Clipping Agribusiness | 13 de janeiro 2020
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Com nova queda em dezembro, exportações do agronegócio voltaram a ficar abaixo de US$ 100 bi em 2019
Apesar do expressivo aumento das vendas de carnes para a China, as exportações brasileiras do agronegócio não resistiram à queda dos embarques de soja ao país asiático e voltaram a cair em dezembro. Com isso, fecharam 2019 abaixo dos US$ 100 bilhões, barreira que havia sido superada no ano anterior. Soja e carnes, nessa ordem, lideram a pauta de exportações do setor.
Segundo dados da Secretaria de comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura, as exportações do setor totalizaram US$ 7,7 bilhões no mês passado, 7,7% menos que em dezembro de 2018. As importações de produtos do setor aumentaram 7,2%, para US$ 1,2 bilhão, e, assim, o superávit foi 10% menor (US$ 6,5 bilhões).
A queda da receita dos embarques foi determinada por nova retração observada nas exportações do “complexo soja” (inclui grão, farelo e óleo) em virtude da menor demanda chinesa — como a epidemia de peste suína africana reduziu o plantel de porcos do país, o volume de ração necessário para alimentar os animais diminuiu. Nessa frente, os embarques somaram US$ 1,8 bilhão, uma queda de 14,9%.
“A China foi o principal mercado responsável pela queda nas vendas da soja brasileira no mês, com redução de mais de US$ 400 milhões, seguida da Rússia, que importou US$ 15,13 milhões a menos do produto no período”, informa levantamento recém-concluído pelo Ministério da Agricultura.
Mas, também por causa da peste suína, a China continuou a ampliar as compras de carnes bovina, de frango e suína brasileiras. No segmento, os embarques somaram US$ 1,7 bilhão em dezembro, 30,7% mais que no mesmo mês do ano anterior. Apenas de carne bovina foram US$ 843,7 milhões, um recorde para meses de dezembro, e a China representou US$ 505,8 milhões, seguida por Hong Kong (US$ 85,5 milhões).
No caso da carne de frango, as exportações brasileiras chegaram a US$ 625,2 milhões no mês, quase 10% mais que em dezembro de 2018, e a China também foi o principal destino das vendas e representou US$ 90,5 milhões do aumento registrado. Já os embarques de carne suína atingiram US$ 182,1 milhões, um recorde para dezembro, com destaque para o incremento de US$ 71,2 milhões das compras do país asiático — que, no total, foi o destino de US$ 2,4 bilhões em exportações do agronegócio brasileiro no mês passado, ou 31,3% do total.
Também voltaram a se destacar nas exportações setoriais em os produtos florestais (US$ 894,6 milhões, queda de 32,9%), os cereais, impulsionados pelo milho (US$ 851,8 milhões, alta de 18,4%), açúcar e etanol (US$% 500,6 milhões, queda de 0,7%) e café (US$ 448,3 milhões, baixa de 26,4%).
Com os resultados de dezembro, em todo o ano passado as “agroexportações” somaram US$ 96,8 bilhões, 4,3% menos que em 2018, quando romperam a barreira de US$ 100 bilhões e chegaram a US$ 101,2 bilhões. Na mesma comparação, as importações caíram 1,9%, para US$ 13,8 bilhões, e o superávit setorial recuou 4,7%, para US$ 83 bilhões.
Mais uma vez, e apesar da redução das vendas para a China, as exportações foram lideradas pelo complexo soja (US$ 32,6 bilhões, queda de 19,8%) e carnes (US$ 16,5 bilhões, alta de 12,5%). E a China foi o destino de 32% da receita total com os embarques, ou US$ 31 bilhões — 12,5% menos que em 2018.
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Fonte: Valor Econômico
2. Produção agroindustrial voltou a diminuir no país em novembro, indica FGV
Depois de reagir em setembro e se manter firme em outubro, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) voltou a recuar em novembro, pressionado pela queda das atividades no segmento de produtos não-alimentícios, sobretudo florestas.
De acordo com cálculos recém-concluídos, o indicador fechou o mês com baixa de 1,1% na comparação com novembro de 2018, ante uma contração da indústria em geral no país de 1,7%. Assim, no acumulado deste ano o crescimento do PIMAgro diminuiu para 0,3%. O indicador é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Com a melhora na economia, o grupo de produtos alimentícios e bebidas, que havia crescido 10,6% em outubro ante o mesmo mês do ano passado, voltou a registrar variação positiva em novembro, embora bem menor (0,4%). O suporte veio do avanço de 6,8% observado na área de bebidas, já que houve queda de 1,3% no caso dos alimentos.
Entre os produtos alimentícios que compõem o PIMAgro, houve desempenho negativo, na comparação, entre os de origem vegetal (5,1%), incapaz de ser compensado pelo crescimento observado entre os de origem animal (0,7%). Nas bebidas, houve aumentos tanto no segmento das alcoólicas (7,8%) quanto no mercado das não-alcoólicas (5,7%).
No grupo de produtos não alimentícios, entretanto, novembro foi mais um mês de retração (2,8%). A maior pressão veio da área de produtos florestais (queda de 5,5%), seguida pelos retrocessos dos insumos (3,2%), dos produtos têxteis (2,2%) e da borracha (2,1%). Biocombustíveis e fumo, em contrapartida, voltaram a registrar variações positivas - 3,9% e 0,9%, respectivamente.
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Fonte: Valor Econômico
3. China comprará de US$ 40 bi a US$ 50 bi do agro dos EUA, afirma secretário
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse, neste domingo (12/1), que não houve alterações dos compromissos bilaterais na tradução nos documentos da fase 1 do acordo comercial com a China. Em entrevista à rede americana Fox News, ele afirmou que os detalhes serão divulgados nesta semana, quando o documento será assinado, em Washington, capital americana.
“Não foi modificado na tradução. Eu não sei como esse boato começou”, disse Mnuchin ao programa “Sunday Morning Futures with Maria Bartiromo”. O secretário afirmou ainda que a tradução dos documentos foi técnica. "Acredito que no dia da assinatura, divulgaremos a versão em inglês", acrescentou.
No dia 31 de dezembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a chamada fase 1 do acordo será assinada na próxima quarta-feira (15/1), na Casa Branca, com a presença de autoridades chinesas de alto escalão. Disse ainda que, posteriormente, viajará a Pequim para as discussões da fase 2 do acordo comercial entre as duas potências econômicas.
De acordo com a agência de notícias Reuters, autoridades americanas disseram na última sexta-feira (10/1), que a versão final em chinês do texto do acordo ainda não estava completa. Mesmo assim, o governo dos Estados Unidos distribuía os convites para o evento de assinatura, que teria a presença de cerca de 200 pessoas.
Na entrevista à Fox News, o secretário disse que o acordo prevê o compromisso da China de comprar algo entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos Estados Unidos. Ao longo de dois anos, os chineses comprariam dos americanos US$ 200 bilhões em produtos de um modo geral.
“Deixe-me dizer, são 200 bilhões de dólares em produtos adicionais no geral ao longo de dois anos e, especificamente, de 40 bilhões a 50 bilhões em agricultura. É uma grande oportunidade para os nossos agricultores”, disse Mnuchen. "É histórico. Não é tudo, porque haverá uma Fase 2, mas é a primeira vez que temos um acordo compreensivo com a China em questões tecnológicas, agrícolas, serviços financeiros", acrescentou.
Ainda conforme a agência Reuters, representantes do governo da China não confirmam as afirmações sobre eventuais compromissos. E têm “sido cuidadosos” em não tornar públicos detalhes da Fase 1, sob o argumento que Washington mudou por diversas vezes suas posições.
Com a assinatura da Fase 1, a expectativa é de alívio na disputa comercial entre Estados Unidos e China, que já dura cerca de um ano e meio e levou a uma escalada de sanções tarifárias com efeito sobre os mercados globais.
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Fonte: Revista Globo Rural
Insumos
4. Bayer cria empresa com foco em novas moléculas para combate a pragas
A multinacional alemã Bayer, por meio do fundo que tem em parceria com a israelense Trendlines para inovação na área agrícola, anunciou nesta terça-feira a criação da ProJini Agchem, uma nova companhia focada em desenvolver agrotóxicos com modos de ação diferentes dos convencionais, para driblar a resistência das pragas.
Os alvos das moléculas desenvolvidas pela ProJini Agchem são as interações entre proteínas dos inimigos naturais, afirmou a Bayer. “Por ser mais específica, a tecnologia deve diminuir o impacto ambiental das aplicações”, disse em comunicado.
A tecnologia envolvida no processo foi desenvolvida pelos cientistas Maayan Gal e Itay Bloch do Instituto de Pesquisa Migal Galilee, de Israel, e licenciada com exclusividade pela Agchem.
“Descobrir novos ingredientes ativos e modos de ação continuará sendo um dos principais objetivos da agricultura no futuro”, disse Axel Trautwein, gerente da divisão de agricultura da Bayer.
Para Steve Rhodes, CEO da empresa de inovação Trendlines, é cada vez mais patente a necessidade de desenvolver novas tecnologias de proteção de cultivos a fim de aumentar a segurança alimentar. “Os agrotóxicos conhecidos não são apenas ineficazes devido à resistência, mas também geram preocupação ambiental” afirmou.
O fundo ‘Bayer Trendlines Ag Innovation’ foi criado em abril de 2016 e teve aporte de US$ 10 milhões da Bayer.
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Fonte: Agrolink
5. Cenário pessimista para o mercado de máquinas
O crescimento de 2,9% nas vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias em 2020 projetado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) na manhã de ontem será puxado pela demanda para obras de infraestrutura, e não pelo campo. Foi o que afirmou o vice-presidente da entidade, Alfredo Miguel Neto.
“Eu gostaria de ter uma perspectiva extremamente otimista para o ano. Mas estamos começando 2020 prevendo estabilidade para a venda de máquinas agrícolas. O crescimento virá das máquinas para o setor rodoviário, com os investimentos em infraestrutura”, afirmou ele.
Em 2019, as vendas das duas categorias somaram 43,7 mil unidades - 39,4 mil de máquinas agrícolas e 4,3 mil máquinas rodoviárias (tratores de roda e retroescavadeiras). Para 2020, as vendas das duas categorias devem alcançar 45 mil unidades, sendo 40 mil unidades de máquinas agrícolas e 5,3 mil de rodoviárias.
“Se o Ministério da Agricultura anunciar crédito até o fim do Plano Safra 2019/20 [em 30 de junho] ou comunicar que não haverá recursos adicionais e os bancos privados oferecerem taxas atrativas - ou houver recursos para todo o ciclo 2020/21 -, poderemos refazer a estimativa”.
Segundo ele, mesmo com o remanejamento de quase R$ 1,5 bilhão para linhas de crédito como o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), ainda será necessário que o governo destine pelo menos outros R$ 2 bilhões para que não faltem recursos para o segmento até a virada do novo Plano Safra, em 1º de julho.
Em dezembro do ano passado, as indústrias de máquinas reivindicaram R$ 3 bilhões adicionais para o Moderfrota, principal linha de crédito para a compra de tratores e colheitadeiras do país. No total, o governo reservou R$ 9,7 bilhões para a linha na atual temporada.
“Esse dinheiro remanejado deverá acabar na primeira semana de março”, estimou Miguel Neto. “Esperamos que haja efetivamente um planejamento que cubra o ano integral. Há décadas que temos recursos menores que o necessário”, afirmou.
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Fonte: Valor Econômico
6. Ministério abre consulta para política nacional de recursos genéticos
O Ministério da Agricultura abriu consulta pública, por 60 dias, sobre a proposta de criação da Política Nacional de Recursos Genéticos para Alimentação e Agricultura (PNRGAA). O objetivo é promover a conservação e o uso de forma sustentável dos recursos genéticos utilizados para alimentação e agricultura, sejam eles nativos ou exóticos.
Com o desenvolvimento da política, o ministério espera obter resultados para criação, manutenção e ampliação dos bancos genéticos do país e o avanço do conhecimento sobre os recursos genéticos.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem o quinto maior banco genético do mundo, com mais de 110 mil amostras de 800 espécies. Mas o presidente da estatal, Celso Moretti, já destacou que a prioridade é investir nessa área para ampliar a base.
“Ao propor essa política, o ministério quer promover e incentivar a conservação, a valorização, o uso sustentável e a valoração de recursos genéticos voltados para a alimentação e agricultura”, explica o coordenador-geral de Novos Insumos e Serviços da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Márcio Mazzaro.
A ideia é realizar esse trabalho de forma integrada, disciplinando e orientando não apenas as ações do governo federal, mas também das empresas públicas, universidades e institutos de pesquisas afetos ao tema.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. J&F obteve R$ 51 milhões com venda de ações da JBS em dezembro
A J&F, holding que controla a JBS, vendeu R$ 51 milhões em ações da empresa de carnes em dezembro. A informação aparece em formulário enviado hoje pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Trata-se de um montante irrisório para o valor do grupo.
A J&F, que pertence aos irmãos Wesley e Joesley Batista, controla a JBS com uma fatia de pouco mais de 40%. A participação dos Batista na companhia está avaliada em pouco mais de R$ 30 bilhões. Atualmente, a JBS tem um valor de mercado de R$ 76,8 bilhões.
A venda de ações da JBS pelos controladores foi feita em seis dias diferentes, entre 2 e 9 dezembro. Em cada operação, intermediada pelo Bradesco, o grupo controlador vendeu de 300 mil ações a 350 mil ações. Os papéis foram negociados entre R$ 26,57 e R$ 28,31. Nesta sexta-feira, as ações da JBS caíram 0,5% na B3, a R$ 28,16.
Conforme as informações disponíveis no formulário enviado à CVM, os controladores da JBS reduziram o número de ações da ações de 1,087 bilhão de papéis para 1,085 bilhão.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Frigorífico da JBS em Brasnorte (MT) entra em operação
O frigorífico de bovinos da JBS em Brasnorte (MT), no qual a empresa investiu mais de R$ 70 milhões, entrou em operação ontem. A planta deve gerar 300 empregos diretos. Inicialmente, o objetivo é que a operação atenda ao mercado interno. O investimento não faz parte do pacote de R$ 8 bilhões anunciado pelo grupo em dezembro do ano passado.
Segundo comunicado da JBS, em uma próxima etapa de investimentos a unidade terá sua capacidade de produção ampliada e ganhará maior escopo de atividades, podendo gerar outros 900 postos de trabalho no município.
“Acreditamos no potencial de Brasnorte, que trará ainda mais relevância para a nossa operação de bovinos em Mato Grosso”, disse Renato Costa, presidente da Friboi, frente de negócios de carne bovina da JBS no Brasil. Outros R$ 154 milhões estão sendo alocados em diferentes unidades, para melhorias ao longo deste primeiro trimestre.
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Fonte: Valor Econômico
9. Empresa cria filé vegano com ervilha, alga e suco de beterraba
A empresa italiana Novameat anunciou a criação de um corte de filé vegano, produzido a partir de ingredientes como ervilha, alga marinha e suco de beterraba, convertidos em fibras finas para recriar o tecido muscular. Segundo a companhia, o produto estará disponível aos consumidores em restaurantes da Espanha e Itália ainda este ano, antes de aumentar a escala em 2021.
Giuseppe Scionti, fundador da Novameat, explica que o projeto começou com o corte de “filé” vegano porque é considerado o “santo graal” da indústria das alternativas à base vegetal. Isso porque o maior desafio é criar a textura da carne vegetal. Em 2018, a empresa apresentou um bife impresso em 3D, mas, com o novo filé, a intenção é criar a aparência mais realista possível quando comparado com um corte animal.
O sabor ainda está sendo avaliado pela empresa, mas Scionti – que passou uma década pesquisando engenharia de tecidos na Universidade Politécnica da Catalunha, em Barcelona - garantiu que a empresa pode usar os ingredientes para criar hambúrgueres a partir de plantas. O empresário garante que a proteína vegetal não contém colesterol, hormônios nem antibióticos.
O bife de 50 gramas tem um custo aproximado de US$ 1,50 para ser produzido, mas a Novameat calcula que o valor cairá quando o processo for ampliado. O plano é encomendar uma planta piloto em 2021, com capacidade de produção de 50 quilos de bife por hora.
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Fonte: Revista Globo Rural
Agroenergia
10. Mario e Adriano Ometto planejam retomar usina vendida à Abengoa
Mario Dedini Ometto e seu filho, Adriano Gianetti Dedini Ometto, querem comprar de volta uma das usinas que venderem à espanhola Abengoa depois que colocaram um ponto final numa briga jurídica com o grupo estrangeiro que se estendeu por 12 anos. Os dois empresários planejam apresentar uma proposta pela Usina São Luiz, em Pirassununga (SP), dentro do leilão judicial da unidade. Para isso, procuram um sócio dos setores de energia ou combustíveis, segundo uma fonte a par das negociações.
A usina é considerada estratégica. Além de ter um parque industrial moderno, que inclui uma planta de cogeração de energia a partir do bagaço da cana, também está próxima do terminal da Petrobras em Paulínia e do eixo Rio-São Paulo, principal polo consumidor de combustíveis do país, o que confere vantagem competitiva ante outras unidades também à venda.
Além disso, os Ometto contam com sua experiência na área e o conhecimento da usina, construída por eles próprios, para atrair sócios em sua empreitada, que poderá custar US$ 200 milhões conforme valores praticados atualmente no mercado - cerca de US$ 60 por tonelada de cana moída, sendo que a São Luiz tem capacidade para processar mais de 3 milhões de toneladas por safra. Cogitam inclusive empresas de capital estrangeiro que queiram firmar parcerias, segundo a mesma fonte.
A efetivação da investida aguarda uma definição jurídica sobre o plano de recuperação judicial da Abengoa Bioenergia, que foi aprovado no começo do segundo semestre de 2019 mas ainda não foi homologado, o que trava o agendamento do leilão. A venda da Usina São Luis, livre de passivos, estava prevista assim que a companhia entrou em recuperação judicial, em 2017. A viabilização do leilão, porém, encontrava mais entraves.
Um deles era o fato de Mario - primo de primeiro grau de Rubens Ometto, controlador da Cosan - e Adriano Ometto serem donos de parte do terreno sobre o qual foi construída a usina e de boa parte das terras nos arredores da unidade, o que os tornavam fornecedores indispensáveis para garantir o funcionamento da planta. Assim, qualquer investidor que quisesse adquirir a usina dependeria dos empresários. Mas esse problema foi contornado.
Ao longo da recuperação, a Abengoa Bioenergia enfrentou não apenas a dificuldade em negociar com os credores, muitos dos quais extraconcursais (que não são submetidos às regras da recuperação e não votam o plano), como a beligerância de um credor em particular, o China Construction Bank (CCB), que chegou a acusar a empresa espanhola de favorecer parte dos credores e a derrubar temporariamente a proteção contra execuções judiciais.
Em setembro, a companhia enfrentou outro revés. A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que anulou uma decisão arbitral estrangeira que havia dado vitória à holding dona da Abengoa Bioenergia contra Adriano Ometto. Na prática, o empresário escapou de pagar uma indenização de US$ 100 milhões reivindicada pela Abengoa por supostas irregularidades no contrato de venda de usinas à múlti, em 2007.
A pressão financeira sobre a Abengoa Bioenergia, porém, não era favorável aos Ometto. A Adriano Ometto Agrícola, de pai e filho, figuravam entre os credores da companhia em recuperação, mas tinham inicialmente apenas R$ 6,8 milhões a receber, pouco dentro de toda a dívida concursal, que superava R$ 1 bilhão. Uma falência da companhia - e uma eventual paralisação da unidade - não só dificultaria o recebimento dos créditos, mas, principalmente, levaria a uma brutal desvalorização dos 10 mil hectares que ambos e outros familiares diretos têm nos arredores da Usina São Luiz.
Para impedirem a falência da Abengoa Bioenergia, pai e filho adquiriram os créditos do CCB. Com a transação (reportada nos autos do processo, mas mantida em sigilo), a Adriano Ometto Agrícola tornou-se credora de R$ 56,7 milhões - parte em crédito concursal dentro da recuperação da Abengoa Bioenergia Inovações (que não teve seu processo consolidado substancialmente nos das demais empresas da companhia) e parte em crédito extraconcursal com a Abengoa Bioenergia Brasil, segundo outra fonte.
Os dois empresários firmaram um acordo com a direção da companhia e acertaram a troca de terras que a Abengoa detinha em áreas urbanas de Pirassununga e Santa Cruz das Palmeiras pelo terreno onde a Usina São Luiz foi construída. Também acertaram o fim de todas as ações judiciais relacionadas que corriam paralelamente ao contencioso histórico, colocando um ponto final na disputa sobre a compra de usinas ocorrida há mais de dez anos.
Com os acertos, os Ometto realizaram um acordo nos autos que, na prática, tornou a recuperação da Abengoa Bioenergia Inovações equivalente à da Abengoa Bioenergia Brasil, que teve seu plano aprovado em agosto.
E, para garantir a aprovação do plano com os demais credores, Mario e Adriano fizeram, ainda, “acordos informais” com outros credores para garantir votos favoráveis ao plano, segundo uma fonte. Assim, o leilão da São Luiz agora depende da definição do juiz do processo sobre a homologação do plano. Procurado, Leandro Chiarottino, advogado dos Ometto, disse que não comentaria o assunto “visto que ainda não foi realizado o leilão da UPI [unidade produtiva isolada] da Usina São Luiz”.
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Fonte: Valor Econômico
11. Etanol: hidratado sobe 1,10% e anidro, 1,55% nas usinas paulistas na semana
O valor do etanol hidratado nas usinas paulistas subiu 1,10% na semana de 6 a 10 de janeiro ante a anterior, de R$ 2,0454 para R$ 2,0679, em média, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).
O combustível continua acima dos R$ 2/litro e nos maiores patamares nominais da série histórica, que começou em novembro de 2002. É a terceira semana consecutiva de alta. Já o valor do anidro avançou 1,55% no período, também pela terceira semana consecutiva, de R$ 2,2218 para R$ 2,2563 o litro, em média.
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Fonte: Agência Estado/Notícias Agrícolas
12. SP prefere política atual de venda de etanol à venda direta aos postos
O secretário de Agricultura de São Paulo, Gustavo Junqueira, afirmou que prefere o sistema atual de distribuição de etanol, por meio de distribuidoras, do que o modelo de venda direta das usinas para os postos, proposto por alguns produtores, especialmente os da região Nordeste.
-- "Vender diretamente não dá ganho necessariamente", disse ele, nesta sexta-feira, 10, em entrevista coletiva. "Entendemos que o sistema atual é melhor do que a mudança onde se venderia diretamente para os postos."
Junqueira afirmou que o modelo atual permitiu ao setor diminuir sonegação e aumentou a segurança na concessão de crédito às usinas.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, já se disse favorável ao modelo de venda direta.
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Fonte: Agência Estado/Notícias Agrícolas
Grãos e Grandes Culturas
13. Soja deve garantir um novo recorde na colheita de grãos
A produção brasileira de grãos deverá somar 248 milhões de toneladas nesta safra 2019/20, conforme novas estimativas divulgadas ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume é 0,6% superior ao projetado em dezembro. Se confirmado, será 2,5% maior que o do ciclo 2018/19 e representará um novo recorde. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recorde virá com 243,2 milhões de toneladas.
De acordo com os dados da Conab, o avanço é resultado de uma área plantada total estimada em 64,2 milhões de hectares, 1,5% maior que a da temporada passada, e de uma produtividade média calculada em 3.864 quilos por hectare, com incremento de 1% em igual comparação.
Com área e produtividade maiores nesta safra, a soja é a responsável pela maior parte do ajuste para cima feito pela Conab em relação ao cenário traçado no mês passado. Das cerca de 1,4 milhão de toneladas a mais previstas no volume total, a oleaginosa responde por 1,1 milhão. Segundo a estatal, a colheita do carro-chefe do agronegócio brasileiro alcançará o recorde de 122,2 milhões de toneladas, um aumento de 6,3% ante a safra 2018/19.
Para a produção total de milho (primeira, segunda e terceira safras), a Conab passou a prever 98,7 milhões de toneladas, 0,3% acima do projetado em dezembro mas volume ainda 1,3% menor que o de 2018/19. Isso porque a segunda safra tende a sofrer redução de 3,1%, para 70,9 milhões de toneladas, principalmente porque o clima não está tão favorável como em 2018/19. O IBGE é bem mais pessimista e projeta uma safrinha com 66,8 milhões de toneladas.
A colheita de algodão em pluma, por sua vez, deverá voltar a crescer. A Conab ajustou sua projeção para 2019/20 para 2,8 milhões de toneladas, um aumento de 1,1% em relação à temporada passada. Para os básicos arroz e feijão, pouca coisa mudou. No quadro que a estatal traçou para o cereal, a colheita foi ajustada para 10,6 milhões de toneladas, 1% mais que em 2018/19; no da leguminosa, o volume total (são três safras por ano) foi mantido em 3 milhões de toneladas, volume estável.
No caso do trigo, a Conab reduziu levemente sua estimativa para a colheita realizada no ano passado para 5,1 milhões de toneladas. Se é o maior exportador de soja do mundo, e um dos maiores em milho e algodão, o Brasil é um dos principais países importadores de trigo.
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Fonte: Valor Econômico
14. Lucro da Camil cai 58% no 3º trimestre, para R$ 66,1 milhões
A Camil Alimentos encerrou o terceiro trimestre de seu ano fiscal 2019, encerrado em 30 de novembro, com um lucro líquido de R$ 66,1 milhões, uma redução de 56% ante o resultado do mesmo período do ano anterior. A companhia divulgou que, em comparação com o lucro líquido ajustado do mesmo período de 2018 (que exclui o efeito de receitas e despesas não recorrentes), o resultado caiu apenas 7,9%.
A receita líquida do trimestre registou crescimento de 13,9% na comparação anual, para R$ 1,3 bilhão, impulsionada pela incorporação dos resultados SLC Alimentos, adquirida em meados do terceiro trimestre do ano fiscal de 2018. A Camil reportou aumento dos volumes de vendas de arroz e feijão no Brasil no 3º trimestre de 2019 ante o mesmo período de um ano atrás e a alta do preço do feijão vendido, além da continuidade da recuperação das vendas para o mercado internacional (Chile e Peru).
Desconsiderando as vendas das marcas decorrentes da aquisição da SLC Alimentos, o volume de arroz cresceu 4,4%, para 139,5 mil toneladas, e o de feijão caiu 20,8%, para 15,9 mil toneladas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 133 milhões no último trimestre, resultado 12,2% menor do que o Ebitda de um ano antes, mas 15,2% maior que o Ebitda ajustado do mesmo período de 2018.
A Camil encerrou o trimestre com um endividamento líquido 69,3% maior do que um ano antes, totalizando R$ 1,6 bilhão, e uma alavancagem de 3,7 vezes (alta de 1,8 vez na comparação anual).
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Fonte: Valor Econômico
15. FecoAgro estima perdas de 33% na produção gaúcha de milho
As perdas na cultura do milho no Rio Grande do Sul nesta safra de verão 2019/20 por causa da estiagem foram estimadas em 33% em levantamento realizado pela Rede Técnica Cooperativa (RTC) realizado no dia 7 de janeiro e divulgado hoje pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS).
Com isso, a redução na produção poderá chegar a 1,9 milhão de toneladas. O efeito da falta de chuvas no mês de dezembro fez a expectativa para a colheita de milho de verão no Estado cair de 5,7 milhões para 3,8 milhões de toneladas.
Para os produtores de soja, o impacto estimado é menor, de quebra de 13%. Mesmo assim, a redução na produção pode chegar a 2,5 milhões de toneladas do grão. Segundo a FecoAgro, a colheita poderá cair de 19,2 milhões de toneladas para 16,7 milhões caso os danos sejam confirmados.
Os números consideram a primeira previsão de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A FecoAgro/RS diz que também identificou impacto significativo na produção de leite do Estado, mas não estimou a redução.
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Fonte: Valor Econômico