Conjuntura do Agronegócio

1. "Tivemos alguns avanços", diz ministra sobre a China

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse, nesta quinta-feira (24/10), que as conversas com a China estão avançando e demonstrou otimismo para a abertura de mercado para frutas e mais habilitações de frigoríficos para exportar carne ao país. Ela está em Pequim desde o início da semana, onde discute com autoridades chinesas a ampliação das exportações de produtos do agronegócio brasileiro.

"Tivemos alguns avanços. Muitas coisas caminhando com muita celeridade", disse a ministra, em mensagem de vídeo divulgada pelas redes sociais. "O que nos foi dito com muita propriedade é que eles têm a necessidade porque estão colocando no mercado de consumo mais 300 milhões de pessoas. É outro Brasil que precisa ser alimentado dentro da China", afirmou.

Segundo ela, está iminente a abertura da China para as exportações de melão do Brasil. A contrapartida seria a liberação do mercado brasileiro para a pera chinesa. Tereza Cristina também dá como certa a habilitação de mais frigoríficos para exportar para o país asiático. Atualmente, são 89 plantas autorizadas.

A China tem sido o principal foco de uma epidemia de peste suína africana (PSA) que, de acordo com dados da FAO, órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, já dizimou mais de 6 milhões de suínos só no continente asiático. Para especialistas, o desequilíbrio de oferta e demanda no país provocado pela doença não deve atingir apenas a carne suína, mas também outras proteínas, como frango e a bovina.

O otimismo de Tereza Cristina em relação a esse setor vai ao encontro das expectativas da própria indústria brasileira de carnes, que vê a possibilidade de avançar no mercado chinês. Segundo a ministra, o anúncio de novas plantas autorizadas tende a ocorrer entre esta visita do presidente Jair Bolsonaro à China e a próxima visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, que deve ocorrer agora, em novembro.

"O mercado de carnes está em ebulição aqui. A necessidade é muito grande. Então, aqueles frigoríficos que estão preparados, dentro dos protocolos para exportar para a China, todos terão oportunidade, dado o tamanho, a necessidade e a vontade de importar carne do Brasil", disse ela.

É a segunda viagem da ministra à China neste ano, com o objetivo de dar continuidade às conversas iniciadas na ida anterior ao país, em maio, e de preparar a visita de estado do presidente Jair Bolsonaro, que desembarcou na capital chinesa nesta quinta-feira (24/10) Ao longo da semana, Tereza Cristina se reuniu com autoridades e empresários chineses.

Durante a semana, o Ministério da Agricultura anunciou o interesse dos chineses de investirem em pelo menos quatro usinas de açúcar no Brasil. Na mensagem desta quinta-feira, a ministra reforçou esse interesse e acrescentou que o etanol também entrou na pauta de negociações do Brasil e da China. Tereza Cristina informou ainda que estão em andamento os protocolos para exportações de produtos vegetais, como farelo de soja.

"Discutimos o interesse deles em açúcar, algodão e até etanol entrou de maneira muito inicial ainda, muito pontual, mas vamos caminhar também em uma discussão sobre este assunto", disse. "Temos que aproveitar as oportunidades e dar o que eles querem: volume, alimentos de qualidade e preços que possam estar ajustados ao mercado chinês", acrescentou.

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Fonte: Revista Globo Rural

2. China diz estar disposta a elevar compras de bens agrícolas

A China está disposta a aumentar as importações de produtos agrícolas e industriais do Brasil para melhorar o comércio bilateral, afirmou nesta sexta-feira o vice-premiê chinês, Hu Chunhua, em meio à visita do presidente Jair Bolsonaro ao país.

Hu também afirmou, em um seminário em Pequim, que os dois países podem aprofundar a cooperação em áreas como infraestrutura.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e maior fonte de investimento estrangeiro. No ano passado, o comércio bilateral cresceu para um recorde de 100 bilhões de dólares.

Bolsonaro, que também participou do seminário, está na China para marcar o 45º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países.

“O mundo está enfrentando sérios desafios do unilateralismo e protecionismo, colocando pressão sobre as principais economias conforme aumentam a incerteza e a instabilidade”, disse Hu.

“China e Brasil, como duas importantes economias, deveriam aumentar a comunicação e cooperação para enfrentar esses desafios e materializar o desenvolvimento compartilhado.”

Uma declaração conjunta divulgada após encontro entre Bolsonaro e o presidente chinês, Xi Jinping, destacou a determinação de ambos os países de ampliar a corrente comercial e estimular a diversificação dos produtos negociados entre os dois países.

Os dois presidentes também comentaram sobre as exportações mútuas de produtos agrícolas, de acordo com a declaração.

“Destacaram com satisfação os entendimentos alcançados por suas autoridades aduaneiras e agrícolas que, em conjunto com os protocolos sanitários firmados sobre produtos específicos, permitirão diversificar e ampliar as exportações mútuas de seus setores agrícolas”, afirmou o texto.

O Brasil está confiante de que autoridades chinesas irão conceder autorizações para mais exportadores brasileiros de carne antes que o presidente do país asiático visite o Brasil no próximo mês por ocasião de reunião de cúpula dos Brics.

Discussões entre uma delegação brasileira na China e autoridades locais nesta semana também trataram da demanda por commodities brasileiras como açúcar, algodão e etanol.

Os dois países ainda estão discutindo “um protocolo” para a exportação de farelo de soja brasileira.

O Brasil é o principal fornecedor de soja da China, mas tem tido dificuldades para aumentar a comercialização de farelo de soja com o país asiático.

Brasil e China fazem parte do grupo dos Brics de principais economias emergentes, ao lado de Rússia, Índia e África do Sul. A China vem dizendo que os países dos Brics precisam fortalecer sua união, aumentar a cooperação e defender o multilateralismo.

No encontro entre Xi e Bolsonaro, a delegaçõa brasileira entregou ao lado chinês um termo de liberação para operação do empreendimento de energia elétrica Xingu Rio Transmissora de Energia, uma extensão de 2,5 mil quilômetros no âmbito da segunda fase da conexão da usina de Belo Monte.

O projeto, que exigiu investimentos na ordem de 8,5 bilhões de reais, consolida a parceria entre Brasil e China e demonstra “a grande atratividade do setor elétrico brasileiro para investimentos estrangeiros no país”, de acordo com um comunicado separado do governo brasileiro.

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Fonte: Reuters/Agrolink

3. China pedirá nesta sexta aos EUA que removam tarifas em troca de compras agrícolas, dizem fontes

Autoridades comerciais dos Estados Unidos e da China irão discutir nesta sexta-feira planos para a China comprar mais produtos agrícolas dos EUA, mas em troca Pequim irá pedir o cancelamento de algumas tarifas norte-americanas planejadas e em vigor sobre importações chinesas, disseram à Reuters pessoas com conhecimento do assunto.

Robert Lighthizer, representante Comercial dos EUA, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o vice-premiê chinês, Liu He, conversão por telefone nesta sexta-feira, em mais uma tentativa de acalmar a guerra comercial que afeta mercados financeiros, cadeias de oferta e o crescimento econômico global.

Os dois lados estão trabalhando para tentar fechar um texto para a "fase 1" de um acordo comercial anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 11 de outubro, a tempo para que ele o assine junto ao presidente chinês, Xi Jinping, no próximo mês em uma cúpula no Chile.

Até agora, Trump concordou em cancelar apenas o aumento de tarifas de 15 de outubro sobre 250 bilhões de dólares em produtos chineses como parte do entendimento alcançado sobre compras agrícolas, maior acesso aos mercados de serviços financeiros da China, melhoria nas proteções de propriedade intelectual e pacto cambial.

Mas para fechar o acordo, Pequim deve pedir a Washington que desista de seu plano de impor tarifas sobre 156 bilhões de dólares em produtos chineses a partir de 15 de dezembro, disseram à Reuters duas fontes com base nos EUA.

Pequim também deve buscar a remoção das tarifas de 15% adotadas em 1 de setembro sobre 125 bilhões de dólares em produtos chineses, disse uma das fontes.

"Os chineses querem que as tarifas voltem ao original de apenas 250 bilhões de dólares em produtos", disse a fonte.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

Insumos

4. Vendas da divisão agrícola da Basf superaram expectativa no 3º tri

A divisão agrícola da alemã Basf, que comercializa principalmente defensivos e sementes, teve um desempenho considerado positivo no terceiro trimestre do atual exercício da empresa. As vendas globais somaram 1,56 bilhão de euros, 26% mais que no mesmo período do ano passado.

Conforme o balanço da companhia, o avanço decorreu do elevado volume comercializado na região que compreende América do Sul, África e Oriente Médio, que cresceu 21% na comparação anual.

“O volume de vendas [nessas regiões] cresceu especialmente em fungicidas no Brasil, onde o começo de safra se mostra muito bom. O aumento na região também foi apoiado por preços, efeitos do portfólio e do câmbio”, diz o texto de divulgação da Basf.

A companhia também afirma no documento que a incorporação de novos produtos no portfolio com a aquisição de marcas da Bayer, em agosto de 2018, aumentou as vendas em 8%. Além disso, cita que o câmbio ajudou no resultado financeiro, com 8% de crescimento. Em contrapartida, os preços praticados caíram 6% na comparação anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da divisão agrícola somou 220 milhões de euros no trimestre, com elevação de 178% ante os 79 milhões registrados um ano antes.

Em nota, o banco alemão Baader Helvea classificou os resultados da área agrícola como “significativamente melhores que o esperado”.

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Fonte: Valor Econõmico

5. Pronaf: governo aumenta limite de empréstimo para pessoa física e cooperativa

As pessoas físicas e os associados de cooperativas poderão pegar mais dinheiro para industrializar a produção familiar. O Conselho Monetário Nacional (CMN) elevou de R$ 12 mil para R$ 45 mil o limite individual de financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para essas categorias.

A decisão vale apenas para as linhas de crédito de industrialização da agroindústria familiar, subprograma destinado a custear o beneficiamento da produção. Os limites globais para cooperativa singular (R$ 15 milhões), cooperativa central (R$ 30 milhões) e empreendimento familiar rural (R$ 210 mil) não foram alterados.

O CMN também equiparou as regras de financiamentos para a aquisição de equipamentos usados e novos por mutuários do Pronaf. A medida beneficia a aquisição de tratores e implementos associados, colheitadeiras e suas plataformas de corte e máquinas agrícolas autopropelidas para pulverização financiados em grupo.

Nesse caso, cada beneficiário pode financiar até R$ 165 mil (limite individual) por ano agrícola. Caso mais produtores se associem para adquirirem uma máquina, os limites individuais podem ser somados.

O Conselho Monetário esclareceu ainda dois pontos referentes à concessão de financiamentos no Pronaf. Somente produtores rurais com Cadastro de Pessoa Física (CPF) inscrito como titular na Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) poderão financiar a construção ou reforma de moradias em imóveis rurais familiares. Essas linhas de crédito têm limite de financiamento até R$ 50 mil, com prazo de reembolso de até dez anos e taxa efetiva de juros de 4,6% ao ano.

O segundo ponto diz respeito aos beneficiários do Pronaf que contraírem empréstimos nas condições do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). O CMN permitiu que esses mutuários usem linhas de crédito fora do Pronaf sem perderem o status de agricultor familiar. Segundo o Ministério da Economia, a medida pretende evitar qualquer interpretação equivocada sobre quais financiamentos o pequeno produtor pode contrair sem ser excluído do Pronaf.

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Fonte: Agência Brasil/Canal Rural

6. Embrapa defende investimento em pesquisa pública

O presidente em exercício da Embrapa, Cleber Soares, defendeu, hoje (23), na Câmara dos Deputados, mais recursos para a pesquisa pública. Ele participou de audiência pública promovida pela Comissão Mista de Orçamento, na Câmara dos Deputados que tratou do tema “Impacto da Ciência e da Tecnologia na Economia do País”. Também estiveram presentes representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, do Ministério da Economia, da Academia Brasileira de Ciência (ABC), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os participantes reconheceram que ciência, tecnologia e inovação são fundamentais para o país avançar. O senador Izalci Lucas (PSDB/DF) presidiu a audiência. Ele disse que é preciso compatibilizar o discurso com o recurso porque educação e ciência e tecnologia não se faz com discurso, mas com recursos garantidos no orçamento de 2020.

“A Embrapa é uma empresa de prestígio internacional, mas se você observa o orçamento da Embrapa, verifica que não tem orçamento suficiente. Por isso estamos aqui hoje nesta reunião. Temos de ser criativos para conseguir descontingenciar os recursos da ciência e da educação”, afirmou o senador.

Cleber, que é o diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Empresa, destacou a importância do orçamento para a pesquisa pública, pois é o que garantirá a continuidade de ações onde a iniciativa privada não atua. Para ele, o investimento em ciência, tecnologia e inovação é tão vital que é impossível o cidadão brasileiro não consumir, por dia, pelo menos um produto gerado pela tecnologia das ciências agrárias. “Ao acordar, ao tomar um copo de leite, uma xícara de café, ao comer um pão, há tecnologia das ciências agrárias. Até mesmo na cerveja, por meio da pesquisa com a cevada”, destacou o presidente em exercício da Embrapa.

Cleber Soares demonstrou preocupação com o decréscimo dos valores da Embrapa em 50% para o PPA (Plano Plurianual – 2021-2023). “Há uma previsão de decréscimo em 50% no nosso marco referencial monetário para despesas de custeio. Precisamos repor este orçamento”, destacou o gestor da Embrapa. Ele também falou sobre a importância de se recompor os valores das despesas da Embrapa com ações orçamentárias da PLOA 2020 para Pesquisa e Desenvolvimento, Transferência de Tecnologias e Modernização da Infraestrutura. “Precisamos de um acréscimo de R$ 226 milhões senão vamos passar por situações muito difíceis”, declarou.

Contribuições da ciência para o agronegócio

Como exemplo clássico da contribuição da ciência para o agronegócio, Cleber Soares destacou a região central do Brasil, considerada terra inviável para a produção. “A tecnologia viabilizou a agricultura no Cerrado e graças a isso temos hoje uma agricultura competitiva no mundo”, destacou.

O presidente em exercício citou também a participação da pesquisa pública na transformação do semiárido brasileiro. Hoje o Vale do São Francisco é um grande exportador de frutas e gerador de produtos com alto valor agregado como vinhos e sucos destinados à exportação.

“O Brasil é referencia mundial em sistemas integrados de produção, sendo capaz de produzir de forma integrada pastos, grãos, carne, leite e floresta. “Recuperamos hoje mais de 15 milhões de hectares com áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – o ILPF” exemplificou o gestor da Embrapa.

Cleber lembrou que com o apoio da ciência o Brasil saiu de um modelo de monocultura agrícola, praticado em meados dos anos de 1990 para os atuais modelos de sistemas integrados, que garantem produtividade com sustentabilidade. “E já estamos entrando na era da agricultura de base biológica”, complementou.

Lançamento do genoma de ferrugem da soja

Entre os destaques recentes apresentados pelo diretor está o genoma da ferrugem da soja, no qual a Embrapa participa de um consórcio internacional de 12 instituições do setor público-privado que decifrou o genoma do fungo causador da ferrugem asiática da soja, uma doença que leva a perdas de 90% da lavoura se não for controlada.

Também citou o uso da nanotecnologia para a cobertura e a conservação dos alimentos, o aumento do tempo de vida de prateleira do coco, com tecnologias que garante sua resistência durante 2 meses, o que permitiu o aumento das exportações da fruta.

“Importávamos até 2017, 80% do grão de bico consumido no país, hoje reduzimos consideravelmente este índice de dependência do exterior, ampliando nossas áreas de produção e gerando mais renda para o produtor rural”, exemplificou.

O presidente em exercício ressaltou também a importância das parcerias público-privadas, lembrando a relação da Embrapa com a Organização das Cooperativas do Brasil – a OCB que permite um relacionamento da Empresa com um amplo leque de cooperativas agropecuárias.

O diretor da Embrapa reconheceu o empenho e dedicação do Congresso ao longo dos anos em valorizar o investimento em pesquisa pública e pediu apoio para reposição no orçamento de 2020. “Transformações da tecnologia são cada vez mais responsáveis pelas transformações da sociedade. Elas geram riqueza, renda, qualidade de vida para todos nós. O Brais precisa continuar investindo em ciência”, disse.

Participaram da audiência pública o secretário de Empreendedorismo e Inovação, Jorge Mário Campagnolo, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; o diretor do Departamento de Programas da Área Econômica e de Infraestrutura, do Ministério da Economia, Zarak de Oliveira Ferreira, o representante da Academia Brasileira de Ciência, Virgílio augusto Fernandes Almeida; Gianna Bagazio – diretora de inovação da CNI e Antônio José Roque da Silva, diretor-Geral do Centro Nacional do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais.

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Fonte: Agrolink

Proteína animal

7. Produção brasileira de lácteos crescerá 2% em 2020, estima USDA

A produção brasileira de lácteos deve aumentar 2% em 2020, impulsionada por maiores exportações e pelo aumento na demanda doméstica, estimou o adido do Departamento de Agricultura dos Estado Unidos (USDA) no Brasil, em relatório.

De acordo com o USDA, as perspectivas para a economia brasileira em 2020 são cautelosamente otimistas após um período de recessão. Nesse cenário, o aumento de produção de lácteos será impulsionada pela alta demanda de leite fluido usado para produtos lácteos, como leite condensado e queijos.

Neste ano, a produção de leite no Brasil deverá totalizar em 24,4 milhões de toneladas, aumento de 3% em relação a 2018. Em 2020, a perspectiva é que a produção chegue a 24,9 milhões de toneladas, estimulado pela perspectiva de exportação recorde de produtos lácteos, especialmente para a China, no ano que vem e pela recuperação do mercado doméstico.

A produção de leite em pó no país deve alcançar 597 mil toneladas neste ano, alta de 2,2%. Para 2020, a perspectiva é que o crescimento seja de 2%, para 610 mil toneladas. O aumento na demanda doméstica e a menor volume de importação de Argentina e Uruguai explicam, a projeção. A importação deve alcançar 63 mil toneladas em 2020 e 65 mil toneladas em 2019, ante 68 mil toneladas de 2018.

A produção de queijo no país em 2019 está estimada em 775 mil toneladas, aumento de 1,97% ante ao ano passado. O aumento é atribuído a uma maior demanda para consumo doméstico especialmente por parte das indústrias de alimentos. A previsão para 2020 é de 790 mil toneladas, alta de 2%.

As importações de queijo pelo Brasil devem manter o mesmo nível de 2018 em 2019 e alcançar 27,9 mil toneladas, volume que deve se manter em 2020, em razão da desvalorização do real em relação ao dólar. Já as exportações devem se manter em 4 mil toneladas. No entanto, a abertura do mercado chinês para 34 plantas é motivo de entusiasmo para as indústrias brasileiras, destacou o USDA.

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Fonte: Valor Econômico

8. Minerva formaliza sua joint venture na China

A brasileira Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, assina nesta sexta-feira com a Joey Foods, que pertence aos grupos chineses Xuefang Chen e Wenbo Ge, a formalização da primeira joint venture entre uma empresa brasileira e uma chinesa do setor de carnes.

Na nova empresa, que ainda não tem nome, a Minerva terá 51% do capital e a Joey, 49%. O investimento total é de US$ 15 milhões. A sociedade fará a importação e distribuição da carne bovina na China.

“O mercado de carne bovina ganhou mais espaço na China por causa da melhora na distribuição de renda da população e a peste suína africana catalizou uma tendência de mercado”, afirmou o CEO da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, que está em Pequim para o ato. Pelo contrato, a sociedade terá preferência nas vendas da Minerva para a China continental. De suas plantas industriais no Brasil, Uruguai e Argentina, a Minerva exporta, atualmente, US$ 800 milhões anuais para a China em carne bovina.

Desde 2000, o consumo de carne bovina cresceu 72% no país. Estimativas oficiais dão conta de que 28% do rebanho de porcos foi dizimado pela peste. Os cálculos do mercado são superiores - o Rabobank estima que a perdeu chegou a 43%.

A guerra comercial com os EUA, potencial exportador de carne suína para a China, seria um terceiro fator a estimular o mercado. A tensão arrefeceu, mas teria sido suficiente, na avaliação da Minerva, para levar o país a buscar diversificar o consumo de carnes. Numa visita presidencial a ser marcada pela escassa formalização de acordos, o contrato será um dos poucos a ser concretizado.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a primeira da comitiva a chegar a Pequim, tenta formalizar com autoridades chinesas o aval para sementes de soja geneticamente modificadas, mas enfrenta resistências. Uma aprovação do gênero, que costumava durar oito meses, hoje pode levar até três anos.

A demora, em grande parte, decorre de problemas havidos com outros produtos geneticamente modificados. Fontes do governo brasileiro também atribuem a extensão do prazo à resistência chinesa a ceder à pressão das grandes múltis que dominam o setor. O esforço da ministra é o de convencê-los de que são os agricultores brasileiros, que permanecem com sua soja estocada, os maiores prejudicados pela demora.

No lobby do Hotel St. Regis, onde está hospedada a maior parte da comitiva presidencial, há um permanente vaivém de representantes de frigoríficos brasileiros que aguardam a liberação das autoridades chinesas para poderem exportar ao país. O Brasil tem se valido do apoio à pretensão chinesa na FAO, posição que enfrentou uma resistência inicial do Itamaraty, para abrir mais mercado para o agronegócio brasileiro no mercado chinês.

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Fonte: Valor Econômico

9. Importação chinesa de carne cresce 43,7% em setembro

As importações chinesas de carnes e miúdos totalizaram 511.671 toneladas em setembro deste ano, volume 43,7% maior que o adquirido em igual mês do ano anterior, informou na quarta-feira (24/10), o Departamento de Alfândegas da China.

A despesa com a importação do produto aumentou 73,5%, atingindo US$ 1,655 bilhão no mês de setembro. No acumulado do ano, o país asiático importou 4,306 milhões de toneladas de carnes e miúdos.

As importações de carne suína foram as que registraram maior alta. Em setembro deste ano, a China adquiriu 161.836 toneladas, volume 71,6% superior ao comprado no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o país asiático comprou 1,326 milhão de toneladas de carne suína.

De carne bovina, o país asiático importou 152.104 toneladas em setembro, alta de 52,5% na comparação anual. De janeiro a setembro deste ano, já foram adquiridas 1,132 milhão de toneladas da commodity pela China.

As compras de carne frango e miúdos de frango congelados cresceram 41,5%, para 64.884 toneladas em setembro deste ano. No acumulado do ano, a China comprou 548.627 toneladas do produto.

De carne de cordeiro, o país adquiriu 24.575 toneladas em setembro, 19,4% a mais que no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a China importou 289.550 toneladas da proteína.

O aumento das importações chinesas de carnes ocorre em meio à crise que o país enfrenta na procura de alternativas para o suprimento de proteína animal, como consequência do avanço da peste suína africana sobre o seu rebanho. O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China estima que cerca de 41% do plantel do país já foi dizimado pela doença.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Agroenergia

10. ANP inicia consulta pública de resolução sobre a geração de lastro para emissão de CBios

A diretoria da ANP aprovou hoje (24) a realização de uma consulta pública para minuta de resolução relativa ao RenovaBio. O novo regulamento estabelecerá os procedimentos para geração de lastro necessário para emissão primária de Créditos de Descarbonização (CBios), de que trata o art. 14 da Lei nº 13.576, de 2017. O lastro é o conjunto de informações necessárias à garantia da emissão dos Créditos de Descarbonização.

A minuta de resolução propõe os critérios e procedimentos a serem observados pelos emissores primários (produtor e importador de biocombustíveis) para a emissão dos CBios. O processo será feito por meio da ferramenta Plataforma CBio, que será desenvolvida por empresa em processo de contratação pela ANP.

O texto também prevê que as informações necessárias para a emissão dos CBios serão geradas na Plataforma CBio. O emissor primário deverá fazer um pagamento, por nota fiscal eletrônica analisada, pelo serviço de geração de lastro para emissão desses créditos, de acordo com a sua utilização do sistema.

Está previsto que os valores a serem pagos pelos emissores primários poderão ser reduzidos em função do volume de notas fiscais processadas pela Plataforma CBio. Os valores serão destinados à empresa a ser contratada pela ANP para o desenvolvimento e a hospedagem da plataforma.

A estimativa da ANP é que a adesão ao RenovaBio ocorrerá de forma escalonada pelos produtores de biocombustíveis. Dessa forma, com o passar do tempo, a agência espera um aumento no número de notas fiscais processadas, o que possibilitará uma redução no valor unitário a ser pago. Na data de hoje, já há, em variadas fases de andamento, 175 processos de certificação da produção eficiente de biocombustíveis – primeiro passo para ingresso no RenovaBio.

A minuta de resolução traz, ainda, ajustes na Resolução ANP nº 758, de 2018, que regulamenta a certificação da produção ou importação eficiente de biocombustíveis e o credenciamento de firmas inspetoras. As mudanças são referentes ao prazo a ser observado para o uso de dados de 2018 nas certificações de 2019, assim como a possibilidade de tarjamento de informações disponibilizadas nas consulta pública a ser realizada pela firma inspetora quando elas forem consideradas estratégicas e críticas sob aspecto concorrencial.

O novo regulamento virá se juntar a dois outros anteriores publicados pela ANP sobre o RenovaBio: a Resolução nº 758, de 2018, e a Resolução nº 791, de 2019, que dispõe sobre a individualização, por distribuidor de combustíveis, das metas compulsórias de redução de emissões de gases causadores de efeito estufa.

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Fonte: ANP/NovaCana

11. Atvos terá de anular pagamentos feitos para seguradoras

A Atvos, braço sucroenergético do Grupo Odebrecht, terá de devolver ao caixa da companhia cerca de R$ 3 milhões referentes a pagamentos feitos para seguradoras para não perder a cobertura de seguros de responsabilidade civil, equipamentos e transportes.

A devolução foi determinada pelo juiz da recuperação judicial e acontece após os fundos americanos Lone Star e Castlelake, representados pela Planner, apontarem irregularidade nesse e em outros pagamentos.

O problema é que os pagamentos foram feitos sem o consentimento de todos os credores, como prevê a lei.

O juiz determinou também que a Atvos estabeleça novos contratos de seguro. Outros pagamentos que são citados como irregulares correspondem a vale-refeição e planos de saúde para empregados, os quais o juiz da recuperação judicial manteve.

Além de citar tais pagamentos, os dois fundos, com dívidas de cerca de R$ 1 bilhão em debêntures contra a Atvos, apontaram à justiça irregularidade também no formato da lista de credores apresentada pelo administrador judicial e que serve de base para a contagem de votos em assembleia de credores.

Por conta disso, a votação do plano, que estava marcada para hoje (24), foi suspensa. Agora, o administrador judicial terá de apresentar uma lista consolidada de todos os credores, conforme prevê a lei, e não só listas individualizadas das nove companhias em recuperação judicial.

Ao comunicar a suspensão, que a empresa já previa, a Atvos informou que os pagamentos representam apenas 0,07% do valor total de créditos sujeitos à recuperação judicial. O pedido de recuperação judicial, entregue à Justiça em 29 de maio, informou perto de R$ 12 bilhões em dívidas.

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Fonte: O Estado de S. Paulo/NovaCana

12. Consórcio quer investir US$ 1 bilhão em usinas de etanol de milho em três estados

A Millenium Bioenergy, consórcio de empresas de vários setores, pretende investir cerca de US$ 1 bilhão para a construção de usinas de etanol de milho e outros produtos derivados do processamento de grãos.

As duas primeiras unidades serão em Mato Grosso, nos municípios de Tabaporã e Jaciara, mas a companhia já busca licenças ambientais para três plantas no Amazonas e uma em Roraima. O projeto de Tabaporã, município do norte mato-grossense, será o único ‘flex’, ou seja, modelo que utilizará cana-de-açúcar e milho na fabricação do biocombustível.

Segundo o CEO da Millenium, Eduardo Lima, a companhia terá sete mil hectares disponíveis com cana para ser processada juntamente com o grão. As outras usinas são ‘full’, com o uso apenas do cereal, e terão como modelo a unidade de Jaciara, também em Mato Grosso (MT).

Cada usina custará cerca de US$ 170 milhões e terá capacidade anual de processar 480 mil toneladas de milho, produzir 206 milhões de litros de etanol e 150 mil toneladas ano de DDGS, farelo de alta proteína utilizado como ração animal.

“Cada planta industrial desse modelo deve ficar pronta em até 24 meses a partir do início das obras e terá a possibilidade de ser ampliada para dobrar a produção”, disse Lima ao Broadcast Agro.

Segundo o executivo, o consórcio já tem licenciamento prévio para a construção de três usinas no Amazonas – em Manaus e nos municípios vizinhos de Rio Preto da Eva e Itacoatiara – e espera ainda para este mês o licenciamento para a quinta unidade, a primeira a produzir etanol em Roraima, no município de Bonfim.

Para abastecer as unidades do Amazonas, a Millenium buscará milho de Mato Grosso. “O Amazonas já recebe soja há muito tempo para ser exportada. Só vamos trocar pelo milho para utilizar nas usinas e gerar emprego e renda aqui no Brasil”, disse.

Outra fonte de matéria-prima é o próprio Estado de Roraima, onde o cultivo de grãos avança e a cultura de milho é uma opção tanto para a produção de etanol como para a de proteína animal. A fonte de energia desses dois Estados deve ser o gás natural ou o gás liquefeito de petróleo produzido na própria região, segundo Lima.

De acordo com o CEO da Millenium, os recursos para os projetos virão de fundos de investimentos, principalmente europeus e asiáticos, e todas as futuras usinas só sairão do papel com uma demanda garantida pelo etanol e o DDGS exportado.

“Não se faz nada se não tiver demanda certa. No caso do DDGS já há contratos de fornecimento de dez anos”, garantiu. O modelo de consórcio é formado, entre outras, por empresas de tecnologia, engenharia, ambientais, serviços e químicas.

“A gestão do consórcio é dividida em três empresas: a corretora Marsh (risco), a Hill International (obras) e a Fluor Corporation (engenharia)”, afirmou Lima. Além do Brasil, a Millenium tem projetos em Queensland (Austrália) e na Flórida (Estados Unidos).

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Fonte: Agência Estado/NovaCana

Grãos e grandes culturas

13. Exportação de milho em franca recuperação

Em franca recuperação após a quebra da safrinha no ano passado, as exportações brasileiras de milho mantêm um ritmo forte e caminham para um novo recorde. E no momento, como o cereal colhido na última safra de inverno está mais competitivo, os embarques estão inclusive afetando o fluxo de escoamento dos Estados Unidos, que já começaram a exportar a produção desta temporada 2019/20.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), de 1º de setembro, início da atual safra americana, até 21 de outubro, as vendas de milho do país ao exterior somaram 3 milhões de toneladas, 5 milhões a menos que no mesmo período do ciclo 2018/19. Enquanto isso, os embarques brasileiros alcançaram 9,1 milhões de toneladas do início do mês passado ao último dia 19, aumento de cerca de 3,5 milhões de toneladas na comparação anual, conforme a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Segundo Steve Cachia, consultor da gaúcha AgroCulte e da paranaense Cerealpar, esse movimento era esperado, uma vez que os EUA ganharam mercado no ano passado com as quebras de produção no Brasil e Argentina, que agora estão recuperando seu espaço. Além disso, observou, a colheita americana está atrasada, o que ainda é motivo para o adiamento de algumas entregas, e há uma tendência de crescimento da demanda por milho nos EUA para a fabricação de etanol.

Com isso, para toda a safra atual o USDA estima que os embarques de milho dos EUA alcançarão 48,3 milhões de toneladas em 2019/20, 8% menos que em 2018/19. Mas o país continuará a liderar as exportações, embora o volume brasileiro oriundo da safrinha de 2018/19 deva crescer 62%, conforme o órgão, para 39 milhões. Para o ano-civil 2019, a Anec projeta as exportações brasileiras em 35 milhões de toneladas. O banco Rabobank projeta vendas externas de 37 milhões de toneladas.

Em todos os cenários, será um novo recorde histórico para o milho do Brasil, onde a colheita superou 100 milhões de toneladas em 2018/19.

“O cenário é muito favorável para as exportações brasileiras”, diz Lucas Brito, assistente-executivo da Anec. Em seus cálculos, as vendas deverão totalizar 5,7 milhões de toneladas em outubro - foram 3,4 milhões até o dia 19 - 128% acima de outubro de 2018. Os embarques do cereal somaram 3,4 milhões de toneladas até o dia 19 deste mês, segundo dados da Anec. Se confirmada a previsão, de janeiro a outubro o volume alcançará 33,8 milhões de toneladas, também mais que o dobro de igual intervalo do ano passado. De acordo com ele, os principais clientes do grão brasileiro atualmente são Irã e Japão.

O câmbio também teve um papel importante para o aumento das exportações brasileiras. “O preços internacionais não estão no ápice, mas conseguimos ser competitivos e as tradings conseguem oferecer um valor bom ao produtor”, afirmou Brito, da Anec. Segundo o Cepea/Esalq, os preços domésticos do cereal acumulam cinco semanas consecutivas de altas. O Indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas - SP) subiu 6,5% no período e alcançou R$ 43,04 a saca de 60 quilos na sexta-feira passada.

E os produtores aproveitaram essa conjunção positiva para acelerar as vendas antecipadas. De acordo com dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato), os produtores do Estado venderam 42% da colheita total esperada para a safra 2019/20 (31,6 milhões de toneladas) até outubro, ante 29% há um ano. Da colheita do ciclo 2018/19, 93% já foi negociada, ante a 85% em outubro de 2018. Mato Grosso lidera a produção brasileira de milho, graças à força da safra de inverno no Estado.

“Os produtores brasileiros aproveitaram o momento de incerteza em relação à safra americana e as cotações em Chicago”, afirmou Victor Ikeda, analista de grãos do Rabobank no Brasil. Ele acredita que o ânimo dos produtores diante desse cenário deve levar a um aumento da área da segunda safra de em 2019/20. O banco holandês estima um aumento de 900 mil hectares da área total destinada ao grão, incluindo a safra de verão, para 18,4 milhões de hectares.

Como a produtividade deverá voltar ao patamar habitual para a cultura, a perspectiva é de uma safra similar a 2018/19 neste ciclo, próxima das 100 milhões de toneladas (somadas as safras de verão e de inverno). Os embarques, no entanto, não deverão repetir o desempenho projetado para este ano, em parte por causa da maior demanda doméstica para a produção de carnes - na esteira do aumento de demanda que deve continuar a ser gerado pela peste suína africana na Ásia - e também para a fabricação de etanol.

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