Clipping Agribusiness | 08 de agosto
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Índice de commodities do Banco Central recua 0,75% em julho
As matérias-primas que têm influência sobre a inflação apresentaram queda de 0,75% em julho, após variação negativa de 4,92% em junho. No ano, o Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central, cai 6,83% e em 12 meses recua 8,4%.
O indicador é construído com base nos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertidos para reais. Seu equivalente internacional, o Commodity Research Bureau (CRB), mostrou variação negativa de 0,33% em julho, com queda 0,82% no ano e de 4,08% em 12 meses.
Entre os três subgrupos que compõem o IC-Br, o de commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, arroz, café, suco de laranja e cacau) mostrou queda 1,01% no mês de julho. No ano, os preços acumulam queda de 6,72% e em 12 meses há queda de 3,67%.
Já o preço das commodities metálicas (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata) caiu 2,7% no mês passado. No ano, o segmento acumula queda de 4,21% e em 12 meses tem queda de 7,6%.
As commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão) tiveram alta de 1,4% em julho. No ano, a variação é negativa em 9,72%. Em 12 meses, há queda de 21,13%.
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Fonte: Valor Econômico
2. Um plano para lustrar a imagem do Brasil
O governo Bolsonaro prepara uma campanha de marketing para tentar melhorar a imagem do Brasil no exterior com grande destaque para o setor de agronegócios, que na leitura do Ministério da Agricultura entrou de vez na mira de um movimento internacional de ataque, principalmente por causa de questões indígenas e ligadas ao ambiente.
Liderada pelo Palácio do Planalto e com foco também em áreas como economia, inovação e tecnologia, a estratégia busca unificar o discurso do governo em torno de temas que têm se tornado alvos de críticas na imprensa internacional, como o uso de agrotóxicos, o aumento do desmatamento, além de questões ligadas à comunidade indígena.
A ideia é que a campanha comece a ser veiculada em populares veículos de comunicação no exterior, principalmente na Europa e nos EUA, a partir de meados de setembro. As agências de publicidade que têm contrato com o Planalto já foram acionadas.
Alinhada com a bancada ruralista do Congresso e entidades do setor de agronegócios como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já vinha articulando uma ação nesse sentido para rebater o que chama de "desinformações" sobre impacto ambiental da agropecuária brasileira, entre outros pontos.
Em suas viagens por China, Japão, Vietnã, Indonésia, Itália e Bélgica, no primeiro semestre, Tereza ouviu queixas de entidades empresariais e de governos sobre a postura da gestão Bolsonaro em relação à política ambiental. A ministra chegou a declarar que há "má vontade" de vários países importadores com o Brasil, "agravada ao longo dos últimos anos".
Sobretudo depois do fechamento do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) acelerou a estratégia, que também contará com a atuação de Itamaraty, Apex, Embratur e dos ministérios do Meio Ambiente, da Economia, da Infraestrutura e do Turismo. Duas reuniões ministeriais já foram feitas no Planalto nesse sentido, apurou o Valor.
Como os temas ligados ao agronegócio têm grande apelo internacional em consequência do protagonismo do Brasil como um dos principais exportadores de commodities agrícolas do mundo, a campanha terá a missão de tentar difundir que a agricultura brasileira é moderna e que os alimentos produzidos no país são seguros e que, por isso, são vendidos para centenas de países.
Apesar de ter um papel de defesa e de estar sendo pensada desde o início do ano, a campanha do governo federal ganha força após recentes declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro e de ministros como Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
Há dois dias, o presidente do Conselho de Exportadores de Soja dos EUA, Jim Sutter, fez uma publicação em suas redes sociais citando artigo recente da "The Economist" que sugere que Bolsonaro acelera a destruição da Amazônia. "Será muito interessante ver como os importadores de soja do mundo reagem a isso - fechando os olhos ou olhando para origens alternativas onde as regras de conservação protegem e melhoram o meio ambiente como os EUA".
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Fonte: Valor Econômico
3. Países da ONU assinam documento para facilitar acordo de disputas comerciais
Em plena disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, 46 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) assinaram esta quarta, 7, em Cingapura, um acordo para resolver conflitos comerciais. Além de China e EUA, entre os signatários da Convenção de Cingapura estão países como Coreia do Sul e Índia. A União Europeia (UE) ainda tem que se decidir se vai aderir ao acordo ou se os países-membros do bloco devem assinar individualmente o documento.
O objetivo da convenção da ONU é facilitar que disputas comerciais internacionais sejam resolvidas através de mediação, solução normalmente mais rápida e barata do que onerosos processos legais ou arbitragens. Até agora, essa saída era legalmente difícil de ser implementada.
“O multilateralismo está sob pressão. Mas a solução é torná-lo melhor e não abandoná-lo”, afirmou o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong. A mediação já é usada para resolver disputas comerciais em jurisdições como os Estados Unidos e o Reino Unido, mas não é globalmente aceita.
O secretário-geral assistente para assuntos legais da ONU, Stephen Mathias, exaltou o acordo como ‘convenção histórica’ para a pacífica resolução de disputas. “A incerteza em torno da implementação de acordos era o principal obstáculo ao maior uso da mediação”, finalizou.
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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural
Insumos
4. São poucos os agrotóxicos registrados no Brasil e banidos na UE
O Ministério da Agricultura afirmou hoje que o número de agrotóxicos registrados no Brasil e banidos pela União Europeia por risco toxicológico ou baixa eficiência é muito pequeno.
Sem precisar a quantidade, o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, José Guilherme Leal, disse ao Valor que a quantidade é “ínfima”. Segundo ele, o que existe mais são casos de defensivos não usados pela UE, mas por causa de características de clima, solo, presença de determinadas pragas e tipos de culturas cultivadas pelos países daquele continente.
“Ninguém fala, por exemplo, que proibimos aqui produtos que são usados pelos europeus”, afirmou Leal, que participou de café da manhã com jornalistas para rebater críticas à aceleração dos registros de agrotóxicos no Brasil.
O pesquisador Caio Carbonari, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), disse que há quatro casos mais recentes de produtos usados no Brasil e em dezenas de países, mas banidos na Europa. “O Brasil faz um uso racional de agrotóxicos e é preciso, sim, acelerarmos os registros. A disponibilidade de mais tecnologias também traz segurança quanto a risco. Não interessa de forma nenhuma atrasar a chegada dessas tecnologias ao Brasil”, destacou.
O professor citou como exemplo o caso do trigo, cultura muito produzida pelos europeus e que possui mais de 30 agrotóxicos registrados na UE. No Brasil, por causa da menor produção do cereal, há poucos registros.
Carbonari ainda lembrou que os 32 ingredientes ativos de defensivos agrícolas que estão na fila de análise pelo governo, e que se referem a moléculas não registradas no Brasil, já são amplamente usadas no mundo. Dessas, Estados Unidos, Canadá e Austrália já utilizam 19, o Japão 17, a União Europeia 16 e a Argentina 15. Ele considera injusto o rótulo dado ao Brasil de maior consumidor de defensivos no mundo devido ao volume absoluto, uma vez que, por área plantada, o país ocupa a nona posição.
Entre os produtos recentemente registrados no Brasil que mais causam polêmica estão aqueles à base de sulfoxaflor, de uso restrito na Europa e que é considerado um potencial exterminador de abelhas, fundamentais para a agricultura. O inseticida é usado no combate a pragas que atacam frutas e grãos como soja e algodão.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o sulfoxaflor é registrado em 82 países, incluindo os EUA e países europeus, e deve seguir orientações do Ibama “para mitigação de risco para insetos polinizadores”, como restrição de aplicação em períodos de floração das culturas, estabelecimento de dosagens máximas do produto e distâncias mínimas de aplicação.
“Do ponto de vista de saúde humana, [o sulfoxaflor] está entre os inseticidas 20% menos tóxicos hoje aprovados”, informou o ministério em nota divulgada hoje.
A diretora de Qualidade Ambiental do Ibama, Carolina Fiorillo, também disse que o órgão vem buscando, em suas análises ambientais durante o processo de registro de agrotóxicos, indicar o uso do produto de forma mais adequada para evitar ou minimizar impacto às abelhas. E que, no momento, o Ibama está reavaliando quatro agrotóxicos, do ponto de vista da análise ambiental.
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Fonte: Valor Econômico
5. Vendas de máquinas recuaram em julho
As vendas de máquinas agrícolas contrariaram as expectativas e recuaram 17,2% no mercado doméstico em julho ante ao mesmo mês do ano passado e 9,4% em relação ao mês anterior, para 3.924 unidades. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo a entidade, a retração refletiu a falta de recursos nas linhas de crédito oficiais destinadas a pequenos e médios produtores nos meses que antecederam a entrada em vigor do novo Plano Safra. "Houve uma pequena demora na liberação do crédito, mas o principal motivo é que durante quase 90 dias não tivemos recursos para essas linhas de crédito. Tratores com menos de 50 cavalos de potência são mais de metade do nosso mercado, então isso trouxe um impacto muito grande", disse Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Anfavea.
Segundo ele, também pesou para a queda das vendas o cenário adverso no segmento sucroalcooleiro. "Eu, particularmente, não esperava essa queda, mas podemos entendê-la por causa da soma desses fatores", disse, acrescentando na equação o elevado volume de vendas que antecedeu a entrada em vigor dos novos limites para emissão de poluentes para motores de máquinas agrícolas no começo deste ano. "Talvez, esses fatores tenham adiado compras que se esperava para este mês ou, com medo de que faltasse subsídio, os produtores compraram mais no primeiro semestre e segurem um pouco no segundo", afirmou.
No começo de agosto, tanto AGCO quanto CNH Industrial reduziram suas perspectivas para a venda de máquinas para 2019 na América Latina. A previsão da Anfavea é de um crescimento de 10,9% para o mercado brasileiro. No ano passado, foram vendidas 47,7 mil unidades. "Não sei se (as empresas) estão subestimando o mercado. Talvez a gente termine o ano com um resultado não tão positivo, mas não tem nada que indique que o mercado vá nesse sentido, pelo contrário."
Para ele, o ritmo de vendas será retomado nos próximos meses, principalmente pelas oportunidades geradas pela interrupção das compras de produtos agrícolas americanos pela China. "A China vai entrar a todo vapor (na compra de grãos) e os produtores levarão isso em conta ao planejar aquisições de máquinas".
O posicionamento chinês também deve estimular as exportações de grãos da Argentina, o que favorece as exportações de máquinas agrícolas brasileiras ao país vizinho. No mês passado, as exportações de máquinas agrícolas cresceram 60,1% ante junho e 18,1% na comparação com julho do ano anterior, para 1.438 unidades. "A demanda, especialmente por tratores, foi puxada pelo México, Chile e Peru".
Conforme Miguel Neto, o aumento expressivo de 40,2% na produção em julho ante junho, para 6.194 unidades, foi para atender a essa demanda externa. Ante ao mesmo mês do ano passado, porém, a retração é de 8,1%, mesmo percentual de recuo no acumulado do ano ante igual período de 2018.
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Fonte: Valor Econômico
6. Boas oportunidades
O presidente do Santander no Brasil, Sérgio Rial, defendeu ontem, no tradicional almoço semanal da bancada ruralista, em Brasília, um plano plurianual para financiar o agronegócio, bandeira antiga do setor. "É preciso criar um plano plurianual para a agropecuária com financiamento privado, inclusive mercado de capitais", afirmou. Na ocasião, o CEO do banco, que vem expandindo sua atuação na área de crédito rural, alertou que ainda há assimetrias e monopólios no sistema bancário que precisam mudar. E chamou a atenção para as oportunidades de financiamento que se abrem no país com a taxa básica de juros (Selic) em 6% ao ano. "Temos uma grande oportunidade de construir algo. Chegou a hora de montar esse plano, de ver como iremos fazer essa transição". Segundo Rial, a carteira do Santander no agronegócio, que era de R$ 7 bilhões há quatro anos, deverá fechar 2019 com R$ 21 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. Nestlé vende ativos à Bela Vista e deixa negócio de leite longa vida
Dez anos após construir sua primeira fábrica de leite longa vida no Brasil, a multinacional suíça Nestlé vai deixar a atividade no país. A empresa anunciou ontem a venda de unidades à Laticínios Bela Vista, dona da marca Piracanjuba. Paralelamente, licenciou as marcas Ninho e Molico para a empresa goiana, pelas quais receberá royalties.
De acordo com fontes da indústria, o negócio faz parte de um movimento mais amplo da Nestlé, que vem revisando seu portfólio global em busca de operações mais rentáveis. Além da área de leite longa vida, a Nestlé quer se desfazer da Dairy Partners Americas (DPA), sociedade com a cooperativa neozelandeza Fonterra que atua em iogurtes no mercado nacional.
No Brasil, o negócio leite longa vida (UHT) é conhecido pelas margens de lucro baixas. Além disso, o ritmo fraco da economia brasileira tem prejudicado o consumo de lácteos. No momento, a oferta de leite é ampla - também devido às importações - e a demanda, reprimida.
A Nestlé não divulgou os dados financeiros da transação, mas uma fonte do setor estima que as operações de leite longa vida da múlti faturam cerca de R$ 500 milhões por ano, montante pequeno para o tamanho da suíça, que teve uma receita líquida de R$ 14 bilhões no Brasil em 2017, segundo o último anuário Valor 1000. Globalmente, as vendas da multinacional superam US$ 90 bilhões.
Pelo acordo de licenciamento de marcas, válido por dez anos, a Bela Vista deve pagar algo próximo de 5% das vendas, segundo estimativas de dois executivos. Com a compra, o faturamento da Bela Vista pode aumentar mais de 15%. Em 2017, a companhia teve uma receita líquida de R$ 2,9 bilhões.
Em entrevista, o vice-presidente de marketing da Nestlé, Frank Plaumer, afirmou ao Valor que o negócio é positivo para as marcas do grupo. "Com esse acordo, vamos acelerar e expandir a distribuição das marcas Ninho e Molico", disse.
De fato, a penetração da Bela Vista no negócio de leite longa vida é bem maior que a da Nestlé. A dona da Piracanjuba, que também detém a marca LeitBom, está entre as três maiores do segmento, ao passo que a suíça não figura entre as dez principais, conforme uma fonte.
De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), as indústrias captam 7 bilhões de litros de leite por ano para a produção de UHT. No caso da Nestlé, as captações para a produção de longa vida foram de apenas 170 milhões de litros. A Bela Vista, que tem foco no segmento, captou no ano passado 1,4 bilhão de litros de leite, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil).
Na área de lácteos como um todo, porém, a multinacional suíça é gigante - sobretudo devido à produção de leite em pó. Trata-se da segunda maior compradora de leite do Brasil, só atrás da francesa Lactalis. Em 2018, a Nestlé captou 1,7 bilhão de litros de leite no país.
Devido à menor relevância da Nestlé no negócio de leite longa vida, o acordo com a Bela Vista não deve enfrentar dificuldades no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A transação deve ser comunicada ao Cade nos próximos dias e a estimativa da Nestlé é que a autarquia avalie a operação até o fim do ano, quando a Bela Vista poderá, então, assumir a operação acordada. Para o vice-presidente de marketing da Nestlé, não se trata de operação que crie um grau de concentração importante no mercado de longa vida.
Para a estratégia da Bela Vista, a aquisição das fábricas da Nestlé é complementar. Dada a localização das unidades, não há sobreposição geográfica. Atualmente, a empresa goiana tem quatro fábricas, localizadas em Bela Vista de Goiás (GO), Governador Valadares (MG), Maravilha (SC) e Sulina (PR). Juntas, as unidades têm capacidade de processar mais de 5 milhões de litros de leite por dia. A companhia emprega cerca de 2,6 mil pessoas.
Com a aquisição, o grupo goiano assumirá as fábricas de leite longa vida que a Nestlé possui em Araraquara (SP) e Três Rios (RJ). Uma terceira unidade, localizada em Carazinho (RS), será compartilhada pelas duas companhias.
Na avaliação de fontes da indústria, a Bela Vista terá ganhos de sinergia com a aquisição e poderá agregar rentabilidade com Ninho e Molico. Em geral, as duas marcas são comercializadas com preços entre 20% e 30% acima da média, afirmou um empresário do setor.
Em um negócio de baixa rentabilidade, as marcas podem ser um diferencial para a Bela Vista. Além disso, o mercado nacional de leite longa vida é pulverizado e tem pouco espaço para um aumento das vendas dado o perfil de consumo dos brasileiros, afirmou o analista sênior do Rabobank, Andres Padilla. Nesse cenário, o crescimento por aquisições faz mais sentido.
A pulverização da indústria de leite longa vida representa um desafio para as empresas do setor. "O mercado de UHT no Brasil tem margens baixas porque tem muitas marcas e pouca diferenciação entre os produtos, o que deixa os supermercados com muito poder de barganha", acrescentou Padilla.
O analista também destacou que o momento da indústria é delicado. No primeiro semestre, o consumo de leite longa vida caiu 5% no país, conforme dados da consultoria Nielsen mencionados por Padilla. Por outro lado, o preço do leite pago ao produtor aumentou 11,5% em 2019, para R$ 1,4064 por litro.
"O preço começou o ano em patamares elevados e a indústria não conseguiu repassar isso ao consumidor", disse Padilha. Segundo ele, as margens vêm diminuindo nos últimos anos e pioraram depois do terceiro trimestre do ano passado. "As indústrias vêm operando com margens baixas e até negativas".
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Indonésia voltará a importar carne do Brasil até fim do ano, diz embaixador
A Indonésia deve retomar a importação de carne bovina in natura do Brasil até o fim deste ano, estima o embaixador do país no Brasil, Edi Yusup. A reabertura do mercado foi discutida pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro da Agricultura da Indonésia, Amran Sulaiman, em maio, durante missão brasileira à Ásia.
A retomada das compras depende, segundo o diplomata indonésio, de aspectos burocráticos, como a mudança da legislação sanitária em vigor no país. Hoje, a Indonésia só compra proteína animal de países livre livres de febre aftosa, enquanto o Brasil tem zonas livres da doença e não todo o território nacional.
“Estamos aguardando a mudança nessa normativa, que levará em conta zonas livre da doença, e não países. Assim, poderemos comprar carne bovina brasileira oriunda dessa região”, disse Yusup, que integra o grupo de representantes de dez embaixadas que percorre o oeste baiano a convite da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
De acordo com o diplomata, as visitas técnicas e inspeções foram concluídas em novembro do ano passado por uma equipe do governo indonésio. “Atestamos as zonas livres da doença e a adequação ao sistema halal”. Ele não forneceu números sobre compras, mas estimou que os volume deve ser crescente, a depender da aceitação do produto pelos consumidores locais. Edi Yusup considera também que, em breve, o país poderá voltar a exportar animais vivos para a Indonésia.
O embaixador considera ainda que os dois países podem estabelecer cooperação tecnológica. “A tecnologia agrícola no Brasil é muito avançada. Temos muito que aprender. Espero que possamos aprender com Brasil para melhorar nossa produtividade, especialmente na fruticultura e poder, futuramente, vender frutas específicas ao mercado brasileiro”. Segundo ele, a produção de frutas na Indonésia ainda emprega pouca tecnologia.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural
9. Peste Africana: doença pode dizimar 50% do maior rebanho de suínos do mundo
A Peste Suína Africana (PSA) deve provocar uma queda de até 50% no rebanho da China, o maior do mundo, até o final do ano, em áreas de confinamento, de acordo com relatório da Rabobank. Segundo a companhia, perdas consideráveis no rebanho reprodutivo atrasarão a recuperação da indústria de carne suína chinesa.
“Os esforços de reconstrução serão ainda mais complicados pelo risco de recontaminação, apesar dos recursos financeiros disponíveis”, traz o documento.
"Metade dos porcos do mundo está na China e metade deles foram eliminados. Aproximadamente um quarto dos porcos do mundo já pereceram. Isso é uma enorme perda e é algo que deve ser considerado como um grande fator às medidas que tomaremos para 2020”, disse Christine McCracken, analista sênior de proteínas do Rabobank, ontem (6/7), em entrevista ao AgriTalk.
Desde sua descoberta, em agosto de 2018, a Peste Suína Africana se espalhou para todas as províncias da China continental. Com a doença afetando agora uma estimativa de 150 milhões a 200 milhões de suínos, a perda esperada de 30% na produção de carne suína é quase 30% maior que a produção anual de carne suína dos EUA, por exemplo, e equivalente à oferta anual de carne suína da Europa.
McCracken disse que nunca viu algo assim na indústria de proteínas e não espera ver isso novamente. Segundo ela, é difícil para os produtores norte-americanos entenderem que os chineses não estão comprando mais porcos. E, embora os produtores devam se livrar da carne de porco adequadamente durante os surtos da peste, McCracken disse que grande parte dessa carne ainda está entrando em freezers na China.
“Todo aquele porco precisa ser consumido. Os freezers estão cheios, o consumo de carne suína está baixo e há algumas preocupações da parte deles com a segurança dessa carne de porco. Nós só temos um monte de carne de porco na China e até que tudo isso seja consumido, nós não vamos embarcar tanto quanto poderia esperar ”, disse ela.
Mudança secular
O Rabobank calcula que essas perdas não podem ser facilmente substituídas por outras proteínas (frango, pato, frutos do mar, carne bovina e carne de ovino), nem importações maiores poderão compensar totalmente a perda.
Dessa maneira, a consultoria acredita que isso resultará em uma lacuna de oferta líquida de quase 10 milhões de toneladas no total da oferta de proteína animal em 2019. De acordo com o relatório, espera-se que o suprimento de proteína global disponível seja redirecionado para a China em um esforço para satisfazer o crescente déficit de proteína.
A mudança no comércio, segundo os analistas, provavelmente irá criar uma queda inesperada nos mercados anteriormente servidos por esses fornecedores, criando uma volatilidade de mercado de curto prazo que acabará resultando em preços de proteína globais mais altos.
Uma mudança secular em direção ao baixo consumo de carne suína chinesa irá suportar o aumento da demanda por carne de frango, carne bovina, frutos do mar e proteínas alternativas que moldarão as tendências globais de produção.
Embora os Estados Unidos sejam um grande produtor e exportador de suínos, as atuais tarifas sobre as vendas de carne suína norte-americana para a China estão restringindo o comércio atual.
Além disso, os EUA são também um grande produtor e exportador de aves, no entanto não podem exportar para o país asiático desde 2015 devido à proibição associada à gripe aviária. “Se a tensão comercial subjacente a essas barreiras não diminuir logo, isso também poderia complicar a resposta comercial global para a ASF”, diz o relatório.
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Fonte: Revista Globo Rural
Agroenergia
10. Usina Coruripe lança marca de açúcar para o varejo no Sudeste
A Usina Coruripe, do grupo alagoano Tércio Wanderley, anunciou que vai entrar no varejo de açúcar da Região Sudeste. A expectativa é comercializar, no primeiro ano de operação, cerca de 30 mil toneladas.
As vendas vão começar a ser feitas em supermercados de varejo e no atacado em cidades do Triângulo Mineiro, em Belo Horizonte e na região metropolitana da capital mineira. A usina já comercializa açúcar no varejo na região Nordeste.
A marca “Açúcar Coruripe” será vendida a partir de setembro no Sudeste em três tipos: cristal (pacotes de 2 quilos e quilos), refinado (pacotes de 1 quilo) e demerara (pacotes de 1 quilo).
“A ampliação da atuação no mercado interno sempre esteve nos planos da companhia, tanto pela grande aceitação dos consumidores quanto pela confiabilidade adquirida da marca Açúcar Coruripe. Nossa meta é expandir a atuação para alguns Estados do Centro-Sul nos próximos anos”, afirmou Francisco Vital, diretor comercial da Usina Coruripe, em comunicado.
Para garantir essa expansão, a companhia fez investimentos na Usina Campo Florido, localizada na cidade homônima em Minas, que fornecerá o açúcar ensacado. Segundo a companhia, o açúcar produzido na unidade não utiliza enxofre no processo.
A Usina Coruripe possui mais três unidades em Minas Gerais e outra em Alagoas, o que lhe confere capacidade para processar 15 milhões de toneladas de cana por safra e para produzir 900 mil toneladas de açúcar VHP (para exportação), 120 mil toneladas de açúcar cristal, cerca de 500 milhões de litros de etanol por safra.
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Fonte: Valor Econômico
11. Preços baixos desestimulam vendas de açúcar
Em meio à pressão crescente sobre os preços do açúcar no mercado internacional, as usinas brasileiras têm segurado a negociação da commodity para exportação. Até o fim de junho, apenas 58,2% do açúcar que se estima que será exportado nesta safra (2019/20) teve seu preço de venda fixado - o ritmo mais lento das últimas oito safras, segundo levantamento da consultoria Archer Consulting.
Esse é o menor percentual de açúcar fixado para um mês de junho desde que a consultoria começou a realizar esse levantamento, na safra 2012/13. Até então, o menor percentual de fixação registrado em junho havia sido na temporada 2015/16, quando os preços internacionais do açúcar também estavam pressionados e as usinas do país direcionavam a maior parte de sua cana para a produção de etanol.
"A desaceleração na fixação de preços mostra que muitas usinas deixaram de fixar o açúcar em função de uma melhor remuneração do etanol hidratado no mercado interno", avaliou Arnaldo Correa, diretor da Archer Consulting, em nota.
Em volume, esse percentual representa 11,22 milhões de toneladas e considera que o Brasil exportará cerca de 19 milhões de toneladas de açúcar nesta safra, que termina em março. Porém, o mercado de açúcar está tão fraco que o mesmo o ritmo de exportações observado até agora ainda está aquém do necessário para alcançar esta estimativa. Até o fim de junho, o Brasil havia embarcado 4 milhões de toneladas de açúcar bruto, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
De acordo com Correa, as usinas do país também estão trocando os contratos de referência de fixação de preços, apostando em uma melhora das cotações. Porém, ele alertou que "uma combinação de crise externa, que pode provocar a queda dos preços do petróleo, e a contínua fraqueza do mercado físico de açúcar, podem desconsiderar os fundamentos construtivos do açúcar e provocar vendas movidas pelo pânico".
Ontem, os preços do petróleo "colapsaram", o que foi o "beijo da morte" para o açúcar, afirmou o analista Robin Shaw, da consultoria inglesa Marex Spectron. No pregão na bolsa de Nova York, os contratos futuros para outubro recuaram 3,3%, a 11,34 centavos de dólar a libra-peso, enquanto os para março de 2020 recuaram 2,3%, para 12,48 centavos de dólar a librapeso. Na semana, esses papéis acumulam quedas de 7,1% e 5,5%, respectivamente.
Para Shaw, a queda de ontem foi causada em parte pelo impacto que o petróleo pode ter sobre o mercado de etanol, mas, principalmente, porque estimulou os fundos a "venderem o que podiam".
E a situação ainda pode piorar, segundo Matheus Costa, analista da consultoria INTL FCStone. "A menor fixação [dos preços do açúcar brasileiro] este ano gera um impacto negativo para as cotações porque as vendas precisarão ser fixadas em algum momento, o que pressupõe um aumento de oferta", sustentou.
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Fonte: Valor Econômico
12. Atvos diz que plano de recuperação viabilizará investimentos
A Atvos, braço sucroalcooleiro da Odebrecht, disse, em nota, que o plano de recuperação judicial protocolado ontem “viabiliza investimentos de R$ 1,1 bilhão por ano-safra”.
Atualmente, a companhia tem realizado investimentos bem abaixo desse patamar, em torno dos R$ 500 milhões. Na safra passada (2018/19), os aportes somaram R$ 610 milhões.
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Fonte: Valor Econômico
Grãos e Grandes Culturas
13. O Brasil irá ampliar a área com soja? Produtores e Aprosoja respondem!
Após uma quebra de safra na temporada 2018/2019, preços não tão remuneradores assim e agora custos elevados, vários produtores estão se perguntando se devem manter ou reduzir a área com soja. Diante desta dúvida, o Projeto Soja Brasil levou a pergunta aos produtores cadastrados que recebem as notícias via Whatsapp diariamente e também as Aprosojas estaduais. Confira abaixo a situação de alguns importantes estados produtores!
Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul foi o único entre os grandes produtores do grão a registrar forte incremento na produção de soja na safra passada. O otimismo com a colheita anterior aponta para um leve incremento de área em 2019/2020, diz a Aprosoja-RS, podendo chegar a quase 5,9 milhões de hectares.
“O milho é uma cultura de custo elevado e com muito risco climático. Com o trigo a situação é parecida, então o pessoal está apostando suas fichas em uma boa lavoura de soja. Eles devem começar a plantar mais cedo e fazer pausas entre os talhões, para a colheita ser parcelada também. Então acredito que a área de soja crescerá um pouco sobre estas outras culturas. No máximo uns 100 mil hectares, acredito. A lavoura de soja tem liquidez, linhas de financiamentos é melhor para o produtor”, explica o presidente da entidade Luis Fernando Fucks.
Entre os produtores a resposta média recebida é que irão plantar a mesma área que fizeram no ano passado. Entretanto muitos apontaram para uma redução na área, principalmente com arrendamentos, já que os custos estão muito elevados neste ano e a rentabilidade pode ficar apertada.
Esse é o caso do produtor Sandro Luiz Rafaeli, de Arroio Grande (RS), que não renovará o arrendamento de 45 hectares nesta safra. Agora ele plantará somente a sua área de 140 hectares.
“Há 7 anos eu plantava nessa área arrendada. Só que aí o valor foi aumentando com o passar do tempo, até ficar inviável e tive que devolver. A média geral da produção de soja aqui na região é em torno de 45 sacas. O custo de produção está na casa de 35 sacas. Então se for pagar mais R$ 10 a R$ 12 sacas por hectares no arrendamento o negócio não fica viável”, afirma o produtor.
São Paulo
O estado de São Paulo deve produzir soja em uma área muito parecida com a semeada na safra 2018/2019, ou seja, na casa dos 1 milhão de hectares. O estado foi um dos que registrou forte quebra na temporada anterior, por conta do clima.
Para a Aprosoja São Paulo, a área deve ficar praticamente igual a do ano anterior, uma vez que os produtores desanimaram um pouco após os prejuízos de 2018.
“O prejuízo causado pelo clima amargou a vida de vários produtores. Vale ressaltar que parte desta área é usada para renovação de canaviais e dificilmente esse 1 milhão de hectares ficará maior. O clima realmente desanimou os agricultores”, afirma o presidente da entidade, Gustavo Chavaglia.
Entre os produtores a resposta média também foi a de que plantarão uma área igual a do ano passado. Mas muitos que tem propriedade em áreas com cana-de-açúcar ressaltaram a vantagem da outra cultura.
“A área extra era arrendada e como a cana paga melhor, optamos por ela, não dá pra competir! Em nossa região tem muitas usinas, não tem como expandir muito a área de soja. Por isso vamos diminuir de 400 hectares para 260 nesta temporada”, ressalta Romilson D’Ávila, de Santa Cruz da Conceição.
Paraná
O Paraná foi um dos grandes estados produtores a registrar a pior quebra na última safra de soja. Os problemas climáticos geraram uma diminuição de quase 16% na produção. Isso não estimulou os produtores e a perspectiva é de uma área praticamente igual a do ano anterior, confirmou a Aprosoja-PR, ou seja na casa dos 5,4 milhões de hectares.
“Aqui, consultamos vários produtores associados em diversas regiões e a maioria disse que não irá diminuir e nem ampliar a área. Então, por enquanto, a perspectiva é de produtor a mesma área da safra 2018/2019”, conta o presidente da entidade, Márcio Bonesi.
Entre as respostas enviadas ao Canal Rural a grande maioria também disse que irá manter a área de soja como em 2018. Entre as razões estão o alto custo para se produzir milho e a rentabilidade melhor do grão, se comparado a outras culturas.
“Em São Miguel do Iguaçu ninguém planta milho na primeira safra, todos preferem a soja, até pelo clima em dezembro que complica para o milho. Antes até se plantava trigo na segunda e abria espaço para o milho na primeira, mas hoje é soja na primeira safra e milho na segunda”, diz o produtor Anderson Pasquale, que produz em uma área com o irmão Daniel, de 480 hectares.
Mato Grosso
Mato Grosso também teve problemas na safra passada, mas muito menor que os paranaenses. A perspectiva é de que a área de 9,7 milhões de hectares seja mantida nesta temporada. Para a Aprosoja-MT
“Nossa percepção é a mesma dos produtores, de que o estado dificilmente ampliará a área neste ano, até pela pouca perspectiva de elevação da rentabilidade, com preços baixos e custos em alta”, afirma Antônio Galvan, presidente da entidade.
Quase todas as respostas vindas dos produtores disseram que a área com soja não deve crescer nesta temporada 2019/2020. Na fazenda do ex-presidente da Aprosoja-MT Marcos da Rosa, em Canarana, a perspectiva é plantar exatamente a mesma área.
Neste ano está tudo muito complicado. O custo está bem mais elevado e os preços bem abaixo do ideal. Não conseguimos antecipar venda nenhuma ainda, os preços não estão viáveis pra isso”, diz ele.
Goiás
Os pouco mais de 3,4 milhões de hectares em Goiás pode ter um leve incremento nesta próxima temporada, afirma o presidente da Aprosoja-GO, Antonio Barzotto. Na safra passada, 2018/2019, o estado também acabou registrando uma queda de 3% na produção devido ao clima, mas os produtores estão apostando em um 2019/2020 melhor.
“Goiás ainda tem muita fronteira agrícola no norte do estado e por isso há esta perspectiva de a área possa crescer de 1% a 2%, se tiver crescimento, claro. Mas será um ano de magens extremamente apertadas”, diz Barzotto.
Entre os produtores a expectativa é plantas a mesma área, apesar de alguns se mostraram mais confiantes em ampliar a área. Na propriedade de Marcos Falbo, em Catalão, a área de 1,2 mil hectares não deve crescer, não. “Os custos estão muito elevados e por isso vamos plantar a mesma área do ano passado, não dá para arriscar”, diz Falbo.
Brasil
De maneira geral a Aprosoja Brasil também acredita que a área de soja do Brasil, para a safra 2019/2020, deve ficar praticamente igual a da temporada anterior. Segundo o presidente da entidade, Bartolomeu Braz, os altos custos para implantação das lavouras é uma das principais razões para isso.
“Os altos custos, aliados aos problemas logísticos e o tabelamento do frete traz muita insegurança para a sojicultura brasileira, até por isso os produtores não querem arriscar muito”, diz Braz.
Da safra 2017/2018, para a safra 2018/2019 a área brasileira com o grão cresceu apenas 2%, chegando a 35,8 milhões de hectares, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O Projeto Soja Brasil recebeu respostas de todo o país, alguns dizendo que irão aumentar bastante a área e outros que irão diminuir ou manter, veja abaixo mais alguns relatos.
Notícia na íntegra
Fonte: Canal Rural