Clipping Agribusiness | 15 de abril
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Bolsonaro desautoriza operação do Ibama em Rondônia
Em vídeo que circula nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou uma operação em andamento do Ibama contra roubo de madeira dentro da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia.4270
A gravação, que viralizou no sábado, foi feita pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), aparentemente na véspera, durante viagem a Macapá (AP). Ao lado de Bolsonaro, ele afirma que "o pessoal do meio ambiente, do Ibama" está "queimando caminhões, tratores".
"Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, me veio falar comigo com essa informação. Ele já mandou abrir um processo administrativo para a apurar o responsável disso aí. Não é pra queimar nada, maquinário, trator, seja o que for, não é esse procedimento, não é essa a nossa orientação", diz o presidente em seguida.
A Folha de S.Paulo apurou que, desde a semana passada, agentes do Ibama queimaram caminhões e tratores dentro da Flona do Jamari. A decisão de destruir o veículo foi tomada devido às más condições dos veículos e à localização remota. A avaliação foi de que haveria riscos para a segurança dos agentes, dos policiais e dos próprios criminosos.
Ao contrário do que afirmam Bolsonaro e o senador Rogério, a legislação permite a destruição de equipamentos e veículos apreendidos durante fiscalização ambiental, por meio do artigo 11 do decreto 6.514, de 2008.
"Os (...) instrumentos utilizados na prática da infração poderão ser destruídos ou inutilizados quando:a medida for necessária para evitar o seu uso e aproveitamento indevidos nas situações em que o transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias; ou possam expor o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização", diz o artigo.
A destruição de equipamentos apreendidos só ocorre em cerca de 2% das operações do Ibama. Geralmente, o recurso é utilizado em áreas protegidas da Amazônia, onde não há logística disponível para a retirada do material apreendido - o transporte de um escavadeira de um garimpo ilegal, por exemplo, pode levar algumas semanas.
Temor
As novas críticas de Bolsonaro contra a operação em Rondônia causaram temor de que possam incentivar ataques de infratores ambientais contra servidores do Ibama, que ainda está em campo em Cujubim.
Ataques contra o Ibama e o ICMBio ocorrem há anos na Amazônia, mas ganharam força desde a eleição de Bolsonaro, um feroz crítico de ambos os órgãos ambientais, acusados por ele de promover uma "indústria da multa" contra produtores rurais e empresários. Somente em Rondônia, foram ao menos três casos no fim do ano passado.
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Fonte: Valor Econômico
2. Receita com exportações do agronegócio caiu 5,3% em março
As receitas do agronegócio brasileiro com as exportações recuaram 5,3% em março deste ano em relação ao mesmo mês de 2018, alcançando US$ 8,6 bilhões. Os embarques do setor no mês representaram uma participação de 47,6% de todas as exportações feitas pelo Brasil em março.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pelo Ministério da Agricultura, as importações no mês passado recuaram 11,9% em comparação com o mesmo intervalo de 2018, para para US$ 1,1 bilhão. Com isso, o superávit da balança comercial do agronegócio foi positivo em US$ 7,5 bilhões, queda de 4% na comparação anuual.
Entre os produtos mais importantes na pauta exportadora do setor, quase todos registraram queda. Líder no ranking das vendas externas de produtos agrícolas do Brasil, o “complexo soja” (inclui grão, farelo e óleo) teve ligeiro recuo de 1,2% no mês, para quase US$ 4 bilhões.
Os embarques de soja em grão totalizaram US$ 3,3 bilhões, resultado 3,9% inferior a março do ano passado. Já as vendas de farelo de soja cresceram 17,8%, para US$ 597 milhões, enquanto as de óleo de soja recuaram 3,5%, para US$ 82 milhões.
Esses recuos, porém, ocorreram basicamente por causa da queda dos preços médios da soja e de derivados embarcados, já que os volumes dessas commodities embarcadas cresceram em março na comparação anual.Os embarques de soja em grão exportada aumentaram 3% em volume, para 9,1 milhões de toneladas.
Em segundo lugar ficaram as carnes, cujas exportações tiveram uma queda de 8,5% para US$ 1,2 bilhão. Essa retração, por sua vez, foi determinada sobretudo pela diminuição dos volumes embarcados.
As vendas externas carne de frango recuaram 3,9% para US$ 558 milhões, com recuo de 9% no volume embarcado; as de carne suína tiveram queda de 8,9%, para US$ 106 milhões. As exportações de carne bovina cederam 10,5%, para US$ 529 milhões.
No caso do setor de açúcar e etanol, cujas exportações vêm caindo há meses por causa da menor produção do adoçante, as vendas externas recuaram 38,2% em março, para US$ 393 milhões.
Uma das poucas commodities cuja exportação cresceu em março, o café registrou receita de US$ 467 milhões com embarques no mês passado, um aumento de 12,3% em relação ao mesmo mês de 2018.
As exportações de milho, embora de pequeno porte, também cresceram em março (68,9%), para US$ 178 milhões. Tal crescimento foi puxado tanto pelo aumento da quantidade embarcada como pela valorização das exportações.
Principal mercado para as exportações brasileiras do agronegócio, a China importou do setor US$ 3 bilhões em agosto, uma redução de 9,5% frente ao mesmo mês do passado. Como efeito, a participação do país asiático na balança do setor brasileiro recuou de 36,4% em março de 2018 para 34,8%.
Quando se considera o acumulado de janeiro a março, as vendas externas do agronegócio brasileiro ainda apresentam resultado positivo — em relação ao mesmo intervalo do ano passado, houve crescimento de 13,8% para US$ 7,7 bilhões. As importações, porém, recuaram 1%, para US$ 3,6 bilhões nesse período. Como resultado, o superávit comercial cresceu 3,8%, para US$ 18,6 bilhões.
“A queda do valor exportado ocorreu em função, principalmente, da queda dos preços internacionais dos produtos exportados pelo Brasil. O índice de preço dos produtos exportados pelo agronegócio teve redução de 6,4%, porcentagem que foi em parte compensada pela elevação de 1,2% no índice de quantum das exportações”, afirmou o Ministério da Agricultura, em nota.
Ainda segundo a Pasta, apesar da queda da exportações em março, a participação do agronegócio na pauta de exportação brasileira cresceu para 47,6%, ante 45,1% no mesmo mês do ano passado.
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Fonte: Valor Econômico
3. Brasil pode apoiar candidato da China ao comando da FAO, diz fonte
Com o intuito amenizar o mal-estar causado por autoridades graduadas do governo Bolsonaro nas relações com Pequim, o Brasil poderá apoiar um candidado chinês para o comando da FAO, o braço das Organizações das Nações Unidas (ONU) para agricultura e alimentação. À frente da instituição há quase oito anos, o brasileiro José Graziano já foi reeleito uma vez e não pode ter seu mandato renovado.
A eleição para definir o próximo diretor-geral da entidade ocorrerá em 23 de junho, e Graziano fica no cargo até 31 de julho. O candidato da China é o vice-ministro da Agricultura do país, Qu Dongyu. Além dele, concorrem ao pleito uma francesa (Geslain-Lanéelle), um indiano (Ramesh Chand) e um candidato da Georgia (Davit Kirvalidze).
Quem mais defende a candidatura do chinês para o comando da FAO é a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que já foi escalada diversas vezes para conter as críticas do setor do agronegócio brasileiro às declarações polêmicas do chanceler Ernesto Araújo. De acordo com uma fonte do govenro, o Itamaraty já teria dado sinal positivo para o governo brasileiro apoiar a China.
No episódio da FAO, Tereza entrou em cena para convencer Araujo e seu staff a concretizar o apoio do Itamaraty ao candidato chinês. O chanceler até agora se coloca neutro no assunto, mas já vem sendo pautado por assessores e outras autoridades de governo a bater o martelo na candidatura do chinês. Por outro lado, o governo brasileiro ainda espera negociar os detalhes finais do apoio com Pequim, em torno de demandas bilaterais comerciais.
Na semana em que Bolsonaro e sua comitiva de ministros esteve em Washington para o encontro com o presidente americano Donald Trump, Qu Dongyu esteve com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes, na sede do órgão em Brasília, pedindo votos para a eleição da FAO.
Exportadores brasileiros de disseram ao Valor que causou estranheza a possibilidade de o ministro das Relações Exteriores preferir o nome do candidato da Georgia, como se aventou nos bastidores nos últimos dias. O país do Leste Europeu mantém conflitos com a Rússia, importante destino para as carnes brasileiras, e é pouco expressivo no ramo agropecuário.
As especulações em torno do candidato da Georgia surgiram na esteira de uma reunião do subsecretário de Comércio e Assuntos Agrícolas Internacional do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), Ted McKinney, em fevereiro, com autoridades do Ministério da Agricultura do Brasil.
Na ocasião, os americanos indicaram apoio ao candidato da Georgia e, dado o alinhamento do governo Bolsonaro com os Estados Unidos, essa passou a ser uma possibilidade. A crise com a China, no entanto, faz da eleição da FAO um bom motivo para reaproximação.
“Seria prudente dar o apoio de forma combinada com a China. Com certeza acalma os ânimos”, argumentou um executivo do setor exportador agropecuário brasileiro.
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Fonte: Valor Econômico
Insumos
4. Importação de fertilizantes sobe 4%
O Brasil importou um total de 24,96 milhões de toneladas de fertilizantes durante o ano de 2018, número este que acabou representando um aumento de 4% em relação ao montante comprado do exterior no ano de 2017. As estimativas foram divulgadas nesta semana através do boletim informativo da consultoria GlobalFert.
Dadas essas informações, a GlobalFert afirmou também que o Cloreto de Potássio foi o fertilizante mais importado no ano passado, representando uma fatia de 42% do volume total desses produtos. Nesse sentido, esse número é equivalente a um total de 10,5 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de exatamente 9% em relação ao ano anterior.
Quando levados em consideração os meses em que houve maior importação de Cloreto de Potássio no Brasil, se destacam agosto, setembro, novembro e dezembro. Os meses que registraram uma menor concentração da compra desse tipo de fertilizantes foram os três primeiros do ano, janeiro, fevereiro e março.
De acordo com o portal especializado nutricaodesafras.com,br, o potássio é essencial “em quase todos os processos necessários para sustentar o crescimento de uma planta e sua reprodução. Plantas com deficiência em potássio são menos resistentes às estiagens, ao excesso de água e a elevadas e baixas temperaturas. Elas são também menos resistentes a pestes, enfermidades e ataques de nematoides”.
Com isso, pode-se concluir que a agricultura brasileira ainda carece desse tipo de fertilizante para reestabelecer a qualidade do solo, que pode mostrar algumas características específicas quando lhe falta o elemento potássio. “Começando nas folhas mais velhas, numerosos pontos pequenos de cor marrom, dão à planta uma aparência manchada. Além disso, as manchas se expandem e coalescem para necrose marrom claro de formato irregular”, explica a Yara Brasil.
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Fonte: Agrolink
5. BNDES suspende linha de crédito para máquina agrícola a 7,5% ao ano
A menos de 20 dias da abertura dos portões da Agrishow, uma das principais feiras de tecnologia agrícola do Brasil, o BNDES informou as instituições financeiras que suspendeu os protocolos de pedidos de financiamento pelo programa Moderfrota a taxas de juros pré-fixadas de 7,5% ao ano. De acordo com a instituição, todo o montante disponível no Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 para esta modalidade da principal linha de crédito para máquinas e equipamentos já foi comprometido.
A informação está em aviso datado de quinta-feira, 11 de abril, assinado pelo superintendente da Área de Operações e Canais Digitais do banco, Marcelo Porteiro Cardoso. (leia o documento abaixo) "O BNDES mantém discussões junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na avaliação de alternativas para remanejamento de recursos equalizáveis pelo Tesouro Nacional para os citados programas, para o Ano Agrícola 2018/2019", informa o comunicado.
O documento, disponível no site oficial do BNDES, menciona apenas a linha do Moderfrota com taxa pré-fixada de 7,5% ao ano, disponível para clientes com faturamento de até R$ 90 milhões. Para quem fatura mais do que esse valor por ano, os juros são de 9,5% ao ano. A assessoria da instituição informou que essa modalidade de financiamento permanece aberta.
No mesmo comunicado, a instituição informa que estão suspensas também as operações no âmbito do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro). A assessoria da instituição confirmou que a medida inclui as modalidades com taxas pré e pós-fixadas.
A escassez de recursos para o Moderfrota tem sido uma das principais preocupações do setor de máquinas e equipamentos. O Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 reservou ao programa R$ 8,639 milhões. De julho de 2018 a março de 2019, o montante liberado foi de R$ 6,997 bilhões, 81% do total. A demanda foi 33% maior que no mesmo período na safra 2017/2018 (julho de 2017 a março de 2018).
Em janeiro, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) protocolou um pedido de aporte adicional de R$ 3 bilhões para o Moderfrota, alegando que os recursos colocados pelo governo atenderiam a demanda só até março. Mas, no final de fevereiro, o governo liberou R$ 470 milhões, R$ 390 milhões a taxa de 7,5% ao ano e R$ 80 milhões a juros de 9,5% ao ano.
"Está em cima mesmo, mas nossos pleitos estão colocados e o governo é bastante sensível ao setor. Eu acho que não haverá problema", afirma o presidente da Agrishow, Francisco Matturro, dizendo-se confiante que o governo federal fará aportes complementares. "Não posso te garantir porque a caneta não está na nossa mão, mas acredito sim", acrescenta, em conversa por telefone com Globo Rural.
Sediada no município de Ribeirão Preto (SP), a feira realiza neste ano sua 26ª edição, entre os dias 29 de abril e 3 de maio. Organizadores esperam um crescimento de 10% no volume de negócios em relação ao evento do ano passado, quando o montante foi de R$ 2,7 bilhões. Mesmo reconhecendo a necessidade de recursos para o crédito, Matturro afirma que a expectativa não muda.
O presidente da Agrishow argumenta que o Moderfrota não é a única forma do produtor financiar o maquinário. Lembra que os bancos estão cada vez mais interessados e competindo no segmento com taxas que considera adequadas. Questionado sobre a possibilidade do financiamento ficar mais custoso pela falta do recurso controlado, Matturro argumenta que o sistema financeiro sabe da capacidade de pagamento dos clientes e, a depender do que oferecer, pode não encontrar tomador de crédito.
"São muitos bancos e não vejo grandes problemas. Embora nós tenhamos um pleito e achamos que o governo vai nos atender. Não afeta nossa expectativa porque acreditamos que haverá complemento em todas as linhas. O Moderfrota é uma das linhas", diz Matturro.
Segundo o BNDES, atualmente também estão suspensas as seguintes linhas de crédito: com juros pré-fixados, ABC (Agricultura de Baixo Carbono), Moderagro, PCA (para armazenagem), Pronamp custeio e investimentos (voltados para médios produtores), Pronaf custeio e Pronaf investimentos (para agricultura familiar) a taxas de juros de 4,6% ao ano. Nas modalidades com taxas pós-fixadas, há recursos disponíveis para ABC demais finalidades, Moderagro e Pronamp Investimentos.
Matturro destaca ainda que o pedido de mais recursos para o crédito rural não se limita à Agrishow. A preocupação é garantir crédito até o fim do Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019, em 30 de junho.
"Agora a coisa apertou um pouco mais, mas o governo sabe da importância do setor. Estamos lutando por recursos para a conclusão do Plano Safra. É o momento de decisão de compra dos agricultores", diz.
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Fonte: Globo Rural
6. Áreas nos portos de Paranaguá e Santos vão a leilão em agosto
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) marcou para o dia 9 de agosto leilão de arrendamento de áreas nos portos organizados de Paranaguá (PR) e de Santos (SP).
Segundo o aviso publicado no Diário Oficial da União (DOU), os editais da licitação já podem ser obtidos nos sites da agência e do Ministério da Infraestrutura.
No Porto de Paranaguá, será licitada a área denominada PAR01, de movimentação e armazenagem de carga geral, especialmente papel e celulose.
No Porto de Santos, serão duas áreas. A primeira é denominada STS20 e serve para movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, especialmente fertilizantes e sais, e a outra, denominada STS13-A, é destinada a movimentação e armazenagem de granéis líquidos, especialmente combustíveis.
Na última sexta-feira, o governo realizou leilão de arrendamento de seis lotes portuários. A arrecadação com as outorgas das áreas ofertadas deverá ser de R$ 447,929 milhões.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural
Proteína Animal
7. Zanchetta oferece R$ 200 milhões por ativos do frigorífico Mondelli
O Grupo Zanchetta, que possui um abatedouro de frangos no interior de São Paulo, ofereceu, em leilão judicial, R$ 196 milhões para assumir o frigorífico de bovinos do Mondelli, que está em processo de falência.
“Fizemos uma oferta pela indústria toda”, afirmou o empresário Carlos Zanchetta ao Valor. De acordo com ele, o resultado da proposta deve sair na próxima semana. A unidade do Mondelli fica em Bauru (SP).
Apesar do interesse, a oferta do Zancheta deve encontrar resistência. Constantino Mondelli Filho, um dos acionistas do frigorífico paulista, vai tentar impugnar a oferta. O empresário, que advoga em causa própria, questionará judicialmente as condições da oferta feita pelo Grupo Zanchetta.
Paralelamente, seguem na Justiça recursos contra a decisão judicial que determinou a falência do frigorífico. Na prática, afirmou Constantino, a falência da empresa ainda não transitou em julgado. Segundo ele, a efetivação da aquisição só poderá acorrer após o julgamento de recursos pendentes no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com Constantino, o frigorífico Mondelli fatura cerca R$ 600 milhões por ano e abate em torno de 650 cabeças por dia. Para os padrões brasileiros, trata-se de um frigorífico de médio porte.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Dois anos após delações, ações batem recorde
Quase dois anos após a bombástica delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, as ações da JBS atingiram na sexta-feira o maior valor da história. Depois de sofrer com diversas incertezas em 2017, no rescaldo da fatídica gravação do então presidente Michel Temer, a empresa recobrou a confiança do investidor.
Da delação dos Batista até a última sexta-feira, as ações da empresa de carnes quase triplicaram, saindo de R$ 5,94 para R$ 17,64. Com isso, o valor de mercado da JBS aumentou em quase R$ 35 bilhões. Em 22 de maio de 2017, fundo do poço após a delação, a companhia valia R$ 16,3 bilhões. Agora, vale R$ 48,1 bilhões.
Em 2019, as ações da JBS vem subindo diante da percepção dos analistas de melhora na governança e do bom momento para a produção de carne nos EUA. Nos últimos dias, o surto do vírus da peste suína africana na China ajudou.
A expectativa é que o país asiático, que representa 50% da produção global de carne suína, perca de 25% a 30% da produção este ano em razão da doença, segundo o Rabobank. A JBS é a maior empresa global de carnes, com vendas de R$ 180 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
9. Peste suína pode reduzir produção de carne suína na China em um terço
O surto da peste suína africana na China agora é considerado endêmico e deve provocar perda de produção de suína entre 25% e 35% no gigante asiático em 2019, aponta um relatório publicado nesta semana pelo banco holandês Rabobank.
O banco destaca que a peste suína já está avançando para países vizinhos ao gigante asiático, especialmente as nações que têm baixa tecnologia e pouca capacidade de evitar que a situação se agrave. Um desses países é o Vietnã e, de lá, aponta o Rabobank, deve se espalhar para outros países do Sudeste Asiático, colocando cerca de 80% da produção suína na Ásia em risco.
A disponibilidade global de proteínas pode ser insuficiente para suprir o déficit de suínos gerado na China, avalia o banco. Os mercados aumentarão a produção de carne bovina, frango e peixes para tentar sanar o buraco deixado pela queda de produção de suínos. Isso, avalia o Rabobank, deve elevar a inflação global de proteínas e aumentar o interesse em fortes alternativas de proteínas.
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Fonte: Valor Econômico
Agroenergia
10. Preços de combustíveis precisam de transparência, diz diretor da ANP
Os preços do óleo diesel praticados atualmente pela Petrobras estão mais próximos das referências internacionais do que estavam em 2016. “Hoje [o preço] não está distorcido”, disse ao Valor Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Mesmo assim, Oddone lidera uma cruzada por maior transparência nos preços dos derivados (diesel e gasolina) divulgados pela estatal e por outros agentes da indústria de petróleo e gás.
A discussão sobre transparência, diz ele, se acelerou depois da greve de caminhoneiros, em maio do ano passado. Oddone, que trabalhou por 30 anos na Petrobras e foi responsável pelos negócios da petroleira na América Latina, considera, porém, que a forma como a estatal divulga os preços da gasolina e do diesel não é a mais apropriada. “É no mínimo incompleta”, afirmou.
Para ele, o modelo concentrador da indústria de petróleo nacional, nas mãos da Petrobras, criou um longo período de desalinhamento nos preços ao longo dos últimos 20 anos. Oddone considera ainda que a única maneira de reduzir preço de combustível de forma estrutural no Brasil é seguir a paridade de importação.
Ele afirma, no entanto, que a atual discussão sobre reajuste do diesel evidencia apenas uma parte do problema, pois a commodity representa cerca de 50% do preço. A parcela restante corresponde a outras variáveis importantes, como as margens da distribuição e da revenda e os impostos. Nesse contexto, ele é favorável a uma maior competição no segmento de distribuição. Leia a seguir os principais trechos da entrevista, concedida no domingo no Rio de Janeiro.
Valor: Como avalia a intervenção do governo depois de a Petrobras ter anunciado um aumento de 5,7% no preço do diesel?
Décio Oddone: Acho que é um episódio isolado e não senti em nenhum momento, de todos os contatos que tive com o governo desde a época da transição, nenhum viés intervencionista, nenhuma intenção de não praticar regras de mercado, nenhum sinal de descontinuidade na adoção de práticas modernas, competitivas, abertas. Então acho que foi episódio isolado.
Valor: O mercado interpretou como sinal de intervenção...
Oddone: O mercado interpreta essas questões com volatilidade. O que acontece no Brasil é que estamos em uma transição que é a maior transformação que já vivemos no setor de petróleo e gás. Não canso de repetir, mas vou dizer de novo: quando a Petrobras foi criada, nos anos 1950, o Brasil era um país rural e agrário. Somente 36% da população morava nas cidades e praticamente não havia atividade econômica a não ser a agropecuária. Ao longo de mais de 60 anos em que a sociedade brasileira se modernizou e o Brasil industrial se criou, a indústria de petróleo sempre foi a Petrobras do monopólio. No Brasil, tivemos [nos anos 1950] a famosa campanha de “O Petróleo é nosso!”. Então isso sempre esteve latente nas discussões sobre petróleo. E nunca conseguimos, efetivamente, enfrentar esses debates de forma pragmática. Até que chegou um ponto em que esse modelo que praticamos durante décadas fracassou rotundamente.
Valor: Um modelo concentrado?
Oddone: Um modelo concentrador em que a Petrobras era a indústria de petróleo e gás no Brasil, em que a Petrobras fazia tudo, tinha as refinarias, operava campos maduros de um barril por dia e o pré-sal com poços de 50 mil barris/dia; uma empresa que está na distribuição e que concentra todas as atividades do gás natural. Esse modelo fracassou. A Petrobras não tem recurso para fazer tudo. As oportunidades de investimento no setor de petróleo e gás no Brasil foram muito além da capacidade de investimento de uma empresa só por maior e mais emblemática que ela seja. Nesse modelo vimos a Petrobras [ser] incapaz de explorar os recursos de petróleo e gás de maneira plena. A Petrobras não tem capacidade financeira e nem operacional para tocar todo o pré-sal sozinha; não tem recursos nem condições de investir mais no parque de refino. Somos importadores de derivados porque falta capacidade de refino, nossa indústria de gás é incipiente. Os preços [dos combustíveis] foram liberados em 1º de janeiro de 2002. Mas esse modelo bateu na parede em 2014, quando a Petrobras enfrentou a crise da Lava-jato e da alavancagem.
Valor: Apesar de a prática de paridade dos preços com o mercado internacional ter começado em 2002, as intervenções nos preços tem sido permanentes. Por quê?
Oddone: Há dificuldade de fazer uma transição para um modelo aberto [de competição] porque trata-se de um processo. Não vai ser em linha reta, vamos ter percalços como foi com a greve dos caminhoneiros no ano passado e, quanto mais distorção tiver no mercado, mais percalços vamos ter.
Valor: Na prática, a liberação dos preços dos combustíveis em 2002 significou o quê?
Oddone: Em 1997, a Lei do Petróleo [9.478/97] foi aprovada e o monopólio formal da Petrobras deixou de existir. Foi criada a ANP. A Petrobras vendia derivados no Brasil a preços controlados pelo governo e a diferença era colocada na conta petróleo, uma conta mantida entre a Petrobras e o Tesouro. Quando acabou o monopólio e a Petrobras deixou de ser a única empresa autorizada a operar no Brasil, houve um período de transição que foi de 1998 até 2002 em que os preços ainda foram administrados pelo governo de forma oficial. Em 1º de janeiro de 2002, os preços foram liberados [passando a ser determinados pela Petrobras]. Naquele mesmo ano, antes da eleição, a Petrobras deu um aumento para o GLP e o governo interveio.
Valor: Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso?
Oddone: Isso. A liberdade de formação de preços da Petrobras durou meses. Depois tivemos os governos Lula e Dilma em que não houve plena aderência dos preços dos derivados ao mercado internacional. Quando olha em retrospectiva os últimos 20 anos, teve na esmagadora maioria do tempo os preços desalinhados com o mercado internacional, especialmente em três períodos.
Valor: Quais foram?
Oddone: Entre 2008 e 2010, os preços da gasolina e do diesel no Brasil ficaram superiores aos do mercado internacional porque quando houve a crise financeira internacional, em 2008, os preços do petróleo no mundo caíram. No Brasil, a Petrobras manteve os preços [inalterados]. Naquele período, a Petrobras cobrou preços maiores do que o mercado internacional. Quando veio a recuperação econômica global por volta de 2011, os preços do petróleo se recuperaram e chegaram a subir em níveis altos. E a Petrobras também não mexeu nos preços. Os preços do petróleo no mercado internacional subiram e aqui no Brasil ficaram bem abaixo do mercado. O controle de preços prejudicou muito a indústria de etanol; muitas usinas quebraram. O que vivemos foi um conjunto de intervenções e um longo período de prática de preços desalinhados com o mercado internacional. E isso foi feito de forma anticiclíca: nos momentos de maior crise econômica, estávamos com os preços muito acima [do mercado internacional]. Preços de gasolina acima significa inflação acima, juro acima; diesel acima do mercado internacional significa impacto no PIB [Produto Interno Bruto], na geração de emprego, na atividade, nos preços. E quando estávamos em período relativamente positivo, no começo do governo Dilma, os preços estavam muito abaixo do mercado, alavancando a atividade.
Valor: A venda de diesel abaixo dos preços de referência de importação estimula a economia, mas qual é o efeito a longo prazo?
Oddone: Qual é o problema desse modelo em que tem a Petrobras como a grande fornecedora? De 2011 a 2014, quando os preços estavam muito abaixo do mercado internacional, só a Petrobras fornecia, só ela importava, só ela assumia aquelas perdas. A Petrobras foi prejudicada, assim como os produtores de biocombustíveis, que precificam seus produtos de acordo com os preços de derivado de petróleo no Brasil. Quando a Petrobras pratica preços acima dos preços internacionais todos os outros agentes importam também. A Petrobras se beneficia, mas os outros importadores também se beneficiam. Então é um modelo em que o prejuízo é socializado com a Petrobras e o lucro é compartilhado com os agentes privados. Precisamos perseguir o preço de paridade de importação porque, como fomos incapazes de atrair os investimentos necessários para que tivéssemos [mais] refino no Brasil, somos importadores. E ao sermos importadores, se não tivermos preço que permita a importação, não vamos ter abastecimento, vai faltar produto. Quem vai comprar lá fora para importar com prejuízo? Agora esses preços não podem ser abusivos, 20%, 30%, 40% acima do mercado internacional, como já tivemos algum tempo atrás. Por isso houve boom de importação. Precisamos que haja preços seguindo a paridade, mas de forma justa, competitiva e transparente. Nessa situação haverá abastecimento e estímulo para investimentos. Isso é importante porque hoje o Brasil exporta um milhão de barris de petróleo por dia e importa 500 mil, 600 mil de derivados. Gastamos dinheiro para vender nosso petróleo na China, pagando o frete, e gastamos também com frete para trazer gasolina e diesel dos Estados Unidos. A única maneira de estruturalmente reduzir preço dos combustíveis no Brasil é aproveitar que vamos ser um grande exportador de petróleo, mesmo continuando a importar derivados, para criar condição de preços atraentes [no mercado doméstico] para atrair investimentos e, havendo capacidade de refino excedente, saírmos da paridade de importação. A paridade é o preço que [o agente] precisa praticar para comprar produto nos Estados Unidos, por exemplo, colocar frete, seguros, perdas, armazenagem e poder vender aqui [no Brasil]. É um sobrecusto sobre o preço de origem. Só vai ter possibilidade de reduzir estruturalmente os preços dos combustíveis se tiver preço de paridade de importação.
Valor: Por que é difícil calcular os preços praticados pela Petrobras?
Oddone: Os preços divulgados nos Estados Unidos são preços de referência. As agências que fazem a precificação, cada uma tem seu modelo. Quando se diz que o preço da paridade de importação do diesel no porto de Santos está em R$ 2 [por litro], isso é uma referência. Toda a discussão eterna no Brasil sobre preço do combustível se dá em uma parcela pequena do preço. No diesel, a commodity em si representa cerca de 50% do preço na bomba. O resto é margem de distribuição e de revenda. Toda essa discussão [do reajuste] se limita ao preço no produtor [na refinaria] ou no importador, que compete ou complementa o refino. Uma análise completa tem que passar pelo resto da cadeia [de suprimento] e pelos impostos.
Valor: Tem que olhar o problema de forma mais ampla, é isso?
Oddone: Margem de venda, margem de distribuição, impostos. Os impostos no diesel são federais e foram praticamente duplicados em julho de 2017, quando governo aumentou o PIS/Cofins no etanol, na gasolina e no diesel para arrecadar R$ 11 bilhões por questão de ajuste fiscal. Foi um aumento significativo nos preços dos derivados, pontual, por aumento de imposto.
Valor: Mas que permaneceu...
Oddone: O diesel, considerando o preço médio do Brasil de um mês atrás [semana entre 24 de fevereiro e 2 de março], era de R$ 3,44 por litro, sendo R$ 1,80 a commodity. O resto são margens e impostos. Se olhar o ICMS, os governos estaduais definem o chamado preço de pauta. É um percentual do valor da bomba. No diesel, é 12% a 25% do preço, a depender do Estado. Esse imposto funciona como um alvancador da volatilidade.
Valor: Por quê?
Oddone: Porque se sobe o preço do diesel, subindo o preço na bomba, o governo do Estado muda o preço de referência e, como a alíquota é de 12% a 25%, o percentual é calculado sobre um preço maior. Esse formato de cálculo do ICMS alavanca a volatilidade para cima e para baixo. É ruim para o consumidor e é ruim para os Estados porque torna volátil a arrecadação.
Valor: Qual é a solução?
Oddone: A solução é complexa, mas seria ter um valor fixo [de imposto estadual], independente da variação da commodity. Temos que entender que commodity a gente não controla. Não tem país formador de preço. É como trigo, soja, minério de ferro, cobre. Se fala de estabilização de preços de combustível via CIDE. Eu sou contra porque dá sinais que interferem no funcionamento normal da economia.
Valor: Uma de suas bandeiras tem sido a busca por um mercado mais competitivo na distribuição de combustíveis. De que forma esse objetivo pode ser alcançado?
Oddone: Nosso modelo de abastecimento é engessado, cria barreiras de entrada e limita a competição porque determina que todo produto precisa passar pelo distribuidor. Uma usina de etanol, uma refinaria, um importador não pode vender o produto diretamente para um pequeno distribuidor retalhista, que vende para pequenas frotas. Isso limita a competição e cria reserva de mercado. Precisamos criar as condições para o que o mercado seja [mais] competitivo.
Valor: Como esse tema vai evoluir dentro da ANP?
Oddone: Depois da greve dos caminhoneiros [em maio de 2018] houve discussão [na agência] sobre o preço da gasolina. Houve subvenção [do governo] para o diesel, mas a gasolina continuou com regras vigentes. O que aprendemos é que não era adequado estabelecer periodicidade mínima para os reajustes, nem patamar mínimo de reajustes e deixar o mercado funcionar com transparência. A forma como Petrobras divulga preço é no mínimo incompleta para dizer uma palavra suave. A Petrobras divulga o valor médio aritmético dos cerca de 35 pontos em que ela entrega derivados de petróleo no Brasil para as distribuidoras sem considerar o volume praticado nesses pontos. A partir de outubro, a Petrobras passou a divulgar os preços praticados em cada um desses 35 pontos, na media mensal, com defasagem de um mês.
Valor: Passou a divulgar o preço real praticado?
Oddone: Mas com um mês de defasagem e média mensal. Em maio de 2018, na greve dos caminhoneiros, o preço médio do mês foi R$ 2,16 por litro de diesel na refinaria. A percepção era de que no Brasil todo o preço era esse. Mas naquele mês o preço variava de R$ 2,05 por litro a R$ 2,35 por litro. Há uma diferença de 15% no preço na refinaria entre o ponto mais barato e o ponto mais caro. A ANP passou a publicar a partir de novembro preço de referência de importação do que seria a paridade de importação, calculada pela agência Platts, colocada no Brasil. Eles passaram a publicar o preço na média semanal da gasolina e do diesel em Itaqui (MA), Suape (PE), Aratu (BA), Santos (SP) e Paranaguá (PR) e do GLP em Suape e Santos. Como a Petrobras passou a publicar os preços dela em média mensal nos 35 pontos a partir de outubro, a partir de novembro conseguimos fazer uma comparação entre preços da empresa e de paridade para a gasolina. Para o diesel, só [foi possível fazer o cálculo] a partir de janeiro porque até dezembro tinha a subvenção do diesel que acabou em janeiro.
Valor: Qual é a conclusão?
Oddone: Vemos uma convergência dos preços mais perto da paridade [de importação] e ela está mais presente onde tem mais competição, onde se está mais próximos dos mercados fornecedores [EUA], que é no norte do Brasil.
Valor: A ANP trabalha em uma resolução para dar mais transparência aos preços. Como está essa discussão?
Oddone: Estamos conversando com as três agências formadoras de preços para ter o preço de referencia de paridade nos 35 pontos de entrega no Brasil. Com isso, se terá percepção se os preços estão muito ou pouco diferentes das referenciais internacionais.
Valor: ANP pode exigir que a Petrobras seja mais transparente?
Oddone: Uma das discussões dessa resolução é tornar obrigatória, pela Petrobras e outros agentes, a divulgação dos preços nos 35 pontos e não a média aritmética ou como a Petrobras voluntariamente faz hoje: a média mensal com defasagem de um mês. Precisamos de competição. Enquanto a Petrobras for monopolista no refino, ela é formadora de preço. Precisamos que o preço seja formado pela competição, só assim o preço sera justo e não como foi nos 20 últimos anos em que houve distorções grandes, ora para cima ora para baixo. É positivo que a Petrobras venda refinarias, que haja competição no refino, investimentos, outros atores, e aí, tendo competição, a sociedade vai entender a formação de preços e legitimar o modelo. O modelo de interferência permanente, em que hora paga muito acima, hora; muito abaixo, ninguém entende e ninguém legitima.
Valor: A intervenção da semana passada pode dificultar a venda de refinarias da Petrobras?
Oddone: Quero ser otimista. Acredito que os 60 anos de experiência de mercado concentrado nos deram evidencias suficientes de que esse modelo não funciona. Se formos capazes de sair desse debate com convicção clara que a Petrobras [precisa] vender refinaria e ter transparência na formação de preço, damos passo gigantesco. Se olhar preços praticados pela Petrobras e comparar com preços internacionais, percebe que estão muito mais próximos dos preços internacionais do que estavam em 2016. A discussão sobre transparência se acelerou com greve de caminhoneiros e estamos vendo os primeiros resultados. Hoje [o preço] não está distorcido. Isso não era possível dois anos atrás. Foi possível fruto da discussão que tivemos depois da greve dos caminhoneiros. Se sairmos da discussão com a consolidação desse entendimento, que precisamos avançar para ter mercado competitivo, aí avançamos. A Petrobras diz que quer vender 50% da capacidade de refino, vamos imaginar que vai vender quatro ou cinco refinarias, então vai ter cinco seis atores. Qual é a chance de ter um mercado com intervenção com diferentes agentes operando?
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Fonte: Valor Econômico
11. Açúcar avança 0,9% na ICE e maio é negociado a 12,77 cents/libra
Os futuros do açúcar bruto registraram avanço na ICE nesta sexta-feira.
O contrato maio do açúcar bruto fechou em alta de 0,11 centavo de dólar, ou 0,9 por cento, a 12,77 centavos de dólar por libra-peso.
O vencimento avançou menos de 0,1 por cento na semana.
O mercado tem operado em um intervalo limitado recentemente, com grandes vendas por produtores acima de 12,80 centavos.
A barreira de 12,80 centavos a 13 centavos parece intransponível, comentou em nota Nick Penney, operador sênior da Sucden Financial, ponderando que o mercado pode cair por questões macro e ações de fundos.
O contrato maio do açúcar branco avançou 6,60 dólares, ou 2 por cento, fechando a 329,60 dólares a tonelada, antes de expirar na segunda-feira.
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Fonte: Reuters/Nova Cana
12. Etanol hidratado dispara 15,07% e anidro avança 4,34% nas usinas paulistas
O etanol hidratado disparou 15,07% nas usinas paulistas entre segunda (8) e sexta-feira (12). O litro do combustível variou de R$ 1,6478 para R$ 1,8962 o litro, em média, de acordo com o indicador divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).
Segundo Ivelise Rasera Bragato, pesquisadora do Cepea/Esalq, a alta nos preços do etanol foi concentrada no início da semana, com a demanda aquecida, a oferta retraída e as chuvas em várias regiões do Estado que prejudicaram a colheita da cana e a produção do biocombustível.
“Essa alta (em São Paulo) contaminou até mesmo outros Estados, onde os preços subiram também. O comprador poderia ficar retraído, esperando uma oferta nova na safra, o que não ocorreu”, completou.
Já o valor anidro avançou 4,34%, de R$ 1,8554 para R$ 1,9360 o litro, em média.
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Fonte: Agência Estado/NovaCana
Grãos e Grandes Culturas
13. Sob crítica, Embrapa prepara lançamento de feijão transgênico
A Embrapa, estatal vinculada ao Ministério da Agricultura, pretende lançar ainda em abril o primeiro feijão transgênico do país, o que promete render mais polêmica para uma novela que já dura 15 anos.
Mesmo com o apelo econômico de elevar a rentabilidade dos agricultores, a semente geneticamente modificada enfrenta resistência no campo e nas cidades. Produtores rurais e indústrias empacotadoras alegam que os consumidores terão receio de comer um produto transgênico destinado ao consumo final - diferentemente de soja e milho, que em larga medida são usados na ração. O setor produtivo também teme perder mercados no exterior.
A intenção da Embrapa é lançar uma oferta pública para selecionar parceiros que possam multiplicar a semente transgênica (BRS FC 401 RMD) no inverno deste ano para atender ao mercado na terceira safra de 2019/20, que começa a ser plantada em outubro.
Mais conhecida como RMD, a semente transgênica de feijão carioca, variedade mais comum no prato dos brasileiros, oferece como vantagem a resistência ao mosaico dourado, doença provocada por um vírus transmitido pela mosca branca.
Quando infecta as lavouras, pode dizimar toda a produção. O Brasil produz praticamente todo seu consumo de feijão. Na última safra (2017/18), foram colhidas 3,1 milhões de toneladas, sendo 60% da variedade carioca.
Por conta do potencial destrutivo do mosaico dourado, a Embrapa é enfática ao defender o grão transgênico. "O principal método de controle dessa doença é o uso de inseticidas químicos, com até 20 operações por safra, nem sempre com resultado satisfatório", afirma André Ribeiro Coutinho, chefe-adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, ao Valor. Cada aplicação de inseticida no feijoeiro chega a R$ 100 por hectare e espreme a margem dos produtores.
Entre os consumidores, porém, o termo "transgênico" é temido, indicou uma pesquisa global divulgada em janeiro pelo Instituto Ipsos. No mundo, metade dos consumidores afirmou ser contra alimentos geneticamente modificados. E 54% deles dizem que não comeriam transgênicos se pudessem. No caso brasileiro, 41% fizeram essa mesma afirmação. Para fazer a pesquisa, o Ipsos entrevistou 20,7 mil pessoas, sendo mil no Brasil.
Por conta da resistência da população, um grupo de produtores representado pelo Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe) pressiona a Embrapa para evitar o lançamento comercial da cultivar.
"Será que as pessoas vão querer consumir? Não temos nada contra a biotecnologia, mas hoje não existe uma boa aceitação para esse produto. Muito pelo contrário. A tendência é que as pessoas busquem alimentos não transgênicos, de preferência orgânicos", diz Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe.
Em defesa do feijão transgênico, a Embrapa argumenta que a variedade teve seu genoma alterado para estimular uma reação da planta à infecção pelo vírus, mas nenhum gene estranho ao feijoeiro foi introduzido. É uma situação diferente, por exemplo, da soja transgênica, que recebeu o gene de uma bactéria extraída do solo (Agrobacterium). "Isso precisa ser esclarecido ao consumidor. É seguro para a dona de casa, para o bebê, para todos", defende Coutinho, da Embrapa.
De acordo com o pesquisador, a variedade transgênica foi desenvolvida a partir do mecanismo do RNA interferente (RNAi) para inserir um fragmento de DNA derivado do vírus no genoma do feijão. Quando o vírus transmissor da doença infecta a planta, esse gene interfere no processo de multiplicação viral, impedindo sua replicação e, por consequência, no aparecimento dos sintomas da doença. Como resultado, tem-se uma planta "vacinada", explica o pesquisador.
Na avaliação do presidente do Ibrafe, porém, isso não é suficiente. De acordo com ele, a semente de feijão desenvolvida pela Embrapa não é eficaz no controle do carlavirus, outro gênero de vírus que é transmitido pela mosca branca. "A própria Embrapa já havia divulgado nota técnica admitindo", enfatiza Lüders. A Embrapa rebate a crítica dizendo que a carlavirose apenas ficou mais evidente nas lavouras após o combate ao mosaico e também defende que um bom manejo acaba com esse problema.
A descoberta do carlavirus, aliás, chegou a impedir, em 2016, o lançamento do feijão transgênico da Embrapa, que estava programado para o ano seguinte. À aquela altura, o RMD já havia obtido a aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) - o aval do órgão que regula os transgênicos no país foi dado em 2011, após sete anos de trabalhos liderados por dois pesquisadores da estatal, Francisco Aragão e Josias Correia.
A partir da aprovação pela CTNBio, a Embrapa deu início às pesquisas para desenvolver uma variedade comercial, que ficou pronta em 2015. Dois anos depois, porém, os pesquisadores detectaram maior incidência de carlavirus e tiveram que abortar o lançamento das variedades. Na ocasião, 20 toneladas de sementes geneticamente modificadas estavam disponíveis para multiplicação, mas foram descartadas.
Além da baixa eficácia contra o carlavirus e da eventual resistência do consumidor brasileiro, o grupo de produtores de feijão liderado pelo Ibrafe avalia que a variedade transgênica pode frustar os planos de ampliar das exportações do país, ainda tímidas. Na safra passada, foram embarcadas 160 mil toneladas, cerca de 5% da produção.
Para Lüders, do Ibrafe, mesmo não exportando o feijão carioca - consumido apenas no Brasil -, os importadores podem não aceitar. "Não importa a variedade, é tudo visto como feijão brasileiro. E nossos concorrentes estão sempre esperando um erro para explorar", disse ele, perguntando o porquê de produtores como Índia, China e Estados Unidos não terem se interessado em desenvolver o feijão transgênico, mesmo tendo as condições para tal.
Coutinho, da Embrapa, pondera que uma comunicação adequada faria os consumidores daqui e do exterior entenderem como foi feita a alteração genética e como estão preservadas as propriedades da semente e do grão.
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Fonte: Valor Econômico
14. Safrinha de milho pode ser ainda maior, dependendo do clima em abril
Após a 7ª pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrar um incremento na produção de milho segunda safra, também chamada de safrinha, principalmente pelo aumento da área plantada, representantes da companhia afirmaram nesta quinta-feira (11/4), durante entrevista coletiva, que a colheita pode ser ainda maior do que o projetado se houver contribuição do clima neste mês de abril. "Aguarda-se com grande expectativa a evolução da segunda safra pois, além do aumento da área, a lavoura foi plantada dentro da janela climática recomendada. A expectativa é que a produção venha a ser ainda maior do que foi estimado hoje se as condições climáticas se mantiverem favoráveis ao desenvolvimento das lavouras nos próximos dois meses," afirmou o diretor-executivo de Política Agrícola e Informações do órgão, Guilherme Bastos. "O que vai definir o tamanho da safra é o clima de abril", disse o gerente de Levantamento e Avaliação de Safras da Conab, Cleverton Santana.
A previsão, segundo Santana, é de bom volume de chuvas em regiões produtoras nesta semana e na próxima. "Em abril, modelos apontam chuva considerável nesta semana na grande região produtora, com menor volume no Paraná, o que pode facilitar o plantio das culturas de inverno. Na semana do dia 18 ao dia 26, novamente, espera-se maior volume de água, o que deve favorecer a umidade do solo e garantir as estimativas de produtividade para culturas da segunda safra", afirmou ele. Como evidência da necessidade das chuvas para se ter uma ideia real do tamanho da safra, Santana mostrou que 65% da área semeada no país de milho segunda safra está em emergência ou desenvolvimento vegetativo.
Para milho primeira safra, não há grandes novidades em relação ao levantamento anterior, salientou Santana. A colheita já ultrapassou 50% e está mais adiantada do que no ano passado: "Isso porque o plantio também foi mais adiantado", afirmou.
O coordenador-geral de Culturas Anuais, José Maria dos Anjos, do Ministério da Agricultura, defendeu a Conab de críticas sofridas pelas suas estimativas, principalmente de custo de produção e de avaliação de safra. "A cada dia, nós temos de tentar buscar e ter metodologia clara e com bastante discussão junto aos produtores, para amenizar as críticas que a Conab tem sofrido", disse ele. "Uma coisa que tem pegado muito é o custo de produção na fixação do preço mínimo. Vamos ter de trabalhar muito em cima disso, porque se cria uma mística que isso é o preço mínimo. Na verdade, se se observar a lei, o custo variável da produção é apenas uma das variáveis. Existem outras", conclui.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural
15. Soja fecha estável em Chicago, mas preços sobem no BR motivados pelo dólar
O mercado internacional da soja fechou a sessão desta sexta-feira (12) no clássico zero a zero na Bolsa de Chicago. Com uma série de incertezas ainda rondando o mercado, mas com a especulação desgastada, os preços da oleginosa terminaram a semana sem variações, ou com pequenas oscilações, nos principais contratos.
O vencimento maio fechou com US$ 8,95 por bushel, estável, enquanto o agosto recuou tímido 0,25 ponto para terminar os negócios com US$ 9,14.
Enquanto isso, no Brasil, as cotações subiram motivadas pelo dólar nesta sexta. A moeda americana terminou o dia com 0,83% de alta e valendo R$ 3,8892. A divisa registrou seu mais alto patamar em duas semanas.
O câmbio tem sido o principal diferencial para a formação dos preços no Brasil, porém, os negócios têm se mantido lentos com os produtores retraídos frente aos atuais níveis de preços. Nos portos, as referências permanecem no intervalo de R$ 76,00 a R$ 77,00 por saca.
Nesta sexta, o spot fechou com R$ 76,50 em Paranaguá, subindo 0,66%, e com R$ 75,80 no porto de Rio Grande, com alta de 0,40%. Para maio, R$ 77,00 e R$ 76,40, com ganhos de 0,26% e 0,53%. No terminal de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, alta também de 0,66% para R$ 76,50.
No interior, os indicativos também subiram, mesmo que não de forma generalizada. Alguns destaques foram Rondonópolis/MT, que subiu 0,72% para R$ 69,50, e São Gabriel do Oeste/MS, onde o ganho foi de 0,78% para R$ 64,50 por saca.
Bolsa de Chicago
Os traders permanecem dividindo suas atenções entre a questão da guerra comercial - que ainda é o principal fator de atenção, mesmo sem grandes novidades sendo informadas nas últimas semanas - e o cenário climático no Meio-Oeste americano.
Além disso, permanecem na defensiva, principalmente em função da posição vendida recorde dos fundos investidores.
A volatilidade para o mercado de grãos na Bolsa de Chicago conhecida por chegar com as informações de clima no Corn Belt parece ainda não ter aparecido este ano. Mesmo com tantas adversidades já no cenário, os futuros da soja e do milho têm mostrado uma forte resistência em reagir a elas por chegarem em um ano atípico para o mercado e, principalmente, para o comércio de grãos nos Estados Unidos.
Já são mais de 13 meses de um mercado apático, desgastado pela especulação e com produtores tão preocupados como talvez jamais estiveram. E essas incertezas e indefinições que rondam os produtores americanos também cercam a evolução dos preços.
De fato, as condições de clima para o início da nova safra de grãos dos Estados Unidos estão longe das ideais e preocupam. Entretanto, o cenário em que esta nova temporada começa a chegar pode preocupar ainda mais.
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Fonte: Notícias Agrícolas