Conjuntura do Agronegócio

1. Ministra da Agricultura diz que defenderá aprovação da Previdência junto a ruralistas

A proposta apresentada pelo governo Bolsonaro que fixa a idade mínima para aposentadoria de trabalhadores rurais em 60 anos é "boa" e "razoável", declarou nesta quarta-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

A ministra afirmou ainda em evento em Brasília que defenderá a aprovação da Reforma da Previdência junto aos parlamentares da bancada ruralista.

O presidente Jair Bolsonaro e sua equipe econômica apresentaram nesta quarta-feira a proposta para a Previdência, na qual sugerem que trabalhadores rurais de ambos os gêneros devam cumprir idade mínima de 60 anos, com contribuição mínima de 20 anos.

Além disso, a ministra também afirmou que o Brasil pode impulsionar suas exportações de carne suína para países asiáticos, como resultado de um surto de peste suína africana na China, que apresentaria uma oportunidade aos exportadores brasileiros.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

2. Câmara Árabe-Brasileira inaugura 1º escritório fora do Brasil em Dubai

A Câmara Árabe-Brasileira, que reúne empresas brasileiras exportadoras para os países árabes, acaba de abrir seu primeiro escritório fora do Brasil, em Dubai, nos Emirados Árabes. A inauguração aconteceu na última terça (19/2) durante a Gulfood, uma das maiores feiras de alimentos e bebidas do mundo, que segue até quinta (21/2), e contou com a presença do presidente da Câmara, Rubens Hannun.

“Os países árabes representam ótimas oportunidades de negócios para o Brasil”, afirma Hannun. “O escritório vai facilitar a interação com os importadores e governos locais, além de servir de vitrine para diversos produtos brasileiros”, diz. Faz parte dos planos da entidade promover degustação de alimentos e encontros com diversos players do mercado na filial nos Emirados Árabes. O país é considerado um entreposto de exportações para vários países da região.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 8,1 bilhões em produtos do agronegócio para o mundo árabe, com destaque para a Arábia Saudita (US$ 1,7 bilhão), Egito (US$ 1,4 bilhão), Emirados Árabes (US$ 1,2 bilhão) e Argélia (US$ 943 milhões). A expectativa é que as exportações sigam uma trajetória ascendente. Embora questões relativas à adulteração da carne brasileira tenham causado impacto nos resultados das vendas externas em 2018, em janeiro deste ano já houve uma recuperação.

Apenas para os Emirados Árabes, as exportações atingiram US$ 344,5 milhões no primeiro mês do ano, o dobro de janeiro de 2018. Foram registrados aumentos também em relação às vendas para o Iraque -- US$ 49 milhões, quase o triplo do mesmo período de 2018 --, Catar e outros países da região. “O crescimento populacional, a maior demanda por alimentos e a expansão da renda deverá fortalecer a relação comercial dos países árabes com o Brasil”, diz Hannun.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) também revelou planos de abrir um escritório em Dubai este ano. “O intuito é otimizar as oportunidades de negócios na região e estimular a internacionalização do frango brasileiro, um dos principais produtos da nossa pauta de exportações”, explica Francisco Turra, presidente da ABPA. A Arábia Saudita e a China são os principais destinos internacionais do frango produzido no Brasil, seguidos pelo Japão e os Emirados Árabes. Em 2018, as exportações somaram US$ 5,88 bilhões. “O Golfo Pérsico e os países árabes em geral devem continuar com a demanda em alta”, acredita.

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Fonte: Revista Globo Rural

3. Governo da China anuncia política para impulsionar crescimento do setor agrícola

O governo chinês anunciou na terça-feira, 19, uma série de diretrizes para promover o crescimento do setor rural do país. A política integra a estratégia de frear a desaceleração da economia do país.

Diante da pressão crescente sobre a economia e um ambiente externo desafiador, as questões rurais são de "especial importância", informou a agência de notícias estatal Xinhua, citando uma declaração do Comitê Central do Partido Comunista.

Segundo a agência, a política prevê uma gama ampla de prioridades, incluindo esforços para aliviar a pobreza nas regiões rurais, estabilizar a produção agrícola e melhorar os serviços públicos no campo. As diretrizes também reforçam a necessidade de aumentar as importações de produtos agrícolas de que o país precisa e diversificar suas fontes de importação.

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Fonte: Revista Globo Rural/Estadão Conteúdo

Insumos

4. Acionistas da Heringer ratificam pedido de recuperação judicial

A Fertilizantes Heringer informou que seus acionistas ratificaram hoje em assembleia geral extraordinária a decisão tomada pelo conselho de administração de ajuizar o pedido de recuperação judicial, apresentado dia 6.

O pedido, apresentado na 2ª Vara da Comarca de Paulínia (SP), foi deferido pela juíza estadual Marta Brandão Pistelli. A dívida da empresa, uma das maiores do segmento de fertilizantes no país, chega a R$ 1,5 bilhão.

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Fonte: Valor Econômico

5. Corteva compra marcas de semente de canola e agrotóxico da Basf

A Corteva Agriscience, divisão agrícola da americana DowDuPont, anunciou a compra do sistema de produção Clearfield no Canadá e Estados Unidos da alemã Basf. O valor da transação não foi divulgado.

O acordo inclui a semente de canola resistente a herbicidas da família imidazolinonas, além dos herbicidas deste mesmo grupo de agrotóxicos, da marca Ares, e do herbicida imazamox, da marca Tensile.

A aquisição permite que a Corteva Agriscience, que anteriormente licenciou o tratamento de canola Clearfield nas marcas de sementes Pioneer e Brevant (anteriormente Nexera), expanda sua posição para incluir o licenciamento do tratamento de canola Clearfield para outras empresas de sementes no Canadá e Estados Unidos. Além disso, adquirir os herbicidas imazamox e imazapyr sob a marca Ares e os herbicidas imazamox sob a marca Tensile no Canadá fornece à Corteva Agriscience o sistema completo de canola para oferecer a seus clientes e potenciais parceiros licenciados nestes mercados.

"Esta aquisição reforça a já estabelecida posição da Corteva Agriscience em sementes e traços de canola Clearfield e nos posiciona bem para oferecer uma solução de tratamento e herbicidas para os produtores — uma forte prova do nosso compromisso contínuo em expandir a escolha do produtor e entregar uma completa solução para os agricultores”, disse Rajan Gajaria, vice-presidente executivo de plataformas de negócios da Corteva Agriscience, em nota.

“Esta transação dá suporte à Corteva Agriscience no fornecimento de genética para um dos óleos vegetais mais consumidos globalmente, juntamente com o segmento de óleo ômega-9 saudável, que reflete nosso foco contínuo em atender às necessidades dos consumidores e agricultores por meio de ofertas diferenciadas”, completou.

A DowDupont está em processo de separar a área agrícola, a Corteva, como uma empresa independente.

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Fonte: Valor Econômico

6. Frota brasileira de aeronaves agrícolas continua em expansão

A frota brasileira de aeronaves agrícolas deverá repetir neste ano o crescimento de 3,7% registrado em 2018, amparado por preços ainda elevados das principais commodities cujas lavouras são tratadas com produtos aplicados com a ajuda de aviões.

“Esperamos crescer pelo menos o mesmo que no ano passado”, afirma Gabriel Colle, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Segundo ele, soja, algodão, cana, café, milho e trigo são as principais culturas que recorrem à aviação agrícola no país.

O crescimento alcançado em 2018 é equivalente a 79 aparelhos a mais e elevou a frota nacional para 2,2 mil unidades, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Sindag em Capão do Leão (RS), durante a Abertura da Colheita Oficial do Arroz.

O número de empresas que atua no setor também cresceu 3,7%, para 253, enquanto o número de operadores privados — agricultores ou cooperativas com aeronaves próprias — chegaram a 585 no ano passado, um aumento de 3,5%.

O Estado que registrou maior crescimento no ano passado foi Mato Grosso, com 30 novos aviões, seguido por Mato Grosso do Sul, com 11, e Goiás, com dez.

Mato Grosso permanece no topo do ranking entre os Estados com maior frota, com 494 aviões, seguido pelo Rio Grande do Sul, onde há 427 aeronaves agrícolas.

A Embraer tem 58% do mercado brasileiro de aviação agrícola com as variações do modelo Ipanema. “Mas registramos um volume expressivo de aquisição de aeronaves importadas no ano passado devido ao câmbio”, afirma Colle. Enquanto a aeronave nacional custa, em média, R$ 1,5 milhão, a importada, com maior capacidade, sai por US$ 1,5 milhão.

O Brasil possui a segunda maior frota aérea agrícola do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com 3,6 mil aeronaves.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Copacol vai acelerar os abates de frangos

Sócias na Frimesa, central de cooperativas que processa suínos e leite, as cooperativas Lar e Copacol, sediadas no oeste do Paraná, estão em lados opostos quando o assunto são as perspectivas para a economia do país. Enquanto a primeira demonstra reticência com a realização das reformas econômicas, a segunda aposta na retomada do consumo e ampliará a produção.

"Nada é milagroso, mas tudo está mostrando que existe uma expectativa melhor", afirmou o presidente da Copacol, Valter Pitol, em entrevista durante a feira de alimentos Gulfood, que acontece esta semana em Dubai. Na contramão, o presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, demonstra cautela. "As reformas têm que dar certo, e são muitas para fazer", disse o dirigente.

Mais otimista, a Copacol vai acelerar os abates de frangos em 2019. De acordo com Pitol, o cooperativa concluiu no ano passado o projeto de ampliação capacidade do abatedouro que possui em sociedade com a Coagro, outra cooperativa, em Ubiratã (PR). Ao todo, foram investidos R$ 330 milhões. O projetou chegou a ser adiado em 2016, quando a forte alta dos preços do milho e a crise econômica derrubaram as margens dos frigoríficos no país.

Pelas projeções de Pitol, a ampliação dos abates, que passarão de cerca de 520 mil frangos por dia para 720 mil até meados de 2020 - neste ano chegarão a 600 mil cabeças -, impulsionará o faturamento da Copacol, que tem sede em Cafelândia (PR) e abatedouros de aves no município de sua sede e em Ubiratã. A expectativa do dirigente é que as vendas da totalizem R$ 4,1 bilhões em 2019, aumento de 8% ante os R$ 3,8 bilhões do ano passado.

Além da melhora do consumo doméstico, Pitol conta com a recuperação das exportações de carne de frango. Nos últimos dois anos, as vendas externas do produto brasileiro recuaram. "A expectativa é que a avicultura tenha um ano bem melhor do que foi o ano passado", disse. Pitol acredita que a alta do preço em dólar da carne de frango exportada pelo Brasil compensará o impacto negativo da desvalorização do real, movimento previsto no caso da retomada da economia.

Do lado da Lar, cooperativa sediada em Medianeira (PR), a maior receio com a perspectiva econômica talvez tenha relação com a frustração de receita que a cooperativa deverá amargar em 2019. Em razão da quebra da safra de soja no Paraná, a Lar já admite que não atingirá a meta de faturar R$ 6,9 bilhões neste ano. Segundo Rodrigues, é mais provável que o faturamento fique próximo de R$ 6,5 bilhões. No ano passado, as vendas da Lar somaram R$ 6,3 bilhões.

No segmento de carne de frango, a produção da Lar deverá ficar estável, em torno de 520 mil aves por dia. A Lar possui dois abatedouros de frango, em Matelândia e em Cascavel, no Paraná.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. S&P Global rebaixa nota da BRF de ‘BB’ para ‘BB-’

A agência de classificação de risco Standard and Poor’s (S&P) rebaixou a nota da BRF de ‘BB’ para ‘BB-‘ e avaliou a perspectiva do rating como estável. O rebaixamento deveu-se à avaliação de que a alavancagem — relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) — deve continuar pressionada, em torno de 4 vezes a 4,5 vezes no fim deste ano. A expectativa anterior era de uma alavancagem de 4 vezes no fim de 2019.

A agência afirmou que, apesar das vendas de ativos, do refinanciamento da dívida e da melhora gradual do desempenho, a companhia continua exposta a eventuais contigências associadas às investigações da Operação Carne Fraca e à volatilidade das condições de mercado, além do aumento da competição.

A S&P afirmou que as vendas dos ativos, localizados na Argentina, na União Europeia e na Tailândia, ficaram abaixo de suas expectativas, que eram de R$ 3,5 bilhões. As vendas de ativos totalizaram R$ 2 bilhões.

Além disso, a agência mencionou a depreciação do real como um motivo que pode aumentar a dívida da companhia denominada em dólar.

A S&P cita também a expectativa de preços mais altos dos grãos e “dúvidas sobre a habilidade de recuperar margens nas operações internacionais da companhia e no mercado Halal, em meio à competição crescente” no mercado como fatores que devem atingir o desempenho da BRF. Também é mencionada a possibilidade de “mais restrições à exportação”.

Por outro lado, a agência observa que espera melhoria “significativa” nas margens da BRF em 2019 e 2020, refletindo um desempenho “sólido” nas áreas internacional e Halal caso não ocorra nenhum fator adverso como os observados em 2018.

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Fonte: Valor Econômico

9. Cade aprova acordo de permuta de ativos entre Minerva e Marfrig

A Minerva informou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a transação em que a companhia ficará com a planta de Paranatinga (MT), conforme previsto em contrato de permuta com a Marfrig, que ficará com uma unidade em Várzea Grande (MT) e que teve a BRF com interveniente. A aprovação foi dada em 1º de fevereiro e transitou em julgado ontem.

Conforme já informou o Valor, a Minerva deve receber ao menos R$ 40 milhões pela venda do abatedouro de bovinos que entrou no acordo de permuta. O pagamento da Marfrig à Minerva se deve à diferença de capacidade entre os dois frigoríficos.

Em dezembro, a Marfrig comprou a unidade de produção de hambúrguer da BRF em Várzea Grande por R$ 100 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. JBS Biodiesel ampliou comercialização em 25% em 2018

A JBS Biodiesel vendeu 260 milhões de litros do biocombustível em 2018, um aumento de 25% em relação a 2017. A informação foram divulgada hoje pela empresa, que trabalha com resíduos da cadeia de proteína animal (bovinos, frangos e suínos) para a produção do biocombustível.

“Além disso, complementamos a produção com óleo de fritura recuperado. Mais de 12,5% da matéria-prima utilizada para a produção já vem dessa fonte, tornando a produção ainda mais sustentável”, afirma o diretor da JBS Biodiesel, Alexandre Pereira, em nota.

Boa parte do óleo de fritura utilizado como insumo pela empresa vem do projeto Óleo Amigo, iniciativa conduzida em parceria com a JBS Ambiental.

Lançado em março de 2017, o programa está presente em mais de 40 municípios do interior de São Paulo por meio de parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Lins, onde está concentrada a produção, e de outras cidades do entorno. São mais de 300 pontos de coleta em escolas, estabelecimentos comerciais, hospitais, igrejas e universidades.

Segundo nota, foram investidos R$ 5,5 milhões para aumentar a capacidade de reaproveitamento de óleo de fritura e flexibilizar a matriz de matérias-primas. Em 2018, foram reaproveitados cerca de 3,5 milhões de litros de óleo de cozinha usado, o dobro do volume do ano anterior.

“Enxergamos um horizonte positivo para o biodiesel e, consequentemente, para os nossos negócios com a aproximação da entrada de B11 [11% de mistura obrigatória do biodiesel no diesel], que deve iniciar o aumento gradativo da mistura no diesel já a partir do próximo leilão (L66, da ANP), chegando em B15 até 2023”, afirmou Pereira.

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Fonte: Valor Econômico

11. Açúcar bruto tem máxima de três meses na ICE; maio é negociado a 13,38 cents/libra

Os contratos futuros do açúcar bruto para maio na ICE avançaram para seus maiores níveis em três meses e meio nesta quarta-feira, impulsionados pela cobertura de vendidos por fundos.

O contrato maio do açúcar bruto fechou em alta de 0,15 centavo, ou 1,1 por cento, a 13,38 centavos por libra-peso, após máxima de 13,42 centavos, maior nível desde 5 de novembro.

A cobertura de vendidos por fundos em cenário de ganhos do petróleo, que bateu máximas de 2019 nesta quarta-feira, ajudou a impulsionar o avanço no açúcar, disseram operadores.

Preços mais altos do petróleo encorajam usinas do Brasil a destinar mais cana para a produção de etanol, em vez de açúcar.

O início tardio da safra brasileira e as expectativas de redução na produção indiana em 2019/20 também sustentaram os preços, segundo negociadores.

O contrato maio do açúcar branco fechou em alta de 90 centavos, ou 0,3 por cento, a 360 dólares por tonelada.

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Fonte: Reuters/Nova Cana

12. Produção de açúcar da Índia cresce 8% entre outubro e 15 de fevereiro, diz Isma

As usinas indianas produziram 21,9 milhões de toneladas de açúcar entre 1º de outubro e 15 de fevereiro, quase 8 por cento a mais que um ano antes, já que algumas usinas começaram a moagem de cana mais cedo do que o normal, disse uma entidade de produção nesta quarta-feira.

As usinas no Estado de Maharashtra, no oeste do país, produziram 8,3 milhões de toneladas de açúcar durante o período, 11 por cento a mais que no ano anterior, informou a Associação das Usinas de Açúcar da Índia (Isma, na sigla em inglês) em um comunicado.

O maior consumidor de açúcar do mundo deve produzir 30,7 milhões de toneladas de açúcar na safra que termina em 30 de setembro, abaixo dos 32,5 milhões de toneladas na safra 2017/18, devido à redução do rendimento de cana e à maior alocação de matéria-prima para produção de etanol, disse a Isma.

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Fonte: Reuters/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Acabou a euforia no mercado de soja

Depois de comemorarem no ano passado resultados positivos que não estavam no radar no fim de 2017, a cadeia produtiva de soja têm pela frente perspectivas bem menos favoráveis, com quedas estimadas para a colheita, para o valor bruto da produção e para as exportações do grão e seus derivados (farelo e óleo).

Como todas as projeções públicas e privadas vêm confirmando, a colheita, prejudicada pela falta de chuvas e pelo calor excessivo nos últimos meses em diversos Estados, deverá ser pelo menos 5% menor. E como o cenário externo dá sinais de se normalizar com a recuperação da safra argentina e o arrefecimento das disputas entre EUA e China, os preços pagos pelo grão brasileiro também não serão os mesmos.

Com essa combinação entre oferta e preços menores, o valor da produção ("da porteira para dentro") tende a ser pelo menos R$ 13 bilhões menor que em 2018, enquanto a receita obtida com as exportações do grão e seus derivados poderá encolher em cerca de US$ 10 bilhões, o que fatalmente espremerá as margens de lucro ao longo da cadeia, exceto na atividade de processamento.

Novas estimativas divulgadas ontem pela Agroconsult a partir de dados recolhidos durante a expedição técnica Rally da Safra 2019 confirmaram o quadro complicado no campo. Segundo a consultoria, mesmo com uma área plantada estável, a produção brasileira ficará em 116,4 milhões de toneladas nesta safra 2018/19, quase 3 milhões a menos que em 2017/18.

Em encontro com jornalistas ontem em Brasília, André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, lembrou que, nesta temporada, o plantio, que começou em meados de setembro, evoluiu aceleradamente mas que, em dezembro, as lavouras de muitas regiões enfrentaram um clima atípico. Em janeiro, a situação não melhorou.

O volume previsto pela consultoria é superior ao estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que em relatório divulgado na semana passada dimensionou a colheita do grão em 115,3 milhões de toneladas, 3,3% abaixo do ciclo passado em consequência dos mesmos problemas.

Embora o volume ainda seja grande - a safra será, no mínimo, a terceira maior da história - e que as quedas previstas sejam relativamente pequenas, a redução da oferta não está sendo acompanhada por aumento de preços.

Na bolsa de Chicago, os contratos futuros de segunda posição de entrega do grão acumulam quedas superiores a 10% nos últimos 12 e 24 meses. No país, os valores praticados no porto de Paranaguá (PR), por exemplo, estão cerca de 20% menores que os de setembro, pico da influência da guerra sinoamericana sobre o aquecimento da demanda do país asiático pelo grão brasileiro.

Como a colheita está em curso, é normal que os preços caiam no país nesta época do ano. Mas, segundo analistas, o espaço para recuperações é limitado. Daí porque o Ministério da Agricultura projeta o valor da produção do grão em R$ 129 bilhões em 2019, quase 10% abaixo do montante calculado para 2018.

"Estamos esperando preços médios conservadores nesta temporada, diante do provável recuo dos prêmios de exportação no caso da confirmação de um acordo comercial entre EUA e China", afirma Flávio Roberto de França Jr., analista da Datagro, em nota divulgada ontem.

Para a soja em grão, França espera que os embarques alcancem um preço médio de US$ 370 a tonelada neste ano, ante US$ 387 em 2018. Para o farelo, prevê queda de 8%, para US$ 365 a tonelada, e para o óleo, alta de 0,3%, para US$ 730 a tonelada.

No total, diz a consultoria, a receita com as exportações brasileiras do grão e seus derivados deverá somar US$ 31,1 bilhões, 24% menos que em 2018. O volume total a ser embarcado deverá cair 18%, para cerca de 84 milhões de toneladas.

É menos do que estima a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa as empresas que processam e exportam soja e derivados. Segundo a entidade, os embarques vão gerar US$ 32,8 bilhões em 2019, com quedas de volumes e preços para o grão, o farelo e o óleo.

Conforme a Abiove, os embarques do grão alcançarão US$ 26,6 bilhões, 20,1% menos que em 2018, os de farelo alcançarão US$ 5,8 bilhões (queda de 13,4%), e os de óleo, por causa da "volta" da Argentina ao mercado, recuarão quase 73%, para US$ 280 milhões.

É verdade que as cotações poderão reagir se Washington e Pequim fizerem as pazes. Mas, neste caso, os prêmios pelo grão brasileiro, que representa mais de 80% dos volumes exportados do complexo - serão 70,1 milhões de toneladas em 2019, segundo a Abiove - também cairão.

"China e Estados Unidos serão, com certeza, os principais parceiros comerciais em soja", afirmou ontem Han Changfu, ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, à agência Dow Jones Newswires. No ano passado, com as disputas entre os dois países, a China reduziu as compras do grão americano e ampliou as importações da matéria-prima brasileira, que bateram recorde.

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Fonte: Valor Econômico

14. Baggio amplia produção de café

A paulista Baggio Cafés espera ampliar o faturamento em 50% neste ano a partir de investimentos de R$ 1 milhão e também do aumento da produção de café torrado e moído e em cápsulas. A empresa não divulga sua receita.

Se a expectativa se confirmar, o crescimento será semelhante ao alcançado em 2018. A empresa conta com duas unidades de produção: uma para café torrado em grãos, moídos e aromatizados e outra para produção de café em cápsulas, ambas localizadas em Araras, no interior de São Paulo.

Conforme Liana Baggio Ometto, diretora comercial da Baggio, a empresa espera ampliar o volume produzido em 50% neste ano, para um total de 200 toneladas de cafés especiais e em cápsulas. Parte desse crescimento deverá ser resultado dos investimentos nas unidades de torrefação.

A unidade de cápsulas - inaugurada em 2018 a partir de um aporte de R$ 2 milhões - receberá outros R$ 400 mil de investimentos em maquinário para o encartuchamento e revestimento de alumínio das cápsulas, que atualmente são de plástico. A expectativa é que as novas cápsulas cheguem ao mercado em três meses. "Estamos fazendo uma adaptação, mas que não deve mexer no preço ao consumidor", diz Liana.

Ela também destaca o recente lançamento de uma linha que homenageia seu bisavô, Salvatore, com cafés em cápsulas parecidos com os tipos de café tradicionais da Nespresso, da Nestlé. As cápsulas representam entre 50% e 60% do faturamento da Baggio.

"Há uma tendência de crescimento no consumo de cápsulas no Brasil e uma aceitação desse produto, pois ele acompanha o estilo de vida das pessoas", diz.

Na planta de cafés torrados, moídos e em grãos, o investimento será de R$ 600 mil em equipamentos para empacotamento. As unidades processam cafés provenientes das fazendas da família - situadas no Sul de Minas e na Alta Mogiana Paulista - e de produtores parceiros, num um total de cerca de 200 sacas por mês.

Liana destaca que a falta de chuvas neste começo de ano preocupa, mas pondera que em fevereiro o volume já foi maior. "Temos que esperar para ver como essa situação vai evoluir", diz.

A empresa, que atua com maior ênfase nas regiões Sul e Sudeste, pretende crescer também nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do país. "Queremos chegar em outras regiões com mais força e atuar mais fortemente no varejo" projeta. As vendas na loja online ainda são modestas.

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Fonte: Valor Econômico

15. Avanço da peste suína africana na Ásia pode pressionar futuros de grãos

O avanço da peste suína africana na Ásia pode servir para manter os futuros dos grãos em níveis baixos, já que os grãos e a soja norte-americana usados para alimentação animal podem ter uma quebra na demanda. "Se os rumores de peste suína (africana) forem verdadeiros, grãos podem ficar pressionados até o fim do mês", diz Mark Gold, da Top Third Ag Marketing.

Diversas fontes afirmam que a doença foi encontrada em porcos no Vietnã ontem (19/2), e, segundo Gold, há rumores de que ela foi encontrada também em porcos canadenses. "Se for verdade, isso pode atrapalhar muito a demanda doméstica", diz Gold.

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Fonte: Notícias Agrícolas/Revista Globo Rural/Estadão Conteúdo

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