Clipping Agribusiness | 26 de abril
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Desflorestamento global já soma um território igual à Bélgica
As florestas tropicais do mundo estão encolhendo a um ritmo alarmante, sendo o número de árvores cortadas no ano passado suficiente para cobrir toda a Bélgica ou dois Estados de Connecticut, segundo um novo relatório.
As florestas tropicais localizam-se principalmente nos países equatoriais e armazenam grandes quantidades de dióxido de carbono, por isso mantê-las intactas é fundamental para combater as mudanças climáticas globais. Além disso, elas abrigam uma ampla variedade de espécies, incluindo os orangotangos, os gorilas das montanhas e os tigres. Uma vez derrubadas, essas florestas podem nunca voltar ao seu estado original, de acordo com um estudo publicado nesta quintafeira (25) pela Global Forest Watch.
Com base em dados da Universidade de Maryland, os pesquisadores descobriram que aproximadamente 3,6 milhões de hectares de floresta tropical primária desapareceram no ano passado. Esses dados ficaram abaixo dos picos em 2016 e 2017, quando incêndios elevaram a perda florestal para níveis recordes, mas ainda foi a terceira maior perda anual desde que os registros começaram em 2001. Além disso, a média móvel de três anos para o ano passado foi a mais alta já registrada.
“O crescimento original antigo, ou as ‘florestas tropicais primárias’, são um ecossistema florestal crucialmente importante, contendo árvores que podem ter centenas ou até mesmo milhares de anos”, disse a Global Forest Watch. “Elas armazenam mais carbono do que outras florestas e são insubstituíveis quando se trata de manter a biodiversidade.”
Brasil campeão
A maior perda de terra em floresta primária no ano passado ocorreu no Brasil, onde cerca de 1,35 milhão de hectare desapareceu, seguido pela República Democrática do Congo, Indonésia, Colômbia e Bolívia.
O desmatamento global está sendo impulsionado principalmente pela agricultura, mineração, desenvolvimento de infraestrutura e incêndios que se intensificaram, graças ao aquecimento global, segundo a WWF.
Ao considerar a perda como uma porcentagem da floresta primária total, o maior corte de árvores foi observado em Madagascar e na Costa do Marfim, indicando uma mudança nos países com as maiores taxas de perda, em comparação com 17 anos atrás.
“Em 2002, apenas dois países, Brasil e Indonésia, representavam 71% da perda de florestas primárias tropicais”, afirmou a Global Forest Watch. “Dados mais recentes mostram que as fronteiras da perda de florestas primárias estão começando a mudar. O Brasil e a Indonésia representaram 46% da perda primária de florestas tropicais em 2018, enquanto países como Colômbia, Costa do Marfim, Gana e República Democrática do Congo registraram um aumento considerável nos índices de perdas.”
A perda total de cobertura de árvores nos trópicos no ano passado foi de 12 milhões de hectares, a quarta maior perda anual desde 2001, de acordo com o relatório.
Na Indonésia, no entanto, a perda de florestas caiu para o seu nível mais baixo desde 2003, “continuando um declínio otimista que começou em 2017”, disse a Global Forest Watch. A Indonésia tem lutado para preservar vastas áreas de turfa ou solos orgânicos ricos em carbono.
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Fonte: Valor Econômico
2. Chanceler Ernesto Araújo faz afagos à China
Após o mal-estar gerado com o setor de agronegócios por causa de declarações polêmicas contrárias a China, o chanceler Ernesto Araújo fez ontem afagos aos asiáticos e defendeu o aprofundamento da parceria comercial do Brasil com o país.
A uma plateia formada por executivos e empresários que participaram de evento promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em Brasília, o ministro das Relações Exteriores disse que o Brasil tem que "pensar grande" no mercado global e que tem muito a aprender com os chineses. E reforçou que o agronegócio vem recebendo atenção especial do Itamaraty, que criou um departamento voltado exclusivamente para promoção e negociações do setor.
"A China pode ter no Brasil um grande parceiro no crescimento de sua economia. A China é e continuará sendo um parceiro fundamental para o Brasil", afirmou Araújo. Porém, o chanceler demonstrou preocupação com barreiras comerciais impostas por Pequim nos últimos anos, como as salvaguardas às exportações brasileiras de açúcar.
No evento, o presidente da CNA, João Martins, lembrou dos desencontros do setor com parte do governo na área internacional nos primeiros meses da gestão de Jair Bolsonaro, mas disse que as divergências com o ministro Ernesto Araújo são páginas viradas. "Mas as relações com a China vão evoluir. E precisamos mostrar que não temos apenas soja para exportar aos chineses. Temos, por exemplo, uma demanda antiga para o comércio de frutas que esperamos ser destravado agora".
O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro, que representou a ministra Tereza Cristina no evento, também descartou que exista qualquer mal-estar no momento e avaliou que a aproximação do governo Bolsonaro com os EUA não é um problema para os negócios com a China ou com outros países.
Outro que sinalizou com avanços na parceria bilateral foi o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, que fez questão de destacar que a demanda do país asiático por produtos agropecuários continuará a aumentar. Ele reconheceu que a visita de Tereza Cristina à China, em maio, deverá servir bem a esse propósito.
"Estamos dispostos a ampliar o acesso a produtos agrícolas. E a ampliar a cooperação entre nossos países na agropecuária", afirmou o embaixador. "Nos últimos anos, houve benefícios para os dois. Trata-se de um exemplo mundial de cooperação entre países emergentes".
No Ministério da Agricultura, a expectativa é que essa "disposição" se reflita em resultados concretos e imediatos. Na área de carnes, por exemplo, a ministra vai tentar destravar a habilitação de um número maior de frigoríficos exportadores, que era esperada no fim do ano passado e não saiu.
Segundo o secretário Orlando Leite Ribeiro, o Ministério da Agricultura continua negociando com Pequim maneiras de sanar as inconformidades detectadas por uma inspeção feita por técnicos do país asiático a dez frigoríficos brasileiros em novembro, que barraram a habilitação de novas unidades.
A expectativa era que a auditoria culminasse na habilitação de até 78 nova plantas. "A missão encontrou inconformidades que não são graves, mas estamos analisando com eles o que fazer para avançar nesse tema", afirmou Ribeiro a jornalistas no evento da CNA. Ele ponderou que, apesar de já ser um grande exportador de proteínas animais, o Brasil tem potencial para vender "muito mais", sobretudo num momento em que a China vem sofrendo com os estragos causados pela peste suína africana - o surto pode comprometer mais de 30% do rebanho suíno chinês.
"A China passa por um momento muito grave, e quem tem as maiores condições de suprir essa demanda [por carne suína] é o Brasil. A disposição é grande para colocar esse relacionamento em outro patamar", disse. No primeiro trimestre deste ano, as exportações do agronegócio brasileiro à China, lideradas pela soja em grão, renderam US$ 6,8 bilhões - 30,5% da receita total dos embarques setoriais.
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Fonte: Valor Econômico
3. Exportador atrasa “hedge” cambial com safra menor e incerteza sobre Previdência
Os exportadores brasileiros têm pisado no freio na hora de fecharem contratos de câmbio nestes primeiros meses do ano, e mesmo uma aceleração a partir de agora não deve significar ingressos de recursos volumosos o suficiente para levar o dólar de volta às mínimas do ano, na casa de 3,65 reais.
A alta da moeda norte-americana em março para os 4 reais até estimulou alguma antecipação de "hedge" cambial, com as empresas vendendo na B3 contratos a termo de dólar sem entrega física, os chamados NDFs. Mas esse reforço apenas equiparou os volumes do trimestre aos dos primeiros três meses de 2018. E, com a expectativa de menor crescimento nas exportações e o cenário tortuoso para a Previdência, a venda de dólar se torna mais arriscada, o que desestimula o fechamento de câmbio e, portanto, de entrada de fluxo no mercado.
Nesta quinta-feira, o dólar voltou a alcançar a marca de 4 reais, mas passou a cair e operar em torno de 3,95 reais após fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, de que a autoridade monetária não tem "preconceitos" em relação ao uso de qualquer instrumento cambial.
"As primeiras duas semanas de abril foram fracas, e mesmo o dólar rondando agora os 4 reais não tem atraído fluxo mais forte", disse Fernando Pierri, superintendente-executivo de empréstimos e pagamentos do Santander Brasil.
A constatação de abril tem registrado volumes apenas moderados no fechamento de câmbio e chama a atenção sobretudo porque é neste mês que a montagem de "hedge" cambial costuma alcançar os picos do ano.
"O exportador é muito movido por oportunidade. Ele só faz esse 'hedge' se achar que o dólar pode cair. No atual momento, ele teria de estar otimista", disse Fabio Zenaro, diretor de produtos de balcão, commodities e novos negócios da B3.
No acumulado dos três primeiros meses de 2019, as vendas de dólares pelas empresas exportadoras na B3 via NDFs chegaram a 32,1 bilhões de dólares, praticamente o mesmo volume do primeiro trimestre do ano passado, quando houve aumento de 28 por cento sobre os três meses iniciais de 2017. Os dados são da B3. O volume de exportação no período caiu 4 por cento sobre um ano antes (pela média diária), conforme números do Ministério da Economia.
Pelo relatório mais recente, de março, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estima a safra de soja do Brasil em 2019 em 116,9 milhões de toneladas, abaixo do total de 123,08 milhões do ciclo anterior.
As receitas com vendas do complexo soja (grão, farelo e óleo) devem cair 20 por cento em 2019 sobre 2018, conforme a Abiove. O complexo soja é o principal produto da pauta de exportação do país, representando 17,1 por cento de todas as vendas externas no ano passado.
De acordo com Marcelo Carvalho, responsável pela área de corporate banking do BofAML no Brasil, muitas empresas adiantaram no fim do ano passado operações cambiais, o que reduz o espaço para "surpresas" positivas do lado do fluxo nos próximos meses.
Carvalho reconhece que o patamar historicamente alto para o dólar, perto de 4 reais, é um elemento a fomentar adiantamento de "hedge", mas lembra que os exportadores também deram um passo para trás diante de incertezas tributárias.
Ele se refere ao entendimento da Receita Federal, desde o fim do ano passado, de que se deve cobrar IOF nas operações de câmbio referentes à internalização de recursos de exportação mantidos no exterior. Algumas empresas acionaram a Justiça contra a taxação, mas o assunto segue em aberto.
O executivo destaca que a aprovação da reforma previdenciária poderia "destravar" a demanda por "hedge" cambial na venda de dólar, à medida que a redução da incerteza levaria investidores a desfazer posições defensivas no mercado, o que derrubaria a cotação da moeda.
"Nesse caso, o exportador se anteciparia, mas sem a presença forte do estrangeiro uma queda substancial do dólar é dúvida", afirmou, citando taxas entre 3,80 reais e 3,85 reais com a volta do exportador.
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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas
Insumos
4. Bayer tenta provar à Justiça dos EUA que glifosato não causa câncer
A alemã Bayer recorreu da decisão da juíza Suzanne Bolanos do tribunal Superior de San Francisco, na Califórnia, de agosto do ano passado, que considerou que o Roundup — herbicida à base de glifosato — causou câncer ao ex-jardineiro Dewayne Johnson.
O herbicida e a semente resistente a ele foram desenvolvidos pela americana Monsanto, comprada pela Bayer em agosto de 2018. No caso, a múlti alemã foi condenada a pagar US$ 289,2 milhões, mas o valor foi reduzido para US$ 78,5 milhões após um primeiro recurso da companhia.
Agora, nessa apelação, a Bayer alega que estudos comprovam a segurança do produto e refuta que o câncer tenha sido consequência do glifosato.
“A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, um braço da Organização Mundial da Saúde (OMC), classificou o glifosato como um provável carcinógeno humano em 2015. Mas a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos considerou que é um produto seguro, e permanece legal nos Estados Unidos e na Europa”, aponta a Bayer na apelação. “O veredicto do júri e os danos concedidos não podem ser conciliados com a lei ou mesmo com a ciência”, continua o documento.
Em março deste ano, a Bayer sofreu outra derrota na corte de San Francisco e foi condenada a pagar mais de US$ 80 milhões a um residente local que teria desenvolvido câncer por causa da exposição ao herbicida. O tribunal considerou que a Monsanto agiu de forma negligente ao não alertar Edwin Hardeman sobre os riscos do produto.
Em 28 de janeiro, o número total de processos envolvendo o glifosato nos EUA somava 11,2 mil. Antes do caso de Dewayne Johnson, o número de processos envolvendo o herbicida somavam 5,2 mil. O banco de investimento Bryan Garnier destacou que, se for aplicado US$ 80 milhões de indenizações em cada um dos 11,2 mil casos que aguardam julgamento nos EUA, a Bayer terá de desembolsar mais de US$ 900 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
5. CMN libera captação de poupança rural por cooperativas de crédito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira que as cooperativas de crédito captem depósitos de poupança rural. O objetivo da medida, segundo o Banco Central, é ampliar as fontes de recursos para o crédito rural e fomentar a competição no segmento.
A partir de 1º de julho, quando entrará em vigor o Plano Safra 2019/20, as confederações de cooperativas com patrimônio associado de no mínimo R$ 900 milhões já poderão apresentar solicitação ao Banco Central para essa captação.
Para receberem autorização, terão que comprovar experiência no mercado de crédito rural. A partir de 1º de outubro, também poderão aderir as centrais com patrimônio igual ou superior a R$ 600 milhões e, a partir de 1º de julho do ano que vem, as cooperativas individuais com patrimônio mínimo de R$ 300 milhões.
Inicialmente, as cooperativas terão que direcionar pelo menos 20% das captações para operações de crédito rural. Esse percentual deverá subir gradualmente até chegar a 60%, limite de direcionamento válido para as instituições financeiras que já fazem a captação da poupança rural.
Segundo o chefe do departamento de regulação, supervisão e controle de operações do crédito rural do Banco Central, Cláudio Filgueiras, as cooperativas de crédito buscam cerca de R$ 1,1 bilhão por ano junto às instituições para o crédito rural. Sua expectativa é que “boa parte” desse volume passe a ser suprido por captações das próprias cooperativas.
Pelas regras atuais, só podem captar depósitos de poupança rural o Banco da Amazônia, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, os bancos cooperativos e as instituições integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), quando operarem em crédito rural. No ano agrícola corrente, o direcionamento dessas instituições para o crédito rural somou R$ 38,2 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
6. CNA pede redução dos juros
Redução das taxas de juros, divulgação realista da oferta de crédito rural e um programa de subvenção ao seguro mais robusto. Essas são as linhas centrais das propostas para o Plano Safra 2019/20 que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregará hoje à ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O governo pretende lançar o plano no início de junho.
Após a tradicional caravana da entidade, que percorre todos os anos uma cidade polo do agronegócio de cada região, os produtores consultados foram unânimes em pedir custos menores para o financiamento bancário.
Nesse contexto, a CNA sugere que as taxas de juros para as linhas de crédito para custeio sejam reduzidas de 7% para 6,5% ao ano. A entidade também pede que a taxa de juros do Pronamp, linha de crédito voltada a médios produtores, seja cortada dos atuais 6% para 5,5%. No caso do Pronaf, linha de crédito voltada para os agricultores familiares, a proposta da CNA é reduzir as taxas de juros de 4,6% ao ano para 4%.
Nas propostas que entregará à ministra, a CNA evitou sugerir um montante total de crédito a ser oferecido pelo Plano Safra, ao contrário do que fez nos últimos anos. No Plano Safra 2018/19, que está em vigor, foram anunciados R$ 222 bilhões em crédito rural.
Bruno Lucchi, superintendente técnico da CNA, diz que as prioridades para a próxima temporada agrícola, que começará em 1º de julho, são a recomposição das fontes de recursos com juros controlados e a redução da burocracia no acesso ao crédito agrícola.
Na atual temporada (2018/19), a equipe econômica fez mudanças regulatórias que retiraram dezenas de bilhões de reais do sistema de crédito rural, provocando esgotamento nas principais linhas de financiamento do Plano Safra precocemente. A CNA quer evitar que esse falta de recursos volte a ocorrer na próxima safra. Luchi defende que o governo volte atrás nas mudanças feitas de 2018. Com isso, os bancos seriam obrigados a destinar mais crédito rural com juros controlados.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. Ivan Monteiro renuncia a cargo na BRF por indicação médica
BRF acaba de informar que Ivan Monteiro apresentou sua renúncia ao cargo de vice-presidente financeiro e de relações com investidores, por indicação médica. Quando a contratação do ex-presidente da Petrobras foi anunciada pela empresa de alimentos, em fevereiro, a expectativa positiva do mercado fez inclusive as ações subirem.
Na ocasião, como informou o Valor, o mercado se animou não apenas pela boa reputação do executivo, funcionário de carreira do Bando do Brasil, quanto por sua proximidade com Pedro Parente, que atualmente preside tanto o conselho da BRF quanto o dia a dia da empresa - ambos trabalharam juntos na Petrobras.
Conforme a BRF, o vice-presidente executivo global (COO) Lorival Luz acumulará temporariamente a função de Monteiro. A partir de 17 de junho, Luz será alcançado ao posto de diretor presidente global da companhia, atualmente ocupado por Pedro Parente, e o cargo de COO será extinto. Parente permanecerá presidindo o conselho de administração da BRF.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Governo tenta destravar aval de frigoríficos para vender à China
O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro, disse nesta quinta-feira que a Pasta ainda vem negociando com o governo chinês como sanar as inconformidades detectadas na inspeção feita por técnicos do país asiático a dez frigoríficos brasileiros em novembro do ano passado. O assunto será tratado na primeira viagem da ministra Tereza Cristina à China, agendada para maio.
A expectativa era que a auditoria culminasse na habilitação de até 78 plantas aptas a exportar aos chineses, porém o relatório apresentado por Pequim não trouxe qualquer autorização nesse sentido.
“Houve uma missão da China ao Brasil e havia um entendimento de que, se nós conseguíssemos uma boa avaliação, poderíamos, o que para a China é uma exceção, habilitar até 78 estabelecimentos de carnes bovina, de frango e suína. Essa missão encontrou inconformidades, que não são graves, mas estamos analisando com eles o que fazer para avançar nesse tema”, afirmou Ribeiro a jornalistas, após o seminário “Agricultura e Biotecnologia - Brasil e China”, organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A habilitação de mais abatedouros para exportar carnes para a China vem gerando uma disputa intensa entre as empresas com unidades “selecionáveis”. A própria ministra se irritou recentemente com a falta de integração no segmento.
O secretário ponderou hoje que, apesar de ser grande exportador de proteínas animais, o Brasil tem potencial para exportar “muito mais”, sobretudo num contexto em que a China vem sofrendo com os estragos causados pela peste suína africana. O surto pode comprometer até 20% do rebanho suíno chinês, comentou.
“A China passa por um momento muito grave, mas quem tem as maiores condições de suprir essa demanda é o Brasil. E a disposição é grande para colocar esse relacionamento em outro patamar", acrescentou.
A respeito de barreiras comerciais impostas nos últimos anos pelos chineses às exportações agropecuárias brasileiras, o secretário disse que é preciso “relativizar” a questão, uma vez que a China é o maior país comprador desses produtos do Brasil. “É claro que temos problemas, porque nossa relação é intensa”
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Fonte: Valor Econômico
9. Especialistas veem piora na peste suína africana
Especialistas afirmam que a situação da peste suína africana, que teve forte efeito no plantel de suínos da China, deve piorar antes de melhorar. "A doença está se espalhando mais rapidamente do que esperávamos", afirmou Wantanee Kalpravidh, que trabalha para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Nos últimos meses, autoridades do Japão, de Taiwan e da Austrália encontraram carne infectada em outros alimentos carregados por turistas. Desde então, a doença já foi confirmada em planteis no Vietnã, na Mongólia e no Camboja.
Matthew Stone, vice-diretor geral da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) em Paris, disse que o que foi encontrado até agora é alarmante e mostra que há riscos de que a doença se espalhe ainda mais pela região.
A dificuldade da China para conter a peste está relacionada à forma como os animais são criados no país - existem milhões de propriedades com menos de 500 animais, que frequentemente são alimentados com restos de comida que podem conter carne infectada com o vírus.
O governo paga 1.200 yuans (US$ 179) por animal abatido. Especialistas, no entanto, afirmam que alguns produtores podem relutar em reportar doenças quando os animais poderiam ser abatidos e vendidos por preços mais altos. Em fevereiro, o Ministério da Agricultura da China criticou e multou duas companhias por não reportarem infecções no tempo correto e por tentarem vender animais que não focam colocados em quarentena como necessário.
Até mesmo grandes empresas vêm enfrentando dificuldades. A WH Group, maior produtora de suínos do mundo e proprietária da Smithfield Foods, sediada na Virgínia, teve de fechar um abatedouro chinês por seis semanas depois de um fornecedor levar suínos infectados para suas instalações.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
Agroenergia
10. Piora de margem estimula a venda de usinas de etanol nos Estados Unidos
Uma onda de consolidação no setor de etanol dos Estados Unidos está longe de acabar diante dos piores retornos em uma década, segundo a trading de grãos e operadora de usinas de etanol The Andersons.
As margens do segmento encolheram com a guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, que afetou as vendas para a China, aumentando ainda mais o excesso de oferta do biocombustível à base de milho. As novas barreiras encolheram o lucro da gigante do agronegócio Archer-Daniels-Midland e levaram a Pacific Ethanol a considerar a venda de suas usinas no estado de Nebraska. A Green Plans também tenta vender mais usinas à medida que foca suas operações em proteínas.
“Há muitas usinas publicamente à venda; você pode vê-las e entender por que o negócio está tão difícil”, disse James Pirolli, que comanda a divisão de etanol da Andersons, em entrevista por telefone. “Você vai continuar a ver alguma consolidação, mas isso é natural, dado esse ambiente de margem”.
Os preços do etanol no país estão próximos do menor nível em uma década, e as margens estavam um pouco acima do ponto de equilíbrio de 15 centavos de dólar por galão (3,8 litros) na terça-feira diante dos altos estoques, segundo a AgResource. O preço se compara aos 25 centavos de dólar por galão no ano passado e é o menor para esta época do ano desde 2009, disse Ben Buckner, analista da empresa.
No ano passado, a Valero Energy, segunda maior refinadora de petróleo dos EUA em capacidade, fechou um acordo para a compra de três usinas de etanol da Green Plains por US$ 319 milhões. A venda representou cerca de 20% da capacidade da quarta maior produtora do combustível. A ADM, Poet e Valero são as maiores produtoras dos EUA, com cerca de 1,7 bilhão de galões de capacidade anual cada.
A Andersons, que comprou recentemente a Lansing Trade, não quis comentar se tem interesse em adquirir alguma das usinas que estão à venda. A empresa já opera usinas de biocombustíveis em Michigan, Indiana, Ohio e Iowa e formou uma joint venture para a construção de uma unidade no Kansas, que deve começar a funcionar em meados deste ano e estar totalmente operacional até o final de 2019.
“Sempre buscamos oportunidades e estamos avaliando tecnologias, oportunidades para crescer e expandir”, disse Pirolli. “Temos sido muito diligentes nas decisões que fizemos historicamente. Queremos continuar a expandir esse modelo quando tivermos oportunidades para fazer isso”.
Os produtores de etanol dos EUA ampliaram a capacidade de produção nos últimos anos, com foco na crescente demanda, principalmente na China.
As perspectivas para a indústria do etanol poderiam melhorar, caso os EUA chegassem a um acordo comercial com o governo chinês. Há conversas para aumentar as vendas e suspender tarifas antidumping e antisubsídios da China contra grãos secos dos destiladores americanos, um subproduto da produção de etanol usado em rações.
“Temos vários mercados nos quais estamos trabalhando”, disse Pirolli. “Há etanol indo para o Brasil, estamos trabalhando no México, na Índia e em vários países do sudeste da Ásia. A China é a que tem a infraestrutura e capacidade de importar quantidades significativas de etanol rapidamente”.
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Fonte: Bloomberg/NovaCana
11. Safra 2019/2020 começa com moagem de cana menor no Centro-Sul
As usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil processaram apenas 13,865 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na quinzena inicial de abril, a primeira da safra 2019/2020. O volume é 37,99% menor que o total de 22,360 milhões de toneladas moído em igual período da safra passada, segundo dados apresentados nesta quinta-feira, 25, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Em comunicado, a Unica citou que as chuvas atrasaram o início da safra e, das 176 usinas previstas para entrar em atividade até 15 de abril, apenas 150 empresas efetivamente começaram a moagem a cana no Centro-Sul. "Assim, 64 reprogramaram o início de suas operações para a segunda metade do mês", completou a Unica em relatório. Em igual período de 2018, 174 unidades industriais tinham começado a safra.
Com 23,55% da oferta total de cana destinada ao açúcar e 76,45% ao etanol, a produção do adoçante atingiu apenas 340 mil de toneladas na quinzena inicial de abril, queda de 52,31% sobre igual período de 2018. A oferta total do biocombustível foi de 737 milhões de litros no período - 49 milhões de litros a partir do milho -, baixa 23,19% ante igual quinzena da safra passada de 998 milhões de litros.
Foram produzidos 662 milhões de litros de hidratado queda de 23,10% e 74 milhões de litros de anidro, recuo de 45,69%. O teor de sacarose na cana, medido na quantidade de Açúcar Total Recuperável por tonelada processada (ATR/t), foi de 109,20 quilos (kg) na quinzena inicial de abril, 2,37% superior ao de igual período da safra passada.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
12. Usinas destinam mais cana para produção de etanol
A safra 2019/20 de cana na região centro-sul, que ainda não tem todas as usinas do setor em operação, destinou 76,45% da cana-de-açúcar processada na primeira quinzena deste mês para a produção de etanol. No ano passado, foram 68,65%.
Os dados são da Unica (União da Industria de Cana-de-Açúcar), que registrou produção de apenas 340 mil toneladas de açúcar, abaixo das 713 mil de igual período de 2018.
A produção de etanol foi de 737 milhões de litros, 662 milhões dos quais de etanol hidratado.
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Fonte: Folha de S. Paulo/Udop
Grãos e Grandes Culturas
13. Resultados de 2018
A Cargill apresentará na próxima segunda-feira os resultados financeiros relativos a seus negócios no Brasil em 2018 e, segundo o CEO da múlti no país, Luiz Pretti, eles ficaram "abaixo do esperado". Durante inauguração de três plantas no complexo industrial da empresa em Uberlândia (MG), o executivo afirmou que os números não alcançaram as expectativas "por causa da greve dos caminhoneiros e das dificuldades econômicas do país", mas ressaltou que o faturamento da Cargill no país ainda é "robusto". Em 2018, a receita operacional consolidada da empresa no Brasil alcançou R$ 34,3 bilhões, ante R$ 32,3 bilhões em 2016. Na comparação, o lucro líquido caiu de R$ 669 milhões para R$ 538 milhões. Em Uberlândia, Pretti defendeu a necessidade de aprovação "de todas as reformas econômicas" do governo e disse que, além da reforma da Previdência, é preciso pensar na reforma tributária. O executivo reforçou que o Brasil continua como o segundo principal país em volume de investimentos da Cargill no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Nos últimos seis anos, o país recebeu R$ 6 bilhões em investimentos da empresa.
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Fonte: Valor Econômico
14. Cargill investe para seguir os passos dos consumidores
Diante da segmentação do perfil do consumo de alimentos mesmo em um mercado emergente como o Brasil, a Cargill teve que fazer uma escolha: E, embora continue com grandes fábricas no país com foco em commodities e escala, a companhia decidiu "modelar" seus processos produtivos para melhor atender às inúmeras demandas específicas que surgem tanto para a alimentação humana quanto animal. O primeiro "pacote de investimentos nesse sentido no Brasil, onde a múlti fatura mais de R$ 30 bilhões por ano, foi inaugurado ontem no complexo industrial de Uberlândia (MG).
A partir de um aporte total de R$ 150 milhões feito nos dois últimos anos, a companhia ampliou sua fábrica de amido de milho, que passou a ser capaz de produzir amidos modificados adaptados ao gosto dos clientes, e começou a rodar uma nova planta de ração de dieta úmida para gado leiteiro e de corte também direcionada a encomendas específicas.
"Há três anos, a Cargill decidiu mudar o foco no Brasil, já que o mercado buscava produtos de maior valor agregado para atender à mudança da demanda do consumidor", disse Laerte Moraes, diretor do negócio de amidos, adoçantes e texturizantes da empresa no país. O caminho escolhido foi "fracionar o processo produtivo diante de uma demanda fracionada".
Do total investido em Uberlândia, R$ 80 milhões foram aplicados na planta de amido, onde a companhia modifica moléculas de acordo com a necessidade do cliente. "Se o cliente precisa de uma molécula para deixar o alimento mais cremoso, ou mais consistente, nós desenvolvemos", afirmou Moraes. "Se tem demanda por amido de milho não geneticamente modificado, podemos atender a essa demanda", exemplificou o executivo.
Antes de serem produzidas no complexo mineiro, as moléculas são desenvolvidas em um laboratório da companhia em Campinas (SP). Atualmente, a planta de Uberlândia é capaz de produzir mais de 30 tipos diferentes de amido, que podem atender desde a indústria alimentícia até a de papel, substituindo importações que a Cargill tinha que realizar para suprir esses mercados.
A segunda parte do aporte no complexo mineiro é em uma planta nova de produção de rações prontas para consumo da pecuária, que custou cerca de R$ 30 milhões. O diferencial do processo, nesse caso, está na ampla gama de matérias primas utilizadas, que podem resultar em fórmulas também variadas, ressaltou Moraes.
A fábrica utiliza desde palha e resíduos de milho, caroço de algodão, sorgo e bagaço de cana até ácido cítrico e melaço, além de misturar nutrientes, como calcário e ureia. Com essa diversidade, a unidade pode formular "receitas" de ração adaptadas às necessidades de cada pecuarista, com peso e balanço de minerais e proteínas de acordo com a demanda. Para essa customização, a múlti passou a contar com uma equipe que visita fazendas e avalia a genética do gado, as condições ambientais e o objetivo do produtor.
A localização da planta, na "porta do Cerrado", facilita o atendimento de pecuaristas de gado de corte da região do Triângulo Mineiro e dos pecuaristas de gado leiteiro do Alto Paranaíba. Em geral, o perfil de produtor que a Cargill pretende acessar é de pequeno e médio porte. "Um grande pecuarista pode ter sua própria misturadora e fazer algo parecido, embora não seja igual. Mas os pequenos e médios não têm acesso a um produto específico como o nosso", disse Moraes.
O potencial de demanda, segundo ele, é incalculável. Já há interesse, por exemplo, em ração para alimentar gado que será exportado vivo à Jordânia, comentou Ângelo Pedrosa, gerente de solução para nutrição animal da Cargill. Atualmente, a unidade tem capacidade para produzir cerca de 60 mil toneladas de ração por ano, mas já há espaço para aportes na duplicação do volume.
Em ambos os projetos apresentados ontem, a lógica da segmentação, que oferece valor agregado, desbanca a da escala, que predomina em empresas de commodities. "Nós não podemos ser uma empresa de custo, temos que ser uma empresa de valor", defendeu Moraes.
Mas se essa segmentação atende à mudança da demanda, ela gera uma dificuldade: a economia de recursos nos processos. Para otimizar o uso de água no complexo de Uberlândia - que abriga também uma esmagadora de soja, uma fábrica de acidulantes e uma unidade de cogeração de energia -, a Cargill investiu R$ 40 milhões em uma estação de tratamento de água, que permite a reutilização de parte da água na própria planta.
Com o procedimento, a companhia reduziu em 30% o consumo de água. Ainda assim, o complexo utiliza atualmente cerca 6,5 milhões de litros por dia, volume suficiente para abastecer uma cidade com 51 mil habitantes. O próximo passo, afirmou Moraes, é reduzir o gasto de energia. A unidade de cogeração já atende 70% da demanda das plantas no local, mas ele vê espaço para reduzir a necessidade de recorrer à energia do mercado.
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Fonte: Valor Econômico
15. IGC eleva previsão de safra global de grãos para 2,1 bilhões de toneladas
O Conselho Internacional de Grãos (IGC) elevou, nesta quinta-feira, 25, em 3 milhões de toneladas sua estimativa para a produção global de grãos em 2018/19, de 2,125 bilhões para 2,128 bilhões de toneladas. Segundo a entidade, o incremento na produção global ocorre em virtude do aumento da produção de milho na Argentina e no Brasil. A nova previsão representa queda de 36 milhões de toneladas ante a temporada 2017/18.
O IGC manteve inalterada sua estimativa para produção de trigo em 2018/19, em 735 milhões de toneladas. A previsão para a colheita de soja em 2018/19 foi elevada em 3 milhões de toneladas, para 362 milhões, em virtude das melhores perspectivas para a colheita na América do Sul. O IGC elevou sua projeção para a safra global de milho, de 1,114 bilhão para 1,118 bilhão de toneladas.
Ao mesmo tempo, o IGC espera um menor consumo de grãos na temporada, de 2,165 milhões de toneladas, 5 milhões de toneladas a menos que o estimado no relatório anterior. Com a redução na demanda e incremento na oferta, a entidade elevou em 8 milhões de toneladas sua estimativa para estoques globais de grãos, para 611 milhões de toneladas.
Quanto aos estoques globais de soja ao fim da temporada 2018/19, a previsão foi aumentada de 52 milhões para 55 milhões de toneladas. A projeção para o comércio mundial da oleaginosa foi reduzida de 153 milhões de toneladas para 152 milhões de toneladas. A estimativa para estoques finais de milho foi elevada de 305 milhões para 311 milhões de toneladas. Já a previsão para estoques de trigo foi mantida em 264 milhões de toneladas.
O IGC informou também que o índice de preços de grãos e oleaginosas recuou 4,6% de março para abril, "pressionado principalmente por perspectivas favoráveis para os grãos de inverno do Hemisfério Norte e para colheitas na América do Sul". Em comparação com o ano anterior, o índice caiu 16,2%, atingindo seu nível mais baixo em três anos.Para 2019/20, o IGC estima a produção mundial de grãos em 2,178 bilhões de toneladas, alta de 3 milhões de toneladas em relação à previsão anterior. A previsão para estoques finais também foi elevada, de 575 milhões de toneladas para 588 milhões de toneladas.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural