Conjuntura do Agronegócio

1. Villas Bôas ataca países que cobram ações a favor do meio ambiente

Ex-comandante do Exército e assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional, o general Eduardo Villas Bôas atacou neste domingo países que cobram mais proteção ambiental do Brasil, como Alemanha e Noruega, e reclamou até mesmo dos Estados Unidos, que mantém relação cordial com o governo Jair Bolsonaro. Para Villas Bôas, as críticas à política ambiental do governo Bolsonaro estão associadas à assinatura do tratado Mercosul-União Europeia e têm como objetivo “criar barreiras não tarifárias” contra produtos brasileiros. O general afirmou ainda que “nenhum país do mundo tem autoridade para ensinar o Brasil” a tratar o meio ambiente.

“Tão logo o Mercosul assinou o tratado com a União Europeia, deu-se início a uma enxurrada de acusações contra o Brasil usando argumentos ambientalistas indigenista que incluíram publicações em órgão de imprensa norte-americana. Na verdade, trata-se de tentativas de criar barreiras não tarifárias contra nossos produtos”, escreveu o assessor especial do GSI no Twitter.

Em sintonia com o discurso de Bolsonaro, Villas Bôas elogiou o governo federal por não se submeter a pressões de outros países na área ambiental. Horas antes da publicação do general, o presidente da República desdenhou publicamente da decisão da Alemanha de suspender o repasse de recursos para o país para projetos de proteção da Amazônia por conta do aumento do desmatamento. “[Alemanha] não vai mais comprar a Amazônia, vai deixar de comprar a prestações a Amazônia. Pode fazer bom uso dessa grana. O Brasil não precisa disso”, disse Bolsonaro a jornalistas, pela manhã.

O ex-comandante do Exército disse, na rede social, que a Alemanha “tem uma matriz energética mais poluidora” do que a brasileira e criticou a Noruega por caçar baleias, explorar petróleo “dentro do circo (sic) Polar Ártico” e deter “ações da mineradora Hydro Alunorte que promoveu o derramamento criminoso de metais pesados em Barcarena, no Pará”. Villas Bôas atacou também os Estados Unidos por agirem motivados “pelo lobby do seu agronegócio, que se sente ameaçado pelo Brasil”. “Perguntamos: aonde estão os seus índios?”, disse, em pergunta direcionada ao governo americano.

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Fonte: Valor Econômico

2. 'Nós usamos ciência, não balela de Twitter', diz exdiretor do Inp

Durante bate-boca na Globo News, o ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, disse ao Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles que "nós [do Inpe] usamos as publicações científicas, não a balela que vocês usam, coisa de Twitter". A fala é uma resposta às críticas do presidente Jair Bolsonaro aos dados de desmatamento do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que apontam para o crescimento do desmate da Amazônia em junho e julho deste ano, em comparação com 2018.

O debate, que aconteceu neste sábado (10), abordou a preservação do meio ambiente, agronegócio e a repercussão da crise no Instituto, que culminou na demissão de Galvão em 2 de agosto.

Segundo Salles, os dados do Inpe não são mentirosos, como sugeriu Bolsonaro, mas dão margem para "interpretações sensacionalistas".

"Eu não tenho dito que os números estão manipulados, mas que a forma de se apresentar os números está. A imprensa teve acesso a isso antes do Ibama, um repórter sabia dos dados antes do próprio órgão. Isso é inadmissível", disse.

O ex-diretor do Inpe, acusado por Bolsonaro de estar "a serviço de alguma ONG", aproveitou o momento para defender a si mesmo e ao instituto. "O presidente da República chamou os dados do Inpe de mentirosos. Ele acusou todos os cientistas do Inpe de terem cometido crime de falsidade ideológica. Ele me acusa de estar a serviço de uma ONG internacional. Eu não sou uma criança, eu tenho uma respeitabilidade internacional enorme. O presidente da República me acusa. Não acha isso errado ministro?", questiona.

Salles defendeu o presidente e afirmou que Jair Bolsonaro é "uma autoridade política que tem liberdades". O ministro disse ainda que Galvão deveria ter tido autocontrole durante a entrevista, na qual afirmou que o presidente agia "como se estivesse falando em botequim".

O ex-diretor do Inpe rebateu, alegando que, apesar de Bolsonaro ser uma autoridade, ele não tem "liberdade moral" para fazer acusações.

Para acalmar os ânimos, a jornalista Renata Lo Prete, que comanda o programa, aproveitou a presença de Marcelo Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) para apartar a discussão, passando a ele a palavra e encerrando o bloco em seguida.

Na reta final do programa, os convidados assumiram um tom apaziguador e Galvão chegou a concordar com a sugestão de Salles em retomar o TerraClass, projeto do Inpe em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que visa acompanhar a regeneração de áreas desmatadas e emitir relatórios a cada dois anos.

"O ministro tem uma crítica ao desmatamento que está correta. O Deter e o Prodes dão o dado de desmatamento da floresta nativa, mas não computam como foi a regeneração e utilização da terra depois. Nós deixamos de fazer [as análises do TerraClass] a partir de 2014 porque era um recurso do BNDES que deixou de ser passado ao Inpe. Eu, apesar das divergências com o ministro, considero muito boa a proposta dele de nós voltamos com o TerraClass", concluiu.

Entenda a crise

A troca de acusações envolvendo o ex-diretor do Inpe, Ricardo Galvão, o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, Ricardo Salles (Ambiente) e Marcos Pontes (Ciência), começou no dia 3 de julho de 2019, quando dados do Deter, sistema de alertas de desmatamento do Inpe, apontaram que o desmate na Amazônia cresceu.

De lá para cá, o ex-diretor do Inpe e o presidente trocaram acusações, Galvão foi demitido e Marcos Pontes escolheu um militar - Darcton Policarpo Damião - como diretor interino do Instituto.

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Fonte: Valor Econômico

3. Índice de confiança de Fiesp e OCB permanece em elevado patamar

O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) ficou praticamente estável no segundo trimestre deste ano em relação ao período imediatamente anterior.

Segundo levantamento divulgado hoje, o indicador encerrou o período em 111,3 pontos, 0,6 ponto menos que entre janeiro e março. Segundo Fiesp e OCB, o resultado mostra que “os ânimos do agronegócio brasileiro continuam em alta”. Foi o terceiro melhor resultado da série histórica iniciada em 2013. A escala do IC Agro vai de zero a 200, e 100 é o ponto neutro. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas de todo o país. Cerca de 50 indústrias também são ouvidas.

“É a primeira vez que os resultados permanecem acima de 110 pontos por três trimestres consecutivos. O índice não fecha abaixo de 100 pontos há um ano: a última vez em que isso aconteceu foi no 2º trimestre de 2018”, observaram as entidades no levantamento divulgado.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Após fechamento de fábricas, vendas da Heringer caem quase 80%

Em recuperação judicial desde 6 de fevereiro, a Fertilizantes Heringer reportou um prejuízo líquido de R$ 19 milhões no segundo trimestre. Embora o resultado negativo tenha diminuído 93,1% quando comparado ao prejuízo de R$ 277,3 milhões registrado no segundo trimestre de 2018, as perdas só foram menores porque o grupo encolheu.

A receita líquida da Heringer, que era uma das maiores misturadoras de fertilizantes do país até bem pouco tempo, diminuiu 78,5% no segundo trimestre, na comparação anual, de R$ 885,2 milhões para apenas R$ 190,5 milhões. Entre abril e junho, as entregas de fertilizantes feitas pela companhia recuaram mais de 80%, para 121 mil toneladas.

O encolhimento da Heringer reflete as dificuldades financeiras da empresa, que deve cerca de R$ 2 bilhões. Em fevereiro, pouco antes de entrar com o pedido de proteção contra os credores, a empresa fechou nove unidades.

A ideia é que a maior parte dessas unidades seja vendida para pagar as dívidas. O plano de recuperação judical ainda não foi apreciado pelos credores, mas a empresa propôs pagar somente 20% de suas dívidas.

No segundo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Heringer ficou negativo em R$ 26,2 milhões.

No mesmo período do ano passado, quando a companhia capixaba ainda mantinha a maior parte de suas fábricas em funcionamento, o Ebitda havia sido negativo em quase R$ 64 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

5. Kepler Weber registrou prejuízo menor no 2º trimestre

A Kepler Weber, fabricante gaúcha de silos e sistemas de armazenagem, registrou prejuízo líquido de R$ 3,5 milhões no segundo trimestre de 2019, ante perda de R$ 14 milhões no mesmo período do ano passado. De abril a junho, a empresa teve receita líquida de R$ 117,1 milhões, aumento de 8,8%.

O lucro bruto foi de R$ 27,9 milhões no período, 381% maior que o alcançado no mesmo intervalo do ano passado. A margem bruta do trimestre foi de 23,8%, 18,4 pontos percentuais maior que de abril a junho do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 11,7 milhões, ante Ebtida negativo de R$ 4,9 milhões do mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda do trimestre foi de 10%, ante margem Ebitda negativa de 4,6% no mesmo intervalo de 2018.

O endividamento líquido da empresa recuou 47,38% no segundo trimestre, para R$ 3,8 milhões.

As despesas operacionais aumentaram 3,8% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 20,7 milhões.

No acumulado do semestre, a Kepler Weber registrou lucro líquido de R$ 542 mil, ante prejuízo de R$ 24,6 milhões reportado nos primeiros seis meses do ano passado. Em nota, a companhia afirma que seu resultado líquido foi afetado por questões de ajustes temporários na base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido.

Em nota, a empresa afirmou que o volume embarcado foi menor no primeiro semestre ante igual período do ano anterior. No entanto, Piero Abbondi, presidente da Kepler Weber, pontuou, em nota, que a primeira metade do ano é tradicionalmente menos movimentada.

A receita líquida no semestre foi de R$ 254 milhões, um avanço de 17,8% em comparação ao mesmo período de 2018. De acordo com a empresa gaúcha, a melhora nos resultados financeiros é resultado da adoção de novos processos de gestão que permitiram o aumento da produtividade e do reposicionamento de preços praticados pela empresa.

No semestre, o Ebitda somou R$ 27 milhões, ante Ebitda negativo de R$ 8 milhões n o mesmo período de 2018. A margem Ebitda dos seis primeiros meses deste ano ficou em 10,6%, ante margem Ebitda negativa de 3,7% em igual intervalo do ano passado.

As despesas operacionais da companhia cresceram 5,7% no semestre na comparação com os primeiros seis meses de 2018, para R$ 39,8 milhões.

No mês passado a gestora Tarpon aumentou sua participação na companhia gaúcha, de 13,26% para 15%. A gestora tinha 3.488.400 ações ordinárias da companhia e passou a deter 3.946.800.

Os maiores acionistas da Kepler Weber são a Previ e o BB Investimentos, que juntos detém 34,93% de participação. O empresário Fernando Francisco Brochado Heller detém 14,52%, e o fundo Banclas detém 9,938%.

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Fonte: Valor Econômico

6. Possível acordo em processos contra glifosato impulsiona ação da Bayer

As ações da alemã Bayer dispararam na última sexta-feira após a agência Bloomberg publicar uma reportagem afirmando que a companhia estaria propondo pagar US$ 8 bilhões para encerrar mais de 18 mil processos judiciais nos Estados Unidos que acusam o herbicida Roundup, o glifosato, de ter sido a causa de vários casos de câncer.

Segundo a agência, os advogados das pessoas que entraram com processo estavam pedindo mais de US$ 10 bilhões em um acordo. Na bolsa de Frankfurt, as ações da Bayer encerraram o pregão com alta de 2,64%, a 64,63 euros, mas chegaram a registrar ganhos de 11% no meio do dia.

No fim do pregão, porém, o mediador da Bayer Kenneth Feinberg negou que houvesse proposta e disse que “é pura ficção”, segundo a agência Dow Jones Newswires. Ele disse ainda que o processo de mediação vai se estender pelo próximo mês. “Nós vamos ver onde estamos no fim de setembro. Não há nada, absolutamente nada sobre isso”, disse.

A Bayer se recusou a comentar tanto a matéria da Bloomberg quanto a declaração de Feinberg.

O herbicida Roundup foi desernvolvido pela Monsanto e passou para a Bayer quando a companhia alemã comprou a empresa americana, no ano passado.

Nos últimos meses, milhares de processos judiciais surgiram depois que a Bayer perdeu uma ação relativa ao uso do produto. Em seu último balanço, a Bayer informou que, em três meses, surgiram mais 5 mil processos, que totalizavam 18,4 mil.

O analista Gunther Zechmann, do banco americano Bernstein, afirmou que as ações da Bayer poderiam subir até 30% se a companhia garantir um acordo por US$ 8 bilhões. Ele observou que os processos provavelmente demandaria mais de US$ 400 mil por pessoa implicada no acordo.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Nestlé, Lactalis e Danone no 'pódio' dos laticínios

Apesar do cenário adverso vivido pelas indústrias de lácteos no ano passado, com cotações mais baixas das commodities e clima desfavorável em importantes regiões produtoras de leite, o faturamento das principais empresas do setor cresceu em 2018, aponta um levantamento anual divulgado na sexta-feira pelo Rabobank.

No relatório intitulado "Global Dairy Top 20", a instituição holandesa informou que o faturamento em dólar das 20 maiores companhias de lácteos cresceu 2,5%. As dez principais faturaram em torno de US$ 150 bilhões em 2018, alta de 3,3%, conforme o banco holandês.

Em euros, porém, o faturamento das 20 maiores caiu 2%, em parte devido aos impactos das oscilações cambiais. O ano passado foi marcado por um dólar mais forte ante as outras divisas, destacaram as analistas Saskia Van Battum e Mary Ledman, que assinam o relatório.

No ranking elaborado pelo Rabobank, a multinacional suíça Nestlé e os grupos franceses Lactalis e Danone se mantiveram nas três primeiras posições. Líder, a Nestlé faturou US$ 24,3 bilhões na área de lácteos no ano passado. De acordo com as analistas do banco, a receita da suíça foi amparada pela relativa estabilidade do franco suíço ante a moeda americana e pelo crescimento orgânico de seus negócios de nutrição infantil.

Segunda da lista, a francesa Lactalis se aproximou da companhia suíça ao faturar US$ 20,8 bilhões. Ao longo do último ano, o grupo realizou 15 aquisições, ampliando sua atuação para Oriente Médio, África, América do Sul e Ásia.

Em 2019, a Lactalis voltou à carga, concluindo a compra do laticínio mineiro Itambé e do negócio de queijos da Kraft Heinz na Canadá. Segundo as analistas do Rabobank, a Lactalis tem uma lista considerável de negócios em vista, o que pode fazer com que melhore sua posição no próximo ranking.

No levantamento, as analistas chamaram a atenção para a estabilidade dos grupos que compõem o ranking. Pelo terceiro ano seguido, o grupo das 20 maiores não tem um novo integrante. "A estratégia de fusões e aquisições permaneceu ativa em 2018, o que deixou as três primeiras posições do ranking inalteradas, ainda que a diferença entre os líderes tenha se estreitado", disseram.

Em 2018, 111 acordos de fusão e aquisição foram firmados no setor lácteo, ante 127 transações no ano anterior. Neste ano, 85 acordos já foram feitos no primeiro semestre, dos quais 32 intercontinentais. Para 2019, a expectativa das analistas é que o crescimento das aquisições se intensifique. Uma mudança de ordem entre os três primeiros pode acontecer, ressaltaram elas.

"Entretanto, o menor crescimento econômico na China e a recessão iminente nos EUA devem dificultar o crescimento orgânico das companhias", ponderaram as analistas.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. De volta ao azul, BRF ganha R$ 1,5 bi

Uma expressiva recuperação dos preços do frango nos mercados internacional e doméstico impulsionou o resultado da BRF no segundo trimestre, surpreendendo até mesmo investidores que já exibiam otimismo com as perspectivas para o futuro da dona de Sadia e Perdigão.

Divulgado na manhã da última sexta-feira, o balanço da BRF no segundo trimestre foi bem recebido. As ações da empresa subiram 5,1% na B3, fechando o pregão cotadas a R$ 38,16. Com isso, o valor de mercado aumentou em quase R$ 1,5 bilhão. Na sexta-feira, a BRF estava avaliada em R$ 31 bilhões.

Desde o começo do ano, a valorização é substancial. Os papéis da BRF acumulam alta de 73,9% e, em valor de mercado, a empresa de alimentos ganhou R$ 13,4 bilhões.

Até sexta-feira, o movimento de valorização das ações da BRF refletia, principalmente, às perspectivas positivas dos investidores com os impactos da peste suína africana na China sobre as exportações. Não havia, até a divulgação do balanço do segundo trimestre, um resultado claramente positivo da BRF.

A situação mudou drasticamente no segundo trimestre, quebrando uma incômoda série de seis trimestres no vermelho. Entre abril e junho, a empresa teve um lucro líquido (atribuído aos sócios da controladora) de R$ 322,8 milhões. No mesmo período de 2018, a BRF registrou um prejuízo de quase R$ 1,5 bilhão.

Se considerada apenas as operações continuadas - ou seja, excluindo os ativos no exterior que a BRF vendeu ao longo do segundo trimestre -, o lucro líquido da companhia foi de R$ 191 milhões.

Graças aos melhores preços, a receita líquida da BRF cresceu 18% na comparação anual, atingindo R$ 8,3 bilhões. Nesse processo, o preço médio dos produtos vendidos pela BRF subiu 17,2% em relação ao segundo trimestre do ano passado e 4,5% sobre os primeiros três meses de 2019.

Nesse cenário, a BRF recuperou os níveis de rentabilidade históricos. No segundo trimestre, a margem de lucro antes juros, impostos, de depreciação e amortização (Ebitda) ajustada chegou a 14,6%, ante apenas 5% um ano antes. Vale lembrar que o resultado do segundo trimestre de 2018 foi bastante prejudicado pela greve dos caminhoneiros e pelo embargo da União Europeia à BRF.

Em relatório enviado a clientes, o BTG Pactual considerou "excepcional" o desempenho da BRF. Leandro Fontanesi, do Bradesco BBI, decidiu elevar o preço-alvo para as ações da BRF no fim de 2020, de R$ 44 para R$ 50, o que representa um potencial de valorização de mais de 30%.

A avaliação na BRF também é que o bom momento está apenas no início. Na sexta-feira, durante teleconferência com analistas, o CEO da BRF, Lorival Luz, afirmou que o impacto da peste suína africana ainda foi marginal no segundo trimestre - concentrado nas exportações para Japão e China em junho.

Diante do quadro positivo, a BRF revisou a meta de redução do índice de alavancagem (relação entre Ebitda em doze meses e dívida líquida). Agora, a empresa prevê que o índice chegará a 3,15 vezes no fim de 2019. A meta anterior era de 3,65 vezes. No segundo trimestre, o índice de alavancagem já caiu de forma relevante. No fim de junho, o índice alcançou 3,74 vezes, ante 5,64 vezes em março.

Embora a alavancagem tenha caído, o BTG considera que o endividamento da BRF está longe de ser confortável. Os analista Thiago Duarte e Henrique Brustolin divergem da forma como a empresa calculou o índice de alavancagem, não incluindo na dívida os arrendamentos mercantis e um fundo de antecipação de recebíveis (FDIC). Pelos cálculos do BTG, o índice seria de 4,8 vezes se esses dois itens fossem considerados.

Perguntado pelo Valor, o CEO da BRF defendeu a forma de contabilização. "O cálculo que a gente faz é aquele auditado e com toda a transparência", afirmou Luz, ressaltando que, mesmo considerando os arrendamentos, o índice de alavancagem ainda teria caído de maneira expressiva, de 5,64 vezes para 4,09 vezes.

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Fonte: Valor Econômico

9. Alemanha: Deputados propõem aumentar imposto sobre carnes

Na Alemanha, deputados dos Verdes e do Partido Social-Democrata (SPD) propuseram que a alíquota de 7% sobre a carne seja aumentada a 19% para ajudar a reduzir o aquecimento global e financiar melhorias ao bem-estar animal, informa a rede britânica BBC.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o metano da pecuária é responsável por 14,5% das emissões de gases de efeito estufa – mais do que as emissões diretas do setor de transporte.

Conforme destaca a BBC, a proposta alemã, se virar lei, pode reduzir as compras de carne e o fornecimento de carnes mais baratas.

Segundo a BBC, a ministra da Agriculta alemã, Julia Klöckner, membro da União Democrata Cristã (CDU), da primeira-ministra Angela Merkel elogiou a discussão sobre a melhoria do bem-estar animal, mas argumentou que aumentar o imposto sobre a carne não é a melhor solução, já que uma queda nas vendas pode prejudicar os produtores.

A taxa normal do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) na Alemanha é de 19%, mas a maioria dos alimentos, incluindo a carne, se beneficia da taxa reduzida de 7%.

O debate sobre o tema na Alemanha coincide com um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, divulgado nesta quinta-feira, que pede mudanças no setor agropecuário e argumenta que o alto consumo de carne e laticínios está alimentando o aquecimento global.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Raízen alonga dívida com novo CRA

A Raízen captou R$ 1 bilhão com um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) de dez anos — maior prazo já captado pela empresa com esse papel. É o sétimo CRA da companhia e, com ele, o instrumento passou a responder por cerca de 30% de seu endividamento total. A Raízen atua nos setores de produção de açúcar e etanol, transporte e distribuição de combustíveis e bioeletricidade.

“Temos o objetivo de estender a duração da nossa dívida. No passado, para fazer isso, só tinhamos como opção acessar o mercado externo. Agora, com essa operação, confirmamos o mercado doméstico como uma nova alternativa”, afirma Guilherme Cerqueira, vice-presidente de finanças e relações com investidores da Raízen.

Segundo o executivo, essa é uma boa notícia para o Brasil: “Acaba com aquela história de que funding de longo prazo no país só acontece via banco estatal”.

A Raízen já havia feito um outro CRA este ano, em março, que chamou a atenção da companhia pela forte demanda pelos papéis. A emissão inicialmente seria de R$ 700 milhões, mas subiu para R$ 900 milhões — também saiu com taxas menores do que as inicialmente ofertadas. O CRA tem sido muito demandado por investidores pessoa física por contar com a isenção de Imposto de Renda. A Raízen tem nota “grau de investimento” das agências Fitch e da Standard & Poor’s.

Somando as sete operações, a Raízen já levantou, nos últimos seis anos, cerca de R$ 6 bilhões com CRA. Cerqueira diz que não pretende aumentar muito esse volume, até mesmo porque, a partir deste ano, a empresa começará a fazer a troca de emissões. Em dezembro, vence o primeiro CRA, lançado em 2014. Esse tipo de operação não é renovada, pelo fato de estar pulverizada em milhares de investidores pessoa física — só nessa última oferta, foram 3,4 mil CPFs. A opção da empresa será fazer uma outra emissão para encerrar a que está vencendo, que deve girar cerca de R$ 550 milhões.

“Dependendo das condições de mercado, poderemos fazer uma emissão de tamanho semelhante ou superior ao valor que vai vencer”, afirma Cerqueira. “Vamos fazer a estruturação dentro do nosso programa anual de funding.”

Na colocação do novo CRA, ele também destaca o fato de os investidores terem majoritariamente preferido a série da emissão atrelada ao IPCA (78% do total emitido), em detrimento daquela vinculada ao CDI (22%).

O movimento está ligado ao fato de os juros brasileiros estarem no menor patamar da história e com tendência de queda.

“Nós já vínhamos oferecendo essas duas séries em outras emissões. Mas esta foi altamente concentrada na tranche de IPCA”, diz Cerqueira. Na oferta de março, a tendência já estava clara: 67% dos investidores ficaram na série IPCA.

Para a companhia, diz ele, um ou outro indicador tende a ser pouco relevante. “Avaliamos como está a taxa e decidimos se vale a pena fazer um swap de IPCA [via NTN] para o CDI. Assim é possível fazer um hedge.”

Cerqueira diz que já que o mercado doméstico ganhou mais profundidade, só falta agora as empresas tomarem decisões de captar para investir. “O crescimento esperado para o PIB deste ano, de 0,8%, ainda não é o que a gente quer. Mas confiamos que a economia vai voltar a deslanchar”, diz.

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Fonte: Valor Econômico

11. Abengoa Bioenergia inclui precatório em recuperação

A Abengoa Bioenergia, braço sucroalcooleiro da companhia espanhola de energia Abengoa, mudou seu plano de recuperação judicial e propôs utilizar como recursos para pagar seus credores os precatórios das ações contra a União pelo congelamento de preços nas décadas de 1980 e 1990, por parte do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), e da indenização que pleiteia contra a Petrobras pelo congelamento da gasolina durante o governo Dilma.

Desde que pediu recuperação judicial, com dívidas de mais de R$ 1 bilhão, a companhia, que tem capacidade para moer até 6,2 milhões de toneladas de cana por safra e cuja receita foi de R$ 587 milhões em 2018, já mudou seu plano três vezes. A nova proposta, apresentada na semana passada, será votada pelos credores em assembleia na segunda-feira.

Até o momento, as ações ainda não foram concluídas. Os julgamentos do caso do IAA, iniciados em 1990, já ocorreram, mas ainda falta o Supremo Tribunal Federal (STF) definir como calcular a correção monetária de precatórios, o que deve acontecer neste semestre.

Um dos quatro processos no caso do IAA representa R$ 200 milhões em precatórios. Nessa ação, R$ 49 milhões já foram penhorados pelo China Construction Bank, valor que o banco tem de crédito extraconcursal com a usina.

Já o processo do caso da Petrobras, aberto em 2016, segue em fase de perícia judicial e seu resultado é incerto. Após essa etapa, as partes se manifestam e, então, há a decisão judicial.

A proposta da Abengoa Bioenergia é usar as indenizações que espera receber como parte do pagamento dos credores trabalhistas, daqueles sem garantia real, de micro e pequenos empresários e dos não aderentes. A companhia não reconheceu credores com garantia real em seu plano, mas indicou que, caso eles existam, deverão ser pagos conforme as mesmas regras.

A companhia também alterou seu plano de venda de ativos. Manteve a ideia vender todas as ações no negócio sucroalcooleiro no Brasil, mas a opção agora é apenas vender a Usina São Luis, em Pirassununga (SP), com passivos. A proposta é que o leilão da unidade, que tem capacidade para 3 milhões de toneladas de cana por safra, tenha lance mínimo de R$ 385 milhões - R$ 128 por tonelada de capacidade instalada. A efetivação da venda deverá ser submetida à aprovação do juízo, da Abengoa e dos credores.

Para pagar parte da dívida com os credores que não têm garantia real e optarem por não aderir à proposta de venda da usina, e também da dívida com micro e pequeno empresários e de credores considerados "essenciais" para a Usina São Luis, os créditos do IAA e da Petrobras poderão ser usados para quitar valores remanescentes após o pagamento de 20% dos valores devidos a cada um.

No caso dos credores trabalhistas, a proposta é usar os créditos de IAA e Petrobras para quitar dívidas remanescentes depois que já forem pagos débitos de até 150 salários mínimos. Aos credores sem garantia que optarem por receber seus créditos após a eventual venda da usina, os recursos dos créditos de IAA e Petrobras seriam usados para quitar dívidas remanescentes. Também poderá ser usado um caixa emergencial provisório constituído com recursos oriundos da venda desses créditos.

Para os credores "essenciais" (fornecedores de cana com contratos de mais de seis meses) da Usina São João, em São João da Boa Vista (SP), e para os credores "estratégicos" (fornecedores de bens e serviços de longo prazo), a proposta é quitar100% das dívidas com recursos da venda da Usina São Luis. Os credores não aderentes poderão ser pagos também com dinheiro da transação, mas com desconto de 35%, e com os créditos do IAA e da Petrobras, além do caixa emergencial provisório.

A Abengoa também prevê pagamentos adicionais usando 20% dos créditos do IAA detidos pela holding ASA Bioenergy. Pela proposta, após a venda desses direitos, a holding destinará metade do recurso obtido (já descontados os impostos e custos) para compor o caixa emergência provisório (em até R$ 36 milhões) e para pagar os credores, incluindo os não aderentes, buscando a quitação integral de cada crédito. Porém, esse recurso não será usado caso a holding venda esses direitos junto com outros ativos, bens ou direitos.

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Fonte: Valor Econômico

12. Usinas aumentam moagem de cana, mas reduzem produção de açúcar

As usinas do Centro-Sul processaram mais cana na segunda quinzena de julho desta safra do que na temporada passada, mas reduziram sua produção de açúcar, evidenciando a forte aposta no etanol do ciclo atual.

Segundo a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), foram moídas 49,693 milhões de toneladas de matéria-prima na segunda metade de julho, um crescimento de 4,3% ante o mesmo período de um ano atrás.

No entanto, a produção de açúcar recuou 5,5% na mesma base de comparação, para 2,478 milhões de toneladas.

Em compensação, a fabricação de etanol cresceu, impulsionada pelo etanol hidratado (que compete com a gasolina), cuja produção subiu 3,1%, para 1,815 bilhão de litros. Já a produção de etanol anidro (misturada ao combustível fóssil) recuou 3,4%, para 835 milhões de litros.

A produção foi limitada pela piora da qualidade da matéria-prima após a geada do início do mês. O teor de sacarose na cana (ATR) da quinzena ficou em 141,30 quilos por tonelada de cana processada, uma redução de 6,1% ante o registrado no mesmo período da safra passada.

Do caldo obtido da cana processada, 62,96% foi direcionado para a produção de etanol, ante 61,65% um ano atrás.

A deterioração do rendimento da cana nas usinas fez com que a quantidade de etanol fabricada por tonelada de cana moída caísse 4,1%, para 52,36 litros. Com um mix mais alcooleiro, a relação com a produção de açúcar teve queda ainda maior, de 9,4%, para 49,86 quilos de açúcar por tonelada de cana processada.

No acumulado da safra, a quantidade de cana processada ainda está atrasada. “Essa retração reflete a moagem no Estado de São Paulo, principal polo produtor de cana-de-açúcar do País, onde segue defasada em mais de 10 milhões de toneladas”, afirmou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica, em nota.

Enquanto a moagem de São Paulo está 5,8% menor no acumulado desta safra, somando 179,5 milhões de toneladas, nos demais Estados há leve crescimento de 1,8%, para 128,3 milhões de toneladas.

Vendas de etanol

As vendas de etanol hidratado das usinas às distribuidoras para o mercado interno cresceram 12,9% em julho e somaram 1,944 bilhão de litros, segundo dados da Unica. Em relação a junho, o volume foi 7,2% superior.

Desde o início da safra 2019/20, iniciada em abril, as usinas já venderam 7,662 bilhões de litros de hidratado ao país, um crescimento de 25,3% na comparação com o mesmo período da temporada passada.

As vendas de etanol anidro também cresceram em julho, na ordem de 4,5%, para 755 milhões de litros. na safra, as vendas registram alta de 4%, para 2,873 bilhões de litros.

Para o mercado externo, a comercialização de biocombustível teve recuo em julho. Somando as vendas de hidratado e anidro (que é a maior parte do produto exportado), foram comercializadas 222,3 milhões de litros, uma redução de 20,4%. No acumulado da temporada, porém, há um crescimento de 10,5%, para 601 milhões de litros.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Queda do consumo global de suco perde força

A recuperação da demanda nos Estados Unidos foi fundamental para amenizar a tendência de encolhimento do consumo global de suco de laranja em 2018. Mas mesmo assim foi mais um ano de queda, o quarto consecutivo e o 13º desde 2004, como aponta um estudo recém-concluído pelo Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratégia (Markestrat), consultoria que tem sede em Ribeirão Preto (SP).

Segundo o levantamento, o consumo nos 40 principais mercados de suco de laranja do mundo somou 1,853 milhão de toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) no ano passado, 0,81% menos que em 2017 e volume 22,78% menor que o de 2003, início da série histórica. Em termos absolutos, o recuo desde 2003 chegou a 546 mil toneladas, ou quase todo o mercado americano em 2018. Líderes globais nesse ranking, os EUA consumiram 576 mil toneladas em 2018, um incremento de 1,25% ante o ano anterior.

Apesar desse crescimento - em 2017 houve queda de 9,58% nos EUA -, o consumo americano foi 42,41% mais baixo do que em 2003. Como em outras fronteiras consolidadas para o suco, o tombo decorre sobretudo do aumento do número de bebidas concorrentes mais baratas, como sucos de outros sabores, água de coco, néctares e refrescos - nessas duas últimas categorias, muitas das opções até contêm suco de laranja, mas em concentrações baixas, insuficientes para compensar o encolhimento das vendas do "suco 100%".

Segundo maior país consumidor de suco de laranja, a Alemanha voltou a registrar queda em 2018, conforme o estudo da Markestrat. Por lá, o volume ficou em 138 mil toneladas, com retração de 2,62% na comparação com 2017 e de 44,75% sobre 2003. Na França, as 130 mil toneladas registradas representaram redução de 2,63% e 14,34%, respectivamente. Somadas, as quedas nos EUA, na Alemanha e na França nos últimos 16 anos até 2018 chegaram a 559 mil toneladas.

Para as grandes indústrias reunidas na Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) - Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company -, que lideram os embarques brasileiros de suco de laranja, dominantes no mercado mundial, o alento continua a ser a curva de alta do consumo em países emergentes como a China e o Brasil, como apontou o estudo baseado em informações de TetraPak, Euromonitor, Planet Retail e Departamento de Citrus da Flórida (EUA), entre outras fontes.

Sempre cercado de grandes expectativas, o consumo no país asiático cresceu apenas 0,28% em 2018 ante o ano anterior, mas passou a acumular aumento de 179,55% desde 2003. Como projetam que o crescimento vai continuar, as indústrias já manifestaram ao governo chinês a intenção de investir em infraestrutura portuária no país para facilitar o escoamento dos volumes vendidos.

No Brasil, destacou Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, o volume consumido atingiu 82 mil toneladas, com crescimento de 8,53% na comparação com o ano anterior e de 91,92% em relação a 2003. "São 13 mil toneladas de um ano para o outro, são 3,6 milhões de caixas de 40,8 milhões de quilos a mais transformadas em suco, ou 15 milhões de litros a mais no mercado interno", afirmou ele.

De acordo estimativas do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), mantido com contribuições de produtores de laranja e das indústrias associadas à CitrusBR, a produção da fruta no cinturão formado por pomares de São Paulo e Minas Gerais deverá alcançar quase 390 milhões de caixas nesta safra 2019/20, que começou em julho, 36% mais que no ciclo passado.

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Fonte: Valor Econômico

14. Abiove eleva estimativa para exportação brasileira de soja em 2019

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou na última sexta-feira a estimativa para a exportação brasileira de soja em 2019 em 5,7%, para 72 milhões toneladas. A previsão anterior, feita em julho, era de 68,1 milhões toneladas.

“Com base nos dados de suas associadas, a entidade identifica sinalização de aumento na exportação de soja em grão, em razão das complicações da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com impacto positivo na demanda pela soja brasileira”, disse a entidade em nota.

Para as vendas externas de farelo de soja, a entidade cortou sua estimativa de 16,2 milhões para 15,8 milhões toneladas. E, no caso do óleo, elevou previsão em 100 mil toneladas, para 900 mil toneladas.

“No mercado internacional, é esperado a redução nas exportações de farelo e o aumento nas vendas do óleo de soja, decorrentes das variações nos embarques ao longo do primeiro semestre deste ano.”

Como a entidade manteve em 43,2 milhões toneladas a estimativa de processamento do grão no Brasil, precisou fazer ajustes nos estoques finais. A projeção passou então de 5,64 milhões de toneladas de soja no fim de 2019, para 2,56 milhões de toneladas.

No sentido contrário, a projeção para estoques de farelo subiu de 1,88 milhão para 2,28 milhões de toneladas. Os estoques finais de óleo foram cortados naqueles 100 mil toneladas previstos para serem exportados e ficaram em 59 mil toneladas.

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Fonte: Valor Econômico

15. Conab eleva estimativa para exportações de soja do Brasil em 2018/19

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou em quase 3% a estimativa para as exportações de soja na safra 2018/19, cuja colheita está praticamente concluída. No relatório mensal de acompanhamento da safra, divulgado nesta quinta-feira, a estatal estimou que as exportações brasileiras chegarão a 70 milhões de toneladas de soja, uma ampliação de 2 milhões de toneladas ante a estimativa divulgada no mês passado.

Apesar de não dar explicações no relatório, é provável que a correção para cima seja motivada pelo recrudescimento na guerra comercial entre EUA e China, que abre mais mercado à oleaginosa brasileira. Na temporada 2017/18, essa batalha comercial ajudou o país exportar o recorde de 83,3 milhões de toneladas do grão. O Brasil é o maior exportador mundial.

Além das mudanças feitas nas projeções de exportações de soja, a Conab elevou em 800 mil toneladas a projeção para as vendas externas de farelo de soja, para 15,8 milhões de toneladas. A estatal manteve em 1,05 milhão de toneladas a estimativa para as exportações de óleo em 2018/19.

A Conab também elevou em 2,9% a projeção para a exportação de milho na safra, passando das 33,5 milhões de toneladas projetadas no relatório no mês passado para 34,5 milhões de toneladas.

As mudanças promovidas nas estimativas da estatal ocorrem na esteira de revisões feitas na projeção para a colheita de grãos no Brasil, sobretudo de milho. A produção total do cereal (safras de verão e inverno) baterá recorde no ciclo 2018/19 e, de acordo com a mais nova estimativa da Conab, totalizará 99,3 milhões de toneladas, aumento de 23% na comparação com a temporada anterior. Em relação à estimativa de julho, a projeção da estatal significa um aumento de 0,8% ou 808 mil toneladas.

Considerando apenas a colheita de milho de inverno, que foi finalizada em 84% da área semeada, a produção do cereal deve somar 73,1 milhões de toneladas na safra 2018/19, 1% acima do previsto no mês passado e 35,6% maior que em 2017/18. Vale lembrar o crescimento ante a safra passada é expressivo porque houve uma quebra em razão do clima adverso nas lavouras.

Pelas estimativas da Conab, a produção total de grãos no Brasil na safra 2018/19 alcançará 241,34 milhões de toneladas, 0,3% superior ao estimado no mês passado e 6% acima da produção de 2017/18.

Afora o milho, a estatal fez pequenos ajustes nas estimativas. No caso da soja, que é o grão mais produzido pelo país e já teve a colheita praticamente encerrada, a produção estimada pela Conab é de 115 milhões de toneladas, o mesmo volume previsto no relatório de julho. Na comparação com a safra 2017/18, quando os agricultores do país colheram 119,3 milhões de toneladas de soja, a colheita diminuiu 3,5%, conforme a Conab.

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Fonte: Valor Econômico

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