Conjuntura do Agronegócio

1. Ministra quer multas pesadas a quem fraudar autoinspeção

Ao mesmo tempo em que prepara um projeto de lei para ampliar o sistema de autoinspeção em agroindústrias, o Ministério da Agricultura quer propor ao Congresso multas mais pesadas para punir eventuais fraudes.

Os dois planos estão em estágio avançado de gestação no Ministério da Agricultura, mas poderão demorar mais que o previsto para saírem do papel por causa da reforma da Previdência, que tende a concentrar as atenções do Congresso ao menos pelos próximos dois meses.

“Vai depender da agenda de reformas estruturantes. Não dá para mandar um tema polêmico junto com a Previdência. Não é uma coisa para acontecer agora, mas temos que ir preparando. O brasileiro precisa entender que cada um tem sua responsabilidade e tem que pagar por ela. Não pode ser tudo nas costas do governo”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Valor.

Enquanto aguarda o momento certo, o ministério estuda se vai incluir em um mesmo projeto o autocontrole e as multas ou se fará isso de maneira separada.

Em linhas gerais, a ideia é resgatar uma Medida Provisória editada pelo governo de Michel Temer em 2017, que aumentou de R$ 15 mil para até R$ 500 mil o valor máximo das multas cobradas sobre indústrias de produtos de origem animal como carnes, lácteos, pescado, ovos e mel.

A MP foi uma das promessas do então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em resposta à Carne Fraca, operação da Polícia Federal que revelou um esquema de corrupção entre fiscais federais e funcionários de frigoríficos. Mas o Congresso Nacional não a aprovou e a lei caducou, após grande pressão das empresas, sobretudo da área de carnes.

O Valor apurou que, por causa disso, o ministério ainda enfrenta dificuldade em julgar as multas aplicadas com valores maiores durante os quatro meses em que a MP vigorou antes de caducar.

Agora, a intenção da ministra Tereza Cristina é recorrer à “mão pesada” do Estado na aplicação das multas também a outras agroindústrias que inicialmente ficariam fora do alcance das novas regras, como fábricas de ração, fertilizantes e bebidas.

Tereza garante que, no caso dos frigoríficos, a regulamentação do autocontrole não envolverá as etapas anterior e posterior ao abate de animais. A presença permanente de auditores fiscais agropecuários para acompanhar esses processos é prevista em lei e condição exigida por países importadores nas negociações de abertura ou manutenção de mercados.

“Isso é uma questão de saúde pública e não vai ter autocontrole. Agora, se o produto está ruim, a empresa tem que fazer o quê? Tem que fazer como acontece nos Estados Unidos, onde é cheio de recall”, completa a ministra.

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Fonte: Valor Econômico

2. Guerra comercial está longe do fim, diz secretário

O secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, afirmou que a disputa comercial travada com a China ainda tem um longo caminho a percorrer antes de chegar ao fim. As declarações foram dadas em um evento sobre a indústria de carne de gado, logo após os asiáticos sinalizarem uma trégua, anunciando que comprarão mais soja norte-americana.

Segundo informações divulgadas pelo portal agriculture.com, do outro lado, a China está cumprindo a sua promessa anunciada na Casa Branca, com algumas fontes de comércio colocando as compras em até 4 milhões de toneladas, no valor de US$ 1,35 bilhão. No entanto, o presidente Donald Trump estabeleceu o prazo de 1 de março para aumentar as tarifas sobre produtos chineses, caso não haja acordo, colocando mais dúvida em cima da situação.

"Adoraríamos ver um relacionamento amplo e abrangente com a China restaurado", disse Perdue na Convenção da Indústria de Gado em Nova Orleans. O governo impôs tarifas a uma ampla gama de produtos chineses como alavanca para a reforma das políticas comerciais da China, que os EUA dizem incluir o roubo de propriedade intelectual e a transferência forçada de segredos comerciais.

Nesse cenário, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, afirmou durante uma reunião com Trump que a China comprará cerca de 5 milhões de toneladas de soja dos EUA, sendo o anúncio classificado pelo presidente dos EUA como “sinal de boa fé”. Fontes do comércio disseram à agência de notícias AgriCensus na sexta-feira que “pelo menos 2,5 milhões de toneladas foram compradas na hora do almoço em Chicago, com algumas estimativas de 4 milhões”.

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Fonte: Agrolink

3. Previdência: ministra da Agricultura defende idade mínima diferente para mulher do campo

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu que a reforma da Previdência preveja uma idade mínima diferenciada para a mulher que trabalha no meio rural. Ela argumentou que as mulheres envolvidas nesse tipo de atividade são "mais envelhecidas" e "mais sofridas". Por isso, deveriam poder se aposentar mais cedo. Uma minuta do projeto em elaboração pelo governo sugere a mesma idade para homens e mulheres.

— Não li o texto, mas minha preocupação é com as mulheres da área rural, porque elas são mais envelhecidas, elas são mais sofridas — afirmou a ministra, após participar da cerimônia de abertura dos trabalhos no Legislativo na tarde dessa segunda-feira.

A ministra previu um "debate quente" no Congresso sobre a reforma e defendeu a necessidade de o governo trabalhar a comunicação no tema para conseguir ampliar apoios na sociedade.

— É um assunto bom? Não. Duvido que alguém colocaria esse assunto na pauta se pudesse não colocar — afirmou.

Ela, que é deputada, afirmou que cabe também aos parlamentares convencer seus eleitores sobre a necessidade do projeto.

— A gente tem que às vezes convencer nosso eleitor. Cada um dentro da própria Casa tem um caso que será afetado nessa transição — disse Tereza Cristina.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, sugeriu a necessidade de as exigências serem menores para mulheres do que para homens. Ele disse que a idade pode ser a mesma "dependendo da profissão e da qualificação", mas não entrou em detalhes, como fez Tereza Cristina ao falar do meio rural.

— A mulher precisa ter mais apoio. Tem um desgaste maior. Acho que são coisas que tem de ser avaliadas. Acredito que a Previdência tem de aumentar a idade, mas é preciso observar as características — afirmou o ministro.

Terra elogiou o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter destacado a reforma da Previdência em seu discurso e disse acreditar que o governo conseguirá construir uma maioria para aprovar o texto.

O ministro ainda afirmou que, se não for resolvido o crescimento do deficit da Previdência, o governo pode ficar sem recursos no futuro para pagar benefícios sociais, como o Bolsa Família.

— Se não resolver o problema da Previdência, daqui a pouco não vamos ter dinheiro para pagar Bolsa-Família, os programas sociais. Precisamos equacionar isso — disse Osmar Terra após a cerimônia de abertura dos trabalhos no Legislativo.

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Fonte: O Globo

Insumos

4. ADM conclui aquisição da Neovia

A americana ADM, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, anunciou que concluiu a aquisição da Neovia, por 1,544 bilhão de euros. Com a transação, a multinacional se torna uma das mais importantes companhias globais de nutrição animal para animais de companhia e de grande porte. O negócio foi anunciado em julho do ano passado.

“A aquisição da Neovia representa um importante marco na execução do nosso plano estratégico para nos tornarmos líderes mundiais em nutrição”, afirmou, em nota, Juan Luciano, presidente e CEO da ADM. “Esta aquisição — a mais importante desde a compra da WILD Flavors em 2014 — cria, de imediato, uma empresa líder mundial em nutrição animal, oferecendo, ao mesmo tempo, uma sólida plataforma para o crescimento futuro. Ela corresponde a nossos objetivos de rentabilidade, amplia nosso alcance geográfico e nos ajuda a continuar a expandir nossa carteira de produtos e a atender melhor nossos clientes”, disse ele.

Com sede em Saint-Nolff, na Bretanha, a Neovia - que pertencia à central de cooperativas francesa InVivo - foi fundada em 1954. A empresa produz uma gama de produtos que inclui serviços para pets, linhas de produtos premium, aditivos e outros ingredientes. Conta com 72 fábricas em 25 países, 11 centros de pesquisa e desenvolvimento e emprega 8,2 mil funcionários.

Com a Neovia, a ADM vai se tornar uma das maiores empresas de ração no Brasil, ao lado da também americana Cargill e das holandesas DSM, Trouw Nutrition e De Heus. No exercício-fiscal 2016/17, a Neovia faturou R$ 1,6 bilhão no país. Ao todo, a empresa tem 13 plantas no Brasil. Suas principais áreas de atuação no país são os mercados de sal mineral para bovinos e de rações prontas para os segmentos de pets, aves, suínos e peixes.

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Fonte: Valor Econômico

5. Dívida elevada põe Heringer às portas de venda ou recuperação

Com uma dívida líquida de mais de R$ 1 bilhão e dificuldades para honrar o passivo de curto prazo, a Fertilizantes Heringer iniciou uma reestruturação que pode culminar em um pedido de recuperação judicial, segundo analistas e fontes da indústria que conhecem a empresa.

“A situação da Heringer é a seguinte: ou vende ou entra em recuperação [judicial]. Não há saída”, disse uma fonte da indústria que preferiu não se identificar. Procurada pelo Valor, a Heringer informou, por meio da área de relações com investidores, que anunciará novidades sobre o plano de reestruturação ainda esta semana. A empresa não fez comentários específicos sobre eventual pedido de recuperação judicial.

“De fato, existe um processo de reestruturação em curso, porém não gostaríamos de divulgá-lo até que todas as variáveis tenham sido mensuradas e possamos, assertivamente, informar o mercado. A reestruturação passa pela diminuição do número de plantas e por outras medidas saneadoras que serão divulgadas durante a semana”, respondeu a Heringer, por email.

A situação financeira da Heringer, que fatura mais de R$ 4,5 bilhões ao ano, é delicada. De acordo com dados do Valor Data, o capital de giro da companhia estava negativo em R$ 1,3 bilhão ao fim do terceiro trimestre do ano passado. Na prática, a companhia vem queimando o caixa e só teria condições de quitar as dívidas de curto prazo (que vencem em até um ano) com a venda de ativos.

O quadro já afeta clientes. Há casos de produtores que não receberam cargas de fertilizantes que já haviam sido pagos, disse uma fonte. Um pecuarista afirmou à reportagem que, na semana passada, o caminhoneiro que buscaria o fertilizante encomendado encontrou o armazém da companhia fechado.

Aos investidores, as dificuldades da Heringer só haviam sido comunicada de forma parcial. Em teleconferência com analistas em novembro, o então diretor financeiro da companhia, Rodrigo Rezende, anunciou o plano de fechar plantas. Na ocasião, a empresa revelou que entregaria neste ano três unidades que estavam alugadas — em Patos de Minas (MG), Bebedouro (SP) e São João do Manhuaçu (MG).

Mas o movimento de reestruturação foi muito além das três unidades. A companhia fechou pelo menos oito fábricas, apurou o Valor.

A decisão de fechar fábricas foi comunicada aos funcionários pelo presidente da empresa, Dalton Heringer, em 31 de janeiro. Na mensagem, o empresário afirmou que as contas da companhia haviam sido bloqueadas em decorrência de medidas judiciais tomadas por credores. Em meio ao bloqueio judicial, a companhia reconheceu atraso nos salários. E não há data estipulada para que os funcionários recebam.

De acordo com os destinatários do e-mail, ao qual o Valor teve acesso, receberam a notificação as unidades de Pato de Minas (MG), Três Corações (MG), Rio Verde (GO), Porto Alegre (RS), Paranaguá (PR), Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e Rosário do Catete (SE). Fontes de indústria apontam, ainda, para o fechamento das plantas de Rio Grande (RS) e Uberaba (MG).

“Pedimos, por gentileza, que, caso algum cliente, fornecedor ou a imprensa entre em contato com qualquer um de vocês, com questionamentos sobre a reestruturação da empresa, ninguém que não esteja autorizado dê declarações em nome da Heringer”, solicitou a empresa.

A reestruturação em curso também atingiu o alto escalão. Na semana passada, Rodrigo Rezende e Pedro Ferreira renunciaram aos cargos de diretor financeiro e de relações com investidores e controladoria e diretor de suprimentos e logística, respectivamente.

Fundada em 1968, a Heringer detém cerca de 15% do mercado brasileiro de fertilizantes, só atrás da norueguesa Yara, da brasileira Fertipar e da americana Mosaic. Com sede em Viana (ES), a companhia abriu o capital na B3 em 2007 e sempre atraiu o interesse de estrangeiros. Em 2015, a marroquina OCP comprou 10% da participação na Heringer. No mesmo ano, a canadense Nutrien — oriunda da fusão entre a Potash e a Agrium — adquiriu uma fatia de 9,5% do capital.

No mercado, há quem diga que a Nutrien é a favorita para adquirir a Heringer. A russa EuroChem também teria interesse. “A Nutrien quer chegar a 30% do mercado brasileiro e o negócio estava praticamente fechado”, disse uma fonte. Para um advogado, dada a situação financeira, a recuperação judicial pode ser necessária para renegociar o passivo antes de qualquer mudança no controle acionário. “A dívida é tão grande que uma recuperação pode acontecer antes da venda”, afirmou a fonte.

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Fonte: Valor Econômico

6. Japonesas Mitsui e ISK entram no capital da Ourofino Agrociência

A brasileira Ourofino Agrociência, criada há oito anos pelos mesmos fundadores da indústria veterinária Ourofino para atuar no ramo de defensivos agrícolas, anunciou hoje que as japonesas Mitsui & Co. e Ishihara Sangyo Kaisha (ISK) deverão assumir participações de 20% e 5% em seu capital, respectivamente. O valor do negócio não foi divulgado e a operação ainda está sujeita a ajustes e aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em 2018, a Ourofino obteve faturamento de R$ 798,4 milhões, segundo dados preliminares e ainda em auditoria, aumento de 20,3% ante 2017. “Este ano, devemos passar de R$ 1 bilhão. Mas uma estimativa oficial ainda será calculada, após as aprovações”, disse Marcelo Abdo, vice-presidente da Ourofino.

Segundo o executivo, a empresa brasileira sempre foi muito assediada. “Nós sempre olhamos as propostas, mas a ideia não era vender o controle. Na transação anunciada, as possibilidades são grandes”, acrescentou Abdo, ressaltando que os executivos da empresa permanecerão à frente. “A gestão continua sendo da Ourofino. Então, a agilidade nas negociações não foi perdida”, disse o executivo.

Como lembra a Ourofino, a Mitsui é uma das principais tradings agrícolas japonesas e a ISK é especializada em pesquisa e desenvolvimento de novas moléculas para agroquímicos. “A Mitsui tem participação em mais de 400 empresas e na área de defensivos biológicos, coisa que não temos, mas que faz todo sentido entrar”, avaliou. “A ISK pode acrescentar muito em desenvolvimento de moléculas”, afirmou o executivo.

Com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, a Ourofino conta com fábrica em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e escritório de suprimentos em Xangai, na China. A empresa tem em seu portfólio 35 produtos e planeja 22 lançamentos até 2022. Segundo dados preliminares, a Ourofino teve lucro líquido de R$ 69,3 milhões em 2018, queda de 3,6% ante 2017. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 29,3%, a R$ 136,8 milhões.

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Fonte: Embrapa/Agrolink

Proteína Animal

7. Subsidiária da JBS faz recall de quase 29 toneladas de frango nos EUA

A Pilgrim’s Pride, subsidiária da JBS para frango nos Estados Unidos, teve que fazer um recall de pouco mais de 58 mil libras (cerca de 29 toneladas) de um de seus produtos, sob suspeita de contaminação. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (1/2) pelo Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS, na sigla em inglês) do Departamento de Agricultura do país (USDA).

Em comunicado, a instituição informa que o recall é de classe 1. Segundo o USDA, essa classificação representa uma situação de risco à saúde que considera uma razoável probabilidade de que o uso do produto pode causar consequências adversas sérias ou até letais.

Segundo a nota, foi encontrado “material estranho” em diversos lotes de um petisco congelado chamado de “pipoca de frango”. O produto é feito pela Mr Pleasant, unidade da Pilgrim’s Pride no estado do Texas. O problema foi descoberto na quarta-feira (30/1) a partir de informações fornecidas por funcionários de um supermercado na Flórida.

“Não houve confirmação de reações adversas relacionadas ao consumo do produto. Qualquer pessoa que tiver alguma preocupação relacionada a isso deve procurar um serviço médico”, alerta o USDA, em nota.

serviço de inspeção alerta, no entanto, que alguns consumidores podem ter estoques dos lotes citados no recall em casa. A recomendação nesse caso é não consumir e levar de volta ao local onde eles foram adquiridos.

“O Serviço de Inspeção realiza checagens de efetividade para verificar se as empresas estão informando seus consumidores a respeito do recall e se estão sendo cumpridos os passos para garantir que os produtos não estejam â disposição dos consumidores”, informa a nota.

Notícia na ítnegra

Fonte: Revista Globo Rural

8. Embarques de frango retrocedem ao menor volume dos últimos sete meses

Uma vez que na última semana de janeiro (quatro dias úteis) os embarques de carne de frango in natura voltaram a recuar, o total exportado no mês ficou ligeiramente aquém (-1,2%) do volume sinalizado pelo AviSite há menos de uma semana.

Em síntese, o volume do primeiro mês de 2019 ficou resumido a 260.679 toneladas, resultado que significou dupla redução: de pouco mais de 20% sobre as 326.539 toneladas de dezembro passado; e de, praticamente, 15% sobre as 305.839 toneladas de janeiro de 2018. Foi, também, o mais fraco resultado observado desde julho do ano passado.

O recuo estendeu-se ao preço recebido, mas neste caso só em relação ao mês anterior. Pois o valor apontado pela SECEX/MDIC, de US$1.563,14/tonelada representou queda de 2,3% sobre os US$1.599,86/tonelada registrados em dezembro passado. Já em comparação a janeiro de 2018, quando o preço médio ficou em US$1.524,48/tonelada, houve aumento de 2,54%.

Porém, nem esse ganho impediu que a receita cambial do mês retrocedesse em relação a janeiro do ano passado: de pouco mais de US$407 milhões, ela recuou 12,6% em relação aos US$466,2 milhões registrados há um ano. Bem maior, no entanto, foi o índice de queda observado na comparação com dezembro de 2018 (US$522,415 milhões): 22% a menos.

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Fonte: Avesite/Agrolink

9. Virada no mercado do leite

Os preços do leite ao produtor subiram no pagamento de janeiro/19 (referente a produção de dezembro/18) depois de quatro meses em queda. Considerando todos os estados pesquisados pela Scot Consultoria (média nacional ponderada), o aumento foi de 1,7%, frente ao pagamento anterior.

A alta foi reflexo da produção de leite em queda nas principais bacias leiteiras do país e maior concorrência entre as indústrias pela matéria-prima. O pico de produção foi em dezembro/18. Em janeiro, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação de Leite, a produção nacional diminuiu 2,2%, segundo os dados parciais. Para o pagamento a ser realizado em fevereiro/19, 56% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em alta no preço do leite e os 44% restantes falam em manutenção, em relação ao pagamento anterior.

O viés no mercado do leite é de alta em curto e médio prazos, levando em conta a queda prevista na produção nos próximos meses. Os preços subiram também no mercado spot e no atacado e varejo de produtos lácteos, refletindo a menor disponibilidade matéria-prima e maior concorrência entre as indústrias. No mercado spot, os valores máximos em São Paulo chegaram a R$1,70 por litro e em Minas Gerais foram verificados negócios em até R$1,75 por litro, posto na plataforma.

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Fonte: Scot Consultoria/Agrolink

Agroenergia

10. Etanol recua nos postos da maior parte do país desde o início do ano

Os preços do etanol hidratado (que abastece diretamente no tanque dos veículos) recuaram nos postos da maior parte dos Estados na semana passada, mais uma vez acompanhando a queda da gasolina. O combustível fóssil vem recuando nos postos por causa do repasse da baixa do petróleo para o mercado doméstico.

De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado na semana móvel encerrada dia 2, o produto ficou mais barato do que na semana anterior em 14 Estados e no Distrito Federal e mais caro em dez. O etanol só não mudou de preço em Mato Grosso do Sul. E, mais uma vez, não foi feita a pesquisa no Amapá.

Embora seja época de entressafra, em que não há oferta nova entrando no mercado, o produto tem se desvalorizado há semanas por causa da forte queda dos preços da gasolina. Em quatro semanas, o etanol acumula desvalorização em 17 Estados e no Distrito Federal.

A queda vem ocorrendo mesmo nos Estados onde o etanol está mais competitivo do que a gasolina. Em São Paulo, onde o biocombustível tem permanecido bem abaixo de 70% do valor da gasolina, o biocombustível acumula queda de 1,97% em quatro semanas — na semana passada, o preço cedeu 0,61%, para R$ 2,592 o litro.

Em Mato Grosso, onde o preço do etanol vem guardando a maior distância em relação à gasolina desde o pico da safra, o biocombustível acumula desvalorização de 3% em quatro semanas — 2% foi a queda registrada apenas na semana passada, para R$ 2,635 o litro.

O etanol segue economicamente mais vantajoso do que a gasolina para a média da frota flex brasileira em cinco Estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

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Fonte: Valor Econômico

11. Feplana e Unida rejeitam cobrança por mais tempo de cultivares de cana já em uso

Nos últimos anos, tem avançado pesquisas e desenvolvimento de novas variedades de cana por iniciativa de empresas privadas e públicas. Estas novas plantas são chamadas de cultivares. E, pela lei vigente, tais empresas podem cobrar dos produtores pelo uso dessas plantas por até 15 anos.

Em nota publicada em seu site, a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) afirma que concorda com a cobrança e que aceita, inclusive, a ampliação do prazo de validação e revalidação do uso dos cultivares das novas variedades para até 25 anos, conforme propostas de lei no Congresso Nacional. A entidade dos canavieiros, entretanto, discorda da elevação do período de cobrança para as variedades já em uso. O mesmo fez a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida).

O assunto foi debatido na quinta-feira (31) em reunião no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), puxada pela Secretaria de Política Agrícola. O secretário-geral da Feplana, Luiz Henrique, lembrou também da insegurança jurídica que a cobrança dos cultivares já em uso podem gerar frente o rompimento de contratos em andamento entre produtores e as empresas de pesquisa do setor canavieiro (Ridesa, CTC e IAC).

O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas e a Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul também participaram do encontro.

Diante das explanações e visando encontrar um consenso, o secretário de Políticas Agrícolas do Ministério, Eduardo Sampaio, sugeriu ao grupo das entidades presentes para que fossem realizadas outras reuniões. O assunto também tem sido objeto de debates no Congresso Nacional devido a projetos de lei onde as empresas solicitam a ampliação do prazo e a cobrança de todas as variedades da cana, independente de já estarem em uso há algum tempo pelos agricultores.

“No projeto de lei 827/15 da Câmara Federal, atuamos para a garantia da justiça e segurança jurídica sobre cultivares da cana, mas já há outro projeto com teor diferente. E outro mais, no mesmo sentido, no Senado, a pedido das próprias empresas”, diz Andrade Lima.

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Fonte: Feplana/Nova Cana

12. Usinas de açúcar da Índia devem US$ 2,8 bi a produtores de cana, diz Isma

Usinas de açúcar da Índia devem 200 bilhões de rúpias (2,8 bilhões de dólares) aos produtores de cana do país, segundo maior produtor mundial do adoçante, conforme os preços da commodity refinada caíram abaixo do custo de produção, de acordo com informações divulgadas por um grupo da indústria nesta segunda-feira.

Produtores dos estados-chave em produção de cana protestam contra o atraso dos pagamentos pelas usinas, o que pode forçar o governo a fornecer mais incentivos à indústria, antes das eleições gerais marcadas para maio.

A Índia, também maior consumidora de açúcar do mundo, vem buscando encorajar suas usinas em crise a exportar seus excessos do produto já refinado, mas os envios atrasaram por conta do declínio nos preços globais, pressionando ainda mais o mercado do país asiático.

“Os preços de açúcar nas usinas de todo o país estão em torno de 29 a 30 rúpias por quilo, cerca de 5 a 6 rúpias abaixo do custo de produção”, afirmou a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (Isma, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.

As usinas não podem pagar os produtores imediatamente, a não ser que os preços se recuperem, disse a associação.

Em julho, a Índia elevou o preço mandatório de cana a ser pago pelas usinas aos produtores em 8 por cento para o ano comercial de 2018/19, que começou em 1º de outubro, mas nos últimos meses os preços de açúcar refinado caíram devido à ampla oferta.

O preço mínimo de venda do açúcar precisa ser elevado de 29 rúpias por quilo para 35 a 36 rúpias para que as usinas garantam a recuperação de seus custos, segundo a associação.

As usinas indianas produziram, até agora, 18,52 milhões de toneladas de açúcar no atual ano comercial, crescimento de mais de 8 por cento ante o ano anterior, ainda de acordo com a associação.

A Isma aponta que no ano corrente o país deve produzir 30,7 milhões de toneladas de açúcar, queda em relação aos 32,5 milhões de toneladas de 2017/18, em decorrência do menor rendimento da cana e da utilização desta em produção de etanol.

A demanda de açúcar da Índia gira em torno de 26 milhões de toneladas, e o governo estabeleceu a meta de exportação em 5 milhões de toneladas, além de fornecer incentivos para as vendas externas.

Entretanto, “as exportações de açúcar também não estão ocorrendo no ritmo desejado. Várias das usinas ou não estão dispostas a exportar açúcar ante as cotas estipuladas, ou não acreditam ser viável fazê-lo”, disse o grupo.

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Fonte: Reuters/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Imea reduz estimativa para colheita de soja em Mato Grosso

As chuvas irregulares de dezembro levaram o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a reduzir sua estimativa para a produção de soja no Estado em 1,6%.

Conforme a projeção divulgada hoje pelo instituto, os agricultores de Mato Grosso vão colher 31,9 milhões de toneladas de soja na safra 2018/19, que está em fase de colheita. No levantamento anterior, divulgado em outubro, o Imea estimava que seriam colhidas 32,45 milhões de toneladas de soja.

Na comparação com a temporada passada (2017/18), quando foram colhidas 32,5 milhões de toneladas, a nova estimativa do Imea representa uma redução de 1,79%.

"O regime pluviométrico irregular registrado no mês de dezembro na maior parte do Estado, com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, limitou o potencial produtivo das lavouras mato-grossenses”, apontou o Imea, em relatório.

De acordo com a nova estimativa do instituto, a produtividade da atual safra de soja ficará em 55,34 sacas por hectare, queda de 1,6% ante a 56,23 sacas por hectare estimadas em outubro. Na comparação com a safra 2017/18, quando a produtividade no Estado foi de 57,28 sacas por hectare, a queda é de 2,76%.

Para a área plantada de soja em Mato Grosso nesta safra 2018/19, o Imea manteve a estimativa em 9,6 milhões de hectares, incremento de 1,64% ante os 9,4 milhões de hectares cultivados no ciclo 2017/18. Mato Grosso é o principal Estado produtor de soja do país.

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Fonte: Valor Econômico

14. Ameaça da Rússia à soja causa surpresa

Diante da surpreendente ameaça da Rússia de barrar as importações de soja do Brasil, o Ministério da Agricultura enviou ontem respostas aos questionamentos de Moscou. O serviço sanitário russo comunicou ao ministério na quinta-feira que detectou em carregamentos do grão brasileiro traços do agrotóxico glifosato em níveis acima do permitido em seu mercado.

A barreira provocou surpresa não só em Brasília, mas também entre exportadores. Segundo comunicado divulgado pelo ministério, os níveis de glifosato normalmente detectados na soja exportada à Rússia são mais de 100 vezes inferiores aos limites definidos pelo Codex Alimentarius.

"Já fizemos uma conferência por vídeo na sexta-feira passada com os russos, e vamos responder ainda hoje [ontem]. Fora isso, vamos também inspecionar fazendas de produtores brasileiros, num procedimento de praxe que sempre fazemos", afirmou ao Valor o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, José Guilherme Leal.

Um funcionário da Pasta, que preferiu não se identificar, foi além: segundo ele, a notificação russa foi considerada "tecnicamente esquisita", já que a soja questionada foi colhida entre fevereiro a março do ano passado e armazenada até ser embarcada. E que, em uma primeira análise já realizada, não há motivação para uma suspensão russa de importações do grão brasileiro. "Não era para ter glifosato. Mas vamos investigar o que pode ter acontecido", afirmou a fonte.

Leal, por sua vez, explicou que os limites exigidos pela Rússia são considerados muito baixos para os padrões internacionais e defendeu que uma ampliação desses níveis seja colocada nas mesas de negociação agrícola com Moscou de agora em diante. "Vamos propor um debate técnico", afirmou o secretário.

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Fonte: Valor Econômico

15. China paga até 15% mais por café especial do Brasil

O avanço do hábito de beber café no lugar do chá, especialmente entre a população mais jovem, está fazendo da China o mais novo mercado promissor para as exportações do grão brasileiro. Faz dois anos, por exemplo, que a empresa mineira Veloso Green Coffee começou embarcar café verde para o país asiático. São cafés finos, da variedade arábica, colhidos nos 5 mil hectares de Cerrado que a companhia cultiva no município de Carmo do Parnaíba (MG).

“Nossas vendas em volume para a China têm crescido 30% ao ano e já temos pedidos colocados para este ano inteiro e também o próximo”, conta Gabriel Veloso, trader internacional da empresa.

Em 2018, a companhia exportou 192 mil sacas para cerca de 30 países e a China representa uma pequena parcela, de 5% a 10%. Por ser um café diferenciado, os chineses pagam entre 10% a 15% a mais do que o preço médio.

O avanço no fluxo de negócios com café, basicamente verde, entre Brasil e China já aparece nas estatísticas de exportações, apesar de a fatia do país asiático ainda ser muito pequena (0,46%) no total das vendas. No ano passado, os volumes embarcados para a China, a maior parte de café verde, cresceram 162% em relação ao ano anterior e somaram 162,9 mil sacas de 60 quilos. A receita de US$ 26,9 milhões avançou 143% em comparação com 2017, segundo o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“Não foi uma surpresa o forte crescimento das exportações para a China”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes. Ele argumenta que o aumento do consumo dos chineses, que estão cada vez mais seguindo hábitos ocidentais, tem criado um mercado promissor para o grão. E o Brasil, como maior produtor e exportador mundial, surfa nessa onda.

Entre 2008 e 2018, o consumo de café na China passou de 300 mil sacas para 3,8 milhões de sacas, um aumento de mais de 1.000%, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção local gira em torno de 2,5 milhões de sacas por ano. impulsionado pelo rápido avanço das cafeterias, Carvalhaes acredita que, o consumo anual chinês poderá atingir 10 milhões de sacas.

A americana Starbucks, por exemplo, tem mais de 3.600 lojas na China, que se tornou o mercado internacional de maior crescimento para a rede. Ela concorre com a Luckin Coffee, startup de Pequim que entrega em domicílio a bebida pronta para consumo.

Questão de status

“Para o chinês jovem, consumir café é sinal de status, semelhante a carregar uma bolsa Channel para um ocidental”, diz o assessor da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Maciel Silva. Apesar do potencial, um obstáculo ao avanço das exportações é o imposto. A China aplica tarifas de importação de 8% para café verde e de 15% para o café torrado e moído.

Outros mercados

O cafeicultor paulista Mariano Martins investiu fortemente em qualidade para exportar seu café a um preço diferenciado. Com 1 milhão de cafeeiros em produção na Fazenda Santa Margarida, em São Manoel, interior de São Paulo, ele produz 600 mil sacas anuais de café arábica e 60% da produção – 360 mil sacas – se enquadram na categoria de café especial, com cotação até 25% acima do tradicional.

“Conseguimos abrir um mercado importante para nosso café nos Estados Unidos e 70% da produção de cafés especiais entregamos diretamente na Califórnia”, disse Martins. Os outros 30% desse café são absorvidos pelos pontos de venda de produto gourmet da Café Martins em São Paulo.

Ele afirma que o consumidor americano, assim como o europeu, se dispõe a pagar mais por um café diferenciado. O mercado da Califórnia se abriu para o café da Fazenda Santa Margarida quando um lote de sua produção recebeu 93 pontos de um renomado crítico americano de cafés – uma pontuação excepcional.

“Era nosso objetivo fazer exportação direta para absorver todas as vantagens da cadeia e essa pontuação abriu o mercado de lá para a gente”, conta Martins.

O produtor não se incomoda de depender, atualmente, de um único mercado importador. “Como nossa produção é pequena, comparando com outros exportadores, focamos num único mercado apenas por questão de custo e facilidades logísticas. É só um ponto de contato, um conjunto de normas para a exportação e um fluxo de contrato. Se abrirmos novos mercados mantendo a produção atual, aumentaríamos nossos custos sem aumentar a receita”, explica.

Os 40% de café não especial da safra da Santa Margarida são vendidos no mercado commodity. “Eu chamo de mercado impessoal. Uma parte pode estar indo para a Alemanha, outra para a China, por exemplo”, disse.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

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