Clipping Agribusiness | 18 de dezembro
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Comissão na Câmara aprova PL que prevê indenização sobre áreas preservadas
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou proposta que obriga o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a incluir no cálculo da indenização a ser paga ao dono de terra desapropriada para reforma agrária o valor da vegetação nativa e o pagamento por serviços ambientais (gastos com a preservação de áreas naturais próprias). A informação consta no site da Câmara dos Deputados.
O projeto altera a lei que autoriza a desapropriação, para reforma agrária, de terras que não cumprem a sua função social (Lei 8.629/93). A norma prevê a indenização do proprietário que perderá a posse da terra, e o valor recebido levará em conta a localização, a aptidão agrícola, a dimensão, a área ocupada e as benfeitorias.
Entretanto, o Incra não leva em conta a cobertura vegetal no cálculo da indenização, sob o argumento de que essas áreas preservadas não podem ser utilizadas para fins econômicos. Conforme a nota, o projeto de lei 8212/14, de autoria do deputado André de Paulo (PSD-PE), recebeu parecer favorável do deputado Evandro Roman (PSD-PR), que recomendou a aprovação do substitutivo elaborado pelo deputado Nilton Tatto (PT-SP), que relatou o projeto na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. "A proposta original foi alterada para uma redação mais clara que leve em conta toda a vegetação preservada", diz. Agora, o projeto será analisado agora em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural
2. Criação da Reserva Raposa Serra do Sol será revista, diz Bolsonaro
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse hoje (17) que a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, pode ser explorada e que as tribos indígenas receberiam royalties por isso. Segundo o futuro presidente, é preciso explorar a área de “forma racional”.
Bolsonaro fez a afirmação após inaugurar o terceiro colégio militar do estado do Rio de Janeiro, no município de Duque de Caxias, que recebeu o nome de Percy Geraldo Bolsonaro, em homenagem ao seu pai, falecido em 1995.
“É a área mais rica do mundo. Você tem como explorar de forma racional. E no lado do índio, dando royalty e integrando o índio à sociedade”, disse Bolsonaro, referindo-se à terra indígena.
A Raposa Serra do Sol foi identificada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) nos anos 1990, demarcada no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) e homologada em 2005, pelo seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2017, a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou que todos os órgãos do governo federal deverão adotar o entendimento firmado no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Terra Indígena Raposa Serra do Sol nos processos de demarcação de terras indígenas.
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Fonte: Agência Brasil/Notícias Agricolas
3. Exportações do campo aumentam 18% em novembro e atingem US$ 8,4 bi
Puxadas por soja, milho e produtos florestais, as exportações brasileiras do agronegócio voltaram a registrar alta expressiva em novembro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pelo Ministério da Agricultura, somaram US$ 8,4 bilhões, 18,3% a mais que no mesmo mês do ano passado.
Na mesma comparação, e impulsionadas pelo trigo, as importações aumentaram 2,2%, para US$ 1,2 bilhão. Com isso o superávit setorial ficou em US$ 7,2 bilhões, um incremento de 21,4%. O valor dos embarques do agronegócio representou, segundo o ministério, 40% do total exportado pelo país no mês passado, ante 42,4% em novembro de 2017.
Como já haviam apontado dados divulgados no início do mês pela Secex, o destaque do setor foi a manutenção do ritmo forte de exportações de soja, embora novembro seja um mês de entressafra no qual normalmente essas vendas são mais modestas.
Segundo o ministério, o grão e seus derivados lideraram a pauta e geraram US$ 2,5 bilhões em divisas, 97,5% mais que em novembro do ano passado. Em seguida vieram carnes (US$ 1,3 bilhão, queda de 2,5%), produtos florestais (US$ 1,2 bilhão, aumento de 18,6%), cereais, farinhas e preparações (US$ 761,4 milhões, alta de 29,5%) e açúcar e etanol (US$ 638,6 milhões, baixa de 26,4%).
Para o avanço das exportações do complexo soja, informou o ministério, pesou a disparada dos negócios com o grão. Esses embarques alcançaram 5,1 milhão de toneladas, 136,6% mais que no mesmo mês de 2017 e um recorde para meses de novembro. “Além disso, o preço médio do produto subiu 3,8%, para US$ 395 por tonelada”, informa levantamento divulgado pela Pasta.
Esse resultado foi diretamente influenciado pela demanda da China, muito mais aquecida que o normal para o mês em virtude das disputas comerciais entre Pequim e Washington, que têm provocado a retração das compras chinesas do grão americano.
E graças a esse movimento, a China ampliou sua liderança como principal destino das exportações brasileiras do agronegócio. A fatia das compras do país asiático (US$ 2,9 bilhões) no total chegou a 34,5% no mês passado, ante 18% em novembro de 2017.
Essa grande participação chinesa também é sustentada pelas carnes, mas, no total, as exportações brasileiras recuaram nessa frente — 2,5% na comparação, para pouco menos de US$ 1,3 bilhão. A queda foi determinada por reduções nas áreas de carnes de frango e suína, apenas parcialmente compensados pela carne bovina.
Segundo o ministério, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram US$ 617,8 milhões, 4,8% mais que em novembro de 2017. No caso da carne bovina in natura, houve um novo recorde para o mês (US$ 521,8 milhões).
Com os resultados de novembro, os embarques do agronegócio do país alcançaram US$ 93,2 bilhões nos primeiros 11 meses deste ano, 4,6% mais que em igual intervalo de 2017, também impulsionados pelo “mutualismo” entre Brasil e China na soja em grão.
No período, as exportações brasileiras do complexo soja (grão, farelo e óleo) atingiram US$ 38,7 bilhões, 26,8% acima do montante observado de janeiro a novembro do ano passado. Não por coincidências, a participação da China no total exportado pelo setor chegou a 35,6%, ante 28,2% no mesmo período de 2017.
O ministério destacou, finalmente, que no período de 12 meses encerrado em novembro as exportações setoriais alcançaram US$ 100,1 bilhões, marca histórica alavancada mais pelo incremento dos volumes vendido do que pelos preços. Mas ainda não foi um novo recorde: de dezembro de 2012 a novembro de 2013, os embarques somaram US$ 100,7 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
Insumos
4. Tabela de fretes ainda gera discussão entre agentes do setor logístico do agronegócio
Em um ano marcado por discussões a respeito de custos de transporte e tabelamento mínimo de fretes, o ESALQ-LOG (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial) realizou na última sexta-feira (14) a 7ª edição do “Café da Manhã com Logística”, evento destinado a apresentar e discutir os principais acontecimentos logísticos do ano e projetar as perspectivas para 2019. Em suas apresentações, pesquisadores do Grupo abordaram o panorama do agronegócio de 2018, destacando os desdobramentos da lei aplicada para valores praticados nos fretes agrícolas.
Com os desdobramentos da tabela mínima de fretes, agentes do setor manifestaram preocupação com as incertezas, demonstrando receio com os impactos causados nas mais diferentes áreas que ligadas à movimentação de cargas agrícolas. No “Café da Manhã com Logística”, o coordenador geral do Grupo, professor José Vicente Caixeta Filho, divulgou que se encontra em estágio avançado um acordo entre o ESALQLOG e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para cooperação e assessoria técnica a ser realizada para aquele órgão público, principalmente no tocante à revisão das tabelas de valores mínimos de fretes.
Outro tópico de destaque do evento foi a participação de pesquisadores que apresentaram resultados das áreas analisadas pelo Grupo como o mercado de grãos, fertilizantes, custos de transporte e o setor sucroenergético. “Aqui consolidamos um ciclo da informação, que começa quando o pesquisador do ESALQ-LOG coleta semanalmente as informações com os diferentes agentes do mercado, processa esses dados e devolve as informações ao mercado através de indicadores e eventos como o Café da Manhã, realizados constantemente pelo Grupo”, comentou o coordenador técnico do ESALQ-LOG, Thiago Guilherme Péra.
Com a participação de cerca de 70 inscritos, o evento também apresentou previsões para o próximo ano, como projeções a respeito de produção, armazenagem e movimentação de cargas para o ano de 2019, e arrecadou mantimentos para serem doados às instituições assistenciais de Piracicaba.
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Fonte: Esalq/USP/Notícias Agrícolas
5. À frente da Vallée, Delair Bolis comandará MSD no Brasil em 2019
A americana MSD, braço veterinário da farmacêutica Merck, indicou ontem Delair Bolis para a presidência da companhia no Brasil. O executivo substituirá Edival Santos, que passará a atuar como líder da MSD na América Latina. À frente das operações brasileiras, Bolis comandará um negócio que fatura quase R$ 1 bilhão por ano no país.
O executivo tem larga experiência na indústria veterinária. Entre 2012 e 2017, Bolis comandou os negócios globais de medicamentos de frango da MSD. Neste ano, ele voltou ao Brasil para fazer integração da Vallée, empresa mineira que foi adquirida pela MSD.
Na nova função, Bolis terá o desafio de preparar a MSD para o fim da vacinação contra o vírus da febre aftosa. O Ministério da Agricultura pretende fazer do Brasil um país livre da doença sem a necessidade de vacinação até 2023. Em entrevista concedida ao Valor em junho, o então presidente da MSD, Edival Santos, afirmou que as vacinas representam 12% do faturamento da empresa no Brasil.
Para reduzir a importância das vacinas contra aftosa, a MSD pretende ampliar a oferta de outros tipos de vacinas — sobretudo para bovinos. Com essa estratégia, a MSD pretende ampliar o faturamento em 10% ao ano até 2022.
Se o plano for bem sucedido, a companhia passará a faturar R$ 1,6 bilhão daqui a quatro anos, o que pode colocar a empresa na liderança do setor no Brasil, onde a indústria veterinária vende mais de R$ 5,5 bilhões ao ano. Em todo o mundo, a MSD fatura quase US$ 4 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
6. Casos de ferrugem no Brasil chegam a 97 de acordo com Consórcio Antiferrugem; MT registra primeiro caso em lavoura comercial
As ocorrências de ferrugem asiática na safra 2018/19 seguem aumentando por todo o Brasil. Segundo dados divulgados pelo Consórcio Antiferrugem, já são 97 ocorrências identificadas em lavouras comerciais por todo o país, com destaque para o estado do Paraná que lidera o ranking com 42.
“O produtor, de uma forma geral, relaxou com a questão do vazio sanitário e sobrou muita soja guaxa nas lavouras. Além disso, em outros anos houve geada e isso fez um vazio sanitário natural ou houve uma condição mais seca no período de entressafra que fez essa soja voluntária morrer e não completar todo o seu ciclo. Nesse ano as condições climáticas favoreceram o aparecimento da ferrugem mais cedo", diz o coordenador estadual de grãos da Emater/PR, Nelson Harger em entrevista ao Notícias Agrícolas.
No final da semana passada o estado do Mato Grosso teve registrado seu primeiro caso de ferrugem asiática em lavoura comercial na cidade de Sapezal. Até então o estado tinha incidência de ferrugem apenas em soja voluntária.
“Demorou para acontecer um caso no estado, mas sabíamos que uma hora iria ter. Tivemos uma condição climática muito favorável para a proliferação dos esporos com 10 dias de tempo fechado seguidos e isso colaborou para a ferrugem se instalar”, diz José Guarino Fernandes, delegado da Aprosoja MT e ex-presidente do Sindicato Rural de Sapezal.
A Aprosoja MT investiga se uma falha na aplicação dos preventivos possa ter ajudado os esporos a se fixarem, mas segundo Fernandes ainda é prematuro fazer esse tipo de afirmação. “Não temos como saber se houve falha nas aplicações ou não. O importante agora é o produtor da região redobrar os cuidados e as vistorias em suas propriedades. É preciso estar atento para não botar tudo a perder daqui para frente”.
O estado de Rondônia também foi outro que teve seu primeiro caso de ferrugem registrado na cidade de Vilhena. Este caso também preocupa os produtores do Mato Grosso, pela proximidade da divisa entre os estados. “São duas regiões muito próximas e sabemos que os esporos da ferrugem voam muito rápido pelo ar, então temos que estar atentos a esse caso de Rondônia também”, afirma José Guarino.
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Fonte: Notícias Agrícolas
Proteína Animal
7. Para o Natal, oferta de aves é ampliada
Para atender a demanda do Natal e do Ano Novo, os avicultores do país ampliaram de forma expressiva o número de pintinhos alojados nas granjas em outubro, conforme estimativas divulgadas ontem pela Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco). Na prática, os alojamentos são um indicador antecedente da produção de carne. Em média, as aves são abatidas após 43 dias de engorda.
Em outubro, 533 milhões de pintinhos foram alojados nas granjas do país, crescimento de 9% ante setembro, quando 489 milhões foram colocados nas granjas. Trata-se do segundo maior patamar registrado em 2018. Além disso, houve crescimento de 2,2% sobre outubro do último ano, mês no qual 521 milhões foram alojados nas granjas.
A recuperação da produção de pintos de corte indica que a avicultura deve deixar de pesar negativamente nos dados da produção industrial do país. Em outubro, o setor foi um dos principais responsáveis pela queda de 0,2% na produção de bens semiduráveis e não duráveis reportada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados industriais de outubro refletiram o baixo nível de alojamento visto em setembro.
Embora em recuperação, a avicultura está longe de compensar o fraco desempenho do primeiro semestre. No acumulado do ano, a produção de pintos de corte totalizou 5,03 bilhões, redução de 2,7% na comparação com 5,17 bilhões do mesmo período de 2017.
A diminuição da produção é um reflexo das dificuldades enfrentadas pela indústria brasileira de carne de frango. No primeiro semestre, a União Europeia vetou a compra de carne de frango produzida por 20 frigoríficos brasileiras - a líder BRF foi completamente proibida de exportar ao bloco, o que a levou a paralisar temporariamente diversos abatedouros de aves.
Afora os efeitos diretos da restrição sanitária europeia, a produção foi severamente afetada pela greve dos caminhoneiros. Devido à dificuldade de transportar ração para as granjas, cerca de 70 milhões de pintos de corte foram sacrificados na segunda quinzena de maio, segundo estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Como resultado dessa combinação de problemas, a produção brasileira de carne de frango cairá 1,7% em 2018.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Taiwan sacrifica quase 7 mil frangos para deter surto de gripe aviária
Taiwan sacrificou neste domingo (16) quase 7.000 frangos em uma fazenda avícola após ser detectado um surto de gripe aviária do altamente patogênico vírus H5N2, informou o Centro de Controle de Doenças local.
O surto foi detectado na inspeção de mostras rotineiras coletadas no dia 6 de dezembro em uma fazenda de Lugang, no condado de Changhua.
Em consequência, o pessoal de prevenção de epidemias sacrificou no domingo um total de 6.958 frangos, anunciou no mesmo dia o chefe do Centro de Controle de Doenças Animais, Tung Meng-chih.
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Fonte: G1/Notícias Agrícolas
9. Carcaça bovina alcança o maior preço da história
A cotação da arroba do boi gordo ultrapassou os R$150,00, referência que não se via desde a virada de mês entre setembro e outubro. Em São Paulo a arroba do boi gordo foi negociada ao redor de R$150,50, à vista e livre de Funrural (14/12), o que representa uma alta de 1,4% nesta primeira quinzena de dezembro. Apesar das escalas dos frigoríficos paulistas estarem relativamente alongadas (os dias sem abate no fim de ano ajudaram a “esticar” o calendário das programações), a demanda firme do setor varejista estimula a compra de boiadas.
Na última sexta-feira (14/12), por exemplo, foi um dia de alta da carne com osso e a carcaça chegou no maior preço nominal da série histórica. O quilo do boi casado de animais castrados está cotado em R$10,37. Essa alta fez com que a margem do mercado atacadista de carne com osso chegasse a 20,2%, somente dois pontos percentuais de distância das indústrias que vendem a carne desossada. Essa margem de comercialização dos frigoríficos que vendem a carcaça é a maior desde meados de junho. Neste mesmo período de 2017 a diferença entre o preço pago pelo boi e o preço recebido com a venda da carne com osso era de 17,5%. Ilustrando a melhora do escoamento da produção.
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Fonte: Scot Consultoria/Agrolink
Agroenergia
10. Investidores esperam perdas amargas com açúcar em 2019
A produção de açúcar está encerrando 2018 de forma amarga, graças aos sinais de que o colapso nos preços pode piorar ainda mais em 2019.
Os valores futuros caíram 17% este ano – o que foi uma segunda perda anual consecutiva – já que a produção global em alta provocou um excesso de oferta. O único fator que impediu uma derrota ainda mais profunda foi a demanda robusta por etanol no Brasil, o maior produtor e exportador de açúcar do mundo. Por outro lado, este recuo parece estar saindo de cena.
Os usineiros têm a possibilidade de transformar as colheitas em açúcar ou biocombustíveis. Em 2018, os altos preços da gasolina fizeram com que os produtores brasileiros preferissem produzir etanol, ajudando a limitar o excesso de açúcar. Porém, a recente queda do petróleo bruto sinaliza que a tendência está prestes a se inverter.
A maioria dos motoristas no país tem carros flex e, tradicionalmente, os consumidores escolhem o renovável quando seu valor está abaixo de 70% do preço da gasolina. Com o petróleo em queda, as perspectivas para o consumo do combustível fóssil estão melhorando e, como resultado, os preços do etanol estão caindo.
Em 2019, as usinas podem produzir até 13% a mais ao transformar a cana em açúcar em vez de biocombustível, segundo dados da consultoria FG/A – isso se compara a um desconto de até 30% para o açúcar este ano.
Nos níveis projetados para os prêmios, os preços provavelmente serão atraentes o suficiente para estimular os usineiros a produzirem mais 2 milhões de toneladas de açúcar na temporada 2019/20, que começa em abril, segundo Willian Hernandes, sócio da FG/A, em entrevista por telefone à Blooomberg.
A previsão do consultor se refere ao Centro-Sul. Enquanto isso, a Marex Spectron vê a mesma região produzindo 28,8 milhões de toneladas na próxima temporada, um salto de 2,3 milhões de toneladas. O potencial máximo para produção adicional seria de 10 milhões de toneladas.
As perspectivas de maior moagem no Brasil provavelmente seguirão com a queda do açúcar a partir deste ano. Os futuros atingiram uma baixa de 10 anos, de 9,91 centavos de dólar por libra-peso, em agosto, em meio às perspectivas de um superávit recorde, apoiado por colheitas abundantes da União Europeia à Tailândia.
O mercado teve uma breve pausa em meio a fatores relacionados ao tamanho das exportações da Índia e a demanda de etanol crescente no Brasil. Com isso, o petróleo começou a declinar, cortando as perspectivas para o biocombustível e arrastando o açúcar para baixo.
Além disso, os investidores estão apostando em mais quedas. Os fundos de hedge mantiveram uma posição de venda líquida de açúcar de 5.810 futuros a partir de 11 de dezembro, de acordo com dados da Comissão de Futuros de Commodities dos Estados Unidos, publicados na última sexta-feira. A holding, que mede a diferença entre apostas em um aumento de preço e apostas em declínio, teve resultados negativos por três semanas consecutivas.
Ainda há dúvidas sobre o açúcar em 2019, afinal, as flutuações cambiais podem desencadear a volatilidade, já que o declínio das exportações nacionais torna os comerciantes mais ávidos mais propensos a venderem com preço em dólares.
A produção de açúcar na Índia, o segundo maior produtor, pode acabar prejudicada, já que os rendimentos em algumas áreas estão encolhendo. As informações foram concedidas à Bloomberg via e-mail por Dev Gill, diretor de opções de açúcar e grãos da Marex Spectron. Na União Europeia, os baixos preços do açúcar podem levar produtores de beterraba a mudar as plantações para safras de trigo, que são mais lucrativas.
Por outro lado, há um ponto consensual entre analistas e comerciantes: o petróleo bruto vai arrastar o açúcar, seja para cima ou para baixo.
"Estamos em um longo período de incertezas enquanto aguardamos o início da safra do Brasil em 2019", disse Michael McDougall, vice-presidente sênior da ED&F Man em relatório divulgado em 12 de dezembro.
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Fonte: Bloomberg/NovaCana
11. Unica diz ser contra liberação da venda direta de etanol hidratado aos postos
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) afirmou em nota nesta segunda-feira que continua contrária à liberação da venda direta do etanol hidratado das usinas aos postos e destacou que impactos regulatórios e tributários ainda não foram devidamente analisados.
A manifestação da associação que representa as usinas do centro-sul do Brasil foi feita após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgar nota, na última quinta-feira, em que afirmou que não há óbices regulatórios para a venda direta de etanol aos postos, sem a intermediação de distribuidoras.
A ANP, contudo, destacou que é preciso um equacionamento da questão tributária do PIS/Cofins e do ICMS para tal venda direta.
“Não é apenas equacionando a transferência do imposto para o produtor que o problema está solucionado. Os impostos federal e estadual impactam a cadeia de produção e outros mercados, como o carburante, de perfumaria e bebidas e também o do etanol anidro, que é misturado à gasolina”, disse a Unica.
“Esses impactos regulatórios e tributários ainda não foram devidamente analisados.”
As usinas associadas à Unica são responsáveis por mais de 50 por cento da produção nacional de cana, 60 por cento da produção de etanol e quase 70 por cento da bioeletricidade ofertada para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
A venda direta também enfrenta forte oposição do setor de distribuição.
Na sexta-feira, o presidente da Plural, associação que representa as distribuidoras de combustíveis, Leonardo Gadotti, afirmou que o relatório da ANP traz insegurança jurídica, devido a ausência de definições acerca da parte tributária.
A venda direta de etanol por usinas aos postos é um pleito antigo de parte do setor sucroenergético brasileiro, especialmente de usinas do Nordeste do país.
A ideia ganhou maior apelo após os protestos de caminhoneiros, em maio, quando houve grande desabastecimento de combustíveis no país.
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Fonte: Reuter/Nova Cana
12. Fazenda defende venda direta de etanol do produtor para os postos
O Ministério da Fazenda defendeu, nesta sexta-feira (14), alterações na lei para que produtores de etanol hidratado possam vender o produto diretamente para postos de combustível. A regulação do setor exige atualmente a intermediação do mercado de distribuição, dominado em mais de 50% por três grandes empresas, Raízen, BR e Ipiranga.
A discussão ganhou força em meio à greve dos caminhoneiros, iniciada em maio deste ano, quando o governo acelerou a busca de alternativas para tornar os combustíveis mais baratos ao consumidor.
A Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria (Sefel), que organizou o documento com as propostas, afirma também que se houver a venda direta de etanol hidratado para os postos, os produtores terão um tratamento tributário diferenciado em PIS/Pasep e COFINS, já que será eliminada a cobrança na distribuição. Por causa da eventual assimetria, a Fazenda propõe concentrar a arrecadação apenas na produção, o que exigirá, também, mudança legislativa.
O texto também sugere rever a restrição que estabelece que postos que tenham uma determinada bandeira vendam apenas combustível líquido do distribuidor daquela mesma marca. Para a pasta, essa norma limita o alcance da eventual venda direta, que só poderia ser feita com postos “bandeira branca”. Além disso, a flexibilização poderia gerar novo arranjos comerciais, aumentando a ineficiência da exclusividade na venda de combustíveis aos revendedores “bandeirados”.
Um grupo de trabalho da Agência Nacional do Petróleo divulgou, na quinta-feira (13), análise de sugestões recebidas durante tomada pública e concluiu que não há impedimento regulatório à venda direta do combustível.
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Fonte: Valor Econômico/Nova Cana
Grãos e Grandes Culturas
13. UE importa mais grãos do que exporta pela 1ª vez em mais de 10 anos
A União Europeia se tornou importadora líquida de grãos pela primeira vez em mais de dez anos depois de uma seca que afetou a colheita de trigo, uma forte competição das exportações da Rússia e um ritmo recorde das importações de milho.
Até 16 de dezembro, a UE importou 13,15 milhões de toneladas de grãos na temporada 2018/19, ante exportações de 12,64 milhões de toneladas em igual período do ciclo anterior, mostraram dados da Comissão Europeia divulgados nesta segunda-feira (17).
A UE foi um importador líquido de grãos pela última vez na temporada 2007/08, quando a safra também foi danificada por uma seca, mostraram dados compilados pela Reuters.
A UE é um dos maiores exportadores mundiais de grãos, principalmente de trigo, mercado em compete com os países da região do Mar Negro e os Estados Unidos. O bloco é tradicionalmente um importador líquido de milho.
A balança nesta temporada foi alterada pela queda acentuada nos embarques de trigo, ligados à pequena colheita, prejudicada pelo tempo seco e quente durante o verão europeu, e grandes exportações russas, além de compras massivas de milho após uma pequena safra.
As exportações de trigo europeu chegaram a 7,5 milhões de toneladas até o momento em 2018/19, 25% a menos que os 9,9 milhões em igual momento da temporada passada, mostraram os dados da Comissão, enquanto as importações de milho ficaram a 9,9 milhões de toneladas, alta de 41% ante os 7 milhões comprados há um ano.
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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas
14. Margarita Louis-Dreyfus amplia controle e lidera mudanças da LDC
A vida de Margarita Louis-Dreyfus lembra a clássica história de ascensão da pobreza à riqueza. Órfã desde a infância; criada por um avô; encontrou o amor num voo transatlântico; uma amarga briga familiar travada nos tribunais e na imprensa; US$ 900 milhões para tomar o controle de uma empresa com 167 anos de história; e uma promessa cumprida. Está tudo lá.
Mas Margarita, agora acionista majoritária da Louis Dreyfus Company (LDC), uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, se preocupa em separar fatos de ficção. Em uma rara entrevista, semanas depois de a herdeira de 56 anos nascida na Rússia assegurar financiamento para completar a compra do grupo de outros membros da família, ela contestou as sugestões de que esteja "espremendo" a companhia para ganhar dinheiro.
"Temos um plano de pagamento muito sólido, que não prejudica o negócio de maneira nenhuma", disse. Quando a compra estiver concluída, em um ou dois meses, Margarita vai cimentar seu controle sobre a companhia fundada em 1851 por Léopold Louis-Dreyfus, o que lhe permitirá reposicionar a empresa e fazer parcerias estratégicas. Uma das maiores tradings de grãos (soja e milho) e outros produtos agrícolas, a LDC, que faturou US$ 19 bilhões no primeiro semestre, emprega cerca de 17 mil pessoas em todo o mundo.
"É um grande alívio", acrescentou Margarita, cuja ascensão de vendedora de placas de circuitos na ex-União Soviética a acionista majoritária da LDC é uma história realmente notável. Nascida em 1962, Margarita Bogdavova ficou órfã aos 11 anos, quando seus pais morreram em um acidente de trem. Criada por um avô em Leningrado - hoje São Petersburgo -, se formou em contabilidade na escola de comércio local.
Ela conheceu Robert, bisneto de Léopold, em 1988, em um voo entre Zurique e Nova York. Casaram-se três anos depois e tiveram três filhos. (Margarita também tem gêmeas com seu parceiro Philipp Hildebrand, ex-chairman do Swiss National Bank). Antes da morte de Robert, em 2009, prometeu que salvaguardaria a empresa. Em 2011, se tornou executiva-chefe da LDC, e vem fortalecendo seu controle gradualmente.
Às vezes retratada na imprensa como uma russa misteriosa que se casou com a riqueza, a herdeira entrou em conflito com outros membros do clã Dreyfus, inclusive duas das irmãs de Robert. À medida que Margarita se envolvia mais com o negócio, as irmãs exerceram uma cláusula do acordo de acionistas que a obrigava a comprar a maior parte de suas ações na controladora da LDC, a Louis Dreyfus Commodity Holdings BV (LDH).
Depois de anos de disputas legais, as partes finalmente chegaram a um acordo sobre o valor das ações e Margarita anunciou, em novembro, que havia assegurado crédito para financiar a compra. Com isso, o Akira, seu truste familiar, passará a controlar mais de 95% da LDH, e não mais 80%. "Robert sempre dizia que era preferível ter um acionista forte do que servir aos interesses de muitos acionistas", disse. Bem-sucedido por conta própria, Robert Louis-Dreyfus voltou à empresa da família em 2006, aos 60 anos, e conduziu uma reestruturação radical. Ao morrer, tinha patrimônio de € 7 bilhões.
A notícia da compra das ações das irmãs Louis-Dreyfus saiu um mês depois de a LDC declarar um dividendo de US$ 411 milhões, apesar de uma queda forte nos lucros do semestre, o que alimentou especulações de que Margarita estava "espremendo" a companhia em busca de dinheiro para financiar a aquisição.
"O Akira foi estabelecido com um propósito: proteger o negócio, e não drenar seu dinheiro", disse ela, explicando que os US$ 411 milhões eram compostos por dividendos declarados em 2016 e 2017 e mais um dividendo especial de US$ 100 milhões relacionado à venda de operações da multinacional na área de metais.
Como suas concorrentes (ADM, Bunge, Cargill e Glencore, entre outras) a LDC, com sede em Genebra., enfrenta condições de mercado difíceis e mudanças estruturais no comércio que deprimiram seus lucros e a obrigam a repensar os negócios.
Em 2012, reportou um lucro líquido de mais de US$ 950 milhões; resultado que caiu para US$ 305 milhões em 2017. O modelo tradicional de comprar safras, guardá-las em silos e comercializar o estoque está sendo pressionado por avanços em tecnologia e por mais transparência no mercado. Para proteger suas margens, as tradings estão se movendo para a área de consumo e para atividades de processamento mais complexas, além de estarem se movendo na direção da Ásia.
Nesse contexto, Margarita disse estar "satisfeita" com os resultados recentes da LDC, embora a dívida da empresa esteja um pouco mais alta do que ela gostaria - a dívida líquida ajustada da companhia alcançou US$ 3,6 bilhões. Com isso, a alavancagem ficou em 4,6 vezes, ante a meta de longo prazo de 3. A taxa de retorno de seus bônus com vencimento em fevereiro de 2022 aumentou para 3,8%, ante 2,5% em setembro.
Executivos da LDC disseram que o salto da dívida líquida refletiu um uso maior do capital de giro no período, principalmente por causa de estoques maiores. E acrescentaram que o declínio dos lucros do primeiro semestre incluiu perdas com derivativos usados para travar as margens no esmagamento de soja, o que deverá ser revertido até o fim do ano e em 2019. "Espera-se que o resultado do segundo semestre de 2018 mostre que a estratégia adotada para assegurar as margens valeu a pena", afirmou Jean-François Lambert, da consultoria Lambert Commodities.
Margarita disse não se envolver na condução cotidiana da LDC, e ficou animada quando a conversa virou para a rotatividade dos principais executivos do grupo e se ela tem entrado em conflito com eles. Desde que Serge Schoen deixou o cargo, em 2013, a LDC tem tido uma série de CEOs. O atual, Ian McIntosh, substituiu o argentino Gonzalo Ramírez Martiarena, que deixou a companhia em setembro passado.
Margarita é rápida ao apontar que dois dos CEOs eram nomeações internas, a quem a função foi dada temporariamente enquanto a LDC buscava um sucessor permanente para Schoen. Um dos nomeados, Mayo Schmidt, indicado para ser o CEO em 2014, nunca chegou a assumir. "Toda essa coisa sobre mudanças de CEO é tudo incorreto". Mas a saída de Ramírez causou celeuma.
Margarita não fala sobre os motivos da saída e não diz se estava relacionada ao estilo agressivo de gestão do ex-CEO. "Não posso dizer por que ele saiu, mas não foi por causa de conflitos sobre estratégia ou pela descoberta de alguma má conduta. E também não foi iniciativa minha", afirmou ela. "Quero repetir que Gonzalo fez um bom trabalho".
Procurado, Ramírez não quis fazer declarações sobre sua saída. Sob sua direção, a LDC retomou o foco em seu "core business" - trading de grãos -, vendeu negócios nas áreas de metais e fertilizantes e buscou um parceiro para o negócio de suco de laranja. Depois de três anos de consolidação sob Ramírez, Margarita disse que o foco agora é fazer a LDC crescer e posicioná-la como uma empresa diversificada de alimentos e nutrição, além de trading.
Essa evolução será liderada por McIntosh, que entrou na companhia como trainee em 1986, e estava no comando dos fundos de hedge da LDC até eles fecharem, em 2017. McIntosh já disse que apoia os planos da empresa de realinhar sua presença geográfica em direção à Ásia e se mover para áreas como o processamento. Como parte da estratégia, a LDC já abriu uma nova planta de esmagamento em Tianjin, na China.
McIntosh também pretende afiar o fio da LDC na comercialização, usando sua diversificada presença física para entender os equilíbrios globais de oferta e demanda e se mover para a área de ingredientes e investir na próxima geração de proteínas e em startups de tecnologias para o agronegócio. Nesse sentido, Margarita avalia parceiras e até a abertura de capital. "Por que não, se isso ajuda os negócios?". Mas a viúva do magnata não tem dúvida sobre uma coisa: ela está no controle.
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Fonte: Valor Econômico
15. Estado compra 11,6 mil quilos de café robusta e impulsiona produção rondoniense
A produtividade e comercialização do café robusta de Rondônia ganha novo fôlego com a aquisição de 11,6 mil quilos do produto pelo governo estadual. A compra foi efetuada por meio de licitação especial que promove e incentiva a cadeia produtiva do grão, mas que também servirá como exemplo motivador para outros segmentos produtivos rondonienses. O consumo da bebida ocorrerá a partir de 2019 nos órgãos públicos instalados no Palácio Rio Madeira, em Porto Velho.
O anúncio do novo conceito licitatório ocorreu no sábado (15) pelo governador Daniel Pereira durante a realização da Exposição Robusta Rock, encerrada no domingo (16). Durante três dias, 3 mil pessoas visitaram o evento no IG Shopping, em Ji-Paraná. Os visitantes conheceram e degustaram as variedades do café genuinamente rondoniense e tiveram oportunidade de conhecer virtualmente fazendas cafeeiras e o processamento do grão.
“Estou muito satisfeito em me tornar o pioneiro no fornecimento direto de café ao governo estadual. Essa nova modalidade de licitação é o pontapé para novos investimentos produtivos. Vamos entregar o melhor dos melhores cafés produzidos em Rondônia”, disse o vencedor da licitação, o empresário Vando Teixeira, da Cical Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios. Esta é a primeira venda volumosa do empresário jiparanaense.
Por força de lei, a aquisição da produção local não pode exceder a 25% do total da necessidade de consumo. “Esse modelo do certame foi apreciado e aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e poderá ser utilizado em aquisição de vários produtos rondonienses”, explicou o superintendente estadual de licitação, Márcio Gabriel, acrescentando que foram seis meses de estudos para viabilizar o novo padrão de concorrência. “O governo se torna o modelo ideal para impulsionar a cadeia produtiva e os prefeitos devem aderir ao exemplo”, sugere o superintendente.
“É uma porta aberta para os municípios adquirir outros produtos regionais fortalecendo a produtividade e aquecendo a economia. É um conceito legal e que foge das amarrações”, opina o prefeito de Ji-Paraná Marcito Pinto sobre o certame apresentado. Os prefeitos Celio Lang e Cornélio Duarte, respectivamente, de Urupá e de São Miguel do Guaporé, também prestigiaram o Robusta Rock.
Para o governador Daniel Pereira esse estímulo à cadeia cafeeira alavanca a produtividade. “A proposta é desenvolver, crescer. Gostaríamos que o nosso café cruze oceanos e seja consumido na Ásia, especialmente na Coreia, onde a população supera 50 milhões de habitantes”, exemplificou o governador, ao destacar a qualidade dos cafés rondonienses, em especial aos produzidos por indígenas das etnias Suruí, Tupari e Aruá.
A realização do Robusta Rock foi uma iniciativa da Embrapa Rondônia e contou com a parceria do governo estadual por meio da Superintendência Estadual do Desenvolvimento e Infraestrutura (Sedi) e da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri). O objetivo da exposição foi de promover e valorizar os cafés robustas e o uso de tecnologias para obtenção do grão com qualidade e sabor diferenciado.
Só em 2017 o governo estadual, por meio da Seagri e Emater-RO, entregaram 3 milhões e 750 mil mudas de café clonal a produtores da agricultura familiar de 36 cidades como ferramenta incentivadora da produção. Os reflexos são notáveis. Nos últimos três anos consecutivos o café rondoniense vem sendo apreciado na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG).
TEIXEIRÃO
Ainda no Robusta Rock, o governador Daniel Pereira entregou exemplares do livro “Teixeirão: um estadista a serviço de Rondônia”, de autoria de William Haverly Martins. A publicação é composta por relatos da história oral contadas por pessoas que conviveram e participaram da trajetória do ex-governador Jorge Teixeira e trecho de discurso.
Aos prefeitos, o governador pediu que compartilhem a literatura nos portais das prefeituras e ordenou que os órgãos públicos estaduais também disponibilizem o e-book nas páginas oficiais. “Todo rondoniense precisa conhecer mais a história de Teixeirão”, frisou o governador, ao entregar um exemplar ao comendador Luís Bernardi, pioneiro jiparanaense e que foi amigo pessoal do ex-governador Teixeirão.
As irmãs gêmeas Natiele e Tatiele Aruá também foram agraciadas pelo governador. “Quero registrar esse gesto porque considero o conhecimento um bem precioso”, disse Daniel Pereira, destacando que a estudante Rosângela Cinta Larga foi a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano ao curso de zootecnia, em Cacoal.
O privilegiado resultado no Enem pela indígena Cinta Larga, segundo o governador Daniel Pereira, também é fruto do esforço do governo estadual. “A garota terminou os estudos e integra a primeira turma regular formada por meio de mediação tecnológica implantado lá, na aldeia onde ela mora”, frisou o governador, provando que é possível promover educação nos quatro cantos de Rondônia.
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Fonte: Governo de Rondônia/Notícias Agrícolas