Conjuntura do Agronegócio

1. Retórica do governo levará agronegócio à estaca zero, diz Blairo

Por seis meses "afastado voluntariamente" da política e dos negócios da Amaggi, maior trading do agronegócio de capital nacional da qual é acionista, o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi afirma que o discurso "agressivo" do governo Jair Bolsonaro na área ambiental tem combustível suficiente para cancelar o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, anunciado em 28 de junho.

Blairo disse ao Valor que a "confusão" que a retórica de Bolsonaro e seu estafe vêm disseminando na comunidade internacional, se não for contida, levarão o agronegócio brasileiro à "estaca zero", após anos de esforço para imprimir o ambiente como marca dos alimentos vendidos no mercado externo.

E, ainda que não chegue ao ponto de jogar fora uma negociação que durou 20 anos, na leitura de Blairo a insatisfação do bloco europeu com o Brasil neste momento, sobretudo vinda da França, é tão grande que, no mínimo, pode atrasar mais ainda a entrada em vigor do acordo, bem mais do que os dois anos previstos para que seja ratificado pelo Parlamento de todos os países-membros dos dois blocos.

"Temos uma relação muito complicada com a Europa e podemos ter mais fechamentos de mercado. Não duvido nada que a gritaria geral que a Europa está fazendo seja para não fazer o acordo", admitiu Blairo. "Estamos pagando um preço muito alto e acho que teremos problemas sérios. E como exportador te digo: as coisas estão apertando cada vez mais", acrescentou o ex-ministro de Michel Temer.

Para Blairo, que já ganhou o prêmio "Motosserra de Ouro" do Greenpeace em 2005, ainda em seu primeiro mandato como governador de Mato Grosso, o Brasil deve reivindicar soberania sobre seu patrimônio ambiental, mas de forma diplomática, compondo com outros países.

"Conseguimos conciliar discurso de preservação com produção e conseguimos avançar. E o Brasil já tinha avançado, mas é apenas mais um 'player' no mercado global."

Por outro lado, Blairo, que foi eleitor de Bolsonaro e chegou a ser cogitado para permanecer no Ministério da Agricultura no novo governo, mas foi descartado após declarar que era contrário à fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, comemora que a atual administração não aprovou qualquer lei para flexibilizar ou mudar o licenciamento ambiental ou regras para afrouxar a fiscalização ambiental, como indica o discurso do atual presidente. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Valor: Como o senhor vê a reação negativa no cenário internacional ao discurso do governo Bolsonaro na área ambiental?

Blairo Maggi: Uma verdadeira confusão. O governo não fez nenhuma mudança aqui internamente, não facilitou a vida de ninguém, no entanto estamos pagando um preço muito alto. Acho que teremos problemas sérios. Não tem essa que o mundo precisa do Brasil. Talvez precisem dos agricultores brasileiros em outros países, mas somos apenas um "player" e, pior: substituível. O mundo depende de nós agora, mas daqui a pouco se inverte e ficamos chupando dedo.

"Não duvido nada que a gritaria geral que a Europa está fazendo seja para não fazer mais o acordo com o Mercosul"

Valor: A retórica do governo só desgasta a imagem do Brasil lá fora ou pode subir a régua de exigências para as nossas exportações de commodities agrícolas?

Blairo: Como exportador que sou, lhe digo: as coisas estão apertando cada vez mais. Há anos o Brasil vinha defendendo preservação com produção, tínhamos avançado bastante, já tínhamos ganhado confiança do mercado, mas com esse discurso [do governo], voltamos à estaca zero. E aqui faço uma analogia: o Brasil tinha subido no muro e passado a perna para descer do outro lado, agora fomos empurrados de volta e para bem longe do muro. Não veja como crítica feroz, mas sim como um alerta.

Valor: Existe risco imediato de importadores, como a União Europeia, retaliarem o Brasil?

Blairo: Podemos sim ter fechamento de mercado. Temos uma relação muito complicada com a Europa. Para criarem mais mecanismos para dificultar a entrada de carne de frango ou outros produtos do Brasil, é dois tempos. E depois para levantar isso é muito difícil, todo mundo está vendo.

Valor: Acha que esse incômodo dos europeus com o discurso ambiental do governo chega a prejudicar de alguma forma o acordo Mercosul-União Europeia, por exemplo?

Blairo: No acordo tem uma cláusula de precaução que permite que a Europa barre importações do Brasil. Essas confusões ambientais poderiam criar uma situação para a UE dizer que o Brasil não estaria cumprindo as regras. E não duvido nada que a gritaria geral que a Europa está fazendo seja para não fazer o acordo. A França não quer o acordo. Talvez isso seja aproveitado para não se chegar ao acordo. Ou pode demorar mais tempo para o Parlamento Europeu ratificar o acordo - três, cinco anos.

Valor: O senhor já ganhou no passado o rótulo de "Motosserra de Ouro" pelo desmatamento em Mato Grosso. Que lições daria ao presidente Bolsonaro?

Blairo: Fui criticado na época mesmo, mas depois chamei os agricultores, frequentei fóruns mundiais de ambiente e comecei a estabelecer algumas metas, parâmetros para a questão ambiental e nos últimos anos conseguimos [setor de agronegócios] conciliar discurso de preservação com produção. E avançamos. Agora, o Brasil já tinha avançado. O problema é que o "agro" é sempre o mais prejudicado num discurso que não é adequado. E o discurso do governo está distante da realidade.

Valor: Por quê?

Blairo: Quando estou exportando soja, milho, eles [importadores] querem saber mais do que nunca a origem de certificação do meu produto. Felizmente, no nosso caso, a área de soja e milho em Mato Grosso está muito certinha nos últimos anos e cumprimos todas as exigências, mas elas estão mais rigorosas do que há dois anos, por exemplo. Os importadores, principalmente europeus, vêm visitar mais as lavouras, a produção, e querem saber mais como produzimos. E, se plantamos em área desmatada, eles não compram. Então o discurso só atrapalha.

Valor: E quanto ao Fundo Amazônia, o sr. também defende que ele seja mantido?

Blairo: O Brasil deve reclamar a soberania sobre o ambiente, mas tem como compor com outros países. Acho que o país não precisa do dinheiro do Fundo Amazônia, não resolve nada, só ficamos em posição de débito. Quase nada chega a quem interessa, quem precisa. Tudo vira viagem, estudos, relatórios, congressos. Vá no interior da Amazônia em qualquer município e pergunte se alguém recebeu algum benefício por abrir mão do "progresso" em nome da preservação. Agora, sou defensor de um fundo mundial para repassar uma saúde e educação de qualidade a esses brasileiros da floresta. Um fundo que pudesse fazer com que o dinheiro chegasse na ponta para quem abre mão do desmatamento. Ad pessoas que estão na beira do Rio Amazonas, por exemplo, não ganham nada.

Valor: Apesar da reação internacional, a bancada ruralista do Congresso anunciou que em breve a Câmara deve pautar o projeto que dispensa licenciamento ambiental para o agronegócio. Isso não pode dificultar mais ainda para a imagem do setor?

Blairo: O que eu acho é que o governo está com um discurso agressivo, mas não tomou nenhuma atitude até o momento. Até agora não tivemos nada de concreto, de ruim. Não mudou o licenciamento no país, não afrouxou regra nenhuma de fiscalização. No projeto sobre o licenciamento, e eu conheço tudo que está ali, não tem nada que aumente desmatamento, ele dá celeridade para o processo, ele dispensa licenciamento para nova estrada. Não tem uma palavra no texto que prejudique o licenciamento ambiental no país.

Valor: E quanto ao desmatamento, que vem aumentando? O agronegócio não tem responsabilidade?

Blairo: Mais uma vez o agronegócio brasileiro apanha sem nenhuma mudança ter ocorrido de fato. Não mudamos os processos internamente. O governo não deixa de ter razão em algumas coisas e os dados sobre desmatamentos têm algumas incorreções sim, mas o problema é a forma que ele expõe isso. Na época que fui governador, fiz um embate gigante com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela disse que existia um desmatamento gigante em Mato Grosso. Então visitamos todos os pontos de desmatamento apontados pelo governo. Fui ao Palácio do Planalto, reclamei com o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva]. Mostramos por satélite que vários desmatamentos alegados na verdade estavam em áreas de rocha, degradadas, fora de propriedade.

Valor: Diante dessa forma errada de se comunicar, o Ministério da Agricultura tem mais responsabilidade de evitar retaliações comerciais?

Blairo: Fiquei seis meses voluntariamente afastado, não sei o que está acontecendo lá desde que saí de Brasília. Mas o que ouço é que a ministra [Tereza Cristina] está indo muito bem, ela consegue andar no meio desse radicalismo todo.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

2. Produção agroindustrial volta a perder força

Após disparar em maio, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) voltou à espiral de variações negativas que deu o tom desde o início do ano e encerrou junho em baixa de 5% ante o mesmo mês de 2018.

Mesmo assim - e graças a maio, quando houve avanço de 13,5% na comparação com um ano antes, quando aconteceu a greve dos caminhoneiros -, o indicador fechou o primeiro semestre com expansão de 0,3%. Apesar do leve crescimento, informou o FGV Agro, o desempenho do setor foi mais acelerado que o da indústria em geral, que no mesmo período registrou baixa de 1,6%.

O indicador é calculado com base em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV. E, segundo o levantamento, o resultado de junho foi determinado por retrações em todos os segmentos.

No acumulado do primeiro semestre, a pequena variação positiva observada foi garantida pelo crescimento de 1,3% do grupo formado por produtos alimentícios e bebidas. O avanço, como destacou o FGV Agro, compensou a queda de 0,8% dos produtos não alimentícios.

"Para esse cenário, é pressuposto um crescimento fraco, porém positivo, do PIB (0,8%) em 2019. Mas, ao mesmo tempo em que a melhora nas expectativas é benéfica para expandir a produção do setor, ela também mantém a taxa de câmbio em patamares mais baixos, tirando força das exportações", analisou o FGV Agro.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

3. Agronegócio do Brasil soma US$ 9,2 bi em exportações em julho, queda de 3,4%

As exportações do agronegócio do Brasil somaram 9,2 bilhões de dólares em julho, uma retração de 3,4% ante igual período do ano passado, após quedas em preços de commodities comercializadas pelo país, informou nesta quarta-feira o Ministério da Agricultura.

Segundo nota da pasta, a redução nas cotações da soja, principal produto de exportação do Brasil, foi o fator mais importante para o recuo das receitas com as vendas em julho.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam embarques de 7,8 milhões de toneladas da oleaginosa no mês, ante mais de 10 milhões no mesmo período de 2018, uma redução de 23%. Em valores, a queda foi de 31,6%, para 2,8 bilhões de dólares.

Por outro lado, parte das perdas com a soja foram compensadas pelo milho, que bateu recorde de exportações no mês tanto em volume quanto em valor, conforme antecipou a Reuters.

Os embarques de 6,32 milhões de toneladas geraram uma divisa de 1,13 bilhão de dólares.

A safra 2019/20 de milho do Brasil deverá ser a maior da história, com 101,91 milhões de toneladas, de acordo com pesquisa realizada pela Reuters com especialistas e instituições.

Entre os produtos com desempenho favorável na balança de julho, o ministério também destacou o café, que registrou alta de mais de 100% nos embarques em meio a uma crise de baixos preços no mercado internacional, e o algodão.

O saldo da balança comercial do setor totalizou cerca de 8 bilhões de dólares no mês.

Notícia na íntegra

Fonte: Reuters/Udop

Insumos

4. MP pede suspensão provisória de Fipronil

Um despacho assinado pelo promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Alexandre Saltz, pede que a Fepam e a Secretaria da Agricultura do Estado avaliem a limitação de comercialização e aplicação do inseticida Fipronil, na versão foliar, utilizado para controle de tamanduá na soja. Análises de laboratório em amostras de abelhas mortas aponta a presença do defensivo em cerca de 35%. No começo deste ano cerca de 400 milhões de abelhas apareceram mortas em 200 colmeias do Rio Grande do Sul. O próprio Ministério Público investiga esse caso.

O comunicado diz o seguinte:

"Determino que sejam oficiadas à Presidência da Fepam, ao Senhor Secretário Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura e ao Senhor Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural para que, com a brevidade que o caso impõe, avaliem a possibilidade de restrição do uso do Fipronil, na modalidade foliar, no Estado do Rio Grande do Sul, através da suspensão provisória do registro do produto no Cadastro Estadual de Registro de Agrotóxicos”.

Notícia na íntegra

Fonte: Agrolink

5. Ministro da Tailândia quer proibir glifosato este ano

Os três produtos químicos tóxicos usados como herbicidas, o paraquat, o glifosato e o clorpirifos, devem ser proibidos neste ano na Tailândia, disse o ministro da Saúde Pública Anutin Charnvirakul nesta terça-feira. "Eu gostaria de perguntar se temos que esperar que mais pessoas morram", ele afirmou.

Anteriormente, o Ministério da Agricultura era contra a proibição total dos três herbicidas amplamente utilizados, alegando que a retirada súbita do uso afetaria adversamente os agricultores. Em vez disso, o ministério optou por treinar os agricultores no seu uso adequado para garantir a saúde e segurança dos agricultores e consumidores.

Grupos de consumidores, no entanto, estão exigindo que as substâncias sejam proibidas de imediato, citando seus possíveis efeitos nocivos sobre os seres humanos e o meio ambiente. Anutin também rejeitou um relatório segundo o qual o Ministério Público da Saúde aumentará o pagamento de um milhão de voluntários de saúde em todo o país, acrescentando que os voluntários só receberão aumentos quando cumprirem suas responsabilidades como funcionários de saúde da linha de frente. de reduzir o número de pacientes que procuram tratamento em hospitais estaduais.

Ele disse que, se os voluntários de saúde desses locais fossem eficazes na prestação de serviços básicos de saúde, os custos de saúde do país seriam reduzidos substancialmente.

Além da União Europeia, alguns outros países como o Vietnã, também proibiram o Glifosato, que vem levantando muitas polêmicas ao redor do mundo, depois que um júri dos Estados Unidos resolveu atestar que o produto é carcinogênico, mesmo com a Bayer atestando que o produto é seguro para a saúde humana.

Notícia na íntegra

Fonte: Agrolink

6. Mapa e Ipea firmam parceria para definir indicadores do programa Bioinsumos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) firmou parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para construção de indicadores que possam avaliar o impacto da implementação do Programa Nacional de Insumos para Agricultura Orgânica.

O programa Bioinsumos está sendo elaborado por um grupo de trabalho do Mapa e deve ser lançado ainda este semestre. O objetivo é organizar o marco legal do setor para facilitar o acesso dos produtores rurais aos diferentes insumos orgânicos e ampliar o uso de substâncias ou organismos de origem biológica na agropecuária.

A parceria com o Ipea, que já acompanha políticas públicas do setor e tem apoiado o Mapa no desenvolvimento de um programa de bioinsumos de alto nível, foi oficializada durante oficina realizada em Brasília para definir um modelo de priorização de metas e ações do projeto.

Durante a atividade, especialistas de todo o país discutiram como o programa pode alcançar resultados efetivos em diferentes circunstâncias para resolver os problemas identificados no setor. Esta metodologia já é utilizada em outros programas do governo federal, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Os bioinsumos abrangem desde sementes, fertilizantes, produtos para nutrição vegetal e animal, extratos vegetais, defensivos feitos a partir de microorganismos benéficos para controle de pragas e doenças até produtos homeopáticos ou tecnologias que têm ativos biológicos na composição.

Notícia na íntegra

Fonte: Mapa/Agrolink

Proteína Animal

7. Possível abertura da Indonésia à carne bovina anima frigorÍficos

A possibilidade de que a abertura do mercado da Indonésia à carne bovina brasileira ocorra ainda em 2019 anima executivos de alguns dos maiores frigoríficos do país.

Declarações atribuídas ao ministro do Comércio da Indonésia, Enggartiasto Lukita, foram recebidas como um sinal de que as negociações no país asiático estão avançando.

A autoridade indonésia teria dito que seu país abrirá o mercado com uma cota de cerca de 50 mil toneladas de carne bovina destinada aos brasileiros.

Três importadores teriam licença para comprar a carne do Brasil: a agência estatal Bulog (cota de 30 mil toneladas) e as empresas estatais PT Berdikari (10 mil toneladas) e PT Perusahaan (10 mil toneladas).

No governo brasileiro, porém, ainda há muitas dúvidas sobre a abertura do mercado da Indonésia. De acordo com uma fonte do Ministério da Agricultura, o país asiático ainda não divulgou o relatório da auditoria feita em frigoríficos brasileiros em abril do ano passado.

Não está claro se todos os frigoríficos visitados serão habilitados. A avaliação de três fontes do setor privado consultadas pelo Valor é que a Minerva poderia ter até cinco abatedouros habilitados pela Indonésia, ao passo que a JBS teria quatro e a Marfrig, uma.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Inteligência artificial a serviço da pecuária leiteira

Fornecedores de leite orgânico da Nestlé, líder em captação de leite no país, estão adotando o monitoramento individual do rebanho por sensores eletrônicos. O projeto, batizado de Cowsense, prevê o uso de inteligência artificial para identificar o comportamento padrão dos animais por meio de coleta de dados com sensores e alertas ao produtor quando esses indicadores se desviam do padrão.

"A partir do algoritmo conseguimos antecipar possíveis desvios de qualquer tema relacionado ao bem-estar do animal e acionar o produtor", afirma Edney Murillo Secco, gerente de Milksourcing da Nestlé. A tecnologia é fornecida pela empresa Allflex, que mantém parceria global com a multinacional suíça para o monitoramento de vacas.

Inicialmente, 11 produtores estão implementando o monitoramento do rebanho, o que representa 30% do volume de leite orgânico captado pela Nestlé. A meta é que todas as propriedades fornecedoras do produto estejam com os animais monitorados até o fim do ano que vem.

A empresa atualmente contabiliza 49 fazendas fornecedoras no interior paulista em processo de conversão para o sistema de produção orgânica - 37 na região de São Carlos e 12 em Araçatuba. Juntas, elas produzem 32 mil litros por dia. A matéria-prima será direcionada para a produção de leite em pó com a marca Ninho e chegará ao varejo no começo de setembro.

É considerado orgânico o leite proveniente de animais criados em pastos sem agroquímicos, com alimentação suplementar orgânica e que recebem tratamentos fitoterápicos e homeopático, ainda que o uso de alopatia seja permitido. O processo de conversão das propriedades leva 18 meses. A Nestlé iniciou a aposta no segmento há três anos.

Conforme Barbara Sollero, gerente de desenvolvimento de fornecedores e qualidade da empresa, a tecnologia terá parte dos custos subsidiada pela Nestlé - que não revela o valor da tecnologia nem o quanto de subsídio concede. Conforme a multinacional, uma plataforma interativa com os consumidores que permite o acompanhamento da rastreabilidade da matéria-prima será lançada em breve.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

9. Com aquisições e IPO nos EUA no radar, ações da JBS disparam

As condições de mercado favoráveis para a indústria global de carnes, sobretudo em razão da peste suína africana na China, encontraram a JBS no melhor momento da história, afirmou hoje o CEO global da companhia, Gilberto Tomazoni, durante teleconferência com analistas.

A companhia, que reportou ontem um lucro de R$ 2,2 bilhões no segundo trimestre e geração de caixa de R$ 3,7 bilhões, enfatizou hoje a retomada da estratégia de aquisições e dos planos para listar as operações internacionais em um bolsa dos Estados Unidos. As declarações foram bem recebidas pelo mercado. Na B3, as ações da JBS dispararam, liderando o Ibovespa. Às 10h32, os papéis subiam 9,21%, a R$ 29,87.

Na teleconferência, o executivo reiterou que, após reduzir a dívida bruta e trazer o índice de alavancagem para níveis confortáveis, a JBS voltou a olhar aquisições. “O crescimento exclusivamente orgânico deixou de ser prioridade”, afirmou Tomazoni.

A mensagem da direção da JBS é que a companhia está preparada para, ao mesmo tempo, iniciar um movimento mais intenso de ações e reduzir os custos de suas dívidas.

Nesse cenário, a listagem de ações das operações internacionais da JBS em uma bolsa dos Estados Unidos é uma importante ferramenta. “Vamos ter uma companhia aberta [e ela será] um veículo muito forte para alavancar esse crescimento”, afirmou Tomazoni, ressaltando que a empresa não depende da listagem de ações EUA para fazer aquisições.

No passado, antes da delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a JBS tentou listar as ações da subsidiária JBS Foods Internacional na bolsa de Nova York. A companhia fez duas tentativas, entre o segundo semestre de 2016 e o início de 2017.

A primeira foi vetada pelo BNDES por representar a transferência da sede da empresa para a Irlanda. A segunda, no entanto, parou após a delação. Essa segunda alternativa já indicava uma saída para a empresa impulsionar o crescimento. A JBS Foods Internacional teria duas classes de ações — com poder de voto diferente —, o que daria maior possibilidade para captar recursos sem que os Batista perdessem o controle.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. TRF-5 vai julgar venda direta de etanol entre produtores e postos

O Plenário do Tribunal Regional Federal da 5ª Região vai julgar a validade de atos normativos da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que impedem a venda de álcool diretamente do produtor de etanol para os postos de combustível, sem intermediação de distribuidores.

O caso está sob relatoria do desembargador federal Manoel Erhardt e é o primeiro em que o tribunal admite Incidente de Assunção de Competência (IAC). O processo começou a tramitar como apelação cível, de autoria da União e da ANP, na 4ª Turma do TRF-5.

No recurso, a Agência e União buscavam reformar a sentença do juízo da 10ª Vara Federal de Pernambuco, que considerou ilegais as resoluções 43/2009 e 41/2013 da ANP, permitindo que os produtores de etanol hidratado em Pernambuco, Alagoas e Sergipe vendessem o produto diretamente aos postos de combustíveis.

A 4ª Turma resolveu submeter a matéria ao plenário do TRF-5. De acordo com o relator, “discute-se a validade das Resoluções da Agência Nacional de Petróleo que impedem a venda de etanol diretamente do produtor para revendedor varejista de combustível”.

Ele considerou que há relevância no tema. “O provimento final, seja ele em que sentido for, terá repercussões significativas não apenas para as esferas jurídicas dos litigantes, mas para a dos demais agentes do mercado de combustíveis, para os consumidores, para a economia de um modo geral, para o Fisco e até, mesmo, para o ambiente, aí incluído o cumprimento de acordos internacionais nessa área”, afirma.

No processo, a ANP alega que as resoluções editadas repetem sistemática de controle vigente há mais anos no ordenamento jurídico. Para a agência, a interferência do Poder Judiciário é ofensiva ao princípio da separação dos poderes.

Durante a tramitação da ação, outros agentes do mercado manifestaram interesse no debate legal, como o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), a Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustível (BrasilCom) e a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Notícia na íntegra

Fonte: Consultor Jurídico/Novacana

11. Biosev reduz hedge de açúcar para produzir mais etanol

A Biosev, unidade da Louis Dreyfus, diminuiu seu hedge para o preço do açúcar na safra atual em relação ao ano anterior, já que a empresa vê espaço para aumentar a produção de etanol.

Em 30 de junho, a Biosev, segunda maior produtora de açúcar do país, havia fixado os preços para 86% de suas exportações esperadas de açúcar na temporada 2019-20, uma queda em relação aos 98% fixados para a safra corrente há um ano. As usinas da empresa conseguiram superar seus próprios limites, transferindo níveis recordes de caldo de cana para produzir o biocombustível, disse Dorothea Soule, diretora comercial da Biosev, em entrevista por telefone.

O mix de etanol da companhia aumentou para 66,3% no trimestre encerrado em 30 de junho, superando o recorde anterior para o período, de 64,9% alcançado um ano antes.

"Estamos criando espaço para maior produção de etanol, já que nossa flexibilidade industrial para produzir o biocombustível está superando as expectativas", disse Soule.

Um boom na demanda por etanol no país tem puxado os preços em um momento de elevada oferta sazonal, o que tipicamente reduz as cotações. Na semana passada, os preços pagos às usinas subiram pela quinta semana consecutiva, sendo negociados a níveis 26% mais altos que há um ano. Isso tem ampliado o prêmio do etanol sobre o açúcar uma vez que, desde que a safra do país começou em abril, os contratos futuros do adoçante acumulam queda de 8% em Nova York, ainda afetados pelos altos estoques globais.

A Biosev, controlada por uma das maiores tradings de açúcar do mundo, não está otimista para os preços futuros do açúcar. É improvável que as cotações da commodity superem 0,13 centavos de dólar por libra-peso em Nova York, um nível que impulsionaria as exportações da Índia. A Biosev registrou prejuízo trimestral menor na comparação anual, com a ajuda do corte de despesas, o que parcialmente compensou a queda na produção.

"Mesmo com a redução da moagem da cana, obtivemos melhores resultados operacionais no trimestre", disse o presidente da Biosev, Juan Blanchard, em entrevista por telefone.

Notícia na íntegra

Fonte: Bloomberg/Udop

12. OMC autorizou abertura de painel contra a Índia, diz Unica

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), que representa as usinas de açúcar e etanol do Centro-sul do Brasil, informou, nesta quinta-feira (15/8), que a Organização Mundial do Comércio (OMC) aceitou o pedido de abertura de painel contra a Índia, por conta de subsídios à produção de açúcar local. Segundo a nota oficial da entidade, a OMC abrirá três painéis, com as queixas feitas por Brasil, Austrália e Guatemala.

Acreditamos que o painel abra um espaço político para o estabelecimento de diálogo com o governo e o setor produtivo da Índia na busca por soluções de mercado, que se sustentem no longo prazo, para a produção de açúcar local, como a adoção do etanol combustível em larga escala", diz, na nota, o diretor executivo da Unica, Eduardo Leão.

De acordo com a Unica, os questionamentos feitos pelos três países na OMC têm diferenças pontuais. No entanto, tocam no mesmo problema: os elevados preços mínimos pagos pela cana e os subsídios à exportação de açúcar por parte do governo indiano. Segundo o comunicado da entidade, a cana é fonte de renda para cerca de 35 milhões de produtores rurais indianos.

A entidade informa ainda que seus executivos já estiveram na Índia por pelo menos duas vezes para discutir questões ligadas à produção. Uma nova missão ao país deve ser realizada em novembro. Ainda de acordo com a Unica, a Global Sugar Alliance Aliança Global do Açúcar), entidade que reúne o setor produtivo de vários países produtores da commodity trabalhará na busca de alternativas para o país.

Notícia na íntegra

Fonte: Globo Rural/Udop

Grãos e Grandes Culturas

13. CMN prorroga pagamento de parcelas de dívidas de arrozeiros

Em reunião extraordinária, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a prorrogação dos prazos para que produtores de arroz paguem suas parcelas de crédito de custeio contratado na Safra 2018/19 que venceram ou venceriam entre julho e agosto.

O segmento rizicultor do Rio Grande do Sul vinha pressionando o governo há meses a adotar medidas de apoio ante o quadro crônico de endividamento vivido no Estado, que lidera a produção de arroz no país. Nas últimas semanas, os ministros da Economia, Paulo guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina, vinham articulando essa e outras medidas de socorro aos arrozeiros gaúchos.

Com a medida, os bancos ficam autorizados a prorrogar o vencimento desses créditos e os produtores terão mais três meses para quitar os débitos em parcelas mensais — a primeira prestação vencerá em outubro.

De acordo com o Ministério da Economia, a relação entre os custos variáveis de produção e o preço médio no Rio Grande do Sul aumentou 25% entre as safras de 2012/13 a 2016/17 e as safras de 2017/18 a 2018/19.

“Essa evolução do custo indica compressão das margens dos produtores de arroz, o que compromete a capacidade de pagamento dos financiamentos, particularmente das operações de custeio contratadas a partir do ano agrícola 2018/2019”, afirmou o ministério.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

14. Estoque de suco de laranja brasileiro deverá aumentar neste ciclo 2019/20

Os estoques de suco de laranja brasileiro na rede global de distribuição das três grandes indústrias (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company) representadas pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) somavam 253.181 toneladas em 30 de junho, 26,2% menos que no fim do primeiro semestre de 2018 (342.967).

Segundo a entidade, esse volume final, calculado a partir de auditorias independentes em cada uma das três empresas, ficou 12,7% maior que o estimado em fevereiro. O patamar ainda é considerado baixo, o que seria um alento em tempos de preços em queda no mercado internacional, mas a tendência é que os estoques aumentem nos próximos meses diante do crescimento da safra atual de laranja no cinturão formado por São Paulo e Minas Gerais, o maior do planeta.

"A tendência é mesmo de aumento, mas o tamanho desse aumento vai depender do comportamento da demanda", afirmou Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR. Ele evitou fazer projeções, mas fontes do segmento realçaram que, em 30 de junho de 2020, os estoques deverão subir para entre 300 mil e 500 mil toneladas. "O problema é que 200 mil toneladas é um volume muito grande nesse mercado, o que gera incertezas", disse um analista.

Diante dos incrementos das produções de laranja e suco projetados se as exportações brasileiras de suco mantiveram a baixa média registrada na temporada 2018/19 (77,15 mil toneladas por mês), graças à queda das vendas para EUA e União Europeia, os estoques poderão chegar a 500 mil toneladas. Mas se os embarques mensais superarem 90 mil toneladas, como em julho (primeiro mês deste ciclo 2019/20), o volume ficará mais próximo das 300 mil toneladas.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

15. China compra mais soja brasileira

Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quinta-feira (15.08) com preços médios da soja nos portos do Brasil sobre rodas para exportação avançando 0,28%, para a média de R$ 85,40/saca no mercado spot. Desta forma, ganhos da exportação em agosto avançaram para 10,49%.

“A forte queda de 1,50% na cotação do dólar somada à queda de 0,86% na cotação da soja em Chicago, nesta quinta-feira, não foram suficientes para colocar os preços da soja no território negativo, porque os prêmios tiveram alta substancial, entre 10 e 20 cents/bushel”, explica o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco.

Isto é sinal, de acordo com o especialista, do aumento da demanda chinesa sobre a soja da América do Sul, especialmente Brasil e Argentina: “Como noticiamos ontem, houve a compra de 14 cargos e hoje mais 4, totalizando cerca de 1,08 milhão de toneladas. Com isto, os preços oferecidos pelas Tradings nos portos brasileiros subiram”.

“A China comprou mais quatro cargos nesta quinta-feira, na América do Sul. No Brasil houve vendas de Origem de mais 120 mil toneladas. Na Argentina os agricultores venderam mais 300 mil toneladas somente hoje, fugindo dos eventuais problemas político-econômicos e aproveitando a alta do dólar, com boa participação dos exportadores”, ressalta ainda Pacheco.

No mercado interno, porém, os preços médios oferecidos pelas indústrias esmagadoras recuaram 0,05% para R$ 78,39/saca, reduzindo os ganhos do mês para 8,35%.

Notícia na íntegra

Fonte: Agrolink

Siga nossas Redes Sociais

Receba nossas Notícias

SiteLock