Conjuntura do Agronegócio

1. Bem disposto, Bolsonaro diz a ruralistas que país precisa das reformas

Na véspera de apresentar a emenda constitucional da reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, na solenidade de posse do novo presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), que o país precisa das reformas para avançar economicamente. "Precisamos das reformas, o Brasil só poderá andar pra frente de verdade se aprovarmos essas reformas", discursou, na posse do deputado Alceu Moreira (MDB-RS) na liderança da bancada ruralista.

"Essa reforma não é minha, não é do [ministro da Economia] Paulo Guedes, é do Brasil, é de todos nós, com essas reformas, nós deslancharemos", complementou o presidente a uma plateia lotada de produtores rurais. Ele acrescentou aos presentes que agora podem contar com alguém na Presidência que não vai atrapalhá-los, ou melhor, estará ao lado deles para que tenham "segurança jurídica para plantar e produzir".

O presidente afagou os produtores rurais, disse que sempre o apoiaram, desde a campanha, e chamou a categoria de "locomotiva da economia". Bolsonaro estava bem disposto e não demonstrou nenhum abatimento diante da divulgação de áudios de conversas privadas entre ele e o ex-ministro Gustavo Bebianno. Ao contrário, Bolsonaro fez questão de comparecer ao evento no esforço de demonstrar que o episódio do vazamento do conteúdo de suas conversas não o contrariou. Ele também queria prestigiar a categoria porque representa uma das maiores bancadas do Congresso. Bolsonaro quer os votos dos ruralistas para aprovar a reforma da Previdência.

Bolsonaro elogiou o ministro Paulo Guedes, e também as ministras da Agricultura, Tereza Cristina - que já presidiu a Frente - e Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. O presidente disse que tem a mesma quantidade de homens e mulheres em seu ministério, porque [Tereza] Cristina e Damares valem por dez, cada uma! No total, são 22 ministros, sendo apenas as duas representantes femininas.

Ele também relembrou que cogitou unificar os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, mas que depois fez bem em manter as pastas separadas, porque ganhou o reforço do ministro Ricardo Salles, o "amigo do trabalhador do campo".

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Fonte: Valor Econômico

2. Reino Unido já costura pacote de tarifas e cotas para proteger seus produtores

O Reino Unido vai impor tarifas e cotas agrícolas para proteger os produtores rurais se o Brexit sair sem nenhum acordo em 29 de março, e poderá fornecer "um apoio direto em dinheiro" para aqueles cujos negócios forem mais duramente atingidos. Foi o que disse Michael Gove, secretário do Meio Ambiente do Reino Unido, na conferência anual do Sindicato Nacional dos Produtores Rurais (NFU), em Birmingham.

Ele sugeriu que o arcabouço de proteção poderá ser aplicado a bens como carnes de carneiro e bovina e produtos lácteos.

"Não posso antecipar os anúncios que serão feitos, mas não será o caso de termos tarifa zero para os produtos alimentícios", afirmou à plateia formada por produtores rurais. "Haverá proteções para setores sensíveis da agricultura e da produção de alimentos".

O governo do Reino Unido também poderá tentar socorrer os produtores de outras formas, disse Gove. "É claro que também temos o poder de interferir para fornecer um apoio direto em dinheiro para os setores mais vulneráveis. Não hesitarei em fornecer o apoio necessário".

O estabelecimento de tarifas na eventualidade de não haver um acordo no Brexit vem se mostrando uma das questões mais sensíveis do processo discutidas nos últimos dias no Parlamento Britânico. Um membro do governo afirmou que as decisões finais poderão ser deixadas para a primeira-ministra Theresa May.

Se o Reino Unido deixar a UE sem um acordo, será obrigado, como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), a impor as mesmas tarifas do bloco e de outros países do mundo. Assim, os produtos da UE perderiam o acesso preferencial de que gozam no momento.

No caso dos produtos agrícolas, isso significa que o Reino Unido teria que cobrar o mesmo imposto da carne de carneiro da França e de fornecedores altamente competitivos, como Austrália e a Nova Zelândia.

Os produtores britânicos há muito dizem que abrir mercado para as potências agrícolas poderá devastá-los, o que é um dos principais argumentos para a imposição de taxas no caso de um Brexit sem acordo.

Gove destacou que poderão ser protegidos os segmentos de "carne ovina, bovina, aves, laticínios, leite e queijo, e carne suína", mas nada disse sobre itens como grãos, frutas, vegetais e flores. Defensor da saída do Reino Unido da UE no plebiscito de 2016, ele disse acreditar que o Parlamento, em algum momento, vai ratificar o acordo de saída de Theresa May porque a alternativa, que é deixar a UE sem um acordo, é sombria.

"Eu posso - e vou - enfrentar energicamente e com determinação as consequências da não existência de um acordo, mas que ninguém tenha dúvida de que isso será muito difícil e prejudicial", afirmou.

Se acabar o atual comércio livre de tarifas entre o Reino Unido e a UE, que não exige inspeções alfandegárias, os consumidores poderão pagar mais caro pelos alimentos, especialmente os produtos frescos.

Se o Brexit sair sem acordo, sob as regras da OMC a UE também poderia impor tarifas de 40% sobre exportações britânicas como de carnes ovina e bovina. E poderá haver falta de trabalhadores migrantes do bloco dispostos a trabalhar na colheita de frutas e vegetais.

Os britânicos dependem das importações para se alimentar. Especialmente durante os meses de "hungry gap" (entressafra), no começo da primavera [segundo trimestre], quando a safra do ano anterior de vegetais cultivados localmente - como cenoura e repolho - chega ao fim e a nova ainda não entrou no mercado, o que acontece por volta da metade de maio.

O país é autossuficiente em cerca de 60% de suas necessidades de alimentos, segundo números recentes do Departamento do Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais. Mas o percentual alcançava cerca de 80% na metade da década de 1980.

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Fonte: Valor Econômico

3. Avanços e desafios na sucessão das fazendas

O perfil dos grandes produtores de Mato Grosso continua a mudar rapidamente. Antes um diferencial, a tecnologia se tornou obrigação, enquanto governança virou mantra para os herdeiros que assumem o comando das fazendas antes gerenciadas por seus pais.

Estes começaram a desbravar o Cerrado no fim da década de 1960, vindos sobretudo de Paraná e Rio Grande do Sul. Os desafios eram basicamente agronômicos, vencidos com a ajuda da Embrapa, mas se multiplicaram com o avanço dos grãos, liderado pela soja.

"A dificuldade era muito grande e a esperança, pequena", diz Carlos Henrique Brizola que, ainda "piá", chegou em Mato Grosso com o pai. Em 2008, com a morte do patriarca, assumiu as fazendas da família.

Hoje, Brizola, que tem pós-graduação em agronegócio pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ocupa um escritório tão moderno quanto o de qualquer executivo de outros setores considerados "de ponta", e se comporta como um CEO.

"Contratamos uma consultoria que nos ajuda na tomada de decisões e o que a gente pode melhorar, melhora", diz. Atento aos detalhes, em quatro anos a produtividade nos 1,3 mil hectares semeados com soja e milho e nos 1,7 mil hectares de cana dobrou na Fazenda Pindorama, em Campo Novo do Parecis.

Afora as plantações, a Pindorama também abriga 500 cabeças de gado em sistema de semiconfinamento. Antes de o pai falecer, Brizola tocava os negócios da família na Venezuela. "A gente tinha bem separada as operações". A família também tem negócios em Brasnorte (MT), e em Novo Progresso (PA).

É um caminho sem volta, mas não sem percalços. A transição na condução dos negócios muitas vezes gera atritos entre gerações. É normal os pais resistirem aos novos processos, e os empregados mais antigos têm dificuldades em aceitar as métricas de empresas.

"De repente, chega alguém e diz que você tem de fazer diferente do que você sempre fez. Geram bons debates, e os debates deixam marcas", diz Bertolane.

Quando bem administrado, contudo, o processo produz exemplos bem-sucedidos. A SLC Agrícola, por exemplo, nasceu uma empresa familiar no Rio Grande do Sul e hoje é listada na B3, com terras espalhadas por Mato Grosso e pelo Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)

A história se repete nas famílias da maioria dos médios e grandes produtores de Mato Grosso, responsáveis hoje por 30% da produção de soja do país. Os pioneiros preparam os filhos com uma educação formal que eles próprios não tiveram, mas quando os "piás" estão maduros não raro prevalece a lógica do "eu sempre fiz assim e sempre deu certo".

Graciele Mocellin, advogada especializada em planejamento patrimonial e sucessório, conta que os patriarcas estão abertos a novas tecnologias e à profissionalização, mas reconhece que "há momentos em que há um choque geracional".

E ela fala com conhecimento de causa. "Meu irmão e meu pai hoje dividem a gestão. Funciona bem, mas no passado meu pai queria arrendar toda a área da fazenda e não foi fácil o diálogo. Foi uma crise, mas superamos", diz.

"É normal haver uma incompatibilidade de ideias. A gente não teve esse problema. Mas foi uma transição muito rápida e gritante", afirma Aline Welke, que comanda a Fazenda Três Estados, em Campo Novo do Parecis. A fazenda produz em seus 1,7 mil hectares soja, milho, milho pipoca, girassol e feijão.

"O pai sempre plantou soja, milho e milho pipoca. Eu é que vou produzir girassol e feijão. Diversificar sempre é bom", realça Aline. Ela estudou administração rural e agronomia e trabalhou cinco anos na multinacional Syngenta.

Se com o pai Aline não teve problemas, o mesmo não pode ser dito sobre os funcionários. "É tudo muito complicado. Não aceitam bem uma mulher no comando e encontro bastante resistência", afirma.

Uma grande dificuldade é entender que a fazenda é uma empresa a céu aberto e que há processos que têm que ser seguidos, como na maioria das empresas.

"Não tinha base de dados que ajudasse na tomada de decisões", diz Aline. A principal condição imposta por ela para tocar os negócios da família e deixar o emprego na Syngenta foi que os equipamentos e maquinários fossem modernizados.

"Era ou troca a plantadeira ou troca", brinca. "A tecnologia agrega bastante, traz um ganho financeiro muito bom", diz. O próximo passo é construir um armazém na fazenda.

Perto dali, Carlos Henrique Brizola já construiu um armazém com capacidade para 3 milhões de toneladas. Agora, investe em estações meteorológicas dentro da fazenda.

Na família Gatto, a matriarca, Norma, divide a gestão com seus três filhos. "Nunca me preocupei em ser uma fazendeira, mas meu marido faleceu no ano 2000 e tive de assumir", afirma. Ela ainda acompanha o dia a dia das fazendas - Argemira (Itaquira), Cabeceira (Ipiranga do Norte) e Santa Carmen (Canarana) -, mas dois de seus filhos cuidam da administração e da parte financeira do negócio.

"Fico muito admirada e orgulhosa", conta. As três fazendas dos Gatto somam 12,8 mil hectares de grãos e 6 mil cabeças de gado.

Mas, claro, há os pais que entendem que vai demorar para passar os negócios para os filhos. É o caso de Silvésio de Oliveira, paranaense que planta soja e milho em Tapurah. A filha mais velha, Natália, se prepara cursando faculdade de agronomia em Cuiabá. "Mas ela tem muito o que aprender ainda", brinca. Mas certamente vai.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Cientistas exploram benefícios de grãos antigos

Alguns cientistas ao redor do mundo estão direcionando os seus projetos de pesquisa para explorar os benefícios dos grãos antigos para a produção de alimentos em maior quantidade e com maior qualidade. Para Julie Miller Jones, PhD, professora emérita de alimentos e nutrição da St. Catherine University nos Estados Unidos, e membro do conselho científico da Grain Foods Foundation, os estudos de biodisponibilidade são necessários para apoiar os benefícios da saúde dos grãos antigos.

"Com tudo isso, não acho que tenhamos dados muito bons sobre sua biodisponibilidade", disse ela sobre grãos antigos. “Temos muitos textos românticos, mas somos mais limitados em dados sobre o quanto biodisponíveis eles são”, completa.

Ela afirma que o processamento potencialmente pode afetar a nutrição e a quinoa pode ser um exemplo, pois é rico em proteínas. A quinoa também tem saponinas do lado de fora do grão que tem um sabor levemente amargo e mergulhar os grãos em líquidos remove as saponinas. "A quantidade que ele absorve reduz as saponinas, mas se você mergulhar o grão por muito tempo, você afetará o teor de nutrientes?" Comenta.

Os grãos antigos, sem dúvida, melhoram os resultados de saúde em alguns casos. O amaranto, que tem 15% de proteína, foi formulado em mingau de milho para aumentar a absorção de ferro entre os africanos que necessitam desse nutriente, disse ela. Grãos antigos também podem melhorar a qualidade nutricional de itens sem glúten.

"Eu gosto de comer grãos antigos, mas acho que precisamos olhar para eles, na minha opinião, como algo para tornar as coisas mais interessantes, especialmente para pessoas que não podem comer trigo, cevada e centeio por causa da doença celíaca", disse Jones. disse. "Eles (grãos antigos sem glúten) podem tornar muitos desses produtos muito melhores porque fornecem fibras", conclui.

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Fonte: Agrolink

5. Tecnologias que transformarão o agro nos próximos 5 anos

Nos próximos cinco anos, a população da Terra ultrapassará a marca dos oito bilhões pela primeira vez e a cadeia alimentar complexa, já ameaçada pelas mudanças climáticas e um suprimento limitado de água, sofrerá ainda mais. Foi isso que afirmaram pesquisadores da IBM enquanto apresentavam algumas tecnologias que transformarão a agricultura nos próximos 5 anos.

De acordo com Juliet Mutaji, engenheira de TI da IBM, os meios digitais da agricultura ajudarão a alimentar uma população crescente usando menos recursos. Será possível capturar dados para prever com precisão o rendimento das colheitas, o que, por sua vez, dará aos bancos e instituições financeiras os dados necessários para fornecer crédito para ajudar os agricultores a expandir.

“A representação digital é obtida por meio de uma rede de sensores que digitaliza todas as dimensões da coleta de dados da fazenda. Combine esse banco de dados com inteligência artificial da Watson para tomar decisões mais bem informadas e, finalmente, registre todas essas informações em um blockchain para controlar cada estágio da cadeia de suprimentos”, comenta.

Para depois da colheita, a tecnologia de blockchain impedirá que mais comida seja desperdiçada. "Estamos diante de uma situação que é perdido ou desperdiçado 34% dos alimentos produzidos devido a ineficiências na cadeia de abastecimento", disse a especialista.

Ela explica que, dentro de cinco anos, os inspetores de segurança alimentar em todo o mundo irão adquirir uma nova superpotência, que é a capacidade de entender como milhões de micróbios coexistem na cadeia de suprimento de alimentos e detectar patógenos com base em seu comportamento. Com isso, essa será uma tecnologia muito útil, pois fará os alimentos durarem mais.

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Fonte: Agrolink

6. Incentivos fiscais a defensivos beneficiam agronegócio

A concessão de incentivos fiscais aos defensivos agrícolas, que está sendo questionada pelo PSOL através da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.553, traz inúmeros benefícios para o setor do agronegócio. Foi isso que escreveu o sócio do Maneira Advogados e secretário-geral da Comissão de Assuntos Tributários da OAB-DF, Eduardo Lourenço Gregório Júnior, no portal conjur.com.br.

De acordo com o partido em questão, os incentivos seriam inconstitucionais devido à supostas violações ao direito fundamental ao meio ambiente equilibrado, ao direito fundamental à saúde e, ainda, pela seletividade tributária. Para o advogado, existe uma grande burocracia para aprovar um defensivo no País e, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) entenda que eles são prejudiciais, isso irá significar que o próprio sistema não está avaliando os defensivos corretamente.

“Até porque, se foi autorizado o uso do defensivo agrícola, nos termos aprovados pelos órgãos competentes, o que o Supremo poderá dizer? Que o benefício tributário é o fator que faz o defensivo ser prejudicial? Ou, então, ser mais caro quer dizer que não fará mal? Aliás, o argumento econômico não se sustenta. É o desconhecimento do setor, uma vez que os defensivos agrícolas são produtos muito caros e os benefícios não os fazem ser “baratos” a ponto de aumentar o uso”, completa.

Ele afirma também que, no seu entendimento, os “benefícios concedidos aos defensivos agrícolas não beneficiam as indústrias, mas, sim, o agronegócio e a economia brasileira, fazendo com que o produto brasileiro seja competitivo internacionalmente e que haja farta oferta de produtos alimentícios, e a baixo custo”. Sendo assim, “espera-se que o Supremo mantenha a discussão proposta na ADI com base nos institutos tributários, pois é disso que se trata”, conclui.

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Fonte: Agrolink

Proteína Animal

7. Aqua acelera aportes para atingir R$ 1 bi com queijos

Quase um ano após estrear no mercado de queijos com a aquisição do laticínio catarinense Lac Lélo, a gestora de fundos de private equity Aqua Capital intensificou os investimentos no segmento para criar um negócio capaz de faturar cerca de R$ 1 bilhão por ano.

Além da compra da participação majoritária na Lac Lélo, que atua no Sul do país com foco em queijos muçarela e prato, a Aqua ampliou o raio de atuação nesse mercado no fim do no ano, com a compra do controle da mineira Cruzília, que produz queijos finos como o gorgonzola.

Juntas, Lac Lélo e Cruzília faturam pouco mais de R$ 300 milhões anuais. "A conta é simples. Sempre olhamos com a missão de triplicar", afirmou Fábio Medeiros, diretor da Aqua responsável pela negócio de queijos, ao Valor. "Gostaria de uma plataforma de R$ 1 bilhão".

Para alcançar suas ambições, a Aqua está investindo R$ 50 milhoes na ampliação da capacidade das empresas adquiridas. Os aportes incluem a duplicação da fábrica da Lac Lélo em São João do Oeste (SC), próximo da fronteira com a Argentina, e também da unidade da Cruzília, que fica no município mineiro de mesmo nome. Os investimentos incluem o novo centro de distribuição da Lac Lélo em Gaspar (SC), inaugurado no dia 31 de janeiro.

O foco da Aqua é o crescimento dos negócios adquiridos, mas novas compras estão no radar. Segundo o executivo, uma das possibilidades é a gestora ingressar em queijo parmesão, produto ainda fora do portfólio de Lac Lélo e Cruzília. "É algo que precisa pensar. Temos um exercício a fazer nesses próximos meses", disse. Outra possibilidade é a aquisição de empresas no Uruguai e na Argentina. A Aqua tem mandato para investir na América do Sul.

Já investimentos em leite longa vida estão descartados, indicou Medeiros. O executivo conhece bem essa área. Ele comandava a divisão de lácteos da BRF no momento em que a então dona das marcas Batavo e Elegê ingressava em queijos para diluir o impacto da baixa rentabilidade do leite longa vida. Talvez por isso o longa vida esteja descartado.

De acordo com Medeiros, a taxa de crescimento das vendas de queijos será bastante superior ao do leite longa vida. "Cada vez mais o brasileiro perde esse hábito de tomar café da manhã com leite", disse. Estimativa do Rabobank aponta que, em 2017, o consumo per capita de queijo foi de 63 litros equivalentes ao leite. O consumo somado de leite longa vida e leite em pó foi de 60 litros, enquanto o consumo de leite fresco e leite pasteurizado foi de 5 litros.

Além da maior rentabilidade, o consumo tende a aumentar na medida em que o consumidor conhecer novas variedades, afirmou Medeiros. Segundo ele, a Cruzília é um exemplo de que o brasileiro pode consumir mais queijos. "No pé da Serra da Mantiqueira, você consegue fazer um queijo mofo azul que compete com qualquer queijo internacional ao mesmo tempo em que tropicaliza esse queijo para o paladar brasileiro", disse ele, citando prêmios recebidos pelos queijos da Cruzília em festivais internacionais na Dinamarca e na França.

Com a aposta em queijos, a Aqua pretende estar bem posicionada para o processo de consolidação desse mercado, que é extremamente fragmentado e pouco profissionalizado. A avaliação é que o interesse estrangeiro pela indústria brasileira de lácteos vai crescer. Multinacionais de lácteos já presentes, como a suíça Emmi, possuem uma participação no país aquém do potencial. Outras, como a mexicana Saputo, ainda devem ingressar no país.

Nesse cenário, a Aqua pretende construir uma "plataforma" que, dentro de cinco ou seis anos, possa ser vendida oferecendo uma vantagem para os possíveis compradores. Hoje, as fusões e aquisições no mercado de queijos - e de lácteos em geral - esbarram na "escassez de ativos organizados", afirmou Medeiros, em alusão aos conflitos familiares nesse segmento.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Em Dubai, quem quer carne ignora política

A possível transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém passa ao largo das rodas das conversas e negociações de bastidores entre importadores e representantes dos frigoríficos brasileiros na principal feira de alimentos do Oriente Médio. A ausência da discussão é um alívio para os exportadores de carnes bovina e de frango que participam da Gulfood, evento anual que em 2019 ocorre em Dubai entre 16 e 21 de fevereiro.

Quando, ainda em campanha, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a intenção de transferir a embaixada, contrariando a posição história da diplomacia nacional em relação à Palestina, os produtores de carnes ficaram em polvorosa. O risco de perder o acesso ao mercado árabe, responsável por quase 20% das exportações brasileiras de carne bovina e 40% dos embarques de frango, deixou os empresários de cabelo em pé.

Nesse meio tempo, o Egito chegou a cancelar uma visita do chanceler brasileiro na ocasião, Aloysio Nunes Ferreira, o que foi encarado como um sinal dos árabes sobre o que poderia estar em jogo com a possível transferência. Aos poucos, porém, a lógica econômica parece ter se sobreposto, ainda que não se possa descartar o efeito positivo das declarações do vice presidente Antonio Hamilton Mourão, que negou que a transferência já estivesse decidida.

De qualquer forma, empresários e executivos consultados pelo Valor em Dubai ressaltaram que, durante a feira, até agora sequer foram questionados pelos importadores sobre o caso da embaixada. "Nem perguntaram", comemorou o vicepresidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. A afirmação foi corroborada pela diretoraexecutiva da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Liège Nogueira. "Eles precisam da carne", acrescentou o dono de um frigorífico brasileiro de carne bovina.

Ironicamente, a única pessoa que tocou no assunto junto aos exportadores do Brasil foi o embaixador do país nos Emirados Árabes Unidos, Fernando Igreja. Ainda assim, o fez para se certificar de que o assunto não esteve na pauta da Gulfood, afirmou uma fonte ao Valor.

De passagem pela feira, o embaixador conversou com a reportagem e confirmou a boa impressão sobre os contatos que teve com os brasileiros. "Não é um tema e não é motivo de preocupação", afirmou Igreja, que está à frente da representação brasileira em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, há um ano e oito meses. De acordo com ele, parte do clima positivo em relação ao Brasil pode estar relacionado ao ambiente de Dubai, "pró-business".

"O Brasil é um grande parceiro e a relação com os Emirados tem melhorado nos últimos cinco anos", acrescentou Igreja, lembrando que o país é o segundo maior parceiro comercial do Brasil no mundo árabe, atrás apenas da Arábia Saudita. Ao Valor, um empresário brasileiro de ascendência saudita reforçou o "pragmatismo" no Oriente Médio e, sobretudo, em Dubai. "Eles vieram fazer negócios", disse, explicando porque o entra e sai dos estandes das empresas brasileiras na feira teve como pauta comércio, não política.

Apesar da sinalização positiva, nem tudo são flores. Para um empresário brasileiro que conversa frequentemente com os sauditas, a retórica negativa de representantes do governo Bolsonaro em relação ao mundo muçulmano atrapalha as tratativas. "Eles têm uma desculpa", disse. Na semana passada, uma comitiva de brasileiros esteve na Arábia Saudita para conversas sobre as restrições que o país árabe fez em janeiro, quando proibiu dezenas de frigoríficos brasileiros de carne de frango de exportar. Segundo uma fonte, diferentemente de outras ocasiões, o clima da reunião foi "frio".

Embora seja consensual que a restrição saudita aos abatedouros de frango tenha motivação estratégia, e não política - os sauditas querem reduzir a dependência as importações de frango e produzir 60% de seu consumo localmente até 2030 -, a avaliação é que o diálogo com os brasileiros poderia ser melhor.

Não à toa, a única esperança entre os exportadores brasileiros é que as autoridades sanitárias da Arábia Saudita permitam que os carregamentos de carne de frango que estão no mar a caminho do país possam entrar. Os lotes foram despachados pelos frigoríficos brasileiros antes das restrições serem anunciadas.

Além disso, a reabertura das unidades recentemente desabilitadas pela Arábia Saudita parece um sonho distante. "Só vão abrir se precisarem da carne", disse uma fonte.

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Fonte: Valor Econômico

9. Bolsonaro defende metas para reduzir a burocracia na pesca

O presidente Jair Bolsonaro defendeu a aplicação de metas para reduzir a burocracia no setor de pesca e agricultura no Brasil. Ele abriu o seu Twitter nesta terça-feira com uma mensagem a favor de medidas que deverão ser adotadas pela Secretaria Nacional de Pesca e Agricultura do governo federal, que está sob o comando de Jorge Seif Júnior, correligionário do presidente no PSL.

“Em conversa com o secretário nacional de Pesca e Agricultura nos foi informado que a burocracia no setor é o que mais tem travado o crescimento da produção nas cinco regiões do país.

Queremos viabilizar desburocratizações o quanto antes para propiciar maiores ganhos para todos”, informou Bolsonaro.

O presidente também destacou a medida que foi colocada por Seif envolvendo várias especiais de peixes em locais de água, em Santa Catarina, estado em que o secretário atuou antes de ser nomeado para o governo federal.

Ele apresentou uma mensagem destacando que as metas em tilápia, naquela região, levam a um faturamento de R$ 5 bilhões em casos de piscicultura. De acordo com uma mensagem de Bolsonaro, esse setor cresceu 4,5% em 2018. A expectativa seria de aumento de 10%, em 2019, e 15% na espécie considerada como mais cultivada no Brasil.

Já Seif divulgou uma mensagem pelo Twitter no início da madrugada apontando para a realização de reuniões com a imposição de metas na Secretaria de Pesca e Agricultura com o objetivo de estabelecer a adoção de medidas a serem adotadas em breve.

Encontro com presidente do PSL

Apesar de tentar afastar a crise do Palácio do Planalto, com a demissão do agora ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, Bolsonaro vai tentar encontrar uma solução para o PSL, em um encontro com o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PSL-PE), marcado para as 12h30, no Palácio do Planalto.

Conforme mostrou o Valor, o núcleo familiar de Bolsonaro avalia afastar Luciano Bivar da presidência do partido, depois da fritura de Bebianno. Isso poderia ocorrer em novembro, quando acaba o mandato de Bivar, ou antes, caso fatos mais graves surjam contra ele.

Bebianno foi demitido em meio a suspeitas de que o PSL, comandado por ele no período eleitoral, tenha criado um esquema de candidaturas de laranjas em 2018. O atual presidente do PSL também está sob suspeita de financiar candidaturas de laranjas.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Suedzucker deve fechar fábrica de açúcar na Polônia em meio a reestruturação

A Suedzucker, maior refinaria de açúcar da Europa, planeja fechar uma unidade de produção na Polônia com capacidade anual de cerca de 50 mil toneladas, disse a empresa nesta terça-feira, como parte de seu programa de reestruturação para enfrentar uma queda nos preços da commodity.

A Suedzucker também anunciou recentemente que fechará fábricas de açúcar na Alemanha e na França.

A empresa disse em janeiro que planeja reduzir os volumes de produção de açúcar em cerca de 700 mil toneladas por ano.

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Fonte: Reuters/NovaCana

11. Imóveis e equipamentos da Usina Guaxuma vão a leilão nesta quarta (20)

Imóveis rurais e o parque industrial da Usina Guaxuma, pertencentes à massa falida da Laginha Agro Industrial, vão novamente a leilão após autorização dos magistrados José Eduardo Nobre, Leandro de Castro Folly, Marcella Pontes de Mendonça e Phillippe Melo Alcântara, que atuam no processo de falência. Os compradores poderão dar lances a partir desta quarta-feira (20), no site do leiloeiro oficial.

Os imóveis e os equipamentos, avaliados em R$ 667,2 milhões e R$ 151,9 milhões, respectivamente, não poderão ser vendidos separadamente. Na primeira praça, que vai de 20 a 28 de fevereiro, os interessados precisam dar lance mínimo de 49% do valor avaliado dos bens. Caso não haja comprador, será aberta a segunda praça com lance mínimo de 45% até o dia 12 de março.

Os bens já tinham ido a leilão no ano passado, mas não houve compradores. A maior parte dos imóveis está localizada em Coruripe, mas há terras também em Campo Alegre, Teotônio Vilela e Junqueiro, todos municípios alagoanos. Os terrenos somam 17 mil hectares.

Serão vendidos equipamentos como balança rodoviária, ponte rolante, caldeira de alta pressão, distribuidor de bagaço, secador de açúcar, silo metálico, destilaria, gerador de energia e compressor de ar. Mais informações sobre o leilão podem ser acessadas no site da administradora judicial.

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Fonte: TJ-AL/Nova Cana

12. Mineira Bevap alonga dívida de R$ 450 milhões

A Bevap, dona de uma usina em João Pinheiro (MG), acertou com um grupo de bancos públicos a reestruturação de dívidas vencidas que somavam R$ 450 milhões e agora busca um investidor para cumprir compromissos assumidos com as instituições financeiras. Esta foi a segunda renegociação de dívidas realizada pela companhia - que, assim, deixa a situação de default.

A primeira renegociação foi realizada em 2017 com bancos privados, com os quais a companhia tinha dívidas vencidas de R$ 550 milhões. Participaram da operação Santander, Bradesco, Itaú, Banco ABC e Banco Votorantim. Desta vez, participaram da reestruturação Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e Banco do Nordeste (BNB).

Com os bancos públicos, a companhia vinha pagando apenas os juros, a partir da receita gerada pela cogeração de energia elétrica, e estava sem quitar as amortizações. Os bancos concordaram em estender o pagamento da dívida por oito anos, com dois de carência, e em reduzir o custo total do endividamento.

Em troca, a Bevap ofereceu como garantia mais contratos de energia, comprometeu-se a antecipar pagamento de dívida ao invés de distribuir dividendos em caso de excedente de caixa (mecanismo de "cash sweep") e, ainda, a buscar um investidor.

"O prazo para conseguir um novo investidor está aberto. Mas deve ser fácil encontrar um sócio, porque a empresa vem apresentado melhorias nos últimos meses e a perspectiva é que o agronegócio se aqueça", afirmou o advogado Renato Brandão, do escritório Felsberg Advogados, que intermediou as negociações. A princípio, o novo investidor deverá entrar como minoritário - caso contrário, será preciso autorização dos bancos.

Segundo Brandão, o mecanismo de "cash sweep" deverá permitir que a Bevap, que tem capacidade de moagem de 3,2 milhões de toneladas de cana por safra, tenha flexibilidade para investir em manutenção e em bens de capital.

Enquanto negociava com os bancos públicos, a companhia explorou sua flexibilidade industrial para maximizar sua produção de etanol na safra atual (2018/19). A perspectiva dos envolvidos na negociação é que a alavancagem financeira (relação entre a dívida líquida sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização em 12 meses) se aproxime de um patamar "saudável" - no mercado, estima-se que para uma usina esse nível seja cerca de 3 vezes.

A solução extrajudicial fez com que a Bevap escapasse de uma recuperação judicial, caminho trilhado por dezenas de usinas nos últimos anos diante do prolongado período de preços baixos do açúcar e do controle dos preços da gasolina, na primeira metade da década. Segundo Brandão, a reestruturação extrajudicial fazia mais sentido para a Bevap já que praticamente todas as suas dívidas eram com instituições financeiras.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Custo de produção da soja em MT para 2019/2020 é revisado para baixo

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu as projeções de custo de produção da soja em Mato Grosso para a safra 2019/20. Segundo o Imea, o custo variável diminuiu 1,83% ante o previsto no mês anterior, para R$ 3.100,19/hectare, enquanto o custo operacional caiu 1,71%, para R$ 3.445,48/ha.

"A queda no dólar durante janeiro gerou diminuição nas despesas com defensivos agrícolas e macronutrientes", disse o instituto, em relatório divulgado nesta segunda-feira, 18. Entre os defensivos, os herbicidas foram os que apresentaram maior recuo na comparação mensal, de cerca de 3,9%.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

14. Indústria de suco de laranja do Brasil busca ampliar espaço na China

As maiores processadoras de suco de laranja no Brasil avaliam possibilidades de investimento na China em troca de medidas que melhorem a competitividade do produto nacional no mercado chinês. A Associação Brasileira dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) tem conversado sobre o assunto com o Ministério da Agricultura e representantes do país asiático e demonstra otimismo em relação aos rumos da discussão.

A indústria enfrenta no mercado chinês uma tarifa relacionada à temperatura do suco de laranja brasileiro. Se o produto chega a até 18 graus negativos, há uma sobretaxa de 7,5%. Se é 17,9 graus graus negativo, vai a 30%. É uma “barreira técnica” que não impede as exportações, mas as torna mais caras e impõe dificuldades de logística para os exportadores.

A proposta de investimentos vem sendo discutida pelo menos desde outubro de 2018, informa a CitrusBR, que representa Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus (LDC). As processadoras querem a revisão da chamada “tarifa de temperatura”. Em contrapartida, consideram a possibilidade de construir terminais para desembarque de suco de laranja a granel no país asiático.

Recentemente, o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, esteve em diversas reuniões com parlamentares e o Ministério da Agricultura. Em 24 de janeiro, por exemplo, ele se encontrou com o secretário de Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro para conversar sobre “proposta de investimentos do setor na China e possível apoio do Mapa”.

“É um assunto técnico, que está andando. Temos tido apoio da parte do governo brasileiro. Já estive com pessoas do governo da China. Tem tudo para ter um bom desfecho”, afirma ele, acrescentando que a CitrusBR pretende também fazer campanhas de promoção do suco brasileiro no país asiático, a exemplo do que é realizado na Europa.

Netto afirma que ainda não há, mesmo de forma preliminar, um estudo de viabilidade da construção dos terminais. Diz apenas que esse trabalho deve ser feito quando estiverem dadas as condições para o investimento que, explica, não é “algo exatamente barato”. Defende também maior frequência de missões dos dois lados para aumentar a interlocução entre os governos.

“A China tem um jeito muito peculiar de fazer negócios e sem esse olho no olho, sem essa conversa, fica difícil realmente acreditar que as coisas andem”, disse ele, pouco tempo atrás, em vídeo divulgado em redes sociais.

Mercado crescente

Principal parceiro comercial do Brasil, a China também aumentou sua participação como destino das exportações do agronegócio brasileiro. O valor das vendas para o país asiático em 2018 somou US$ 35,59 bilhões, respondendo por 35% do total, o dobro da União Europeia (17,5%), por exemplo. Em 2017, a participação chinesa tinha sido de 27%.

Os embarques de suco de laranja para o mercado chinês aumentaram. De 2017 para 2018, o volume embarcado passou de 32,243 mil para 35,255 mil toneladas e o faturamento dos exportadores, de US$ 62,80 milhões para US$ 73,24 milhões, de acordo com estatísticas do Ministério da Agricultura.

Mas, diferente de outras commodities, a representatividade é pequena. Em uma pauta dominada pelos complexos soja, carnes e de produtos florestais, o suco de laranja - do qual o Brasil é o maior produtor e exportador mundial - é apenas o décimo da lista.

Para as associadas da CitrusBR, uma revisão dessa tarifa significa melhorar o acesso a um mercado com perspectiva de crescimento, explica Ibiapaba Netto. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima um aumento de 3,65% na produção chinesa, que pode chegar a 45,400 mil toneladas na safra 2018/2019.

Mas o volume representa menos da metade do consumo no país estimado pelos técnicos do governo americano: 98,900 mil toneladas, 2,8% a mais que na safra 2017/2018. A demanda chinesa por suco estrangeiro deve passar de 55 mil para 56 mil toneladas na safra atual.

“A China é um mercado onde o consumo tem crescido, mas a participação brasileira não. Quando olhamos a nossa participação em outros mercados e comparamos com a China, é menor justamente pela falta de competitividade que a tarifa de temperatura nos impõe”, resume.

Ainda que os dados do USDA indiquem um consumo aumentando em ritmo um pouco menor que a produção de suco de laranja na China, Ibiapaba Netto entende que faz sentido o país incentivar importações. Argumenta que o mercado de mesa pagar mais pela fruta do que a indústria. Da safra chinesa de laranjas, apenas 5% viram suco, diz o diretor da CitrusBR.

"No final das contas, é uma combinação. Para exportar para a China, tem quer ter um bom produto, tradição no que faz e uma visão de futuro sobre essa relação. Quando junta tudo isso, cria o ambiente para que seja possível viabilizar uma questão. Acreditamos ter um bom caminho pela frente", explica Netto.

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Fonte: Revista Globo Rural

15. Soja deve roubar espaço do arroz nas lavouras gaúchas, diz Irga

O plantio de soja tem se espalhando por áreas onde, tradicionalmente, planta-se arroz. Segundo projeção do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), muito em breve, a oleaginosa deve ocupar quase 50% dos hectares atualmente destinados ao cereal.

O plantio de arroz é herança de família para Celso Bartz, de Camaquã (RS). Mas a cada ano fica mais difícil manter a tradição. “Em 2017, desistimos das áreas arrendadas que mantínhamos, em torno de 500 hectares. Na safra 2019/2020, vamos diminuir mais 300 hectares”, conta.

O motivo de Bartz é o que todo produtor de arroz já conhece: a falta de competitividade. “A questão fora da porteira judia muito. Há essa assimetria do Mercosul, que está complicada. Nós temos altas taxas! Toda a questão legal que envolve a lavoura é muita onerosa”, afirma o agricultor.

Diversificação

De acordo com o presidente do Irga, Guinter Frantz, a soja já está presente em 29% das áreas ocupadas por arroz. “O produtor tem ela no seu portfólio de plantio e venda, isso com certeza ajuda muito”, diz.

Diversificar é a principal orientação do setor para quem vai insistir em arroz nas próximas temporadas. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, admite que, dependendo da região e da situação individual, há produtores que não vão conseguir. “Mas contando que uma parcela importante — pelo menos 50% — pode, isso trará um outro horizonte para o setor produtivo”, pontua. O dirigente é taxativo: “A monocultura está no fim”.

Celso Bartz planta soja em 650 hectares e, na próxima temporada, já planeja expandir o cultivo para 1.000 hectares. Ele também vai investir na pecuária, atividade que já faz parte da rotina. “Estamos trabalhando com inseminação artificial, melhorando genética e, principalmente, fazendo um ciclo mais curto de abate”, conta. O agricultor também aderiu à Integração Lavoura-Pecuária (ILP) para aproveitar melhor a área.

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Fonte: Canal Rural

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