Conjuntura do Agronegócio

1. Governo vai adotar privatizações de empresas públicas, diz Mourão

O Governo Federal deverá continuar adotando o sistema de privatização das empresas públicas. A estratégia foi anunciada pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, durante abertura da Convenção Lojista do Piauí, que aconteceu nesta sexta-feira, em Teresina. Segundo ele, a ideia é privatizar empresas públicas “não tão necessárias”.

Mourão avaliou que os programas de concessões adotados pelo governo têm surtido resultados importantes, sobretudo no setor de infraestrutura. “O programa inclui estradas, terminais portuários, ferrovias, linhas de transmissão, saneamento, entre outros. No marco dos cem primeiros dias de governo, o Ministério de Infraestrutura logrou cumprir a meta de 23 concessões. Esse avanço vem contribuindo para atrair investimentos, equacionar as contas públicas e melhorar o ambiente de negócios no país”, pontuou.

O próximo passo, segundo ele, é fazer a reforma tributária, abrir a economia, melhorando o ambiente de negócios. “Vamos retirar o peso do Estado das costas de quem emprega e produz”, disse o vice-presidente, durante o evento que era voltado para lojistas e empresários do Piauí. Ainda como meta do governo federal está a consolidação fiscal, que, segundo ele, passa por um conjunto de fatores, inclusive o congelamento de salários do setor público. “A consolidação fiscal, por sua vez, será atingida com a combinação da reforma previdenciária, com o congelamento dos salários do setor público, a redução de subsídios fiscais, a desvinculação de despesas da União, além de receitas não recorrentes. Precisamos estabilizar a dívida pública em relação ao PIB no médio prazo”, elencou.

As críticas a governos anteriores não deixaram de ser feitas. Segundo o vice-presidente, as gestões federais anteriores optaram por um projeto que gerou crises que desestruturam o sistema produtivo nacional. A crise, de acordo com Mourão, foi não apenas econômica, mas também política. “Durante anos, os governantes brasileiros procuraram utilizar a máquina do Estado para resolver todos os problemas e, ao mesmo tempo, tomar de assalto as riquezas advindas do crescimento econômico e da valorização das ‘commodities’. Essa dinâmica perversa afundou o País em uma das mais graves crises políticas e econômicas de todos os tempos. Fomos todos prejudicados pela incompetência dos políticos, pela complacência de gestores públicos e pelo câncer da corrupção”, disparou.

A vitória do atual governo nas urnas, segundo Mourão, foi provocada por um misto de indignação e um anseio de resgatar o país da corrupção. A estratégia adotada foi a reforma administrativa com corte de mais de 20 mil cargos comissionados que, segundo ele, reduziu a margem para negociações não tão republicanas”. “Abandonamos antigas práticas do fisiologismo e do toma-lá-dá-cá para as nomeações no governo federal”, enfatizou.

Durante o evento, o governador do Piauí, Wellington Dias, que é do Partido dos Trabalhadores, adversário de Bolsonaro na última eleição, aproveitou para pedir que o vice-presidente levasse um recado ao presidente. “As eleições terminaram no ano passado. Ele é presidente do Brasil e de todos os brasileiros. Temos que arregaçar as mangas e trabalhar por todo o país. O Piauí tem homens e mulheres prontos para trabalhar pelo Brasil”, disse o petista, que ainda durante a manhã teve uma reunião com o vice-presidente e apresentou demandas do Piauí, como a retomada das obras da Ferrovia Transnordestina, Porto Seco de Teresina e o projeto dos Tabuleiros Litorâneos, um projeto de irrigação que o Governo do Piauí implantou no município de Parnaíba para a produção de frutas para exportação.

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Fonte: Valor Econômico

2. Economistas calculam que IGP-M desacelerou a 0,87% em abril

O choque de alimentos que elevou a inflação no varejo já está começando a perder força no atacado, o que sinaliza preços um pouco mais comportados ao consumidor no curto prazo. Pela estimativa média de 21 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou de 1,26% em março para 0,87% em abril, influenciado principalmente pelos itens agropecuários.

As projeções para o indicador, a ser divulgado na segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), vão desde alta de 0,79% até 0,94%. Em 12 meses, a inflação acumulada pelo IGP-M deve ter aumentado para 8,61%, vindo de 8,27% na medição anterior.

Com peso de 60% nos IGPs, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,91% no mês atual, ante 1,67% em março, estima Leonardo França, da Rosenberg Associados. A perda de fôlego foi causada pelo IPA agropecuário, aponta França, cuja alta diminuiu de 3,9% para 0,8% na passagem mensal, levando o IGP-M para 0,80%.

No mercado interno, o feijão já deve ter recuado após a quebra de safra que fez os preços da leguminosa dispararem, diz o economista, enquanto os alimentos ainda devem mostrar variação positiva, mas mais fraca. Já do lado externo, a retomada das negociações comerciais entre EUA e China gerou expectativas de aumento da oferta de soja, o que moderou a alta das cotações da commodity agrícola, observou.

Para a LCA Consultores, o IPA agropecuário cedeu para 0,53%, com queda em diversos itens, como milho, trigo, feijão, batata-inglesa, mandioca, abacaxi, arroz e laranja. “Ainda cabe citar as altas menos intensas estimadas para soja, banana, mamão, leite in natura, ovos e aves”, aponta a equipe econômica da consultoria.

Na contramão, os produtos industriais avançaram de 0,93% para 1,25% dentro do IPA, calcula a LCA. Neste segmento, os economistas destacam o aumento previsto também para vários preços: indústria extrativa, produtos alimentícios, têxteis, produtos químicos e farmacêuticos e metalurgia básica, entre outros.

França, da Rosenberg, acrescenta que o reajuste de 4,84% do óleo do diesel nas refinarias, em vigor desde o dia 17, já será capturado pelo IGP-M de abril, outro vetor de aceleração sobre o IPA industrial. Em suas estimativas, o indicador referente aos produtos industriais subiu ligeiramente este mês, para 0,95%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor - Mercado (IPC-M), que representa 30% do indicador geral, aumentou de 0,58% para 0,71%, aponta o economista, com taxas maiores em transportes, devido à alta dos combustíveis, e também em saúde e cuidados pessoais, em razão do reajuste nos preços de medicamentos. Segundo a LCA, o IPC ficou em 0,74%, puxado pelos grupos habitação, vestuário, saúde, educação, transportes e despesas diversas.

Por fim, já divulgado pela FGV, o Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) registrou alta de 0,49% em abril, acima do avanço de 0,19% apurado na leitura anterior, com aceleração na parte de materiais, equipamentos e serviços (0,41% para 0,67%) e mão de obra (zero para 0,33%). O INCC-M tem participação de 10% nos IGPs.

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Fonte: Valor Econômico

3. Protagonismo global

O agronegócio deve ter um crescimento mais modesto em 2019, um pouco acima do que se espera para o PIB brasileiro: em torno de 2%. Seguirá, em todo caso, como o único setor a manter uma trajetória positiva ao longo desta década, na qual o Brasil teve o seu pior desempenho econômico em 120 anos, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Banco Central.

No período entre 2014 e 2018, quando o Brasil encolheu 4,7%, o agronegócio avançou 10%, evitando uma recessão ainda maior. Em 2018, quando o país registrou superávit comercial de US$ 58,3 bilhões, o agronegócio foi responsável pelo faturamento de US$ 101 bilhões em exportações - ou seja, não fossem as vendas externas de produtos agrícolas e pecuários, o saldo da balança teria se transformado num déficit de proporções parecidas.

O sucesso do agronegócio brasileiro pode ser explicado, de forma simplista, pela necessidade crescente de alimentos no mundo. Segundo a FAO, o órgão da ONU para alimentação e agricultura, a oferta de alimentos precisa crescer 3,8% ao ano para atender toda a população mundial, que deve chegar a 8 bilhões de pessoas em 2024, 8,6 bilhões em 2030 e 10 bilhões em 2050. "O Brasil terá um papel cada vez mais importante no fornecimento de proteína, porque, além de melhorar sua produtividade agrícola ano a ano, é o único que ainda pode ampliar consideravelmente a área plantada, com a conversão de pastagens em lavouras", lembra o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV).

As lavouras cobrem apenas 7,8% do território brasileiro, quase um terço das áreas ocupadas por pastagens plantadas e nativas, que somam 21,2%. Como a produtividade nos pastos ainda é baixa, com média de 1,15 cabeça de gado por hectare, a tendência é que a pecuária se torne menos extensiva nos próximos anos, liberando espaço para a agricultura. "Com isso, o Brasil pode aumentar a área cultivada sem avançar nas florestas. E a pecuária vai continuar crescendo com o simples aproveitamento mais racional das pastagens", nota Victor Ikeda, analista econômico do banco holandês Rabobank, com foco na economia agrícola.

Graças a essa disponibilidade, o agronegócio brasileiro lidera as previsões de crescimento entre as principais nações agrícolas. Estudo do Departamento de Agricultura americano prevê para o Brasil um aumento de 69% no setor nos próximos dez anos, seguido da Argentina (com 44% de expansão), Rússia (34%), Índia (28%), Austrália (22%) e EUA (12%).

Para dar conta do papel que lhe cabe no abastecimento mundial de alimentos, basta ao Brasil seguir investindo em tecnologia no campo e nas boas relações com nossos maiores parceiros de negócio, sustentam os analistas. "Precisamos ter uma posição independente nas relações externas, sem nos envolver em assuntos de outros países, como as recentes escaramuças entre os EUA e a China", diz Rodrigues.

Em outubro, quando ainda era candidato, o presidente Jair Bolsonaro afirmara que a China estava "comprando o Brasil", declaração considerada ofensiva pelo jornal estatal "China Daily", que alertou sobre o risco econômico que o Brasil corria com uma possível redução das importações chinesas. Para superar o mal-estar diplomático, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o próprio Bolsonaro trataram de lembrar a importância da China como principal parceiro comercial do Brasil. A recente confirmação da visita oficial que Bolsonaro fará à China no segundo semestre contribuiu para limitar o incêndio.

De toda forma, a China não reduziu suas compras no Brasil nos primeiros três meses de 2019 - ao contrário, aumentou, principalmente de soja, o produto brasileiro mais vendido no exterior. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportados 13 milhões de toneladas de soja para o país no trimestre, em comparação a 10,4 milhões de toneladas em igual período de 2018. No ano passado, as vendas para a China representaram 29% do total das exportações; em seguida, na lista de maiores compradores, ficaram a União Europeia (7,2%), EUA (6,7%), Hong Kong e Irã (ambos com 2,4%).

Se a demanda mundial por alimentos deu um empurrão fundamental para o agronegócio, antes disso o setor já vinha se preparando para crescer com as pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), autarquia federal criada em 1973. Com o desenvolvimento de plantas mais adaptadas ao clima tropical, a Embrapa estendeu a fronteira agrícola para as áreas de Cerrado, hoje responsáveis pela maior parte de nossa produção de grãos, e ajudou a multiplicar a produção de várias culturas. Mais recentemente, são as startups agrícolas, também conhecidas por agtechs, que estão levando para o campo a chamada agricultura de precisão, que impulsiona a produtividade por meio de redes de sensores, mapeamento das propriedades por drones e análise de imagens digitais.

"Com ferramentas tecnológicas como essas, o proprietário rural programa a aplicação de adubos, defensivos e irrigação na medida certa para cada talhão, sem exagerar na dose e nos custos", explica Mariana Vasconcellos, fundadora da Agrosmart, especializada em projetos de irrigação. Com uma clientela que soma 220 mil hectares de cultivos diversos, Mariana afirma que seus projetos podem economizar 60% de água e 40% de energia, além de aumentar em até 15% a produtividade. Dois anos atrás, a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), estimava em 70 o total de agtechs nacionais; hoje são mais de 300.

Não à toa, o fundo de investimentos SP Ventures, que administra participações em 14 agtechs, prepara o lançamento de uma nova carteira com 20 a 25 startups agrícolas, para a qual espera captar R$ 70 milhões no segundo semestre.

"Além de oferecer serviços diretamente ligados à produção agropecuária, as agtechs estão se transformando em consultoras financeiras, facilitando o acesso a crédito e seguro rural. É um novo horizonte que se abre para elas, e ainda mais rentável", observa Francisco Jardim, da SP Ventures.

Na área tecnológica, há boas novidades também no âmbito da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), criada há 40 anos pelo governo paulista e empresários do setor, que recentemente reforçou seu papel de agente de conexão entre pesquisadores, startups, institutos e órgãos governamentais. Uma frente de pesquisa coordenada pela Fundepag é especialmente promissora, segundo revela o presidente da entidade, Álvaro Duarte: o desenvolvimento de um defensivo agrícola exclusivamente à base de extratos vegetais, que poderia substituir os agroquímicos atuais sem a desvantagem dos riscos de contaminação. A venda de defensivos movimenta US$ 10 bilhões anuais no Brasil, o equivalente a 20% do mercado mundial, embora o país esteja atrás de vários outros no consumo por hectare.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Monsanto ajuda e atrapalha a Bayer

As vendas dos produtos que eram da Monsanto impulsionaram os resultados da divisão agrícola da Bayer no primeiro trimestre de 2019. A compra da americana pela alemã foi efetivada em agosto de 2018.

Nos três primeiros meses do ano, as vendas globais da divisão alcançaram € 6,4 bilhões, mais que o dobro do montante do mesmo período do ano passado. Os ativos que eram da Monsanto geraram receita de € 4,3 bilhões para a Bayer no intervalo.

Também graças à compra da Monsanto, o lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da alemã aumentou 73,7% no primeiro trimestre, para € 1,7 bilhão. Mas, no período, o Ebitda sofreu impacto negativo de € 31 milhões devido aos processos que a Bayer vem enfrentando em relação ao glifosato, herbicida desenvolvido pela americana.

As vendas da Bayer na América Latina representaram 11,9% da receita total no primeiro trimestre. Somaram € 768 milhões, o triplo do reportado de janeiro a março de 2018. Na América do Norte, as vendas avançaram ainda mais e somaram € 3,5 bilhões.

Na divisão por produtos, os herbicidas foram responsável por 20% das vendas (€ 1,3 bilhão), enquanto a receita oriunda de sementes e de tratamentos para sementes de soja e milho representaram quase 50% (€ 3 bilhões).

A Bayer também informou que o número de processos que correm na Justiça tentando ligar a manipulação do glifosato ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer já chega a 13,4 mil somente nos Estados Unidos.

Em agosto, antes ex-jardineiro Dewayne Johnson vencer um processo contra a Monsanto em San Francisco, o número de casos totalizava 5,2 mil. A Bayer perdeu em março mais um processo em San Francisco. Em ambos, a múlti foi condenada a pagar US$ 80 milhões. Há outros quatro julgamentos esperados em Missouri e Montana em 2019.

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Fonte: Valor Econômico

5. Lucro líquido da Yara caiu 17% no 1º trimestre, para US$ 96 milhões

A norueguesa Yara, uma das maiores empresas de fertilizantes do mundo, registrou lucro líquido de US$ 96 milhões no primeiro trimestre do ano, queda de 17,2% em relação ao mesmo período de 2018, quando reportou resultado positivo de US$ 116 milhões.

A receita global da companhia somou US$ 3 bilhões nos três primeiros meses do ano, alta de 5,5% na comparação. A receita de vendas no Brasil alcançou US$ 697 milhões, ou 23% do total.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu US$ 465 milhões de janeiro a março, avanço de 25,7% ante os três primeiros meses de 2018 (US$ 370 milhões).

De janeiro a março deste ano, a múlti reportou volume de vendas de 6,8 milhões de toneladas, retração de 1%. As entregas no Brasil somaram 1,6 milhão de toneladas — cerca de 25% do total entregue, participação menor apenas que a da Europa —, 16,4% maior que nos três primeiros meses de 2018.

A produção total da Yara no primeiro trimestre do ano somou 2,1 milhões de toneladas, queda de 3% na comparação anual.

"Nosso desempenho de produção no trimestre foi insatisfatório, com problemas técnicos após reviravoltas três das nossas maiores fábricas. Embora a produção tenha melhorado no fim do trimestre, essas questões impactaram nossos resultados gerais e desempenho do programa de melhoria do trimestre. Continuamos focados em melhorar os retornos através de melhor gestão de capital e condução operacional”, disse Svein Tore Holsether, CEO da múlti, em nota.

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Fonte: Valor Econômico

6. Ministra diz que fim de recursos para financiamentos é boa notícia

O dinheiro para financiamentos agrícolas por meio de programas como o Moderfrota e o Inovagro acabou. Isso é uma boa notícia na avaliação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também negou corte de recursos no novo Plano Safra, a ser lançado em julho.

As afirmações foram feitas hoje, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, onde ela esteve para a abertura da Expozebu, maior evento envolvendo gado de raças zebuínas do país.

“Houve o plano Safra, que está em curso e que termina agora. Ele se exauriu, acabaram os recursos. Isso é uma boa notícia e é uma má notícia. Boa notícia por quê? Porque o setor está investindo. Tanto investiu que o dinheiro acabou antes do que se previa”, disse.

Segundo ela, o governo está preparando o novo plano Safra, que vai ser lançado dia 12 de julho. O plano está em fase final de implementação com o Ministério da Economia e o Tesouro Nacional, conforme a ministra.

“Não tem nenhum programa que será cortado, faremos apenas algumas modificações e trocas, aumentando os programas que têm mais demanda e diminuindo aqueles que têm menos demanda.”

No dia 11 deste mês, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu novos financiamentos dos dois programas, vistos como essenciais pelos ruralistas. O banco alegou que suspendeu devido ao comprometimento dos recursos disponíveis no ano agrícola 2018/19.

O Moderfrota tinha como condições taxa de juros pré-fixada de 7,5% para quem fatura até R$ 90 milhões por ano.

Apesar da suspensão, bancos projetam aumento de até 20% nas vendas na Agrishow, principal feira de máquinas agrícolas do país, que começa na segunda-feira, em Ribeirão Preto.

A Expozebu é organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que completa 100 anos em 2019. A exposição está em sua 85ª edição e reúne animais de raças como brahman, guzerá, gir, nelore e tabapuã — raças zebuínas representam 80% do gado existente no país, segundo a ABCZ.

Além da abertura, à tarde a ministra participará, na sede da ABCZ, de uma mesa de discussões da comissão de agricultura, pecuária, abastecimento e desenvolvimento rural da Câmara dos Deputados.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Ucrânia reporta segundo foco de peste suína africana à OIE

A Ucrânia reportou hoje à Organização Mundial de saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) um foco de peste suína africana que matou três animais no município de Vinnytsia, na região central do país.

As mortes ocorreram no dia 24 e a causa foi confirmada ontem. Diante da ocorrência, as autoridades sacrificaram 338 suínos.

Foi o segundo foco da doença registrado no país neste ano. No dia 18, as autoridades ucranianas informaram a morte de um animal também na região central do país, em decorrência da peste suína africana.

A doença já se espalhou por várias regiões da China e estima-se que possa comprometer 30% do rebanho suíno do país, maior produtor e consumidor mundial de carne suína.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. JBS compra unidade de suínos no Rio Grande do Sul por R$ 235 milhões

A JBS anunciou nesta sexta-feira que firmou, por meio da Seara Alimentos, um acordo com a Adelle Indústria de Alimentos para compra de uma processadora de suínos em Seberi (RS) e o seu respectivo sistema de integração por R$ 235 milhões.

Como pagamento, a JBS entregará à companhia gaúcha o Frigorífico Frederico, localizado em Frederico Westphalen (RS), abatendo R$ 80 milhões do valor da transação, assumirá R$ 115 milhões em dívidas da Adelle e pagará R$ 40 milhões em moeda corrente.

A consumação da operação está sujeita à aprovação prévia da autoridade brasileira de defesa da concorrência, dentre outras condições usuais a este tipo de operação.

A unidade de Seberi irá contribuir com a estratégia da JBS no processamento de suínos e produtos preparados, incluindo presunto, linguiça e bacon. “A planta, uma das mais modernas do Brasil, está localizada em uma região reconhecida pela sua relevância na produção de suínos no país”, destacou Joanita Karoleski, presidente da Seara, em nota.

De acordo com informações do site da Adelle, a planta tem capacidade para abater 2 mil cabeças por turno.

Esta não foi a única aquisição da JBS na semana. Na quarta-feira, a controlada da JBS no setor de automação e robótica, a neozelandesa Scott Technology, anunciou que fechou acordo para a aquisição da francesa Normaclass, que fornece um sistema de classificação automatizada de carcaças bovinas.

A francesa é líder no fornecimento desta tecnologia para indústrias processadoras de carne bovina na França e no Uruguai. Em nota, a Scott informou que a aquisição permitirá que a empresa apresente seu portfólio de serviços e soluções tecnológicas nos mercados em que a Normaclass atua.

De acordo com a Scott, a classificação automatizada de carcaças é feita por câmeras digitais que coletam os dados de cada animal, analisados em tempo real por um software que determina o preço pago ao produtor em conjunto com outros critérios como o peso e os preços de mercado.

“Esperamos que a demanda por métodos objetivos de classificação automatizados continue a crescer nos próximos anos em todo o mundo, especialmente em países focados em exportação e que querem ter mais um suporte na área de qualidade”, disse Chris Hopkins, CEO da Scott, em nota.

Desde o segundo semestre de 2015, a JBS Austrália é dona de pouco mais de 50% das ações da Scott. Com atuação global, além da Oceania, a Scott tem unidades nos Estados Unidos, na China e na Europa, com clientes em mais de 80 países.

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Fonte: Valor Econômico

9. Ministério amplia ações para evitar ingresso da peste suína africana

O Ministério da Agricultura intensificou a fiscalização para tentar evitar o ingresso no país da peste suína africana, doença que se espalha pela China e outros mercados com a morte de dezenas de milhões de animais.

Hoje, foi realizada uma operação no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, que resultou na apreensão de 90 quilos de produtos, entre sementes, pescados, embutidos, vegetais e outros. Foram fiscalizados voos provenientes de Dubai (Emirates), Joanesburgo (SSA), Paris (Air France), Amsterdã (Klm), Istambul (Turkish) e Doha (Qatar). Os voos fiscalizados tinham 1.688 passageiros no total.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. ADM quer criar subsidiária para abrigar negócios de etanol

A americana Archer Daniels Midland (ADM), uma das maiores empresas de agronegócios do mundo,anunciou hoje que quer estruturar uma nova subsidiária nos Estados Unidos para abrigar suas operações de etanol.

A companhia informou que a nova unidade será tratada como um segmento independente e incluirá suas usinas a seco em Nebraska, Iowa e Illinois.

Atualmente, o negócio de etanol integra o segmento de soluções de carboidratos da ADM. A empresa disse que a nova estrutura permitirá avanços em projetos alternativos estratégicos para a unidade de etanol.

A companhia informou, ainda que as ações não estão limitadas apenas ao desmembramento do negócio.

A ADM também informou, finalmente, que pretende descontinuar a produção de xarope de milho com alto teor de frutose em sua unidade de processamento do cereal.

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Fonte: Valor Econômico

11. Abengoa Bioenergia encerrou 2018 com prejuízo de R$ 208 milhões

Em recuperação judicial desde 2017, a Abengoa Bioenergia, braço sucroalcooleiro da espanhola Abengoa, fechou o exercício de 2018 com prejuízo líquido de R$ 208,1 milhões, 39,3% menor que a perda registrada no ano anterior. O balanço da empresa foi divulgado hoje no "Diário Oficial de São Paulo".

Embora a receita tenha caído no período, em meio aos baixos preços do açúcar, a companhia reduziu seu custo de produção, o que lhe rendeu margem positiva no lado operacional.

A receita líquida de vendas e serviços recuou 4,9%, para R$ 573,6 milhões, enquanto o custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados diminuiu 25,7%, para R$ 539,3 milhões.

Porém, a companhia segue penalizada pelos encargos financeiros. Apenas de despesa financeira, a Abengoa Bioenergia dispendeu R$ 251,1 milhões em 2018.

A companhia encerrou 2018 com caixa de R$ 33,7 milhões, após um fluxo de caixa líquido negativo de R$ 27,4 milhões no ano anterior. A dívida líquida, no fim do exercício, era de R$ 935,419 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

12. Etanol deve seguir com valores competitivos em relação à gasolina

Na safra passada, encerrada em 31 de março, a região Centro-Sul atingiu recorde na produção de etanol, com 30,9 bilhões de litros, sendo 21,8 bilhões de litros de hidratado e 9,1 bilhões de anidro. A alta no volume processado de etanol hidratado foi de 39%, em comparação a 15,6 bilhões de litros no ano anterior. Os dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) revelam que 65% da oferta de cana foi destinada à produção de biocombustível.

O cenário para 2019/2020 não é muito diferente. A Unica estima que 62% da oferta de cana será dirigida para o etanol, que mantém competitividade frente à gasolina.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) considera que o etanol hidratado tem que ter preço limite de 70% da gasolina nos postos para ser considerado vantajoso. Em 2018, a média Brasil foi da ordem de 66%, com gasolina a R$ 4,40 por litro e etanol R$ 2,60/litro.

"Este mercado só existe quando houver essa diferença de preço, viabilizada por grande oferta de produto, que deve se manter este ano", prevê o diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, acreditando que os preços do petróleo ficarão firmes e que não haverá "loucura intervencionista do governo" na política de preços da gasolina e demais derivados.

Martinho Ono, CEO da SCA Trading, especializada no setor, diz que "o mercado deve continuar produzindo o máximo de etanol para atender à demanda interna. "O açúcar continua com preços não remuneradores, perdendo para o etanol", diz. No ano passado, a demanda por combustíveis do Ciclo Otto recuou; neste ano é esperada recuperação do mercado.

Francis Vernon Queen, vice-presidente executivo para etanol, álcool e biodiesel da Raízen, concorda que a expectativa setor é que a tendência para 19/20 siga, pelo menos no início da safra, pela melhor remuneração do etanol.

Com demanda aquecida, os preços do produto dispararam nas primeiras semanas da atual safra, segundo indicador de mercado. O etanol hidratado subiu, em média, mais de 15% nas usinas paulistas. O anidro, mais de 4%. Na safra 2018/2019, o preço médio do etanol hidratado no Estado de São Paulo ficou em R$ 1,62/litro. O do anidro, R$ 1,79/litro.

Mesmo diante de estimativas de baixo crescimento do PIB este ano, o diretor da Região Brasil do Grupo Tereos, Jacyr Costa Filho, prevê aumento no consumo do etanol hidratado. Ele explica que, em momentos de retração econômica, aumenta a preferência do consumidor por produto de menor custo, como o hidratado.

Seguindo a tendência do etanol de cana, cresce também a produção brasileira de etanol de milho, que saiu de 85 milhões de litros em 2014/2015, para quase 800 milhões de litros na última safra. Para este ano, o produto deve atingir 1,2 bilhão de litros, contribuindo para uma matriz energética mais limpa e renovável.

O executivo da Raízen lembra que o RenovaBio, "fundamental para viabilizar a descarbonização dos transportes e da economia como um todo", entra vigor no final deste ano. O programa prevê atingir até 2028 participação de 18% de biocombustíveis na matriz energética, com oferta de 46,9 bilhões de litros de etanol.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Bunge confirma Gregory Heckman como novo CEO

A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, anunciou que Gregory Heckman será seu novo CEO de forma permanente. O executivo ocupava o cargo interinamente desde janeiro. O ex-CEO da rival Gavilon passou a integrar o conselho de administração da Bunge em outubro de 2018.

Heckman substituiu Soren Schroder, que deixou o cargo em dezembro último. O afastamento de Schroder ocorreu cinco semanas depois que acionistas ativistas da Continental Grain e do fundo de hedge DE Shaw chegaram a um acordo com a Bunge que culminou na entrada de quatro novos diretores e desencadeou uma revisão estratégica da empresa.

Na ocasião, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou os ratings de dívida de longo prazo das subsidiárias da Bunge de “Baa2” para “Baa3”, afirmando que o motivo era a saída de Schroder.

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Fonte: Valor Econômico

14. Inverno rigoroso nos EUA prejudica resultado da ADM

O inverno rigoroso nos EUA prejudicou os resultados da americana Archer Midland Company (ADM), uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, no primeiro trimestre do exercício.

Como confirmou balanço divulgado hoje, o lucro líquido da companhia caiu para US$ 233 milhões, ante US$ 393 milhões em igual intervalo de 2018.O resultado por ação ficou em US$ 0,41, ante US$ 0,70 no primeiro trimestre do ano passado.

A receita bruta da ADM foi de US$ 15,3 bilhões, com queda de 1,4% na comparação anual. "O primeiro trimestre mostrou se mais desafiador do que o inicialmente esperado", disse o presidente e diretor executivo da ADM, Juan Luciano, em comunicado. “Os impactos do clima severo na América do Norte foram muito altos em nossas estimativas iniciais, e o ambiente da indústria do etanol limitou as margens e as oportunidades.”

Em março, a ADM divulgou nota informando que as fortes tempestades de neve e a chuva no início daquele mês estavam afetando suas operações de originação e de soluções de carboidratos nos EUA. Na ocasião, a companhia estimava que o impacto negativo desses problemas em seus lucros operacionais (antes de impostos) ficaria entre US$ 50 milhões a US$ 60 milhões no primeiro trimestre.

Hoje, a empresa confirmou uma perda de US$ 60 milhões por causa desses problemas, e o lucro operacional que ficou em US$ 611 milhões, ante US$ 704 milhões um ano antes.

Apesar dos problemas climáticos nos EUA, o lucro operacional dos negócios de originação (que inclui a área de trading) cresceram 65,2% na comparação anual, para US$ 76 milhões no primeiro trimestre. A divisão de oleaginosas, que inclui originação e esmagamento de soja registrou lucro operacional de US$ 341 milhões no período ante US$ 349 milhões um ano antes.

Já a área de soluções de carboidratos, que inclui amidos e adoçantes, registrou lucro operacional de US$ 96, com queda de 55% na comparação com o primeiro trimestre de 2018. Por fim, a área de nutrição teve um lucro operacional de US$ 81 milhões frente a US$ 96 milhões um ano antes.

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Fonte: Valor Econômico

15. Margens brutas tendem a ser positivas para soja e milho

A safra 2018/19 de soja e milho caminha para se consolidar como a segunda maior na série histórica do setor, com a possibilidade de colheita até acima da esperada oficialmente. Na expectativa do coordenador de produção agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alan Malinski, o país poderá colher entre 116,0 milhões e 117,0 milhões de toneladas de soja, entre 2,2 milhões a 3,2 milhões de toneladas a mais do que o total previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A diferença a maior, no caso do milho, ronda a casa das 3,0 milhões de toneladas, com previsão de 97,0 milhões de toneladas. Apesar da previsão mais otimista que os números oficiais, pondera Malinski, a expectativa inicial era de uma produção até maior para a soja, já que os produtores aproveitaram bem a janela de plantio, antecipando a semeadura diante dos níveis mais elevados de umidade do solo na fase inicial da safra 2018/19. Até 20 de outubro do ano passado, aponta Daniel Latorraca, superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os produtores mato-grossenses já haviam cultivado metade da área total esperada, diante de 25% em igual período de 2017. Mas a produtividade foi afetada pela estiagem no final do ano passado, afirmam Latorraca e Malinski, num recuo de 6,2% na média de todo o país, para algo levemente superior a 53 sacas por hectare.

A colheita foi iniciada mais cedo do que em outros anos, favorecendo o plantio da segunda safra de milho dentro do período recomendado. Segundo Malinski, os produtores investiram mais em tecnologia, o que tende a permitir produtividades mais elevadas. Os dados da Conab apontam elevação de 12% na média, saindo de 4,86 toneladas para 5,45 toneladas por hectare. "O ganho de produtividade deverá fazer com que as margens brutas para os produtores de milho, que ficaram muito próximas de zero no ano passado, aproximem-se de R$ 100 a R$ 200 por hectare neste ano", prevê o coordenador da CNA.

Considerando a região de Sorriso (MT) como referência, a soja tenderá a oferecer rentabilidade 6% menor do que a do ciclo passado, com a margem bruta flutuando ao redor de R$ 900 por hectare, frente a R$ 950 em 2017/18. "Houve elevação nos custos variáveis e redução da produtividade, mas, no geral, o balanço da safra continua positivo", observa.

Ele sugere que os produtores voltarão a investir em tecnologia na safra 2019/20 e antecipa ainda algum aumento de área para a soja. Para o milho, Malinski lembra que os produtores do Centro-Oeste já negociaram 30% a 40% da safra esperada para este ano e os preços chegaram a recuar, mas não com a intensidade temida. A melhoria nas margens poderá animar o setor a ampliar o cultivo.

Em Mato Grosso, de acordo com Latorraca, os produtores já haviam fechado até abril a venda de 58,5% da produção de milho, prevista para 29,4 milhões de toneladas (6,5% maior do que no ciclo anterior). Em abril passado, as vendas antecipadas representavam 43,9% da produção esperada

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Fonte: Valor Econômico

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