Conjuntura do Agronegócio

1. PIB do agronegócio caiu 0,22% em setembro, diz Cepea

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro registrou queda de 0,22% em setembro, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Com o resultado, de janeiro a setembro houve baixa de 1,63%. "Esse resultado da renda gerada no agronegócio em 2018 está ligado à elevação de custos de produção e à redução de preços de produtos agropecuários, notadamente no mercado pecuário ao longo do ano".

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Fonte: Valor Econômico

2. Novas regras para preços mínimos de produtos da agricultura familiar

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em reunião nesta quinta-feira ajustes no Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF).

A norma definiu novos preços garantidores apenas para operações de custeio e investimento com vencimento entre 10 de janeiro de 2019 e 9 de janeiro de 2020. E estabeleceu que os preços garantidores dos produtos da agricultura familiar precisam ser iguais, e nunca inferiores, aos preços mínimos das culturas definidas para a safra 2018/19 pela Política de Garantia de Preços Mínimo (PGPM), que é válida para produtos da agricultura empresarial.

Para os produtos que não compõem a pauta da PGPM, os preços garantidores dos itens produzidos por agricultores familiares foi definido com base nos custos de produção.

O PGPAF tem por objetivo assegurar a remuneração dos custos variáveis de produção dos agricultores familiares que contraem financiamentos de custeio e investimento junto no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

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Fonte: Valor Econômico

3. Países do Mercosul concordam em revisar regras do bloco

Líderes do Mercosul expressaram concordância sobre a necessidade de mudanças nas regras de comércio entre os países. Especialmente diante do posicionamento do governo eleito do Brasil, de considerar a possibilidade de sair do bloco, que não vê como prioridade. Chefes de Estado dos países membros e associados participaram, nesta terça-feira (18/12), em Montevidéu, capital do Uruguai, da 53ª Reunião de Presidentes do Mercosul.

As recentes declarações, não apenas do presidente eleito, mas também de seus futuros ministros ganharam peso na reunião, em meio a um contexto de negociação comercial com a União Europeia. A indicada para a Agricultura, Tereza Cristina, por exemplo, já declarou em entrevistas que o bloco sul-americano deve ser modernizado.

"Não pode ter a visão só de um setor, uma visão setorial porque uma coisa leva à outra e são vários produtos ligados à agropecuária, mas nós temos que rever. Talvez até fortalecer o Mercosul, mas nós temos que colocar os problemas de cada lado", disse ela, em entrevista recente à Globo Rural.

Fora do governo, especialistas também defendem mudanças. Presidente-executivo da Aliança Agro Ásia Brasil, entidade que defende os interesses das indústrias de carnes e de açúcar e etanol, Marcos Jank acredita que o Brasil deve fazer valer seu peso como maior economia do bloco e discutir um mecanismo que o permita atuar de forma independente. O regulamento atual só permite negociações comerciais em conjunto.

“O Brasil tem que apontar uma série de interesses nacionais, chamar os outros e falar, ‘vamos juntos ou não’? Se falarem não, o Brasil pode ir perfeitamente sozinho pelo tamanho que tem. Depende de uma mudança nas regras. O Brasil deve dar esse passo, mas não dizer que romperá com o bloco”, disse Jank, também em entrevista à Globo Rural.

Em meio a este cenário, presidentes dos países que integram o bloco - além da Bolívia, como membro-associado - se reuniram na capital uruguaia. Na terça-feira, o presidente do país anfitrião, Tabaré Vasquez, defendeu que o Mercosul deve buscar o aperfeiçoamento do comércio intrazona.

Segundo informou o site de notícias Mercopress, ainda que as declarações recentes tragam alguma incerteza, avaliação de representantes dos estados-membros é a de que o posicionamento do governo eleito do Brasil abre uma oportunidade para discutir melhorias no bloco sul-americano.

Na sua última cúpula de chefes de estado do Mercosul, o presidente Michel Temer avaliou que a fraternidade permeia o bloco sul-americano. Segundo ele, os países-membros souberam se utilizar do bloco a favor do crescimento de suas economias e da geração de oportunidades.

"Recolocamos o bloco a serviço de nossos reais valores. Eu começo pelo plano econômico, porque nós, afinal, respondemos sempre com mais comércio e mais investimentos. Respondemos com mais integração, que é exatamente nisso que nós acreditamos”, disse Temer, segundo a Agência Brasil.

Em conversa com jornalistas, Temer se disse tranquilo em relação ao futuro do Mercosul. Ele não acredita que o conseguido ate hoje será perdido no governo de Jair Bolsonaro, embora admita ser possível seu sucessor pleitear uma revisão das regras.

“Acho que o presidente Bolsonaro poderá promover com sua equipe uma revisão do Mercosul, pleitear essa revisão. Volto a dizer que ela se faz com certa frequência, de modo que não significa oposição ao Mercosul. Quem sabe um apoio ao Mercosul, renová-lo”, afirmou, ainda conforme a agência.

No documento final do encontro, estados membros e associados ao Mercosul reafirmam seu compromisso com maior integração do bloco, tendo em vista o desenvolvimento econômico e a erradicação da pobreza. Se comprometeram também com a defesa do multilateralismo, com o fortalecimento das instituições democráticas e a promoção dos direitos humanos.

Os líderes concordaram também em avaliar as possibilidades de ação conjunta de auxílio aos imigrantes e reafirmaram seu compromisso de combate à corrupção e o tráfico de drogas. A presidência rotativa do bloco foi transmitida do Uruguai para a Argentina.

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Fonte: Globo Rural

Insumos

4. Argentina pode se tornar centro da biotecnologia agrícola

A Argentina tem potencial para se tornar uma espécie de Vale do Silício da biotecnologia agrícola, onde muitas empresas, universidades e organizações estarão dedicadas a inovar através de novas tecnologias da edição do gene. Foi isso que informou o coordenador do programa nacional biotecnologia do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina (INTA), Sergio Feingold, em uma entrevista para o portal especializado bichosdecampo.com.

“A capacidade nós temos, mas seria bom ter algumas políticas estatais que nos apoiassem desde o ponto de vista orçamental e de financiamento. Edição de genes não é como fazer cerveja artesanal. Tanto quanto eles vendem para você como uma tecnologia de garagem, ela requer um conhecimento prévio que nem todo mundo tem. Requer saber como lidar com culturas de tecidos e uma série de tecnologias básicas de biotecnologia de plantas”, comenta.

Feingold, que é especialista em mudanças no meio vegetal, está muito otimista sobre as possibilidades reais que a Argentina tem nessa nova carreira de biotecnologia. "Mas é necessária uma política estatal para apoiar esse tipo de iniciativa, primeiro em universidades e instituições de pesquisa como o INTA", ele insiste.

"Sim, poderíamos pensar em algo como o Vale do Silício da edição do gene. A Argentina tem uma enorme diversidade de germoplasma e uma capacidade tecnológica muito grande. Temos as ferramentas e os pesquisadores, e temos que dar a eles a chance de fazer isso. Mas isso não pode ser feito em um cenário de restrição orçamentária como o que estamos vivenciando. O INTA é uma instituição muito cara se dado dinheiro suficiente para executar, mas é uma instituição estratégica se dado dinheiro suficiente para investigar ", conclui.

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Fonte: Agrolink

5. Conectividade é a base da nova revolução agrícola

Especialistas do Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola da Argentina (INTA) afirmaram que a conectividade e a internet são a base da nova revolução agrícola, principalmente no país sul-americano. De acordo com Juan Pablo Vélez, especialista em Agricultura da INTA Manfredi, as aplicações tecnológicas podem ser utilizadas principalmente nas atividades da pecuária.

“Uma quantidade enorme de ferramentas está aí para o gado - com base rede de celular e conectividade, mas o problema é que os touros hoje são engordados e crescem longe do Pampa e regiões afins, onde por vezes, não têm bom sinal de internet", explica.

Nesse cenário, ele afirma que a tecnologia auxilia não só os produtores, mas também os engenheiros agrônomos e os técnicos agrícolas, já que antigamente era necessário buscar a resposta para as doenças em arquivos ou livros e atualmente a internet permite uma resposta na hora da constatação. Sendo assim, o especialista indicou que a conectividade modificou totalmente a agricultura da Argentina.

“Sempre se fala em semeadura direta e biotecnologia, mas estou convencido de que grande parte do desenvolvimento que a agricultura argentina esteve e está relacionada à melhoria da conectividade e ao surgimento de telefones celulares. Sem essa infraestrutura, os produtores de Córdoba não teriam conseguido crescer em Santiago del Estero e muitos outros”, afirma.

Com essa tecnologia, é possível até o envio de informações a distância para a consulta. "Mesmo quando estou de férias, a 5.000 quilômetros de distância, posso ver o que está acontecendo nesse campo, analisar o que outros assessores e produtores da área dizem e tomar decisões", conclui.

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Fonte: Agrolink

6. Embrapa registra nematoide para controle biológico

O nematoide Deladenus siricidicola, que é principal forma de combate à vespa-da-madeira, conseguiu o seu registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Agora chamado comercialmente de Nematec, o novo produto promete um controle eficáz a esta praga que está causando prejuízos em vários dos plantios de pínus no país.

De acordo com Marcelo Bressan, Auditor Fiscal Federal Agropecuário do Mapa, o processo de registro levou seis anos e passou por diversas fases de análise. “A ação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para registrar o produto demonstra a seriedade do trabalho em cumprimento à legislação brasileira, além de ser um ponto importante para ajudar a difundir a tecnologia, que agora possui rótulo, bula com indicação de uso, entre outros requisitos importantes”, comenta.

Segundo as informações divulgadas pela Embrapa, o produto foi registrado na categoria “Agricultura Orgânica - Produtos Fitossanitários com Uso Aprovado para a Agricultura Orgânica”. Nesse cenário, o Mapa informou que “os agrotóxicos ou afins que tiverem em sua composição apenas produtos permitidos na legislação de orgânicos, recebem, após o devido registro, a denominação de produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica”.

O Chefe-geral da Embrapa Florestas, Edson Tadeu Iede, ressalta a importância dessa aprovação dizendo que a vespa-da-madeira é a principal praga de plantios de pinus no País. “Chegamos a uma média de 70% de parasitismo da praga e, em alguns locais, a até 100%. O uso do Nematec é extremamente eficaz, além de não prejudicar o meio ambiente”, indica.

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Fonte: Agrolink

Proteína Animal

7. BRF vende argentina Avex por US$ 50 milhões

A BRF vendeu a Avex – que atua na produção de alimentos à base de frango e margarinas na Argentina – para a Granja Tres Arroyos e Fribel. Ambas se comprometeram, conjuntamente, a adquirir 100% do capital social da empresa por US$ 50 milhões.

A Avex opera três plantas localizadas em Llavalol, Villa Mercedes e Rio Cuarto, na Argentina, com capacidade de abate de 160 mil aves por dia e processamento de mais de 10 mil toneladas por mês de produtos como margarinas, molhos, azeite e ingredientes para panificação.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Venda de ativos da BRF na Tailândia e Europa fica para janeiro

A BRF fez uma pequena “adequação” no cronograma para a venda dos ativos na Europa e Tailândia, os mais importantes do plano de desinvestimentos da companhia, afirmou hoje o vice-presidente executivo da empresa, Lorival Luz, durante teleconferência com jornalistas.

No fim de junho, quando colocou à venda os ativos na Argentina, Europa e Tailândia para reduzir as dívidas, a BRF trabalhava com a meta de anunciar as operações até o fim de 2018.

No entanto, isso só foi possível em dois ativos na Argentina (Quickfood, vendida na semana passada à Marfrig, e Avex, vendida nesta quarta-feira à Granja Tres Arroyos e à Fribel). Ainda resta a venda da argentina Campo Austral e os ativos na Tailândia e Europa.

Dada a proximidade das festas de fim de ano, período normal de parada dos negócios, e da complexidade das operações que estão serão vendidas na Tailândia e Europa, a companhia agora prevê anunciar essas transações em janeiro de 2019, disse Luz.

“Não diria que houve um adiamento. Diria que houve uma adequação do cronograma”, argumentou o executivo, que está na Argentina desde a semana passada conduzindo as negociações para a venda da Avex.

De acordo com ele, o prazo estendido pode significar uma oferta mais “competitiva” pelos ativos na Tailândia e Europa. Atualmente, cinco empresas participam da disputa por esses ativos. O prazo para que essas cinco empresas - entre elas, está a Pilgrim’s Pride, da JBS, conforme o Valor já informou - façam as ofertas vinculantes foi postergado de 15 de dezembro para o fim desta semana. O Morgan Stanley assessora a BRF na operação.

Após receber as propostas, a BRF terá de avaliar com cautela, frisou Luz. “Não é só o valor até porque Tailândia e Europa têm diferentes geografias e precisam de uma avaliação [de cada] jurisdição”, explicou o executivo. As vendas na Argentina era menos complexas.

Com a venda de ativos operacionais, a BRF quer obter R$ 3 bilhões. Esse montante faz parte do plano de monetização de R$ 5 bilhões e que também envolve medidas como a antecipação de recebíveis, venda de ativos não operacionais e melhor gestão de capital de giro.

Até agora, a BRF obteve cerca de R$ 530 milhões com a venda de ativos, sendo US$ 50 milhões com a alienação da Avex, US$ 54,9 milhões com a venda da Quickfood e R$ 100 milhões com a venda da fábrica de hambúrguer de Várzea Grande, no Mato Grosso.

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Fonte: Valor Econômico

9. Vigor investe R$ 70 milhões para elevar produção de queijos

A Vigor Alimentos, controlada pela mexicana Lala, planeja consolidar investimentos da ordem de R$ 70 milhões nos próximos três anos para expandir e modernizar suas cinco fábricas de queijos localizadas nos municípios mineiros de São Gonçalo do Sapucaí, Lavras, Lima Duarte, Santa Rita do Sapucaí e Cruzeiro.

Segundo Gilberto Xandó, presidente da empresa, R$ 41 milhões já estão sendo aplicados para quadruplicar a capacidade de produção de parmesão na unidade de São Gonçalo do Sapucaí, um projeto que deverá ser concluído no primeiro trimestre de 2019. Nesse mercado, a companhia conta com as marcas Faixa Azul, líder em vendas, e Vigor.

O valor restante será distribuído até 2021 pelas outras plantas, onde são produzidos queijos de marcas como Danúbio, Serrabella e Jong, além da Vigor. Os investimentos também tornarão mais confortável a acomodação de outros produtos que deverão ser incorporados à linha de queijos da companhia, que tem crescido.

"Fizemos mais de 50 lançamentos nessa área nos últimos três anos", diz Luís Bueno, diretor da unidade de negócios de queijos da Vigor. O executivo lidera a unidade desde que ela foi criada, em 2015, justamente para fortalecer os negócios da companhia no segmento, um dos que mais crescem no mercado brasileiro de lácteos.

Conforme Xandó, a estratégia deu resultado e a empresa vem apresentando uma "performance excepcional" nessa frente. Ele revela que a unidade de queijos já representa um faturamento anual R$ 700 milhões. Junto com iogurtes, margarinas e leite, é um dos principais negócios da Vigor, que fatura cerca de R$ 2,7 bilhões.

E o potencial de crescimento ainda é grande. De acordo com Luís Bueno, as vendas de queijos em geral, que têm aumentado em ritmo acelerado nos últimos anos, alcançam aproximadamente R$ 22 bilhões no Brasil, mas o consumo per capita ainda pode ser considerado baixo.

Enquanto o consumo médio no país é de 7 quilos per capital por ano, no Uruguai é de 10 quilos e na Argentina chega a 12. O segmento é dividido basicamente em quatro categorias: os queijos básicos (prato, muçarela, minas frescal), os especiais (brie, gouda, gorgonzola etc), os ralados (basicamente o parmesão) e os cremosos (cream cheese e requeijão).

Dessas categorias, anima-se Bueno, a que mais vem crescendo é a de queijos especiais. Apenas em 2016, afirma, as vendas de queijos especiais aumentaram 45% no mercado brasileiro, e o avanço continua forte. Não por outro motivo, muitos dos lançamentos da Vigor nos últimos três anos foram desses produtos de maior valor agregado.

Xandó nota que acontece no segmento de queijos um movimento observado também em áreas como café, azeite e cerveja: o desenvolvimento de produtos gourmet que caíram no gosto dos consumidores e têm registrado incrementos significativos das vendas mesmo em tempos de economia fraca. No mercado de café, por exemplo, o sucesso das cápsulas ajudou a manter as vendas em ascensão nos últimos anos, e nos queijos não tem sido diferente.

"Ainda que hoje exista um maior otimismo em relação ao futuro da economia, os indicadores ainda são preocupantes. Esses investimentos, portanto, são um sinal importante da confiança da Lala no país", conclui Xandó.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. China tenta evitar disputa do açúcar na OMC

A China sinalizou ontem ao Brasil que poderá garantir algum acesso para o açúcar brasileiro em seu mercado para evitar uma demorada disputa diante dos juízes da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O Valor apurou que, nesse contexto, os chineses pediram para o Brasil não acionar o pedido de instalação de um comitê de investigação (painel) na OMC até fim de fevereiro, quando deverão apresentar uma proposta concreta - ou não.

O Brasil denunciou a China na OMC em outubro, pelo fato de o país asiático ter adotado uma salvaguarda que freou sua importação de açúcar por três anos para proteger os produtores locais. Para Brasília, os chineses não respeitaram as regras da OMC para impor a salvaguarda.

O Brasil, que era o maior exportador de açúcar ao mercado chinês, foi o maior prejudicado com a restrição. As exportações do país para a China caíram de 2,4 milhões de toneladas, em 2016, para 300 mil em 2017 e a quase zero neste ano.

Ontem, em Genebra, durante a consulta bilateral - etapa anterior a abertura de um painel (comitê de investigação) na OMC -, o Brasil fez propostas para Pequim voltar a oferecer um acesso pelo menos razoável ao açucar brasileiro.

Pequim acenou com um eventual "esforço de flexibilidade" nesse sentido. Mas só vai responder concretamente depois das celebrações do Ano Novo Chinês, que começam em 5 de fevereiro. Se, em dois meses, Pequim vai realmente se comprometer em garantir acesso ao produto brasileiro, é algo que se pode duvidar, considerando a experiência com os chineses.

Em outubro, o Brasil esperou até o último momento para acionar o mecanismo de disputa, porque os chineses continuavam acenando com algum acordo para evitar o confronto, sem porém dar o passo final.

A China fez uma recente notificação à OMC na qual ficou claro que deu mais subsídios do que o permitido para seus produtores de açúcar. Pequim pode conceder uma ajuda equivalente a até 8,5% do valor da produção, mas o percentual passou de 6%, em 2011, para 9,54% em 2012 e 2013. Os chineses não forneceram dados mais recentes.

Ao mesmo tempo em que aumentou as tarifas de importação de açúcar, a China começou a negociar com a Índia para comprar o produto subsidiado desse parceiro.

A Índia é outro país que será denunciado pelo Brasil na OMC, em 2019, por causa de sua política de apoio à exportação de açúcar. A Unica, associação que representa usinas sucroalcooleiras brasileiras, suspeita que programas de apoio doméstico e os subsídios à exportação concedidos por Nova Déli têm causado impactos significativos no mercado mundial de açúcar, em um cenário de preços em queda e diminuição da produção nos principais centros.

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Fonte: Valor Econômico

11. Prêmio para açúcar no Brasil pode levar a cancelamentos de exportação, dizem analistas

O mercado brasileiro de açúcar deverá ver novos cancelamentos de exportação da commodity, uma vez que o preço para vendas à indústria no Brasil registra um prêmio na comparação com o valor que usinas obtêm nos negócios com o exterior, avaliaram analistas.

O setor no Brasil tem visto um prêmio de 10 a 15 por cento para o açúcar branco e bruto (VHP), respectivamente, em momento em que a oferta está curta diante da entressafra no centro-sul após uma queda de quase 30 por cento na produção na atual temporada.

"Não seria a primeira vez que teríamos cancelamentos, mas é um sinal de que vamos ter uma entressafra apertada", afirmou à Reuters o consultor Julio Maria Borges, sócio-diretor da Job Economia.

Segundo ele, tudo indica que a partir de agora a preferência da usina seja a venda ao mercado interno. Ele explicou que, ainda que uma empresa tenha compromisso de exportar, pode ganhar mais com o cancelamento da exportação, "mesmo pagando uma penalidade para a trading".

"Se o que ela ganha no mercado interno é maior do que a penalidade, ela fará o 'washout'", disse ele, referindo-se às operações de cancelamentos das exportações para venda no mercado doméstico.

Ele não estimou os volumes que já foram cancelados ou o potencial de "washout" na entressafra do centrosul, que só termina oficialmente em 31 de março, mas destacou que isso dependerá muito do prêmio. "Se chegar a 20 por cento, vai ter 'washout'", comentou.

Borges observou que o mercado externo teria que puxar muito para cima o preço, numa tentativa de evitar eventuais cancelamentos. "E, no momento, nada indica isso, o mercado externo está mais para ficar de lado", disse ele.

A Job estima as exportações brasileiras em 16 milhões de toneladas de abril de 2018 a março de 2019, ante 27,8 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. "Vai cair 11,8 milhões de toneladas. Até novembro, de fato, já caiu 6,1 milhões de toneladas. Ou seja, quase metade da queda já aconteceu…", disse ele.

O consultor pontuou que algumas usinas estão reprogramando a oferta para a entressafra com volumes menores. "Ou seja, ela considera que não terá o açúcar que esperava e vai restringir a oferta na entressafra. O cliente da usina tem que colocar a barba de molho…", disse.

O prêmio ocorre muito mais devido à restrição de oferta do que em função da demanda mais forte, após usinas destinarem grande fatia da produção de cana para o etanol, lembrou o especialista.

"É isso que vai acabar acontecendo mesmo. Vão fazer 'washouts' porque o mercado interno vai estar melhor que o de exportação. Vamos ter uma perspectiva de melhora de consumo no ano que vem, com a melhora de economia…", confirmou o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa.

Além de um maior consumo interno embalado pela melhora econômica, Corrêa disse que o etanol também deve continuar sendo preferido pelo setor sucroenergético, em detrimento do açúcar, o que tende a sustentar às cotações internas do adoçante.

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Fonte: Reuters/Nova Cana

12. Rabobank corta previsão de superávit global de açúcar em 2018/19 para 500 mil t

O Rabobank cortou sua previsão de superávit global de açúcar na safra 2018/19 (outubro a setembro) para apenas 500 mil toneladas, de 4,5 milhões em previsão anterior, devido a revisões para baixo nas perspectivas de produção em importantes áreas produtoras, como Índia, Tailândia e União Europeia.

O corte na estimativa do Rabobank se segue ao realizado pela Organização Internacional do Açúcar (OIA) e por outras consultorias do setor. Algumas, como a Datagro, apostam até em um pequeno déficit na oferta do adoçante.

Um cenário de disponibilidade apertada poderia dar suporte adicional às referências internacionais do açúcar , que neste ano chegaram a tocar mínimas em uma década por causa da ampla oferta e de movimentos cambiais no Brasil.

A produção da Índia, atingida neste ano por algumas adversidades climáticas e ataques de larvas nos canaviais, foi reduzida para pouco mais de 30 milhões de toneladas.

Para a Tailândia, a previsão é de uma fabricação de 14,4 milhões de toneladas do adoçante, ante 15,7 milhões no ciclo anterior, enquanto na União Europeia a tendência é de que a produção fique em 18,1 milhões de toneladas, após 19,1 milhões na temporada passada.

Quanto ao Brasil, o Rabobank afirmou que a produção do centro-sul tende a cair para algo próximo a 26 milhões de toneladas, de 36 milhões no ano anterior, com as usinas da principal região produtora de cana do país focadas na fabricação de etanol.

O banco avaliou que os produtores brasileiros só voltarão a intensificar a oferta de açúcar no próximo ano se os preços forem para os 14 centavos de dólar por libra-peso, considerando-se um barril de petróleo a 60 dólares e o dólar no país a 3,80 reais.

Atualmente, contudo, as cotações da commodity têm oscilado entre 12 e 13 centavos de dólar por libra-peso.

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Fonte: Reuters/Nova Cana

Grãos e Grandes Culturas

13. Nestlé investirá US$ 154 milhões em fábrica de café no México

A Nestlé anunciou que planeja investir US$ 154 milhões em uma nova fábrica de café na cidade de Veracruz, no México.

Segundo a multinacional suíça, a unidade terá capacidade para processar 20 mil toneladas de café verde (cerca de 333 mil sacas de 60 quilos) por ano.

Com a nova planta, a Nestlé passará a contar com 18 fábricas no país. “A Nestlé identificou o café como um forte impulsionador de crescimento, e o negócio cafeeiro teve um crescimento orgânico positivo nos últimos anos”, informou a empresa, em nota.

A nova fábrica terá 250 funcionários diretos no início da operação, mas o número pode chegar a 1,2 mil. Indiretamente, a companhia estima 2,5 mil empregos inicialmente a 12 mil empregos em plena atividade.

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Fonte: Valor Econômico

14. Hortaliças e frutas ficaram mais caras em novembro, diz Conab

Hortaliças e frutas ficaram mais caras no país em novembro, segundo o 12º Boletim Prohort da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A batata e a cebola foram os destaques do mês, com alta de preços em todos os mercados acompanhados.

No caso da batata, as elevações foram de 57,71% na Ceasa Recife, de 9,72% na Ceasa Fortaleza, de 38,64% em Vitória, de 32,22% em Goiânia, de 31,15% no Rio de Janeiro, de 26,33% em Belo Horizonte e de 25,34% na Ceagesp em São Paulo.

“O quadro conjuntural da batata, em novembro, se comportou como previsto. A transição da safra de inverno para a das águas proporciona sempre aumento de preço, com a oferta irregular aos mercados atacadistas”, diz a Conab no boletim.

Da mesma forma, para a cebola o movimento ascendente de preço era esperado pela pressão da transição de safras. No fim do ano acontece o término da colheita em Minas Gerais, Goiás e no Nordeste e o início da safra de verão no Sul do país. O maior percentual de alta da cebola em novembro ocorreu também em Recife seguido por Goiânia (78%), Belo Horizonte e Vitória - 57% nos dois casos -, Fortaleza e Rio de Janeiro - cerca de 43% - e São Paulo, 39%.

O tomate, que registrou altas expressivas em outubro, também registrou elevação na maioria das Ceasas analisadas em novembro, com exceção da Ceagesp, em São Paulo, e na Ceasa de Fortaleza, que tiveram pequenas quedas.

Já sobre as frutas, houve redução de preços sobretudo da banana e do mamão. A banana caiu 16,8% em Goiânia, 10% em Fortaleza, enquanto o mamão recuou 25,2% em Goiânia (25,2%).

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Fonte: Valor Econômico

15. Deral reduz projeção para soja do Paraná por seca; vê grande safra de milho

A safra de soja 2018/19 do Paraná deve ser menor ante o inicialmente esperado, após as plantações do segundo maior Estado produtor da oleaginosa sofrerem com uma estiagem e altas temperaturas, ao passo que a colheita de milho paranaense caminha para alcançar um dos maiores volumes da história, com uma aposta na safrinha.

O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura paranaense, estimou nesta quarta-feira que o Estado deverá produzir 19,1 milhões de toneladas de soja na atual temporada, cerca de 500 mil toneladas abaixo do previsto no mês anterior e inferior em quantidade semelhante frente à primeira projeção, de agosto.

Caso o volume se confirme, ficaria praticamente estável ante 2017/18, destacou o Deral.

O corte na previsão ocorre após o Estado ter sido atingido por uma seca justamente em um importante momento de desenvolvimento das plantações. Na véspera, especialistas haviam alertado, em reportagem da Reuters, sobre a redução da produtividade no Paraná.

Com efeito, nos últimos dois meses as precipitações ficaram aquém do normal em todas as regiões paranaenses, com o oeste, onde há boa parcela das lavouras de soja, recebendo 60 milímetros menos chuvas que o regular para esta época, conforme dados do Agriculture Weather Dashboard, do Refinitiv Eikon.

"Claro que isso (estimativa) ainda será reavaliado, mas já é um reflexo do que a gente está sentindo e sendo informado do campo. (A seca) pegou a cultura numa fase sensível, principalmente no oeste do Paraná. Já há uma tendência de diminuição de potencial produtivo", disse o analista Marcelo Garrido, do Deral.

Conforme o departamento, 80 por cento das plantações de soja estão em condição "boa" e 3 apresentam nível "ruim". Há um ano, 88 por cento se encaixavam como "boas" e não havia nenhum percentual para "ruim".

O Paraná teve um plantio de soja mais adiantado neste ano, em meio a chuvas abundantes já em setembro. A expectativa é de que a colheita também seja antecipada, ganhando ritmo já em janeiro.

MILHO

Para o milho, as expectativas até o momento são positivas, disse o Deral.

Em sua primeira estimativa para a segunda safra 2018/19 do cereal, a ser colhida em meados do próximo ano, o departamento previu uma produção de 12,66 milhões de toneladas, 38 por cento superior ante a de 2017/18 e "uma das maiores da história", afirmou Garrido.

A área plantada com o chamado milho safrinha deve crescer 4 por cento, para 2,2 milhões de hectares.

"Esse aumento vem calcado na questão de preço, que estava em um patamar interessante... Além disso, acho que anima o produtor a janela mais correta para o plantio", acrescentou o analista, lembrando que no ano passado uma demora na colheita de soja fez a segunda safra do milho ser semeada em um período não tão ideal, sujeito a mais adversidades climáticas.

Segundo o Deral, o rendimento do milho safrinha deve ser 33 por cento maior em 2018/19 com quase 6 toneladas por hectare.

Quanto à primeira safra, já semeada e a ser colhida no verão, o Deral elevou levemente sua previsão de produção para 3,20 milhões de toneladas, 11 por cento acima do reportado em 2017/18.

Notícia na íntegra

Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

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