Conjuntura do Agronegócio

1. Ministério prevê valor da produção agropecuária do país de R$ 588,8 bi

Melhores cenários traçados para milho, cana, algodão e frango, entre outros produtos, levaram o Ministério da Agricultura a elevar sua estimativa para o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país em 2019.

Segundo levantamento recém-concluído, a Pasta passou a prever o VBP total em R$ 588,8 bilhões, R$ 15,8 bilhões a mais que o projetado em março e montante 0,8% superior ao calculado para 2018. É o primeiro levantamento sobre 2019 que sinaliza aumento nessa comparação anual.

E esse avanço virá apesar da piora apontada para a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro. Segundo o ministério, o VBP do grão deverá atingir R$ 128 bilhões neste ano (mesmo patamar previsto em março), uma queda de 12,2% em relação ao recorde histórico de 2018.

Pesam para essa redução as previsões de queda da colheita nesta safra 2018/19 e a tendência de baixa de preços, em parte derivada da confortável relação global entre oferta e demanda em tempos de redução das importações chinesas. Mas para o VBP do milho a projeção do ministério passou a ser de R$ 56,8 bilhões, R$ 1,6 bilhão a mais que o previsto em março e montante agora 17,7% superior ao de 2018, sustentando pela recuperação do volume da colheita da segunda safra.

No caso da cana, a Pasta também ajustou sua estimativa para cima e passou a prever VBP de R$ 58,5 bilhões em 2019, 1,7% acima do montante projetado em março — que, se confirmado, ainda será 6,3% menor que o do ano passado.

Entre os 21 produtos agrícolas que fazem parte do levantamento, vale destacar, ainda as altas na comparação com 2018 previstas para algodão (15,8%, para R$ 40,3 bilhões), laranja (12,5%, para R$ 14,4 bilhões) e banana (11,7%, para R$ 11,6 bilhões), além das baixas projetadas para café (19,6%, para R$ 20,5 bilhões) e trigo (2%, para R$ 4,4 bilhões).

Para as cinco principais cadeias da pecuária, o Ministério da Agricultura elevou sua estimativa para o VBP conjunto para R$ 196,4 bilhões, R$ 2,4 bilhões a mais que o previsto em março e montante 2,6% superior ao de 2018. Pesaram para o ajuste positivo melhores perspectivas para exportação e preços de carnes.

O destaque positivo é a recuperação prevista para o frango, cujo VBP foi elevado para R$ 60,2 bilhões, 10,5% mais que no ano passado, mas também há aumento projetado para os bovinos (1,5%, para R$ 79,7 bilhões). Há quedas projetados para leite (2,6%, para R$ 32,1 bilhões), suínos (0,9%, para R$ 14,1 bilhões e ovos (8,2%, para R$ 10,3 bilhões).

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Fonte: Valor Econômico

2. EUA sofre com êxodo rural

Mais de um terço dos condados rurais dos Estados Unidos estão sofrendo perdas demoradas e significativas da sua população, segundo o demógrafo Kenneth Johnson e o colega de política Daniel Lichter em um breve resumo da Universidade de New Hampshire. Eles explicam que a tendência é de que esse número aumente com o passar dos tempos.

“Mais de 80% de todos os condados agrícolas estão despovoando. E esse despovoamento reflete o impacto histórico da queda do emprego na agricultura, resultante da mecanização e da consolidação agrícola”, explicaram os especialistas.

O despovoamento é maior nas planícies, mas também afeta o centro-norte de Iowa, o sul de Iowa, o norte do Missouri e o oeste de Illinois. No entanto, este fenômeno de debandada das populações agrícolas está longe de ser universal, já que muitos países gozam de populações crescentes, ao mesmo tempo em que outros sofrem pelo contrário

Para chegar a essa conclusão, Johnson e Lichter analisaram os dados do Censo desde 1900 e dizem que um "condado de despovoamento" atingiu o pico de população em 1950 e declinou em pelo menos 25% até 2010. Desta forma, uma quantidade considerável de pessoas acabou abandonando as áreas rurais do país.

Um dos principais fatores no despovoamento é a perda de jovens adultos que se mudam para outro local de trabalho. Quando eles saem, há menos filhos nascidos para compensar o envelhecimento dos adultos. Seis em cada 10 municípios que tiveram um despovoamento tiveram mais mortes do que nascimentos de 2000 a 2010.

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Fonte: Agrolink

3. Comissão faz novo debate sobre prorrogação de prazo para regularização ambiental

A comissão mista que analisa a medida provisória que prorroga o prazo de adesão ao programa de regularização ambiental (MP 867/18) realiza nova audiência pública nesta terça-feira (16). O prazo para adesão ao programa terminaria em 31 de dezembro de 2018, mas a MP prorrogou até 31 de dezembro de 2019.

Com a adesão ao programa, é possível regularizar os passivos ambientais e infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação nessas áreas. Os produtores rurais regularizados passam a ter benefícios previstos no novo Código Florestal.

Especialistas ouvidos pela comissão na semana passada criticaram a MP. O procurador da República em Mato Grosso Erich Rafhael Masson reclamou da possibilidade de um programa de regularização ambiental declaratório, sem verificação, e previu o aumento da desconfiança sobre as informações fornecidas pelos produtores rurais.

Já a coordenadora do Observatório do Código Florestal, Roberta Del Giudice, lembrou que esse é o quinto adiamento da inscrição no Cadastro Ambiental Rural desde a edição do novo Código Florestal (Lei 12.651/12), há sete anos.

Desta vez, foram convidados para discutir o assunto representantes dos ministério da Agricultura e do Meio Ambiente; da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Participação popular

A audiência será realizada no plenário 9, da ala Alexandre Costa, no Senado, a partir das 14h30.

O debate será transmitido ao vivo pela internet e quem quiser poderá enviar perguntas aos convidados.

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Fonte: Agência Câmara Notícias/Notícias Agrícolas

Insumos

4. Adama estima que lucrou até 83% menos no 1º trimestre

A Adama, empresa de agrotóxicos de origem israelense controlada pela ChemChina, divulgou hoje estimativas para seus resultados no primeiro trimestre, que serão publicados em 29 de abril.

Segundo a companhia, o lucro líquido do período ficou entre US$ 50 milhões e US$ 58 milhões, uma queda de até 83,3% ante os resultados do primeiro trimestre de 2018 (US$ 320 milhões).

Em nota, a Adama salientou que os resultados foram negativamente influenciados po ruma interrupção das atividades em Jingzhou (China), que estão sendo gradualmente retomadas. O inverno rigoroso na América do Norte, contínuas restrições de oferta de matéria-prima e moedas mais desvalorizadas ente o dólar também exerceram pressão negativa.

A forte queda do lucro líquido em comparação com o mesmo trimestre de 2018, contudo, deve-se principalmente ao reconhecimento de aproximadamente US$ 247 milhões, na receita líquida, da alienação de vários produtos na Europa decorrente da aprovação, pela Comissão Europeia, da aquisição da Syngenta pela ChemChina no ano passado.

O produto dessa alienação foi pago à Syngenta em troca da transferência de uma carteira de produtos na Europa de natureza e valor econômico similares. Excluindo esse impacto não recorrente de 2018 e a amortização de ativo escriturado no mesmo período de 2019, o lucro líquido esperado de janeiro a março deste ano subiria para entre US$ 76 milhões e US$ 84 milhões e o lucro do mesmo período do ano passado cairia para US$ 84 milhões.

Com relação ao faturamento, a Adama espera ter fechado o primeiro triemstre com cerca de US$ 1 bilhão. De acordo com a companhia, os resultados de vendas da América Latina, Índia, Oriente Médio e África, bem como da China, compensaram os atrasos relacionados a clima e abastecimento na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico.

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Fonte: Valor Econômico

5. Governo acelerou registros de agrotóxicos a partir de 2016

Apesar das críticas de organizações ambientalistas e grupos de defesa do consumidor, o ritmo de registros de agrotóxicos no país não sofreu grandes alterações no governo Bolsonaro. Entre janeiro e 10 de abril, foram registrados 124 defensivos agrícolas - a maior parte para grãos e fibras -, conforme dados do Ministério da Agricultura. No mesmo intervalo do ano passado, 118 agrotóxicos foram registrados.

Na verdade, o ritmo de liberação de defensivos agrícolas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aumentando antes, no governo Temer. Entre 2005 e 2015, foram liberados, em média, 140 agrotóxicos ao ano. Entre 2016 e 2018, a média mais que dobrou (ver gráfico). No ano passado, as liberações bateram recorde, com 450 defensivos agrícolas registrados.

Segundo o Ministério da Agricultura, 60% dos defensivos registrados em 2019 já estavam na fila de análise há mais de quatro anos.

Procurada pelo Valor, a Anvisa argumentou que a aceleração do ritmo das liberações a partir de 2016 se deve à redução de burocracia, à informatização de processos e ao aumento do número de funcionários voltados para a análise.

De qualquer forma, a mudança de postura da Anvisa agradou aos ruralistas, que sempre criticaram a demora da agência em analisar os pedidos de registros. Em alguns casos, alegavam, a demora chegava a oito anos, dificultando o combate a pragas nas lavouras.

Como a fila de registros de agrotóxicos está andando, o controverso projeto de lei dos agrotóxicos - apelidado por críticos de "PL do Veneno" - deixou de ser urgente para bancada ruralista, indicou ao Valor o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. O projeto previa que um órgão vinculado ao Ministério da Agricultura ficaria responsável pelo registro de agrotóxicos, tirando o papel que hoje a Anvisa e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) possuem.

"A grande briga que se tinha antes é que a Anvisa segurava tudo. Depois que teve toda essa polêmica, acho que a Anvisa resolveu correr com a parte dela. O que houve foi uma melhoria no andamento dos processos da Anvisa", disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. "A grande maioria dos produtos liberados eu nem sabia e tem interferência zero minha", acrescentou. Como deputada, Tereza foi uma das principais defensoras do projeto dos agrotóxicos.

Na visão da engenheira agrônoma do Greenpeace Marina Lacorte, o ritmo de liberações é preocupante. "Os ruralistas estão usando o Poder Executivo a favor das novas liberações, sem precisar de tanta urgência no pacote do veneno. Uma coisa que preocupa é a velocidade de liberação e que substâncias aprovadas agora já foram banidas na Europa".

Lacorte também chama a atenção para a contaminação de água. Um estudo do Ministério da Saúde divulgado ontem mostrou que um coquetel com 27 defensivos foi detectado na água de 1 a cada 4 municípios do país. O Ministério da Agricultura sustentou que esse índice está dentro do limites estabelecidos pelo próprio Ministério da Saúde.

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Fonte: Valor Econômico

6. Pesquisa genética avança no combate à cigarrinha das pastagens

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) liderada pela geneticista Anete Pereira de Souza identificou regiões do genoma do capim braquiária que contêm genes de resistência à cigarrinha das pastagens (Notozulia entreriana), praga mais presente nos pastos brasileiros.

As pesquisas começaram há anos, com a participação da Embrapa, e os primeiros resultados positivos vieram depois de testes de resistência com mais de 200 variedades de braquiária, que representa de 80% a 90% das gramíneas forrageiras que compõem os 170 milhões de hectares de pastos espalhados pelo país.

Segundo Anete, do Instituto de Biologia da Unicamp, foram identificadas muitas variedades totalmente suscetíveis à cigarrinha e algumas poucas resistentes. “Conseguimos identificar três regiões do genoma do capim braquiária onde há genes de resistência à cigarrinha”, afirma, em nota, a também geneticista Rebecca Caroline Ulbricht Ferreira, primeira autora do trabalho publicado na revista científica “Frontiers in Plant Science”.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Nos EUA, JBS se volta para a carne do futuro

Da sala com janelas de vidro era possível observar os jovens chegando à Colorado State University (CSU), em Fort Collins, cercada pelas Montanhas Rochosas, no Estado americano do Colorado. A maioria pedalava com roupas leves e sandálias de couro, ainda que a temperatura estivesse na casa dos 15 graus.

A partir desta semana, muitos deixarão o clima descontraído dos corredores a céu aberto que ligam os prédios da universidade para se dedicar ao recéminaugurado Centro Global de Inovação de Alimentos da JBS. Patrocinado pela companhia brasileira, o centro reúne especialistas que pesquisam o futuro da indústria de proteína animal.

Em parceria com a universidade do Colorado, Estado onde a JBS estabeleceu e sede de seus negócios nos EUA, a companhia investiu US$ 12,5 milhões no centro de inovação. O local, inaugurado na última terça-feira, reproduz em uma área de 3,5 mil metros quadrados como um frigorífico deve ser - desde a chegada dos animais para o abate até a preparação dos alimentos. Não por acaso, o espaço guarda semelhanças com a abatedouro da JBS, na vizinha em Greeley, distante apenas 50 quilômetros do campus da CSU.

O investimento faz sentido não apenas em um cenário em que as chamadas "proteínas alternativas" atraem o interesse - e o dinheiro - de grandes corporações, mas também diante da crescente atenção a questões sanitárias, um tema cada vez mais exigido pelo consumidor.

"Esta unidade representa o estado da arte em termos de indústria e, a partir dela, nossos estudantes poderão mudar a forma com que a proteína animal é processada no mundo", afirmou o reitor da faculdade de ciências agrárias da CSU, Ajay Menon. São dois andares com laboratórios, cozinha, câmaras frias, área para abate e processamento, além de auditório, em que é possível exibir carcaças aos alunos.

Entre os pesquisadores que atuarão no centro está Temple Grandin, internacionalmente conhecida pela revolução que promoveu na área de bem-estar animal. A contribuição de Temple ao centro de pesquisas está estampada nas paredes da sala destinada a pesquisadores convidados que a homenageia: as plantas dos currais desenhados por ela estão emolduradas, mostrando por que é a referência no assunto. No primeiro andar, há um curral que segue todas as normas estabelecidas por ela. "O manejo de gado melhorou muito desde os anos 1970, quando comecei, mas ainda há muito a aprimorar", afirmou a pesquisadora.

No centro, Temple pretende conduzir pesquisas sobre como as luzes afetam o comportamento dos animais. Para ela, a unidade permitirá que os estudantes reconheçam que há múltiplas oportunidades para trabalhar na área de proteína animal. "75% dos meus alunos querem ser veterinários. Eles nem sabem que existem todas essas outras carreiras, como geneticista, nutricionista ou cientista de carnes".

Na avaliação de Keith Belk, professor do departamento de zootecnia da CSU, essas carreiras serão importantes em um cenário de constante mudança na indústria de carnes. "Essa unidade foi desenvolvida com o foco em segurança de alimentos, algo que não era prioridade nas plantas em atividade hoje quando elas foram construídas", salientou, ao longo do tour pelo centro. Deixando a modéstia de lado, o pesquisador diz que não há estrutura semelhante no mundo.

Para Belk, as pesquisas com proteínas alternativas e carnes de laboratório são o assunto mais quente do momento. "Acredito que será uma proteína adicional, e não um substituto. Há quem diga que as vendas de proteína animal podem até ganhar um incentivo, pois esses produtos atrairão consumidores que não a consomem regularmente", afirma.

Segundo André Nogueira, presidente da JBS USA, a empresa está atenta a esse movimento. "Se isso for realmente crescendo e virar um mercado interessante, nós vamos participar dele". Embora a JBS já conduza pesquisas na área, uma operação comercial com carne de laboratório está ainda longe de ocorrer.

Para o executivo, a prioridade da JBS em inovação é estar à frente em questões relacionadas à segurança dos alimentos. "Segurança dos alimentos é uma enorme preocupação", afirmou, após a cerimônia de inauguração do centro de inovação.

Segundo ele, os governos têm maior capacidade de rastrear os produtos e, portanto, têm condições de dar um retorno melhor. "É ótimo que se tenha esse retorno, que pode até gerar recall, mas permite que se continue identificando a causa do problema e subindo a barra de qualidade", disse. Neste ano, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) chamou atenção para o alto número de recalls na indústria frigorífica americana.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Exportações brasileiras de carne bovina caíram em março

O volume das exportações de carne bovina (in natura e processada) do país caiu 4% em março em relação ao mesmo mês do ano passado e totalizou 143,6 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). A receita dos embarques diminiu 10% na comparação, para US$ 529,9 milhões.

Com isso, no primeiro trimestre o volume das exportações aumentou 3%, mas o valor das vendas apresentou queda 5%, para US$ 1,505 bilhão.

Nos três primeiros meses de 2019, a China importou 74,29 mil toneladas pelo continente, 6,2% mais que no mesmo período de 2018, enquanto as compras via cidade Estado de Hong Kong chegaram a 87,49 mil toneladas, queda de 21,7. As importações do Egito, segundo maior cliente do país, também encolheram, de 47,71 mil para 37,94 mil toneladas em 2019.

Por outro lado, diz a Abrafrigo, entre os 20 maiores clientes aumentaram significativamente os volume sde compras o Irã (18,8%), os Emirados Árabes Unidos (253%), a Rússia (431%), a Turquia (180%), as Filipinas (105%), a Itália (18%) e o Uruguai (47%).

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Fonte: Valor Econômico

9. Em semana curta, indústrias devem dar suporte a nova firmeza do boi

O boi gordo em São Paulo não entrou a semana superando a média de R$ 160, como se esperava no início da semana anterior, porque houve um alongamento das programações de abate. Mas com menos um dia de negociação pela sexta-feira Santa e a necessidade de as indústrias não saírem do feriadão zeradas, as escalas deverão sentir pressão e os preços podem dar uma escapada entre terça e quinta.

Além da disponibilidade baixa de animais acabados, reflexo do atraso da safra por conta da seca de dezembro/janeiro, os pastos dando suporte (desde março) ajudam os produtores saírem das vendas. E apesar das exportações, as indústrias entraram no negativo nas margens da carne.

Nesta segunda (15), numa média entre Scot Consultoria e Agrifatto, o mercado do boi ficou entre R$ 158/159, no à vista e no prazo, com negócios adicionando premiações na faixa dos RS 162.

Na principais praças, Minas Gerais foi a que apresentou a média mais próxima a SP, em R$ 155. Goiás em torno dos R$ 48/149 segue também com quantidade reduzida de animais acabados. Mato Grosso do Sul, apesar de firme em R$ 146, já começa a apresentar mais folga no diferencial de base.

B3

Os índices futuros da B3, menores nas três primeiras telas, apontam para a pressão de maior oferta daqui a três meses. O julho perdeu 0,48%, ficando em R$ 154,25.

Haveria tendência histórica de a concentração da desova ocorrer em maio, mas o mercado percebe que o atraso da safra e as chuvas deste outono, ainda que os pastos já não rebrotem, dão sustentação ao escoamento mais cadenciado.

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Fonte: Notícias Agrícolas

Agroenergia

10. Usina Comanche, em SP, será leiloada para pagar dívidas trabalhistas

Uma usina do grupo Comanche Clean Energy, controlado pelo fundo de investimentos Comanche, será leiloada depois que trabalhadores demitidos no ano passado entraram com uma ação na Justiça do Trabalho para garantir que a companhia pague o que lhes deve.

A unidade, localizada no município de Canitar, no interior paulista, próximo da fronteira com o Paraná, será ofertada por um lance mínimo de R$ 55.395.160, o equivalente a 60% do valor avaliado da planta.

As propostas poderão ser apresentadas em prestações, com entrada mínima de 25% do valor e o pagamento do saldo em até 30 parcelas corrigidas pelo IPCA-E. O prazo para apresentação das propostas é 24 de abril. O leilão será realizado pelo site Canal Judicial, ou presencialmente, no dia do encerramento, no Fórum do Trabalho de Bauru.

Os recursos levantados serão usados para quitar as dívidas dos credores trabalhistas da unidade de Ourinhos, que devem receber no total R$ 29 milhões. A companhia tem ainda mais R$ 58 milhões em dívidas trabalhistas em suas outras duas unidades — Tatuí (SP) e Simões Filho (BA).

O grupo Comanche, que não está em recuperação judicial, tem ainda dívidas fiscais de R$ 5,5 milhões, já inscritas na dívida ativa da União. Apesar de ter sido reivindicação dos ex-trabalhadores da unidade de Canitar, a realização do leilão frustra os atuais trabalhadores da unidade, que tentaram barrar o processo no ano passado com receio de demissões.

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Fonte: Valor Econômico

11. Brasil e Índia iniciam consultas da disputa do açúcar na OMC

A Índia alega ser um país em desenvolvimento para justificar os subsídios que vem concedendo a seu segmento de açúcar. Já o Brasil acusa os indianos de superaram muito os limites autorizados, e sustenta que essa política está gerando prejuízo de US$ 1,3 bilhão por ano aos produtores do país. Brasil, Austrália e Guatemala denunciaram a Índia na Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa de aspectos do regime indiano, principalmente o programa de sustentação de preços da cana.

Brasil e a India realizaram hoje a primeira consulta em Genebra para uma tentativa de acordo sem necessidade de o caso chegar aos juízes da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas não houve qualquer sinalização de que Nova Déli poderá rever sua prática de subsídios. O contencioso se desenrola num momento em que a Índia poderá ser tornar o principal produtor mundial de açúcar, superando o Brasil pela primeira vez em 16 anos. E os indianos continuam a ampliar suas exportações subsidiadas, colaborando para derrubar os preços internacionais.

O governo de Narendra Modi insiste que, como país em desenvolvimento, a Índia tem direito de dar subsídios à exportação até 2023. E também de fornecer apoio interno equivalente a até 10% da produção de cana-de-açúcar. O Brasil reage e diz que os indianos atropelaram os limites autorizados. Um estudo da Austrália calcula que o apoio fornecido ao segmento açucareiro indiano chegou a 99,8% do valor da produção em 2015-2016 e a 94,5% em 2016-2017 — ou seja, muitas vezes acima do limite de 10% permitido.

Segundo o estudo australiano, a produção indiana de açúcar é US$ 291 por tonelada mais cara que no país da Oceania. Dessa forma, sustenta que os recentes subsídios indianos de US$ 150 por tonelada são suficientes para incentivar exportações e causar impacto no mercado global.

A distorção causada pela prática indiana ocorre quando já há um excesso de oferta no mercado internacional. Os australianos estimam que exportadores de vários países estão amargando perdas operacionais no momento. Conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção da Índia deverá aumentar 1,8 milhão de toneladas e alcançar um recorde de 35,9 milhões de toneladas na safra 2018/19. Já a produção brasileira caiu 8,3 milhões de toneladas, para cerca de 30 milhões de toneladas.

As exportações indianas devem mais que dobrar, para 4 milhões de toneladas, na medida em que os fabricantes de açúcar procuram reduzir seus estoques, estimados em 18,1 milhões de toneladas. Por sua vez, as exportações brasileiras são projetadas para cair para 19,6 milhões de toneladas — a fatia do país no mercado internacional deverá diminuir para 34%, ante uma média de 45% nos cinco anos anteriores, de acordo com o USDA:

Pelos cálculos do Itamaraty, a oferta adicional indiana na safra 2018/19 deverá resultar em uma supressão de até 25,5% do preço internacional do açúcar, causando enorme prejuízo aos brasileiros.

Para alguns observadores, não deixa de ser irônico que a Índia, sócia do Brasil no Brics — grupo formado também por Brasil, Rússia, China e Africa do Sul —, se defenda com o argumento de ser um país em desenvolvimento ao mesmo tempo em que o governo de Jair Bolsonaro afirma que não vai mais buscar tratamento especial na OMC por causa disso.

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Fonte: Valor Econômico

12. Preços do etanol sobem para motoristas da maior parte dos Estados

Os preços do etanol hidratado (que abastece diretamente nos tanques) subiram para os motoristas na maior parte dos Estados na semana passada, acompanhando a alta da gasolina.

No levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços do etanol subiram em 14 Estados e no Distrito Federal e caíram em 11 Estados na semana móvel encerrada dia 13. Não houve pesquisa no Amapá. A maioria das altas ocorreu nos Estados do Nordeste, onde a produção sucroalcooleira já se encerrou.

Ainda assim, o biocombustível manteve sua vantagem ante o combustível fóssil em quatro Estados (São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás). O produto caiu em três destes Estados e só subiu em Goiás.

Nos postos goianos, a alta foi de 8,2% em uma semana, para R$ 2,955 o litro. Porém, o etanol manteve sua vantagem econômica ante a gasolina ao ficar em 64,9% do valor do fóssil.

Em São Paulo, maior polo consumidor de combustíveis, o preço do etanol caiu 0,8%, para R$ 2,742 o litro. Em relação à gasolina, esse valor ficou em 66,4% - abaixo, portanto, do patamar de paridade de 70% para a média da frota flex brasileira.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Moagem de cacau recuou no Brasil no 1º trimestre

As indústrias processadoras de cacau que atuam no Brasil registraram no primeiro trimestre um nível de atividade mais fraco que no mesmo período do ano passado. De acordo com levantamento da TH Consultoria, sediada em Salvador, as fábricas processaram 56,5 mil toneladas da amêndoa de janeiro a março, 3,2% menos na comparação anual.

No último trimestre do ano passado — que, sazonalmente, registra volumes mais elevados por causa das festas de fim de ano —, foram processadas 60,6 mil toneladas.

A queda do primeiro trimestre aconteceu apenas de um leve aumento em março, quando o volume alcançou 19,8 mil toneladas, 1,5% mais que no mesmo mês de 2018. No mês, segundo a TH, foram importadas 5 mil toneladas de cacau.

Ainda de acordo com o relatório da consultoria, a colheita do cacau temporão da safra 2019/20 já começou na Bahia e deverá começar a se refletir nos volumes entregues às indústrias Na semana encerrada no dia 7, o volume continuou baixo — segundo Thomas Hartmann, sócio da consultoria, “provavelmente devido a problemas de transporte”.

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Fonte: Valor Econômico

14. Crescimento do consumo doméstico tende a arrefecer

O consumo do café no Brasil não deverá repetir neste ano o ritmo de expansão de 2018 em decorrência de um cenário econômico de menor crescimento, estimou ontem o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Ricardo Silveira. "A expectativa é de um crescimento moderado. Acho que será um pouco menos que no ano passado, mas vamos torcer para que fique próximo", afirmou o dirigente durante a cerimônia de premiação do Concurso Nacional Abic de Qualidade, em São Paulo.

Entre novembro de 2017 e outubro de 2018, o volume consumido no país alcançou 21 milhões de sacas de 60 quilos, 4,8% mais que entre novembro de 2016 e outubro de 2017. "Os bancos estão revendo a perspectiva de crescimento da economia e isso vai mexer com o mercado do café", acrescentou. A perspectiva é que os preços ao consumidor também não repitam a alta de mais de 30% registrada no ano passado. "Se o preço cai para o produtor, cai na gôndola também, embora não na mesma proporção", disse Silveira.

Ele destacou que, ainda que a matéria-prima esteja mais barata, os impostos são elevados - representam em torno de 36% do preço na prateleira- e os insumos, como embalagens, subiram muito além da inflação. Conforme o presidente da Abic, o café em si representa 45%.

"As pessoas se enganam ao dizer que o preço baixo favorece a indústria. Quando um elo da cadeia está em dificuldade, prejudica toda a cadeia. Isso para a indústria não é bom, pois o produtor se descapitaliza e não tem como investir na lavoura. E isso é um tiro no pé". Mas, para Silveira, o cafeicultor brasileiro sofre menos que o de países concorrentes por ter melhores condições de produção, como a colheita mecanizada. "Quem é estruturado e tem produtividade consegue passar por isso", disse.

Para a safra 2019/20 - a colheita da espécie conilon começará a ganhar força neste mês, Silveira projeta qualidade geral semelhante à obtida em 2018/19. "Será uma safra de excelente qualidade, assim como foi a anterior". Na semana passada, o IBGE estimou a produção brasileira de café em 53,9 milhões de sacas de 60 quilos, redução de 10% em relação a 2018 por se tratar de um ano de bienalidade negativa para o arábica.

No evento da entidade ontem, foram anunciados os campeões do 15º Concurso Nacional Abic, Melhores Cafés do Brasil. O produtor Joel Marques de Oliveira, da Fazenda Brejos dos Aguiar, de Ibicoara (BA), foi o vencedor, com 8,63 pontos. O micro lote de arábica (catuaí) de Oliveira foi leiloado por R$ 4 mil a saca e adquirido por 3corações e Excelsior.

A propriedade tem 30 hectares, metade destinada ao café, com área irrigada. "Chegamos à conclusão que tínhamos que produzir cafés de qualidade há mais de dez anos, e desde então perseguimos isso", afirmou Paulo Azevedo, que mantém uma parceria com Oliveira na produção. "Os preços estão numa crise que não se sabe aonde vai parar. A única saída é produzir café de qualidade", disse Azevedo, que espera conseguir ágio superior pelo produto campeão no mercado - que teve uma produção total de 20 sacas, das quais duas foram vendidas em leilão em fevereiro. Na safra passada, a saca do café especial foi vendida a R$ 600, ante R$ 400 pago pelo café "commodity".

É a primeira vez que a propriedade leva o primeiro lugar no concurso. "Escolhemos os grãos mais maduros com colheita manual", afirmou Oliveira, que é responsável pelos trabalhos no campo com a esposa e as filhas. Os lotes vencedores são adquiridos com lance mínimo de 70% acima do preço na Bovespa na abertura do pregão.

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Fonte: Valor Econômico

15. Ciclo de baixa do café ainda está longe de chegar ao fim

O cenário de margens apertadas para os produtores brasileiros de café, delineado pelo baixo patamar das cotações da commodity no exterior e no país, deverá se estender por mais dois anos, segundo especialistas do segmento. Com as estimativas confirmando um novo superávit do produto no mercado global na safra 2018/19, quando foi positiva a bienalidade da safra do Brasil - maior produtor e exportador -, o espaço para recuperações é exíguo e dependerá, em grande medida, da ocorrência de problemas climáticos em polos cafeeiros.

De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), a produção mundial de café em 2018/19 deverá somar 168 milhões de sacas de 60 quilos, um aumento de 1,5% em relação ao ciclo anterior. O excedente em relação à demanda chega a 3,1 milhões de sacas e vem depois de um superávit em 2017/18 calculado em 4,2 milhões. Nas contas da entidade, o último déficit global, modesto (366 mil sacas), foi em 2016/17.

Nesse contexto, os contratos futuros de segunda posição de entrega já acumulam quedas superiores a 10% em 2019, a 20% nos últimos 12 meses e a 30% nos últimos 24 meses, conforme cálculos do Valor Data. Em março, a saca exportada pelo país foi negociada, em média, por US$ 128,6, conforme dados a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), queda de 17% sobre o mesmo mês de 2018. Somando essas quedas à redução da colheita, projeta o Ministério da Agricultura, o valor bruto da produção (VBP) da cultura deverá ser R$ 5 bilhões menor que no ano passado (ver a matéria Valor da produção do grão deve cair R$ 5 bi neste ano).

"Uma recuperação dos preços virá apenas em um ou dois anos", afirmou Andrea Illy, controlador e presidente da italiana illycaffè, em recente visita ao país. Trata-se de uma projeção até mais otimista que a do analista Gil Barabach, da consultoria Safras & Mercado, para quem os preços não terão força para subir antes de dois anos. "Enquanto o superávit persistir, não haverá sustentação". No início de abril, os contratos do arábica mais negociados em Nova York desceram ao menor patamar em 13 anos e por lá permanecem.

Em 2018/19, o salto da produção foi puxado pela América do Sul, onde a colheita aumentou 4,4%, para 80,72 milhões de sacas - 62,5 milhões das quais no Brasil. Em 2019/20, a safra brasileira também deverá ser farta, da ordem de 58 milhões de sacas, segundo a Safras & Mercado. Se confirmado, o volume será 8% menor que o de 2018/19, mas é considerado elevado por se tratar de um ciclo de bienalidade negativa que marca as lavouras de arábica.

E, no país, a colheita já bate à porta. Para o café conilon, os trabalhos tendem a ganhar fôlego na segunda quinzena de abril, e a produção esperada chega a 18 milhões de sacas, 12% maior que a do ciclo anterior. No caso do arábica, a colheita deverá ser adiantada para o início de maio e ficará próxima de 41 milhões de sacas, 15% abaixo de 2018/19. O adiantamento é explicado pela florada antecipada dos cafezais, que se deu em agosto, e pelas temperaturas elevadas em janeiro, que aceleraram o ciclo produtivo da variedade.

"Há luz no fim do túnel?", perguntam os mais esperançosos, enquanto algumas brechas oferecem suportes temporários às cotações, algumas vezes ligadas ao comportamento dos preços de outras "soft commodities". Não exatamente, dizem analistas, até porque à oferta ampla se une o comportamento do câmbio, que tem sido incapaz de compensar a baixa dos preços.

Guilherme Morya, do Rabobank, lembra, contudo, que em julho geadas no Brasil podem abrir espaço para leves altas, embora seja cedo para prever se intempéries vão de fato acontecer. "Até outubro, a tendência é que os preços continuem sem ultrapassar US$ 1 dólar a libra-peso [em Nova York]". Segundo ele, em outubro tanto as chuvas no Brasil (que sinalizam como será a florada) quanto a pré-colheita de robusta no Vietnã podem agregar novos fatores à equação dos fundamentos e, pontualmente, mexer com os preços de forma mais sensível. Mas nem por isso a perspectiva é de menos pressão.

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Fonte: Valor Econômico

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