Conjuntura do Agronegócio

1. Assistência técnica e pontualidade na entrega são itens valorizados pelo agricultor

Na edição deste ano do Congresso ANDAV – Fórum & Exposição, que está sendo realizado em São Paulo, foi organizado o ANDAV Talks, um evento interativo sobre o tema Modelo Inovador de Negócios: O Futuro da Distribuição, que envolveu seis palestrantes. Na abertura, Carlos Eduardo Dalto, professor da FGV, comentou sobre uma pesquisa feita para detectar os anseios e necessidades dos produtores rurais. “Os agricultores valorizam parceria, confiança, assistência técnica, cumprimento de prazos e pontualidade na entrega”, observou Dalto, cujo tema tratado foi Inovação na Gestão de Clientes.

Segundo o palestrante, hoje o segmento de distribuição está marcado pela expansão das cooperativas, pools de compra, crescimento das vendas diretas e concentração em 10 grandes grupos. A seu ver, o setor agropecuário vive atualmente uma nova dinâmica, em que a aplicação de novas tecnologias como drones, veículos altamente motorizados e conectividade são apenas a ponta do iceberg da renovação. “A tomada de decisão atualmente, também no campo, leva em consideração valores intangíveis e não apenas o produto, como no passado”, concluiu.

Na sequência, Tania Moura, vice-presidente executiva da Associação Brasileira de Profissionais de RH (ABPRH) tratou do tema Inovando na Gestão de Pessoas. Destacou que as mudanças não acontecem só nos negócios, mas no dia a dia das empresas, alertando que o setor está mudando de perfil, entrando na terceira geração, passando a ter gestores mais jovens, ou mesmo entrando em processos de fusões. Enfatizou também a transformação inclusiva que vem ocorrendo nos mercados. “A diversidade é um componente capaz de efetivamente elevar a rentabilidade das empresas”, destaca. “Esta nova geração possui novos valores. Eles buscam significado, autonomia, crescimento, impacto e conexão”, finaliza.

Já Mariely Biff, consultora em gestão empresarial, abordou o desafio da sucessão nas empresas do agronegócio, caracterizadas em grande parte como empresas familiares. “A maior parte das empresas está mais preocupada com o ambiente de negócios e com a questão da inovação, deixando em último plano a sucessão, o que pode representar um risco para seu futuro”, ponderou. Para Mariely, é comum a algumas empresas insistir em lideranças familiares que não se mostram adequadas, quando poderiam optar por um modelo de gestão profissionalizada. A seu ver, diante da grande renovação que está ocorrendo no agro, ganha importância ainda maior preparar a sucessão com planejamento.

No Painel 2 do ANDAV Talks, o advogado Karis Novickis, professor do programa de implementação de compliance do Insper, tratou do tema Inovando em Governança & Compliance, com foco em medidas administrativas que o distribuidor de insumos agrícolas e veterinários pode adotar para afastar riscos jurídicos, fiscais e trabalhistas.

Segundo o palestrante, o caminho para uma empresa construir uma boa gestão de compliance passa por uma estratégia e análise de riscos, por estabelecer padrões éticos de trabalho, realizar treinamentos e fazer uma comunicação adequada, monitorar as ações, punir e incentivar as condutas adequadas, além de exercitar a melhoria contínua. “Sempre digo que os valores de uma empresa não podem ser aqueles que estão apenas escritos na parede ou no material de divulgação. Os valores passam por rituais cotidianos, construção de heróis e de modelos de comportamentos que resultam em símbolos. A pergunta que o gestor precisa fazer é qual o símbolo dos valores que a empresa está construindo”, comentou Novickis.

No mesmo painel, Mayra Theis, especialista em agrobusiness da PwC, tratou do tema Inovando para Consolidação, Fusões e Aquisições. “Num momento de fusão ou de aquisição, o distribuidor precisa levar em consideração alguns aspectos. Além das questões ligadas a passivos fiscais, trabalhistas ou tributários, hoje em dia também afetam as negociações, o fato de os grandes grupos internacionais, que podem ser potenciais interessados, adotarem práticas contábeis globais, que hoje são muito diferentes das do passado”, observou a palestrante.

Por fim, Manoel Perez Neto, da Zurique Consultores Associados falou sobre o tema Inovando para Acesso ao Crédito, chamando a atenção para o crescimento das recuperações judiciais que vem ocorrendo no agronegócio de forma geral. “Enquanto em todo o ano passado, o setor agropecuário registrou 68 operações de recuperação judicial, apenas nos cinco primeiros meses deste ano, já foram realizadas 43”, afirmou Perez Neto. Para o consultor, o setor de distribuição precisa começar a analisar melhor outras fontes de financiamento, com ênfase em novas modalidades ligadas ao mercado de capitais, como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

GESTÃO DO AMANHÃ – Tratando do impacto das principais inovações tecnológicas ocorridas nos últimos anos sobre vários negócios, o escritor e empreendedor Sandro Magaldi proferiu a palestra Gestão do Amanhã durante o Congresso ANDAV. Lembrando, por exemplo, de como os aplicativos de transportes, como o Uber, tem impactado os planos da indústria automotiva, já que muitos jovens já não querem mais ter carro, Magaldi alertou para as ameaças que podem sofrer os negócios dos distribuidores de insumos agropecuários caso ocorra no segmento alguma ruptura semelhante.

“Muitas empresas podem quebrar não por tentar fazer coisas novas, mas por continuar fazendo a mesma coisa durante muito tempo num mundo em permanente mutação”, afirmou Magaldi. Para ele, a rotina devora o pensamento estratégico. “Meu conselho é tentar sempre criar coisas novas e se aproximar do mundo das startups. É preciso fazer um encontro de gerações, com o tradicional se relacionando com o novo”, comentou, acrescentando que é preciso enxergar um benefício que você ainda não vê e que pode ser ponto de ruptura que irá revolucionar seu negócio.

Consolidado como um dos maiores e mais importantes eventos da distribuição de insumos agropecuários do mundo, o Congresso ANDAV – Fórum e Exposição deve atrair cerca de 5.000 e é uma realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV), com organização da Clarion Events Brasil.

O Fórum do IX Congresso ANDAV, com o macrotema: “O Distribuidor 4.0”, está abordando as barreiras encontradas pelo distribuidor de insumos agropecuários, destacando soluções inteligentes. Além disso, estão sendo realizadas três oficinas do EDUCANDAV, programa de treinamentos da ANDAV, com os temas vendas e marketing, financiamentos e barter.

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Fonte: Jornal Dia Dia

2. Bolsonaro manda Merkel reflorestar Alemanha com verba cortada

O presidente Jair Bolsonaro ironizou a premiê da Alemanha, Angela Merkel, que anunciou o congelamento de verbas para projetos de preservação ambientais no Brasil. Ao todo, o país europeu cortou repasses de 35 milhões de euros (R$ 155 milhões, aproximadamente, relacionados à Iniciativa Internacional para o Clima, um fundo do governo alemão destinado a projetos ao clima e à biodiversidade).

Ao ser questionado sobre isso, ele enviou uma mensagem à premiê. "Eu queria até mandar um recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu US$ 80 milhões para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá está precisando muito mais do que aqui”, disse, confundindo o valor das cifras e a moeda.

Bolsonaro vem alfinetando Merkel e o premiê francês, Emmanuel Macron, por conta de cobranças em relação à sua política ambiental.

Ele vem sendo cobrado interna e externamente por conta da alta apontada nos dados do desmatamento da Amazônia pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Bolsonaro já contestou publicamente os dados do instituto. Recentemente, a insatisfação do presidente com a divulgação desses dados levaram à demissão do diretor do Inpe, Ricardo Galvão.

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Fonte: Valor Econômico

3. PIB do agronegócio calculado por Cepea e CNA cresceu 0,65% em maio

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 0,65% em maio, de acordo com cálculos conjuntos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com isso, informou o Cepea, de janeiro a maio o PIB do setor passou a apresentar alta de 0,68%.

Entre os ramos que compõem o agronegócio, o agrícola registrou aumento de 0,13% em maio, mas nos primeiros cinco meses do ano a variação ainda ficou negativa (0,39%). No pecuário houve avanço de 2,06% em maio e, nos primeiros cinco meses, de 3,63%.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Ministério da Agricultura divulga regras de subvenção para Prêmio do Seguro Rural

O Ministério da Agricultura anunciou nesta terça-feira, 13, as novas regras para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que começarão a valer a partir de 1º de janeiro de 2020. De acordo com nota divulgada pela pasta no períodoa da manhã, entre as principais mudanças instituídas pelo Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural (CGSR) estão o aumento do porcentual de subvenção ao prêmio e do limite máximo de subvenção permitido para produtores pessoa física e jurídica.

As mudanças foram publicadas nesta terça no Diário Oficial da União (DOU), na resolução 68, de 8/8/2019. Para culturas de inverno, o porcentual de subvenção será de 35% ou 40% do valor total do prêmio, dependendo do tipo de cobertura contratada. Para frutas, hortaliças e demais modalidades de seguro pecuário, aquícola e florestas, o será de 40%, alta de 5 pontos porcentuais ante a regra atual. Para grãos de verão, como soja e milho primeira safra, o porcentual de subvenção poderá variar entre 20% e 30%, também de acordo com a cobertura escolhida pelo produtor na contratação da apólice.

O limite máximo de contratação por subvenção por pessoa física ou jurídica também foi elevado. Para frutas, hortaliças, legumes, milho verão, milho safrinha, soja, trigo, canola e triticale, o limite anual de subvenção por produtor passa a ser de R$ 48 mil. No caso de seguro pecuário, de R$ 24 mil. Para florestas, R$ 24 mil e, no acaso aquícola, R$ 24 mil. O valor máximo subvencionável por produtor será de R$ 120 mil.

Para o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do ministério, Pedro Loyola, o conjunto de mudanças nas regras permitirá elevar de maneira significativa o número de apólices contratadas no programa. "Precisamos massificar a contratação do seguro rural no País e essa medida, juntamente como a elevação do orçamento para R$ 1 bilhão no próximo ano, será um passo importante nessa direção", avalia.

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Fonte: Estadão/Globo Rural

5. Congresso da Andav mostra inovações para o campo

A Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) e a Agência Estadual de Defesa Sanitária e Vegetal (Iagro), de Mato Grosso do Sul, assinaram nesta terça-feira um convênio de cooperação durante o 9º Congresso Andav. O encontro, que reúne os distribuidores de insumos agropecuários, está sendo realizado em São Paulo e termina amanhã.

O acordo foi assinado pelo presidente da Andav, Henrique Mazotini, e o diretor presidente do Iagro, Daniel Ingold. “Vivemos novos tempos. Essa parceria é importante por conta de a partir de agora trabalharmos juntos”, diz Daniel. “Continuaremos vigilantes quanto a possíveis erros, mas levaremos informações aos agricultores. Nossa ação ganha um caráter educativo também. Levaremos tecnologia e informação para as fazendas.”

As duas instituições vão elaborar um programa de capacitação para os profissionais do setor e fiscais na parte de armazenamento e transporte dos insumos agropecuários. O Iagro, órgão público, atua em todo o Mato Grosso do Sul, um dos maiores produtores de grãos do País. Possui 79 escritórios locais e 11 escritórios regionais.

O Congresso Andav conta com 5 mil participantes entre agricultores, técnicos, agrônomos e presidentes de empresas do setor. São empresas de adubos, defensivos, fertilizantes, nutrição animal e foliar e sementes.

São 85 marcas presentes. O destaque são as novidades que as empresas apresentam. Como a tecnologia prepondera, a Andav emprega um mote para definir o Congresso. “É 4.0” diz Henrique Mazotini. “Agricultura de precisão, drones, internet... A evolução é grande e rápida no campo”, enfatiza.

As empresas ligadas à Andav faturaram R$ 107 bilhões em 2018/2019. Elas são mais de 1.600 e estão espalhadas por todo o Brasil.

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Fonte: Globo Rural

6. Controle biológico no Brasil tem potencial de crescer 20% ao ano

O uso de biodefensivos agrícolas como estratégia de controle biológico de pragas e doenças tem potencial de crescimento anual de 20%, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio). Esses dados mostram que de 2017 para 2018 a indústria brasileira registrou 77% de expansão na comercialização dos insumos biológicos. O volume de vendas saltou de R$ 262,4 milhões para R$ 464,5 milhões.

Para a ABCBio, o principal motivo para esse aumento é a maior taxa de adoção pelos agricultores de agentes biológicos contra pragas e doenças. E, de acordo com a entidade, ainda existe grande potencial de crescimento para os biológicos. “Nota-se que havia, e ainda há, uma demanda reprimida por soluções de defesa vegetal que resultem em menor impacto em termos de resíduos, principal característica dos agentes biológicos", declara Arnelo Nedel, presidente da ABCBio.

“A adoção do controle biológico tem sido fomentada pela crescente resistência de insetos aos inseticidas químicos e pela urgência por um uso mais racional de agrotóxicos”, analisa o pesquisador Adeney de Freitas Bueno, da Embrapa Soja (PR).

Segundo dados da Embrapa, cerca de 80% das pragas podem ser controladas pela ação dos inimigos naturais presentes na lavoura de soja, quando se adota as estratégicas preconizadas pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP). “O que acontece é que a aplicação abusiva de inseticidas, na hora errada, com produtos muito tóxicos, acaba eliminando esse controle biológico natural”, alerta Bueno.

A Embrapa Soja é uma das unidades da Embrapa que vem conduzindo pesquisas tanto relacionadas ao controle biológico natural (incentivo à manutenção de agentes naturais no campo para controlar pragas agrícolas) quanto para controle biológico aplicado ou aumentativo (quando se libera intencionalmente predadores, parasitoides ou entomopatógenos das pragas na lavoura).

Bueno explica que, no campo, o controle natural das pragas agrícolas é feito por fungos, vírus e bactérias, além de insetos benéficos que têm o hábito de predar, parasitar ou infectar as pragas que afetam a soja. “Os inimigos naturais têm o papel de manter as populações de pragas em níveis mais equilibrados”, conta. “O produtor precisa conservar esse controle biológico natural aplicando as boas práticas agrícolas preconizadas nos manejos integrados de pragas, plantas daninhas e doenças. O uso racional dos agrotóxicos é uma das medidas para preservar esse controle biológico natural e permitir que ele mostre o seu potencial”, avalia. Assim, mesmo que o produtor não compre ou utilize nenhum biodefensivo em sua lavoura, o controle biológico irá ocorrer naturalmente.

Drones para liberar os agentes

O pesquisador conta que o controle biológico para soja foi muito usado nas décadas de 1980 e 1990 com a aplicação de baculovírus para o manejo da lagarta da soja. Atualmente, seu uso voltou com o registro de outros baculovírus para controle das lagartas helicoverpa e spodoptera, por exemplo. Também há no mercado os parasitoides de ovos de lepidopteros como a “vespinha” Trichogramma pretiosum.

“Apesar do grande mercado potencial, a liberação intencional de agentes biológicos na soja ainda é um desafio, porque faltam equipamentos que facilitem o processo de aplicação, cenário que vem aos poucos se alterando com a redução de custo no uso de drones”, explica o pesquisador.

Nesse sentido, a utilização de drones é uma alternativa para tornar mais competitivo o uso do controle biológico, assim como outros processos de mecanização na aplicação e na criação massal controlada desses agentes de controle. “Ao baratear o custo de aplicação com o uso de drones, a tecnologia vai se tornando mais competitiva”, diz o pesquisador. “Também penso que a mecanização no processo de criação e multiplicação dos agentes de controle biológico, em nível massal, pode ser incrementada e baratear o custo do produto”, destaca Bueno.

Uso da natureza

O milho tinha recém-emergido na fazenda do produtor Richard Dijkstra, de Carambeí (PR), quando foram feitas algumas aplicações de inseticidas para controlar os insetos-praga. Esse fato, ocorrido há 20 anos, levantou um sinal de alerta de que a propriedade estava em desequilíbrio. Desde então, o esforço do produtor é para construir um ambiente favorável aos inimigos naturais das pragas agrícolas em sua fazenda de 1,7 mil hectares. “Minha ideia é trabalhar a favor da natureza, porque quando você trabalha contra, as consequências se voltam contra você”, conta.

Na prática, Dijkstra vem adotando as recomendações do Manejo Integrado de Pragas. “Primeiramente, evito os ‘produtos de choque’ (que além de matar as pragas, eliminam os inimigos naturais); uso preferencialmente os produtos biológicos ou os químicos mais seletivos (aqueles que controlam apenas a praga-alvo e não todos os insetos), quando realmente necessário; e ainda elimino a aplicação ‘carona’ (quando se aproveita a pulverização de um insumo para aplicar outro)”, relata o agricultor.

A base da tomada de decisão do produtor vem do conhecimento gerado durante o monitoramento da propriedade que é conduzido por funcionários treinados para identificar o que é praga e o que é inimigo natural. “Eu não tomo decisões às cegas. Minha equipe traz informações que me garantem tranquilidade para intervir, se necessário, ou continuar monitorando”, explica o produtor.

Registro de produtos biológicos

Diferentemente dos produtos utilizados em controle químico, os biológicos podem ser registrados por alvo biológico, ou seja, por praga. Dessa forma, podem ser aplicados em qualquer cultura na qual a praga esteja presente, a não ser que haja restrições de algum órgão estadual.

Bueno explica que os inimigos naturais são multiplicados em laboratório ou casas de criação e liberados nas lavouras para atacarem as pragas. No Brasil, existem duas vias de registro de um produto: seguindo as regras gerais de registros de produtos fitossanitários ou as regras específicas para aqueles a serem usados na agricultura orgânica, onde na maioria das vezes o produto biológico vem se encaixando.

Principais agentes biológicos

A Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) mantém um site com informações sobre a biologia de parasitoides, predadores, patógenos e antagonistas utilizados em programas de controle biológico no Brasil. Existem hoje 70 indústrias de produtos biológicos e alguns bioinseticidas registrados e disponíveis no mercado nacional. O produto mais antigo registrado é originário da bactéria Bacillus thuringiensis (“Bt aplicável”), que é usado para controle de lagartas.

Além do Bt aplicável, o uso de baculovírus é também bastante comum. Os baculovírus são vírus específicos utilizados no controle de algumas espécies de lagartas. O primeiro vírus como um produto comercial registrado para a soja foi Baculovirus anticarsia, usado para controlar a lagarta anticarsia. Depois foram introduzidos no mercado o Baculovírus spodoptera e o Baculovirus helicoverpa. Bueno explica que existem empresas que estão trabalhando na mistura de vírus, o que possibilitaria o controle de um número maior de espécies de lagartas por um custo mais baixo, deixando o baculovírus mais atrativo comercialmente. “A oferta de um produto a base de mistura de baculovírus para controlar um maior espectro de lagartas com o mesmo custo de aplicação revolucionará o mercado, porque atualmente esses inseticidas biológicos são bem específicos”, explica.

Vespinhas

Existem ainda os parasitoides de ovos conhecidos como “vespinhas”. Uma delas é o Trichogramma pretiosum, que quando liberado parasita os ovos de mariposas que dão origem às lagartas, impedindo seu desenvolvimento antes de eclodirem. E também o parasitoide de ovos de percevejos, Telenomus podisi, que está ainda em fase de registro nos órgãos competentes.

Bueno explica que ovos com essas “vespinhas” são liberados em campo muito próximo da sua emergência em cartelas biodegradáveis ou com pulverização das pupas dos parasitoides sem qualquer proteção sobre as plantas. O ideal é que o produtor distribua, da forma mais homogênea possível no campo, ou utilize um drone para distribuir os parasitoides que estão dentro dos ovos hospedeiros. “Ao nascer, os parasitoides vão fazer seu trabalho no campo: parasitar os ovos das pragas”, detalha.

Fungos

Entre os agentes biológicos utilizados estão os fungos que causam doenças em alguns insetos ou ácaros predadores. “São opções que poderão ocorrer em maior intensidade na soja, à medida que os produtos biológicos se tornarem mais competitivos comercialmente com os químicos hoje existentes”, prevê.

MIP reduziu pela metade os inseticidas na soja

O sucesso do MIP-Soja pode ser observado nos resultados do estado do Paraná. A adoção do Manejo Integrado de Pragas em propriedades assistidas pela Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná (Emater-PR) e Embrapa, nos últimos cinco anos, por exemplo, gerou uma redução de cerca de 50% no uso de inseticidas. Além disso, nas áreas que adotam o MIP, a primeira pulverização de inseticida ocorre, em média, 60 dias após o plantio. Nas áreas tradicionais, essa primeira aplicação ocorre cerca de 30 dias após o plantio. “O produtor amplia em 30 dias o prazo da primeira aplicação de inseticida, o que preserva os inimigos naturais por mais tempo no campo, melhorarando o controle biológico natural”, explica.

O Manejo Integrado também colabora com o controle biológico das pragas, porque ao usar racionalmente os fungicidas, por exemplo, também se preserva por mais tempo alguns fungos benéficos que atuam no controle de pragas.

Controle biológico do mofo-branco

O fungo Sclerotinia sclerotiorum, que promove o mofo-branco na haste da soja, também vem sendo combatido com controle biológico. Ensaios para o controle químico e biológico do mofo-branco foram realizados na safra 2018/2019 em diferentes regiões produtoras (Paraná, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso) por instituições de pesquisa públicas e privadas que compõem a Rede de Avaliação de Fungicidas para Controle de Doenças na Cultura da Soja.

O pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja, reforça a importância da integração de diferentes medidas de manejo - o controle químico, o biológico e o manejo cultural - para garantir mais eficiência no combate ao mofo-branco. Segundo ele, o manejo cultural pressupõe que se faça boa cobertura do solo com gramíneas pela produção de palhada na entressafra. “A palhada funciona como filtro, evitando que os esporos responsáveis por iniciar a infecção atinjam as plantas de soja”, destaca.

Por outro lado, a palhada também favorece o controle biológico de S. sclerotiorum, que ocorre principalmente pela ação de microrganismos que parasitam e degradam as estruturas de sobrevivência do fungo no solo, reduzindo a doença nas áreas infestadas. “Os biofungicidas testados pela Rede de Avaliação inibiram a capacidade de produção de esporos do fungo, o que pode contribuir para a redução da incidência de mofo-branco.”

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Fonte: Embrapa Soja/Agrolink

Proteína Animal

7. China frustra previsões do governo e de frigoríficos

A China frustrou as expectativas do Ministério da Agricultura de que em breve mais frigoríficos brasileiros estariam habilitados a exportar seus produtos ao país asiático, o que passou a despertar incertezas no setor privado.

O secretário-executivo do ministério, Marcos Montes, chegou a afirmar ao Valor que Pequim poderia habilitar mais plantas do Brasil já na semana passada, antes mesmo de uma viagem da ministra Tereza Cristina que estava agendada para o dia 18. As autorizações não vieram, e o retorno da ministra à China - ela esteve no país em maio - posteriormente também foi adiado e não há uma nova data para a visita.

O adiamento ocorreu porque o ministro da Administração Geral da Aduana Chinesa (GACC), Ni Yuefeng, comunicou o Ministério da Agricultura que não poderia mais receber Tereza Cristina na data que havia sido acordada, por problemas em sua agenda. Diante do imprevisto, existe agora uma possibilidade de a ministra integrar a comitiva do presidente Jair Bolsonaro que embarcará para Pequim em setembro próximo, apurou o Valor.

No fim do mês de julho, técnicos chineses começaram a testar um modelo novo de inspeção em frigoríficos brasileiros realizado por meio de videoconferência, processo que dispensa a auditoria in loco. A avaliação inicial em Brasília foi que o processo estava sendo bem-sucedido, mas o Ministério da Agricultura ainda aguarda relatório de Pequim com os resultados da primeira rodada de inspeções que envolveu estabelecimentos de carnes de frango e suína.

A China também ainda não deu qualquer sinal de quando fará inspeções em frigoríficos de carne bovina - o que já deveria ter acontecido, na avaliação de técnicos do ministério. "Estranhamente, o assunto silenciou", disse uma fonte do governo que acompanha de perto o assunto.

Havia uma expectativa também entre executivos do segmento de carnes de que os chineses pudessem anunciar as habilitações ainda em agosto. No fim de julho, o presidente do Conselho de Administração da BRF, Pedro Parente, chegou a prever que mais três unidades da empresa seriam habilitadas "em semanas". Agora, ninguém arrisca quando isso vai acontecer.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. JBS lucrou R$ 2,2 bi no segundo trimestre

O ciclo favorável para a produção de carne bovina nos EUA e a recuperação da rentabilidade no Brasil turbinaram o desempenho da JBS no segundo trimestre. Entre abril e junho, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões. No mesmo período do ano passado, a empresa havia reportado prejuízo de R$ 911,1 milhões.

Ajudada também pela valorização do dólar, a receita líquida da JBS aumentou 12,5% na comparação anual, totalizando R$ 50,8 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 20,3%, atingindo R$ 5,1 bilhões. Nesse período, a margem Ebitda aumentou em 0,6 ponto percentual, para 10%. A geração de caixa livre quase dobrou, chegando a R$ 3,7 bilhões.

Em entrevista ao Valor, o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, comemorou os resultados como uma entrega da confiança depositada pelos investidores. Em 2019, as ações da JBS subiram 138%, o que também ajudou a alimentar a avaliação de que o BNDES venderá a participação de 21% que tem na companhia. Questionado, o executivo negou ter sido abordado pelo banco estatal para uma possível oferta subsequente de ações (follow on) que viabilize a saída para a BNDESPar.

Em relação ao resultado, Tomazoni enfatizou a transformação feita desde o segundo trimestre de 2017, logo após a delação dos irmãos Batista. Desde então, a JBS reduziu as despesas anuais com juros em cerca de US$ 400 milhões, disse. O executivo avalia que a empresa tem potencial para reduzir essas despesas em mais US$ 300 milhões ao ano. Nesse processo, a dívida bruta da JBS diminuiu de R$ 61,7 bilhões, em 30 de junho de 2017, para US$ 51 bilhões no fim do segundo trimestre de 2019.

Com isso, o índice de alavancagem (relação entre o Ebitda e a dívida líquida) diminuiu de 4,16 vezes em meados de 2017 para 2,78 vezes no fim do último trimestre. Neste ano, o índice também caiu. Em 31 de março, estava em 3,2 vezes.

De acordo com o vice-presidente de finanças e de relações com investidores da JBS, Guilherme Cavalcanti, o índice de endividamento chegou a um nível "confortável", permitindo que a companhia ingresse em um nova etapa. Em outras palavras, as aquisições estão no radar.

Tomazoni evitou dar detalhes sobre possíveis alvos, mas disse que o foco da JBS são aquisições nas regiões onde já atua devido às economias possibilitadas pelas sinergias entre os ativos a serem comprados e as operações existentes. Como um exemplo, citou a aquisição do abatedouro de suínos de Seberi (RS), realizado recentemente por R$ 235 milhões. "Tinha sinergia com a Seara e estava ligado ao aumento da demanda por carne suína", explicou.

No segundo trimestre, a demanda externa aquecida - com preços melhores, em parte refletindo o surto de peste suína africana na China - beneficiou a Seara, que reúne as operações de frango, suínos e alimentos processados no Brasil. No período, o Ebitda dessa unidade de negócios chegou a R$ 563,4 milhões, incremento de 148% na comparação anual. A margem Ebitda aumentou 5,5 pontos percentuais, para 11,1%.

De acordo com Tomazoni, a tendência para a rentabilidade da Seara é positiva. "É daqui para cima". O resultado da unidade deve ser favorecido pelo bom momento para a produção de carne de frango e suína no Brasil - custos de ração mais baixos e preços mais elevados dos produtos vendidos nos mercados interno e externo - e também em razão dos investimentos da companhia em inovação e marketing.

Afora a Seara, os negócios nos EUA - país onde a empresa reúne a maior parte de suas operações - mais uma vez ajudaram a JBS. O Ebitda da JBS USA Beef, que agrega a operação de carne bovina na América do Norte (EUA e Canadá) e os negócios na Austrália, totalizou R$ 2 bilhões. Trata-se de uma redução de 2% ante o mesmo período de 2018, mas a rentabilidade segue acima da média histórica para esse negócio. No segundo trimestre, a margem Ebitda da área foi de 9,2%.

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Fonte: Valor Econômico

9. Marfrig tem ganho de R$ 86 milhões

Pelo terceiro trimestre consecutivo, a brasileira Marfrig Global Foods, segunda maior produtora de carne bovina do mundo, ficou no azul. Conforme balanço divulgado ontem, a empresa lucrou R$ 86,5 milhões no segundo trimestre. No mesmo período de 2018, a empresa teve prejuízo de R$ 538 milhões.

Como mais de 60% das vendas são gerada nos Estados Unidos, onde a Marfrig controla o National Beef, a valorização do dólar beneficia os resultados da empresa, que também é grande exportadora de carne bovina a partir de suas unidades na América do Sul - o mercado doméstico brasileiro respondeu por somente 10% das vendas da empresa brasileira.

No segundo trimestre, a receita líquida da Marfrig somou R$ 12,2 bilhões, aumento de 9,8% na comparação anual. Nos negócios na América do Sul - o grupo tem frigoríficos no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile -, a receita cresceu 8,8%, para R$ 3,4 bilhões. Na América do Norte, o aumento foi de 2,1%, para US$ 2,2 bilhões (em torno de R$ 8,8 bilhões).

Graças ao bom momento para a produção de carne nos EUA, com demanda aquecida e ampla oferta de gado, a Marfrig entregou melhor rentabilidade. O forte ritmo das exportações de Brasil e Argentina também contribuiu para o resultado.

No segundo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 13% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada ficou em 9,1%, aumento de 0,3 ponto.

Ao Valor, o CEO da Marfrig, Eduardo Miron, enfatizou a melhora na gestão de caixa. No segundo trimestre, teve um fluxo de caixa livre positivo de R$ 103 milhões. Excluindo despesas com aquisições, o fluxo teria sido maior, de R$ 408 milhões.

A virada na geração de caixa foi uma promessa feita após o resultado do primeiro trimestre, que veio com uma queima de caixa de mais de R$ 1 bilhão. Ontem, o CEO da Marfrig, reiterou a meta de gerar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão em caixa livre em 2019, mais que compensando o começo de ano ruim.

De acordo com o executivo, os melhores resultados do segundo trimestre também tiveram reflexo positivo no índice de endividamento da companhia. Entre os dias 31 de março e 30 de junho, a relação entre o Ebitda ajustado em 12 meses e a dívida líquida da Marfrig caiu de 2,76 vezes para 2,65 vezes. A tendência é que esse indicador continue diminuindo, afirmou Miron.

À reportagem, o executivo fez as primeiras declarações sobre as negociações, agora encerradas, para uma possível fusão com a BRF. O CEO da Marfrig disse compreender as críticas dos investidores que viram na possibilidade de fusão uma quebra do discurso em busca de simplicidade e de foco em carne bovina - a BRF é grande em carne de frango e suína.

Apesar disso, ele argumentou que as companhias estudaram a possibilidade de fusão devido às oportunidades de alimentos em valor agregado, setor que se tornou importante para a Marfrig com a maior aposta em hambúrgueres. Miron disse, ainda, que o bom resultado no segundo trimestre demonstra a manutenção do foco da Marfrig em sua operação.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Biosev encerrou 1º trimestre da safra com prejuízo menor

A Biosev, controlada pela trading Louis Dreyfus Company (LDC), encerrou o primeiro trimestre da safra 2019/20 ainda com prejuízo, mas menor que o registrado um ano atrás. As perdas foram minimizadas por cortes de custos e de despesas.

O prejuízo líquido ficou em R$ 168,9 milhões, redução de 67% ante o mesmo trimestre da safra passada, também como reflexo do impacto da queda do dólar sobre as despesas financeiras.

A estratégia de estocar açúcar e, principalmente, etanol para vender no restante da safra reduziu o faturamento. A receita líquida caiu 10,3%, para R$ 1,7 bilhão. A maior parte veio do etanol (R$ 704,3 milhões), que cresceu por causa dos melhores preços.

Dentro da estratégia de etanol, a companhia tem ainda aumentado o espaço de produção e vendas de etanol anidro (misturado à gasolina e vendido através de contratos fechados no início da safra). No trimestre, o anidro respondeu por 40% das vendas de etanol, ante 24,7% um ano atrás.

Segundo Dorothea Soule, diretora comercial, de originação e suprimentos da Biosev, a companhia melhorou a eficiência de produção em suas plantas, o que reduziu o custo de produção do anidro, que já é vendido a preços cerca de 10% a 12% maiores que o hidratado.

Essa aposta, explicou, aumenta a margem Ebitda e garante uma fonte de receita mais estável ao longo do ano, já que as vendas são feitas nos mesmos volumes todo mês.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), desconsiderando as novas regras de contabilização de arrendamentos (que não entram mais como amortização) cresceu 13%, para R$ 291,9 milhões, e a margem Ebitda subiu 3,5 pontos, para 17%. Esse resultado também segue crescendo com a continuidade dos cortes de custo e de despesas, ressaltou Juan Blanchard, CEO da Biosev.

A conclusão da venda da Usina Estiva, em Arez (RN), anunciada em setembro do ano passado, deve ocorrer "nos próximos meses", segundo Gustavo Theodozio, diretor financeiro da companhia. Ele negou que a companhia esteja com mais vendas de usinas à vista ou que existam mandatos assinados para a venda de mais unidades.

A Biosev também avançou na fixação de preços de açúcar não só para a safra atual como para a próxima, avaliando que os subsídios indianos ainda limitarão altas do preço internacional.

No fim de junho, a companhia já havia fixado 62,4% do açúcar a ser exportado na próxima safra, ou 390 mil toneladas - 218 mil toneladas fixadas em três meses -, a um preço médio de 60,19 centavos de reais por libra-peso. Para a safra atual, 86,1% do açúcar já foi fixado a um preço médio de 58,16 centavos de reais a libra-peso.

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Fonte: Valor Econômico

11. OMC deve instalar hoje painel contra indianos

A Organização Mundial do Comércio (OMC) deverá instalar nesta quinta-feira o painel (comitê de investigação) solicitado por Brasil, Austrália e Guatemala contra a Índia em decorrência dos subsídios que o país oferece a seus produtores de açucar.

A demanda está na agenda da reunião do Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) da OMC. E, como se trata de um pedido apresentado já pela segunda vez, a Índia não pode mais rejeitar a instalação do painel para examinar se seus subsídios de fato violam ou não as regras do comércio internacional.

Está em jogo uma política que tem reflexo direto sobre os preços internacionais da commodity. De acordo com o Brasil, Nova Déli fornece subsídios que superam seus compromissos no Acordo Agrícola da Organização Mundial do Comércio, além de conceder subvenções proibidas à exportação. O resultado, defendem os brasileiros, é que essa ajuda ao segmento açucareiro derrubou os preços internacionais e prejudicou seus exportadores em um mercado já superofertado.

A questão nesta quinta-feira é se será mesmo instalado um só "painel" contra a Índia, como querem os três países reclamantes. Mas os indianos têm dado sinais de que, em uma tentativa de complicar o processo, poderão exigir a abertura de três painéis separados. Mas essa estratégia, na verdade, deverá pesar apenas para a própria India, uma vez que Brasil, Austrália e Guatemala deverão repetir não uma, mas três vezes os mesmos argumentos contra a política indiana para o açúcar.

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Fonte: Valor Econômico

12. Usina Coruripe adota práticas de empresa de capital aberto na relação com investidores

Mesmo não sendo uma empresa de capital aberto, a Usina Coruripe – com quatro unidades em Minas Gerais e uma em Alagoas – optou por adotar práticas de transparência nas informações destinadas ao mercado e ao público em geral. Neste mês, a companhia passou a oferecer acesso aos dados, sem necessidade de cadastro, em um portal destinado à relação com os investidores.

De acordo com o presidente da Usina Coruripe, Mario Lorencatto, o objetivo é ampliar o nível de governança corporativa a partir da prestação de informações ao mercado e da transparência na comunicação com os públicos.

“Decidimos reformular o portal de RI em função do acesso ao mercado brasileiro de capitais com a emissão pública de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Essa plataforma possibilita o acesso às informações oficiais da Coruripe sem restrições e facilita nossa comunicação com o mercado”, declara.

Segundo ele, entre os principais públicos que a Usina Coruripe pretende atingir com o novo portal estão as instituições bancárias, agências de rating, trading companies e CRA holders – pessoas físicas e jurídicas que compraram os CRAs emitidos pela Coruripe.

“Nossa nova plataforma segue a linha das empresas de capital aberto, que divulgam as informações com a máxima transparência. Isso contribui para que todos esses públicos tenham amplo conhecimento da atuação da Coruripe no mercado”, acrescenta Lorencatto.

No novo portal, é possível ter acesso aos demonstrativos de resultados trimestrais e anuais auditados, relatórios de administração trimestrais e anuais, relatórios mensais de performance operacional e financeira, informes oficiais sobre o rating da companhia, informes e comunicados oficiais ao mercado, notícias veiculadas na imprensa relacionadas à Coruripe, além de relatórios institucionais, como o socioambiental, de auditoria operacional (Benri), entre outros.

A Usina Coruripe é controlada pelo grupo Tércio Wanderley e tem sede em Coruripe (AL). Fundada em 1925, é a maior empresa do setor sucroalcooleiro na região Norte-Nordeste e uma das 10 maiores do Brasil. Com cinco usinas, possui capacidade de moagem de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, produzindo mais de 1 milhão de toneladas de açúcar e cerca de 500 milhões de litros de etanol, além de comercializar energia elétrica.

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Fonte: Usina Coruripe/Novacana

Grãos e Grandes Culturas

13. SLC Agrícola encerra 2º trimestre com lucro de R$ 211,9 milhões

A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos e fibras do país, registrou lucro líquido de R$ 211,9 milhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com o diretor-presidente da empresa, Aurélio Pavinato, o resultado reflete a expectativa de margem positiva, especialmente para o algodão. A empresa ampliou a área cultivada com a pluma em 30,1% na safra 2018/19, para 123,7 mil hectares. Até o momento, a colheita alcançou 62% da área. A comercialização somou 30 mil toneladas no segundo trimestre do ano, crescimento de 73,4% na comparação anual.

A receita líquida caiu 11,1% no segundo trimestre, para R$ 413 milhões, devido à antecipação do faturamento de parte da safra de soja que ocorreria no segundo trimestre para os primeiros três meses do ano. A receita líquida da soja recuou 37,8%, para R$ 2,9 milhões no segundo trimestre ante ao mesmo período do ano passado, ao passo que a do algodão em pluma cresceu 83% na mesma base de comparação, para R$ 200,8 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 103,7 milhões, queda de 34,7%. Segundo a SLC, o menor volume faturado de soja teve impacto negativo sobre o Ebitda.

O aumento da área cultivada com algodão, que teve impacto no resultado contábil, foi o responsável por boa parte do aumento da dívida da SLC porque “gera maior necessidade de capital de giro, em especial no primeiro semestre do ano, que é quando são pagos os insumos da safra”, explicou a companhia, em comunicado. O endividamento líquido da companhia era de R$ 1,6 bilhão no fim do segundo trimestre, ante R$ 1,2 bilhão no encerramento do trimestre anterior. A relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado (alavancagem) ficou em 2,3 vezes.

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Fonte: Valor Econômico

14. Ex-secretário de Mato Grosso comandará área de RI da Amaggi

O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Ricardo Tomczyk, é o novo diretor de Relações Institucionais da Amaggi, maior processadora de grãos de capital nacional. Com sede em Cuiabá, o grupo fatura mais de R$ 14 bilhões por ano.

"Optamos por uma pessoa de Mato Grosso que conhece bem o setor", disse ao Valor o ex-ministro da Agricultura e um dos principais acionistas da Amaggi, Blairo Maggi.

Tomczyk ocupou o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso na gestão do ex-governador Pedro Taques (2015-2018) e também já liderou associações de produtores de grãos.

Advogado de formação e produtor rural, Tomczyk já presidiu a Aprosoja-MT, entidade que representa os sojicultores do Estado, o Instituto Pensar Agro (IPA) – braço técnico da Frente Parlamentar da Agropecuária. Mais recentemente, comandava a União Nacional do Milho (UNEM).

Tomczyk substituiu Jorge Zanatta, que estava há 15 anos na Amaggi e ocupou a diretoria de relações institucionais do nos últimos sete anos, mas se aposentou.

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Fonte: Valor Econômico

15. Eleição para comércio de grãos na Argentina

O comércio de grãos está paralisado na Argentina após o surpreendente resultado das eleições primárias no domingo, vencidas com folga maior que a esperada pela chapa formada por Alberto Fernandez e Cristina Kirchner.

"Todo o enorme esforço de crescimento do agronegócio nos últimos quatro anos parece que vai por água abaixo - crescimento da economia aos saltos, com nova onda de tecnologia, enormes investimentos no campo e na indústria, petroquímica, gás e maquinaria, tudo revertido para praticamente nada", disse Héctor Huergo, comentarista de agronegócio do jornal argentino "Clarín".

O principal receio de investidores, tradings e produtores é um novo aumento das "retenciones", imposto à exportação criado pela ex-presidente Cristina Kirchner. Apesar de criticar o imposto na disputa que venceu para a Casa Rosada, o atual presidente, Mauricio Macri, o manteve, ainda que com percentuais menores.

Quando Macri assumiu, em dezembro de 2015, as retenções para soja e derivados eram de 35% e 32%, respectivamente. Uma de suas primeiras medidas foi baixar as alíquotas para 30% e 25% e estabelecer uma meta de redução de 0,5 ponto percentual por mês até dezembro de 2019. No caso de trigo e milho, cujas alíquotas eram de 23% e 20%, respectivamente, o imposto chegou a ser zerado.

Mas, em agosto do ano passado, por causa de problemas fiscais, Macri determinou que os exportadores do país pagassem 4 pesos por dólar exportado de trigo, carne e milho, entre outros produtos, o que faz as tarifas atuais ficarem entre 10% e 11%. A soja tem o imposto de 18% mais os 4 pesos por dólar, com retenciones totais entre 28% e 29%.

"Correu forte um boato [na bolsa física de Rosário] na segunda-feira que o governo de Macri subiria as retenciones de 4 para 6 pesos por dólar", disse um trader ao jornal "La Nación". Isso parou os negócios e fez empresas como Bunge, Cargill e Cofco retirarem suas ofertas. No Twitter, o ministro da Agricultura, Luis Miguel Etchevehere, negou a versão.

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Fonte: Valor Econômico

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