Clipping Agribusiness | 19 de dezembro
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Novo código comercial ganha força com governo Bolsonaro
O novo Código Comercial, em discussão há pelo menos cinco anos no Congresso, poderá tramitar com mais rapidez em 2019. A aprovação do Projeto de Lei nº 487 por uma comissão especial do Senado, na semana passada, deixa o texto pronto para ser votado no plenário no ano que vem. A proposta também ganha força por ser considerada “liberal” pelos juristas que elaboraram a versão original — ao reduzir a intervenção do Estado — e estar em linha com a proposta de governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
O texto aprovado na comissão especial do Senado reúne, em quase mil artigos, questões que vão desde os tipos de sociedades existentes, as formas de contrato, direitos e obrigações, até mudanças na Lei de Recuperação Judicial e Falências.
Fábio Ulhoa Coelho, que fez parte da comissão de juristas que trabalhou no novo código, classifica como a “reliberalização” do direito comercial. Ele diz que com o Código de Defesa do Consumidor, de 1990, e o Código Civil, de 2002, as leis passaram a limitar a liberdade de contratar para proteger as que seriam as partes mais fracas, como consumidores e locatários.
“Hoje, por exemplo, os quóruns de deliberação nas empresas podem ser de mais da metade, três quartos etc. O novo código determinará que as partes definirão os quóruns e, somente se o contrato não prever, valerá mais da metade”, afirma.
Se aprovado pelo plenário, o projeto segue para a Câmara Federal. Em caso de mudanças, retorna para a apreciação do Senado e, se aprovado em definitivo, segue para a sanção presidencial.
A proposta não tem, no entanto, a unanimidade dos setores. Quem é contra argumenta, principalmente, que as empresas já estão adaptadas às leis atuais e uma mudança traria altos e desnecessários gastos. “Quando foi lançado o novo Código Civil, a ideia era que não houvesse mais distinção entre obrigação civil e comercial. Agora, 15 anos depois, querem regredir tudo o que foi feito”, pondera Tatiana Abranches, da Gerência Geral Jurídica da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
O setor é um dos mais críticos ao novo código. Entende que alterações pontuais até poderiam ser feitas a leis existentes, mas se posiciona contrário a uma mudança mais radical. “Uma nova lei sempre gera conflitos, judicialização e nova jurisprudência, que gera insegurança jurídica e afasta investimentos”, diz Cássio Borges, superintendente jurídico da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Borges ainda compara a proposta aprovada no Senado à reforma trabalhista. “Não foi feita uma nova CLT. Foi cirúrgica, dos pontos que geravam gargalo, com o propósito de aumento da capacidade produtiva. Na proposta do Código Comercial, não conseguimos enxergar esse resultado prático.”
Além do projeto agora aprovado em comissão especial do Senado, há outra proposta da Câmara. Mas ambos têm a mesma base, com a colaboração do mesmo grupo de juristas, e demoraram a desenrolar justamente pelas divergências em relação ao texto.
Alguns dispositivos da versão original do projeto que não eram vistos com bons olhos pelo empresariado foram retirados. Entre eles, por exemplo, o que permitia ao Ministério Público pedir a anulação do registro de empresas, em caso de descumprimento de sua função social. Também foram deixadas de fora as questões sobre as sociedades anônimas. E, nesse último substitutivo, quase toda a parte sobre o agronegócio foi alterada.
A comissão atendeu ainda pedidos para incluir situações não previstas, ou alteradas no curso das discussões. Um deles prevê que os micro e pequenos empresários teriam direito à interpretação favorável das cláusulas do contrato firmado com grandes empresas, em caso de ambiguidade ou contradição. Além disso, teriam direito à inversão do ônus da prova, em caso de questão de ordem técnica relativa ao tratamento dado pelo empresário de maior porte.
“Percebemos que o setor empresarial não está mais tão resistente”, pondera o jurista Arnoldo Wald, que também fez parte da comissão do novo código. “A ideia não é tratar com minúcia todas as situações que possam surgir, mas estabelecer os princípios básicos”, acrescenta.
Recuperação judicial
A parte que trata sobre recuperação judicial e falências já não é vista mais com tanta polêmica. “O que está no projeto é melhor do que prevê a proposta de reforma da Lei de Falências [nº 11.101, de 2005] do governo federal [encaminhada em maio]”, compara o advogado Ivo Waisberg, especialista nessa área. “Parece bem mais razoável. É mais pontual, mexe em alguns poucos artigos da lei, e traz algumas alterações que são boas.”
Ele cita a ampliação do rol de empresas que podem pedir recuperação. Hoje só são permitidas as companhias registradas na Junta Comercial. Com a mudança, ele diz, cooperativas também poderão se beneficiar do regime. “O projeto vai numa linha mais realista, de proteção à atividade econômica”, diz o advogado.
Ainda há previsão, por exemplo, para permitir que os empregados de empresas em recuperação sejam pagos em prazos superiores a um ano, nos casos em que o sindicato autorizar. O texto oficializa, ainda, práticas que já vêm sendo aceitas pela Justiça. Entre elas, a que desobriga o devedor de apresentar certidões fiscais como condição para a homologação de plano.
Bancos
Já para instituições financeiras, o melhor seria não haver um novo Código Comercial. Não à toa diversos dispositivos foram retirados do texto aprovado no Senado. Por exemplo, os que definiam os principais contratos bancários de financiamento, ou o que autorizava que, se houvesse antecipação do pagamento, não haveria desconto dos juros.
Segundo o especialista em direito bancário Eduardo Ávila de Castro, do escritório Machado Meyer Advogados, esses conceitos já são regulados pelo Código Civil ou leis específicas, como a nº 10.931, e a comissão do Senado reconheceu isso. “Ou haveria sobreposição entre disposições do código e a legislação em vigor”, diz.
Mas há outros aspectos que poderiam ter sido excluídos e não foram, de acordo com Castro. “Mantiveram dispositivos sobre contratos bancários realizados por meio eletrônico, mas a regulamentação do Banco Central já abrange isso.”
O atual Código Comercial é ainda da época de Dom Pedro II. Foi promulgado em 1850. Com o passar do tempo, partes foram sendo revogadas ou substituídas e hoje o único trecho que ainda vale trata de direito marítimo. As normas que regulam as relações empresariais ficaram em legislações esparsas e no Código Civil.
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Fonte: Valor Econômico
2. Valor da produção da pecuária crescerá 8%
Novas estimativas recém-concluídas pelo Ministério da Agricultura confirmaram a tendência de recuperação do valor bruto da produção (VBP) da pecuária brasileira em 2019. Segundo os novos números da Pasta, as cinco principais cadeias do segmento alcançarão um VBP conjunto de R$ 200,9 bilhões, 8% mais que o montante previsto para este ano - R$ 185,8 bilhões, 3,6% menos que em 2017.
Nessa frente, a liderança permanecerá com os bovinos, cujo VBP deverá atingir R$ 78,6 bilhões no ano que vem, 2,7% mais que em 2018, ano de VBP relativamente estável. Também com melhores perspectivas nos mercados doméstico e externo, o frango tende a experimentar recuperação expressiva. Seu VBP em 2019 foi elevado pelo ministério para R$ 63,7 bilhões, 20,9% mais que o valor estimado para 2018.
Conforme a Pasta, em 2019 também haverá incrementos nos VBPs dos suínos (1,2%, para R$ 14,2 bilhões) e do leite (7%, para R$ 34,3 bilhões), mas o dos ovos, que vinha sendo beneficiado pela queda da demanda por carnes, deverá recuar 5,5%, para R$ 10 bilhões.
É o aumento do VBP da pecuária que garantirá o avanço do valor da produção agropecuária em geral no país em 2019. E esse avanço não será maior que o percentual de 1,9% projetado (para R$ 584,6 bilhões) graças a uma queda calculada em 1,1% para o VBP da agricultura, onde as 21 principais lavouras deverão render, no total, R$ 383,9 bilhões.
Carro-chefe do agronegócio brasileiro, a soja deverá amargar, em 2019, o primeiro ano de queda após oito seguidos de crescimento. Para a oleaginosa, o ministério passou a prever R$ 142,1 bilhões no ano que vem, 1% menos que em 2018 mas ainda um nível considerado elevado.
Para cana e milho, o cenário traçado continua distinto. Em parte graças à queda dos preços do açúcar, para a cana a expectativa é de nova retração expressiva do VBP em 2019 - de 13,5% em relação a 2018, para R$ 53,4 bilhões -, ao passo que para o milho é de recuperação após a quebra da safra 2017/18. O valor bruto da produção do cereal no ano que vem agora está estimado em R$ 52,1 bilhões, 9,8% maior que o calculado para este ano.
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Fonte: Valor Econômico
3. Tereza Cristina confirma nova estrutura do Ministério da Agricultura
A futura ministra da Agricultura, deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), confirmou nesta terça-feira (18/12), em comunicado divulgado pela sua assessoria, a nova estrutura da Pasta, com a reforma administrativa do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Como informou na sexta-feira, 14, "o novo ministério terá mais atribuições e vai absorver unidades que estavam abrigadas nos Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social, na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, da Casa Civil, e na Secretaria de Mobilidade Social e Cooperativismo do próprio Ministério da Agricultura", informou.
Tereza Cristina confirmou também a criação da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários; da Secretaria da Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação; e da Secretaria de Agricultura Familiar. Também como informou a reportagem, o documento traz os nomes dos secretários indicados, exceto o de Inovação. Não cita, também, mudanças no nome da Pasta, como foi discutido pela equipe de transição. Segundo a assessoria, a futura ministra não deve se pronunciar nesta terça.
A nova Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação vai, segundo informou o documento, "articular, facilitar, promover e alinhar a inovação voltada para o desenvolvimento rural, por meio da Embrapa, das empresas de pesquisa agropecuária estaduais, instituições federais de ensino e de apoio financeiro à pesquisa". Caberá ao órgão coordenar programas nacionais de irrigação e das questões relativas à produção sustentável, como a agricultura de baixo carbono.
A Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo será comandada por Fernando Henrique Kohlmann Schwanke. Engenheiro florestal e superintendente regional da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais em Santa Catarina, foi consultor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO). Ex-prefeito de Rio Pardo (RS), Schwanke é indicado pelo deputado federal Alceu Moreira (MDB).
"A secretaria vai abrigar programas hoje dispersos em diversos ministérios. Vai trabalhar na busca de alternativas de negócios para os produtores e dará nova abordagem à assistência técnica e à extensão rural. Irá também reforçar o cooperativismo e o associativismo rural", informou a assessoria da futura ministra.
A Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, terceira a ser criada no Ministério da Agricultura, será comandada por Luiz Antônio Nabhan Garcia, nome anunciado antecipadamente. Ele é empresário rural, presidente da União Democrática Ruralista (UDR) e foi um dos principais aliados de Bolsonaro durante a campanha. Chegou a ser cotado para o ministério. A secretaria terá orçamento independente e tratará "da regularização fundiária, incluindo as atividades de identificação e demarcação de terras indígenas e quilombolas, o licenciamento ambiental e as políticas de reforma agrária", informou.
A Secretaria da Aquicultura e Pesca, que volta para o Ministério da Agricultura, será comandada por Jorge Seif, produtor rural e proprietário de um terminal pesqueiro e de embarcações em Santa Catarina. Seif foi indicado pelo próprio Bolsonaro, que é amigo da família e entre as metas da secretaria "estão a busca de garantias para dar maior segurança jurídica às atividades e a ampliação do mercado internacional".
Tereza Cristina confirmou também os nomes do secretário de Comércio e Relações Internacionais (antiga Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio), o economista e diplomata Orlando Leite Ribeiro; do secretário de Política Agrícola, o engenheiro agrônomo Eduardo Sampaio Marques, e do secretário de Defesa Sanitária (novo nome Secretaria de Defesa Agropecuária), José Guilherme Tollstadius Leal. Assim como Ribeiro, Leal também é engenheiro agrônomo e funcionário do ministério. O documento não cita, mas o deputado federal Marcos Montes (PSD-MG) será o secretário-executivo. Ele foi o primeiro indicado pela futura ministra.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural
Insumos
4. MSD, braço veterinário da Merck, compra Antelliq por 3,2 bi de euros
A MSD Saúde Animal, braço veterinário da farmacêutica americana Merck, anunciou hoje a aquisição da Antelliq, empresa de serviços digitais especializada no mercado veterinário, por 3,25 bilhões de euros.
Desse total, 1,15 bilhão de euros se refere à assunção de dívidas da Antellic. Os 2,1 bilhões de euros restantes se refere ao pagamento efetivo da aquisição.
Em comunicado, a MSD informou que a Antelliq registrou um faturamento anual de 360 milhões de euros (entre outubro de 2017 e setembro deste ano).
De acordo com a empresa americana, a Antelliq oferece “soluções de identificação, rastreabilidade e monitoramento digital de animais, setor que mais cresce no ramo de saúde animal”.
“Os colaboradores e produtos da Antelliq chegam para complementar este portfólio, adicionando produtos digitais que são líderes de mercado, ampliando a gama de soluções que podemos oferecer aos nossos clientes e impulsionando ainda mais o crescimento de nossos negócios”, disse o CEO da Merck, Kenneth Frazier, em nota.
No ano passado, o braço veterinário da Merck faturou R$ 3,8 bilhões em todo o mundo e mais de R$ 800 milhões. Considerando os negócios da área farmacêutica, carro-chefe da companhia, o faturamento anual da Merck é da ordem de US$ 40 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
5. China turva cenário no mercado de defensivos
Ainda que os estoques nos canais de distribuição tenham voltado aos patamares normais, as empresas de agroquímicos que atuam no Brasil não tiveram vida fácil em 2018. As vendas do segmento retornaram ao patamar de US$ 10 bilhões, é verdade, mas as margens deixaram a desejar e há poucos sinais de maior conforto em 2019.
O ano que está terminando foi marcado por problemas com o fornecimento de matérias-primas por parte de fabricantes da China e pela volatilidade cambial, o que normalmente tumultua a comercialização de produtos "dolarizados" como os defensivos. A greve dos caminhoneiros também travou o escoamento entre maio e junho, e as discussões sobre restrições ao glifosato, herbicida mais usado no país e no mundo, completou a conjunção negativa.
O glifosato não foi proibido, não haverá influência eleitoral sobre o câmbio e dificilmente outra greve dos caminhoneiros será tão eficiente quanto a de maio, mas o fornecimento de matérias-primas chinesas continuará complicado. Daí porque, para muitos representantes do segmento, o horizonte continua nebuloso do ponto de vista de margens.
"Acho que 2019 será parecido com 2018. Uma coisa que deverá ser melhor é que o Brasil será mais estável sem eleições. Pelo menos, eu espero", afirmou o britânico Jon Parr, presidente global da divisão de proteção de cultivos da Syngenta - multinacional de origem suíça controlada pela estatal ChemChina.
Este foi o primeiro ano de operações da Syngenta sob a batuta da nova controladora, e por isso foi de consolidação, inclusive no Brasil. "Nós entendemos melhor os chineses agora. Isso pode ser uma vantagem", disse Parr. Em 2017, a empresa faturou globalmente US$ 12,7 bilhões, 1% menos que em 2016. No primeiro semestre de 2018, foram US$ 7,3 bilhões, avanço de 5% ante o mesmo período do ano passado.
Para a Syngenta, estar sob o comando da ChemChina foi uma vantagem competitiva diante do endurecimento das fiscalizações ambientais no país asiático, que gerou alta de preços e interrupções no fornecimento de matérias-primas para indústria química no mundo todo.
"Vimos aumentos de preços de 20% a 100%. Mas, até agora, as interrupções para a Syngenta têm sido mínimas", afirmou Parr. Apesar do aumento de custos e das dificuldades com fornecedores, ele acredita que a fiscalização ambiental na China é positiva. "O ambiente tem subsidiado a produção. Isso não é sustentável. O que está sendo feito eleva o padrão e acho isso fantástico".
Também foi um ano de consolidação para a DowDupont, e a venda da americana Monsanto para a Bayer foi concluída no segundo semestre, o que transformou a alemã na maior empresa de agroquímicos do planeta, à frente da Syngenta. E nesse cenário de consolidações, houve espaço para crescimento. A FMC Agricultural Solutions aproveitou a "janela" aberta pela necessidade que os players maiores tiveram de vender ativos e pulou da oitava colocação no ranking mundial do segmento para a quinta posição.
O salto refletiu a aquisição, em novembro de 2017, de parte dos ativos da área de defensivos da DuPont. "Foi a primeira vez que vimos grandes desinvestimentos por questões regulatórias", disse ao Valor Ronaldo Pereira, presidente da FMC na América Latina. Em 2017, as vendas da companhia totalizaram US$ 2,9 bilhões, alta de 13,4% ante 2016. Do total, US$ 863,6 milhões foram na América Latina, sobretudo no Brasil. "Esperamos um crescimento entre 8% e 8,5% para este ano", afirmou ele.
A DuPont teve que se desfazer de parte de seus ativos na área de defensivos para ter sua fusão com a Dow aprovada pelos órgãos antitruste. A FMC ficou com parte do negócio (herbicidas para espécies de folhas largas e de inseticidas contra insetos mastigadores) e com a pesquisa e desenvolvimento da área de agroquímicos, incluindo 15 projetos de moléculas em fase inicial de desenvolvimento. Também passaram para as mãos da FMC 13 plantas - uma no Brasil, em Barra Mansa (RJ).
"O Brasil passou a ser parte de uma rede global para a descoberta de novos ingredientes ativos. É diferente de um produto estar em desenvolvimento e vir para o Brasil para ser ajustado", afirmou Pereira.
O investimento em pesquisa e desenvolvimento permanece como um dos maiores desafios do segmento de agroquímicos - a necessidade de aportes bilionários de foi um dos motivos que levaram à consolidação dos últimos anos. "Temos de gastar mais dólares para ter o mesmo retorno de inovação", afirmou o executivo da Syngenta. Anualmente, a empresa investe cerca de US$ 1,3 bilhão em pesquisa e desenvolvimento.
Mas, se as múltis preveem crescimento das vendas globais em 2019, é porque acreditam que a performance no Brasil, um de seus principais mercados, será positivo. Rodrigo Gutierrez, presidente no país da Adama, empresa de origem israelense também controlada pela ChemChina, está entre os que acreditam que as vendas no mercado brasileiro como um todo voltaram aos US$ 10 bilhões em 2018, ante US$ 8,9 bilhões em 2017, e não descarta avanço no ano que vem.
O desafio é transformar o aumento das vendas em lucro, tarefa difícil neste ano que começou com estoques totais de US$ 3,3 bilhões e deverá terminar ainda com cerca de US$ 2,4 bilhões parados nas revendas, conforme estimativa do executivo da Adama. O alto volume dificultou o repasse de aumento de custos com matéria-prima e trouxe pressão adicional às margens da indústria. A tendência é de melhora do quadro, mas há muito trabalho pela frente.
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Fonte: Valor Econômico
6. Satélite brasileiro de alta resolução vai aprimorar monitoramento agrícola
Uma cooperação entre a Embrapa e a Força Aérea Brasileira (FAB) vai viabilizar a operação do Carponis-1, satélite brasileiro de alta resolução, capaz de gerar imagens com detalhes de até 70 cm e de dar uma volta ao redor do planeta a cada uma hora e meia. O projeto está a cargo da FAB e a Embrapa será operadora civil do equipamento. A empresa de pesquisa empregará as imagens espaciais nos estudos da produção de alimentos, fibras e energia no País.
De acordo com o tenente Bruno Mattos, da FAB, o satélite brasileiro tem potencial para gerar uma economia de mais de 75% no custo por km² das imagens, em comparação aos valores pagos pelo governo em licitações.
A Embrapa Territorial (SP) utiliza imagens de satélites em seus trabalhos há quase 30 anos. No entanto, a dependência de imagens de alta resolução adquiridas por satélites controlados por outros países impõe limitações, além de custos elevados. Normalmente, trabalha-se com as imagens que estão disponíveis nos catálogos das empresas que as comercializam. Outra possibilidade é encomendar os registros, porém, isso demanda tempo entre a solicitação e a entrega.
A operação de um satélite pelo Brasil possibilitará mais autonomia e rapidez. "Poderemos programar e direcionar o satélite para aquisição de imagens de alvos específicos. Isso evitará a compra de imagens obsoletas e otimizará o tempo de resposta no recebimento dessas imagens", observa a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães. Ela também é membro do Grupo de Assessoramento da Comissão de Coordenação de Implantação de Sistema Espaciais (CCISE), colegiado que articula o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).
Melhor monitoramento de ILPF e aquicultura
O diferencial do Carponis-1 está na alta resolução espacial e temporal. A previsão é que os sensores acoplados ao satélite gerem imagens nítidas abaixo de um metro e com intervalo de três a cinco dias. Hoje, o Brasil opera apenas um sistema espacial, em parceria com a China. Mas a melhor resolução obtida a partir dele é de cinco metros e intervalo de até 26 dias entre os registros.
Para se ter uma ideia do ganho com a escala submétrica, nas imagens com resolução de quatro metros, cada pixel equivale a uma área de 16 m². Já as de um metro de resolução refletem 1 m² por pixel. Com imagens melhores e mais facilmente disponíveis, a Embrapa Territorial espera avançar, por exemplo, no monitoramento das áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema produtivo em expansão no País. "É muito difícil com satélites de média resolução conseguir identificá-las. Mesmo com os de alta resolução, esse mapeamento não vai ser uma tarefa simples", adianta Magalhães.
Os trabalhos com aquicultura também seriam beneficiados com um satélite brasileiro de alta resolução. Atualmente, a Embrapa está desenvolvendo um sistema de inteligência territorial estratégico para o segmento. O primeiro passo é identificar, em imagens espaciais, a localização dos tanques escavados para criação de animais aquáticos. "Quando você trabalha com imagens de média ou baixa resolução, é difícil ter certeza de que determinado ponto corresponde a um tanque para aquicultura, tendo em vista os diferentes tipos existentes", conta a chefe-adjunta. A expectativa é que, com material de melhor definição, o trabalho ganhe assertividade.
Intervalos menores de captação.
Os pesquisadores também esperam incremento nos estudos pela geração de material com menor intervalo de tempo. O maior ganho é a chance de obtenção de imagens livres de nuvens, um dos principais fatores que comprometem a visibilidade em regiões de alta umidade, como na costa brasileira e região amazônica. Na agricultura, fazer imagens com mais frequência torna-se ainda mais importante, já que as principais fases de desenvolvimento das culturas ocorrem justamente no período de chuvas.
O tempo entre a captura da imagem em território nacional e o seu download pelo usuário deve ser menor do que duas horas, adianta o tenente Bruno Mattos, coordenador do projeto Carponis-1. Se a área de interesse estiver fora do Brasil, esse intervalo aumenta, mas, ainda assim, não deve chegar a 12 horas.
O tipo de sensor embarcado no satélite também é determinante para os trabalhos em agricultura. Além das bandas que geram a fotografia em cores dos terrenos (vermelho, verde e azul - RGB), "é indispensável, no mínimo, uma banda no infravermelho próximo (NIR)", diz Magalhães. A presença dela é o primeiro passo para utilizar as imagens em agricultura de precisão. Com esse recurso, além da interpretação visual, os técnicos contam com informações espectrais que podem dar indicações sobre a saúde da plantação em uma determinada área, por exemplo. Identificação de deficiências nutricionais e estimativas de produtividade são outras aplicações. "Quanto mais bandas espectrais, mais informações conseguimos sobre um objeto terrestre", explica.
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Fonte: Datagro/UDOP
Proteína Animal
7. Estoques e diversificação do consumo de queijos desafiam laticínios dos EUA
Os estoques excedentes de queijo continuam a se acumular em níveis sem precedentes nos Estados Unidos, levando produtores a temer que a montanha siga crescendo e force um número maior de laticínios a fechar suas portas.
Cerca de 1,8 milhão de toneladas de queijos como o cheddar, entre outros, estão estocados em armazéns refrigerados no país, o maior volume desde que os registros começaram a ser feitos, há um século.
Um dos motivos para esse excesso foi o aumento da produção dos fabricantes de queijo antes de as tensões no comércio exterior terem restringido as exportações. Mas a mudança no gosto dos consumidores domésticos também afetou o cenário para os fabricantes de queijos.
Muitos estão precisando pagar para armazenar esse excedente de queijo, na esperança de que demanda e preços melhorarem. "Há uma tonelada inteira de produtos antigos parados", disse Nate Donnay, diretor do boletim "Dairy Market Insight" na INTL FCStone Financial.
O queijo, cuja vida nas prateleiras é limitada, passa a valer menos depois de ficar semanas em armazéns refrigerados. Os produtores temem que o excesso e a decorrente queda nos preços possam reduzir seus lucros. O preço no mercado à vista para barras de 18,4 quilos de cheddar, por exemplo, caiu cerca de 25% em 2018 em relação a 2014.
As exportações de queijo foram impactadas depois que o México e a China, grandes importadores, instituíram tarifas retaliatórias contra o queijo e o soro de leite dos EUA. Em setembro, as remessas de queijo para o México caíram 10% na comparação anual, segundo o Conselho de Exportação de Laticínios americano. Para a China, a queda foi de 63%.
Nos EUA, os americanos nunca consumiram tanto queijo quanto em 2017. Mas eles vêm trocando queijos americanos processados por variedades estrangeiras. O consumo per capita de muçarela já é maior que o de cheddar desde 2010. O consumo per capita de queijo processado caiu pela metade desde 2006.
As vendas de pizzas ajudaram a impulsionar a muçarela à liderança do mercado de queijos dos EUA, dizem analistas. O varejo também abastece cada vez mais as prateleiras com queijos importados e menos variedades típicas, à medida que os americanos se afastam dos alimentos processados e se aproximam dos produtos mais diferenciados.
Mas essa busca por queijos diferentes dos usuais nos EUA representa um desafio para os grandes produtores. A irlandesa Glambia , uma das maiores produtoras de cheddar do mundo, aparentemente está confiante. Está construindo uma fábrica de US$ 470 milhões em Michigan e vai expandir sua unidade no Novo México. "Embora os mercados de queijo possam ser inerentemente cíclicos, as tendências de longo prazo apontam para uma ascensão no consumo global de laticínios", afirmou um porta-voz da companhia.
Mas algumas fabricantes de queijo estão ajustando suas operações para produzir novas variedades populares. Um exemplo é a Sargent Foods, de Wisconsin, que adicionou à sua linha de queijos fatiados os tipos gouda e havarti. A Schuman Cheese, de Nova Jersey, passou a produzir parmesão, entre outras "novidades".
Elas vão enfrentar a concorrência de produtores externos em busca de maior participação do mercado americano. A Royal FrieslandCampina, da Holanda, comprou neste mês a importadora Jana Foods, de Nova Jersey, por um valor não revelado. A maior fabricante mundial de gouda e de outros tipos de queijo holandeses pretende dobrar sua receita nos EUA em três anos.
Varejistas americanos também vêm modificando suas linhas e passando a oferecer mais produtos especiais e importados, mais caros do que as fatias de cheddar. A rede Kroger, por exemplo, expandiu sua seleção de queijos desde que comprou em 2017 a Murray's Cheese, de Nova York. O executivo-chefe da empresa, Rodney McMullen, disse que desde então ele próprio e sua esposa começaram a comprar outros tipos de queijo. "Não conhecíamos outros melhores".
As empresas cujo sucesso se baseou em queijos processados como o cheddar ainda apostam nesses tipos, confiando no crescimento das exportações. Os números dos embarques de outubro mostraram melhora, inclusive para o México, um dos maiores importadores. A oferta no curto prazo, contudo, vem derrubando o preço do leite e do queijo. Isso também vem prejudicando os fazendeiros que abastecem os fabricantes.
Os preços do leite caíram aproximadamente 40% em comparação ao pico de 2014, quando muitos pecuaristas aumentaram seus rebanhos leiteiros. Agora, diante do declínio dos preços, muitas fazendas vêm fechando as portas. Neste ano, só em Wisconsins mais de 600 estabelecimentos deixaram de operar.
Stan Ryan, executivo-chefe da Darigold, de Seattle, controlada pela cooperativa Northwest Dairy Association, disse que a queda dos preços vêm derrubando os lucros dos cerca de 450 fazendeiros associados. "Está muito difícil para os produtores de laticínios permanecerem no jogo", disse Ryan, acrescentando que mais de 25 de seus fazendeiros fecharam as portas nos últimos 12 meses.
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Fonte: Valor Econômico
8. Após embargos, UE virá ao Brasil inspecionar frigoríficos em 2019
A União Europeia anunciou nesta terça-feira que fará inspeções em frigoríficos de carne bovina e de frango do Brasil em 2019. Fábricas de processamento de pescados também serão visitadas pelas autoridades sanitárias do bloco. Ainda não há, porém, data definida para a visita, disse hoje o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em mensagem enviada em um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp.
Neste ano, os europeus impuseram embargos à carne de frango e aos pescados brasileiros. Ao todo, 20 frigoríficos brasileiros de carne de frango foram proibidos de exportar ao bloco. A BRF foi a empresa brasileira mais afetada. Todas os seus abatedouros foram vetados pelos europeus.
A restrição europeia à carne de frango foi uma resposta às descobertas da Operação Trapaça, deflagrada pela Política Federal (PF) em 5 de março. A operação investiga um esquema de fraudes nos testes de salmonela em lotes de carne de frango exportadas à UE.
A visita dos técnicos europeus aos frigoríficos brasileiros é um requisito para que unidades proibidas sejam novamente habilitadas.
Na mesma mensagem em que ressaltou a intenção das autoridades europeias de visitar frigoríficos do país em 2019, o ministro da Agricultura comemorou a autorização da UE para a Pasta regulamente, por decreto, a atuação nos frigoríficos de auxiliares de inspeção sanitária contratados pelas próprias empresas fiscalizadas. A função já existe, mas não há previsão legal para tal. Vários países importadores questionavam os profissionais. Os europeus eram um dos mais críticos.
“Este é o sinal que todos nós esperávamos. Depois das operações Carne Fraca e Trapaça o conceito do Brasil ficou afetado na Europa”, disse o ministro, ressaltando que a novo governo — a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) será a próxima ministra — poderá prosseguir com o processo para reabilitar os frigoríficos brasileiros e as empresas de pescados para voltarem a exportara para os europeus.
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Fonte: Valor Econômico
9. Nova instrução normativa melhora processos de inspeção de abate de suínos
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assinou uma instrução normativa que redefine os processos de inspeção de suínos, antes e depois do abate, baseados na modernização da análise de risco e na atuação do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Em nota, o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Rangel, diz que as mudanças "abrem espaço para que novas linhas de inspeção de frango e de bovinos sejam também modernizadas".
A alteração foi elaborada seguindo um projeto realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves em parceria com o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério.
De acordo com o projeto da Embrapa, a inspeção da cabeça dos animais passa a ser feita em uma sala especial, separada do restante da carcaça.
A medida é destinada a facilitar e dinamizar o processo de verificação dos auditores e auxiliares da linha de inspeção. Isso tende a reduzir a frequência de condenações do produto por causa de inconformidades na cabeça - já que a carcaça é o produto mais valorizado e era condenado também. "Com a separação das linhas de inspeção de cabeças, por exemplo, é possível reduzir em até 90% as condenações", explica o secretário.
Elenita Albuquerque, uma das coordenadoras do projeto da Embrapa, conta que o maior risco atual é a contaminação da carne com microrganismos (bactérias e vírus) não detectados pela inspeção e que dependem de pesquisa laboratorial. "Dessa forma, fica evidente a necessidade de modernização para ajustar o foco da ação de governo na prevenção de perigos que ameaçam a inocuidade dos alimentos", diz a especialista.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural
Agroenergia
10. Leilões de usinas da Renuka terminam sem lances, diz fonte
Os leilões judiciais para venda de duas usinas de cana-de-açúcar da Renuka nos Estados de São Paulo e Paraná terminaram sem lances, e a empresa pode agora ir à falência, disse à Reuters uma fonte que acompanhou os certames.
Entretanto, a fonte, que pediu anonimato, comentou que após o leilão, o Grupo Teston fez uma proposta, via petição nos autos da recuperação judicial, pela unidade Vale do Ivaí, no Paraná.
A validação dessa proposta teria de ser dada pelo juiz responsável pelo caso.
Conforme a fonte, novas assembleias de credores podem ser realizadas para deliberar sobre o futuro da empresa.
Foram oferecidas nesta terça-feira, sem lances mínimos, as usinas Revati, em Brejo Alegre (SP), e Vale do Ivaí, em São Pedro do Ivaí (PR).
Enquanto a primeira é operada pela Renuka do Brasil, a segunda está nas mãos da Renuka Vale do Ivaí, mas ambas pertencem à indiana Shree Renuka Sugars SRES.NS, que iniciou investimentos no Brasil em 2010 e foi atingida por baixas cotações do açúcar e controle de preços dos combustíveis em governo anteriores.
O endividamento somado das duas beira os 4 bilhões de reais.
A Reuters noticiou, com base em fontes, que o fundo Castlelake, dos EUA, e o Grupo Teston, fabricante de equipamentos agrícolas com operações no Paraná, estariam de olho nos ativos.
Não foi possível encontrar um representante da Renuka para comentar o assunto.
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Fonte: Reuters/Nova Cana
11. Produção de açúcar da Índia em 2018/19 atinge 7,05 mi de t até 15 de dezembro
A produção de açúcar na Índia na safra 2018/2019 atingiu 7,052 milhões de toneladas até 15 de dezembro, segundo a Indian Sugar Mills Association (Isma), associação de usinas daquele país. O volume supera em 2,1% o total de 6,904 milhões de toneladas produzido em igual período de 2017/2018. A safra atual começou em 1º de outubro e segue até 30 de setembro de 2019.
Segundo a Isma, 462 usinas processavam a safra de cana-de-açúcar até o ultimo sábado, 14 a menos que as 476 unidades em produção em igual data do ano passado.
Principal região produtora daquele país, Maharashtra tinha 178 usinas em produção, com um total 2,900 milhões de toneladas de açúcar de oferta em 2018/2019, ante 2,570 milhões de toneladas produzidas por 176 unidades que moíam em igual período de dezembro do ano passado.
A Isma informa que a produção nesse esse estado indiano é maior porque as companhias anteciparam o processamento da atual safra. No entanto, por causa das chuvas em menor volume e pela infestação de lagartas brancas durante o desenvolvimento das lavouras, a produção em Maharashtra deve ser menor em 2017/2018, de acordo com a entidade.
Segundo maior produtor, o estado de Uttar Pradesh iniciou a moagem com atraso e produziu 1,894 milhão de toneladas de açúcar em dois meses e meio da safra, contra 2,337 milhões de toneladas em igual período. Nas duas safras, 116 usinas estavam em operação em 15 de dezembro.
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Fonte: Agência Estado/Nova Cana
12. CTNBio aprova nova variedade de cana transgênica no CTC resistente a insetos
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) publicou ontem a liberação da segunda variedade de cana-de-açúcar geneticamente modificada desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A CTC9001BT é derivada da CTC9001, uma das mais cultivadas no País, e tem resistência a insetos. Segundo o CTC, a variedade deve atuar principalmente no controle à Diatrea spp, popularmente conhecida como a broca-da-cana.
Considerada a principal praga dos canaviais, a broca traz perdas estimadas em R$ 5 bilhões à cultura no Brasil por ano, e traz quebra nas produtividades agrícola e industrial, na qualidade do açúcar e alta nos custos com inseticidas. A primeira variedade transgênica do centro de pesquisas, a CTC20BT, também resistente a insetos, foi liberada em junho de 2017 pela CTNBio. Após a autorização para plantio, as variedades precisam ser multiplicadas com a produção de mudas em escala comercial, processo que demora cerca de três anos e é feito pelos produtores.
Segundo Viler Janeiro, diretor de Assuntos Corporativos do CTC, na safra 2017/2018, cerca de 60 usinas da região Centro-Sul do Brasil plantaram aproximadamente 400 hectares da variedade CTC20BT. "Em virtude da grande procura e de não termos conseguido atender a todos os clientes, estamos nesta safra (2018/2019) suplementando o volume inicial de lançamento. Temos recebido relatos bastante positivos em relação ao controle da broca da cana com a variedade Bt, com ganhos de produtividade e redução do custo de controle", relatou o executivo por e-mail, ao Broadcast Agro.
Com a aprovação final e registro da nova variedade, segundo Janeiro, o CTC seguirá o mesmo caminho da variedade anterior, e trabalhará junto aos produtores com a distribuição de mudas da CTC9001BT e monitoramento do plantio. "O processo de propagação de mudas é similar ao de introdução de uma variedade convencional, com crescimento gradual da área plantada uma vez que as novas plantas serão replantadas para expandir a área de plantio", reforçou.
Apesar da modificação genética para única resistência a insetos, as duas variedades de cana transgênicas têm características distintas. A CTC20BT é plantada em ambientes favoráveis, com solos bons e com maior incidência de chuva, enquanto a CTC9001BT é indicada para ambientes mais restritivos. "Além disso, a CTC20BT é normalmente colhida no meio da safra, enquanto a colheita da CTC9001BT normalmente se realiza no início da safra", relatou Janeiro.
De acordo com o diretor de Assuntos Corporativos do CTC, as pesquisas da instituição com melhoramento genético convencional seguem em busca de variedades de cana mais produtivas e resistentes a pragas e doenças. "Com as técnicas de engenharia genética, acrescentamos a estas variedades propriedades como resistência a insetos e tolerância a herbicidas", informou. "Estamos trabalhando na expansão do portfólio de variedades resistentes à broca. Ao mesmo tempo, em uma segunda frente, já começamos os trabalhos para criar variedades (transgênicas) resistentes também ao bicudo (Sphenophorus levis), e tolerantes a herbicidas, como o glifosato", concluiu.
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Fonte: Agência Estado/Nova Cana
Grãos e Grandes Culturas
13. Conab eleva estimativa para produção brasileira de café em 2018/19
O Brasil produzirá 61,7 milhões de sacas de café em 2018/19, informoiu hoje a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no quarto e último levantamento sobre a safra. Trata-se de um volume 3% superior ao projetado pelo órgão no terceiro relatório, divulgado em setembro.
Na comparação com a safra anterior (2017/18), o aumento será de 37%. Segundo a Conab, esse crescimento expressivo deve-se à bienalidade positiva do café - sobretudo em lavouras da espécie arábica -, às condições climáticas favoráveis e à melhoria do pacote tecnológico.
De acordo com a Conab, a produtividade total das lavouras de café na safra 2018/19 deve chegar a 33,07 sacas por hectare, acima das 32,17 estimadas no relatório de setembro. Na safra anterior, a produtividade foi de 24,14 sacas por hectare.
A produção de café arábica deve somar 47,5 milhões de sacas, aumento de 3,4% ante a estimativa de 45,94 milhões do terceiro relatório. Em relação ao ciclo passado, este volume corresponde a um avanço de 38,6%.
No caso do café conilon, a Conab aponta uma colheita de 14,2 milhões de sacas, ante 13,97 milhões em setembro. Frente à 2017/18, a safra de conilon deverá crescer 30,3%. A produtividade média dessa espécie é prevista em 38,59 sacas por hectare, 37,4% superior a de 2017/18.
A área total no país destinada ao cultivo de café foi estimada pela Conab em 2,17 milhões de hectares, queda de 2,2% ante a safra anterior.
Como sempre ocorre, Minas Gerais será o maior Estado produtor de café, com perspectiva de colheita de 31,84 milhões de sacas, sendo 31,5 milhões de arábica. Espírito Santo segue como o segundo maior produtor do país, com 13,4 milhões de sacas, das queis 8,8 milhões da espécie conilon.
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Fonte: Valor Econômico
14. Altos níveis de micotoxinas no milho dos EUA
Amostras de milho colhidas nos Estados Unidos que foram submetidas a análises laboratoriais em 2018, mostram altos níveis de micotoxinas, particularmente desoxinivalenol (DON), zearalenona, ácido fusárico, fumonisina e HT- 2. Foi isso que informou o laboratório de serviços analíticos de micotoxinas Alltech 37+, que foi responsável pelas análises.
De acordo com Alexandra Weaver, responsável pelo suporte técnico global da equipe de gerenciamento de micotoxinas da Alltech, as micotoxinas são uma preocupação para os produtores de gado, já que possuem propriedades tóxicas que afetam a qualidade da ração, bem como a saúde e o desempenho dos animais. Segundo ela, todas essas questões estão resultando em uma série de mudanças no clima ao redor do mundo.
"As micotoxinas prosperam em condições variáveis, com falta de chuva, chuvas excessivas ou, às vezes, uma após a outra, causando uma perfeita tempestade de contaminação. Os eventos climáticos extremos que temos visto este ano em todo o mundo levaram ao aumento da ocorrência de micotoxinas em muitos países”, comenta.
As amostras coletadas nos Estados Unidos incluem grãos de milho contendo múltiplas micotoxinas, com uma média de 7,0 micotoxinas por amostra, mais de 3,9 micotoxinas a mais, em média, do que no mesmo período de 2017. As micotoxinas em amostras de silagem de milho dos EUA também são mostrando um aumento na ocorrência este ano, com uma média de 6,8 micotoxinas por amostra, em comparação com as 4,6 em média durante o mesmo período do ano passado.
Para Max Hawkins, nutricionista do programa de controle de micotoxinas da Alltech, “essas micotoxinas podem afetar o desempenho e a saúde dos animais, devido ao menor consumo de ração, saúde intestinal, reprodução e resposta imunológica. Testar rações e alimentos acabados é importante para os produtores de gado entenderem esses riscos”, conclui.
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Fonte: Agrolink
15. China realiza nova compra de soja dos EUA, com menor tensão comercial
Importadores chineses compraram uma quantidade não especificada de soja dos Estados Unidos nesta terça-feira, nos primeiros grandes negócios depois de terem contratado mais de 1,5 milhão de toneladas em embarques norte-americanos na semana passada, disseram três operadores com conhecimento dos acordos.
Uma representante do Conselho de Exportação de Soja dos EUA também confirmou as novas compras, citando três fontes na China, mas não soube dizer qual foi o volume dos negócios.
Os acordos foram a mais recente evidência de que a China está cumprindo as promessas de comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos como parte de uma trégua na guerra comercial firmada entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, no início deste mês.
As novas compras impulsionaram os futuros da soja na Bolsa de Chicago nesta terça-feira, apesar dos mercados de grãos estarem mornos pelo ritmo mais lento do que o esperado das aquisições pelo maior importador de oleaginosa do mundo.
Os prêmios de exportação nos terminais na Costa do Golfo e no Pacífico, no noroeste dos EUA, avançaram 5 centavos de dólar por bushel, ecoando a nova onda de aquisições.
Empresas estatais chinesas reservaram mais de 1,5 milhão de toneladas de soja norte-americana para serem entregues de janeiro a março, a primeira grande compra da China do produto dos EUA em seis meses.
Porém o volume das vendas foi decepcionante para operadores, que esperavam uma compra maior desde que Trump disse em entrevista à Reuters na semana passada que a China compraria uma “tremenda quantidade” de soja.
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Fonte: Reuters/Agrolink