Clipping | Agribusiness | 03 de setembro
- Por: Cybernauta
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A crise na Argentina já causa reflexos no Brasil que vão além do câmbio. As exportações para o país sofreram abalo com o agravamento da recessão por lá, e a tendência é que a situação piore se o governo não conseguir recuperar a confiança do mercado financeiro.
Conjuntura do Agronegócio
1. Fiscais agropecuários ameaçam fazer novas greves no país
Os auditores fiscais federais agropecuários ameaçam convocar novas greves pelo país caso o governo não faça um novo concurso público para ampliação do quadro, pague um adicional em regiões de fronteira ou nivele o salário da categoria com outras de auditores.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o Anffa, sindicato da categoria, diz que haverá uma reunião entre seus dirigentes e o Ministério do Planejamento, em 6 de setembro, para tratar da pauta de reivindicações da categoria.
A categoria aprovou um indicativo de greve para o caso de as negociações fracassarem. Segundo o Valor apurou, os fiscais até já definiram um cronograma de paralisações, que começariam pelos portos de Santos (SP) e Itajaí (SC) e pelo Aeroporto de Guarulhos (SP).
De acordo com o presidente do Anffa, Maurício Porto, as negociações já vêm acontecendo há dois meses, mas até agora a categoria não obteve sucesso. O ministro da Agricultura Blairo Maggi, chegou a propor um concurso para 500 fiscais, dos quais a grande maioria seria de médicos veterinários para atuarem em frigoríficos, onde está o maior gargalo de fiscalização.
No entanto, segundo o sindicato, o governo resiste. O pedido do Anffa é para que sejam repostas 1,6 mil vagas por meio de concurso. De acordo om o Anffa, também há carências de engenheiros agrônomos, farmacêuticos, químicos e zootecnistas.
Ainda conforme o sindicato, o número de auditores fiscais federais agropecuários recuou mais de 40% nos últimos 20 anos enquanto o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) mais que dobrou. “Estudo da FGV aponta que já atingimos o ápice da curva de eficiência e, se não houver recomposição do quadro funcional, a qualidade dos nossos serviços ficará comprometida e, por consequência, a segurança alimentar da sociedade e a agilidade nos despachos aduaneiros, tanto na importação quanto na exportação de produtos agropecuários”, disse Porto.
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Fonte: Valor Econômico
2. USDA prevê queda das exportações agropecuárias dos EUA à China
Caso não seja confirmado um armistício na guerra comercial entre Washington e Pequim, o valor das exportações agropecuárias americanas para a China deverá cair 37% no ano-fiscal 2019, que terá início em 1 de outubro, projeta o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em relatório trimestral sobre comércio agrícola divulgado ontem.
O órgão estima que os embarques de grãos, carnes e outros produtos ao país asiático somarão US$ 12 bilhões, ante os US$ 19 bilhões previstos para o ano-fiscal 2018, que terminará em 30 de setembro.
Essa forte queda leva em conta uma redução expressiva das vendas americanas de soja, que passaram a ser taxadas em 25% na China em resposta à onerações impostas a produtos chineses pelo governo de Donald Trump. Um arrefecimento dessas disputas, porém, poderá levar à retirada da tarifa, o que mudaria para melhor o cenário traçado.
Mesmo se as disputas continuarem e os EUA perderem mercados na China, o USDA prevê que, somados todos os destinos, as exportações americanas de produtos agropecuários deverão chegar a US$ 144,5 bilhões no ano-fiscal 2019, US$ 500 milhões a mais que no ano-fiscal que está chegando ao fim. Esse crescimento decorre principalmente da expectativa de incremento das exportações de trigo, hortaliças, legumes e frutas.
Segundo o USDA, as receitas americanas com os embarques de grãos e ração animal deverão totalizar US$ 33,1 bilhões no ano fiscal 2019, um aumento de US$ 1,5 bilhão. No cenário traçado, o aumento das vendas de trigo mais que compensarão a queda das exportações de soja.
Se as travas chinesas permanecerem, as exportações totais de soja dos EUA deverão render US$ 21 bilhões, US$ 800 milhões a menos que no ano-fiscal 2018. Desse montante, US$ 6,8 bilhões deverão vir da América Latina, US$ 400 milhões a mais, graças sobretudo à maior demanda da Colômbia. Já as vendas de trigo dos EUA ao exterior poderão atingir US$ 7,1 bilhões em 2019, um aumento de US$ 1,4 bilhão.
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Fonte: Valor Econômico
3. Ciro bate boca com presidente da federação gaúcha da agricultura
Apesar da chuva, o clima esquentou nesta sexta-feira (31) na Expointer, em Esteio. (RS) O que era para ser uma visita de cortesia do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) ao estande da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) acabou virando um bate-boca entre o pedetista e o presidente da entidade, Gedeão Pereira.
O primeiro desentendimento veio logo no início da conversa. Gedeão disse que o agronegócio "é quem salva o Brasil", quando foi interrompido por Ciro: "Na conta externa”. “E na conta interna também porque senão não tinha esse monte de gente bem alimentada", rebateu o presidente da Farsul.
Na sequência, Gedeão defendeu a redução da máquina pública: "Porque educação, saúde, segurança e infraestrutura tá só na boca de político pra fazer propaganda, e tem sido assim ao longo da história”. Ciro não gostou: "Na minha história não. O senhor não pode fazer essa generalização porque ela não é delicada".
Após receber um documento com dez reivindicações do agronegócio, mais um momento de tensão. Gedeão ficou incomodado com uma jovem militante posicionada atrás de Ciro, que erguia uma bandeira do movimento estudantil A Marighella. “Eles estão comigo, se eles não puderem ficar eu também não posso”, respondeu o candidato.
Alguns correligionários já sugeriam discretamente que Ciro seguisse para o próximo compromisso, quando a discussão atingiu seu auge. Ciro afirmou que o subsídio ao crédito rural custa R$ 158 bilhões por ano ao Brasil. O presidente da Farsul discordou: "O dinheiro que sai para a agricultura nacional vem dos depósitos à vista e dos depósitos da caderneta de poupança. Então nós não temos subsídio".
"Eu fui ministro da Fazenda, meu companheiro, é difícil discutir com quem tá informado. Estudo o assunto e vou ser presidente do Brasil, pelo menos tô [sic] pretendendo fazê-lo”, rebateu Ciro Gomes, que em seguida encerrou a passagem pela Farsul: "Ficou irracional a discussão, muito obrigada por me receber”.
Após apertar a mão do presidenciável, Gedeão Pereira comentou a situação: "Ele [Ciro] é um homem que contraria os princípios da agricultura brasileira, é um homem que não respeita o direito de propriedade historicamente, é assim que ele tem se colocado".
"Tomei ali uma lição de reacionarismo doído, doentio", afirmou Ciro pouco depois, em discurso a representantes do cooperativismo: "Negar a evidência de que o crédito rural do Brasil é uma única exceção de um colapso de crédito que entregou a cinco bancos 85% de todas as transações financeiras do Brasil e cobram na conta da indústria e do comércio 41% de juro real, da Selic [...]. Eu saio chocado".
Candidatura Lula
Ao chegar na Expointer, Ciro Gomes comentou o julgamento do registro da candidatura de Lula, que ocorre nesta sextafeira (31) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): "A cúpula do PT tomou essa atitude e, na prática, é uma fraude. Se o senso comum for correto, todo mundo está cansado de saber que não vão permitir que o Lula seja candidato com base na Lei da Ficha Limpa".
O pedetista classificou como "muito grave" a estratégia do PT, de colocar Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) como planos B e C na chapa presidencial, em caso de impugnação da candidatura de Lula: "Porque se nasce um presidente da República por este expediente, ele nasce desse tamanhinho", afirmou Ciro, fazendo um gesto de algo muito pequeno com os dedos.
Questionado sobre a possibilidade de angariar os votos de Lula, o candidato rebateu: "Não acho que o Brasil em pleno século 21 seja curral eleitoral de ninguém". Não é a opinião do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que acompanhava o candidato. Para ele, Ciro "é o maior herdeiro eleitoral de Lula, porque é do Nordeste".
Ciro Gomes foi o quinto presidenciável a fazer campanha na Expointer nesta semana. A feira, uma das maiores do agronegócio da América Latina, já havia recebido Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos).
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Fonte: Valor Econômico
Insumos
4. VLI negocia compra de terminal da CGG
A VLI, empresa de serviços logísticos que tem a Vale como principal acionista, está negociando a compra do terminal de grãos da CGG Trading no porto de Itaqui, no Maranhão. O Valor apurou que a empresa está em fase de "due diligence" para a conclusão do negócio. Um grupo de executivos da VLI, acompanhado pelo CFO Luiz Conrado Sundfeld e outros diretores da CGG, fizeram na semana passada uma averiguação in loco do ativo.
A venda é uma decisão estratégica para a sobrevivência financeira da trading, que tem o grupo japonês Sojitz como acionista majoritário e também participação da Cantagalo, do empresário Josué Gomes da Silva. Desde o ano passado, quando realizou uma reorientação dos negócios, a empresa já não comercializa mais grãos. O terminal passou a só prestar serviços para terceiros.
Considerado o melhor ativo da CGG, o terminal graneleiro no Tegram foi oferecido como garantia a bancos para reestruturação de dívidas da trading. Em 2016, último resultado financeiro divulgado pela empresa, a CGG apontou como "valor justo" para o terminal US$ 161,3 milhões - US$ 77,7 milhões acima do valor contábil do ativo. O preço, explicou à época ao Valor o CEO Brandon Scott, visava aproximar os valores à realidade.
A VLI já era vista como a candidata mais disposta a adquirir o ativo, uma vez que já opera um terminal privativo em Ponta da Madeira, vizinho a Itaqui, e é arrendatária de um berço no porto público maranhense, por onde escoa grãos. Também opera a ferrovia que desemboca no porto.
Além disso, demais pretendentes, como tradings, já estão comprometidos com outros investimentos logísticos e enfrentam um momento difícil (agravado com o tabelamento do frete rodoviário), o que diminuiu a atratividade de investimentos em infraestrutura de alto capital.
De acordo com fontes a par do assunto, o ABN Amro, um dos bancos com o mandato da venda do ativo, já "não aceita nem mais oferecer o NDA [non disclosure agreement], pois já tem acertado exclusividade de comprador".
"Para a VLI, a aquisição do terminal no porto seria interessante já que eles têm uma limitação de volume de grãos a ser movimentado por ano no Maranhão", disse o executivo de uma trading.
Inaugurado em 2015, o Tegram é o primeiro terminal graneleiro no porto maranhense. Criado pelo consórcio formado por CGG, Glencore, NovaAgri e ALZ (Amaggi/Louis Dreyfus/Zeh-noh), ele é uma alternativa de escoamento de grãos para a região de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia). Cada empresa detém 25% no negócio.A definição de um novo membro no grupo é uma boa notícia para o Tegram, que se prepara para dar início à implementação da segunda fase de operação do complexo, que permitirá dobrar a capacidade de escoamento das recém atingidas 5,4 milhões de toneladas para 10 milhões de toneladas de grãos por ano. Ainda que o valor a ser investido não esteja definido, estima-se que cada consorciado pague em torno de R$ 60 milhões para a expansão da infraestrutura do terminal.
"A CGG precisaria de uma carta fiança de um banco para prosseguir com o investimento no terminal, e ninguém parece disposto a isso", disse outra fonte.
Além do terminal, a CGG colocou à venda no ano passado outros dois ativos: parte de uma fazenda de 73 mil hectares na região de Brasnorte, em Mato Grosso, e de outra propriedade de 35 mil hectares localizada no Piauí.
Procuradas, CGG e VLI preferiram não se manifestar.
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Fonte: Valor Econômico
5. Decisão da Justiça sobre glifosato deve sair até dia 3, diz Blairo
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta quinta-feira, em Esteio (RS), durante a Expointer, uma das maiores feiras agropecuárias do país, que a decisão do Tribunal Federal da 1ª Região (TRF-1) sobre o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para derrubar liminar que suspende o registro do glifosato deve sair até a próxima segunda-feira, 3 de setembro.
Maggi informou que se reuniu quarta-feira com o presidente do TRF-1, Eduardo Moreira Alves, e expôs a preocupação do Ministério da Agricultura e do agronegócio sobre o impacto econômico que a suspensão do herbicida trará para o setor.
No começo deste mês, a Justiça Federal do Distrito Federal determinou a suspensão do registro do glifosato a partir do dia 3 de setembro.
O ministro chegou a anunciar em suas redes sociais, na quinta-feira passada, que a Justiça havia derrubado a liminar, porém se desculpou um dia depois e explicou que havia se precipitado e que a suspensão estava mantida.
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Fonte: Valor Econômico
6. ANTT dá mais 30 anos para ferrovia da Rumo em SP; TCU tem de dar aval
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou a prorrogação antecipada por mais 30 anos da concessão da Malha Paulista, ferrovia da Rumo que vai de Santa Fé do Sul (SP), quase na divisa com o Estado do Mato Grosso do Sul, até o porto de Santos. A concessão vai agora até 2058. Em troca disso, a Rumo se compromete a investir R$ 4,7 bilhões nos próximos seis anos para expandir a oferta anual de transporte das atuais 30 milhões de toneladas para 75 milhões de toneladas até o sexto ano.
O traçado, que compreende uma linha tronco com aproximadamente 850 quilômetros e mais 650 quilômetros de ramais, integra o mais importante corredor do agronegócio do país.
Em reunião extraordinária na quarta-feira, a diretoria da agência bateu o martelo liberando o envio de todos os documentos para o Tribunal de Contas da União (TCU). Entre os quais a minuta do termo aditivo ao contrato, os estudos econômico-financeiros e projetos de engenharia e ambiental. O TCU não tem data-limite para se posicionar, mas o governo entende que o arcabouço documental está robusto e acredita que o aditivo seja assinado ainda neste ano.
Trata-se do primeiro caso de prorrogação antecipada de uma concessão ferroviária no país. O prazo de exploração da Malha Paulista termina em 2028 e o contrato prevê uma prorrogação por mais 30 anos, mas a Rumo quer antecipar a renovação para ter tempo de amortizar investimentos necessários no ativo.
Todo o investimento será feito na própria Malha Paulista — há ferrovias que pediram ao governo prorrogação do contrato, mas propõem que os investimentos sejam feitos em outro local, fora do ativo.
Os R$ 4,7 bilhões contemplam desembolsos sobretudo para duplicar 110 quilômetros de ferrovia na região de Campinas; extensão de todos os pátios ferroviários (onde são feitas as manobras dos trens) para 2,5 quilômetros, o que possibilitará a acomodação de trens maiores; e a construção de oito pátios. Hoje, são mais de 20 no total. Os recursos serão usados ainda para trocar todos os trilhos da linha tronco e colocar 100% dos dormentes de aço. Hoje, há dormentes de madeira e concreto.
Além do investimento nos primeiros seis anos, o Valor apurou que o governo optou por reverter em investimento o valor que seria pago pela Rumo a título de outorga pelo prazo adicional da concessão. Esse montante deve superar R$ 1,5 bilhão e será destinado à redução de conflitos urbanos em cidades cortadas pela Malha Paulista, tais quais contornos ferroviários e viadutos.
Para incentivar o direito de passagem — quando o trem de terceiros passa pela malha da concessionária —, o governo garantiu duas condições no aditivo contratual aprovado pela ANTT. A primeira é o estabelecimento do número de pares de trens previstos para os primeiros cinco anos de operação da ferrovia Norte-Sul, que o governo pretende licitar em breve e um de seus trechos desemboca na Malha Paulista, em Estrela D’Oeste (SP). A outra condição é a fixação de uma tarifa-teto para o direito de passagem, algo inédito em contratos ferroviários no Brasil.
Hoje, mais de dois terços do volume transportado na Malha Paulista é feito em regime de direito de passagem. A Malha Paulista é acessada por quatro ferrovias — a Norte-Sul; a Malha Norte, que é da própria Rumo; e ferrovias da VLI e da MRS.
O pedido de prorrogação foi protocolado em setembro de 2015. Em janeiro de 2016 a Rumo entregou o plano de negócios. Em dezembro daquele ano foi aberta a consulta pública do processo, que durou até março de 2017. A ANTT analisou as mais de 400 contribuições e, em agosto do ano passado, determinou que a Rumo alterasse o projeto. Esse período levou um ano. São duas as principais mudanças pedidas pela ANTT: realização de projetos executivos para todas as obras e quitação de todos os passivos regulatórios.
Sem mencionar a aprovação da ANTT, o secretário especial adjunto da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), José Carlos Medaglia Filho, afirmou ontem que o governo está confiante na assinatura do aditivo ainda neste ano. Isso implicaria um ganho de melhora na malha da Rumo que acessa o porto”, disse. A manifestação foi feita em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que debateu desafios do porto de Santos.
O governo recebeu cinco pleitos de prorrogação antecipada, contando o da Malha Paulista. “Queremos renovar as cinco antecipadamente em vez de esperar dez anos até haver nova licitação. Avaliamos o comparativo entre o custo de não fazer e o de fazer. Prorrogando, podemos aumentar mais rapidamente a capacidade de movimentação”, completou Medaglia.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína animal
7. Ministério nega ocorrência de antraz em bovinos brasileiros na Turquia
O Ministério da Agricultura afirmou, em nota, “que não procedem as notícias sobre a ocorrência de antraz (carbúnculo hemático) em território turco ser oriunda do Brasil”. A Pasta informou ainda ter sido informada pelo governo da Turquia de que as importações de animais vivos brasileiros pelo país seguem sem interrupções.
Na quarta-feira, notícias da imprensa turca apontavam que havia sido identificada a presença de antraz em bovinos que faziam parte de uma carga composta por quase 4 mil animais vivos provenientes do Brasil. Segundo a imprensa local, os animais foram importados pela Instituição de Carne e Leite do país.
De acordo com notícia veiculada no site do “Hurriyet Daily News”, animais infectados foram encontrados em uma propriedade no distrito de Ancara, a capital da Turquia. As vendas de bois foram interrompidas em centros de comercialização próximos. Pecuaristas turcos criticaram os controles realizados pelo governo e afirmaram que seus negócios serão prejudicados.
Ainda segundo a imprensa turca, um carregamento de 3.959 bovinos vivos importados do Brasil chegou pouco antes de um recente feriado islâmico. Depois que alguns morreram já na Turquia, o governo abriu uma investigação, 60 animais foram sacrificados e a propriedade onde eles estavam foi colocada em quarentena.
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Fonte: Valor Econômico
8. Camex zera imposto de exportação sobre couros “wet blue” e salgado
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou na quarta-feira as alíquotas de imposto de exportação que incidiam sobre o couro “wet blue” desde 2000 e o couro salgado desde 1992. Ambos os produtos tinham tarifa de 9%, informou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
O imposto zero na exportação desses tipos de couro era uma demanda histórica do setor de curtumes, que fazem o processamento dos couros fornecidos pelos frigoríficos após o abate dos bovinos. A taxação dessas matérias-primas ocorreu após pleito da indústria calçadista nacional que se queixava de que as exportações dos dois produtos prejudicavam a competitividade do setor.
“Agora esperamos que o preço do couro tenha uma valorização para o pecuarista”, afirmou Maggi em uma rede social.
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Fonte: Valor Econômico
9. Vacinação contra aftosa em maio alcançou quase todo o rebanho do país
A primeira etapa da campanha de vacinação deste ano contra a febre aftosa, realizada em maio, imunizou 197,87 milhões de animais no país, informou nesta sexta-feira o Ministério da Agricultura. Assim, a vacinação atingiu 98,33% do rebanho de bovinos e bubalinos.
Desde o encerramento da etapa de maio, o ministério e os serviços veterinários oficiais intensificaram a busca pelos produtores inadimplentes que ainda não vacinaram seus rebanhos. A previsão é que na segunda etapa da campanha de vacinação _ que na maioria dos Estados começará em 1º de novembro _, a imunização envolva 100 milhões de animais na faixa etária de até 24 meses, segundo o ministério.
Em maio, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) declarou oficialmente o Brasil como país livre da febre aftosa com vacinação. O Estado de Santa Catarina é o único que tem o status de livre da doença sem vacinação no país.
A intenção do ministério é ampliar a zona livre de febre aftosa sem vacinação no país, até maio de 2023, conforme prevê o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).
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Fonte: Valor Econômico
Agroenergia
10. Usina Rio Pardo obtém na Justiça proteção contra execução de dívida
A Usina Rio Pardo, localizada em Cerqueira César (SP), conseguiu obter na Justiça proteção contra pedidos de execução de seus credores para uma dívida de R$ 505,8 milhões, após ter seu pedido de recuperação judicial negado em primeira instância. O desembargador Grava Brazil, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), acolheu na quarta-feira o recurso da companhia que antecipou os efeitos da recuperação judicial até que o processo seja homologado pelo juiz de primeira instância.
A companhia entrou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Cível de Cerqueira César em 10 de agosto. Mas, no dia 24, o juiz Jair Antonio Pena Junior não acolheu o pedido alegando não ter competência para o julgamento da recuperação. Em recurso, a usina alegou que a recusa a jogava em um "limbo jurídico", já que eventuais pagamentos que fizesse a algum credor naquele momento poderiam ser considerados crime de favorecimento de credores ou violação do princípio da igualdade de tratamento entre credores.
Antes de pedir recuperação judicial, os acionistas da Rio Pardo chegaram a negociar a venda da usina para a Raízen Energia, que tem outras unidades na região. As discussões, porém, travaram na segunda metade de agosto, pois não se chegou a um consenso sobre o pagamento e diante da falta de alguns documentos para a realização da venda, segundo uma fonte a par do assunto. Entre os acionistas estão membros da família Zogbi.
A usina já vinha sendo alvo de pedidos de falência na Justiça. Em seu pedido de recuperação judicial, a Rio Pardo atribui a incapacidade de pagar suas dívidas à crise financeira de 2008, à política ambígua do governo federal que controlou o preço dos combustíveis e incentivou a construção de usinas, e a uma geada de alta intensidade na safra 2016/17, que atingiu quase 25% de seu canavial e comprometeu as safras seguintes.
O pedido menciona que, para não arcar com prejuízos maiores, a Usina Rio Pardo teve que vender sua produção a valores abaixo de seus custos e passou por um processo de alavancagem.
A companhia também responsabiliza essa conjuntura pela decisão tomada pela holding Rio Pardo Participações de oferecer 100% das ações que detém na Usina Rio Pardo em alienação fiduciária e como garantia ao empréstimo contratado com o BNDES em 2009, quando foi construída.
A unidade tem capacidade de processar 2,3 milhões de toneladas de cana por safra e de produzir até 140 mil toneladas de açúcar VHP e 90 milhões de litros de etanol hidratado. A usina tem uma área de colheita própria de 17 mil
hectares. Atualmente, emprega mais de 1.100 trabalhadores e tem mais de 900 credores.
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Fonte: Valor Econômico
11. Produtores de biocombustíveis dos EUA processam governo Trump
Os produtores de biocombustíveis dos Estados Unidos se uniram e entraram na quinta-feira, 30, com um processo contra o governo americano pela não divulgação de informações a respeito de isenções concedidas às pequenas refinarias de petróleo do cumprimento do mandato obrigatório de mistura de combustíveis renováveis, política estabelecida na era Obama.
Não é a primeira vez que o setor entra com uma ação judicial contra o governo de Donald Trump por causa dessa política. Esse é mais um passo na judicialização de uma queda de braço entre os produtores de combustíveis renováveis dos EUA e a atual administração, que vem utilizando legais para reduzir o espaço dos biocombustíveis, beneficiando aqueles de origem fóssil, e que já colocou em xeque a política americana de descarbonização ao anunciar no ano passado que o país sairia do Acordo de Paris.
Desde o ano passado, a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) vem desobrigando inúmeras refinarias do cumprimento do mandato de combustíveis renováveis, o que, segundo os produtores de biocombustíveis, já está afetando o cumprimento das metas do Padrão de Combustíveis Renováveis (RFS) e minando a receita do setor.
Em novembro de 2016, a própria EPA propôs uma regra para disponibilizar ao público informações a respeito das isenções, incluindo o nome das refinarias que requerem as desobrigações, sua localização e o motivo do pedido.
Porém, a Associação de Combustíveis Renováveis (RFA) e a Growth Energy, associação voltada à promoção dos biocombustíveis, apresentaram diversos pedidos desde abril deste ano pedindo informações relacionadas às isenções concedidas e nunca foram atendidas. Por isso, as duas associações apresentaram nesta quinta-feira uma ação judicial contra a EPA e o Departamento de Energia (DOE) no Tribunal de Columbia.
“A EPA admitiu que essas informações não deveriam ser tratadas como confidenciais. Então, por que a EPA continua a esconder essas informações do escrutínio público e protege tanto o administrador anterior da EPA e as refinarias altamente lucrativas que provavelmente exploraram e abusaram das provisões de isenções? ”, criticou Bob Dineen, presidente da Associação de Combustíveis Renováveis (RFA).
“Nós merecemos saber por que a EPA aumentou suas aprovações dessas isenções sem realocar os galões perdidos e garantindo que os volumes do Padrão de Combustíveis Renováveis sejam atendidos todo ano”, complementou Emily Skor, CEO da Growth Energy, em nota.
O RFS permite que o governo isente temporariamente pequenas refinarias (que produzem até 75 mil barris de gasolina por dia) do cumprimento de seus mandatos caso estas provem que a obrigação possa lhes causar “prejuízo econômico desproporcional”. A concessão é feita pela EPA, após consulta ao Departamento de Energia.
No início do ano, as duas associações setoriais e outras organizações entraram com um processo em um tribunal de apelação em Washington e com um processo administrativo na EPA por “mal uso” da política de isenções. Além disso, a RFA, a Associação Nacional de Produtores de Milho e outras organizações entraram com um processo em outro tribunal de apelação contra algumas isenções específicas concedidas pela agência americana de proteção ambiental.
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Fonte: Valor Econômico
12. Grupo USJ registra prejuízo de R$ 46 milhões no 1º trimestre da safra
O Grupo São João (USJ), dono de duas usinas no interior paulista e sócio da Cargill em uma usina de etanol de milho, voltou a registrar prejuízo no primeiro trimestre desta safra (2018/19), em linha com a perda registrada no mesmo período do ciclo passado.
De acordo com balanço divulgado há pouco, a companhia teve prejuízo de R$ 45,6 milhões entre abril e junho deste ano, praticamente estável em comparação com o mesmo período da safra passada.
A companhia teve uma despesa financeira elevada com o pagamento de juros sobre empréstimos e com um impacto negativo da variação cambial sobre a fatia de sua dívida denominada em moeda estrangeira. O resultado financeiro líquido do trimestre foi negativo em R$ 57,2 milhões, 26% de crescimento ante o mesmo período da última temporada.
Os resultados operacionais também não contribuiram para amenizar essa pressão no trimestre passado, já que a companhia diminuiu suas vendas de açúcar. A receita operacional caiu 10,4% na comparação anual, para R$ 130,7 milhões, diante de uma redução de praticamente metade do faturamento com a comercialização de açúcar, que ficou em R$ 39,3 milhões. Essa diminuição não foi compensada pelo aumento das vendas de etanol.
As vendas, porém, não refletiram todo o ritmo de produção, já que a companhia aumentou seus estoques tanto de açúcar como de etanol. Além disso, para os três trimestres seguintes da safra, a USJ tinha compromissos para comercializar 74 milhões de litros de etanol e 115 mil toneladas de açúcar.
Em relação ao primeiro trimestre da safra passada, o grupo aumentou sua dívida líquida em 21,9%, para R$ 1,361 bilhão. A maior parcela de seu endividamento é hoje de bonds, dos quais a maior parte a companhia alongou o pagamento dois anos atrás. A primeira parcela será paga na próxima safra (2019/20), e o valor previsto no fim do último trimestre era de uma amortização de R$ 216,7 milhões.
Em nota explicativa, a companhia afirmou ainda que substituirá parte do hedge acumulado para 2021 até o momento, já que o volume de hedge hoje está excedendo suas necessidades por causa da liquidação do bond.
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Fonte: Valor Econômico
Grãos e grandes culturas
13. Clima deve atrasar plantio de soja no país
O início do plantio de soja no país, que normalmente ocorre em setembro nas principais regiões produtoras, deve atrasar nesta safra, a 2018/19, de acordo com previsão de meteorologistas. A razão é que as chuvas devem começar mais tarde neste ano. Além disso, a expectativa é que as precipitações sejam irregulares.
Embora setembro comece chuvoso, as precipitações devem se manter apenas até terça-feira, e o tempo deve ficar seco até fim do mês, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No início de outubro, haverá chuvas, mas irregulares.
Apesar disso, o meteorologista do instituto, Marcelo Schneider, diz que o volume de chuvas deve se manter dentro da média na maior parte do país. “É uma época de instabilidade mesmo, de transição do inverno para a primavera, quando surgem os primeiros sinais de chuva”.
Segundo João Castro, agrometeorologista da Climatempo, as regiões com maior irregularidade nas chuvas serão Mato Grosso — o maior produtor de grãos do país — e o Matopiba (confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
“Em Mato Grosso, as chuvas devem ficar abaixo da média em outubro e novembro, e isso pode dificultar o estabelecimento das culturas”, afirma Castro. “Eu ficaria preocupado com o Mato Grosso porque essa irregularidade é muito grande e qualquer 10% de quebra acaba impactando a safra brasileira como um todo”, ressalta.
No caso do Matopiba, o meteorologista afirma que o normal é que as chuvas se iniciem em novembro. E diante das expectativas de formação do fenômeno El Niño, há previsões de precipitações abaixo da média até janeiro. Segundo previsão do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o El Niño deve elevar as temperaturas em todo o país entre o fim de 2018 e início do próximo ano.
Nas demais regiões produtoras do Centro-Oeste e Sudeste, apesar da irregularidade das chuvas, as expectativas são de problemas pontuais. “Como as chuvas virão muito irregulares entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro, pode haver uma região plantando bem e a outra, que é vizinha, não”, diz o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos.
Ele afirma, porém, que há previsão de chuvas pontuais na época do fim do plantio, em outubro, um cenário melhor do que o visto na safra passada, quando o clima ficou seco nesse período. “Com isso, o [ritmo de] plantio não deve andar com a mesma velocidade de um ano normal, mas também não deverá ter nenhum atraso generalizado como em 2017”, avalia.
Para a região Sul, as previsões são de chuvas acima da média a partir de setembro, condição característica de El Niño. A região enfrentou seca no ano passado devido à formação do La Niña, fenômeno caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do oceano Pacífico e que provoca efeitos contrários aos do El Niño: chuvas acima da média no Nordeste e abaixo da média no Sul.
Mesmo com as apreensões acerca do clima, a expectativa é de aumento no plantio de soja no país em 2018/19 em função da alta do dólar e das disputas entre EUA e China. Segundo a Céleres, deve haver incremento de 1,1 milhão de hectares na área, para 36,2 milhões de hectares.
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Fonte: Valor Econômico
14. CITROS/CEPEA: Apesar da fraca demanda, baixa oferta sustenta preço da laranja
A demanda por laranja está desaquecida nesta semana, principalmente devido ao elevado patamar de preços da fruta e ao período de fim de mês. As cotações, porém, não recuaram, sustentadas pela baixa oferta. De segunda a quinta-feira, a média da laranja pera foi de R$ 30,45/cx de 40,8 kg, na árvore, estável frente à da semana anterior. Quanto à lima ácida tahiti, os preços subiram nos últimos dias.
Conforme colaboradores do Cepea, muitos produtores têm interrompido a colheita da fruta, na tentativa de retomar o movimento de alta dos valores – uma vez que a variedade, ainda verde, permite maior tempo de permanência na árvore. Além disso, a demanda externa se intensificou nos últimos dias. Assim, a média parcial da variedade nesta semana foi de R$ 36,52/cx de 27 kg, colhida, avanço de 12% em relação à da semana passada.
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Fonte: Valor Econômico
15. Paraná deve manter área de soja e aumentar em 6% a de milho, diz Deral
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, disse nesta sexta-feira (31/8), que a área plantada com soja no Estado em 2018/2019 deve crescer apenas 0,17% e somar 5,449 milhões de hectares. Já a de milho verão (primeira safra) deve avançar 6%, para 352.167 hectares. Essa é a primeira projeção do Deral para o ciclo 2018/2019. Ainda não há previsões para a safra de inverno.
Com relação à soja, a projeção é de que o Paraná colherá 19,596 milhões de toneladas, aumento de 3% ante o volume estimado para o ciclo anterior, de 19,112 milhões de toneladas. O aumento deve refletir principalmente o crescimento de 2% na produtividade, para 3.596 quilos por hectare.
Quanto ao milho verão, o Deral prevê produção 11% maior, de 3,210 milhões de toneladas. Além do aumento de área, o rendimento deve crescer 5%, para 9.116 quilos por hectare.
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Fonte: Valor Econômico