério de cobre (-32,3%), soja em grão (-30,3%) e farelo de soja (21%).
As importações somaram US$ 14,972 bilhões, com alta de 7,8% em relação a maio do ano passado pelo critério da média diária. As compras de combustíveis e de lubrificantes aumentaram 27,5%, influenciadas pela valorização do petróleo no mercado internacional durante boa parte do mês.
As importações de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) subiram 16,4%. As compras de bens intermediários aumentaram 6,4%. Apenas a importação de bens de consumo caiu, com recuo de 6,5% na mesma comparação, decorrente principalmente da alta do dólar no último mês.
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2018 em US$ 58,959 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima um superávit menor em 2019, motivado principalmente pela recuperação da economia, que reativa o consumo e as importações.
Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit de US$ 50,5 bilhões para este ano. O Ministério da Economia projeta superávit de US$ 50,1 bilhões para o saldo da balança comercial em 2019.
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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural
2. Agronegócio brasileiro, um dos possíveis beneficiados pela guerra comercial entre EUA e China
A guerra, como o amor, é um assunto entre duas partes, mas geralmente há terceiros querendo se aproveitar. Em sua vertente comercial atual, os países beneficiados serão aqueles que conseguirem se intrometer no desafortunado casal por meio de um jogo duplo: vender para a China o que antes ela importava dos Estados Unidos, e vice-versa. A proximidade geográfica com uma das duas potências, a capacidade de exportação de matérias-primas de cada economia e a possibilidade de substituir a produção chinesa e/ou norte-americana são fatores que abrem um filão mais do que interessante para que países como Brasil, Canadá, México, Vietnã, Índia, Indonésia, Tailândia e Malásia acabem pescando em águas revoltas e consigam tirar partido de uma confrontação tarifária que não dá sinais de terminar tão cedo.
A moral da história, no entanto, é tão clara quanto polifônica: ninguém, em longo prazo, sai beneficiado de uma guerra comercial. "Embora o impacto sobre o crescimento seja relativamente modesto neste ponto, a recente escalada poderia abalar o sentimento do mercado, provocar uma perturbação nas cadeias globais de suprimento e pôr em perigo a recuperação projetada para 2019", advertia sem rodeios o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um de seus últimos relatórios sobre o conflito entre as duas principais potências mundiais, que se materializou na forma de tarifas de Washington sobre produtos chineses num valor de 250 bilhões de dólares —as tarifas já pesam sobre metade de suas importações— e de Pequim, que respondeu sobretaxando 110 bilhões em bens do país norte-americano. Mas, em médio prazo, a coisa muda.
México, Brasil e Canadá
No continente americano, México, Brasil e, em menor medida, o Canadá, são os mais bem situados para aproveitar as oportunidades decorrentes da guerra comercial entre os EUA e a China. Apesar do recrudescimento das tensões com seu sócio do norte e principal comprador de seus produtos —e desde que Trump não siga adiante com seu plano de impor uma tarifa plana ao México, como ameaçou na última quinta-feira—, os dois sócios norte-americanos têm uma cartada importante para se aproveitar da substituição de importações chinesas: muitos importadores preferem trazer os produtos de outros países para evitar a tarifa chinesa. Também se começa a perceber um movimento do lado dos produtores, que cogitam transferir fábricas do país asiático para o México, cujo salário médio no setor secundário já é inclusive inferior ao chinês, e que veem no país latino-americano a plataforma perfeita de entrada nos EUA. Mas, para chegar-se a esse cenário, primeiro é preciso encaminhar uma solução diplomática que evite a concretização da última ameaça tarifária de Trump. Se o mandatário republicano estava ou não blefando é algo que logo se saberá: tem até segunda-feira que vem para pensar melhor e não dar esse passo tão temido ao sul do rio Grande. Até então, o país latino-americano estará tão perto de sair beneficiado pela turbulência global como do abismo que acarretaria a imposição gradual de tarifas de até 25% sobre suas importações, até que a Casa Branca conclua que o México está fazendo o suficiente para conter a imigração clandestina.
A combinação de distensão nas relações EUA–México, que na quinta-feira se chocou novamente com a imprevisibilidade de Trump, e a tensão entre Washington e Pequim levou o país latino-americano a superar a China em fevereiro como principal fornecedor industrial do mercado norte-americano. E isso —num momento em que, nas palavras do brasileiro Roberto Azevedo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o livre comércio passa por seu pior momento desde 1947— não é pouca coisa.
O Brasil é outro que pode tirar uma lasca da guerra comercial, graças a seu poderoso setor agropecuário. As tarifas chinesas sobre produtos norte-americanos se centraram, desde o primeiro momento e de forma majoritária, no campo. E, nesse âmbito, o gigante sul-americano —um país que vive em um perpétuo equilíbrio entre Washington e Pequim— tem tudo para sair ganhando, o que seria importante para uma economia que não consegue decolar voo e corre o risco de cair novamente em recessão técnica. Neste caso, os números também começam a referendar a oportunidade: no ano passado, as exportações de soja brasileira mais do que duplicaram, em grande parte graças à demanda chinesa.
A soja também gera uma oportunidade para o Canadá, que quadruplicou as vendas deste cultivo em janeiro deste ano com relação ao mesmo mês do exercício anterior. Juntos, Brasil e Canadá contribuem para saciar o apetite chinês por soja e assim conseguem incrementar suas exportações. Além disso, como observa Alvin Tai, da Bloomberg Intelligence, embora a China reduzisse a tarifa de 25% que hoje aplica sobre a soja norte-americana, a posição vantajosa dos produtores brasileiros e canadenses pouco seria afetada, porque a maioria dos importadores já garantiram contratos de importação para o que resta do ano.
Vietnã, Índia, Indonésia... E até Tailândia e Malásia
Os potenciais ganhadores não se circunscrevem às Américas. No continente asiático, o banco de investimento Natixis situa o Vietnã, a Índia e a Indonésia como os países asiáticos mais bem situados para aproveitar o interesse dos produtores em receber parte das atividades produtivas hoje dependentes da mão de obra chinesa, graças aos salários mais baixos e a uma estrutura demográfica jovem. E a Tailândia e a Malásia ficariam com os nichos de produção com grande exigência de capital, graças a sua rede de infraestrutura e à sua abertura ao investimento exterior.
Os EUA centram sua estratégia tarifária em produtos industriais que exigem uso intensivo da mão de obra, um setor no qual a China é líder mundial, mas em grande medida dependente do consumidor final norte-americano. Neste contexto, o Vietnã é o país em mais condições de aproveitar a situação, embora sempre dentro de um limite: muitas grandes multinacionais, como Nike e Ikea, já transferiram parte de sua cadeia de produção para essa nação do Sudeste Asiático, e a enorme fatia de mercado a China – um terço do total – funciona como uma espécie de amortecedor para sua indústria. E o Vietnã, embora competente em áreas como telecomunicações e produtos têxteis, não tem o tamanho necessário para absorver repentinamente uma demanda muito maior. Daí que em curto prazo as oportunidades sejam escassas, tendendo a aumentar à medida que a cadeia produtiva possa se adaptar a um novo entorno de oportunidades crescentes.
Os custos de produção na China, crescentes à medida que sua economia se moderniza e sua população envelhece, empurram o investimento para novos horizontes, no que se encaixam os já citados Vietnã, Índia e Indonésia e, do outro lado do Pacífico, o México. Este processo foi acelerado pela guerra comercial, para a qual ainda não há final claro à vista: as conversações permanecem bloqueadas à espera de uma hipotética reunião entre Donald Trump e Xi Jinping na cúpula do G20 no final de junho. "Muitas empresas com presença na China admitiam que os custos derivados de sua presença ali estavam aumentando, e as tarifas aceleraram este processo", observa Alicia García Herrero, economista principal da Natixis para a Ásia-Pacífico. "Entendemos a última rodada tarifária como um incentivo dos EUA às suas empresas para que saiam da China. Mas, olhando para o futuro, não há um país que possa substituir Pequim por si só."
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Fonte: El País
3. Representantes do agronegócio e ambientalistas lançam campanha em defesa do Código Florestal
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura está lançando uma campanha em defesa do Código Florestal (Lei 12.651), que completou sete anos no último dia 25 de maio, mas vem enfrentando ameaças em função de algumas Medidas Provisórias (MPs) e Projetos de Lei (PLs) que tramitam no Congresso e podem alterar pontos estratégicos da lei. Um exemplo é a MP 867, que deve ser votada pela Câmara nesta terça, 28 de maio, ou o PL 2.362/2019, que propõe revogar o capítulo referente à reserva legal obrigatória, parte da propriedade privada que deve ser preservada segundo a legislação.
Criado após anos de debate entre vários setores da sociedade, o Código Florestal é um dos principais pilares da Coalizão Brasil, movimento que reúne cerca de 200 representantes do agronegócio, setor florestal, setor financeiro, das entidades de defesa do meio ambiente e da academia. O movimento reuniu alguns de seus representantes para alertar sobre os riscos do desmonte do Código Florestal em um vídeo curto. Os depoimentos serão enviados aos congressistas nesta terça e também divulgados pelas redes sociais da Coalizão Brasil e seus membros.
“Mexer no Código hoje é um retrocesso”, afirma Luiz Cornacchioni, da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e cofacilitador da Coalizão Brasil. “A gente está no meio de um jogo, se a gente muda a regra, isso em termos mercadológicos é um desastre. A gente vai mexer na reputação, vai mexer na imagem do país, o que não é bom para nós, do agro, nem para o país.”
“O produtor responsável quer ter a total adequação à nossa legislação, então ele quer ver a implementação e está trabalhando e já existe um número muito grande de produtores que estão adequados ao Código Florestal”, destaca Marcelo Vieira, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). A afirmação é confirmada pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), que indica que mais de 5 milhões de proprietários já registraram seus imóveis. Vieira lembra ainda que o Brasil tem condições de dobrar sua produção na área atualmente ocupada pela agropecuária, segundo estudos feitos pela Embrapa.
“O agronegócio brasileiro é profundamente dependente de chuva. Mais de 90% da nossa agricultura é não irrigada”, ressalta André Guimarães, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e cofacilitador da Coalizão Brasil. “Alterar o Código Florestal, reduzir as exigências de Reserva Legal, permitindo que essas florestas sejam desmatadas, é muito perigoso porque você acaba promovendo mais desmatamento, fragmentando mais as áreas de fronteira e prejudicando o regime de chuvas e, consequentemente, a agricultura.”
Rachel Biderman, do WRI Brasil, lembra que a Reserva Legal é uma grande oportunidade econômica para o produtor. “Ela não deve ser vista como um sacrifício. Muito pelo contrário: ela pode gerar emprego, renda, pode gerar produtos florestais e agrícolas e pode atrair soluções complementares para a renda de um produtor rural”, explica.
Para Sylvia Coutinho, presidente do banco UBS no Brasil, “o agronegócio é sem dúvida a nossa vocação e eu acho que é um dos poucos setores onde temos uma tremenda vantagem competitiva. Mas, se não for de uma maneira sustentável, nós seremos alvos fáceis do protecionismo global, que vai muito provavelmente jogar os consumidores contra os produtos agrícolas Made In Brazil”.
“A pergunta que não quer calar é: a quem interessa mexer numa legislação construída durante cinco anos de debates, uma boa legislação? Ela precisa agora precisa ser aplicada, ser implantada – a quem interessa? Seguramente não interessa aos produtores rurais, não interessa ao agro, não interessa à academia, não interessa aos militantes ambientalistas, ou seja, não interessa ao Brasil, nem aos brasileiros”, questiona Paulo Hartung, presidente-executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
“O Código é central. É uma das leis mais discutidas na história do Congresso Brasileiro, com ampla manifestação de todas as partes e ideologias envolvidas, e resultou numa lei que traz segurança jurídica e conciliação para produtores e para a conservação ambiental”, sintetiza Guilherme Leal, do Instituto Arapyaú.
Sobre a Coalizão Brasil
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento multissetorial que se formou com o objetivo de propor ações e influenciar políticas públicas que levem ao desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, com a criação de empregos de qualidade, o estímulo à inovação, à competitividade global do Brasil e à geração e distribuição de riqueza a toda a sociedade. Mais de 190 empresas, associações empresariais, centros de pesquisa e organizações da sociedade civil já aderiram à Coalizão Brasil – coalizaobr.com.br
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Fonte: Jornal GGN
Insumos
4. Cargo X oferecerá R$ 100 milhões para transportadoras do agronegócio
A startup de transporte de carga Cargo X lança nesta segunda-feira uma linha de financiamento para transportadores com foco no agronegócio nacional. Cerca de R$ 100 milhões serão oferecidos ainda este ano para capital de giro dessas companhias.
“Cerca de 95% das transportadoras no Brasil são de pequeno e médio porte. Queremos que elas tenham capital de giro para expandir suas operações, gerando renda e emprego no mercado”, afirma Federico Vega, presidente da Cargo X.
Inicialmente, a linha será direcionada apenas para o agronegócio porque, além de ser um dos maiores e mais importantes mercados, as transportadoras do agronegócio, segundo Vega, são as que mais sofrem com falta de capital de giro e margens mais apertadas. Por ter também uma operação mais padronizada, é mais simples para começar.
Mas há previsão de que o serviço seja estendido, posteriormente, para outros setores. Até o fim de 2020, a Cargo X espera emprestar até R$ 300 milhões em capital de giro para as transportadoras, também de outros setores além do agronegócio.
A ideia desse novo serviço surgiu a partir de demanda dos próprios clientes. Uma reclamação comum entre as pequenas transportadoras é a falta de dinheiro em caixa para pagar os motoristas de caminhão à vista. Com dinheiro, fica mais fácil contratar os motoristas independentes e também aumentar o volume de carregamento, que, no fim, se transforma em maior receita.
A empresa começou, então, a experimentar o serviço, mas usando dinheiro do próprio. Agora, segundo o presidente, o serviço vai ganhar mais corpo, dinheiro e com mecanismos mais sofisticados para ofertar e fazer a gestão de riscos para evitar inadimplência.
Até então, a Cargo X focava em seu principal negócio, um aplicativo que funciona como um intermediário entre caminhoneiros e transportadoras e empresas que precisam contratar o serviço de logística, muito similar ao que o Uber faz com passageiros e carros.
“Nós não queremos ser reconhecidos como o ‘Uber dos caminhões’, mas sim, como a empresa que ajuda outras transportadoras a tornarem-se elas mesmas um ‘Uber’ em seus mercados, como no agronegócio”, conclui Vega.
O dinheiro para alimentar a linha de financiamento da Cargo X virá basicamente de investidores e um pouco do próprio grupo. A empresa, fundada em 2016, foi avaliada em US$ 150 milhões em outubro do ano passado, quando recebeu seu quinto aporte, de US$ 60 milhões, uma rodada liderada pelos fundos de investimentos Blackstone e Hudson Structured Capital Management.
Com o novo serviço, a startup também aproveitou para reestruturar suas operações focadas no atendimento ao setor agro. As 11 unidades de transporte que tem nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Pará e Paraná vão ser fechadas.
“Essa mudança se dá devido à nova forma de atuação neste setor, privilegiando a parceria com as transportadoras, em vez do atendimento direto à empresa ‘embarcadora’. Em contrapartida, a Cargo X anunciou sua expansão, com a abertura, apenas em 2019, de mais 100 vagas de emprego em áreas como Tecnologia, Produto, Machine Learning, Business Intelligence, Vendas, Operações e áreas Administrativas”, explica Vega.
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Fonte: Valor Econômico
5. Corteva nasce com planos de crescer no Brasil
Quase um ano depois da fusão das gigantes químicas americanas Dow AgroSciences e DuPont, a divisão agrícola da múlti DowDupont ganhou sua independência.
Ontem, na bolsa Nova York, o CEO global Jim Collins, tocou o sino que marcou o nascimento da Corteva, já uma das líderes do mercado global de sementes e defensivos, às 09h30. Ao mesmo tempo, 10h30 no horário de Brasília, Roberto Hun, presidente da companhia para Brasil e Paraguai, tocava outro sino no pátio da empresa em Alphaville, na Grande São Paulo, acompanhado por 450 funcionários.
"É um momento histórico nascer como companhia. O Brasil é o segundo maior mercado da Corteva e vamos dar destaque para investimentos aqui", disse Hun, ao Valor. Em 2018, ainda como divisão da DowDupont, a Corteva faturou US$ 14,3 bilhões. Desse total, o Brasil respondeu por quase US$ 2 bilhões. Segundo a consultoria Kleffmann, a Corteva tem 10% de mercado e ficou na quarta colocação no ranking das maiores empresas de agrotóxicos no país em 2018.
Conforme Hun, o plano da companhia é continuar ampliando participação de mercado no Brasil. Para isso, iniciou em 2018 um plano de investimentos em expansão da produção e pesquisas que deverá somar US$ 90 milhões até o fim deste ano.
"Na unidade de Formosa [GO], onde produzimos sementes de milho, estamos criando um centro de tratamento de sementes. É o segundo do mundo", disse. Também estão sendo realizadas melhorias nas unidades de Toledo (PR) e Franco da Rocha (SP). Ao todo, a expansão de capacidade vai dar conta da perspectiva de crescimento da demanda nos próximos três anos.
Esses investimentos não incluem a área de pesquisa e desenvolvimento. Anualmente, a Corteva investe cerca de 10% do faturamento global nessa frente, algo em torno de US$ 1,2 bilhão. "E boa parte disso é feito aqui, já que somos o segundo país da Corteva no mundo", destacou Hun.
Com a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a Corteva nasceu com valor de mercado de US$ 22 bilhões. Mas o primeiro dia de companhia independente não foi dos melhores para a Corteva. Como o clima nos Estados Unidos não tem dado trégua, atrasando o plantio de grãos, suas ações caíram 8% e fecharam a US$ 24,81.
No primeiro trimestre, o inverno rigoroso americano já pressionou os resultados da Corteva. Foi o principal fator para uma queda de 11% das vendas em relação aos três primeiros meses de 2018, para US$ 3,8 bilhões. E a tendência é que as vendas recuem mais uma vez no segundo trimestre. Para 2019, a Corteva prevê que suas vendas líquidas cairão um "dígito baixo" (entre 1% e 5%) e que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficará em US$ 2,7 bilhões.
Para o Brasil, as perspectivas apontam para um melhor desempenho operacional, apesar das turbulências geradas pela crise político-econômica, que levaram o dólar à casa dos R$ 4. "O clima de incertezas é grande. Também temos a guerra comercial entre China e EUA e a peste suína [em território chinês], mas as compras para 2019/20 estão progredindo", disse Hun. O dólar valorizado, contudo, diminui o interesse dos produtores e, atualmente, as vendas estão mais baixas que as registradas no mesmo período do ano passado para a safra 2018/19.
Mirando um segmento que avança a olhos vistos, a Corteva também lança no mercado nacional a Granular, startup agtech de San Francisco adquirida por US$ 300 milhões pela DuPont em agosto de 2017. "A plataforma será dividida em três: recomendações da saúde da lavouras, recomendações agronômicas e a parte que integra o operacional com o financeiro", explicou Roberto Hun.
"Já temos alguns projetos-piloto com alguns clientes no Brasil e na segunda metade do ano lançaremos o Granular insights [recomendações da saúde da lavoura]", informou.
Paralelamente, a Corteva também assinou uma parceria de pesquisa com a estatal Embrapa. A ideia é trabalhar a edição genômica - que não é considerada uma manipulação genética - de cultivares a partir de Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPRs-Cas9).
Como nem tudo são flores, as restrições ambientais na China também mantêm as margens pressionadas no Brasil. "Estamos com suprimento melhor", disse o CEO no país. Contudo, não foram repassados para os produtores o aumento total de custos com matérias-primas. Na temporada 2018/19, os aumentos de preços dos produtos da Corteva ficaram na casa dos 4% em relação a 2017/18, segundo Hun.
Com o peso do Brasil, que representou 12% de suas vendas em 2018, a América Latina como um todo responde por cerca de 20%. A fatia dos EUA chega a 50%, a da Europa a 20% e a da Ásia, a 10%.
O processo de construção da nova companhia começou com a fusão da Dow Chemical Company e da DuPont em 31 de agosto de 2017. Desde o início já estava claro o objetivo era criar três empresas independentes e líderes em seus mercados de atuação. No agronegócio, a combinação das expertises de Pioneer, DuPont Proteção de Cultivos e Dow AgroSciences gerou um portfólio robusto. A nova companhia recebeu o nome de Corteva Agriscience em fevereiro de 2018, uma combinação das palavras kohr (coração) e thevah (natureza).
"O consumidor quer saber como se produz a comida, qual é a origem do alimento. Temos que falar com toda a sociedade, não só com os agricultores. Temos que trabalhar com produtos que deixem o mínimo de resíduos possíveis, produtos seguros e sustentáveis. Esta é uma exigência dos importadores, das grandes redes dos supermercados, dos restaurantes e dos consumidores, disse Alejandro Muñoz, vice-presidente da Corteva para a América Latina.
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Fonte: Valor Econômico
6. Vittia avança no mercado de produtos biológicos
Menos de dois anos após adquirir 80% da empresa de biodefensivos Biovalens, o Grupo Vittia planeja novos investimentos expressivos. Em 2020, deverá inaugurar sua terceira planta de produtos biológicos, a segunda em São Joaquim da Barra (SP). O aporte previsto chega a aproximadamente R$ 100 milhões.
Com isso, a empresa familiar (70% do capital está nas mãos dos Romanine) vai ampliar a atuação em uma área que vem apresentando avanço anual de dois dígitos. Em 2018, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), faturou, no total, R$ 464,5 milhões, e em 2019 deverá crescer 20%.
O Grupo Vittia teve início com a Bio Soja, especializada em inoculantes, em 1971. Nos anos 1990, expandiu o leque com a compra de uma empresa de defensivos e outra de fertilizantes organominerais. E em 2014, depois de vender 30% de seu capital para o Fundo Brasil Sustentabilidade, por R$ 84 milhões, adquiriu a Samaritá, fornecedora de insumos para citricultura e hortifrútis em São Paulo.
O mercado de inoculantes tem amadurecido. Conforme dados da Anpii, entidade que representa produtores e importadores do ramo, a área plantada com soja tratada com o insumo aumentou de 70%, na temporada 2015/16, para 82% na safra 2018/19.
"A vantagem é que o agricultor não precisa adicionar nitrogênio no plantio. Os nossos competidores, Estados Unidos e Argentina são obrigados a colocar nitrogênio", explicou José Roberto de Castro, diretor comercial do grupo Vittia e presidente da Anpii.
Já a compra da Biovalens, em 2017, foi uma aposta numa startup, segundo Alexandre Del Nero Frizzo, diretor financeiro do grupo. "Mas já esperamos faturar R$ 45 milhões com ela neste ano", disse. Em 2018, foram R$ 19 milhões.
Com biológicos, a perspectiva é chegar a um faturamento da ordem de R$ 130 milhões neste ano, 48% mais que em 2018. O crescimento previsto virá do avanço de vendas com novos produtos do portfólio. "No último trimestre de 2018 saíram novos registros. São cinco novos produtos", afirmou Castro.
Considerando as outras áreas de atuação do grupo - nutrição e adjuvantes (substâncias que aumentam a eficácia e facilitam a aplicação de agrotóxico) -, a receita da Vittia deverá chegar a R$ 570 milhões neste ano, um aumento de 15,4% em relação a 2018. "Temos crescido 20% ao ano desde 2014. Vamos crescer 15% neste ano, porque estamos com uma postura menos agressiva com produtos que rentabilizam pouco", disse Castro.
Segundo ele, é possível que no caso de alguns tipos de fertilizantes o faturamento até caia. "Estamos mudando a aposta. Biológico tem uma equação mais interessante para a companhia".
Permanece no radar do grupo novas aquisições e um plano de ampliar vendas em outros países. "Hoje, as exportações representam menos de 1% do faturamento, mas estamos abrindo novas frentes promissoras", disse Castro.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. Suspensos os embarques de carne à China
Depois de confirmar a ocorrência de um caso atípico do "mal da vaca louca" em Mato Grosso, o Ministério da Agricultura suspendeu ontem as exportações de carne bovina à China. A medida, de caráter preventivo, foi antecipada pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
Ainda que temporária, a suspensão dos embarques representa um duro revés para os frigoríficos. Até então, o otimismo com a demanda da China - em razão da escassez de provocada pelo surto de peste suína africana - vinha animando empresários do setor e impulsionando as ações dos frigoríficos na B3.
Ontem, a suspensão das vendas derrubou os papéis de JBS, Marfrig e Minerva Foods. A maior baixa do Ibovespa, aliás, foi registrada pela Marfrig, cujas ações caíram 4,25% - neste caso, os papéis devolveram os ganhos vistos na última sexta-feira, em reação à divulgação das negociações para uma possível fusão com a BRF. No caso da JBS, as ações recuaram 2,9%. Os papéis da Minerva, por seu vez, caíram 2,8%.
A expectativa na indústria é que a suspensão das exportações à China dure pouco tempo. Em nota, o Ministério da Agricultura informou que a emissão dos certificados sanitários para os embarques ficará suspensa até que as autoridade do país asiático avaliem as informações prestadas sobre o episódio da doença em Mato Grosso.
Os casos atípicos da enfermidade não são considerados graves. No Brasil, ocorreram outras duas vezes: em 2012, no Paraná, e em 2014, também em Mato Grosso. Geralmente, atingem animais mais velhos - desta vez, foi uma vaca de 17 anos. Nesses casos, a doença é desenvolvida espontaneamente e o risco de contaminação é mínimo. As ocorrências mais perigosas são aquelas desenvolvidas por meio da ingestão de farinha de carne e ossos. No Brasil, a alimentação dos bovinos com farinha de carne e ossos é proibida. Nunca houve um caso clássico de "mal da vaca louca" no país.
Em favor do Brasil, também pesa o fato de a carne da vaca doente não ter sido comercializada, o que evita o risco de contaminação. Em humanos, a proteína (príon) que causa o "mal da vaca louca" pode provocar a doença cerebral "Creutzfeldt-Jakob" - que é fatal.
Internacionalmente, a posição brasileira também está amparada. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) manteve ontem o status de risco da doença no Brasil como "insignificante". Com essas explicações, a expectativa é que logo a China dê aval para que o Brasil continue exportando.
Em entrevista ao Valor, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, afirmou que as vendas para a China foram suspensas devido a uma cláusula do protocolo sanitário entre os dois países. Para outros mercados, os embarques seguem normalmente. "Se outro país importador pedir para suspendermos também -esperamos que não ocorra -, isso estaria fora das regras da OIE ", acrescentou Leal.
Para os frigoríficos, a suspensão das vendas à China provoca transtornos, como o acúmulo de estoques. No primeiro quadrimestre, o país asiático foi responsável por cerca de 18% do volume de carne bovina exportada pelo Brasil, de acordo com dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura.
Outra consequência negativa é que as novas autorizações de Pequim para que abatedouros brasileiros sejam habilitados a exportar demorem mais. Na semana retrasada, o Ministério da Agricultura enviou para as autoridades chinesas uma lista com 19 abatedouros de bovinos que desejam exportar para o mercado do país asiático.
Procurada, a JBS não comentou. Em nota, a Marfrig informou que as exportações à China a partir do Brasil representam somente 0,9% do faturamento. A Minerva, por sua vez, informou que vai redirecionar as encomendas de carne bovina para os abatedouros que possui na Argentina e no Uruguai.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Com peste suína na China, Brasil exporta mais proteína animal
A ocorrência de peste suína africana (PSA) na China contribuiu para impulsionar os embarques de carnes do Brasil no mês de maio em relação a igual período de 2018, tanto em volume quanto em faturamento. As proteínas bovina, de frango e suína registraram saltos entre 10% e 42% em volume e entre 10% e 58% em receita no mês passado ante maio de 2018.
Com milhões de suínos doentes descartados no continente asiático por causa da PSA, a tendência é de que os embarques continuem em alta ao longo do ano. Em comparação com abril deste ano também houve crescimento, principalmente em relação à carne suína brasileira. Os dados de exportação de proteína animal pelo Brasil referentes ao mês de maio foram divulgados nesta segunda-feira (3/6) pela de exportação Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia e consideram 21 dias úteis.
As vendas externas de carne suína in natura alcançaram 58,1 mil toneladas, alta de 41,7% ante as 41 mil toneladas embarcadas em maio de 2018 e 13,92% maiores quando comparadas ao total de 51 mil toneladas registrado em abril. A receita somou em maio US$ 131,6 milhões, avanço de 58,55% ante igual mês do ano passado, de US$ 83 milhões, e 19,31% superior aos US$ 110,3 milhões de março. O preço médio também foi impulsionado pela elevação na demanda externa e atingiu US$ 2.265,30 por tonelada, incremento de 11,86% na variação anual e de 4,77% ante o mês anterior.
Os embarques de carne bovina in natura somaram 121 mil toneladas, crescimento de 33,7% ante as 90,5 mil toneladas enviadas ao exterior em maio do ano passado. Já em relação a abril, o resultado representa avanço de 10,2%. Em receita, foram obtidos US$ 470 milhões, avanço de 23,85% ante os US$ 379,5 milhões de um ano antes e de 13,06% na variação mensal.
As exportações de carne de frango in natura atingiram 345,9 mil toneladas, volume 9,95% maior que as 314,6 mil toneladas vendidas em maio de 2018. Na variação mensal, houve alta de 10,83% ante as 312,1 mil toneladas registrados em abril. O faturamento somou US$ 588,3 milhões, 22,38% superior aos US$ 480,7 milhões registrados em igual período de 2018, e 17,85% maior ante a receita de US$ 499,2 milhões de abril.
Acumulado
Nos cinco primeiros meses de 2019, as vendas de carne bovina totalizaram 567,2 mil toneladas, ante 479,6 mil toneladas em igual período do ano passado (+18,27%). Já o faturamento ficou em US$ 2,143 bilhões este ano, valor 9,44% maior que o total de US$ 1,958 bilhão obtido entre janeiro e maio de 2018.
As vendas externas de carne suína in natura cresceram 17,98% em volume acumulado até maio, de 206,9 mil toneladas nos cinco primeiros meses de 2018 para 244,1 mil toneladas. Em faturamento, houve avanço de 12,71%, de US$ 455,6 milhões para US$ 513,5 milhões no período.
Também no acumulado do ano, as exportações de frango in natura subiram 11,94% em receita, atingindo US$ 2,465 bilhões, ante US$ 2,202 bilhões nos primeiros cinco meses de 2018. Em volume, houve uma alta de 23,31%, ao passar de 1,433 milhão de toneladas para 1,767 milhão de toneladas.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
9. Ministério publica nota com atualização sobre caso atípico de vaca louca em MT
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta segunda-feira, dia 3, uma nota técnica com atualização sobre um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também chamada de “mal da vaca louca”, registrado na semana passada em Mato Grosso.
De acordo com o texto oficial, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) examinou a notificação da ocorrência e determinou o encerramento do caso, sem alteração do status sanitário brasileiro, que segue como risco insignificante para a doença. A OIE informou ainda que não haverá relatórios suplementares sobre o caso.
O Mapa informou também que suspendeu temporariamente a emissão de certificados sanitários para a China até que a autoridade chinesa conclua sua própria avaliação sobre o episódio, cumprindo assim o disposto no protocolo bilateral assinado em 2015.
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Fonte: Canal Rural
Agroenergia
10. Bancos têm mais de 60% da dívida da Atvos
Em recuperação judical desde a semana passada, a Atvos, braço sucroalcooleiro da Odebrecht, deve mais de R$ 9 bilhões aos principais bancos do país, o que significa mais de 60% do endividamento de R$ 15 bilhões da companhia. Para fornecedores, a Atvos deve apenas R$ 350 milhões, apurou o Valor.
Entre os bancos, as instituições estatais são, de longe, os principais credores. Ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Atvos deve em torno de R$ 4,1 bilhões, 27% do total. O Banco do Brasil é o segundo principal credor, com R$ 3,8 bilhões a receber. Os dados constam da lista de credores protocolada pela Atvos na 1ª Vara de Falências da Comarca de São Paulo. Ainda entre as estatais, a empresa da Odebrecht deve R$ 527,6 milhões à Caixa Econômica Federal.
Dos bancos privados, o principal credor é o Itaú, com R$ 281 milhões a receber. Em seguida, vem o Bradesco. A Atvos deve cerca de R$ 260 milhões ao banco da Cidade de Deus. Com o Santander, as dívidas da empresa totalizam R$ 199 milhões. A companhia deve, ainda, R$ 106 milhões ao Banco Votorantim e R$ 39,1 milhões ao banco da John Deere, especializado no financiamento de máquinas agrícolas.
Da dívida total da Atvos, quase R$ 3,8 bilhões não estão sujeitos às regras da recuperação judicial, por terem garantias na forma de alienação fiduciária. O principal credor nessa situação é o BNDES. Do total que a companhia deve para o banco de desenvolvimento, R$ 2,1 bilhão é de dívidas com alienação fiduciária. De acordo com uma fonte próxima à Atvos, os recebíveis de etanol constituem grande parte dessas garantias.
Para que a reestruturação das dívidas da Atvos torne a empresa viável, é fundamental que a companhia chegue a um acordo paralelo com os credores extraconcursais - aqueles que tem como a alienação fiduciária como garantia. "Não dá para repactuar só os R$ 11,9 bilhões", afirmou uma fonte, citando o valor das dívidas sujeitas à recuperação judicial. A avaliação é que, como bancos como BNDES e Banco do Brasil também são credores relevantes no passivo sujeito à recuperação judicial, negociações nesse sentido certamente vão acontecer.
Para além da dívida com os bancos, a própria Odebrecht é um dos principais credores. A companhia sucroalcooleira deve R$ 3,9 bilhões aos controladores. Nas assembleias de credores para votação do plano, porém, a Odebrecht não pode votar.
Outro credor relevante é a corretora Planner, que representa os debenturistas Lone Star e Castlelake. A dívida com a Planner, que soma mais de R$ 1 bilhão, foi o que detonou a recuperação judicial. A companhia, que vinha negociando com os credores a renegociação das dívidas, se disse surpreendida com uma ação judicial movida pela Lone Star. Na Justiça, a Atvos foi obrigada a depositar judicialmente 65% das vendas para a Lone Star, o que inviabilizaria as operações.
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Fonte: Valor Econômico
11. Evandro Gussi comenta andamento do RenovaBio, venda direta, Atvos e eletrificação
Para o presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Evandro Gussi, o Brasil tem a melhor proposta de eletrificação da frota de veículos do mundo, ao combinar a eletricidade com o uso de biocombustíveis. Ex-deputado, ele é autor do projeto que originou o RenovaBio e hoje comanda a associação que representa parte do setor sucroenergético no Brasil.
Em entrevista exclusiva à EPBR, Gussi defende que o uso de motores híbridos a etanol gera menos emissões do que veículos plug-in em outros países e afirma que o grande benefício do RenovaBio para a sociedade é a maior participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira.
Além disso, atento aos debates acerca da liberação da venda direta de etanol, ele afirma que a eventual alteração na cadeia do combustível não é uma ameaça ao programa, que excluirá usinas que optarem pela alteração. E faz um alerta: a mudança na tributação pode trazer para dentro do setor um número maior de devedores contumazes.
Qual o próximo passo para a implantação do programa RenovaBio?
O RenovaBio está na última fase de implementação, que é o processo de estruturação financeira do programa, uma fase que é tratada no Banco Central com diálogos com a ANP e o MME e está dentro dos prazos adequados. Essa fase visa a adequação de processos de emissão de CBio (Crédito de Descarbonização por Biocombustíveis), esclarecendo como funcionará o mercado secundário, quem pode comprar o título.
Como as empresas estão se preparando para vender e comprar CBios?
Nas usinas, o que se tem agora é a busca pelo processo de credenciamento. Para que você possa emitir CBios é preciso um certificado de produção eficiente junto à ANP. Já há usinas buscando as empresas para apresentarem o seu processo de certificação.
Com o programa completamente implementado, qual será o impacto do RenovaBio?
O grande benefício do RenovaBio para a sociedade é a maior participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira. São Paulo é um exemplo de uma revolução promovida pelo etanol. 30 anos atrás tínhamos uma série de problemas causados pela poluição. O aumento da participação do etanol gerou uma profunda revolução na qualidade do ar das cidades brasileiras.
A venda direta de etanol voltou a ser debatida no Congresso este ano. Há risco para o RenovaBio?
Entendemos que não tem impacto sobre o programa. Quem optar por venda direta está, a princípio, fora do RenovaBio. Isso porque o programa é desenhado com toda a cadeia, com as revendedoras para o processo de substituição da gasolina pelo etanol.
Mas os preços devem cair com a venda direta?
Não achamos que a venda direta vá trazer redução de preços ao consumidor. A capacidade de transporte que a distribuidora tem o produtor, em geral, não tem. Não vemos grandes benefícios da venda direta. Entendemos até que é preciso observar para não atrair para o setor de combustíveis uma preocupação tributária. Queremos que o setor mantenha a lisura em relação a tributos. Quando você altera a tributação sobre a cadeia produtiva, pode atrair falsos empreendedores que se aproveitam de “gaps” institucionais para praticar concorrência desleal.
Como você vê a concorrência por espaço no setor automotivo entre biocombustíveis e eletrificação?
A mobilidade do século 21 vai ser uma mobilidade plural. Você tem gente de patinete na Faria Lima, transporte compartilhado. Vai ser diferente do passado e isso é bom. O processo de eletrificação terá um papel importante nesse novo desenho de mobilidade. Nós, no Brasil, temos a melhor proposta para eletrificação. A primeira delas é veículo híbrido que a Toyota está lançando agora em outubro. Um carro movido a gasolina gera 147 gramas de CO2 por km rodado. O Corolla com etanol vai emitir 28 gramas de CO2 por km rodado. Você não consegue ver um resultado assim em nenhuma outra opção de eletrificação.
Então há espaço para os dois modelos no Brasil?
Há várias rotas para a eletrificação. Motores a baterias, a etanol. O que nós propomos é uma visão global desse processo de eletrificação. Você tem que perguntar de onde vem a eletricidade que o carro está usando. Se ele usa energia de uma termelétrica movida a carvão eu apenas desloquei a localização da emissão de carbono. Um estudo da Universidade de Colônia mostrou que um carro elétrico rodando na Alemanha produz emissões da ordem de 120 gramas de CO2 por km. São emissões superiores à gasolina porque você avalia todo o ciclo de vida do combustível.
A recuperação judicial da Atvos é o anúncio de uma crise para o setor?
Não há essa preocupação. Eu não falo pela Atvos mas entendemos que a recuperação judicial foi noticiada como a estratégia jurídica para manutenção das operações. Eles possuem um compromisso inequívoco com o setor nacional e temos profunda convicção de que estão se portando da melhor maneira possível. O mercado viveu momentos muito difíceis, especialmente quando o governo da ex-presidente Dilma Rousseff promoveu o controle de preços da gasolina. Mas o mercado vem contribuindo com a melhora da saúde da economia.
A produção de etanol de milho cresce no Brasil. Esse crescimento ameaça o espaço da cana?
Não vemos disputa nenhuma. Quanto mais produção de etanol tivermos no Brasil e no mundo, isso significará uma contribuição determinante para a segurança energética. Por outro lado, dificilmente o milho é capaz de substituir uma área cultivada com cana. Entendemos que para o cumprimento dos objetivos do RenovaBio precisaremos também do etanol de milho. Prevemos uma participação da produção de etanol de milho no programa.
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Fonte: EPBR/NovaCana
12. Governo pode aprovar hoje venda direta de etanol das usinas aos postos
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), formado por ministros de Estado, se reúne nesta terça-feira para avaliar a possibilidade de autorizar a venda direta de etanol pelos produtores para os postos de combustíveis, entre outras medidas relacionadas ao setor. Essa autorização, que elimina a obrigatoriedade dos distribuidores na cadeia do etanol, faz parte de um plano do governo federal para aumentar a concorrência na área de combustíveis e, dessa forma, reduzir os preços ao consumidor final.
No mês passado, o CNPE já deu aval ao plano da Petrobras de vender oito de suas refinarias como forma de acabar com o monopólio da estatal no setor. O presidente Jair Bolsonaro já defendeu a venda direta de etanol aos postos.
Os preços dos combustíveis são formados por três parcelas principais: o preço da commodity (álcool ou petróleo), o repasse de impostos e as margens de lucro de distribuidores e revendedores. Segundo uma fonte técnica do setor, é nas duas últimas parcelas que o governo tenta atuar para reduzir o impacto no bolso do motorista diante das bombas.
“As regras que tratam da distribuição e da revenda são muito engessadas no país, e isso diminui a competição e cria reserva de mercado”, destacou a fonte, acrescentando que há grande chance de o CNPE adotar a venda direta de etanol para postos.
Atualmente, as usinas produtoras de etanol só podem vender o combustível para distribuidoras. A venda direta foi sugerida no ano passado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como uma das formas de aumentar a competição e reduzir os preços nos postos. O assunto também está em discussão na Câmara dos Deputados.
Se a venda direta for autorizada, as usinas poderão passar a negociar diretamente com postos de bandeira branca, ou seja, sem contratos com distribuidoras. Mas a ideia do governo é deixar que as limitações passem a ser definidas entre postos e distribuidoras, sem interferência do governo.
A Agência Nacional do petróleo (ANP) é favorável e já publicou nota técnica defendendo a medida. O diretor-geral do órgão, Décio Oddone, lembra que a ANP já promoveu diversas audiências e públicas e tomadas de contribuições sobre o tema. Se essa medida foi aprovada, será necessário alterar regras tributárias, já que atualmente as distribuidoras é que arrecadam a maior parte dos impostos que incidem sobre os combustíveis. Os representantes das distribuidoras dizem que essa mudança pode prejudicar a arrecadação de impostos como ICMS.
Já para Oddone, a medida vai ajudar a melhorar a arrecadação. Segundo ele, muitas distribuidoras conseguem liminares na Justiça para não pagar impostos que arrecadam. Há casos de falência sem quitação de dívidas tributárias. Para o executivo, postos e usinas têm ativos que podem ser usados para eventuais coberturas de prejuízos tributários.
“Estamos permanentemente discutindo o assunto. Refuto as alegações de que não há diálogo com o setor (de distribuição). Agora, não necessariamente a ANP vai acatar todas as opiniões de todos os agentes. A ANP se preocupa com o interesse do consumidor, da sociedade e da economia brasileira, e não só com a posição dos agentes”, diz Oddone.
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Fonte: O Globo/NovaCana
Grãos e Grandes Culturas
13. Estoques de suco de laranja deverão fechar safra 2018/19 em baixa
Os estoques de suco de laranja brasileiro na rede logística das grandes empresas exportadoras deverão ficar em 224,5 mil toneladas equivalentes ao produto congelado e concentrado (FCOJ) em 30 de junho, fim da atual safra 2018/19. A estimativa foi divulgada há pouco pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), entidade que representa Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company, líderes globais do segmento.
Se confirmado, o volume, 12% superior ao projetado em fevereiro (200,6 mil toneladas), será 34,5% menor que o registrado em 30 de junho do ano passado. “É um pequeno ajuste na revisão, a exemplo do que fazemos todos os anos, sem que haja mudança na conjuntura”, diz o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, em comunicado. “O principal fator para a queda nos estoques foi a redução da safra de laranja 2018/19 [no cinturão formado por São Paulo e Minas Gerais], encerrada com 285,98 milhões de caixas de 40,8 quilos”, informou a CitrusBR.
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Fonte: Valor Econômico
14. Exportação de algodão em maio cresce 340% em volume e 310% em receita
As exportações de algodão seguiram aquecidas em maio, com embarque de 81,5 mil toneladas, 340% mais que em igual mês de 2018, e receita de US$ 138,6 milhões, 310% acima do desempenho do ano passado.
Os dados divulgados nesta segunda-feira (3/) consideram 22 dias úteis em abril. Em abril, o desempenho já tinha sido expressivo, com embarque de 71,8 mil toneladas (+152% ante abril/18) e receita de US$ 122,4 milhões (+145%).
O preço médio da tonelada da pluma exportada no mês passado caiu levemente em relação a abril. Foi de US$ 1.700,40, ante US$ 1.704,80. Em maio de 2018, o preço médio havia sido de US$ 1.826,20.No acumulado dos cinco meses de 2019, o País embarcou 447,5 mil toneladas da pluma, com faturamento de US$ 764,7 milhões.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
15. Exportação de milho do Brasil dispara 1.620% ante maio de 2018
As exportações brasileiras de milho dispararam em maio, tanto na comparação com igual mês do ano passado como em relação a abril. O País embarcou 979,3 mil toneladas no mês passado, 1.622% acima das 56,9 mil toneladas registradas em maio de 2018 e 130% acima das 426 mil toneladas enviadas ao exterior em abril.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3/6), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.O resultado reflete a valorização recente do dólar em relação ao real e também a alta dos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) no último mês, sustentada pelo clima frio e úmido nos Estados Unidos, que comprometeu o plantio no país.
Com isso, os preços domésticos subiram, estimulando a comercialização do cereal de verão e dos primeiros lotes de safrinha colhidos.No acumulado do ano, o Brasil exportou 8,273 milhões de toneladas de milho, volume 63,7% superior aos 5,053 milhões de toneladas embarcadas nos cinco primeiros meses de 2018.
A receita cambial em maio chegou a US$ 174,7 milhões, ante US$ 9,4 milhões em maio do ano passado (alta de 1.758%). Na comparação com abril, quando a receita atingiu US$ 79,2 milhões, o incremento é menor mas ainda expressivo, de 120,6%. Entre janeiro e maio, os embarques de milho resultaram em uma receita total de US$ 1,476 bilhão, montante 83,6% superior ao faturamento de US$ 804,1 milhões obtido em igual intervalo de 2018. O preço médio do cereal exportado, considerando-se 22 dias úteis do mês passado, foi de US$ 178,40 por tonelada, 7,5% acima dos US$ 165,90 apurados em maio de 2018 mas 4,1% inferior aos US$ 186 verificados em abril.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural