Conjuntura do Agronegócio

1. Auditores fiscais agropecuários decidem não fazer greve

Os auditores fiscais federais agropecuários decidiram ão paralisar suas atividades, como ameaçaram em agosto. Maurício Porto, presidente do sindicato da categoria, declarou, em nota, que “uma greve, neste momento, prejudicaria a economia, poderia colocar em risco a segurança alimentar brasileira e a ainda poderia ser acusada de ser política”.

Porto participou ontem de reunião com o secretário de Gestão de Pessoas, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), Augusto Chiba, que afirmou que não atenderia as demandas dos auditores. A posição do secretário foi passada aos auditores ontem mesmo em Assembleia Geral Extraordinária da entidade que os representa.

Segundo o sindicato, desde março a categoria está conversando com o governo federal e nos últimos meses, “embora haja o apoio do ministro da Agricultura, as negociações não têm sido satisfatórias".

”O discurso de que não há recursos para atender as pautas é falacioso. Há recurso para pagar o aumento do Judiciário, mas não há recursos para corrigir déficit de pessoal que atua na fiscalização do alimento que chega na casa dos brasileiros e que é responsável por manter o crescimento do país?" questiona o presidente na nota divulgada.

Os auditores reivindicam a realização de um concurso público para o preenchimento de 1,6 mil vagas, ajuste na portaria que regulamenta os adicionais de fronteira e nivelamento salarial com outras carreiras nas quais há a participação de auditores.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

2. Primavera será quente e com chuvas irregulares no Centro-Oeste

A primavera no Hemisfério Sul, que começará oficialmente às 22h54 de amanhã (horário de Brasília), promete ser quente e com chuvas irregulares no Centro-Oeste do país, segundo a Climatempo. Na região, que lidera a produção brasileira de grãos, o plantio de soja desta safra 2018/19 teve nício em meados deste mês.

“A primavera de 2018 no Centro-Oeste terá influência do aquecimento do oceano Pacífico Equatorial, na altura da costa do Peru. A estação deve terminar com um El Niño estabelecido e que vai marcar o verão. Esse fenômeno acentua o calor e a irregularidade da chuva sobre a região”, diz a empresa de meteorologia em nota.

Na primeira quinzena de setembro, pancadas de chuva com forte intensidade atingiram o Centro-Oeste e permitiram o início da semeadura. Para outubro, a previsão é de calor intenso, com pancadas de chuva à tarde e à noite. “Porém, as pancadas cairão de forma irregular e mal distribuídas, o que dará grande diferença de volume de um lugar para outro e de um dia para outro. As áreas ao sul de Mato Grosso do Sul devem receber mais chuva do que a média”, diz a Climatempo em nota.

Para novembro e dezembro, a empresa prevê continuidade de irregularidade das chuvas e tempo firme. “Mesmo com temporais, muitas áreas do Centro-Oeste não receberão a chuva com frequência.”

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

3. Maggi assina parceria com o Chile para promover produção de orgânicos

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e o ministro de Agricultura do Chile, Antonio Walker Prieto, assinaram memorando de entendimento para promover ações de comércio de produtos orgânicos. Os dois participaram nesta quinta-feira (20) de reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), em Buenos Aires.

Em nota, a Agricultura diz que este é o primeiro reconhecimento mútuo de semelhanças nos normativas de produção orgânica negociado entre países da América do Sul.

A reunião do CAS seguirá até amanhã (21), com a presença também dos demais ministros integrantes do conselho, da Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. No encontro deve ser discutido levantamento solicitado pelo ministro brasileiro da lista de produtos químicos (moléculas autorizadas em cada país e condições de uso) com o objetivo de harmonizar a regulamentação desse tema em toda a região.

Notícia na íntegra.

Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Insumos

4. Candidatos à Presidência ignoram os agrotóxicos

Tema de embates recentes no Congresso e na Justiça de ruralistas contra ambientalistas e associações de saúde, o uso de agrotóxicos no Brasil é encarado como uma prática a ser desestimulada pelos presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Marina Silva (Rede), os únicos candidatos entre os melhores colocados nas pesquisas de opinião que em seus programas de governo dão alguma atenção ao assunto.

Atualmente, ruralistas e ambientalistas travam uma "guerra" de projetos de lei sobre agrotóxicos na Câmara dos Deputados. Enquanto os primeiros defendem o PL 6299/2002, que entre outras medidas tira o poder de veto do registro de substâncias químicas de Anvisa e Ibama e o concentra no Ministério da Agricultura, ambientalistas e associações de saúde pública defendem o PL 6670/2016, que cria a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA).

A batalha também chegou recentemente aos tribunais. A 7ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal concedeu, no início de agosto, liminar que suspendia o uso do herbicida glifosato e outros dois produtos no Brasil. A liminar foi derrubada um mês depois de recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) que teve o apoio do Ministério da Agricultura e dos produtores rurais.

Os programas de governo de Haddad e Marina defendem a redução do uso de agrotóxicos e propõem, como alternativa, o incentivo a métodos de produção como a agroecologia, o que está previsto no PL 6670/2016.

O documento petista também trata da polêmica sobre o papel da Anvisa na aprovação de agrotóxicos. A coligação encabeçada por Haddad defende a "avaliação e fiscalização periódicas dos agrotóxicos autorizados no país pela Anvisa". O programa sustenta, ainda, que produtos hoje adotados no Brasil, mas proibidos em outros países, sejam banidos.

Como alternativa, o PT defende o "estímulo aos biopesticidas e a atualização da legislação nacional às recentes recomendações da FAO [braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação". O programa do candidato do partido pede o estímulo a práticas agrícolas "com método de produção integrada e a construção de uma política de manejo e cuidado para culturas especiais (minorcrops) com poucas ou quase nenhuma alternativa fitossanitárias".

Marina Silva, por sua vez, defende explicitamente a aprovação do PL que institui o PNARA, proposto pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Em trecho dedicado à agricultura, a candidata prega "a racionalização do uso de insumos, a promoção de técnicas de melhoria e conservação do solo, o controle biológico, com a concomitante redução do uso de agrotóxicos, e a diversificação da produção".

O programa do candidato Ciro Gomes (PDT), que tem a ruralista Kátia Abreu como vice, não apoia explicitamente a redução do uso dos agrotóxicos, mas defende a adoção de substâncias com "menor conteúdo tóxico para pessoas e o meio ambiente" e o "incentivo à adoção de sistemas de controle alternativos na agricultura". Ainda quanto a esse assunto, o pedetista propõe o desenvolvimento nacional dos defensivos agrícolas "específicos para as nossas culturas e problemas".

Os demais candidatos mais bem colocados nas pesquisas de opinião não abordam o tema em seus programas. Alguns deles, porém, já se manifestaram em declarações à imprensa a favor do projeto de lei defendido pelos ruralistas. É o caso de Geraldo Alckmin (PSDB), cuja vice é a ruralista Ana Amélia (PP). Em agosto, o tucano defendeu que o PL "não é lei do veneno, é lei do remédio", e disse que o problema atual "é a demora, é o cartório, porque, quando demora mais de oito anos para aprovar produto novo, está prejudicando a população, usando um produto mais caro e menos eficiente".

Jair Bolsonaro (PSL) também já defendeu, em declaração à imprensa, que "a Anvisa fique fora [do processo] de liberação" de agrotóxicos, embora ele não aborde o tema em nenhuma linha sequer de seu programa

Dentre os candidatos que menos pontuam nas sondagens eleitorais, apenas Guilherme Boulos (PSOL) trata do assunto e defende a revogação de "todas as medidas tomadas pelos governos anteriores que autorizem ou facilitem a utilização de agrotóxicos na agricultura brasileira".

Ele também quer o incentivo à agroecologia e à agricultura popular, "visando a completa eliminação das sementes transgênicas e dos agrotóxicos na agricultura". João Amoêdo (Novo), por fim, não apresenta nenhuma proposta sobre o tema em seu programa, embora tenha como vice Christian Lohbauer, que foi vice-presidente de Assuntos Corporativos da Bayer no Brasil.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

5. Maioria dos eleitores rejeita candidato que apoia setor de agrotóxicos

Uma pesquisa inédita mostra que mais da metade da população brasileira rejeita candidatos que apoiam as indústrias de agrotóxicos, tabaco, armas e álcool.

O levantamento, encomendado pela organização não governamental ACT (antiga Aliança de Controle do Tabagismo), que atua na área de promoção da saúde, ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos (ou seja, com idade para votar) e foi feito pelo Datafolha entre 13 e 16 de agosto, com amostra e distribuição regional representativa da população.

Entre os setores, a maior rejeição é ligada aos agrotóxicos. Ao todo, 89% dos entrevistados dizem que não votariam em um candidato que apoie essa indústria, enquanto 5% não sabem e 6% dizem que talvez ou certamente votariam.

Ao mesmo tempo, 85% dos entrevistados afirmam que não votariam em candidatos que apoiam a indústria do tabaco, 80% rejeitam os que apoiam a indústria de armas e 71%, a indústria do álcool.

Para outros setores, a avaliação varia. Quando questionados se votariam em candidatos que apoiam a indústria de alimentos ultraprocessados, o percentual ainda é alto, mas menor: 63% dizem que não, 29% que votariam e 8% não sabem.

Na contramão, sete em cada dez entrevistados afirmam que votariam em um candidato que apoiasse a indústria automobilística.

Para Paula Johns, diretora-executiva da ACT, os dados mostram um descolamento entre a opinião pública e a posição dos últimos eleitos no Congresso e em cargos do Executivo.

Ela pondera que as bancadas têm crescido, embora o apoio muitas vezes ocorra de forma velada. "Isso não significa que, nas decisões políticas, não vejamos com muita clareza qual a bancada de cada setor pela postura nas votações."

Johns lembra que pesquisa do Datafolha realizada em 2014 também mostrava alta rejeição a candidatos financiados por indústrias das armas, fumo, álcool e agrotóxicos.

Na época, porém, o levantamento vinculava a avaliação ao financiamento por empresas, possibilidade vetada nas eleições deste ano – daí a questão ser relacionada ao setor apoiado por cada candidato.

Dentre os setores, o que tinha a maior rejeição em 2014 era o de armas, com 92%. Os demais tinham entre 82% e 89%.

Apesar disso, duas das principais bancadas do Congresso Nacional eleito há quatro anos defendem essas indústrias. A Frente Parlamentar Mista da Agropecuária, mais conhecida como bancada ruralista, conta com 227 deputados (44% do total) e 27 senadores (33%). Já a bancada da bala, oficialmente chamada de Frente Parlamentar da Segurança Pública, tem 299 deputados (58%).

Apesar da rejeição de 80% dos eleitores em relação à indústria das armas, o tema é uma das principais pautas desta eleição.

"O problema da violência é supercomplexo e tem várias temáticas. Ficar nesse escopo gastando metade do tempo falando sobre a liberação de armas de fogo é completamente ilógico", diz Bruno Langeoni, gerente do Instituto Sou da Paz.

O porte de arma no campo, por exemplo, divide os candidatos à Presidência da República. O primeiro a defender essa questão, ainda durante a pré-campanha, foi Jair Bolsonaro (PSL).

Em busca do eleitorado rural, que migrou em parte para Bolsonaro, Geraldo Alckmin (PSDB) se diz a favor da facilitação do porte de arma para quem não vive na zona urbana.

Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) se dizem contra. Fernando Haddad (PT) afirmou ser a favor da manutenção da legislação em vigor.

Para Langeoni, a divergência entre o resultado da pesquisa e o debate público pode ser explicada pela maior mobilização nas redes sociais de grupos favoráveis à liberação do porte de armas.

"Isso amplifica a visão de que tem muita gente querendo essas mudanças. É um debate que acaba aparecendo mais fortemente só desse lado", avalia. "Nossa impressão é que vários candidatos fizeram concessão sobre liberar arma no campo como se tivessem fazendo um movimento para ganhar votos. Mas, no fundo, se considerarmos as pesquisas, vemos que isso está na contramão do que o eleitor está esperando."

Já outros temas, como a regulação de alimentos ultraprocessados, estão fora da agenda da campanha às vésperas do primeiro turno.

Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa uma proposta de mudança na embalagem desses alimentos para inclusão de alertas sobre o alto teor de sal, açúcar e gorduras.

Incentivos

A pesquisa também questionou o apoio da população a políticas de incentivo fiscal concedidos pelo governo para aumentar a produção de determinados setores.

A maioria é a favor de redução de impostos para o setor de medicamentos (91%), alimentos orgânicos (84%), eletrônicos (77%) e automóveis (69%).

Já isenções para a produção de refrigerantes e bebidas alcoólicas são reprovadas por 49% e 72%, respectivamente.

Em maio, o governo aprovou um decreto que, na prática, retirava as isenções para produção de refrigerantes na zona franca de Manaus. Indústria e parlamentares, porém, tentam derrubar a medida no Congresso.

Para a diretora-executiva da ACT, o decreto que retira a isenção precisa ser mantido para que outras ações possam ser adotadas.

Ela lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere aumento de no mínimo 20% na taxação de refrigerantes como forma de reduzir seu consumo.

"Derrubar a isenção é um tema central para começarmos a discutir tributo saudável, com o uso de impostos de forma seletiva de acordo com que é bom ou não para as pessoas. Enquanto não derrubarmos o subsídio, não podemos fazer nenhum outro debate", afirma.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

6. Sistema regulatório na Europa é muito pior que no Brasil

O sistema regulatório para agroquímicos na Europa é muito pior que no Brasil, afirma Anthony Hawes, CTO (Chief Tecnology Officer) e fundador da AgBiTech. A empresa de origem australiana oficializou recentemente o início de sua operação comercial no País, e falou com exclusividade ao Portal Agrolink durante o Congresso Brasileiro de Entomologia, realizado este mês em Gramado (RS).

“Todo mundo vê o Brasil como um país difícil em assuntos regulatórios e certamente eu também percebo isso. Por outro lado, a forma que as agências regulatórias do Brasil olham aos biológicos é muito positiva. Então, em geral, para nós como companhia achamos o processo regulatório no Brasil muito transparente, muito eficiente. Tivemos nossos registros aprovados em tempo recorde”, disse Hawes.

O executivo avalia o processo de registro brasileiro como “muito bom”: “É um pouco mais complicado, tem alguns elementos extras, mas não temos problema que o nosso produto seja regulado e não queremos pular os requisitos feitos. É importante que uma empresa que venha ao mercado tenha alta qualidade. É um mesmo critério para todo mundo. Na Europa é terrível, é muito pior que o Brasil em assuntos regulatórios, não tenha dúvida disso. Eu acredito que nossa experiência tem sido, na maioria dos casos, muito positiva”.

Para o Brasil, o CTO e fundador da AgBiTech revela que vai manter o foco em uma única tecnologia: o Baculovírus. “São muito específicos na forma de fabricação, recomendação e no que controlam – realmente eliminam lagartas. Eu acredito que nosso foco nos colocou em um bom lugar. Nós realmente somos os líderes na fabricação desses produtos, e eficientes em produzi-los em grande escala”.

“Nós estamos desenvolvendo novos produtos, novos vírus, todos já registrados no Brasil. E faremos novos produtos com misturas. Isso trará controle seletivo, mas tendo como alvo múltiplas lagartas. Isso é realmente revolucionário em termos de controle biológico. E continuaremos trabalhando nisso. Há um grande nicho para outros vírus e produtos que são muito complementares. Recém chegamos ao Brasil, vamos contribuir para desenvolver um sistema agrícola sustentável e os biológicos serão parte disso. Nós seremos parte da história dos biológicos. É assim que vejo o futuro para o Brasil”, conclui.

Notícia na íntegra.

Fonte: Agrolink

Proteína animal

7. Crise afeta as vendas de equipamentos de frigoríficos

Os percalços pelos quais passa a indústria de carnes brasileira reverberam para além do Oceano Atlântico. As vendas ao Brasil da multinacional Marel, principal fornecedora de equipamentos para indústria frigorífica brasileira, com sede na Islândia, devem cair este ano para perto da metade do total de 2017.

"A América Latina, em seus melhores momentos, representou nosso maior mercado, e o Brasil era o mais representativo.Neste ano, deve ser o sexto. As vendas crescem em outros países, mas caem no Brasil", disse Lambert Rutten, holandês,gerente comercial da Marel Brasil. Em 2017, a Marel, que produz equipamentos sobetudo para a indústria de aves, tevereceita de € 1 bilhão.

O executivo recebeu jornalistas brasileiros na fábrica da Marel em Bramant Norte, província da Holanda conhecida como"capital agroalimentar". "Minha avaliação é que, passados esses problemas da indústria brasileira, a demanda do país voltará a crescer e a dos outros países na América Latina continuará avançando", ponderou Rutten. "O Brasil tem uma vantagem competitiva muito grande: menor custo de produção por quilo de frango do mundo e matéria-prima [farelo de soja e milho] abundante e barata".

O recuo nas vendas de equipamentos é reflexo da Operação Trapaça, terceira fase da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que culminou no embargo das exportações de frango de 20 plantas brasileiras para a União Europeia. A operação investigou fraudes em testes para detectar a presença de salmonela em carne de frango para exportação envolvendo a BRF e laboratórios.

"A Europa usou essa desculpa da salmonela para restringir a indústria brasileira, mas o Brasil já está encontrando outros mercados". Segundo o executivo, o Brasil poderia ser ainda mais competitivo não fossem as regras do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que estabelecem que só podem ser processadas até 12 mil aves por hora no país. O maquinário já é capaz de processar 13 mil.

"O custo de produção cairia de 10% e 15% apenas permitindo maior processamento por hora, isso já levando em conta que 75% do custo é composto por matéria-prima [insumos para ração]", disse. Na Europa, as plantas podem processar até 15 mil aves por hora. Além disso, afirmou, o Brasil concorre com a indústria da Argentina, que pode processar mais de 12 mil aves por hora.

Em 2017, de olho no potencial do Brasil e da América do Sul, a Marel comprou a brasileira Sulmaq, que fornece soluções de processamento às indústrias de carnes suína e bovina da região e da América Central. Conforme o executivo, mesmo com o arrefecimento de vendas no Brasil, há incremento de demanda por linhas que produzam itens e cortes com maior valor agregado. "Vemos um aumento de mais de quatro vezes nos últimos cinco anos", disse.

Afora a questão conjuntural, problemas de financiamento também afetam as compras por empresas brasileiras, afirmou. Outro desafio é o imposto de 14% sobre a importação dos equipamentos que as companhias têm de pagar. "A indústria local tem produtos com tecnologia com 20 anos de defasagem, e o governo entende que já há produção de determinados produtos no país".

Segundo ele, o custo médio com equipamentos para a implantação de uma planta de processamento de aves é de € 50 milhões, mais 45% de custos com transporte e impostos.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

8. Florence resultou na morte de 5,5 mil suínos e 3,4 milhões de aves, diz governo

As inundações causadas pela passagem do furacão Florence em fazendas da Carolina do Norte levaram a morte de 5,5 mil suínos e 3,4 milhões de aves, informou o Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor do país (NCDA&CS, na sigla em inglês), na quinta-feira (20/9). Segundo a agência, o estrago é efeito das cheias em rios e lagos nas regiões produtoras. A agência é subsidiária do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Levantamento feito pelo governo norte-americano estima a morte de 5,5 mil dos 8,9 milhões de suínos no Estado. O número é quase o dobro em comparação com o furacão Matthew, que atingiu o Estado em 2016 e levou a morte de 2,8 mil animais.

O Conselho de Suínos da Carolina do Norte informou que não espera registrar mais danos nas fazendas, apesar do volume de alguns rios continuar subindo no Estado. De acordo com a entidade, é o pior prejuízo ao plantel em duas décadas. "Esta é a tempestade mais significativa que já enfrentamos", disse Andy Curliss, chefe-executivo do Conselho. Curliss disse, ainda, que os fazendeiros transferiram 20 mil suínos para áreas mais altas, o que impediu um maior número de mortes.

Já na criação de aves o estrago é maior: o NCDA&CS estima perda de 3,4 milhões de frangos e perus em granjas do Estado, em decorrência dos efeitos do Florence. Nesta semana, a Sanderson Farms, terceira maior produtora de aves nos EUA, relatou que cerca de 1,7 milhão de frangos de um estoque vivo médio de aproximadamente 20 milhões de aves da empresa, com idade variando de 6 a 62 dias, foram perdidos como resultado de inundações.

A companhia informou também que de seus 880 galpões de frangos na Carolina do Norte, 60 inundaram. Além da perda de aves vivas, a Sanderson disse que a taxa reduzida de eclosão de ovos e de produção de pintos de um dia vai prejudicar o volume de processamento semanal até dezembro.

Preços dos suínos valorizados

Os contratos futuros de suínos, negociados na Bolsa Mercantil de Chicago (CME, na sigla em inglês), subiram 0,7% no fechamento da quinta. Segundo analistas, os preços médios do produto acumulam ganhos de cerca de US$ 7 nesta semana. "O movimento do mercado de suínos, ao longo das últimas duas a três semanas, é realmente notável", diz Dennis Smith, da corretora Archer Financial Services. Traders aguardam atualizações sobre os crescentes surtos da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) na Europa e na Ásia, além do progresso no retorno de processamento de carne nas regiões prejudicadas pela tempestade Florence. Vários processadores como a Smithfield Foods estão retomando as operações gradualmente.

Notícia na íntegra.

Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

9. Demanda aquecida valoriza carne de frango

A demanda aquecida tanto no mercado interno quanto no exterior tem provocado forte valorização da carne de frango. Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base em São Paulo, aponta altas entre 14% e 15% no acumulado dos primeiros 20 dias deste mês.

O frango congelado chegou, na quinta-feira (20/9), a R$ 4,29 o quilo, aumento de 14,1% em setembro. Para o produto resfriado, a referência medida pelo Cepea chegou a R$ 4,33 o quilo, valorização de 15,16% no período.

“A valorização dessa proteína, inclusive, tem superado os aumentos observados nos preços de carnes substitutas, como a bovina e suína, cenário que tem reduzido a competitividade do frango”, afirmam os pesquisadores, em nota divulgada nesta sexta-feira (21/9).

Em relação às exportações de carne de frango, o Cepea considera possível que a trajetória de crescimento seja mantida neste mês. Com base em dados parciais divulgados pelo governo federal, os pesquisadores calculam que os embarques estão em um ritmo 26% maior que o de agosto.

Ovos

Se na avicultura de corte o cenário é de alta de preços, o mesmo não se pode dizer do segmento de postura. A oferta elevada no mercado interno pressiona para baixo os preços do ovo branco e do vermelho, informa o Cepea, também nesta sexta-feira (21/9). Mas a expectativa é de melhora, à medida que o volume no mercado começa a sinalizar redução.

Entre 10 e 14 de setembro, o indicador do Cepea para o ovo branco apontou valorização entre 3,72% e 5,12% a depender da região pesquisada. No Rio de Janeiro, uma caixa com 30 dúzias do produto posto valia R$ 76,53, em média; na região metropolitana de São Paulo, R$ 74,64 e na região metropolitana de Belo Horizonte, R$ 75,71.

No ovo vermelho não foi diferente, com altas entre 5,34% e 7,05%. No Rio de Janeiro, uma caixa com 30 dúzias do produto posto valia R$ 85,24; na região metropolitana de São Paulo, R$ 81,21 e na região metropolitana de Belo Horizonte, R$ 83,26.

Na referência para o produto a retirar, a situação foi semelhante. A média semanal da caixa de 30 dúzias do ovo branco registrou altas de 5,08% a 12,31% a depender da região entre os dias 10 e 14 deste mês. Em Bastos (SP), por exemplo, a cotação chegou a R$ 68,71.

No ovo vermelho a retirar, as médias semanais medidas pelo Cepea aumentaram de 4,44% a 7,57%, a depender da região de referência. Em Bastos (SP), a caixa com 30 dúzias valia R$ 76,99.

Notícia na íntegra.

Fonte: Revista Globo Rural

Agroenergia

10. Aprobio prega alta da mistura de biodiesel no diesel para 15% até 2022

A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) voltou a defender hoje, em audiência pública no Ministério de Minas e Energia, a progressiva elevação do percentual obrigatório de mistura do produto no diesel fóssil para que o percentual alcance 15% já em 2022, dois anos antes do previsto pela nova Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

Desde março, a mistura está fixada em 10%.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

11. Rubens Ometto, da Cosan, é o maior doador individual das eleições 2018

De acordo com dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), até a manhã desta sexta-feira (21) os eleitores brasileiros doaram mais de R$ 218,6 milhões às campanhas eleitorais. O maior doador individual nas eleições de 2018 até agora é Rubens Ometto Silveira Mello, com R$ 6,33 milhões doados a 50 candidatos, de vários partidos, da esquerda à direita, a maioria a deputado federal, e quatro diretórios partidários.

Presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto nunca havia feito uma doação eleitoral antes da mudança da legislação eleitoral, que proibiu a participação de pessoas jurídicas, de acordo com dados disponíveis no banco de dados do TSE sobre as eleições passadas. Sua primeira doação como pessoa física aconteceu em 2016, quando doou R$ 700 mil para algumas campanhas a prefeito e vereador.

Já a Cosan, empresa liderada por ele, doou R$ 6,8 milhões nas eleições de 2010 e outro R$ 1 milhão em 2012. Em 2014, as doações do conglomerado industrial pularam para R$ 30,8 milhões. No nome do empresário, há outras 20 firmas cadastradas na Receita Federal, onde ele consta como presidente, dono, sócio ou administrador. Elas não foram checadas nesta reportagem.

Na semana passada, o UOL procurou Ometto, por meio de sua assessoria de imprensa, e perguntou se o incremento nas doações pessoais neste ano seriam uma estratégia para suprir, ao menos em parte, as doações que deixaram de ser feitas pelas empresas às quais é ligado. Em nota, ele diz que "as doações eleitorais foram realizadas em caráter pessoal e seguem as regras estabelecidas pelo TSE e demais normas aplicáveis".

Doações de empresários – não de empresas

Os dez maiores doadores individuais às campanhas políticas nas eleições deste ano até o momento multiplicaram várias vezes suas doações pessoais em relação a eleições passadas. O incremento aconteceu após mudança na legislação eleitoral que, a partir das eleições de 2016, proibiu as contribuições por parte de empresas. Metade deles nunca havia feito uma doação pessoal pelo menos até as eleições passadas.

As empresas que mais contribuíram com campanhas políticas em 2014 estão vetando ou desaconselhando as doações neste ano por parte de seus dirigentes, donos ou acionistas (como a JBS, a Odebrecht e outras envolvidas na Operação Lava Jato). Mas diversas outras empresas que tradicionalmente contribuem com campanhas políticas não aplicaram essa regra. Em 2014, a JBS sozinha doou quase meio bilhão de reais aos candidatos.

Qualquer pessoa física pode fazer doações pessoais registradas para campanhas políticas, desde que estas não ultrapassem 10% do rendimento bruto declarado pelo doador no ano anterior ao da eleição. Isso deve derrubar a quantidade de doações, já que para as contribuições empresariais não havia limite legal.

Notícia na íntegra.

Fonte: UOL/Novacana

12. Mais de 20 anos após início da construção, usina deve entrar em operação em São Paulo

A antiga usina Everest, de Penápolis (SP), que teve sua instalação iniciada há mais de 20 anos, mas nunca entrou em operação, enfim deve ser colocada em funcionamento no primeiro semestre de 2019.

Pelo menos essa é a promessa feita pelo empresário Roberto Sodré Viana Egreja, que convidou a imprensa local para um café da manhã na sede da empresa para informar que teve início o trabalho de recuperação dos equipamentos e finalização da indústria.

De acordo com ele, mais de 80 funcionários foram contratados para fazer a manutenção da usina, que passará a se chamar Aliança. A estimativa é de que já no primeiro ano de funcionamento, sejam moídas cerca de 300 mil toneladas de cana-de-açúcar, matéria-prima que deve ser praticamente toda voltada à produção de açúcar.

Em 1999, o jornal Folha da Região publicou matéria sobre a expectativa de início das atividades da Everest Agroindustrial Ltda. A usina de açúcar e álcool foi instalada por um grupo de produtores de cana descontentes com os preços pagos pela tonelada da matéria-prima pelas unidades em funcionamento na época.

Notícia na íntegra.

Fonte: Folha da Região (SP)/Novacana

Grãos e grandes culturas

13. Mercados menos tradicionais no foco do setor

Diante da baixa participação no mercado externo e da falta de acordos comerciais entre Brasil e grandes importadores, a cadeia produtiva de frutas nacional, em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), resolveu fortalecer uma estratégia de acesso a mercados com foco em países que ainda importam volumes pequenos do Brasil.

Em vez de mirar apenas importadores tradicionais, como a Europa, produtores e Apex passaram a buscar a ampliação das exportações para países do Leste Europeu e Oriente Médio e a promover mais visitas de compradores dessas regiões para grandes polos de produção de frutas, como a Serra Gaúcha ou o Vale do São Francisco.

Hoje e amanhã, 17 compradores de 10 países como Rússia, Ucrânia, Polônia, Reino Unido, Holanda, Suécia, Grécia, Irlanda, Emirados Árabes Unidos e Omã estarão em São Paulo para 385 rodadas para negociar compras de manga, limão, maçã, uva, melão, mamão, entre outras frutas brasileiras.

Segundo a diretora de Negócios da Apex-Brasil, Márcia Nejaim, esses países já compram frutas do Brasil, mas em volumes pequenos. Dentro dessa estratégia, em vez de todos os anos levar empresas brasileiras para participar de grandes feiras em Berlim, na Alemanha, ou Madri, na Espanha, a agência decidiu promover visitas de importadores ao Brasil. Essa iniciativa começou em 2014, quando as 28 empresas participantes do projeto exportavam US$ 30 milhões. Hoje já são 50 companhias, que embarcaram US$ 457 milhões em frutas para vários países em 2017.

As exportações brasileiras de frutas somam por US$ 840 milhões ao ano, resultado que não chega a representar 3% da produção interna do país, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, compilados pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas Abrafrutas).

Durante esses dois dias em que estiverem no Brasil, haverá, por exemplo, grupos de compradores conhecendo pomares de limão em Mogi Mirim (SP), de manga e uva em Petrolina (PE) e de melão em Mossoró (RN).

"Nossa meta é aumentar de 30% a 35% as exportações de frutas por ano com esse projeto, enfatizando a ideia de mostrar para os exportadores mercados que não são óbvios", afirma Nejaim.

Outra estratégia é apostar em "janelas de mercado" para as frutas brasileiras. Assim, o Brasil poderia aproveitar momentos em que outros países exportadores estão fora do mercado, em decorrência da entressafra, por exemplo.

Luiz Roberto Barcelos, presidente da Abrafrutas, diz que as exportações brasileiras de frutas ainda são "ínfimas" em relação a outros produtores sul-americanos, como Chile e Peru, cujos embarques já ultrapassaram US$ 3 bilhões anuais. "A maioria dos países que exporta para a Europa são livres de imposto de importação por conta de acordos de livre comércio, mas o Brasil como não tem, paga 10% em média", afirma Barcelos.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

14. Exportação de manga caminha para recorde

Impulsionado pelo aumento da oferta e pela boa demanda europeia, o volume das exportações de manga do país bateu recorde de janeiro a junho e deverá continuar em alta nos próximos meses. Por questões sazonais, a demanda externa, sobretudo a da União Europeia, principal destino dos embarques brasileiros de frutas, costuma ser mais aquecida no segundo semestre. Mas também é de se esperar que a recente abertura dos mercados da Coreia do Sul e da África do Sul para o produto do Brasil acentue essa tendência.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), as exportações nacionais de manga somaram 57,3 mil toneladas nos primeiros seis meses do ano, 8,7% mais que no mesmo período de 2017. A receita das vendas permaneceu estável, em cerca de US$ 64 milhões. A manga lidera o valor das exportações de frutas do Brasil, e a queda de preços sinalizada pela estabilidade do valor das vendas tem sido compensada pelo câmbio.

"A alta do dólar tem sido benéfica, mas agora não sabemos se o câmbio vai despencar ou subir mais", afirma Paulo Dantas, que produz manga no Vale do São Francisco e é o maior exportador brasileiro. Ele teme que uma possível queda forte do dólar no fim do ano comprometa a rentabilidade do segmento, já que o dólar elevado encareceu a compra de insumos no primeiro semestre.

Dadas as incertezas eleitorais e seus efeitos sobre o câmbio, diz Dantas, alguns produtores que exportam estão "travando" o câmbio em negociações com importadores. "Como tivemos uma experiência ruim no passado, preferimos aguardar mais. Ainda acho que vou esperar as eleições para travar uma parte do que vou receber", afirma o exportador.

Mas, independentemente da rentabilidade, os volumes exportados deverão continuar em ascensão. Em boa medida, devido à demanda europeia, que se desloca para o Brasil nesta época do ano por causa da entressafra de frutas em geral em fornecedores acima da linha do Equador. "Há grandes compradores de frutas no Hemisfério Norte, onde a produção começa a cair em consequência da queda das temperaturas", lembra Eduardo Caldas, gestor de Projetos de Agronegócio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Além disso, desde o fim de 2017 os produtores brasileiros receberam carta branca para vender manga à Coreia do Sul, e também há uma expectativa de que sejam realizados bons negócios com compradores da África do Sul. A previsão da Valexport, entidade que representa produtores do Vale do São Francisco, é de incremento de 10% nas exportações do país neste ano. Em 2017, as vendas bateram recorde e atingiram 179 mil toneladas.

O primeiro contêiner de manga brasileira para a África do sul foi enviado no início deste mês. Até o momento, há oito empresas brasileiras habilitadas a enviar a fruta para o país, mas apenas uma já está realizando embarques. De acordo com Tássio Lustoza, coordenador da Valexport, mais duas companhias deverão iniciar seus embarques até outubro ou novembro.

No caso da Coreia do Sul, são quatro empresas brasileiras habilitadas, mas também apenas uma realizando embarques, desde junho deste ano. "A tendência é que a partir da próxima quinzena as outras três comecem a efetivar suas vendas", disse Lustoza no início de setembro. De acordo com ele, o país asiático tem atraído o exportador brasileiro também por conta dos elevados preços pagos. Enquanto para os países europeus o preço médio varia de US$ 1,50 a US$ 2 o quilo, para a Coreia do Sul chega a US$ 3,60.

Com isso, o mercado internacional deverá, mais uma vez, "salvar" o produtor brasileiro. Isso porque a previsão é de aumento na produção de manga pelo segundo ano consecutivo, após avanço de 8,5% no ano passado, segundo dados do IBGE. "Prevemos uma concentração muito grande de frutas neste momento. Tem muita manga sendo colhida e o mercado interno deve sofrer com isso. A exportação é que vai ajudar a desafogar um pouco esta oferta", diz Lustoza.

Siga nossas Redes Sociais

Receba nossas Notícias

SiteLock