Conjuntura do Agronegócio

1. “Agricultura sente impacto das políticas de Trump”

Os dois primeiros anos do governo de Donald Trump incluíram uma “enxurrada” de políticas e ações que afetaram a indústria agrícola norte-americana, segundo John Stewart, gerente de assuntos governamentais para a American Feed Industry Association (AFIA). Ele disse ainda que o surgimento de uma nova lei agrícola, da renegociação acordos comerciais e o aumento a tensão com a China sobre as tarifas acabaram tendo efeitos no setor.

"Certamente vimos alguma tensão continuar a se acumular e estamos nos aproximando rapidamente do dia do acordo com a China para chegar a um acordo comercial ou entendimento", disse ele durante um Tech Talk na International Production & Processing Expo (IPPE) em Atlanta, nos Estados Unidos. "Temos algumas poucas semanas até que algo precise ser oferecido ou aumentemos as tarifas sobre os produtos chineses mais uma vez”, completa.

A AFIA anunciou quer trabalhar com a administração e o Congresso para garantir que os Estados Unidos não nivelem mais tarifas que resultem em ações adicionais de retaliação. Em julho passado, Trump anunciou tarifas de 25% sobre vários produtos chineses e a China respondeu com tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA, incluindo a soja. Antes da guerra comercial, a China era o maior comprador de soja dos EUA, comprando de 30 a 35 milhões de toneladas por ano.

O Congresso deve começar as discussões em abril, mas está aguardando os relatórios de várias agências governamentais, incluindo a agricultura, sobre o impacto que o acordo renegociado terá. "Estamos tentando resolver muitas peças comerciais de uma só vez, e tem sido uma estrada interessante. O Congresso tem estado muito disposto a discutir alguns deles, mas, novamente, grande parte dessa autoridade cabe à administração”, conclui.

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Fonte: Agrolink

2. PIB do agronegócio cresce juntamente com agtechs

Já é de conhecimento geral que a união do ecossistema de startups focadas em agronegócio e de grandes empresas do setor é promissora e pode gerar grandes frutos. O Brasil possui um grande potencial para crescer, ainda mais, neste segmento. O ano de 2018, por exemplo, mesmo que conservador, o setor agro impulsionou um avanço no PIB (Produto Interno Bruto) bastante positivo, crescendo 2,5% e registrando R$ 61,9 bilhões. Segundo o IBGE, a alta se deve principalmente à lavoura , que teve safra relevante no terceiro trimestre e também pela produtividade refletida na relação entre produção e área plantada.

Um dos desafios vigentes para quem trabalha neste meio, por exemplo, é alimentar a população mundial que alcançará 9 bilhões de habitantes em 2050, segundo previsões. Em prol do futuro, empresas desenvolvem e pensam uma realidade populacional com menos desperdício, melhor distribuição de recursos, fontes de energia renováveis, entre outros pontos. Grandes nomes do setor público e privado de todo o Brasil trabalham em prol desta demanda seja na conexão de investidores com agtechs, investimento em pesquisa ou como agtechs no desenvolvimento de soluções para o campo.

De acordo com recente mapeamento da ABStartups (Associação Brasileira de Startups) o país conta hoje com 182 agtechs ativas. Como expoente de sucesso no meio das startups, esta a Agrosmart, plataforma de agricultura digital líder na América Latina, que tem como principal objetivo ajudar produtores rurais a tomarem melhores decisões no campo e serem mais resiliente às mudanças climáticas. O uso do sistema permite economizar até 60% de água, 30% de energia e aumentar a produtividade em até 15%, tornando o cultivo mais inteligente.

Como exemplos de empresas brasileiras destinadas a investir em inovação no meio agro, a SP Ventures, que realiza a compra de participação acionária em empresas de tecnologia inovadora e com alto potencial de crescimento. O objetivo é tornar-se sócia de empreendedores com potencial de transformar o país. Além de investimento financeiro, a equipe da SP Ventures trabalha intensamente com os seus empreendedores para transformar pequenos negócios em grandes companhias de alto impacto.

Já a Fundepag, com seus 40 anos de história, incentiva pesquisas em todos os setores que compõe o meio agro: horticultura, pecuária, pesca, entre outros. Ela aproxima pesquisadores, institutos, hubs de inovação e de novos negócios em expansão e ecossistema de empreendedorismo em prol do crescimento do setor. Com atuação nacional, a Fundepag tem hoje como parceiros mais de 48 organizações de ciência e tecnologia e já realizou mais de mil eventos de transferência de conhecimento, 6 mil projetos, além de contar com mais de 2.500 financiadores públicos e privados.

Unindo estes pilares, o setor agro nacional garante mais longevidade e eficiência para cumprir os desafio que virão. O segmento mais rico do país tem um horizonte tech e próspero a sua frente.

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Fonte: Agrolink

3. Ministra visita produção de acerola orgânica do projeto Tabuleiros Litorâneos, no Piauí

Na primeira etapa da viagem de quatro dias ao Nordeste, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitou na tarde desta quinta-feira (14), em Parnaíba, no Piauí, o Perímetro Irrigado Tabuleiros Litorâneos do Piauí, que produz, em plena caatinga, frutas orgânicas, como a acerola.

Os alimentos colhidos no projeto viram matéria-prima para a produção de polpas de frutas, que são exportadas para países como Estados Unidos e Alemanha e vendidas no mercado interno para os estados de Pernambuco, Maranhão e Ceará.

O carro-chefe dos Tabuleiros Litorâneos é mesmo a acerola orgânica, que é exportada por uma multinacional. Além da acerola, o projeto se destaca na produção de melancia, caju, melão, mamão e outros alimentos. O Tabuleiros Litorâneos está iniciando também a implantação da pecuária de corte.

O projeto foi implantado em 1989 e está sob responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Utiliza o Rio Parnaíba para irrigar uma área que atualmente abrange 800 hectares, sendo que ainda há outros 2.443 hectares equipados e prontos para o manuseio da terra. O potencial total de irrigação é de 8.428 hectares, que deverão ser usados na segunda etapa do projeto.

Em agosto de 2018, foi assinada a segunda etapa do Tabuleiros Litorâneos, com previsão de investimento federal de R$ 27 milhões. O objetivo é estimular ainda mais a fruticultura irrigada e ampliar o potencial de comercialização para mercados internos e externos, gerando novos empregos e mais renda na região. Ao todo, serão, aproximadamente, seis mil hectares irrigados, o equivalente a 430 lotes agrícolas destinados a pequenos produtores e cooperativas da região. A expectativa é de gerar cerca de dois mil novos postos de trabalho na segunda fase do projeto.

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Fonte: Mapa/Agrolink

Insumos

4. Lucro líquido da Zoetis aumentou 65% em 2018, para US$ 1,4 bi

A americana Zoetis, uma das maiores indústrias veterinárias do mundo, reportou nesta quinta-feira um lucro líquido de US$ 345 milhões no quarto trimestre, superando em mais de quatro vezes o lucro de US$ 81 milhões registrado no mesmo intervalo de 2017. No acumulado de 2018, o lucro aumentou 65%, para US$ 1,43 bilhão.

No quarto trimestre, a receita líquida da Zoetis atingiu US$ 1,5 bilhão, aumento de 7% na comparação com as vendas de US$ 1,4 bilhão reportadas no mesmo período do ano anterior. A receita líquida de 2018, por sua vez, aumentou 9%, de US$ 5,3 bilhões para US$ 5,8 bilhões.

De acordo com a Zoetis, a receita com as vendas de medicamentos para animais de produção (aves, bovinos, suínos, entre outros) somou US$ 872 milhões no quarto trimestre, queda de 2% ante a receita de US$ 891 milhões apurada no mesmo intervalo de 2017.

Em todo o ano passado, as vendas de medicamentos para animais de produção aumentaram 4%, de US$ 3 bilhões para US$ 3,1 bilhões.

No caso dos animais de companhia (cães e gatos, principalmente), as vendas renderam US$ 664 milhões no quarto trimestre, aumento de 18% na comparação com os US$ 561 milhões dos últimos três meses de 2017.

No acumulado de 2018, as vendas da Zoetis no segmento de animais de companhia aumentaram 17%, de US$ 2,2 bilhões para US$ 2,6 bilhões.

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Fonte: Valor Econômico

5. Brasil pode dobrar orçamento para subsidiar seguro agrícola no próximo ano

O Brasil pode dobrar seu orçamento para subsídios dos prêmios de seguros agrícolas em 2020, declarou o secretário de Política Agrícola do país nesta quinta-feira, aparentemente contrariando a promessa do novo governo de reduzir os gastos públicos em vista da crescente dívida.

O governo pode ampliar seu orçamento para os prêmios de seguros contra potenciais perdas de colheitas para 1 bilhão de reais, ante 440 milhões de reais em 2019, informou em entrevista Eduardo Sampaio, secretário de política do Ministério da Agricultura.

O valor atual subsidia seguros para cobertura de cerca de 6,8 milhões de hectares, ou menos de 10 por cento da área total plantada no Brasil, segundo dados do governo.

De acordo com Sampaio, os níveis dos subsídios para empréstimos agrícolas e seguros para a próxima safra estão sendo negociados pelos ministérios da Agricultura e Economia e pelo Banco Central, e números específicos ainda serão definidos.

A negociação destaca um confronto entre o Ministério da Economia, que tem intenção de cortar gastos diante da grande dívida pública e abraçar o livre mercado, e interesses específicos como os do setor agrícola, que procura manter os benefícios para a área.

Os dois lados concordaram em promover mudanças graduais, sem diminuição abrupta no crédito para o próximo Plano Safra, enquanto a redução da intervenção do governo nos mercados agrícolas se dará em médio prazo, disse Sampaio.

"Não haverá uma ruptura, mas um movimento no sentido de maior racionalização, modernização, com menos intervenção do Estado", declarou.

O governo também concordou em manter financiamentos para pequenos e médios produtores, enquanto os empréstimos subsidiados aos produtores maiores serão cortados gradualmente, apontou Sampaio.

A expectativa é de que os empréstimos de 194 bilhões de reais no atual Plano Safra (2018/19) sejam mantidos ou ampliados para a próxima temporada, disse ele.

As mínimas recordes na taxa Selic permitem ao governo que libere mais empréstimos a taxas de juros similares, enquanto gasta a mesma quantidade de dinheiro, acrescentou Sampaio.

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Fonte: Reuters/UDOP

6. Indústria de máquinas deve elevar investimento em 2019, mas abaixo da média dos últimos anos

Os fabricantes de máquinas e equipamentos devem elevar em 30 por cento o investimento de 2019, para mais de 2,7 bilhões de reais, mas o valor deve se manter abaixo da média dos últimos anos, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela associação que representa o setor, Abimaq.

Segundo a associação de fabricantes, a micro e pequenas empresas e médias companhias do setor estão se mostrando mais dispostas a ampliar investimentos este ano, com previsão de crescimentos de 48,7 e 50,3 por cento, respectivamente. Nas grandes empresas, o investimento deve subir 17,9 por cento, mostrou o levantamento da entidade.

O setor é formado por cerca de 8.500 empresas no país e nos últimos anos vinha investindo uma média de 4,5 bilhões de reais ante "bons anos", entre 2010 e 2014 em que o investimento chegou a cerca de 8 bilhões a 9 bilhões de reais por ano.

A entidade afirmou que 35,5 por cento dos investimentos esperados em 2019 devem ser destinados para modernização tecnológica, 30,5 por cento para reposição de máquinas depreciadas, 24 por cento para ampliação da capacidade industrial e 10 por cento em outras áreas.

"O que deverá impulsionar os investimentos é a nova rodada de concessões de setores de infraestrutura", afirmou o presidente da Abimaq, João Marchesan, em comunicado à imprensa. "Os investimentos devem ganhar mais fôlego somente no segundo semestre, quando algumas reformas forem aprovadas e o nível de ociosidade for reduzido. Hoje ele se encontra em 25 por cento", acrescentou.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

Proteína Animal

7. Credores aprovam plano de recuperação da Seara Agroindustrial

A Seara Agroindustrial informou nesta quinta-feira que foi aprovado o plano de recuperação judicial da empresa no dia 5 de fevereiro. O processo tramitava no Tribunal de Justiça do Paraná, na comarca de Sertanópolis, cidade sede da empresa.

A assembleia geral foi realizada na cidade de Londrina, no Paraná. O passivo do grupo é de aproximadamente R$ 2,7 bilhões, com cerca de R$ 2,2 milhões em dívidas trabalhistas, R$ 1,3 bilhão de dívidas com garantia real, R$ 1,4 bilhão sem garantia real e R$ 2,7 milhões em dívidas com micro e pequenas empresas.

A empresa atua como trading de grãos e não tem qualquer relação com a JBS, que por sua vez atua com a marca Seara nos mercado de carnes de frango e suína. Dentre os principais credores está a CHS, detentora de um crédito de US$ 218 milhões, além da unidade local do banco holandês Rabobank, o grupo suíço Credit Suisse e a subsidiária brasileira da Bunge.

A empresa, que entrou com pedido de recuperação em abril de 2017, obteve a aprovação de seu plano junto a 91,3% dos credores. Para ser aprovado, o plano precisava ter o voto favorável de 50% dos credores de cada uma das quatro classes. Dentro de cada uma delas, a aprovação deu-se com um percentual de 100% na classe trabalhista, 62,06% dos credores com garantia real, 86,4% dos credores sem garantia e 96,1% dos detentores de dívidas de micro e pequenas empresas.

O acordo, segundo nota da Seara, está pautado no financiamento do devedor em posse (financiamento DIP) na criação de unidades produtivas isoladas (UPIs), na implementação de gestão profissional do negócio e na criação de subclasses de credores estratégicos.

As UPIs poderão ser adquiridas pelos credores da segunda classe — majoritariamente bancos — sobre imóvel a partir do lançamento do crédito, como parte do valor a ser pago. Com a implementação de gestão profissional do negócio, as sociedades empresárias passam a ser administradas pela empresa de consultoria americana Alvarez & Marçal.

A classe de credores trabalhistas receberá em 30 dias úteis e sem deságio. Os produtores rurais receberão crédito sem deságio em até 30 dias úteis após a realização do financiamento DIP.

A segunda classe foi dividida em credores com garantias reais elegíveis (aqueles que possuem garantia sob a forma de hipoteca e/ou alienação fiduciária sobre os ativos estratégicos) e credores com garantias reais não elegíveis. Os primeiros poderão utilizar seu crédito para lançar como parte do pagamento das UPIs criadas pelo plano de recuperação judicial.

Para as micro e pequenas empresas, o plano prevê um deságio de 70% da dívida, carência de 24 meses e pagamento em 18 parcelas anuais.

O caso está sendo conduzido pela banca de advogados A Santos Advogados, especializada em direito de insolvência, com sedes nas capitais Curitiba e São Paulo.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Marfrig faz primeira exportação de carne bovina do Uruguai ao Japão

A brasileira Marfrig Global Foods, segunda maior empresa de carne bovina do mundo, fez hoje o primeiro embarque de carne bovina do Uruguai para o Japão. Na semana passada, o governo japonês habilitou frigoríficos uruguaios para exportar ao país asiático.

Em nota, a Marfrig informou que as vendas da carne uruguaia ao foram comercializadas pelo National Beef, frigorífico americano controlado pela empresa brasileira.

De acordo com a Marfrig, a carga enviada ao Japão inclui hambúrgueres e cortes de carne bovina resfriada.

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Fonte: Valor Econômico

9. Ritmo de crescimento dos abates de bovinos desacelera, aponta IBGE

O ritmo de crescimento dos abates de bovinos no país perdeu força no quarto trimestre, conforme dados preliminares divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre outubro e dezembro, 8,1 milhões de cabeças de gado foram abatidas, crescimento de 0,4% ante igual intervalo de 2017. Até então, os abates vinham registrando uma taxa de crescimento anual superior a 3%, reflexo da maior oferta de gado. Recentemente, alguns analistas começaram a apontar que o ciclo estaria se revertendo, o que resultaria em oferta mais restrita de gado para os frigoríficos.

Graças ao maior peso médio dos bovinos, os abates renderam 2,05 milhões de toneladas de carcaças, aumento 0,9% em relação ao quarto trimestre de 2017. Na mesma base de comparação, as aquisições de couro pelos curtumes aumentaram 2%, a 8,9 milhões de peças.

Na indústria de carne suína, os abates voltaram a crescer no quarto trimestre, conforme o IBGE. No período, os abates de suínos somaram 11,1 milhões de cabeças, volume 0,4% superior ao registrado em igual período de 2017. Apesar disso, o preço menor das carcaças provocou a redução da produção de carne suína. No quarto trimestre, os abates renderam 970,5 mil toneladas de carcaças de suíno, queda de 1,5%.

No setor avícola, a crise decorrente dos embargos internacionais e do preço mais alto dos grãos ainda teve reflexo. Segundo o IBGE, os abates de frangos somaram 1,4 bilhão de cabeças no quarto trimestre, queda de 0,9% na comparação anual. Esses abates renderam 3,34 milhões de toneladas em carcaças, diminuição de 0,5% ante igual intervalo de 2017.

Por outro lado, os avicultores de postura aumentaram a produção. Entre outubro e dezembro, produção de ovos de galinha foi de 928,4 milhões de dúzias no quarto trimestre, a maior na série da pesquisa do IBGE. Trata-se de um aumento de 8,2% ante as 858,2 milhões de dúvidas reportadas no último trimestre do ano anterior.

No relatório preliminar, o instituto também divulgou os dados sobre a aquisição de leite cru pelos laticínios. No quarto trimestre, 6,7 bilhões de litros aumentaram 2,5% ante o mesmo intervalo de 2017.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Vendas de etanol hidratado bateram recorde em janeiro, diz Unica

Mais competitivo do que a gasolina, o etanol hidratado registrou vendas recorde em janeiro na região Centro-Sul do país, informou hoje a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

No primeiro mês de 2019, as vendas do biocombustível somaram 1,8 bilhão de litros, crescimento de 32,4% na comparação com o total de 1,38 bilhão de litros comercializado em janeiro do ano passado.

Em comunicado, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, se disse surpreso com o desempenho. Segundo ele, janeiro é um mês em que geralmente o consumo total de combustíveis leves cai 13%.

O cenário é positivo para as vendas de etanol devido ao estoque elevado do biocombustível, conforme o Valor mostrou. Por conta do volume estocado, preço do etanol está abaixo da paridade de 70% sobre a gasolina. Acima desse patamar, o combustível fóssil é considerado mais competitivo para os consumidores.

Produção quinzenal

A Unica também divulgou hoje os dados de processamento de cana-de-açúcar e produção de açúcar e álcool na segunda quinzena de janeiro.

A safra 2018/19, que teve início em abril do ano passado, já está praticamente encerrada, com poucas usinas ainda em funcionamento no Centro-Sul, principal região produtora de açúcar e etanol. Segundo a Unica, quatro usinas de cana e oito de milho ainda estão em operação.

Na segunda quinzena de fevereiro, 563 mil toneladas foram moídas, aumento de 33,9% na comparação com as 421 mil toneladas do mesmo período da safra 2017/18.

No acumulado da safra 2018/19 (entre abril e janeiro), 563,3 milhões de toneladas de cana foram processadas pelas usinas do Centro-Sul, o que representa uma queda de 3,5% ante as 583,8 milhões de toneladas de cana moídas em igual intervalo da safra anterior.

Na segunda quinzena de janeiro, a produção de açúcar no Centro-Sul foi de 5 mil toneladas, aumento de 41,2% ante as 4 mil toneladas produzidas um ano antes. Desde o início da safra 2018/19, a produção de açúcar totalizou 23,3 milhões de toneladas, queda de 26,4%.

A queda da produção de açúcar reflete a maior preferência das usinas pelo etanol, que rendeu maior rentabilidade às usinas ao longo da safra. Na segunda quinzena de janeiro, a produção de etanol hidratado totalizou 44 milhões de litros, queda de 62,3%.

No acumulado da safra, a produção de etanol hidratado aumentou 43,3%, para 21,14 bilhões de litros. A produção de etanol anidro (que é misturado à gasolina), por sua vez, caiu 13,4%, para 9,1 bilhões de litros.

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Fonte: Valor Econômico

11. Demanda por energia renovável crescerá 175% no Brasil até 2040, diz BP

A demanda por energias renováveis — sobretudo biocombustíveis — deve aumentar 175% entre 2017 e 2040 no Brasil, conforme projeção divulgada nesta quinta-feira pela companhia britânica de energia BP.

Esse crescimento deve representar o equivalente a 71 milhões de toneladas em equivalente petróleo. Pelas projeções da BP, o crescimento da demanda anual por energias renováveis será de 4,5%.

Na prática, esse aumento significa uma desaceleração no ritmo de expansão da demanda por energias renováveis. De 1995 a 2017, a demanda por renováveis cresceu 7,6% ao ano no Brasil, segundo a BP.

Pelas projeções, o Brasil deve se manter como o segundo maior consumidor de biocombutíveis em 2040, atrás apenas dos Estados Unidos. Os americanos consomem etanol de milho, e os brasileiros, de cana.

Em 2040, os biocombustíveis ocuparão 22% do consumo total de combustíveis líquidos no Brasil, conforme a BP.

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Fonte: Valor Econômico

12. Saint-Louis Sucre vai parar produção de açúcar em duas unidades na França

A Saint-Louis Sucre informou nesta quinta-feira que paralisará a produção de açúcar em duas de suas instalações francesas, como parte de um plano de reestruturação mais abrangente em sua dona, a Suedzucker, maior refinadora de açúcar da Europa.

A empresa irá parar produções nas instalações de Eppeville e Cagny no primeiro semestre de 2020, enquanto seguirá produzindo em duas outras localidades francesas, declarou uma porta-voz.

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Fonte: Reuters/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Indústrias de suco de laranja buscam espaço para elevar exportação

Se o jogo transcorre sobre um mapa-múndi que muda de forma e encolhe conforme a areia enche a parte de baixo da ampulheta, para avançar não há alternativa a não ser atacar as fileiras adversárias de olho nos danos aos quais suas próprias bases estão expostas. Rapidamente.

Assim é o tabuleiro no mercado global de suco de laranja, cuja demanda em geral está em queda em meio a um lento deslocamento do consumo de países desenvolvidos para mercados emergentes e onde os exportadores se espremem entre preços relativamente baixos e aumento dos custos logísticos.

Tais “regras” estão sendo consolidadas há mais de uma década, e as indústrias exportadoras de suco brasileiro, que dominam mais de 80% das exportações, nunca precisaram tanto da ajuda do governo para defender seu quinhão e encontrar caminhos para tentar ampliá-lo.

Em recentes reuniões em Brasília nos ministérios da Agricultura e da Economia, a CitrusBR, que representa Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company, que concentram os embarques, expôs sua agenda para tentar elevar, em até US$ 300 milhões, vendas que têm rendido cerca de US$ 2 bilhões por ano.

Essa agenda, que sem a ajuda do governo ficará no papel, tem três capítulos principais: China, Coreia do Sul e Estados Unidos. Nos dois países asiáticos, o consumo de suco de laranja tem crescido, ao passo que nos EUA, que também exportam a commodity, a ideia é aproveitar brechas geradas por problemas que ceifaram a oferta local nos últimos anos.

Na China, diz Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, o problema é a variação tarifária que incide sobre a entrada do suco de laranja congelado e concentrado (FCOJ) a depender da temperatura. Até 18ºC negativos, a taxa é de 7,5% sobre o valor da venda, mas de 17,9ºC negativos para cima, passa a ser de 30%.

As indústrias brasileiras exportam para o mercado chinês pagando a tarifa de 7,5%, mas para isso transportam o produto em tambores, e não a granel — ou seja, perdem escala e competitividade e veem suas margens diminuírem.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela CitrusBR, na safra 2017/18, que terminou em julho, os embarques à China alcançaram 39,4 mil toneladas, 33,2% mais que em 2016/17, e renderam US$ 79,9 milhões, um aumento de 45,6% na comparação.

É pouco diante de exportações que em 2017/18 totalizaram 1,15 milhão de toneladas (US$ 2,1 bilhões), mas os esforços em driblar a grande variação tarifária se justificam pelo acelerado ritmo de aumento do consumo de suco de laranja no mercado chinês.

Como já informou o Valor, estudo da consultoria Markestrat, com sede em Ribeirão Preto (SP), mostrou que, de 2003 a 2017, a demanda da China por suco cresceu 184%, para 130 mil toneladas, enquanto o mercado global recuou 21,6%, a 1,9 milhão de toneladas.

A queda foi determinada por um forte arrefecimento das vendas em mercados tradicionais como EUA, Alemanha e França, nos quais os exportadores de suco brasileiro fincaram há décadas suas bandeiras e nadaram de braçada enquanto o suco de laranja não enfrentava tantas bebidas concorrentes mais baratas.

E o tombo poderia ter sido maior, não fossem os investimentos brasileiros na promoção da bebida na Europa e o aumento das vendas de suco não concentrado (NFC) para aquele mercado, ainda o principal para o produto brasileiro no exterior Não há, portanto, fronteira melhor para tentar recuperar o brilho de outrora como a China. “Precisamos acabar com esse gatilho entre tarifa e temperatura, que não é usual no comércio internacional. Se as indústrias conseguirem a escala necessária [com vendas a granel], poderão inclusive investir em terminais próprios no país”, afirma Ibiapaba.

O dirigente esteve na embaixada chinesa em Brasília há algumas semanas e acredita que esse avanço com infraestrutura própria naquele país não enfrentará resistência de Pequim, porque a produção local é basicamente formada por mexericas e o mercado chinês de laranja de mesa é quatro vezes maior que o de laranja para a produção de suco.

No que se refere à Coreia do Sul, o problema começa na América do Norte. Ocorre que EUA e México negociaram com Seul a derrubada da tarifa ad valorem de 54% que continua a incidir sobre o suco brasileiro, e a CitrusBR confia que nas negociações entre Mercosul e Coreia do Sul, que estão começando, essa desvantagem poderá ser corrigida.

Segundo dados da entidade, o Brasil chegou a vender 30 mil toneladas ao mercado coreano quando as condições concorrenciais eram isonômicas, mas nos últimos anos o volume zerou. Recuperar o volume perdido não será difícil, desde que o governo aja para derrubar a taxa que hoje só prejudica o Brasil.

Essa perda de vendas para os EUA na Coreia do Sul, por outro lado, reforça a certeza dos exportadores de suco brasileiro que é possível ampliar os embarques para o mercado americano, de preferência a partir do fim da tarifa de US$ 415 por tonelada que onera o FCOJ do Brasil nas exportações para os Estados Unidos.

Mesmo com a taxa, os EUA já são um importante destino das vendas, já que a produção da Flórida caiu na última década por causa do avanço da doença conhecida como greening nos pomares. Mas quem tem conquistado mais espaço no copo do Tio Sam é o México.

Em meados da década passada, lembra Ibiapaba, os mexicanos exportavam cerca de 30 mil toneladas de suco para os EUA, enquanto o Brasil chegava a embarcar 200 mil toneladas. Hoje, o volume brasileiro caiu para 140 mil toneladas e o mexicano se aproxima de 120 mil.

Com a produção local limitada pelo greening e a boa rentabilidade das exportações americanas, raciocina Ibiapaba, tem sobrado pouco suco, a preços salgados, para o mercado doméstico, e o Brasil pode aproveitar a lacuna.

“Com o carimbo ‘made in Florida’, o suco americano sai do país com prêmios. Não precisamos competir nessa faixa. O suco brasileiro já representa 25% do consumo nos EUA e essa fatia pode crescer. Chegamos a responder por 90% das importações americanas, mas hoje ficamos com entre 50% e 60%”, afirma. Nesse processo, o fato de as indústrias brasileiras manterem produção nos EUA pode ser considerado um trunfo.

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Fonte: Valor Econômico

14. Clima afeta colheita de soja no Paraguai

O clima seco e quente que vem prejudicando as lavouras de soja em regiões produtivas do Brasil também afeta os campos do Paraguai. De acordo com a Câmara Paraguaia de Exportadores e Comerciantes de Cereais e Oleaginosas (Capeco), 1,3 milhão de toneladas da oleaginosa deixarão de ser colhidas por causa das intempéries.

Se confirmada a previsão, a colheita do país vizinho ficará próxima de 8 milhões de toneladas nesta temporada 2018/19, distante das 10 milhões registradas nos últimos ciclos. "As primeiras variedades que foram plantadas em setembro sofreram muito no início, e as variedades de plantio em outubro também tiveram uma importante recaída, que ainda não conseguimos avaliar", afirmou Luis Cubilla, assessor da Capeco à consultoria Trigo & Farinhas.

Em relatório para clientes, a consultoria diz, ainda, que o assessor da Capeco relatou que, em termos gerais, o rendimento das lavouras "não é bom". Até o momento, 70% da área semeada com soja no Paraguai foi colhida, o equivalente a 3,5 milhões de hectares.

Conforme dados no site da Capeco, a indicação de dezembro era de produtividade de 1.500 quilos a 1.800 quilos por hectare. Posteriormente, os rendimentos médios melhoraram e superaram os 2.200 quilos por hectare em janeiro.

Com a ajuda de agricultores brasileiros, o Paraguai tornou-se um importante "player" no mercado de soja nos últimos anos. Em 2017/18, foi o terceiro maior exportador do grão, atrás de Brasil e EUA, e passou a Argentina, onde houve quebra de safra.

Conforme a Capeco, em 2018 os embarques somaram 6,25 milhões de toneladas, e 67% do total ficou na Argentina. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) calcula que o Paraguai tenha exportado 6 milhões de toneladas na safra 2017/18 e projeta 5,6 milhões para 2018/19.

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Fonte: Valor Econômico

15. Cancelamento de compra chinesa derruba soja

O preço da soja na Bolsa de Cereais de Chicago registrou na quinta-feira (14.02) baixa de 13,00 pontos no contrato de Março/19, fechando em US$ 9,035 por bushel. Os demais vencimentos em destaque da commodity na CBOT também fecharam a sessão com desvalorizações entre 12,50 e 13,00 pontos.

Os principais contratos futuros caíram forte no mercado norte-americano da soja, com um decepcionante relatório de vendas de exportação. “Isso foi principalmente devido a cancelamentos líquidos de 807.000 MT para a China, com 444.000 MT em cancelamentos adicionais por [destinos] desconhecidos”, aponta o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.

De acordo com a Consultoria AgResource, a especulação entrou em um movimento de manada no lado das vendas de commodities agrícolas em Chicago: “Desde que o USDA voltou do recesso do Governo após a paralisação imposta por Trump, os relatórios do Departamento de Agricultura têm trazido os dados atrasados e não publicados no recesso”.

“Nesta semana, foram divulgadas as vendas de exportação de grãos estadunidenses para a semana encerrada no dia 3 de janeiro de 2019, que trouxeram um acumulado muito baixo para o milho e trigo, enquanto que os totais para a soja somaram um negativo de 600 mil toneladas. Ou seja, mais contratos foram cancelados do que adicionados naquela semana. A grande maioria destes cancelamentos veio de supostas vendas já firmadas para a China. A notícia trouxe uma ‘surpresa’ aos operadores do mercado”, concluem os analistas da ARC Mercosul.

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Fonte: Agrolink

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