Conjuntura do Agronegócio

1. Maggi aconselha novo governo a evitar enfrentamento com China e árabes

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta sexta-feira que já aconselhou sua sucessora, a deputada Tereza Cristina (DEM-MS), a viajar à China e ao Oriente Médio a fim de manter parcerias comerciais com o agronegócio brasileiro.

Maggi também recomendou ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro que não cause problemas e evite “enfrentamentos” com esses que estão entre os principais compradores de produtos agropecuários do Brasil.

O setor vem demonstrando grande preocupação com possíveis retaliações dos chineses e de países árabes após as críticas feitas por Bolsonaro ao gigante asiático durante a campanha e em razão da possível transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jesrusalém.

“Se não temos condição de sermos líderes globais, porque fazer enfrentamento? Criar ambiente ruim de negócios significa problemas para nossas empresas e cooperativas e isso vai bater lá no campo, nos produtores”, afirmou Maggi durante entrevista coletiva na qual fez um balanço de sua gestão de dois anos e meio à frente da Pasta.

O ministro enfatizou que a futura ministra precisa ter como foco a continuidade à política de consolidação e abertura de mercados internacionais para os produtos agropecuários brasileiros. E citou a expectativa de que Pequim possa habilitar o maior número possível dentre os 78 frigoríficos de carne bovina e de frango que passaram recentemente por uma auditoria por amostragem de técnicos chineses.

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Fonte: Valor Econômico

2. Bolsonaro analisa potencial de reservas de potássio, cálcio e magnésio

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse hoje, em uma postagem no Twitter, que está analisando o potencial de exploração de reservas de potássio, cálcio e magnésio no país junto com os futuros ministros de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, e da Agricultura, Tereza Cristina.

“Junto aos futuros ministros de Minas e Energia e Agricultura, estamos analisando o potencial de exploração de reservas de potássio, cálcio e magnésio em regiões do nosso país. Hoje, mesmo com as maiores reservas, dependemos de matéria prima importada para produzir fertilizantes”, escreveu na rede social.

Na última terça-feira, ao ser perguntado sobre as ações da pasta para 2019, Albuquerque disse que os desafios são “enormes”.

"Não só no setor elétrico, mas também na questão de óleo e gás, da mineração tem a cessão onerosa, tem Itaipu, daqui a pouco vamos ter que discutir o contrato de Itaipu. E na questão de energia elétrica é aquilo: fornecer energia mais barata para o consumidor e para aquele que está investindo no país, que vai começar a crescer”, afirmou

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Fonte: Valor Econômico

3. Ministério da Agricultura terá estrutura inchada a partir de 2019

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento terá, a partir de 1º de janeiro, uma estrutura inchada pela reforma administrativa do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Englobará outros ministérios, secretarias, departamentos e até programas de outras pastas. O organograma da equipe de transição prevê mudanças internas e até mesmo do nome do órgão para Ministério do Alimento e Desenvolvimento Rural.

A ideia de mudança na denominação foi da futura ministra, deputada federal Tereza Cristina (DEMMS), e surgiu logo no início da transição. No entanto, diante da reação negativa de auxiliares e entidades do setor agropecuário, esse novo nome ainda é incerto. Na equipe de transição há quem fale em uma simplificação para apenas Ministério da Agricultura. O detalhamento final da estrutura será feito na próxima semana pela ministra indicada.

Pelo organograma, a ideia de se criar o status de vice-ministros também foi abandonada. No desenho, Tereza Cristina terá um staff direto formado por 12 órgãos. Entre eles estão a Secretaria-Executiva, a ser ocupada pelo deputado federal Marcos Montes (PSD-MG), a Chefia de Gabinete, a Consultoria Jurídica, a Corregedoria-Geral e assessorias de Comunicação e Eventos, Gestão Estratégica e Parlamentar.

Abaixo da futura ministra, no segundo escalão, ficarão sete secretarias. Uma delas, a Secretaria de Assuntos Fundiários, terá status diferenciado e será comandada pelo presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia. Apoiador de primeira hora de Bolsonaro, ele terá uma secretaria de Natureza Especial (NE no organograma), com um orçamento e estrutura jurídica próprios e independência em relação ao secretário-executivo.

Entre as outras secretarias, permanecem a de Defesa Agropecuária (SDA), comandada por José Guilherme Tollstadius Leal, auditor fiscal, e a de Política Agrícola (SPA), com o assessor técnico Eduardo Sampaio Marques no comando. Ambos são funcionários de carreira do ministério. Pela nova estrutura, a SPA controlará o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), uma forma de trazer as questões climáticas para a formulação de políticas agrícolas.

A rebatizada Secretaria de Comércio e Relações Internacionais ficará com o diretor do Departamento de Promoção Comercial e de Investimentos do Itamaraty, embaixador Orlando Leite Ribeiro. A nova Secretaria de Agricultura Familiar e do Cooperativismo terá no comando Fernando Schwanke, ex-prefeito de Rio Pardo (RS). Ele foi indicado pelo deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), novo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) em substituição a Tereza Cristina.

A Secretaria de Aquicultura e Pesca sairá do atual Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) na reforma administrativa e voltará ao Ministério da Agricultura. Para comandá-la foi indicado Jorge Seif Júnior, empresário catarinense do setor e pescados. Ele é filiado ao PSL e sua indicação é do próprio Bolsonaro, amigo da família.

Sem nome para o comando até o momento, a nova Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Inovação tentará centralizar as pesquisas do setor agropecuário e trabalhará em conjunto com institutos estaduais, além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e outros órgãos. A nova pasta terá como subordinada a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).

No processo de inchaço, a nova estrutura do Ministério da Agricultura receberá órgãos e departamentos da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. O antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário foi levado para a Casa Civil no governo de Michel Temer. O atual Ministério do Desenvolvimento Social cederá programas, como o de alimentos e da agricultura de subsistência. A Secretaria de Desenvolvimento Rural e Extrativismo e o Serviço Florestal Brasileiro, ambos do Ministério do Meio Ambiente, ficarão com a Agricultura.

Serão mantidos como órgãos estatais específicos e independentes a Embrapa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa-MG), a Companhia de Armazéns e Silos do estado de Minas Gerais (Casemg), a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), atualmente órgão independente no governo federal, ficará com o Ministério da Agricultura. No organograma aparece também a Fundação Nacional do Índio (Funai), grafada em vermelho. A futura ministra Tereza Cristina recusou a Funai e o órgão, que está no Ministério da Justiça, vai para o novo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

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Fonte: Estadão Contaúdo/Canal Rural

Insumos

4. Projeto quer incentivar compra de maquinário agrícola que utilize energia renovável

Foi aprovado na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 6325/16, que pretende incluir linhas de crédito para compra de equipamentos rurais que usem energias renováveis. O estímulo deve ser concedido especialmente para agricultores familiares, segundo informa a Agência Câmara.

Segundo o relator da proposta, deputado federal Marcon (PT-RS), o país "Já possuí linhas de crédito destinadas à agricultura familiar para a aquisição de equipamentos para a produção de energia elétrica a partir das fontes eólica, solar e biomassa", disse. "A aquisição de equipamentos para a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis representa uma garantia a mais."

Atualmente, a política agrícola incentiva prioritariamente a construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e termoelétricas e aproveitamento de resíduos agrícolas; atividades de eletrificação rural; e programas de florestamento energético, entre outros.

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Fonte: Datagro/UDOP

5. Edição genética ajudaria a cumprir demanda de alimentos

Um novo relatório intitulado "Criando um Futuro Alimentar Sustentável", lançado pelo World Resources Institute (WRI) indicou que a utilização de técnicas de edição genética poderia auxiliar a cumprir a alta demanda de alimentos no futuro. Isso porque o relatório indicou que demanda por alimentos aumentará em mais de 50%, com uma queda nos produtos de origem animal estimada em 70%.

O relatório observa que o mundo deve impulsionar a produção de alimentos em terras agrícolas existentes e que os organismos geneticamente modificados (OGMs) e a edição genética podem ajudar a tornar a melhoria das culturas mais eficiente para aumentar os rendimentos. Segundo o relatório, não há provas de que os OGM tenham qualquer efeito adverso na saúde humana.

De acordo com a publicação, será preciso reduzir a demanda por alimentos, reduzindo também a perda e o desperdício de alimentos, consumindo menos carne, usando alimentos e rações ao invés de biocombustíveis, e reduzindo o crescimento da população, atingindo os níveis de fertilidade de reposição. Além disso, aumentar a produtividade agrícola e pecuária para níveis superiores ao histórico, mas na mesma superfície e parar o desmatamento, restaurar terras degradadas e vincular os rendimentos à proteção de paisagens naturais também é necessário.

O relatório, que foi produzido pelo WRI em parceria com o Banco Mundial, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e as agências francesas de pesquisa agrícola CIRAD e INRA, indica também que é necessário melhorar a aquicultura e gerir a pesca selvagem de forma mais eficaz, usando tecnologias inovadoras e métodos agrícolas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa.

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Fonte: Agrolink

6. Sindirações aposta em crescimento de 3% nas vendas em 2019

“Apesar das incertezas econômicas, o setor de alimentação animal vai registrar um crescimento razoável neste ano que está se findando.” A frase é de Ariovaldo Zani, executivo do Sindicato Nacional de Indústria de Alimentação Animal para explicar o crescimento de cerca de 0,8% registrado nas vendas em 2018.

Foram produzidas 72,3 milhões de toneladas de ração contra 71,7 milhões no ano passado. Ariovaldo lembra que os primeiros meses de 2018 foram prejudicados pela alta nos preços de grãos como soja e milho e, principalmente, pela greve dos caminhoneiros.

O Sindirações chegou até a esperar queda na comercialização de rações. Ariovaldo diz que houve reação no segundo semestre e as vendas melhoraram.

Ele adianta que o Sindirações está otimista em relação a 2019. “Projetamos um crescimento de 3%”, crava. Ele acredita que a posse do presidente Bolsonaro e a renovação do Legislativo devem aliviar a tensão dos empreendedores, contribuindo para a geração de empregos e alivio da tensão dos consumidores.

Ele acredita também no incremento das exportações de carne e que o brasileiro deverá consumir mais o produto.

Além disso, a expectativa é de uma safra generosa, o que infuenciará positivamente na queda de custos nas fazendas. “Eu lembro que 70% dos custos são com proteína animal”, diz.

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Fonte: Globo Rural

Proteína Animal

7. Pesquisa alerta para a presença de bactérias na carne suína

As três principais redes varejistas do país - Grupo Pão de Açúcar (GPA), Carrefour e Walmart - entraram na mira de organizações não-governamentais de defesa de saúde animal. Relatório divulgado na quinta-feira pela World Animal Protection, com base em pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), chamou atenção para a detecção de bactérias resistentes a antibióticos "criticamente importantes" para a saúde humana em carne suína vendida nessas redes varejistas.

O tema é sensível. Nos últimos anos, o aparecimento de super-bactérias resistentes a antibióticos mobilizou ativistas em diversas partes do mundo em busca de mudanças na forma como os antibióticos são utilizados na pecuária. Até países como os EUA, historicamente mais liberais no que diz respeito às práticas veterinárias, endureceram as regras e proibiram o uso de antibióticos importantes para a saúde humana em animais, para evitar o desenvolvimento de resistência.

Comumente, criadores de aves e suínos utilizam antibióticos (cefalosporina, ampicilina, sulfanamidas e amicacina, entre outros) como promotores de crescimento. A prática vem sendo criticada, embora veterinários aleguem que os hospitais ainda são o principal vetor do aparecimento de super-bactérias.

Ao Valor, a professora responsável pelo estudo da USP, a veterinária Terezinha Knobl, afirma que as bactérias resistentes são um problema global. "Isso requer um olhar mais atento para uma política de controle e os países estão adotando medidas". Ela pondera que o resultado da pesquisa deve ser encarado sem alarde porque não aponta um "risco imediato" para o consumidor.

No relatório, a World Animal Protection menciona estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo a qual cerca de 700 mil pessoas morrem por ano no mundo em razão de infecções hospitalares por bactérias resistentes aos antibióticos. Até 2050, o número de mortes pode alcançar 10 milhões por ano. Além do Brasil, a organização também fomentou pesquisas paralelas na Tailândia, Espanha e Austrália - e apenas neste último não houve detecção de bactérias resistentes a antibióticos importantes em humanos.

No Brasil, a World Animal Protection coletou 100 amostras de carne suína em supermercados do Extra, Walmart, Carrefour e Pão de Açúcar em São Paulo. Desse total, 92% estavam contaminadas com a bactéria E. Coli, que pode provocar intoxicações alimentares se o produto não for cozido corretamente.

Após detectar as bactérias, a pesquisa conduzida pela USP testou sua resistência a determinados antibióticos. No caso das amostras colhidas em lojas de Extra e Pão de Açúcar, do GPA, foi confirmada a resistência da E. Coli ao antibiótico amicacina. Também foi detectada a resistência da bactéria Salmonela a sulfonamidas. Conforme o relatório, a amicacina é considerada pela OMS como antibiótico de "máxima importância crítica à saúde humana", ao passo que as sulfonamidas são "altamente importantes à saúde humana".

Procurado, o GPA informou que comercializa apenas carne suína de frigoríficos fiscalizados pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF). "O GPA está comprometido a construir um plano de melhorias para o bem-estar animal na cadeia de suínos".

No Carrefour, foi detectada a presença de E. Coli resistente a cefalosporina e ampicilinba, antibióticos de "máxima importância crítica à saúde humana". A rede informou que, com o apoio da World Animal Protection, "aprimora sua política voltada ao bem-estar animal na cadeia de carne suína. A companhia já adota controles de qualidade para os produtos de origem animal que comercializa, incluindo sua marca própria, que atende a legislação vigente além de rígidas normas internas exigidas de seus fornecedores".

No caso do Wal-Mart, a pesquisa detectou a presença de E. Coli resistente à ceftiofur e colistina, também considerados de "alta importância e máxima importância crítica à saúde humana". Desde 2016, o uso de colistina como promotor de crescimento é proibido no Brasil, mas permitido, desde que sob prescrição veterinária, para uso terapêutico.

Procurado, o Walmart informou que audita todos os fornecedores de carnes. "Os fornecedores das lojas citadas no estudo foram auditados recentemente e, em todos os casos, tiveram uma avaliação 18 pontos percentuais acima da média aceita por critérios internacionais. A companhia também ressalta que os índices apresentados na pesquisa estão dentro dos exigidos pelo mercado".

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Alimentação do rebanho é o maior problema da pecuária de leite

A alimentação inadequada ou insuficiente do rebanho é responsável pelo baixo desempenho da produção brasileira de leite, especialmente nas pequenas e médias propriedades. O problema foi considerado o mais importante da pecuária leiteira nacional por técnicos e pesquisadores que atuam no Balde Cheio, programa da Embrapa que capacita profissionais da extensão rural.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Brasil tem pouco mais de um milhão de propriedades leiteiras, responsáveis pela produção de 35 bilhões de litros de leite por ano. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho, apenas a metade desse contingente pode ser considerada de produtores comerciais (que entregam leite aos laticínios).

“Embora o Brasil tenha fazendas com produtividade comparável à dos maiores países do mundo, a grande maioria dos produtores brasileiros tira em torno de 100 litros por dia”, diz o pesquisador. E são essas pequenas e médias propriedades que sofrem o problema da alimentação do rebanho.

O Balde Cheio, programa que permitiu esse diagnóstico, completou 20 anos em 2018 e já atendeu cerca de dez mil pecuaristas. O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste Artur Chinelato, idealizador do programa, já visitou centenas de propriedades no País e afirma que a alimentação dos animais é a principal responsável pela baixa produtividade das fazendas que ingressam no Balde Cheio. É tão comum que o cientista criou até uma brincadeira com os produtores que aumentam a produção quando corrigem a alimentação do rebanho: pedir perdão às vacas por as terem tratado tão mal.

A afirmação de Chinelato é compartilhada por todos os técnicos e pesquisadores do programa. O engenheiro-agrônomo Walter Miguel Ribeiro, coordenador do Balde Cheio em Minas Gerais pela Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), insiste em suas palestras que a genética só vai se tornar um gargalo quando a vaca estiver sendo alimentada com qualidade e quantidade suficientes. “Às vezes a vaca não mostra sua qualidade genética em termos de produção de leite porque está passando fome”, alerta.

Segundo Ribeiro, os produtores acreditam que, para produzir muito, o animal tem que comer ração; por isso, não se preocupam em ter um bom volumoso (capim, silagem, feno etc com bom teor de nutrientes) na propriedade ou mesmo água de qualidade. “Visitamos muitas fazendas onde os animais ainda bebem água em córregos ou em buracos cheios de lama”, relata ao frisar que em condições assim, o resultado da produção é influenciado diretamente.

Como calcular o pasto suficiente

De modo geral, as pastagens rotacionadas são a forma mais comum para alimentar o rebanho. A área de pastagem depende da capacidade de investimento do produtor. As adubações para recuperar a fertilidade do solo precisam ser mantidas. A área máxima trabalhada no primeiro ano é definida pela seguinte equação: número de vacas em lactação dividido por dois, e o resultado deve ser dividido por dez, que é a lotação mínima de vacas por hectare, esperada em pastagens corretamente adubadas e manejadas. Por exemplo, um rebanho com média de 20 vacas em lactação ao longo do ano deve trabalhar no primeiro ano com um hectare de pastagem rotacionada.

Cada propriedade deve definir qual o alimento volumoso será utilizado no período de menor produção das gramíneas forrageiras tropicais. As opções podem ser cana-de-açúcar, palma forrageira, feno ou silagens. O uso de alimentos concentrados também é estudado caso a caso, considerando o nível de produção, a qualidade do volumoso e a viabilidade econômica local.

O Balde Cheio é um projeto de capacitação continuada de profissionais que atuam na extensão rural, utilizando uma pequena propriedade de cunho familiar como “sala de aula prática”. Nesse ambiente, instrutores, técnicos e produtores combinam as tarefas a serem executadas na propriedade leiteira, visando torná-la eficiente e rentável. Artur Chinelato afirma que o programa não utiliza um pacote tecnológico fixo. “Os técnicos são treinados a interpretar as diferenças agroecológicas de cada propriedade, assim como a complexidade dos diferentes perfis de produtores.” O treinamento aplica conceitos de produção intensiva de leite.

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Fonte: Embrapa/Canal Rural

9. Tereza Cristina promete suspender importação de leite do Mercosul

Em reunião com representantes dos produtores rurais de todo o país, a futura ministra da Agricultura sinalizou medidas para o desenvolvimento do setor. A suspensão das importações de leite do Mercosul estaria entre as prioridades.

Segundo o vice-presidente da FAEMG, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Rodrigo Alvim, essa tem sido uma das principais demandas do agronegócio junto ao governo Federal há alguns anos. A tarifa zero entre os membros do Mercosul e a ausência de uma negociação de cota, colocam os produtores nacionais em situação de extrema desvantagem.

Comentário

“A CNA e suas federações têm atuado firmemente nesse sentido. A FAEMG representa os produtores de Minas, que responde por mais de ⅓ da produção nacional, e é o estado que mais sente os impactos da importação. A produção brasileira de leite cresceu nos últimos anos. É uma importação injustificada e que cria um ambiente altamente prejudicial ao setor.

As diferenças no custo de produção (encargos trabalhistas, questões tributárias, clima, meio ambiente, entre outros) geram para os vizinhos uma vantagem comparativa, com as quais nem mesmos os produtores mais competitivos levam vantagem. Quando criado o ‘Mercado Comum Europeu’ foram definidas cotas para os países membros, exatamente para que não houvesse uma concorrência predatória entre os mesmos. No Mercosul, o país membro com maior mercado consumidor, sofre com a concorrência dos que não têm mercado”.

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Fonte: FAEMG/Notícias Agrícolas

Agroenergia

10. Na COP24, setor de biocombustíveis propõe maior mistura de etanol

Entidades ligadas à produção de biocombustíveis da Europa, Brasil e Estados Unidos propuseram uma mistura padrão de 10% ou mais de etanol na gasolina como contribuição para reduzir as emissões de carbono na matriz de transportes. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira (14/12) pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Segundo a entidade que representa as usinas de açúcar e etanol do Centro-sul do Brasil, a proposta foi feita na Conferência da ONU sobre o Clima (COP 24), em Katowice, na Polônia. Baseia-se no mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que destacou a necessidade de triplicar o uso de biocombustíveis nos transportes até o ano de 2030.

"Os negociadores em Katowice encontraram evidências de que o setor de transportes está drasticamente atrasado", menciona a Unica, em nota. Para a entidade que representa as usinas de açúcar e etanol do Centro-sul do Brasil, enquanto países desenvolvidos ainda discutem "de forma desnecessária" a indústria do petróleo, deixam de produzir bilhões de litros de etanol.

"O etanol não trouxe apenas redução de emissões nos transportes do Brasil, quando comparado a outros países, mas também trouxe independência econômica e desenvolvimento rural", afirma, na nota, a presidente da Unica, Elisabeth Farina.

Citado pela entidade na nota, Craig Willis, da Growth Energy, dos Estados Unidos, afirmou que o etanol é o combustível que mais contribui com o progresso climático no transporte. Mas existe ainda uma grande oportunidade de aplicação nas economias mais ricas e nas em desenvolvimento.

"O etanol anidro funciona de forma segura e eficiente em todos os veículos movidos a gasolina, reduz de 43% a 100% as emissões de gases causadores de efeito estufa se comparado ao combustível fóssil", diz ele.

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Globo Rural/Nova Cana

11. Posição da ANP sobre venda direta de etanol traz insegurança jurídica, diz Plural

Um relatório da reguladora ANP para venda direta de etanol hidratado das usinas aos postos traz insegurança jurídica para o setor de distribuição de combustíveis e também não representa o “processo correto” na análise do assunto, afirmou nesta sexta-feira o presidente da associação Plural, Leonardo Gadotti.

Na véspera, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis disse que não há óbices regulatórios para a venda direta de álcool, mas é preciso um equacionamento da questão tributária do PIS/Cofins e do ICMS.

A avaliação partiu de um grupo de trabalho que analisou o tema, após uma Tomada Pública de Contribuição (TPC) aberta pela ANP. O setor de distribuição também participou da consulta, segundo a reguladora.

De acordo com Gadotti, a ausência justamente de definições acerca da parte tributária torna o processo incorreto, pois cria uma “regra definitiva provisória”, abrindo espaço para problemas relacionados à sonegação de impostos, por exemplo.

“De certa maneira, isso traz instabilidade para o mercado. O papel da gente, entre outros, é manter a preservação do ambiente concorrencial... Para esse setor interessa uma competitividade maior, mas em um ambiente concorrencial, em um mercado livre, que traga essa competitividade”, destacou o presidente da Plural, entidade que responde pelas distribuidoras no país.

Atualmente, tramita no Congresso uma proposta de reforma tributária apoiada pelo governo de Michel Temer com a unificação do PIS/Cofins e do ICMS, com outros tributos, na forma de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). A equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro também analisa a possibilidade do IVA, mas estuda outras abordagens./p>

A venda direta de etanol por usinas aos postos, sem intermediação de distribuidores, é um pleito antigo de parte do setor sucroenergético brasileiro e ganhou maior apelo após os protestos de caminhoneiros, em maio, quando houve grande desabastecimento de combustíveis no país.

Um projeto permitindo esse tipo de comercialização chegou a ser aprovado no Senado, mas na Câmara dos Deputados a resolução teve o pedido de urgência rejeitado este ano.

O presidente da Plural avaliou ainda que o setor sucroenergético não dispõe de infraestrutura para distribuição de etanol e que o período de produção, durante a safra de cana, não abarca um ano todo, durando em torno de nove meses, de abril a dezembro.

"Na hora em que se propor a atender o varejo, não terá produto para 12 meses. A gente se preocupa com o movimento da agência (ANP), porque não conseguimos entender... Isso traz instabilidade jurídica, não fo oportuna, careceu de suporte técnico melhor”, concluiu.

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Fonte: Reuters/NovaCana

12. Etanol hidratado sobe 0,29% e anidro avança 0,11% nas usinas

O preço do etanol hidratado nas usinas paulistas avançou 0,29% na semana passada, de R$ 1,6641 o litro para R$ 1,669 o litro, em média, de acordo com o indicador divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).

O valor anidro subiu 0,11%, de R$ 1,8263 o litro para R$ 1,8283 o litro, em média.

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Fonte: Agência Estado/Nova Cana

Grãos e Grandes Culturas

13. Demanda da China por soja americana frustra expectativa

Apesar de a China ter voltado a realizar compras de grandes volumes de soja americana, os investidores não reagiram com o otimismo esperado. Na quinta-feira, foi confirmada a venda de um lote com 1,13 milhão de toneladas ao gigante asiático, e no dia seguinte foram mais 300 mil toneladas.

Mesmo assim, os contratos futuros do grão com vencimento em março caíram 6,75 centavos de dólar (0,73%) na bolsa de Chicago, e encerraram a sessão de sexta-feira a US$ 9,1375 o bushel. No acumulado da semana passada, os contratos da oleaginosa caíram 1,6%.

Colaborou para a queda justamente a decepção com o volume de compras efetivado pela China, disse Luiz Fernando Gutierrez Roque, analista da consultoria Safras & Mercado. Segundo Vinícius Xavier, analista da INTL FCStone, ainda falta um fator mais concreto para que as cotações de soja apresentem recuperação maior na bolsa de Chicago. "Ainda temos a sobretaxa [da China, de 25%]. O Donald Trump fala muita coisa, mas vemos poucos atos", disse o analista.

Desde que o presidente dos Estados Unidos e Xi Jinping, o mandatário chinês, anunciaram uma trégua na guerra comercial entre os dois países, o mercado vem trabalhando com a expectativa de que a China poderia comprar no curto prazo de 5 milhões e 8 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos, aliviando o excedente de estoques americanos.

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostram que, desde o início da safra 2018/19, em 1º de setembro, até 6 de dezembro, foram vendidas apenas 340 mil toneladas de soja dos EUA à China. No mesmo período de 2017, foram 17 milhões de toneladas.

O ritmo lento atual das vendas, motivado pela taxação imposta por Pequim em meio às disputas com Washington, ampliou consideravelmente os estoques americanos. E o último relatório do USDA estimou que as reservas alcançarão 24,5 milhões de toneladas no fim da atual safra (2018/19). É mais que o dobro do volume estocado no fim de 2017/18.

Embora tenham decepcionado os investidores na bolsa de Chicago, as compras de soja americana pela China nos últimos dias estão em linha com a estratégia de suprimento do país asiático. O Brasil, seu principal fornecedor, está na entressafra, enquanto há soja em abundância, e mais barata, nos Estados Unidos.

"O Brasil nunca poderia fornecer toda a soja que a China precisa. Então, em última análise, a China foi levada de volta à soja dos EUA. E acho que é conveniente para eles fazerem isso agora", afirmou o analista do banco ING Bank, Robert Carnell, à BBC. Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações brasileiras de soja à China aumentaram 20,4% ante igual período do ano passado - somaram 60,1 milhões de toneladas, o equivalente a 80,5% do total exportado pelos chineses. Ocorre que, no momento, os preços da soja americana estão competitivos mesmo com os 25% de sobretaxa aplicada pela China. No mesmo período do ano passado, a soja era negociada por volta de US$ 9,7875 por bushel em Chicago - 7% mais que o atual nível.

No médio prazo, porém, os riscos de queda para os preços soja persistem. Se um acordo comercial definitivo entre China e EUA ocorrer apenas no primeiro bimestre, os preços poderão cair mais. Isso porque a safra brasileira, estimada em 120,1 milhões de toneladas, estará saindo dos campos apta a disputar, com vantagem, o mercado chinês.

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Fonte: Valor Econômico

14. Novos limites para micotoxinas desafiam indústria do trigo

A partir de 1º de janeiro, todos os pacotes de farinha e farelo de trigo, biscoitos e massas terão limites mais rigorosos para o teor de micotoxinas - substâncias tóxicas produzidas por fungos que atacam as lavouras do cereal -, conforme definiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A cadeia do trigo já sabe disso há bastante tempo, dado que a vigência das novas regras foi postergada por dois anos para o segmento se adequar, mas as pesquisas para reduzir a contaminação nas lavouras avançaram pouco nesse tempo.

Com isso, as mudanças poderão levar a indústria a ter que importar mais trigo em safras domésticas marcadas por maior contaminação. O Brasil já é um dos maiores importadores de trigo do mundo. Neste ano, o Brasil deverá importar cerca de 60% do trigo que consome, sobretudo da Argentina.

Limites máximos de micotoxinas começaram a entrar em vigor em 2012. Desde então, vêm sendo reduzidos progressivamente pela Anvisa. Em alimentos à base de trigo, a principal micotoxina é o Desoxinivalenol (DON), que em altas doses pode provocar desde vômitos e diarreia até, em níveis muito elevados, hemorragias generalizadas e morte.

A incidência do DON no trigo decorre da infestação do fungo giberela nas lavouras, que aparece quando o tempo está muito úmido na fase final do cultivo.

Na safra brasileira atual, recém-colhida, relatos da indústria indicam que algumas áreas produtoras do Rio Grande do Sul e do sul do Paraná que receberam mais chuvas que a média histórica na colheita tiveram algum nível de infestação de giberela. Os levantamentos ainda não foram concluídos, mas já foram identificados lotes com DON acima do nível máximo atual permitido pela Anvisa.

Desde que começou a discussão sobre os limites máximos de micotoxinas, em 2011, a Biotrigo Genética vem realizando pesquisas para desenvolver variedades mais resistentes ao fungo. O problema, segundo André Cunha Rosa, diretor da companhia, é que o perfil da planta, com muitos genes, torna longo o processo de desenvolvimento de variedades - cerca de oito anos.

"Achávamos, em 2011, que teríamos algo em 2020, mas já vimos que não. Também não teremos em 2025 e talvez nem em 2030".

Com 75% de participação no mercado de sementes de trigo no país, a Biotrigo já desenvolveu 15 variedades com resistência à giberela que, em condições normais de temperatura e pluviosidade, dão conta de impedir a infestação do fungo. Mas a contrapartida é um índice de produtividade agrícola entre 10% e 15% menor que o de outras variedades não resistentes.

Em anos em que ocorre "incidência epidêmica" de giberela, porém, as variedades não são suficientes. Rosa avalia que a incidência epidêmica do fungo pode acontecer uma vez a cada cinco safras, e calcula de uma a duas incidências mais fracas nesse período.

Enquanto a produção nacional de trigo estiver suscetível à incidência do fungo, a solução para a indústria deverá ser recorrer ao cereal de outros países. "A solução pode ser trazer mais trigo de outros países, principalmente da Argentina, que não tem esse problema", diz Daniel Kümmel, presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado do Paraná (Sinditrigo).

Dependendo da quantidade de trigo contaminada por DON na safra recém-colhida no país, pode ser que os moinhos já busquem mais cereal em outros mercados, afirma Luiz Carlos Caetano, assessor técnico da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

"O grande problema da micotoxina é climático. Em anos em que não há problema, a questão da micotoxina não vem à tona e atende-se à lei perfeitamente. Nesse ano, houve problema climático", diz Caetano.

Enquanto o desenvolvimento genético de trigo não deslanchar, ele defende que os produtores invistam mais na aplicação de fungicidas. Para Rosa, a aplicação adequada de fungicida e do produto apropriado já faz diferença para evitar a contaminação por giberela.

Para o produtor, eventuais cargas rejeitadas pelos moinhos por não se encaixarem nos limites de micotoxinas podem ser vendidas como ração. Mas, em anos de maior incidência de fungo, isso pode inclusive desvalorizar o trigo vendido para essa finalidade, observa Hugo Godinho, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da secretaria de Agricultura do Paraná.

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Fonte: Valor Econômico

15. Oferta global de café superará demanda em 10,9 mi sacas em 2018/19, diz USDA

A produção global de café excederá a demanda em 10,9 milhões de sacas de 60 quilos em 2018/19, previu o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) nesta sexta-feira, na sua segunda previsão da temporada, conforme a produção no Brasil e no Vietnã atinge máximas recordes.

A produção global de café foi elevada para 174,5 milhões de sacas, ante 171,2 milhões na previsão de junho.

O consumo deve atingir uma recorde de 163,6 milhões de sacas, um pequeno aumento ante a estimativa anterior de 163,2 milhões.

Os estoques finais globais, como resultado, devem aumentar 7,1 milhões de sacas, para 37,1 milhões, os maiores níveis desde 2014/15.

Grande parte do aumento da oferta é devido ao Brasil, onde o tempo favorável permitiu uma safra recorde.

O USDA aumentou a previsão para produção de café brasileira a 63,4 milhões de sacas, contra sua estimativa de junho de 60,2 milhões.

No Vietnã, a produção também está estimada em níveis recordes, devendo chegar a 30,4 milhões de sacas, versus 29,9 milhões na previsão anterior.

O tempo bom e o aumento da área plantada impulsionaram a colheita vietnamita.

O USDA reduziu a sua previsão para as importações dos Estados Unidos para 26,5 milhões de sacas, ante 27 milhões em junho. Mesmo assim, a cifra representa um aumento de 2,1 milhões de sacas na comparação anual.

Já as importações da União Europeia devem crescer 1,1 milhão de sacas em 2018/19, alcançando 48,5 milhões de sacas, 500 mil sacas a mais do que na estimativa de junho.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

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